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Núcleo de Educação a Distância
R. Maria Matos, nº 345 - Loja 05
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PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes,
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O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos
conhecimentos.
Um abraço,
4
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
CAPÍTULO 01
ORIGENS DA ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
Mesopotâmia_____________________________________________ 16
Egito_____________________________________________________ 20
Hebreus__________________________________________________ 27
Roma____________________________________________________ 31
Grécia____________________________________________________ 36
Recapitulando_____________________________________________ 41
CAPÍTULO 02
FORMAS DE GOVERNO E CORRENTES POLÍTICAS
Monarquia________________________________________________ 48
Democracia_______________________________________________ 54
República_________________________________________________ 57
Marxismo_________________________________________________ 59
Totalitarismo______________________________________________ 62
Nazismo__________________________________________________ 64
Fascismo__________________________________________________ 67
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
Autoritarismo______________________________________________ 68
Anarquismo_______________________________________________ 69
Recapitulando_____________________________________________ 72
CAPÍTULO 03
OBRAS CLÁSSICAS DA TEORIA POLÍTICA
República, de Platão_______________________________________ 79
Política, de Aristóteles______________________________________ 81
9
O Príncipe, de Maquiavel____________________________________ 82
Recapitulando_____________________________________________ 97
CAPÍTULO 04
A TEORIA POLÍTICA HOJE
Recapitulando_____________________________________________ 109
Referências_______________________________________________ 121
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É muito difícil conceituar qualquer tipo de teoria, uma vez que
o objetivo destas é também conseguir explicar determinada coisa.
A teoria política, entretanto, surge como uma vaga prerrogativa de
entender os comportamentos humanos e suas consequências quando
em sociedade.
Aristóteles afirmava já há milhares de anos que o homem era
um animal político. Certo estava o grego a respeito do espírito do ho-
mem, que sempre logra alcançar objetivos em conjunto através da po-
lítica. É impossível avançar em grupo sem decisões políticas. É impen-
sável a vida em sociedade sem a política.
Assim, ainda que Aristóteles afirmasse há tanto tempo sobre
a condição humana de animal político, mal podia imaginar que milha-
res de anos depois, suas ideias permaneceriam em voga pelo mundo
moderno. Se na democracia grega, com poucos relatos, Aristóteles já
enxergava tal faceta do ser humano, imagine nos dias de hoje com a
massificação da informação e com o gritante alcance que a política tem
sobre nossas vidas.
Então, recapitulando, a teoria política é uma área dentro da
Ciência Política que versa a respeito das características e vicissitudes
que ocorrem nas organizações entre humanos. É através dela que se
entende como se constitui, se legitima e se estrutura determinada forma
de governo. Ao mesmo tempo, é através dela que se crítica, se deslegi-
tima e se rompe com determinada forma de governo.
Ao longo da história, a experiência do ser humano com a sua
organização em grupos passou por diversos momentos. Desde o início,
havia desconfiança de uma parcela de um povo ao se juntar com outra
parcela de outro povo, por conta dos conflitos que geriam os interesses
de tais grupos. A solução seria decidir alguém, ou algum grupo de pes-
soas para que pudessem responder pelas demandas do resto do povo.
TENDÊNCIAS GASTRONÔMICAS - GRUPO PROMINAS
13
ORIGENS DA ORGANIZAÇÃO
POLÍTICA
Ainda existem muitas dúvidas sobre o surgimento da humani-
dade. Os criacionistas acreditam que o homem surgiu do barro, sendo
criação de Deus. Os evolucionistas acreditam que o homem é uma evo-
lução de uma espécie, evolução essa que ocorre em todo ser vivo que
habita o universo e que se transforma com o passar do tempo.
O fato é que até hoje sabe-se pouco sobre a gênese do ser
humano. Independente da origem em que se acredita sobre a ‘chegada’
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
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Figura 1- Evolução Humana. Disponível em: <<https://www.significa-
dos.com.br/evolucao-humana/>>. Acesso em fevereiro/2019
de. Pode juntar sua família com outras famílias, tendo assim mais bra-
ços para ajudar na tarefa de se manter. Tendo assim mais força humana
na hora de enfrentar os perigos que a natureza lhes conferia. Porém,
viver em grupo é gerir muitos pensamentos diferentes, muitos desejos
difusos e que nem sempre estão de acordo. Como resolver então um
conflito dentro de um grupo? Quem teria a capacidade e o poder de de-
cidir a respeito desses conflitos? É aí que surge a política.
A política surge como uma saída para a resolução dos proble-
mas, mas ela nunca é concreta. Não existe uma maneira correta de fa-
zer política, um dogma ou uma orientação, pelo contrário, são diversas
15
as possibilidades para alcançar um objetivo político.
Nesse princípio das sociedades, as escolhas eram pautadas
no mais forte, pois, este teria a legitimidade de defender seus próximos.
A propagação dos deuses já era comum nos povos, suas tradições já
abarcavam a religião em sua estrutura, portanto, sinais dos deuses tam-
bém influenciavam na escolha de suas lideranças. (Pinsky, 2006)
Não havia ainda concepções de monarquia, de democracia ou
de qualquer termo que, posteriormente, a teoria política passou a des-
crever. Havia apenas a necessidade de sobreviver e de solucionar qual-
quer conflito para a manutenção e a prosperidade de uma comunidade.
Mas as comunidades foram crescendo exponencialmente. Alguns líde-
res morriam, outros ascendiam. O ser humano passou a sentir o desejo
de poder e do controle. Passou a querer domar a natureza e também o
próximo.
Subjugação, domínio, expansão territorial são alguns dos ob-
jetivos que então passam a figurar na mente dos chefes das comunida-
des. A guerra, o conflito e o poder passam a ser temas centrais. Suas
consequências se desenrolam até os dias atuais e acarretam as trans-
formações, pelas quais a raça humana passou nos últimos milênios.
Assim, é nesse interím, onde as comunidades passam a cres-
cer exponencialmente e o homem passa a querer expandir suas terras,
tomado por certa ganância, onde já se estrutura uma protopolítica que
alcança os chefes dessas comunidades, e onde a tecnologia já permite
alguns avanços no modo de vida das comunidades, que começa a se
desenhar as primeiras civilizações, das quais trataremos de agora em
diante.
MESOPOTÂMIA
dias, como o Iraque, dois rios. O rio Tigre e o rio Eufrates. Ambos tem
extensões gigantescas, com o primeiro tendo por volta de 1800 km de
extensão enquanto o outro alcança cerca de 2800 km. Foi no espaço
entre esses rios que há muitos milênios surgiu a primeira grande civili-
zação que se tem registro na história: a civilização mesopotâmica.
Diz Pinsky (Contexto, 2006) que isso ocorre pois
na Mesopotâmia havia, portanto, condições altamente favoráveis à agricul-
tura, condições essas, entretanto, que precisavam ser aproveitadas com um
trabalho sistemático, organizado e de grande envergadura. Talvez por isso
é que a urbanização tenha se desenvolvido antes aí e não na Palestina, na
Síria ou no Irã. (p. 45)
16
Essa civilização, oriunda da junção de diversas comunidades
que habitavam a mesma região e se aproveitavam da fertilidade da terra
local e do amplo acesso à água, derivada dos dois rios já citados, alcan-
çou grandes feitos durante sua existência.
Em primeiro lugar, é importante ressaltar que, ao analisarmos
o que foi a Mesopotâmia, não podemos raciocinar uma civilização ho-
mogênea. Muito pelo contrário, a Mesopotâmia se constituiu da junção
de diversos povos difusos. Durante sua existência, foi governada por
povos distintos, conflitantes entre si e com características únicas, o que
permite observar tal civilização apenas com um olhar bem heterogêneo,
calcado nas mudanças atingidas pelas suas transformações.
Pinsky (Contexto, 2006), relata
Ao contrário do Egito, em que a uma cultura unificada corresponde uma che-
fia única, na Mesopotâmia isso não ocorrerá tão cedo: pelo contrário, assis-
timos a um desfilar de reinos e reis que lutam entre si, não pela hegemonia,
mas por um espaço político-econômico (p. 55)
Pois:
Há Estados mesopotâmicos e não um Estado mesopotâmico, definitivamen-
te unificado. As línguas, semíticas, não apresentam muita variação; a cultura
é semelhante, a atividade econômica praticamente igual: agricultores nos
campos, artesãos e comerciantes nas cidades. Mas, se não há um Estado
único, há uma civilização mesopotâmica cuja influência iria marcar a região
por muitos e muitos séculos. (p. 65)
17
Portanto, logo que a Mesopotâmia se organiza como uma ci-
vilização, ainda que seja a junção de comunidades heterogêneas, ela
passa a necessitar de uma liderança, alguém com a força necessária
para a prosperidade de seus povos.
Conforme já citamos, na Mesopotâmia, já existia uma concep-
ção de religião e muitas divindades defendidas pela população. Assim,
a escolha do rei, do líder dessa civilização, se dava por orientação divi-
na. Era escolhido de acordo com a vontade dos deuses que se comuni-
cavam com os homens dessa civilização através de sinais.
Havia organização política e chegou a haver divisão social do
trabalho, mas esta se restringiu aos templos, pois nos campos e nas
cidades, o trabalho era coletivizado entre os habitantes, exceto aqueles
dotados de atribuições políticas. (Pinsky, 2006).
Foi na Mesopotâmia que surgiu o primeiro documento norma-
tivo de que se tem conhecimento: o Código de Hamurabi. Se tratou
da primeira tentativa de agrupar os costumes e normas vigentes, até
então consuetudinárias – ou seja, de tradição oral – em um documento
escrito. Sustenta Pinsky (Contexto, 2006), que a ideia de criar o Códi-
go como algo original não parte de Hamurabi, o rei que leva o nome
do ordenamento, mas o que parte dele é o interesse em reunir esses
costumes e normas que já eram praticados há muito tempo. Assim, o
Código de Hamurabi seria inovador por emoldurar, pela primeira vez, de
maneira escrita, palpável e física, um ordenamento jurídico, ao mesmo
tempo que não trazia leis inovadoras, pois, era apenas a transcrição de
costumes já latentes na civilização mesopotâmica.
18
Portanto, a Mesopotâmia foi uma das primeiras civilizações,
tendo se estruturado numa forma de governo análoga à monarquia,
onde o rei era escolhido pela vontade divina, demonstrando já haver
nessa época o alinhamento do pensamento político ao religioso. A civili-
zação mesopotâmica se pautou em uma comunidade heterogênea, pois
se constituia de diversos povos distintos, que alternaram-se no poder
com seus líderes sinalizados pelos deuses.
Dentro de seus territórios, havia o rei, líder escolhido pelos
deuses para comandar seus súditos, havia os sacerdotes, incumbidos
de satisfazer e compreender as vontades divinas, os escravos – tão
comuns em toda a história da raça humana -, as terras reais, eram re-
passadas aos súditos para cultivo, sendo que os rendeiros pagavam
pela cessão das terras, os colonos pagavam com parte da colheita e
os funcionários públicos, que trocavam terras por seus serviços para o
rei. Havia também os iamkarum, funcionários do rei que tinham entre
suas atribuições, funções de mercador e usurário, sendo responsáveis
por emprestar dinheiro aos agricultores (em troca de taxas altas), mas
também tinham competência para comprar em nome do rei e receber as
taxas devidas pelos súditos.
Assim, é possível perceber o alto grau de organização política
e social que constituiu a civilização mesopotâmica. Ainda que numa era
muito antiga, conseguiu sustentar uma estrutura que continha um rei,
legitimado pelos deuses, um corpo de funcionários públicos, um código
de leis – de Hamurabi em diante - , agricultura e tecnologia suficiente
para manter a população e depois proporcionar avanços territoriais que
conotam em alguns historiadores (LEACKEY & LEWINI, 1981), a partir
das primeiras expansões, o termo Império Mesopotâmico.
Dessa forma, é possível compreender que a Mesopotâmia,
além de ter sido “berço” de outras civilizações, também foi “berço” da
teoria política, pois é a partir de sua experiência que muitas outras ações
políticas se sucederam. É a partir do código de Hamurabi que passa, o
homem, a se preocupar em anotar fixamente suas leis, seus costumes.
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
Saiba mais:
Filme sobre o assunto: O Herói da Babilônia (Gladiator Films,
Itália, 1963).
Na literatura: Mesopotâmia – Luz na Noite do Tempo – Série
Às Margens do Eufrates, de Dolores Bacelar
Acesse os links: <https://www.sohistoria.com.br/ef2/mesopo-
tamia/> e http://www.ufrgs.br/antiga/linksa.htm
Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno note
a relevância do assunto dentro do seu campo de atuação.
EGITO
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Figura 3- Algumas Pirâmides egípcias. Disponível em <<https://super.
abril.com.br/mundo-estranho/como-foram-erguidas-as-piramides-do-e-
gito/>> Acesso em fevereiro/2019
antiga.
No âmbito de sua estruturação, o Egito erigia-se sob a égide
de um líder: o Faraó. Tal líder, que assim como no caso mesopotâmico,
possuía diversos papéis em suas mãos para o andamento da socieda-
de, como a chefia das colunas militares e a propriedade sobre a terra,
também possuía algumas diferenciações com a civilização que lhe es-
tendia divisa à leste, a Mesopotâmia. Se no caso mesopotâmico, o rei
era legitimado pelos deuses, no caso do Faraó isso não ocorre. Isso
devido ao fato de o Faraó ser considerado como uma própria encar-
nação divina. O Faraó não servia aos deuses, pois, era si próprio uma
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divindade. Assim, além de acumular funções políticas e sociais, esse
líder também acumulava funções religiosas, sendo adorado pelos seus
súditos, por sua condição de deus.
Vale ressaltar:
O rei era também chefe militar. Essa função teve importância diversa em
diferentes momentos da história egípcia. Acredita-se que durante o Antigo
Império e até o Médio o isolamento do território deve ter sido mantido, exceto
poucas e menos significativas incursões. Já no Novo Império, o Egito torna-
-se expansionista, desempenhando papel militar e político na região. Mesmo
em tempo de paz, torna-se necessário prevenir e cuidar para que não ocor-
ram as guerras. O faraó cuidava do policiamento das rotas, vigilância das
fronteiras e portos. Produtos básicos tinham que chegar de outras regiões, e
comerciantes precisavam ser protegidos, sempre (Pinsky, 2006, p. 73)
22
Ainda que houvesse uma cadeia de funções mantidas pela au-
toridade faraônica, a civilização egípcia também contava com um corpo
de funcionários. Pinsky (2006) demonstra
23
de características que aproximam o Egito num todo, sob o âmbito cul-
tural, onde pode até se falar em homogeneidade, porquanto, em outras
áreas, existia grande heterogeneidade. É a partir disso que o termo ci-
vilização toma mais sentido ao tratar dos povos desses territórios em
seus anos de glória. Todavia, ainda que haja uma diferenciação entre
o baixo e o alto Egito, conforme Pinsky (Contexto, 2006), o Faraó se
autoproclamava líder de todos.
A elite egípcia gostava de esbanjar luxo e riquezas sem ta-
manho. Principalmente nos palácios dos Faraós, era comum observar
grande luxúria. A respeito disso, diz Pinsky (2006)
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edificações e também na produção das ferramentas necessárias para
o uso de suas tecnologias e também a participação na guerra, no caso
dos homens saudáveis, que podiam enfileirar as colunas dos exércitos
egípcios, sempre prontos para defender a civilização em suas frontei-
ras, não permitindo a entrada de povos em seus domínios e também o
Faraó, pois, até a figura divina era cabível de morrer ao ser traspassado
por uma lança.
25
O Egito até os dias contemporâneos se divide geograficamente
de maneira similar ao período dos Faraós. Ainda que a tecnologia tenha
avançado brutalmente, as cidades na costa do Nilo já haviam se assen-
tado e ali se desenvolveram continuamente. Esse fator é curioso para
compreender como a geografia e fatores naturais são importantes para
as decisões e formulações políticas em um Estado.
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HEBREUS
ciãos vão até Samuel, que na época era um desses juízes, para solicitar
a escolha de um Rei. O juiz conversa com seu deus, que não olha com
bons olhos tal ideia, pois vê muitos malefícios ao homem com todas
essas transformações. Ter um rei, então. Seria colocar o próprio povo
em servidão. (Pinsky, 2006)
Porém ocorre justamente o oposto, e tempos depois, Saul con-
duz os hebreus até a monarquia. O problema é que nessa altura, as
tribos do norte e do sul de onde se encontravam os hebreus, se dividem.
Ao Norte, fica Israel, ao sul, Judá.
Se Saul falhou em unir as duas tribos que havia se dividido,
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Davi, famoso na história bíblica por seu encontro com o gigante Go-
lias, avança mais. Como era bom soldado e tinha um bom carisma,
consegue constituir a tribo de Judá, aceitando a entrada de povos não
hebreus em meio ao seu próprio povo. Estratégico, avança sobre os
filisteus e conquista Jerusalém, que se torna capital de seu reino. Erigir
um templo era parte de seus objetivos, assim como trazer prestígio re-
ligioso até seu reino.
Em busca de aumentar o prestígio religioso de seu povo, afir-
ma ter descoberto a arca da aliança e, com muito estardalhaço, a traz
até Jerusalém. É com isso que legitima seu poder, sob o argumento
de ser um escolhido de deus. Tão escolhido, que fora a ele atribuída a
tarefa de encontrar a arca da aliança.
Assim, de maneira diferente do Egito, onde o líder e a divinda-
de se encontravam na pessoa do Faraó, entre os hebreus o líder passa
a ser uma escolha divina, de maneira semelhante ao que ocorria nas
escolhas das lideranças mesopotâmicas. A sutil diferença entre o caso
mesopotâmico e o hebreu se dá através da divindade em si. O povo
mesopotâmico era politeísta, acreditava em diversos deuses, ao passo
que o povo hebreu se constituía em monoteísta, com a crença em um
único deus: Javé.
Inicialmente, Iavé morava nos desertos do sul (Juízes, 5,4). Depois, aos pou-
cos, Iavé mudou para a terra de Canaã, passando a possui-la toda, mas não
saindo de Canaã. Um deus “nacional” que não fazia prosélitos, nem gostava
de ser adorado fora de seu país, pois terra estranha não é local adequado,
por ser impuro. A ligação material era tão forte que, quando Naaman, general
arameu, foi curado por Eliseu e quis dar graças a Iavé, transportou para o
seu país, no dorso de duas mulas, terra de Canaã, sobre a qual construiu um
altar (II Reis, 5, 17); para todos os efeitos, ele se erguia sobre terra de Iavé...
Jerusalém, berço do monoteísmo ético, tornou-se cidade sagrada de judeus,
cristãos e muçulmanos. A reprodução acima é um mapa feito pelos cruzados
no século XII.
Por alguns textos fala-se que Iavé habitava os santuários e depois, de forma
especial, o santuário do templo. E em outros fala-se no céu como habitat
de Iavé. Salomão, ao levantar o templo, buscava localizar fisicamente Iavé,
encarcerá-lo junto ao seu palácio e submetê-lo aos interesses da monarquia.
(pp. 89-90)
Se até então, Javé não tinha morada, com o reino de Salo-
mão ele passa a residir no templo. As mudanças políticas e religiosas
são vastas com esse acontecimento. No campo religioso, se até então
havia liberdade nas regras religiosas, sendo livre o acesso dos súditos
ao seu deus, passa a haver certa ritualização da religião, através dos
sacerdotes. Essa ritualização causa dependência entre o povo e o po-
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
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Figura 7- Moisés no Monte Sinai recebendo a pedra com os 10 man-
damentos - Disponível em: <<https://faladeus.wordpress.com/os-dez-
-mandamentos/>> Acesso em fevereiro/2019
ROMA
O Império Romano é, de longe, uma civilização que causa o
maior fascínio em quem se debruça sobre sua história. Sua importância
é tamanha para o mundo ocidental, que muitas vezes se confunde a his-
tória cronológica, em que se encontrou sólido o Império Romano, com
a própria existência do Império Romano. É comum ouvir pessoas de
senso comum, ao comentarem a respeito dessa magnífica civilização,
que ela se enquadra no tempo “do Império Romano” e não, como pode
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
31
rio Tibre por conflitos políticos que envolviam seus laços de sangue.
Por sorte, sobrevivem e acabam em uma margem do rio, onde são ali-
mentados por uma loba, até que são resgatados por um homem. Ao
crescerem, descobrem suas origens e partem em busca de respostas.
No retorno, decidem fundar uma cidade onde foram encontrados pela
loba. Uma discussão leva ao assassinato de Remo por Rômulo. Ali, se
edificaria a cidade de Roma.
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Suas fronteiras chegam da Bretanha até a Ásia. O norte africa-
no também se rende aos poderes do Império Romano. São séculos de
dominação, conquista e anexações por contados romanos. Nesse meio
tempo, a política mantinha seus moldes autocráticos, com o Imperador
mandando e desmandando e o Senado com seu papel secundário no
funcionamento do Estado. Outras funções continuavam a existir, como
os pretores, censores, dentre outros, porém os cargos agora eram to-
mados por funcionários fiéis ao Imperador que estava no comando. O
aparelhamento do Estado, então, ocorria, de forma que os cargos eram
assumidos por romanos confiáveis ao Imperador. Essa confiança, en-
tretanto, muitas vezes trouxe sequelas. Não raro, funcionários do Es-
tado, chefes militares e integrantes do Senado, conspiravam contra o
Imperador em busca de poder. A lista de Imperadores de Roma é muito
extensa. (Abbott, 2001)
O Imperador também tinha em sua pessoa a autoridade religio-
sa, sendo o supremo líder religioso e político de Roma, enquanto esti-
vesse no poder. Atuava, ainda que boa parte de suas escolhas partiam
de interesses pessoais, com conselheiros, que variavam de senadores
de confiança até a plebeus comuns, ou até escravos. Não se tratava
de um conselho oficial, tecnicamente falando, apenas de pessoas que
rondavam o cotidiano do Imperador e às vezes eram consultadas sobre
a viabilidade das ideias do chefe de Estado. (Eck, 2000)
No tocante ao direito, segundo Garnsey e Saller (1987), havia
um corpo jurídico estruturado para corresponder às demandas judiciais
do Império e das províncias, ainda que não houvessem funcionários su-
ficientes para tal. Cidadãos não romanos deveriam respeitar a lei local,
a tradição regional, enquanto os cidadãos romanos estavam sujeitos
à jurisdição de Roma. Vale lembrar, então, que o Imperador não tinha,
por sua vez, poder judiciário em sua mão. Ao contrário de outras civili-
zações já estudadas, como a egípcia e a hebraica, onde o Rei obtinha
em suas mãos os três poderes – se usarmos como base a concepção
de Montesquieu –, em Roma o poder judiciário não lhe é competente.
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
GRÉCIA
Até os nossos dias, os autores gregos são tidos como dos mais
importantes e inteligentes que já habitaram a Terra. Seus interesses
variavam da filosofia à astronomia, das ciências da natureza à política,
da comédia à tragédia.
É enorme a lista de figuras gregas que ainda são amplamente
estudadas por suas contribuições no conhecimento do ser humano. Na
tradição ocidental, ao lado dos romanos, foi a maior contribuinte para
a sua formação. Os resquícios das influências gregas permanecem
até o dia de hoje. Termos como amor platônico, ou o juramento de
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
36
sobre a política – alguns dos quais trataremos de maneira mais acintosa
posteriormente – foi com a democracia que os gregos definitivamente
moldaram o pensamento político mundial.
A própria origem da palavra democracia vem do grego. Segun-
do Renato Janine Ribeiro (Publifolha, 2001)
A palavra democracia vem do grego (demos, povo; kratos, poder) e significa
poder do povo. Não quer dizer governo pelo povo. Pode estar no governo
uma só pessoa, ou um grupo, e ainda tratar-se de uma democracia — desde
que o poder, em última análise, seja do povo. O fundamental é que o povo
escolha o indivíduo ou grupo que governa, e que controle como ele governa.
(p. 8)
A eleição cria distinções. Se escolho, pelo voto, quem vai ocupar um cargo
permanente - ou exercer um encargo temporário —, minha escolha se pauta
pela qualidade. Procuro eleger quem acho melhor. Mas o lugar do melhor é
na aristocracia! A democracia é um regime de iguais. Portanto, todos podem
exercer qualquer função (p 8)
38
Outrossim, a civilização grega roga ao mundo moderno duas
grandes participações no que tange ao campo da ciência e da teoria
política. Em primeiro lugar, o conceito de democracia, a ideia de um
governo de todos – ou pelo menos da maioria.
Nunca antes na história da humanidade havia surgido um pen-
samento tão diferenciado em termos políticos. Era impensável, num
mundo rodeado de monarquias, rodeado de líderes centralizadores e
em muitos casos, déspotas, um regime de governo que abrangesse
como interesse primário os anseios da maior parte da população.
Por último, mas não menos importante, a contribuição filosó-
fica dos gregos é imprescindível à teoria política. Sem Platão, Sócra-
tes, Aristóteles, dentre outros, os debates a respeito da democracia, da
justiça, da moral e dos valores éticos perderia muito. Sem os gregos,
o conhecimento ocidental sofreria uma perda inimaginável. É possível
dizer até que, sem o pensamento dos gregos, sem suas observações
filosóficas, talvez nunca descobríssemos valores tão importantes e tão
em voga nesse século XXI, como a ética e a justiça.
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ABOTT, Frank F. A history and description of Roman politi-
cal institutions.Boston: Adamant Media Corporation, 2001
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2015 - Banca: Unicamp Órgão: Unicamp Prova: Vestibular
Nível: Médio.
Apenas a procriação de filhos legítimos, embora essencial, não
justifica a escolha da esposa. As ambições políticas e as necessi-
dades econômicas que as subentendem exercem um papel igual-
mente poderoso. Como demonstraram inúmeros estudos, os diri-
gentes atenienses casam-se entre si, e geralmente com o parente
mais próximo possível, isto é, primos coirmãos. É sintomático que
os autores antigos que nos informam sobre o casamento de ho-
mens políticos atenienses omitam os nomes das mulheres despo-
sadas, mas nunca o nome do seu pai ou do seu marido precedente.
Adaptado de Alain Corbin e outros, História da virilidade, vol. 1.
Petrópolis: Vozes, 2014, p. 62.
Considerando o texto e a situação da mulher na Atenas clássica,
podemos afirmar que se trata de uma sociedade:
a) Na qual o casamento também tem implicações políticas e sociais
b) Que, por ser democrática, dá uma atenção especial aos direitos da
mulher
c) Em que o amor é o critério principal para a formação de casais da
elite
d) Em que o direito da mulher se sobrepõe ao interesse político e social
QUESTÃO 2
Ano: 2017 - Banca: IBADE Órgão: SEE-PB Prova: Professor de
Educação Básica 3 - História Nível: Superior.
“As formas clientelistas atravessaram a industrialização dos anos
1940-50, a ditadura militar e, como se viu, as quase três décadas
de democracia sob a Constituição de 1988, para desembocar neste
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 3
Ano: 2018 - Banca: CESPE Órgão: SEDUC-AL Prova: Professor –
História Nível: Superior.
O papel civilizador do Egito foi reconhecido logo na Antiguidade.
As vias e os meios, as fases e os modos através dos quais os an-
tigos Egípcios garantiram, ao longo de cerca de quatro milênios,
a sua produção e reprodução sociais são amplamente descritos
e comentados nas obras. Para além de ter fornecido ao Egito os
homens e as culturas a partir dos quais este se tornou no florão
na antiguidade, o espaço núbio-sudanês foi vital para o país dos
faraós.
BabacarSall. Estado das investigações acerca da antiguidade afri-
cana. In: BabacarMbayeDiop e DoudouDieng. A consciência his-
tórica africana. Lisboa: Ramada; Luanda: Mulemba, 2014, p. 133
(com adaptações)
Considerando o texto anteriormente apresentado como referência
inicial e os aspectos inerentes à história da África na antiguidade,
julgue o item seguinte.
O Egito faraônico deixou como legado para a humanidade contri-
buições importantes para os campos da história e da religião, em-
bora suas contribuições em outras áreas, como na filosofia e nas
ciências, tenham sido irrelevantes.
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
c) Certo
e) Errado
QUESTÃO 4
Ano: 2018 - Banca: CESPE Órgão: SEDUC-AL Prova: Professor -
História Nível: Superior.
Considerando o texto anteriormente apresentado (Questão 3)
como referência inicial e os aspectos inerentes à história da África
na antiguidade, julgue o item seguinte.
A organização da agricultura, o desenvolvimento da escrita, a for-
42
mação de um Estado unificado, a racionalização dos trabalhos de
infraestrutura e a criação de sistemas cosmogônicos complexos
são expressões consideradas relevantes na história do Egito An-
tigo.
c) Certo
e) Errado
QUESTÃO 5
Ano: 2017 - Banca: CESPE Órgão: SEDF Prova: Professor de Edu-
cação Básica - História Nível: Superior.
A Antiguidade Clássica construiu os alicerces sobre os quais se
erigiria a Civilização Ocidental. O longo período que se segue à
desintegração do Império Romano, a Idade Média, viu florescer um
sistema baseado na terra e em relações sociais servis, quando o
poder político se fragmenta e a Igreja Católica torna-se cultural-
mente hegemônica. O início dos tempos Modernos assinala a ex-
pansão europeia, de que decorreu a incorporação da África e da
América à história do Ocidente. A partir da Revolução Industrial, o
capitalismo tende a unificar o mundo, mas gera conflitos e oposi-
ção, de que seriam exemplos marcantes as duas guerras mundiais
do século XX e a Revolução Russa de 1917. No Brasil, a “República
que não foi” atravessa o século XX e chega ao século XXI entre
avanços e recuos, alternando estabilidade com contextos de seve-
ras crises.
Tendo as informações do texto 15A1CCC como referência inicial e
considerando aspectos marcantes da história mundial e do Brasil,
julgue o item a seguir.
A Roma Antiga notabilizou-se pela capacidade de construir um gi-
gantesco império a partir de sua unificação política, algo que os
gregos jamais conseguiram produzir, ou seja, um Estado.
c) Certo
e) Errado
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 6
Ano: 2018 - Banca: Quadrix Órgão: SEDF Prova: Professor de Edu-
cação Básica - História Nível: Superior.
Filosofia, teatro e democracia formam, entre outros aspectos sig-
nificativos, o extraordinário legado cultural da Grécia Antiga para
o Ocidente.
c) Certo
e) Errado
43
QUESTÃO 7
Ano: 2017 - Banca: Quadrix Órgão: SEDF Prova: Professor de Edu-
cação Básica - História Nível: Superior.
Alguns dos mais importantes fundamentos da civilização ociden-
tal foram lançados na Antiguidade Clássica (Grécia e Roma). Esse
legado apresenta-se em múltiplos aspectos, entre os quais podem
ser citados as artes, a filosofia, a política e o direito. Nos mil anos
que se seguem à queda de Roma, a Europa se ruraliza, a econo-
mia mercantil sofre grande refluxo e verifica-se a ascendência, não
apenas religiosa, de uma instituição centralizada e de extrema ca-
pilaridade – a Igreja Católica. A Baixa Idade Média anuncia profun-
das transformações que atingem a culminância no início da Idade
Moderna. Entre os séculos XVI e XVIII, o Ocidente se reinventa geo-
gráfica, política e culturalmente. Em fins do século XVIII, a partir da
Inglaterra, a Revolução Industrial inaugura uma nova era para uma
história crescentemente globalizada.
Tendo as informações acima como referência inicial, julgue o item,
relativo à história do mundo ocidental.
Apesar da grandiosidade do império que conseguiu construir,
Roma foi incapaz de deixar um legado cultural original, o que pode
ser explicado pelo fato de ter adotado leis, crenças religiosas e
costumes dos povos conquistados
c) Certo
e) Errado
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
Fonte: UOL
Data: 07 nov. 2017.
Leia a notícia na íntegra: <https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/
deutschewelle/2017/11/07/arqueologos-descobrem-academia-da-gre-
cia-antiga-no-egito.htm>
NA PRÁTICA
46
FORMAS DE GOVERNO E
CORRENTES POLÍTICAS
No capítulo anterior, pudemos nos debruçar sobre as primei-
ras civilizações e como cada uma delas contribuiu para a formação do
pensamento político posterior. Suas experiências, sucessos e fracassos
repercutiram nas decisões e reflexões políticas que surgiram depois.
Tais experiências serviram de base, ou, em algum momento,
foram analisadas por grandes pensadores e filósofos políticos com o
passar do tempo, para dar luz às novas formas de governo e novas
teorias a respeito de como deve funcionar a política.
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
47
MONARQUIA
48
é o escolhido da divindade por ser o mais capaz de dar continuidade às
orientações divinas. Nesse modelo, o rei rege de acordo com princípios
– muitas vezes manipuláveis por sua vontade e da elite sacerdotal – já
estabelecidos culturalmente. Essa linha de monarquia será base para
as monarquias da idade média, só que dessa vez alinhadas por um forte
cristianismo e uma Igreja poderosa.
Monarquia romana: é o modelo adotado pelo Império Romano.
Antes da transição para a República, Roma seguia uma monarquia nos
padrões das antigas civilizações: monarca escolhido por sinais pelas
divindades, que tem amplos poderes para gerir os rumos de seu povo.
A primeira diferença é que no caso Romano, há a instituição do Senado,
que servia como conselheira e também como órgão legislativo, capaz
de criar leis e vetar projetos do rei. Assim, a monarquia romana foi, até
a transição para a República, de certa forma, limitada. Após a coroa-
ção de Otavio Augusto, entretanto, dando fim ao período republicano do
Império, onde a monarquia não vigorou, esta retorna. Porém, agora, a
monarquia romana não encontrava mais limites. O imperador obtinha
plenos poderes para controlar a sociedade. O Senado ainda existia,
mas mitigado pelas ameaças militares, encolheu-se em figura passiva
no que tange às decisões políticas. Não obstante, durante o Império,
Roma vive uma monarquia que convive com o Senado, ainda que o
poder efetivamente estivesse apenas na mão de um.
Monarquia medieval/feudal: Para compreender a transição da
monarquia primitiva e romana para a medieval, é necessário olhar aten-
to para os povos germânicos. Se antes o Rei tinha atribuições milita-
res em primeiro lugar, é nessa época que passam a se preocupar da
mesma forma com as questões políticas. O ponto de encontro entre as
experiências monárquicas se daria com Carlos Magno, visto por muitos,
como figura central na história, por seu papel na unificação dos territó-
rios europeus do ocidente sob um só reino. Nesse modelo monárquico,
a religião continua exercendo forte papel. Dessa vez, sob o aspecto do
cristianismo, a Igreja Católica foi capaz de legitimar diversos reis nessa
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
época.
A antiga monarquia germânica pautava seu líder a partir de
critérios qualitativos, afastando-se um pouco da religião. Acredita-se in-
clusive que os reis não tinham tanta capacidade de governo, pois, eram
acometidos por satisfazer os anseios de grupos políticos – muito ricos
– capazes de pôr em risco a vida do monarca. Assim, o monarca go-
vernava de acordo com os interesses dos grupos que lhe ameaçavam
e controlavam seus movimentos. Com Carlos Magno isso muda, pois,
ao salvar o Papa e restituí-lo ao poder, na mudança do século VIII para
o IX, o Pontífice lhe consagra Imperador de Roma. Com isso, Carlos
49
Magno deixa de ser uma escolha qualitativa para – como vimos em
civilizações antigas – ser a escolha divina, legitimada pela ação papal.
Esse movimento atrela a Igreja ao monarca, pois, legitimado por Deus
e Cristo, governo nenhum poderia ser abatido, portanto, para a Igreja
essa ação gera muitos frutos, posto que, para legitimar os reis, recebia
inúmeros privilégios.
As tratativas de Carlos Magno para manter-se no poder se ar-
rastam. Praticamente ‘dono’ da Europa, compreende o monarca de que
precisa de uma estrutura política e social que lhe permita ser o rei de
todos. Ainda que houvesse a legitimação religiosa sobre seu trono, seus
territórios eram tão extensos que a notícia é recebida de diferentes ma-
neiras em cada localidade.
50
va fusão com os grupos românicos dominados) e, do outro lado, porque
o ligame nacional não servia mais para um soberano que dominava uma
série denationes diversas e hostis entre si. Foi, assim, necessário recorrer,
como instrumento de Governo, ao nexo feudal (v. FEUDALISMO), recurso
que consagrava o novo fundamento real do poder numa sociedade agrária
desagregada, isto é, o controle e, em seguida, a posse da terra (Bobbio et.
al., UnB, 1998, p. 778).
51
enquanto fosse possível conservar — a ordem social e política originária da
baixa Idade Média. (Bobbio et. al., UnB, 1998, p. 780)
53
Nesse sentido, pode-se afirmar que
Muitas nações até hoje têm como forma oficial de Estado a mo-
narquia. Muito além do Reino Unido da famosa rainha Elizabeth II, mais
de vinte países ainda possuem famílias reais no poder.
DEMOCRACIA
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
54
do entre todos os cidadãos plenos de direito. Assim, é o modelo mais
“puro” de democracia, onde não se tem representatividade, uma vez
que o cidadão é a própria essência da democracia. O argumento que
sustentou essa versão democrática se baseava, segundo os gregos,
no princípio da liberdade. Segundo eles, a liberdade de escolher a res-
peito dos futuros passos de sua civilização, eram os maiores indícios
de que eram livres. Dessa forma, com esse argumento da liberdade,
entendiam que apenas a democracia poderia, politicamente, alcançá-la.
Platão, como veremos adiante, não pensava assim, mas sua divisão
política nas suas obras filosóficas é imprescindível. Platão separava a
política em aristocracia, timocracia, oligarquia, democracia e tirania, no
qual nem considerava a democracia como uma forma boa de governo,
preferindo o modelo aristocrático, onde, segundo sua linha de pensa-
mento, somente os melhores teriam acesso à política.
Se o modo grego marcou época por seus argumentos pró-li-
berdade, é com o modo Romano de interpretar a democracia que se
tem contato com a idéia de soberania. Isso porque os juristas romanos
se baseiam na idéia de que, se é o povo quem confere legitimidade aos
governantes, o poder emana deste. E se o poder emana do povo, esse
poder deve ser do povo. O povo é o próprio criador do direito e o legíti-
mo responsável por sua manutenção. Doravante,
Esta teoria, assim já tão bem elaborada por Marsílio [de Pádua, pensador
medieval], segundo o qual, dos dois poderes fundamentais do Estado — o
legislativo e o executivo —, o primeiro enquanto pertença exclusiva do povo
é o poder principal, enquanto que o segundo, que o povo delega a outros sob
forma de mandato revogável, é poderderivado, e um dos pontos cardeais das
teorias políticas dos escritores dos séculos XVII e XVIII. Estes são conside-
rados com razão os pais da Democracia moderna. Há, apesar de tudo, entre
Locke e Rousseau, uma diferença essencial na maneira de conceber o poder
legislativo: para Locke, este deve ser exercido por representantes, enquanto
que para Rousseau deve ser assumido diretamente pelos cidadãos (Bobbio
et. al., UnB, 1998, p. 322) Grifos nossos
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
55
acordo com seus interesses cidadãos que, imbuídos do poder concedi-
do pelo voto – podemos perceber o argumento romano de legitimidade
–, devem atuar de forma a defender o bem comum, que dessa vez se
sustenta nas idéias gerais que levaram esse indivíduo ao poder.
Há outras possibilidades de se dividir a democracia. Seguem
algumas distinções possíveis
56
“Democracia despolitizada”, segundo o comportamento não competitivo das
elites se junte a uma cultura fragmentada ou homogênea. A Democracia con-
sociativa tem seus maiores exemplos na Áustria, Suíça, Holanda e Bélgica
e foi chamada, tendo em vista especialmente o caso suíço, de concordante
(concordant democracy, Konkordanzdemokratie) e definida como o tipo de
Democracia em que acontecem entendimentos de cúpula entre líderes de
subculturas rivais para a formação de um Governo estável. (Bobbio et. al.,
UnB, 1998, p. 327)
E a última:
Descendo a um nível ainda mais profundo, que é o nível das estruturas da
sociedade inferior, Gabriel Almond distinguiu três tipos de Democracia: a)
Democracia de alta autonomia dos subsistemas (Inglaterra e Estados Uni-
dos), entendendo-se por subsistemas os partidos, os sindicatos e os grupos
de pressão, em geral; b) Democracia de autonomia limitada dos subsistemas
(França da III República, Itália depois da Segunda Guerra Mundial e Alema-
nha de Weimar); c) Democracia de baixa autonomia dos subsistemas (Méxi-
co). Modelos ideais mais do que tipos históricos são as três formas de Demo-
cracia analisadas por Robert Dahl no seu livro A prefacetodemocratictheory
(1956): a Democracia madisonianaque consiste sobretudo nos mecanismos
de freio do poder e coincide com o ideal constitucional do Estado limitado
pelo direito ou pelo Governo da lei contra o Governo dos homens (no qual
sempre se manifesta historicamente a tirania); a Democracia populista, cujo
princípio fundamental é a soberania da maioria; a Democracia poliárquica
que busca as condições da ordem democrática não em expedientes de ca-
ráter constitucional, mas em pré-requisitos sociais, isto é, no funcionamento
de algumas regras fundamentais que permitem e garantem a livre expressão
do voto, a prevalência das decisões mais votadas, o controle das decisões
por parte dos eleitores, etc.(Bobbio et. al., UnB, 1998, p. 328)
tica. Assim, o que tem pele de democracia, não passa de uma oligar-
quia camuflada, onde a mesma classe está sempre no poder, com raras
alterações. Onde uma minoria continua com o poder para efetuar as
decisões políticas de maior impacto na sociedade.
REPÚBLICA
57
Janine Ribeiro (Publifolha, 2001b) é
58
que em tempos antigos, rivalizou com a monarquia, porém, atualmente
encontrou empecilhos à sua desenvoltura no patrimonialismo e na cor-
rupção.
MARXISMO
Comunismo
59
de significar apenas dinheiro, mas também poder, patrimônio e influên-
cia. Cabe ressaltar que Marx produz sua obra em um contexto histórico
pós-revolução Francesa e com muitas instabilidades políticas ocorren-
do na Europa. Assim, retornando, ao acumular muitas riquezas, a clas-
se burguesa não consegue dar cabo de revertê-la em dinheiro, pois
não há tanta demanda. Isso impulsiona a classe proletária a fixar-se
numa pobreza generalizada. Essa desigualdade se torna o ponto cen-
tral da idéia marxista de comunismo. Segundo ele, a propriedade priva-
da deveria ser abolida, de forma que só houvesse o Estado, que seria
comandado pelos proletários, que insatisfeitos com a perseguição e a
submissão aos burgueses, iriam se rebelar para deflagrar um governo
conduzido pela classe proletária: a ditadura do proletariado. Tal ditadura
não ficaria perpetuamente no poder, sendo necessária enquanto hou-
vesse resquícios de capitalismo no território. Sanado o problema polí-
tico, as desigualdades seriam combatidas quando todos fossem servir
à classe proletária através do Estado, fornecendo o que fosse possível
e, em troca, recebendo o suficiente para conter suas necessidades. As-
sim, a ideia de que o comunismo deseja tirar os bens dos ricos para
os pobres, é falaciosa. Em sua essência, usando de linhas gerais, não
haveria propriedade privada, nem acumulação de capital, porém, have-
ria distintos trabalhos e distintos modos de vida. De igualdade, só o di-
reito, pois, ainda existiria divisão social do trabalho e ainda haveria uma
distribuição de renda e bens, por parte do Estado, para suprir todas as
necessidades dos integrantes da sociedade.
Apesar do atrativo discurso comunista, que se expandiu rapi-
damente após a publicação das obras de Marx e Engels, ainda não hou-
ve experiência comunista concreta que conseguisse dar prosseguimen-
to aos ideais comunistas em uma sociedade. Como já citadas, todas
as experiências comunistas até os dias atuais resultaram em governos
despóticos, pautados no medo, na fome e na morte.
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
Socialismo
60
ditadura do proletariado ou uma revolução. Seria a versão moderada
de combater as desigualdades sociais, que poderia ser alcançada via
democracia, onde um líder socialista promoveria medidas para redu-
zir índices de desigualdade em seu território. Seu acesso poderia se
dar em eleições abertas, pois o socialismo, mais do que uma forma de
governo, se trata de uma plataforma para inibir a desigualdade social.
(Bobbio et. al., 1998).
Embora no seu surgimento na obra marxista, o socialismo te-
nha sido confundido com o comunismo, foi com o passar dos anos que
se evidenciaram algumas distinções. O socialismo, portanto, de caráter
mais científico, rogava por organizações de cunho proletário como for-
ma de adentrar na política. No caso do comunismo, essas organiza-
ções, tais quais sindicatos, se elevavam ao poder com a transformação
de um Estado em comunista. No caso do socialismo, incentiva-se a
criação desses órgãos, porém, como auxiliares na luta pela defesa do
proletariado, para integrarem a engrenagem política de maneira que os
interesses do proletário fossem defendidos, e como possível transição
para posteriormente houvesse a fundação de um Estado comunista.
(Bobbio et. al., 1998).
Os governos socialistas obtiveram grande sucesso político ao
redor do globo terrestre. Por seu caráter próximo da democracia, que
culminou com o surgimento do termo social-democracia, com discursos
que pretendiam intervenção estatal na economia e na sociedade com
objetivo de justiça social, o socialismo conseguiu alavancar diversos
governos.
No Brasil, os mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(2003-2010) são um exemplo de social-democracia implantada com su-
cesso. Apesar dos escândalos de corrupção que até hoje são investiga-
dos, seus mandatos conseguiram alcançar, através de plataformas so-
ciais como o Fome Zero e o Bolsa Família, resultados que combateram
com afinco a desigualdade e a miséria no Brasil. Esses movimentos de
intervenção econômica do Estado, para combater a desigualdade, são
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
61
de aprovação popular são boas.12
TOTALITARISMO
62
Nesse modelo de governo, não há lei em voga, no máximo
existe um ordenamento que funciona apenas de maneira figurativa. O
arbítrio é do Estado, que caça inimigos em seus territórios todo momen-
to, em busca de sustentar uma ideologia. Quem manda no Estado é o
medo.
Sim, não há totalitarismo sem alguma ideologia entrelaçada. O
totalitarismo parte do extremismo dos representantes de devida ideolo-
gia que ascendem ao poder. Uma vez lá, não admitem críticas ou oposi-
ções, suprimindo qualquer manifestação que não cumpra com os requi-
sitos da ideologia. Da ideologia passa-se à doutrinação das massas. A
indústria cultural, então, alcança importante participação nesse objetivo,
colaborando na construção dessa ideologia no imaginário do povo.
O caráter de sigilo também é adotado no regime totalitário. A fi-
lósofa chega a comentar que quanto maior o sigilo de uma organização,
de uma atividade do Estado totalitário, maior poder ela terá, enquanto o
caminho inverso enfraquece a magnitude do poder dessa atividade ou
organização. (Arendt, 1989).
No totalitarismo, há uma estatização em massa e também um
brutal aparelhamento do Estado. É necessário que o governo totalitário
tenha total controle da produção industrial e cultural do Estado, para
que assim, possa agir de acordo com a ideologia que defende. As insti-
tuições devem funcionar sempre alinhadas com a ideologia do Estado,
e há sempre a criação ou transformação de uma unidade em Polícia
Política, com atribuições exclusivas de encontrar os inimigos do Estado
a qualquer custo. Uma vez capturados os inimigos – muitas vezes de
forma arbitrária e sem nexo causal – devem confessar, entregar outros
inimigos, contribuir para a ideologia. Uma vez feito isso, são descar-
tados. Os mais sortudos vivem para trabalhar em campos de concen-
tração, onde até os inimigos do Estado atuam para manter a máquina
totalitária funcionando, trabalhando horas a fio em assentamentos do
governo para produzir e colaborar com o regime. Os menos sortudos
são torturados até a morte, quando não executados. A pena é fria e ins-
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
NAZISMO
64
mundial, começa a encontrar eco.
O discurso de Hitler é pautado em restabelecer a honra da Ale-
manha, em promover emprego, renda e honra ao cidadão alemão. Em
lutar contra os europeus que haviam colocado em ruínas sua nação, e
em se livrar da ameaça judia, que cada vez mais conspirava para o fim
da Alemanha.
Após a tentativa fracassada de um golpe, Hitler vai preso, mas,
ao sair da cadeia, encontra mais respaldo em sua argumentação. Os
anos na cadeia propiciam a escrita de seu livro – que será visto adiante
– Minha Luta, no qual revela seus objetivos para a Alemanha e demons-
tra como conseguiu compreender sua tarefa como político: ora, vendo
a sua nação sangrar, na miséria e na fome, deveria fazer algo, deveria
lutar até o fim pela soberania de sua nação. O detalhe é que Hitler não
era alemão, era austríaco. (Fest, 2011)
Cresce a popularidade de Hitler e com o declínio da política
republicana, em 1933, ele assume o posto de chanceler. Pouco depois,
por manobras políticas, assume o comando total do Estado. Está ins-
taurado o nazismo. (Fest, 2011)
As indústrias são estatizadas e seus índices econômicos são
muito bons, há emprego, menos fome e uma indústria que volta a ser
forte. Hitler não obedece ao tratado de Versalhes e passa a produzir
material bélico. Com maestria política começa a anexar territórios que a
Alemanha havia perdido em tempos passados. (Evans, 2017)
Acordos políticos passam a ser tecidos com líderes de outras
nações. Aproxima-se de Franco e Mussolini. Consegue ludibriar a Liga
das Nações para anexar mais territórios. Chega até a acordar com Sta-
lin, seu maior inimigo não declarado, um pacto de não agressão, que
descumpriria anos mais tarde. (Fest, 2011)
Nesse ínterim, o nacional-socialismo declara guerra ao comu-
nismo, apesar do caráter paradoxal que se forma pela aliança com Sta-
lin. Dentro da Alemanha, comunistas são perseguidos e deportados –
quando não presos e executados arbitrariamente.
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
Saiba mais:
Filme sobre o assunto: A Onda (Dennis Gansel, Itália, 2008)
Na literatura: Ele está de volta, Timur Vermes
Acesse os links: <http://observatoriodaimprensa.com.br/ca-
tegory/memoria-do-holocausto/> e <http://www.fgv.br/CPDOC/BUSCA/
dicionarios/verbete-tematico/nazismo-no-brasil>
Observação: Entender o nazismo é entender a história política
em sua faceta mais sombria. Assim, todo conhecimento para compreen-
der o passado e não repeti-lo, é útil à sociedade.
FASCISMO
67
avançando para alcançar o totalitarismo. Menos de um ano após a mor-
te do deputado, a democracia italiana já sucumbia ao poderio fascista.
(Paris, 1993)
Nesse regime, assim como no nazismo, não havia eleição,
mas sim um unipartidarismo, dominado pela ideologia no poder. A eco-
nomia se pautava em um espectro misto. Haviam empresas privadas e
estatizadas, porém as empresas privadas eram ligadas à uma elite que
se compadecia do discurso fascista. Caso contrário, era estatizada. O
interesse econômico podia ser o lucro, mas em segundo plano. No pri-
meiro plano, o interesse nacional deveria prevalecer. (Paris, 1993)
Apesar de ter abolido o sindicalismo, até por sua postura an-
timarxista, o regime fascista do Duce – como Mussolini gostava de ser
chamado – criou sindicatos de cunho nacional, controlados pelo Estado,
suprimindo dessa forma qualquer tentativa de greve ou de revolta so-
cial. (Bertonha, 2017)
Assim, num panorama geral, o fascismo foi uma forma de go-
verno totalitária, mais à direita no espectro político, de cunho ultranacio-
nalista - assim como o nazismo de Hitler - que sob as rédeas de Mus-
solini, encontrou todas as características que figuram em um governo
totalitário: desde o governo pelo medo até a supressão de direitos civis,
pois o controle deveria ser do Estado.
AUTORITARISMO
68
de suas liberdades. Em suma, existem, mas não sabem se ou como
funcionam. D) Por último, um pluripartidarismo limitado, para fomentar
uma aparência de democracia. Na realidade, essa democracia de fa-
chada permite uma oposição moderada e muitas vezes manipulada pe-
los interesses de quem comanda o regime autoritário. (Skidmore, 2003)
No campo da política há também um discurso geralmente na-
cionalista, que fomenta a política e a economia interna. De forma pare-
cida com o totalitarismo, o autoritarismo também preza por um capita-
lismo interventivo, onde o Estado atua nas orientações econômicas da
nação, mas ao contrário do primeiro, é mais tolerante com as classes
trabalhadoras.
Durante a história, houve experiências com essa forma de go-
verno. No Brasil, o regime militar (1964-1985) é talvez o maior exemplo
de regime autoritário, uma vez que são nítidas as quatro características
citadas acima. Há também experiências desse modo na Argentina, no
Chile e no Uruguai. Todas começaram na mesma época e se encerra-
ram em épocas distintas. De similar entre elas, fica o forte argumento
da influência norte-americana, que em plena guerra fria, financiava os
regimes autoritários desde que no tocante à legitimidade, o discurso
fosse pautado em um anticomunismo. (Napolitano, 2014)
ANARQUISMO
69
quico. Segundo essa linha, a sociedade se pautaria numa autogestão,
onde o povo se reuniria em grupos para deliberar, em uma situação
análoga à democracia direta que vimos anteriormente. Para isso, é ne-
cessária disciplina e responsabilidade, pois o interesse do indivíduo,
apesar de se tratar de uma prioridade, não pode afetar a liberdade do
outro indivíduo, sendo que ambos devem encontrar uma harmonia no
convívio. (Woodcock, 2002)
Pauta importante do anarquismo concerne à educação. Se em
regimes que defendem o Estado, a ideia é implantar uma linha de edu-
cação pautada na moral e nos bons costumes, para atrelar os jovens
à linha ideológica estatal, no anarquismo ocorre o oposto. A educação
proposta é libertária, consagrando à juventude o direito básico de sua li-
berdade e suas consequências, para que as próximas gerações saibam
aprimorar, manter a amadurecer o ideal anárquico dentro da sociedade.
(Proudhon, 1998)
A anarquia é a única forma de governo que ainda não passou
por experiências concretas na história. Ainda que existam movimentos
anarquistas por todo o globo terrestre, ainda não houve local em que
esse pensamento logrou êxito em transformar suas ideias do mundo
teórico em ações práticas.
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
70
ARENDT, Hannah. Da Violência. Brasília: UnB, 1985
_____________. Origens do Totalitarismo: São Paulo: Cia
das Letras, 1989.
71
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: UDESC Órgão: UDESC Prova: Vestibular Nível:
Médio.
Leia o texto a seguir:
“Todo poder vem de Deus. Os governantes, pois, agem como mi-
nistros de Deus e seus representantes na terra. Consequentemen-
te, o trono real não é o trono de um homem, mas o trono do próprio
Deus.
Resulta de tudo isso que a pessoa do rei é sagrada, e que atacá-lo
de qualquer maneira é sacrilégio. (...)
O poder real é absoluto. O príncipe não precisa dar contas de seus
atos a ninguém.”
(Jaques-BénigneBossuet, 1627-1704)
Assinale a alternativa que apresenta a forma de governo à qual o
trecho se refere.
a) Democracia representativa
b) Monarquia constitucional.
c) Absolutismo monárquico.
d) República Monarquista.
e) Monarquia populista religiosa
QUESTÃO 2
Ano: 2017 Banca: FACASPER Órgão: FACASPER Prova: Vestibular
Nível: Médio.
Em um Estado absolutista, o crime maior é o de infidelidade, é a
inconfidência, o crime de lesa-majestade. A vontade do sobera-
no é um princípio que, por si, justifica as medidas tomadas pelos
agentes do Estado. Foi na França que o absolutismo atingiu o seu
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 3
Ano: 2016 Banca: UNITAU Órgão: UNITAU - Medicina Prova: Vesti-
bular Nível: Médio.
“No nazismo, temos um fenômeno difícil de submeter à análise ra-
cional. Sob um líder que falava em tom apocalíptico de poder ou
destruição mundiais, e um regime fundado numa ideologia abso-
lutamente repulsiva de ódio racial, um dos países mais cultural e
economicamente avançados da Europa planejou a guerra e lançou
uma conflagração mundial que matou mais de 50 milhões de pes-
soas”.
KERSHAW, Ian, 1993, p.3-4, apud HOBSBAWM, Eric.A era dos ex-
tremos. São Paulo: Companhia das Letras, 1993, p.113.
Em linhas gerais, podemos caracterizar a ideologia nazista como
a) nacionalista e pluripartidarista
b) racista e internacionalista
c) marxista e pacifista
d) estadista e anticapitalista
e) nacionalista e anti-comunista
QUESTÃO 4
Ano: 2015 Banca: UDESC Órgão: UDESC Prova: Vestibular Nível:
Médio.
Ditadura s.f. (1563 HPint I 328) 1. Governo autoritário exercido por
uma pessoa ou um grupo de pessoas, que tomam o poder des-
respeitando as leis em vigor, com supremacia quase absoluta do
poder executivo, apoiado pelas forças armadas, e com o poder
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 5
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
Ano: 2014 Banca: UPF Órgão: UPF Prova: Vestibular Nível: Médio.
Leia alguns dos artigos do Tratado de Versalhes:
Art. 45 – (...) a Alemanha cede à França a propriedade absoluta,
com direitos exclusivos de exploração, desimpedidos e livres de
todas as dívidas e despesas de qualquer tipo, as minas de carvão
situadas na bacia do rio Sarre.
Art. 119 – A Alemanha renuncia em favor do Principal Aliado e das
Potências Associadas todos os seus direitos e títulos sobre as
possessões de ultramar. Art. 198 – As forças armadas da Alemanha
não devem incluir quaisquer forças militares ou navais.
74
Art. 232 – Os Governos Aliados e Associados exigem e a Alemanha
promete que fará compensações por todos os danos causados à
população civil das Potências Aliadas e Associadas e a sua pro-
priedade durante o período de beligerância de cada uma.
(MARQUES, Adhemar; BERUTTI, Flávio; FARIA, Ricardo. História
Contemporânea através de textos. São Paulo: Contexto, 2008, p.
115-117)
A partir da leitura dos artigos transcritos, é correto afirmar que o
Tratado de Versalhes:
a) encerrou a Segunda Guerra Mundial, fazendo com que a Alemanha
perdesse as colônias ultramarinas para os países Aliados.
b) extinguiu a Liga das Nações, propondo a criação da Organização
das Nações Unidas (ONU) em 1945, com o objetivo de preservar a paz
mundial.
c) estimulou a competição econômica e colonial entre os países euro-
peus, resultando na Primeira Guerra Mundial
d) permitiu que as potências aliadas dividissem a Alemanha no fim da
Segunda Guerra Mundial, em quatro zonas de ocupação: francesa, bri-
tânica, americana e soviética.
e) impôs duras sanções à Alemanha, no final da Primeira Guerra Mun-
dial, fazendo ressurgir um nacionalismo exacerbado e reorganizando as
forças políticas do país.
QUESTÃO 6
Ano: 2011 Banca: USF Órgão: USF Prova: Vestibular Nível: Médio.
No sentido comum, a anarquia sempre foi o caos, a desordem. A
palavra transformou-se em sinônimo de bagunça e os cronistas
e historiadores de hoje jamais lograram repor o significado veraz
de um passado glorioso e, no mínimo, construtivo. Por paradoxal
que pareça, anarquia não é bagunça, muito menos desordem. Mas
não é com apenas uma pequena dose de purgante que se limpam
dois séculos de distorções acumuladas na cabeça dos homens e
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 7
Ano: 2018 Banca: FUVEST Órgão: USP Prova: Vestibular Nível:
Médio.
O futurismo de Marinetti e o fascismo de Benito Mussolini têm em
comum
a) a constatação da falência cultural da Itália, que se agarrou ao pas-
sado romano e ignorou os grandes avanços da Primeira Revolução In-
dustrial.
b) o desejo de proporcionar aos cidadãos italianos o acesso aos bens
de consumo e a implantação do Estado de bem-estar social.
c) o esforço de modernização cultural e a tentativa de demolir as edifi-
cações que restaram do passado romano
d) a valorização e a adoção das bases e dos princípios das teorias re-
volucionários anarquistas e socialistas
e) a glorificação da ideologia da guerra e da velocidade proporcionada
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
Nessa unidade foi possível ver que alguns regimes abrem mão da de-
mocracia e da república, para instaurar governos mais fortes e centra-
lizados. Nesse ínterim, um desses modos de regime é o comunismo.
Apesar do seu discurso político apresentar a defesa do proletariado e
a instauração de uma ditadura dos trabalhadores como forma de tran-
sição para um regime onde há igualdade de condições para todos os
76
cidadãos, abolindo assim a concepção marxista de luta de classes, na
prática essa teoria nunca funcionou. Quais razões podem ser aponta-
das como essenciais para o fracasso do comunismo progredir em suas
experiências históricas?
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
Fonte: BBC
Data: 18 abr. 2003
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
NA PRÁTICA
78
OBRAS CLÁSSICAS DA
TEORIA POLÍTICA
Compreendidas as origens da organização política e anotadas
as principais características das formas de governo que até hoje foram
teorizadas pelo homem, é hora de partir para uma análise mais biblio-
gráfica a respeito do que se tem, em termos clássicos, de produção na
teoria política.
Neste capítulo trataremos das obras mais renomadas publica-
das desde a antiguidade até a contemporaneidade no que diz respeito
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
REPÚBLICA, DE PLATÃO
79
respeito de sua família, sendo que os registros mais palpáveis constam
em seus próprios livros, onde é comum vê-lo citar irmãos e parentes. De
acordo com Diógenes Laércio, Platão recebeu esse nome de um pro-
fessor por apresentar uma condição física de robustez, pois, a palavra
platon de seu nome significaria “grande”. (Blackburn, 2008)
Muito influente no âmbito filosófico, Platão em sua vida adulta
construiu uma academia e aconselhou politicamente na Sicília, que, por
ter um governo que não levou a cabo suas ideias, acabou sendo con-
quistada por estrangeiros.
Na filosofia, área de seu interesse, Platão teve inúmeras con-
tribuições. Árduo defensor de Sócrates e crítico da forma como ocorreu
seu julgamento, o filósofo grego destrinchou muitas palavras à justiça e
à política. Foi também responsável por manter a memória de Sócrates
viva. Sabe-se que Sócrates não legou nenhuma obra escrita, doravan-
te, os relatos da filosofia socrática encontram-se transcritos na obra de
Platão. (Blackburn, 2008)
No campo das ideias, separou a concepção de mundo físico
e mundo metafísico, sendo que se encontra no abstrato que é captado
pela alma a verdadeira realidade. É considerado um dos fundadores da
epistemologia, área da filosofia que se atém à análise dos princípios
do conhecimento científico. Também se inclinou a refletir a respeito da
dialética, por onde visava através de questões, encontrar a verdade.
Em A República (Edipro, 2012), Platão enfoca a política para
traçar alguns pensamentos que vão desde a própria política até a justi-
ça. Nessa obra, Sócrates e dois irmãos de Platão aparecem. Sócrates
argumenta que a felicidade, objetivo maior do ser humano em suas con-
cepções, encontra-se onde há justiça. Prossegue dizendo que é melhor
ser acometido de injustiças e sofrer por isso do que praticar a injustiça.
Platão traz o conceito de solidariedade como princípio da justi-
ça, pois, não há como se alcançar a justiça sem que haja a colaboração
dos indivíduos com o coletivo.
É nessa obra que Platão evoca sua famosa passagem a res-
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
POLÍTICA, DE ARISTÓTELES
81
tro, constata que há, nessa separação, três formas de governar que são
boas para todos, pois visam o bem coletivo, e três formas de governar
que são ruins, em sua concepção, por colocarem os interesses pes-
soais acima dos coletivos. (Lafonte, 2017)
Assim, a monarquia, governo de um, a aristocracia, governo
dos melhores e a politeia, um meio termo entre a democracia e a aris-
tocracia. Esses três modelos eram considerados bons por Aristóteles,
pois visavam o bem comum. A politeia se transforma em sua escolha
natural para um bom governo.
Por outro lado, a tirania, governo de um, a oligarquia, governo
de poucos e a democracia, governo de muitos, eram considerados mo-
delos ruins de governo.
Na obra, Aristóteles também divide os termos escravo de es-
cravidão. Enquanto a escravidão é o ato de obter vencidos de guerra
como propriedade, pois essa era a regra na Grécia, o escravo para
Aristóteles não era esse homem-propriedade, mas sim todo aquele que
não tivesse um propósito de vida e que vivesse mais para os outros do
que para si. (Lafonte, 2017)
Sua obra é de extrema importância no âmbito da teoria política,
pois é nela que se encontra uma conceituação e separação das diversas
formas de governo, acompanhadas das características de cada uma e
das razões, do ponto de vista aristotélico da serventia ou não delas.
O PRÍNCIPE, DE MAQUIAVEL
82
príncipes, e a fortuna, a sorte.
Atribui-se a Maquiavel a frase de que os fins justificam os
meios, algo que nunca esteve presente em sua obra escrita. Absorve-
-se, entretanto, da totalidade de sua obra, um entendimento de que,
para o príncipe manter-se no poder e governar sem dificuldades, muitas
vezes deve agir com força. Diz o próprio Maquiavel (editora ano) que é
preferível ser temido do que amado.
Doravante, a obra maquiavélica tem importância substancial no
campo da teoria política, por discutir como o Estado deveria se desen-
volver e como o príncipe deve se portar, quais princípios deve seguir, à
manutenção de seu poder e a capacidade de alcançar grandes feitos.
Seus esboços sobre a conjuntura política e seu claro entendimento a
respeito do uso da força e da diplomacia, conferem à Maquiavel o status
de maior defensor do absolutismo. Séculos depois e sua obra ainda é
muito atual, servindo de referência para compreender as ações de mui-
tos governos até os dias atuais. (Weffort, 2001)
O LEVIATÃ, DE HOBBES
83
Figura 13 - Representação de um Leviatã - Disponível em: <<https://
pt.wikipedia.org/wiki/Leviat%C3%A3_(monstro)>> Acesso em feverei-
ro/2019
84
não acreditava ser o homem mal por natureza, acreditava que havia
pacificidade por conta da liberdade dos indivíduos. (Weffort, 2001)
Sua obra é importante, pois traz uma visão jusnaturalista, onde
defende que todos os homens têm direitos naturais. Essa ideia que cor-
re nas páginas de sua obra, conflita com a ideia do absolutismo, onde
se rechaça qualquer direito natural, onde o único direito é o do soberano
de governar seu povo. Na obra de Locke, a lógica da formação das so-
ciedades é pautada na ideia de que se principia num acordo coletivo – o
contrato social – para defender seus direitos naturais. Tais direitos com-
punham-se, em primeiro momento, do direito à vida, à propriedade e à
liberdade. Assim, Locke exorta a sociedade a se rebelar contra qualquer
governo tirânico que ameace seus direitos. (Weffort, 2001)
No Segundo Tratado sobre o governo civil (Martin Claret, 2002),
Locke esboça sua ideia de estado liberal, onde reafirma que o dever do
Estado e dos seus governantes é proteger os direitos naturais dos cida-
dãos. Assim, ao falar sobre o direito à propriedade, também conceitua
do que entende por propriedade privada, sendo aquilo conquistado pelo
direito em que o indivíduo atribui valor. Vale ressaltar que Locke sempre
foi um defensor da tolerância religiosa, pois acreditava que o respeito
às crenças, constituía uma defesa do direito à liberdade. (Weffort, 2001)
A obra de Locke, então, é muito importante para a teoria políti-
ca por alguns fatores: ela traz o conceito de estado liberal para o campo
intelectual, algo até então não raciocinado e que seria daí pra frente
analisado, sendo hoje um modelo de governo socialmente aceito em
muitas nações. Suas ideias de direito natural, entretanto, são as mais
importantes. É através delas e da sua defesa de contrato social que
muitas transformações importantes ocorreriam na história. A ampla bus-
ca por uma sociedade isonômica e que respeite a liberdade, encontra
boa parte de sua retórica e construção teórica nos escritos de Locke.
85
ffort, 2001)
Na sua obra Do Contrato Social (L&PM, 2007), Rousseau en-
contra nos exemplos históricos a justificativa para a elaboração de um
novo contrato social. Amparado nas antigas civilizações, onde, em sua
opinião, predominava o consenso, Rousseau exorta a possibilidade de
retomar uma sociedade em que o direito a todos os cidadãos fosse res-
peitado. Criticava a monarquia, pois observava que um modelo político
liderado por apenas um homem, não atinge os interesses da população.
Doravante, era defensor de um sistema onde o povo escolheria a forma
de governo e os representantes, usufruindo de sua liberdade. (Weffort,
2001)
A soberania, na obra de Rousseau, pertence ao homem. É
mais um autor que procura separar o interesse religioso do político, con-
siderando que cada um tem seu espaço na formação da sociedade. Sua
obra também faz uma separação das formas de governo: pautado em
Aristóteles, divide-as em monarquia, aristocracia e democracia. Anali-
sando as características de cada uma, explica qual modelo seria mais
eficaz em cada situação. (Weffort, 2001)
O poder, na obra de Rousseau, seria limitado pela soberania
popular, que através de uma vontade ampla, ratificada pelo desejo da
sociedade, imporia as limitações do governante, assim as ameaças à
liberdade e o desvirtuamento do(s) líder(es) para além do interesse pú-
blico, poderiam ser combatidos de maneira legítima. (Weffort, 2001)
Sua obra, portanto, sustenta-se na história e na filosofia para
apresentar as causas de que o contrato social deveria ser renovado,
com o objetivo de garantir a liberdade do povo. Suas ideias serão re-
tomadas alguns anos depois, com o advento da Revolução Francesa,
praticamente erigida sob os seus ideais.
86
O poder legislativo ficaria responsável por legislar, de forma
que criasse leis benéficas para a coletividade e que fossem utilizadas
para alcançar os objetivos que a sociedade conferiu ao Estado para
alcançar. Esse poder legislativo agiria dentro das limitações dos direi-
tos inerentes ao homem, como a liberdade. Em casos de conflitos das
leis, ou interpretações a respeito de suas funções, haveria outro poder.
(Weffort, 2001)
O poder judiciário ficaria responsável por solucionar os pos-
síveis conflitos que a interpretação da norma causasse na população.
Dessa forma, se uma norma prejudicasse uma parte da sociedade, mas
beneficiasse outra parte e isso gerasse conflitos, seria pelas mãos do
poder judiciário que caberia a análise jurídica para decidir a respeito da
validade das leis.
A divisão tripartite de poderes elaborada por Montesquieu se-
gue em pauta até hoje. No Brasil, assim como em muitos outros países
do mundo contemporâneo, seu sistema é utilizado como uma forma dos
poderes se controlarem e ao mesmo tempo, harmonicamente, concede-
rem justiça à sociedade. (Weffort, 2001)
Essa contribuição política de Montesquieu, coloca sua obra
como essencial no campo da teoria política, pois é a base para a maio-
ria das democracias e governos que surgem após a revolução francesa.
87
engatinhava. Tocqueville mantém sua reputação em alta pois, já na-
quela época, só de observar a formação política americana, constatou
que no futuro seria uma grande nação, muito poderosa e politicamente
influente. Dito e feito, sua profecia se confirmou em gênero, número e
grau. (Weffort, 2001)
Não obstante, sua análise compara fragmentos de experiên-
cias democráticas históricas com o modelo americano, onde, encanta-
do com a participação popular e a enérgica veia política daquele povo,
Tocqueville passa a compreender aquele modelo como a melhor forma
de governo. (Weffort, 2001)
Assim, a relevância de sua obra para a teoria política passa
pela sua noção excepcional de prever as consequências de um regime
político bem estruturado e também as diversas informações que acarre-
ta para compreender as vicissitudes de um regime democrático.
boçou uma reanálise completa de toda a história mundial, pois sua base
argumentativa demonstrava que em toda a história sempre houve uma
luta de classes entre uma elite dominante e uma classe oprimida, que
em tensão transitavam essa luta para as gerações posteriores, man-
tendo-se até os dias de hoje, presente na sociedade. No campo políti-
co, suas ideias comunistas para a ascensão de um governo proletário,
onde o objetivo seria igualdade de condições para todos os indivíduos,
norteou diversas experiências políticas posteriores, que, fato curioso,
nunca conseguiram dar prática às teorias marxistas, levando muitos ao
argumento de que a obra de Marx foi deturpada. (Weffort, 2001)
88
Engels, alemão e contemporâneo de Marx, passou parte de
sua vida também na Inglaterra. Colaborou em muitas obras de Marx,
também escrevia sozinho e esboçava reflexões a respeito da socieda-
de. A história – nem sempre justa – legou à Engels o status de ter vivido
na sombra de Marx, por ter sido importante mecenas do amigo, além de
grande propagador de suas ideias.
A obra mais conhecida dos dois, sem sombra de dúvidas, é
O manifesto do Partido Comunista (Edipro, 2014), publicada no come-
ço de 1848. É nessa obra que os autores desenham o argumento de
que historicamente sempre houve a luta de classes. Citam que em sua
época, tratava-se da burguesia o ônus de ser a classe opressora, ainda
que dedicassem algumas páginas a celebrá-la por ter colaborado na
destruição do absolutismo e na separação entre a igreja e o Estado.
(Weffort, 2001)
Na obra, os autores orientam os proletários de sua luta contra
os burgueses, uma luta que viria ao nascer. Bastaria aos proletários se
juntarem, para assim, fortalecidos, lutarem contra os opressores. Ava-
liam que a dominação do capital já passou do limite nacional, então
rogam um caráter transnacional ao proletário. Célebre frase encerra o
livro, ao exortar que todos os proletários do mundo deveriam se unir.
(Edipro, 2014)
Afirmam no livro que, uma vez legitimada a vitória do proleta-
riado sobre a burguesia, a justiça não poderia ser pautada na repres-
são, posto que o objetivo do comunismo e da revolução é o desejo da
maioria, o desejo popular, e esse desejo se transforma em uma ação,
que a propriedade seja abolida. (Edipro, 2014)
Ainda abordam os diferentes tipos de socialismo, porém sem-
pre reafirmando que, cabe ao socialismo a transição da sociedade para
o comunismo. (Edipro, 2014)
Dessa forma, em uma sociedade que estava pautada no de-
senvolvimento industrial e na plena expansão capitalista, o livro de Marx
e Engels surge como uma tempestade repentina no horizonte. Movi-
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
90
em seus estudos.
91
viética persistiu por muitas décadas como um regime, principalmente
com Stalin, de cunho totalitário, onde as liberdades eram reprimidas e
qualquer oposição ao regime era caçada com muita brutalidade. O povo
continuou na miséria e o número de mortos pela fome foi monstruoso.
Assim, a obra de Lenin surge com dois efeitos: o primeiro é demonstrar
de maneira crua como a teoria e a prática suscitam uma diferença sem
precedentes, e a segunda é como Lenin interpreta a política, relendo
autores revolucionários, absorvendo suas ideias, mas transformando-
-as em ideias novas, mais palpáveis – em sua opinião – ao tempo em
que viveu. Sua teoria de Estado e da exploração do proletariado ainda é
alvo de estudo de muitos intelectuais e políticos, que procuram, com al-
guma cautela, retirar dela ideias que possam ser usadas na atualidade
e que colaborem para diminuir a forte desigualdade que atinge o mundo
contemporâneo.
92
Figura 14 - Popular símbolo vinculado ao Anarquismo - Disponível em:
<<https://www.significados.com.br/caracteristicas-pessoa-anarquis-
ta/>> Acesso em março/2019
93
MINHA LUTA, DE HITLER
95
ANDERSON, Benedict. Comunidades Imaginadas.São Pau-
lo: Edições 70, 2012
96
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: SEDUC-CE Órgão: SEDUC-CE Prova: Professor
- Filosofia Nível: Superior.
“Para os filósofos ditos ‘contratualistas’, a origem da sociedade e
do Estado baseia-se num contrato firmado entre os homens. Em
decorrência, descarta-se a hipótese de que o homem é um ser so-
cial por natureza e aproxima-se do fato de que a vida em sociedade
aparece como uma decorrência do desejo humano de autopreser-
vação, algo, portanto, artificial” [...].
OLIVEIRA, Flávio; BORGES, Thiago. Unidos venceremos: Mas aca-
baremos com o medo? Ciência e vida – Filosofia. São Paulo. Lafon-
teEditora, 2013. N. 89. p. 22. Fragmento.
Esse texto evidencia que o contrato social firma um acordo entre
os seres humanos, a fim de que eles vivam em sociedade. Compar-
tilham dessa concepção, os seguintes filósofos “contratualistas”:
a) Descartes, Kant e Spinoza
b) Hobbes, Locke, Rousseau.
c) Maquiavel, Marx e Sartre
d) Pascal, Hegel e Nietzsche
e) Sócrates, Platão e Aristóteles
QUESTÃO 2
Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: SEDUC-PA Prova: Profes-
sor Classe I - Filosofia Nível: Superior.
“Em si mesmo, o homem não é bom nem mau, mas, de fato, tende a
ser mau. Consequentemente, o político não deve confiar no aspec-
to positivo do homem, mas, sim, constatar o seu aspecto negativo
e agir em consequência disso. Assim, não hesitará em ser temido
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
97
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: CONSULPLAN Órgão: SEDUC-PA Prova: Profes-
sor Classe I - Filosofia Nível: Superior.
Sobre John Locke, analise as afirmativas a seguir.
I. Não pretendeu transformar o discurso do cristianismo em dis-
curso racional: para ele, fé e razão constituem âmbitos diferentes.
II. As leis, às quais os homens comumente referem as suas ações,
são de três tipos diversos: as leis divinas; as leis civis; e, as leis
da opinião pública ou reputação. III. O empirismo lockiano possui
bases na tradição empirista inglesa e, por isso, se opõe às ideias
cartesianas de tal modo a produzir antagonismo.
A respeito de John Locke está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmati-
va(s)
a) II.
b) I e II
c) I e III
d) II e III
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca: UCPEL Órgão: UCPEL Prova: Vestibular Nível:
Médio.
“É uma verdade eterna: qualquer pessoa que tenha o poder, tende
a abusar dele. Para que não haja abuso, é preciso organizar as coi-
sas de maneira que o poder seja contido pelo poder”.
Montesquieu, O espírito das Leis
O iluminista Montesquieu, ao criticar a ausência de limites claros
que caracterizava o governo dos reis absolutistas europeus, aca-
bou por ser fundamental na estruturação da tripartição de poderes.
Defendia o nobre francês que a democracia poderia ser medida
pela capacidade de convivência harmônica e independente entre
os três poderes. No Brasil, porém, a convivência entre os poderes
Executivo, Legislativo e Judiciário nem sempre foi harmônica. É
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 5
Ano: 2017 Banca: Unifenas Órgão: Unifenas Prova: Vestibular
Nível: Médio.
Simón José Antonio de la Santíssima Trinidad Bolívar y Palacios,
mais conhecido como Simón Bolívar, El Libertador, é o persona-
gem central do romance O general em seu labirinto, do consagrado
escritor colombiano Gabriel Garcia Márquez. Impregnado das dou-
trinas de Rousseau, Montesquieu e Voltaire, Bolívar dedicou sua
vida a “romper a cadeia com que nos oprime o poder espanhol”.
Fascinado pelo general que um dia sonhou com uma América Lati-
na unificada e livre, que se estendesse do México à Terra do Fogo,
Garcia Márquez retrata no livro o percurso de Bolívar, tanto no pla-
no físico quanto no plano espiritual.
Ao reconhecermos a influência de pensadores como Rousseau,
Montesquieu e Voltaire na formação de Simòn Bolívar, reconhece-
mos nele uma influência da doutrina
a) Marxista.
b) Teológica.
c) Anarquista
d) Monroísta
e) Iluminista
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 6
Ano: 2016 Banca: Faceres Órgão: Faceres Medicina Prova: Vesti-
bular Nível: Médio.
“Quando os poderes Legislativo e Executivo ficam reunidos, numa
mesma pessoa ou instituição do Estado, a liberdade desaparece
(...). Não haverá também liberdade se o poder Judiciário não es-
tiver separado do Legislativo e do Executivo. Se o Judiciário se
unisse ao Executivo, o juiz poderia ter a força de um opressor. E
tudo estaria perdido se uma mesma pessoa ou uma mesma insti-
99
tuição do Estado – exercesse os três poderes: o de fazer as leis,
o de ordenar a sua execução e o de julgar os conflitos entre os
cidadãos” (MONTESQUIEU. O espírito das leis. SP: Martins Fontes,
1996, p. 168).
O texto acima, escrito por Montesquieu, compõe sua famosa obra O
espírito das leis, produzida em 1748. Tendo em vista o contexto em que
foi escrito, Montesquieu criticava:
a) O avanço industrial e tecnológico.
b) A Monarquia Parlamentarista
c) A República Liberal.
d) A Revolução Francesa
e) A Monarquia Absolutista
QUESTÃO 7
Ano: 2015 Banca: UEMG Órgão: UEMG Prova: Vestibular Nível:
Médio.
O século XIX é conhecido como a época da expansão da indus-
trialização, quando países da Europa ocidental, EUA e Japão in-
crementaram seu parque industrial e viu-se uma produção cada
vez maior e mais intensa em função do constante desenvolvimento
tecnológico. Entretanto essa situação é acompanhada de um con-
traste: enquanto todo esse desenvolvimento acontecia, a condição
de trabalho dos operários era deteriorada com as longas jornadas
de trabalho, exploração do trabalho feminino e infantil, baixos sa-
lários e falta de segurança. Nesse contexto, a classe operária se
organiza, e surgem doutrinas sociais que questionam a situação
do proletariado urbano.
Uma dessas doutrinas pode ser representada pela frase a seguir:
“Quem quer que seja que ponha as mãos sobre mim para me go-
vernar é um usurpador, um tirano e eu o declaro meu inimigo.”
PROUDHON, Pierre-Joseph. A propriedade é um roubo. Trad.Suely
bastos. Porto Alegre: L&PM Pocket, 1998.
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
TREINO INÉDITO
John Locke acredita que o homem nasce com alguns direitos. Dentre
eles, sustenta que o direito à vida, à propriedade e à liberdade são os
principais. Com essa linha de pensamento, a qual corrente filosófica
Locke se enquadra?
a) Marxismo
b) Niilismo
c) Estoicismo
d) Jusnaturalismo
e) Juspositivismo
NA MÍDIA
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
NA PRÁTICA
103
nas diversas proposições políticas que circulam desde os primórdios
até atualmente. Sem eles, o valor de grandes obras, prestigiadas atual-
mente, talvez não fosse o mesmo.
104
O conjunto da obra de Jacques Le Goff e também de Marc
Bloch, a respeito da idade média, constituem exímio material capaz de
ilustrar qualquer dúvida a respeito da era feudal, do medievalismo. Al-
cançam todas as esferas, da política à econômica, da religiosa á cultu-
ral. Magnífico material.
O fim da idade média e o advento da moderna também facilita
o surgimento de estudos historiográficos sensacionais. As obras de E.
P. Thompson também constituem prazeroso material a respeito da polí-
tica e de suas transformações já num período mais moderno.
Na antiguidade, conforme citamos, os trabalhos de Jaime
Pinsky, brasileiro e Mary Beard são grata fonte de sabedoria sobre as
tendências políticas de civilizações antigas.
Numa escala nacional, é impossível não citar a fabulosa obra
de Raymundo Faoro, Os donos do poder (2012), onde o renomado ju-
rista brasileiro aborda a história do Brasil, onde procura a origem do
clientelismo e do patrimonialismo, encontrando essa lá nos primórdios
da monarquia portuguesa. Em sua obra, Faoro demonstra que, apesar
das mudanças políticas em Portugal e no Brasil, essa faceta patrimonia-
lista e clientelista jamais mudara.
A obra de Robert Dahl, na qual este cientista político busca na
história analisar a qualidade dos regimes políticos, com base no grau de
democratização, é também uma importante ferramenta à compreensão
da teoria política, principalmente no que tange à democracia.
É possível perceber, então, qual a validade da historiografia
para a teoria política, pois, diversas são as obras de história que susten-
tam as diferentes camadas de interpretações políticas atuais.
105
três grandes pensadores contemporâneos que produziram obras anali-
sando as conjunturas políticas e jurídicas da sociedade, apresentando
cada um a sua própria maneira de analisar e observar a teoria política
como um todo.
Norberto Bobbio, italiano nascido em 1909 e falecido alguns
anos atrás, em 2004, foi historiador, filósofo e senador vitalício. Sua
formação acadêmica se voltou ao direito e à filosofia do direito. Foi com
filosofia do direito e filosofia política que atuou como professor, e sobre
esses temas que publicou a maioria de suas obras.
Aproxima-se da filosofia, trazendo relações entre grandes au-
tores da história da filosofia e as interpretações de conceitos caros ao
direito, como justiça, igualdade, etc. Seu interesse então se pauta na
interpretação dos termos, dos conceitos, a partir de um ponto de vista
filosófico.
Para além disso, também oportunamente escreve a respeito
do positivismo jurídico, do jusnaturalismo, e debate sobre o futuro do
socialismo. Seu conhecimento político e jurídico, lhe dão grande em-
basamento intelectual para debater e defender seus pontos. Em suma,
considera-se um homem racional, fato que se percebe ao observar suas
obras, onde é notável como se torna rigoroso e caprichoso com sua
escrita, para deixar da maneira mais simples e direta possível as ideias
que passa.
Foi um defensor árduo da democracia, considerada por ele o
melhor regime de governo. Entretanto, nem por isso deixou de ter uma
postura muito crítica em relação às democracias, apontando fragilida-
des e desvios que poderiam ser corrigidos. Defende que até hoje, na
era da democracia moderna, nenhuma seguiu todos os pontos para que
pudesse ser uma democracia plena, criando uma escala em graus de
cumprimento da democracia por parte das nações.
Por outro lado, o grande pensador contemporâneo da teoria
política, ainda vivo, é Quentin Skinner. Integrante da Escola de Cambri-
dge, lecionou nas mais conceituadas universidades de todo o mundo.
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
107
BOBBIO, Norberto et. al. Dicionário de política comentado.
Brasília: UnB, 1998
108
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: FUVEST Órgão: USP Prova: Vestibular Nível:
Médio.
[...] a Declaração Universal representa um fato novo na história, na
medida em que, pela primeira vez, um sistema de princípios funda-
mentais da conduta humana foi livre e expressamente aceito, atra-
vés de seus respectivos governos, pela maioria dos homens que
vive na Terra. Com essa declaração, um sistema de valores é – pela
primeira vez na história – universal, não em princípio, mas de fato,
na medida em que o consenso sobre sua validade e sua capacida-
de de reger os destinos da comunidade futura de todos os homens
foi explicitamente declarado. [...] Somente depois da Declaração
Universal é que podemos ter a certeza histórica de que a huma-
nidade – toda a humanidade – partilha alguns valores comuns; e
podemos, finalmente, crer na universalidade dos valores, no único
sentido em que tal crença é historicamente legítima, ou seja, no
sentido em que universal significa não algo dado objetivamente,
mas algo subjetivamente acolhido pelo universo dos homens.
N. Bobbio. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Campus, 1992.
A Declaração Universal mencionada no texto
a) foi instituída no processo da Revolução Francesa e norteou os mo-
vimentos feministas, sufragistas e operários no decorrer do século XIX
b) Assemelhou-se ao universalismo cristão, que também resultou no es-
tabelecimento de um conjunto de valores partilhado pela humanidade.
c) desenvolveu-se com a inclusão de princípios universais pelos legisla-
dores norte-americanos e influenciou o abolicionismo nos Estados Uni-
dos.
d) foi aprovada pela Organização das Nações Unidas e serviu como
referência para grupos que lutaram pelos direitos de negros, mulheres
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 2
Ano: 2011 Banca: MEC Órgão: ENEM Prova: Exame Nacional Nível:
Médio.
Os três tipos de poder representam três diversos tipos de motiva-
ções: no poder tradicional, o motivo da obediência é a crença na
sacralidade da pessoa do soberano; no poder racional, o motivo da
109
obediência deriva da crença na racionalidade do comportamento
conforme a lei; no poder carismático, deriva da crença nos dotes
extraordinários do chefe.
BOBBIO, N. Estado, Governo, Sociedade: para uma teoria geral da
política. São Paulo: Paz e Terra, 1999 (adaptado).
O texto apresenta três tipos de poder que podem ser identificados
em momentos históricos distintos. Identifique o período em que a
obediência esteve associada predominantemente ao poder caris-
mático:
a) República Federalista Norte-Americana.
b) República Fascista Italiana no século XX.
c) Monarquia Teocrática do Egito Antigo.
d) Monarquia Absoluta Francesa no século XVII.
e) Monarquia Constitucional Brasileira no século XIX.
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca: UPF Órgão: UPF Prova: Vestibular Nível: Médio.
“Os 45 anos que vão do lançamento das bombas atômicas até o
fim da União Soviética não foram um período homogêneo único na
história do mundo. (...) dividem-se em duas metades, tendo como
divisor de águas o início da década de 70. Apesar disso, a história
deste período foi reunida sob um padrão único pela situação inter-
nacional peculiar que o dominou até a queda da URSS.”
(HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos. São Paulo: Cia das Le-
tras,1996).
O autor está se referindo ao período conhecido como Guerra Fria,
cuja origem pode ser atribuída à
a) construção de um discurso inglês e norte-americano, que procurou
mostrar os perigos do expansionismo soviético.
b) doutrina Truman, que incentivou os soviéticos a ampliarem seu domí-
nio político nos países do Leste europeu.
c) divisão do território alemão pelas potências vencedoras da II Guerra
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
QUESTÃO 4
Ano: 2009 Banca: ESAF Órgão: MPOG Prova: Especialista em Polí-
ticas Públicas Nível: Superior.
O termo Política diz respeito ao funcionamento do Estado e ao
110
exercício do poder. Quanto à sua origem, está correto afirmar que:
a) foi criado por Maquiavel
b) tem sua origem na Revolução Francesa
c) deriva da palavra grega pólis
d) surgiu com a formação dos partidos políticos
e) resultou das disputas dinásticas na antiguidade
QUESTÃO 5
Ano: 2018 Banca: FGV Órgão: MPE/AL Prova: Analista do Ministé-
rio Público Nível: Superior.
O conceito de poliarquia, desenvolvido pelo cientista político Ro-
bert Dahl, tem como objetivo analisar o regime político dos países,
classificando-os com base
a) no índice de desenvolvimento humano.
b) no grau de democratização.
c) na renda per capta.
d) nos níveis de escolaridade.
e) na pirâmide etária.
QUESTÃO 6
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: ABIN Prova: Oficial Técnico de
Inteligência Nível: Superior
Com relação ao liberalismo, julgue os itens que se seguem. Surgi-
do com o objetivo de romper com a lógica política de antigos regi-
mes, o liberalismo tem a defesa da propriedade como um de seus
conceitos basilares.
c) Certo
e) Errado
QUESTÃO 7
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: ABIN Prova: Oficial Técnico de
Inteligência Nível: Superior.
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
TREINO INÉDITO
NA MÍDIA
NA PRÁTICA
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
113
Assim termina a nossa unidade, onde pudemos dialogar e co-
nhecer um pouco sobre essa vasta área que é a teoria política.
Recapitulando, no primeiro capítulo pudemos ver como sur-
giram as primeiras organizações políticas, tendo como referências a
Mesopotâmia, o Egito, o caso dos hebreus, dos gregos e o Império
Romano. Cada qual com sua contribuição preciosa à formação do pen-
samento político moderno.
Em um segundo momento, nos inclinamos a analisar, caso a
caso, as correntes e formas de governo políticas, que existem desde os
primórdios até os dias de hoje. De maneira simples, pois, o aprofunda-
mento de cada uma dessas correntes e formas acarretaria a criação de
uma enciclopédia, sem ainda dar cabo do objetivo, foi possível perceber
como cada sistema de governo tem características próprias e algumas
até similares.
No terceiro capítulo abordamos, também sem grandes aprofun-
damentos, as grandes obras políticas da história, consideradas obras
clássicas por suas grandes contribuições à teoria política. Dos gregos
antigos até a Alemanha nazista, todos os grandes autores e as obras
clássicas foram abordados.
Por último, tivemos a oportunidade de conhecer a importância
da historiografia para a teoria política e ver algumas obras, que são mui-
to importantes de conhecer, para quem aspira algo no âmbito da teoria
política. Depois, tivemos contato com os dois grandes teóricos políticos
dos últimos anos: Bobbio e Skinner, demonstrando em linhas gerais
como se desenham suas teorias a respeito da política.
Não obstante, encerramos a unidade com a certeza de que o
conteúdo aqui adquirido, é parte de uma engrenagem muito maior, de
alcançar o conhecimento, a sabedoria, pois, parafraseando Paulo Frei-
re, a educação é libertadora.
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
114
GABARITOS
CAPÍTULO 01
Questões de concursos
01 02 03 04 05
A A E C C
06 07
C E
115
de governador que era responsável por distribuir às regiões em que era
alocado, os princípios e desejos do Faraó. Vemos aí uma hierarquiza-
ção do poder político que desce do Faraó aos nomarcas, porém, com o
mesmo objetivo: cumprir as decisões do líder.
A importância da experiência política dos hebreus dentro da formação
do pensamento político vem de duas maneiras distintas. Na primeira,
observa-se como a religião teve papel de auxílio na regência de seus
líderes. A religião, nesse caso, atua como braço da política, pois, as
decisões do monarca eram conseqüências de inspirações e orienta-
ções divinas. Já a segunda maneira, também diz respeito à religião.
Isso porque é com os hebreus que temos a primeira civilização que sai
do politeísmo para se sustentar em um monoteísmo ético, baseado nos
princípios de Javé. Esse monoteísmo acarreta uma série de orientações
divinas sobre o comportamento e os costumes que a sociedade deve
adotar. A religião, que até então esteve ao lado e fundida com a política,
dessa vez encontra um respaldo acima do monarca. O líder do povo
hebreu deve agir de acordo com as normas já fixadas pela divindade.
Suas decisões devem conter os valores éticos que o monoteísmo de
Javé lhe deixou.
Os Romanos, por sua vez, tiveram diversas contribuições para a gêne-
se das organizações políticas. Tinham uma divisão social do trabalho
muito bem definida, com funcionários públicos atribuídos de diversas
funções para o melhor funcionamento do Estado. Passou por três fases,
a monárquica, a república e o império, conservando nas três fases um
Senado, que transitou entre ter muita importância e ter um papel passi-
vo nos rumos do governo. Foi em Roma também que houve a primeira
tentativa de República, forma de governo, em que se divide o público e
o privado, com objetivo da coisa pública, do bem comum, ser preserva-
do. Ainda que a república tenha dado lugar ao império, onde governos
autocráticos e despóticos foram se desenvolvendo, é inegável que sua
experiência influenciou deveras o pensamento político da posteridade.
Por último, os gregos. Talvez seja a civilização antiga com maior impor-
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
TREINO INÉDITO
Gabarito: D
CAPÍTULO 02
Questões de concursos
01 02 03 04 05
C E E C E
06 07
D E
117
TREINO INÉDITO
Gabarito: A
CAPÍTULO 03
Questões de concursos
01 02 03 04 05
A B C C B
06 07
C C
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
CAPÍTULO 04
Questões de concursos
01 02 03 04 05
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
C A B A C
06 07
118
Platão é o primeiro autor, traz o conceito de república em sua obra. Foi
discípulo de Sócrates e ressaltou na maioria de suas obras, diálogos
de seu mestre, onde exortavam os valores da justiça, do bem comum,
dentre outros.
Aristóteles, discípulo de Platão, escreveu obra focada na política. De-
senvolveu a tese de que há 3 modos de governar bons e 3 ruins, sendo
monarquia, aristocracia e politeia, os bons e tirania, oligarquia e demo-
cracia os ruins.
Maquiavel foi o autor mais importante da política italiana, tendo escrito
obra assertiva sobre o comportamento de um líder para manter seu go-
verno. Suas ideias colocavam o Estado acima do povo.
Hobbes criou o conceito de Leviatã, onde supunha um Estado forte e
controlador que pudesse dar cabo de manter a harmonia na sociedade,
pois o homem era mau por natureza e só se juntava em grupos, poste-
riormente transformadas em comunidades, por medo de morrer.
Locke é o defensor do liberalismo e da tolerância religiosa. Foi um dos
primeiros a pensar no contrato social e defendia a existência de direitos
naturais, como à vida, à liberdade e à propriedade.
Rousseau argumentava a necessidade de um novo contrato social, ten-
do sido o primeiro autor a explicar de maneira concreta do que se trata-
va o tal contrato. Defendia direitos para todos os homens e discordava
de Hobbes, argumentando que o homem se agrupava em sociedade
por conta da busca de um bem comum e não por sua natureza má.
Montesquieu e sua obra até hoje permanecem atuais, pois, foi o pensa-
dor que desenvolveu a teoria tripartite de poderes do Estado: o judiciá-
rio, o legislativo e o executivo.
Tocqueville foi fundamental à teorização da democracia, pois, observou
e escreveu sobre o modelo americano de democracia, onde angariou
prestígio por prever, com acuidade notável, o sucesso político e econô-
mico que se tornaria os Estados Unidos.
Marx e Engels foram um divisor de águas com a sua obra que propunha
uma ditadura do proletariado e, aos poucos, o fim das desigualdades.
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
TREINO INÉDITO
Gabarito: D
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS
120
ABOTT, Frank F. A history and description of Roman political
institutions.Boston: Adamant Media Corporation, 2001
121
sar: Crítica, 2017
tempo, 2017
122
MONTESQUIEU, Charles. Do espirito das leis. Sumaré: Martin
Claret, 2010
2001.
123
SKIDMORE, Thomas E. Uma História do Brasil. Rio de Janeiro:
Paz & Terra, 2003.
124
125
TEORIA POLÍTICA - GRUPO PROMINAS