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Gestão de Pessoas e Liderança - Roteiro de Estudos
Gestão de Pessoas e Liderança - Roteiro de Estudos
Roteiro de
Estudos
Autora: Ma. Kátia Rodrigues Montalvão Paias
Revisora: Maria Juliana
O Profissional de Gestão de
Pessoas e suas Atividades
Segundo Chiavenato (2014), a gestão de pessoas é um processo, pois é composta por
várias atividades integradas entre si. Estas têm como objetivo alcançar resultados
sinergísticos para a empresa e para as próprias pessoas. Assim, a área em questão é
formada por seis processos básicos e dinâmicos: processos de agregar pessoas,
processos de aplicar pessoas, processos de recompensar pessoas, processos de
desenvolver pessoas, processos de manter pessoas e processos de monitorar pessoas
(CHIAVENATO, 2014).
Nos processos de agregar pessoas, ocorre o recrutamento e a seleção de novos
colaboradores para trabalhar na empresa (CHIAVENATO, 2014). Os critérios de
recrutamento e seleção dependem das necessidades da empresa e do cargo específico,
cuja descrição é a demonstração coerente das tarefas e a especificação da função. Para
recrutar e selecionar um novo colaborador, deve-se identificar as exigências necessárias
do cargo para o desempenho das tarefas (GIL, 2016).
Quando uma empresa abre vagas para recrutar e selecionar um novo colaborador, os
critérios para a seleção deste são definidos pela redação da descrição e da especificação
do que cada cargo precisa, e isso será encontrado na descrição sumária e no
detalhamento de suas especificações (GIL, 2016).
A descrição sumária é a elaboração da ideia global do cargo. Por exemplo: cargo:
professor; cargo: caixa; cargo: gestor financeiro. O detalhamento, por sua vez, é a
descrição coerente e padronizada das tarefas desenvolvidas no cargo. Por exemplo:
ministrar aulas; elaborar provas; corrigir provas; lançar notas; atender os pais. Já as
especificações são quando se define a qualificação exigida do ocupante do cargo. Por
exemplo: formação escolar; conhecimento especializado; experiência.
Os critérios necessários para o preenchimento da vaga devem ser atendidos na seleção
dos colaboradores, os quais devem atender a esses critérios. No momento de
desligamento de colaboradores, é preciso verificar a descrição de cargos e identificar as
pessoas que não atendem e não executam as tarefas do cargo. Outra questão
importante a ser levada em consideração é verificar o comportamento dos
colaboradores, se eles cumprem os horários, se tem bom relacionamento interpessoal,
se são pessoas fáceis de se adequarem a mudanças etc. O ideal é desligar da empresa
os colaboradores que não atenderem às exigências específicas do cargo ou remanejá-
los para outro cargo em que a pessoa consiga realizar as atividades (GIL, 2016).
Nos processos de aplicar pessoas, são descritas as atividades que serão
desempenhadas pelos colaboradores, bem como é definido como estes serão
orientados e acompanhados em relação ao seu desempenho (CHIAVENATO, 2014). É
nesse momento que são detalhados os processos de modelagem do trabalho, de
desenho organizacional e de cargos, além de estabelecer os critérios para a análise e
descrição de cargos, de orientação das pessoas e de avaliação de desempenho
(CHIAVENATO, 2014).
Nos processos de recompensar pessoas, é definida a forma de incentivos, de
remuneração e de benefícios que a empresa adotará (CHIAVENATO, 2014). Tais
processos abrangem o treinamento que a empresa fará com os colaboradores, o plano
de desenvolvimento, as possibilidades de aprendizagem que a empresa dará interna e
externamente e a política de gestão do conhecimento que a empresa adotará
(CHIAVENATO, 2014).
No caso dos processos de manter pessoas, verificam-se as questões ambientais e
psicológicas que a empresa disponibilizará para o seu quadro de colaboradores, o clima
organizacional, a qualidade de vida, a higiene e a segurança (CHIAVENATO, 2014).
Por conseguinte, nos processos de monitorar pessoas, ocorrem a elaboração dos
critérios para acompanhar e controlar as atividades dos colaboradores e verificar os
seus resultados. Aqui, são determinados o banco de dados e os sistemas de
informações gerenciais (CHIAVENATO, 2014).
Outra atividade essencial que o gestor de pessoas deve desenvolver é a avaliação de
desempenho, visto que esta motiva os colaboradores e fornece informações precisas
sobre suas atividades, que devem ser avaliadas constantemente, o que pode ser
mensal, trimestral, semestral ou anual. Normalmente, as empresas avaliam o
desempenho dos colaboradores pelas competências, as quais são a somatória do
conhecimento, da habilidade e de atitudes do colaborador, portanto, este deve ter
conhecimentos técnicos e científicos acerca da sua atividade e saber aplicá-los na
prática por meio de atitudes que são capazes de resolver problemas (CHIAVENATO,
2014).
O Artigo 2º, que altera o Artigo 4-A da Lei nº 6.019/1974, possibilita a terceirização da
atividade-fim da empresa. Assim, as empresas podem transferir sua principal atividade
a outras empresas. Por exemplo: uma indústria de confecção pode transferir a uma
empresa de prestação de serviços a confecção de suas roupas, terceirizando, desse
modo, a atividade. Da mesma forma, uma empresa de software terceiriza o
desenvolvimento de programas, transferindo-o a uma empresa prestadora de serviços.
Nesse contexto, cabe ao gestor de pessoas desenvolver a gestão de desempenho,
verificando se cada colaborador tem atendido às competências de suas funções. É
importante destacar, ainda, que a gestão de competência deve servir como critério para
promover os colaboradores e escolher aqueles que poderão ser desligados em uma
reestruturação de cargo, dentre outras decisões (CHIAVENATO, 2014).
Comportamento Humano e
Ambiente de Trabalho
McGregor (1971 apud SILVA, 2013) examinou as possíveis suposições de motivação
existentes no ambiente de trabalho. De acordo com Silva (2013), o autor considerou os
fatores que motivam os gestores e os colaboradores. Sendo assim, a Teoria X tem a
administração tradicional como critério, enquanto a Teoria Y tem, em seu fundamento,
uma administração participativa e democrática (SILVA, 2013). McGregor (1971 apud
SILVA, 2013) afirmou, em suas teorias, que todas as decisões administrativas
influenciam o comportamento dos colaboradores, por isso, para se ter uma
administração bem-sucedida, é necessário predizer e controlar o comportamento das
pessoas dentro da organização (SILVA, 2013).
Assim, as atitudes dos gestores de pessoas devem ser direcionadas por suposições que
eles têm sobre o comportamento humano dentro da organização (CHIAVENATO, 2014).
Embora tenha diferença entre as Teorias X e Y, McGregor (1971 apud SILVA, 2013)
defendeu o diálogo democrático, o qual proporciona um ambiente agradável às
pessoas. Portanto, o gestor de pessoas tem que entender que a motivação ocorre por
meio do autocontrole e do autodesenvolvimento que as pessoas desenvolvem.
Em relação a essas diferenças, a Teoria X afirma que as pessoas têm, em sua essência,
uma tendência a ser indolentes, naturalmente passivas, irresponsáveis, almejando
apenas os benefícios econômicos, além de serem resistentes a mudanças, não terem
ambições, não gostarem de trabalhar e nem de receber ordens (SILVA, 2013). Essa teoria
também defende a ideia de que as pessoas são indiferentes às necessidades da
empresa, ingênuas e nada brilhantes. Por fim, segundo essa teoria, o gestor de pessoas
deve ser coercitivo e restringir o comportamento das pessoas na empresa (SILVA, 2013).
Diferentemente, a Teoria Y acredita que as pessoas gostam de trabalhar e são
confiáveis, bem como defende a ideia de que elas podem ser autodirigidas e criativas,
no entanto, para isso, é necessário motivá-las (SILVA, 2013). Além disso, a teoria
sustenta a ideia de que qualquer gestor nesse ramo necessita expandir o potencial das
pessoas por meio de seu gerenciamento e da integração de suas metas individuais às
metas estabelecidas pela empresa (SILVA, 2013). Para esquematizar as diferenças entre
ambas as teorias, veja o quadro “Diagrama: Teorias X e Y”.
Teoria X Teoria Y
Desenvolvimento de Pessoas
A visão da gestão de pessoas considera que as pessoas são o principal patrimônio da
empresa, o qual é composto desde o operário até o principal executivo. Mediante todas
as transformações que têm ocorrido no mundo, como as mudanças tecnológicas, a
competitividade e a concorrência da indústria interna e internacional, dentre tantas
outras, é necessário que a empresa invista no desenvolvimento de seus colaboradores
(CHIAVENATO, 2014).
É importante destacar que as empresas mais bem-sucedidas desenvolvem os seus
colaboradores. Essas organizações investem em treinamentos para terem o retorno que
almejam, compreendem que treinamento é um investimento, e não uma despesa
(CHIAVENATO, 2014).
Segundo Gil (2016), para garantir o aumento das vantagens competitivas no mercado, as
empresas precisam investir em seus colaboradores por meio do treinamento, da
educação corporativa e do desenvolvimento das pessoas.
Educação corporativa são todas as atividades que a empresa promove com o objetivo
de identificar, modelar, difundir e aperfeiçoar as competências fundamentais para o seu
sucesso (GIL, 2016). O treinamento é um processo educacional de curto prazo com o
objetivo de ampliar a capacidade dos colaboradores para executarem as atividades
relacionadas ao seu cargo (GIL, 2016).
Já o desenvolvimento é focado no crescimento e no desenvolvimento profissional das
pessoas, com o objetivo de proporcionar crescimento e oportunidades. Seu foco está
nas promoções que o colaborador poderá ter, na preparação dele para futuras
promoções e no desenvolvimento de suas competências: conhecimentos, habilidades e
atitudes, o que difere o desenvolvimento do treinamento, que é focado no presente, ou
seja, focado nas atividades que a pessoa já desempenha na empresa (GIL, 2016).
TREINAMENTO DESENVOLVIMENTO
Conclusão
Para adequar a produção e a gestão das empresas no atendimento às transformações
causadas pela Quarta Revolução Industrial, a gestão de pessoas e a liderança têm que
estar alinhadas. Somente com um trabalho de cooperação será possível adequar a
empresa às novas demandas do mercado, já que o sistema de produção tem
substituído a mão de obra operacional pela tecnologia, além de que cada vez mais é
exigida mão de obra mais qualificada e especializada.
Dessa forma, a gestão de pessoas e a liderança são as responsáveis pela implantação
dessas mudanças dentro da empresa, principalmente em relação à condução de todos
os colaboradores ao alcance das novas metas estabelecidas, à reestruturação dos novos
cargos, à recolocação dos colaboradores em novas funções, dentre outras atividades.
Referências
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