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promove o estado antiviral → que consiste em

IMUNIDADE CONTRA VÍRUS:


impedir que o vírus se replique dentro da célula,
➔ Respostas imunes inatas e adaptativas contra ou seja: serve tanto para a célula que está
os vírus têm como objetivo bloquear a infecção infectada, a qual não irá mais se replicar, como
e eliminar as células infectadas. {Entenda: não serve para a célula que ainda não está
se pode deixar o vírus entrar nas células, visto infectada. Ademais, a outra maneira de
que ao entrar ele se depara com um ambiente bloquear esses vírus são por meio dos
propício para sua replicação e domina a célula. anticorpos}.
Frente a isso, há 2 caminhos: ➔ O IFN tipo I produzido a partir do
1) Impedir que o vírus entre na célula, por meio reconhecimento de ácidos nucleicos virais pelo
do interferon do tipo 1 {IFN-alfa-beta}. TLR {TOLL} endossomais e ativação de
2) Uma vez que o vírus está no meio intracelular receptores citoplasmáticos tipo RIG. {ou seja:
Sabe-se que a imunidade inata só enxerga o
→ mata-se essa célula infectada. É
padrão, o qual no caso da dengue é o seu
importante salientar que para matar essa
célula, a medida mais eficiente é por meio do material genético RNA → logo: as células têm
apoptose → mediante a NK da imunidade receptores específicos para isso → como do
inata e a TCD8 da imunidade adaptativa. tipo TOLL, RIG, MDA5. Dessa forma: ao
Dessa forma, elimina-se as células identificar o padrão, ocorre uma cascata de
infectadas. transdução de sinais até chegar no núcleo →
ativa-se fatores de transcrição e produz
 Resumindo: Bloqueia a infecção ou Elimina as
interferon tipo 1 → visando promover o estado
células infectadas;
antiviral}.
OBSERVE A IMAGEM: MECANISMO DE INDUÇÃO DO IFN TIPO I:

FIGURA 16-7: Mecanismos pelos quais a imunidade


inata e adaptativa previne e erradica as infecções de
vírus. A imunidade inata mediada por interferons do
tipo I, que impedem a infecção e pelas células NK, que
eliminam as células infectadas. A imunidade
adaptativa é mediada por anticorpos e pelos CTLs, que
bloqueiam a infecção e destroem as células infectadas,
respectivamente.
➔ A principal via que o sistema imune inato usa ENTENDA A IMAGEM:
contra infecções virais é a indução de
O vírus está do lado de fora, e o ideal é não deixa-lo
interferons tipo I, cuja ação principal é a inibição
da replicação viral. {entenda: esse IFN estará entrar, entretanto: se esse vírus entra → a
sempre associado a infecções virais, pois ele imunidade inata possui receptores do tipo TOLL 3
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tanto na superfície, como dentro da célula → por  Ademais: tem-se a inibição da montagem
isso se o vírus cair no citoplasma, tem-se receptores gênica viral → consequentemente ele não é
para identificar o padrão de ácido nucleico, que é o
jogado para fora da célula → permanecendo
seu RNA. Depois que o padrão é visto através dos
dentro, e quando matar a célula por apoptose,
receptores →produz-se substâncias que são destrói a capacidade de amplificar a infecção,
fatores de transcrição [IRF] para poder acionar o pois os vírus lá dentro estão desmontados.
núcleo da célula para fabricar IFN do tipo I. O que
acontece? Esses fatores entram no núcleo, se O IFN do tipo I é importante defesa contra os
conectam em determinados locais que tenha a vírus, por quê? pois, o IFN tipo I {IFN alfa-beta}
informação para fabricar IFN tipo I e este vai promove o estado antiviral, impedindo a replicação
promover o estado antiviral, visando inibir a do vírus, como? inibindo a síntese de proteínas
replicação do vírus. virais, promovendo a degradação do RNA viral e
impedindo a montagem do vírus.
ESTADO ANTIVIRAL DO IFN TIPO I
OUTRAS CARACTERÍSTICAS DO IFN
TIPO I:
✓ Aumentam a citotoxicidade das células NK e
dos CTL CD8+ e promovem a diferenciação das
células T imaturas em Th1. {Entenda: onde tem
IFN do tipo I, aumenta a citotoxicidade das
células NK e TCD8 {ou seja: fazem mais
apoptose}. Além dele, tem-se o IFN-gama, o qual
gera o perfil TH1 → ajudando o macrófago a
ficar inflamatório → visando fagocitar mais →
além de ter mais radicais livres, enzimas,
expressão maior de MHC, ou seja: apresenta
mais → tendo maior chance de matar o vírus}.

RESUMINDO:

ENTENDA A IMAGEM: ➔ IFN-alfa-beta → Aumenta a citotoxicidade,


promovendo mais apoptose.
 Célula infectada, servindo de casa para o vírus,
➔ IFN-gama → perfil Th1 → Macrófago
dominando todo o maquinário da célula → para
impedir isso, a célula infectada produz IFN tipo I, inflamatório –→ maior chance de matar o vírus.
como já foi mencionado → o qual vai atuar
✓ Estimulam a expressão de moléculas MHC de
sobre ela {de forma autócrina} mesmo já
classe I, e, assim, aumentam a probabilidade de
estando infectada → a fim de criar o estado que as células infectadas sejam mortas.
antiviral → ou então esse IFN tipo I atua de {Entenda: onde tem IFN-gama, aumenta as
forma parácrina, ou seja; nas células vizinhas moléculas de MHC, e o IFN tipo I também
que não estão infectadas. Frente a isso: mesmo estimula o MHC de classe I, aumentando a
probabilidade de as células interagirem com o
que o vírus entre → o maquinário da célula não
TCD8 e serem mortas. Em contrapartida, sabe-
é dominado pelos vírus para construir suas
se que ao expressar mais MHC de classe I
proteínas virais, ou seja: ocorre uma inibição da
síntese da proteína viral. desliga-se NK → mas isso não é problema, pois
 Além disso, ocorre a degradação do RNA viral privilegia o TCD8, que é uma resposta
adaptativa com memória e especificidade}.
→ ou seja: mesmo a célula já estando infectada,
o estado antiviral é ruim para ela, pois o material
✓ Causam sequestro de linfócitos nos linfonodos,
do vírus pode sair do endossoma que tem pH
maximizando, assim, a oportunidade para
ácido e essa mudança de pH faz com que o
material genético se encaminhe para o encontrar antígenos. {Entenda: para poder
citoplasma e a partir do estado antiviral, além ativar os linfócitos há pontos de encontros, o que
de identificar o padrão de RNA, também ocorre acontece? a célula dendrítica captura o vírus e
leva para os linfonodos. Frente a isso: o sistema
a quebra do material genético → ficando inútil. imunológico garante que a célula dendrítica tem
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algo para apresentar → então o IFN tipo I PROCESSOS IMUNOLÓGICOS ASSOCIADOS À


mantém os linfócitos mais tempo dentro dos PATOGENIA DA DENGUE:
linfonodos, visando ter o alvo para as células
✓ Após serem inoculados pelo mosquito, os vírus
dendríticas apresentarem → ou seja: ocorre da dengue fazem uma primeira replicação e, em
uma maximização de oportunidades de seguida, tem início a viremia. {Entenda: O
encontrar antígenos}. mosquito chega → inocula o vírus no organismo

SUPRESSÃO DO S1PR1 POR IFN TIPO I: → entram em algumas células,


preferencialmente nas musculares estriadas,
lisas e fibroblastos, para poder se replicar. Por
que temos uma dor no corpo quando se tem
dengue? pois justamente as células musculares
estão todas infectadas, e estas passam por um
processo de destruição ou inflamação, gerando
a dor. Em seguida, em torno de 2-7 dias, tem-se
início a viremia → quadro esse em que os vírus
vão para os linfonodos, se disseminam, e são
encaminhados para a corrente sanguínea →
instalando-se a viremia, que consiste em muitos
vírus da dengue chegando ao sangue}.

✓ Níveis elevados de citocinas liberadas por


macrófagos relacionam-se a febre e mal-estar
após período de incubação de 2 a 7 dias. {Ou
É importante salientar, que: seja: O período de incubação é quando o vírus é
inoculado no organismo, se dissemina {viremia}
Esse tempo que demora dentro do linfonodo é e ocorre o aparecimento de sinais e sintomas,
aumentado pela supressão do receptor S1PR1, ou
mediante citocinas → como TNF, IL-1, os quais
seja: o IFN tipo I diminui a expressão desse receptor.
promovem a febre e consequentemente mal
E quanto mais tempo fico sem o receptor S1PR1,
estar.
menos chance tenho de sair, e é o tempo necessário
para a célula dendrítica apresentar o material do
ESTRUTURA DO VÍRUS DA DENGUE:
vírus da dengue.

PATOGENIA DAS INFECÇÕES PELO


VÍRUS DA DENGUE:

✓ Genoma de RNA {com 1 fita};


✓ Envelope → Proteína E → Imunogênico;
✓ Capsídeo;
✓ Proteínas M - presente no vírus maduro.
OBS: ✓ prM {proteínas precursoras M} – presente no
vírus imaturo;
Quando um paciente tem uma infecção por dengue
✓ Proteínas não estruturais, que podem ser
tipo I e fica curado, ele ainda está propício de ser
secretadas → conhecidas como NS. As mais
infectado pelos outros sorotipos → e o fato de ter imunógenas são a NS 1 e NS3.
sido infectado pelo dengue tipo I há mais chance de
desenvolver um quadro de hemorragia e de choque
dengue.
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ORGANIZAÇÃO GENÔMICA E CICLO E FUSÃO DA MEMBRANA ENDOSSOMAL


CICLO DE REPLICAÇÃO COM A MEBRANA VIRAL:
Vírus Imaturo: Vírus Maduro: Proteína M /
Precursor da 1) 2) 3)
Dímero E
proteína ;

EM 1: Tem-se um estágio de vírus Imaturo, onde a


proteína E do envelope está na superfície da
membrana viral sem a organização necessária para
se grudar na membrana do endossoma do
hospedeiro, mas não consegue {perceba que estão
distantes}.

EM 2: O vírus está maduro, ou seja: a precursora da


proteína M foi substituída pela proteína M
propriamente dita, e formou-se um dímero com
proteína E.

EM 3: Para que o vírus se conecte com o endossoma


do hospedeiro e se encaminhe para o citoplasma, a
molécula precisa mudar sua conformação, ou seja:
precisa deixar de ser dímero e formar um trímero. Já
foi explicado anteriormente, que isso acontece
Detalhando: mediante a mudança do pH. Frente a isso, se
agrupando em 3, ocorre a conexão na membrana
- Essas proteínas não estruturais {MS} são que estava distante, forma-se um canal, onde o
fundamentais para a replicação do vírus dentro material genético do vírus será levado para o
da célula → servindo como proteases ou são citoplasma, visando se replicar.
liberadas para fora da célula.
- A porção precursora M impede que o E se CONTINUANDO → PROCESSOS
organize e fique um sobre o outro → formando o IMUNOLÓGICOS ASSOCIADOS À PATOGENIA
dímero E, como ocorre no vírus maduro. DA DENGUE:
- Quando existe a precursora M → ela fica entre
as 2 porções → e ao amadurecer, a precursora ✓ Anticorpos, promovem lise do envelope ou
M vira M, consequentemente a proteína do bloqueio dos seus receptores com consequente
envelope E fica acoplada. Isso é importante pois neutralização {Entenda: Quando o vírus está
quando o vírus entra na célula → se engloba → e fora da célula, o anticorpo pode bloquear a
fica preso no endossoma, o qual seu interior tem entrada dele, como? grudando na porção mais
pH ácido → esse pH faz com que a conformação imunogênica, que é a proteína E do envelope. Ao
da molécula E mude {o E que está deitado, vai ligar o anticorpo no alvo → ativa-se o sistema
ficar em pé – em forma de trímero} essa complemento, especificamente a via clássica →
mudança é promovida pela presença do PH formando a MAC → lisando o vírus. A outra
ácido. Qual objetivo de deixar a proteína E do forma é a neutralização do vírus →
envelope em pé? Pois é nesse formato que ocorre consequentemente ele não consegue se
a conexão do material do com a membrana do conectar na célula}. Resumindo – O anticorpo
endossoma, ao grudar nessa membrana cria-se promove a lise, por meio do sistema
um canal para que o RNA se encaminhe para o complemento ou neutraliza.
citoplasma {ou seja: o vírus escapa} → visando
se replicar, produzir suas proteínas, montar o ✓ O mecanismo de neutralização relaciona-se à
vírus e o liberar. dissociação do Dímero E, impedindo a formação
- OBS: Não é só o vírus montado que é liberado → do trímero {Entenda: O anticorpo grudado no
libera-se também as proteínas não estruturais. vírus, não permite a formação trímero, dessa
forma o material genético não escapa para o
citoplasma. Por isso a importância de deixá-lo
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aprisionado no endossoma. Frente a isso: a alguns meses depois → por isso quando se tem
presença do receptor TOLL identifica o padrão IgM a infecção é aguda ou recente}
desse RNA que não foi para o citoplasma → ✓ IgG eleva-se gradualmente, atingindo altos
fabrica IFN do tipo 1, o qual causa estado teores 2 semanas e se mantém detectável por
antiviral, impedindo, assim, a replicação do vários anos, conferindo imunidade contra o tipo
vírus. Ou então, mesmo que o material genético infectante. {Entenda: o IgG se eleva
tenha ido para o citoplasma, o IFN tipo 1 irá fazer gradualmente e atinge altos teores com 12-15
com que o material genético seja degradado → dias. Esse IgG fica sendo produzido
impedindo a produção de proteínas, constantemente por vários anos → conferindo a
consequentemente não há montagem gênica imunidade contra o sorotipo que infectou, pela
dos vírus}. vida toda}.

✓ Anticorpos, produzidos contra NS1, promovem RESUMINDO:


lise viral fixando o complemento. {ou seja: Se hoje o mosquito inocular o dengue tipo 1 no
anticorpo se liga na proteína não estrutural 1
paciente → durante 2-7 dias, o vírus se multiplica →
{NS1}, ativa a cascata do sistema complemente
chega nos linfonodos → causa viremia → os
e promove a lise viral};
sintomas aparecem → suspeita-se de dengue → faz
medicação → paciente vai para casa → com 5 dias
✓ Anticorpos contra NS1 atuam como mediadores
já se consegue identificar IgM no exame → se der
de fenômenos de citotoxicidade por linfócitos.
positivo é porque era dengue → repouso + líquido
{Entenda: O anticorpo se liga no alvo NS1 →
com sais minerais → até chegar o momento que o
células de defesas vem, observa de longe o
IgG aumenta constantemente → tornando-se não
anticorpo ligado ao NS1 viral, e reconhece a
mais uma infecção aguda e sim crônica →
porção Fc do anticorpo que está exposta → a
conferindo imunidade ao paciente a vida toda.
célula de defesa se aproxima e se encaixa nessa
porção → promovendo a citotoxicidade}
✓ LT helper e citotóxicos de pacientes com
✓ A NS3, que se apresenta em contato com a dengue apresentam a capacidade de
superfície celular ou é secretada, também reconhecer epítopos de E, NS1 e NS3. {Entenda:
possui capacidade imunogênica. {ou seja: O LT helper {TCD4} produz IFN-gama deixando
dentre as não estruturais a NS1 e NS3 tem o macrófago mais inflamatório para agredir o
capacidade imunogênica de serem vistas, para alvo. E o TCD8 vai promover citotoxicidade,
poder destruir os vírus por apoptose}; culminando no apoptose. É importante frisar
que há participação dos 2, porém o TCD8 é mais
✓ A presença de NS3 estimula a destruição das efetivo}.
células infectadas por LT citotóxicos {O que
acontece? o NS3 são quebradas em peptídeos → OBS: Deixar o macrófago inflamatório não é a melhor
se acoplam no MHC de classe I → e são estratégia, pois essa inflamação promove o quadro
apresentadas para o TCD8, a qual irá promover propício para desencadear dengue hemorrágica e
a apoptose.} choque da dengue. Do contrário, a melhor estratégia
é promover o estado antiviral pelo IFN tipo 1.
Importante: QUAIS PORÇÕES DO VÍRUS SÃO
VISTAS PELA RESPOSTA IMUNOLÓGICA? Proteínas ✓ As células T participam ativamente na resposta
não estruturais, como a NS1, NS3 e a Proteína E do imune, reduzindo o número de células
envelope. {São as mais imunogênicas}
infectadas com o vírus, e conferindo proteção
contra reinfecção. {Entenda: não é só os
✓ IgM atinge os níveis mais elevados por volta do anticorpos que são produzidos ao longo da vida
7º ou 8º dia e declina lentamente, passando a → os linfócitos T CD4 e T CD8 também possuem
não ser detectável após alguns meses. memória → portanto: fabrica-se esses linfócitos
{Entenda: Após o inseto inocular o vírus no T a vida toda contra aquele sorotipo que
organismo e ter o período de incubação {sem infectou o paciente, promovendo memória
sintomas}, ocorre a viremia {sinais e sintomas imunológica, dessa forma: o paciente não é mais
começam a surgir}. Com 5 a 7 dias o IgM já é acometido pelo mesmo sorotipo}
identificado no exame, o qual atinge seu pico em
1 semana e se mantém elevado por um período ✓ Uma sequência de infecções por dengue foi
até chegar o momento que irá diminuir definida como importante fator de risco para
lentamente → chegando a não ser detectado DHF/DSS. {Entenda: Paciente teve uma
infecção por dengue tipo 1, por exemplo, ao
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adquirir uma infecção por outro sorotipo, tem-se opsonizam os vírus → consequentemente faz
muitas chances de ele ser acometido pela febre com que os macrófagos fagocite mais ainda os
hemorrágica ou a síndrome do choque da vírus → facilitando sua entrada na célula e
dengue. Nesse sentido, há 2 grupos de pessoas dentro do macrófago, ocorrerá aumento de
que essas chances que possuem altas chances, citocinas, coagulação, permeabilidade, como já
veja a seguir}. foi explicado. Conclusão: É uma estratégia para
✓ São dois grupos de indivíduos em que essa matar o vírus, mas acaba sendo maléfico para o
resposta imune pode ser observada: {Além do organismo humano.
vírus → a reposta imunológica contribui para um
cenário mais grave}. ✓ Os macrófagos, ativados pelos linfócitos e
1) Maior de 1 ano com uma segunda infecção agredidos ou lisados pelas células citotóxicas,
por dengue; {Entenda: O IgG fabricado pelo liberam tromboplastina e proteases ativadoras
vírus dengue com o qual o paciente foi do complemento. {Entenda: A tromboplastina é
infectado pela 1ª vez, se liga de forma um fator tecidual que está dentro do macrófago
cruzada com os outros sorotipos que ainda → o macrófago é destruído → a tromboplastina
não o infectou, → dessa forma: ao invés de sai → passa pela cascata de coagulação →
neutralizar, os anticorpos irão opsonizar o forma o tampão fibrino-plaquetário →
vírus e favorecer a entrada do outro sorotipo culminando em coagulação intravascular
na célula, por fagocitose → frente a isso: disseminada → hemorragia}.
quando o macrófago fagocita o vírus, em seu
interior é fabricado diversas citocinas, como VÍRUS DENGUE E A RESPOSTA IMUNE
TNF, IL-1 → desencadeando processos
inflamatórios, como: liberação de
tromboplastina {gerando coagulação
intravascular disseminada,
consequentemente uma hemorragia},
aumento da liberação de histamina {saída
de plasma em excesso, culminando na
síndrome do choque da dengue} → tais
fatores, resultam em problemas cardíacos e
respiratórios, ou seja: complicação do quadro
clínico do paciente.
2) Menor de 1 ano, infectado pela primeira vez, O vírus evade das
filho de mãe com anticorpos para dengue. estratégias do
organismo
{Entenda: Bebês em locais endêmicos, é humano e
uma alerta, pois se ele estiver infectado com consegue se
dengue, mesmo sendo a primeira vez, pode replicar.

desencadear um quadro mais grave, por ENTENDA A IMAGEM:


quê? pois os anticorpos são advindos da O vírus entra na célula de forma facilitada pela ADE
mãe que já teve dengue, e esses anticorpos ou pode entrar se acoplando em outro local →
não são tão fortes como são na mãe → pois dentro do endossoma o pH é ácido → o dímero
ele não fabrica, apenas recebeu, logo: são forma o trímero → o qual se liga na parede do
fracos, → nesse caso, se o bebê for endossoma e consegue se conectar com a
infectado, o anticorpo que ele recebeu não membrana do hospedeiro → consequentemente
irá neutralizar o vírus, e sim opsonizá-lo → entrando no citoplasma, o que deveria acontecer?
consequentemente o vírus é fagocitado pelo os receptores de padrão que estão no endossoma
macrófago, desencadeando um quadro {TOLL} ou receptores citoplasmáticos {MDA5 ou
mais grave, como foi explicado no tópico 1}. RIG} era para ver o RNA disperso no citoplasma →
ativar a molécula de transdução no citoplasma →
✓ Estímulos de IFN-gama agrava o ADE. {Entenda: ativar os IRFs, que são fatores de crescimento de
ADE é estimulado pelo IFN-gama para facilitar a transcrição → esses fatores de transcrição
entrada do vírus na célula, por causa de um deveriam entrar no núcleo para produzir IFN tipo 1
anticorpo que fez ligação cruzada com outro {alfa-beta} → promover o estado antiviral → e
sorotipo. O que acontece? A célula de defesa bloquear a replicação, ou seja: inibindo a produção
identifica o vírus e pede ajuda ao TCD4, o qual de cápias virais, e montagem do vírus. Mas o vírus
libera Th1 e este libera IFN-gama, o qual irá não deixa acontecer isso → pois possui estratégias
aumentar a quantidade de receptores para as para evadir. Observe na imagem que o vírus entrou
porções Fc do anticorpo → esses anticorpos
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e saiu vários, ou seja: ele conseguiu escapar da defesa anticorpos contra esse sorotipo → durante
do hospedeiro e se replicar. esses dias, o anticorpo do tipo 1 olha para o tipo
2 e vai se ligar de forma cruzada, tornando-se
Como o vírus faz isso? um anticorpo fraco e não neutralizante. Ao se
ligar, o macrófago identifica esse anticorpo pela
A: Pode-se ter vírus em diversas fases de maturação
porção Fc → fagocita-o e produz diversas
{imaturo, parcialmente maduro e maduro}, quanto
citocinas.
mais maduro, mais ele consegue fugir do sistema
 Além disso, a célula NK, vai identificar e induzir
imunológico, pois quando imaturo é mais fácil de ser
apoptose, e a célula dendrítica produz IFN tipo 1
reconhecido pelas precursoras das proteínas M.
→ promovendo o estado antiviral.
B: Os receptores que identificaram a presença do  Ademais: há formação de imunocomplexos, os
vírus podem ser inibidos pelo vírus, quais se depositam nos vasos e servem de alvo
consequentemente não se consegue mais acionar o para desencadear a cascata do sistema
núcleo para fabricar IFN tipo 1. complemento.
 Visto que passou um tempo com a resposta
C: As outras proteínas não estruturais {sem ser NS1 inata, após 1 semana, entra em vigor a resposta
e NS3} são freios para o sistema imunológico, dessa adaptativa → que pede ajuda aos linfócitos →
forma: essas proteínas facilitam a evasão do vírus, promovendo apoptose.
comprometendo os fatores de transcrição {IRF}, os  Está presente também aloanticorpos contra
quais não irão também ler o núcleo. plaquetas, e células do endotélio → causando
D: O vírus bloqueia o RNA interferência e a proteína trombocitopenia → derramamento de plasma
Dicer, consequentemente não interfere o RNA-m a → culminando no choque hemodinâmico e
produzir suas proteínas. hemorragia.
 OBS: E citocinas como IL-6, TNF causam
E: Faz autofagia {consome pedaços da célula}, a fim inflamação.
de absorver energia e fabricar suas proteínas.
QUESTÃO NORTEADORA
F: O vírus não desliga o retículo endoplasmático
rugoso; 1) Sobre a imunopatologia o dengue
hemorrágico/síndrome de choque do dengue,
G: Bloqueia o STAT 1, bloqueia fatores de transcrição
analise as afirmativas e a relação proposta
→ inibindo a produção de IFN-gama → impedindo a entre elas:
formação de macrófagos inflamatórios e radicais
livres, ou seja: o vírus quer fugir dos radicais livres. I – O estímulo de interferon gama liberado por
linfócito T helper ativados, agrava a penetração
H: Bloqueia o STAT 2, inibe a produção dos IRFs → viral facilitada por anticorpos {ADE}.
consequentemente, atrapalhando a produção de
citocinas. PORQUE

PATOGÊNESE DA INFECÇÃO PELO II – O IFN-gama causa um aumento de exposição de


receptores Fc em membrana dos macrófagos,
VÍRUS DA DENGUE DE ACORDO COM A tornando-os mais permissíveis aos vírus.
FASE DA DOENÇA:
Marque o item que apresenta as afirmativas
CORRETAS.

a) As afirmativas I e II são verdadeiras, e a II é uma


justificativa da I.
b) A afirmação I é uma proposição verdadeira, e a
II é uma proposição falsa;
c) A afirmação I é uma proposição falsa, e a II é
uma proposição verdadeira;
d) As afirmações I e II são verdadeiras, mas a II não
VISÃO GERAL: é uma justificativa da I
 Paciente teve contato com o vírus da dengue
tipo 1, por exemplo, no passado, logo: hoje possui
anticorpos IgG que foram formados devido essa
primeira infecção. Como ele vive num local onde
cada vez mais outros sorotipos circulam → pode
contrair outro tipo de dengue, como o sorotipo 2, Gabarito: A
entretanto: demora 1 semana para produzir

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