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ESCOLA SECUNDÁRIA PADRE ANTÓNIO MARTINS DE OLIVEIRA

11º A/E 19/janeiro/2022

1. Lê atentamente o texto e responde seguidamente às questões colocadas:

Sexto Empírico (...) resumiu (...) os argumentos mais famosos do ceticismo antigo. O primeiro
é que qualquer tema de debate suscita pontos de vista rivais, tanto entre pessoas comuns,
como entre filósofos, tornando impossível aceitar ou rejeitar qualquer lado da disputa. De
modo que temos de suspender o juízo. O segundo é que quando tentamos justificar uma tese
de um argumento, é preciso apelar a uma tese anterior. Mas isto, por sua vez, tem de ser
justificado – e assim por diante, numa regressão que nunca acaba. De modo que temos de
suspender o juízo. Um terceiro é que tudo é relativo: as coisas só têm a aparência que têm em
função das circunstâncias da perceção ou do juízo. De modo que temos de suspender o juízo.
O quarto é que todas as tentativas de ajuizar dependem de pressupostos, mas poder-se-ia
invocar pressupostos alternativos, tornando impossível decidir. De modo que temos de
suspender o juízo. E, finalmente, descobrimos vastas vezes que, ao tentar confirmar um juízo,
damos connosco a invocar considerações implícitas nesse juízo; mas isto é circular. De modo
que temos de suspender o juízo.

C. Grayling (2020), Uma História da Filosofia, Lisboa, Edições 70, p. 155


1.1. Formula o problema filosófico a que se procura responder no texto.

O problema filosófico aqui presente pode-se dizer da seguinte maneira: Será que o
possível haver conhecimento.

1.2. Diz qual é a tese nele apresentada.

A tese apresentada no texto é que o conhecimento é inviável.

1.3. Redige, à tua escolha, três dos argumentos apresentados para justificar a tese
que aí se apresenta. Expõe os argumentos sem recorrer à transcrição.

Dos vários argumentos três são:

- O facto de os objetos, pelas diversas formas como se nos apresentam,


desecandearen ilusões e aparências. Daí que os sentidos muitas vezes nos
enganem a respeito das coisas, não havendo possibilidade de decidir qual a
verdadeira realidade dos objetos

- A existência de opiniões divergentes a respeito dos mais variados assuntos,


tornando impossível que nos decidamos por uma ou outra.

- O facto de nada ser compreendio por si (não existindo nenhum critério que
não seja objeto de desacordo), associado ao facto de nada poder ser
verdadeiramente compreendido com base noutra coisa. Para justificar uma
crença, tem de se recorerer a outra e assim sucessivamente até ao infinito (a
regressão infinita da justificação).

1.4. Apresenta uma objeção à tese apresentada no texto.


Esta tese sustenta que é impossível haver conhecimento uma vez que ao negarem a
existência de conhecimento estão a se contradizer porque sabem que ele não
existe.

1.5. Analisa o seguinte argumento: “Se é possível conhecer, algumas crenças estão
justificadas. Mas, como nenhuma crença está justificada, não é possível
conhecer”. É um argumento válido? É um bom argumento? Justifica a tua
resposta.

O argumento ai apresentado é um argumento válido pois apresenta a estrutura


de um argumento do modus tollins, que este traduz-se numa relação de
implicação de uma premissa coexistente no argumento sendo esta uma
condição e de seguida a negação da segunda parte da tal condição (premissa),
pondo um fim, com uma negação na primeira parte da condição servindo de
conclusão da implicação; e como esta relação encontra-se no argumento
podemos afirmar que é um argumento válido. Mas o que resta dizer é o
argumento apresenta-se como sendo um argumento bom? Então a primeira
premissa tem valor de veracido pois faz sentido. Se for viável vir a conhecer,
logo algumas crenças, tirante todas,estão justificadas, como por exemplo, nas
normas religiosas ou católicas as crenças devem ser justificadas com atos
passados ou situção passadas. Por isso pode-se concluir que o argumento
analisado não é um bom argumento no entanto é válido.

1.6. Por que razão o fundacionalismo pode ser entendido como uma resposta ao
argumento cético da regressão infinita?

O fundacionalismo não permite que a regressão infinita seja imposta, uma vez que faz
a distinção entre crenças não básicas de básicas, sendo estas crenças que não
necessitam a sua própria justificação com outras crenças respetivamento devido à
clareza e distinção apresentável. Em suma, existe uma contradição com o
argumento cético da regressão infinita, que este fala que o contrário das crenças
básicas, isto é, a sua justificação com outras crenças.

Miguel Carapinha 11ºE Nº4

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