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Avelino Eusébio Júlio

Análise Físico-química e Sensorial de Óleo de semente da Trichilia Emética Produzido na


Localidade de Chidenguele na Província de Gaza

Licenciatura em Ensino de Química com Habilitações em Gestão de Laboratório

Universidade Púnguè
Chimoio
2021
Avelino Eusébio Júlio

Análise Físico-química e Sensorial de Óleo de semente da Trichilia Emética Produzido na


Localidade de Chidenguele na Província de Gaza

Monografia Científica, a ser entregue no Departamento


de Ciências Naturais e Matemática, para obtenção do
grau de Licenciatura em Ensino de Química com
habilitações em Gestão de Laboratório.

Supervisor:Engo. Agostinho Obra.

Universidade Púnguè
Chimoio
2021
ÍNDICE pag.

Declaraçãode Honra ..................................................................................................................iii


Agradecimento........................................................................................................................... iv
Dedicatória.................................................................................................................................. v
Resumo ...................................................................................................................................... vi
Lista de figuras ........................................................................................................................viii
Lista de tabelas .......................................................................................................................... ix
Lista de abreviaturas e símbolos................................................................................................. x
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO .............................................................................................. 11
1.1. Enquadramento do tema ............................................................................................... 12

1.2. Relevância da pesquisa ................................................................................................. 12

1.2.1. Do ponto de vista académico ................................................................................. 12

1.2.2. Do ponto de vista social ......................................................................................... 12

1.3. Justificativa da Escolha do Tema ................................................................................. 13

1.4. Problematização ............................................................................................................ 13

1.5. Hipóteses....................................................................................................................... 14

1.5.1. Hipótese Básica ..................................................................................................... 14

1.5.2. Hipótese secundária ............................................................................................... 14

1.6. Objectivos ..................................................................................................................... 14

1.6.1. Objectivo geral....................................................................................................... 14

1.6.2. Objectivos específicos ........................................................................................... 14

1.7. Delimitação do Tema .................................................................................................... 14

CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................ 15


2.1. Conceitos ....................................................................................................................... 15
2.2. Trichilia emética ........................................................................................................... 15

2.3. Classificação Científica da semente daTrichilia emética ...................................... 15

Fonte: AUTOR (2021) ............................................................................................................. 16


2.4. Óleo............................................................................................................................... 16

2.5. Classificação dos óleos ................................................................................................. 16


2.5.1. Óleo vegetal............................................................................................................ 16

2.5.2. Óleo animal ............................................................................................................ 17

2.6. Qualidade dos Óleos ..................................................................................................... 17

2.6.1. Aplicações dos Óleos ............................................................................................. 17

2.6.2. Importância económica da produção de óleo vegetal ............................................ 18

2.6.3. Valor Nutricional de óleo de Trichilia emética ..................................................... 18

2.7. Parâmetros Físicos e Organolépticas ............................................................................ 18

2.7.1. Cheiro ..................................................................................................................... 18

2.7.2. Cor .......................................................................................................................... 18

2.8. Parâmetros Químicos .................................................................................................... 19

2.8.1. Índice de Acidez (IA) ............................................................................................. 19

2.8.2. Índice de Peróxidos (IP) ......................................................................................... 19

CAPÍTULO III – MÉTODOS E MATERIAIS ........................................................................ 21


3. Metodologia ......................................................................................................................... 21
3.1. Tipo de pesquisa ........................................................................................................... 21

3.1.2. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema........................................ 21

3.1.2.1. Pesquisa Quantitativa ......................................................................................... 21

3.1.2.2. Pesquisa Qualitativa ........................................................................................... 21

3.1.3. Quanto ao ponto de vista aos objectivos ................................................................ 22

3.1.3.1. Pesquisa exploratória .......................................................................................... 22

3.1.4. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos ...................................................... 22

3.1.4.1. Pesquisabibliográfica ........................................................................................... 22

3.1.4.2. Pesquisaexperimental ........................................................................................... 22

3.1.4. Pesquisacomparativa.............................................................................................. 22

3.2. Técnicas de Recolha de dados ...................................................................................... 23

3.2.1. Observação ............................................................................................................ 23

3.2.1.1. Fase I: Pesquisa bibliográfica ............................................................................. 23

3.2.1.2. Fase II: Trabalho de campo ................................................................................ 24


3.2.1.3. Fase III: Trabalho Laboratorial........................................................................... 24

3.2.1.4. Fase IV: Observação directa ............................................................................... 24

3.3. Técnicas e instrumentos de recolhas de dados.............................................................. 25

3.3.1. Instrumentos de recolha de dados .......................................................................... 25

3.3.2. Amostra de estudo ................................................................................................. 25

3.4. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS .................................................................... 26

3.4.1. Materiais ................................................................................................................ 26

Equipamentos ........................................................................................................................... 26
Matérias .................................................................................................................................... 26
Reagentes .................................................................................................................................. 26
3.5. Parâmetros físico-químicos de óleo de Trichilia emética. ............................................ 27

3.5.1. Determinação do nível do pH do óleo de Trichilia emética ................................... 27

3.5.2. Determinação de saponificação de óleo de semente da Trichilia emética ............. 27

3.5.3. Determinação de índice de acidez de óleo de semente da Trichilia emética ......... 28

3.5.4. Determinação de índice de peróxidos de de óleo de semente da Trichilia emética


30

3.5.5. Determinação de índice de Iodo de de óleo de semente da Trichilia emética. ...... 31

CAPÍTULO IV – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS.......................... 33


4.1. Resultados das determinações dos parâmetros sensoriails e fisico-quimicos .............. 33

4.1.1. arâmetros sensoriais ............................................................................................... 33

4.1.2.Resultados dos parâmetros físico-químicasde óleo da semente da Trichilia


emética .................................................................................................................................. 34

CAPÍTULO V – CONCLUSÕES ............................................................................................ 38


5.1. Recomendações ............................................................................................................. 39

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 40


APÊNDECES ........................................................................................................................... 42
Determinação de saponificação ................................................................................................ 43
Determinação de índice de acidez no óleo; .............................................................................. 44
Determinação de índice de peróxidos no óleo .......................................................................... 44
Parâmetro .................................................................................................................................. 46
ANEXOS………………………………………………………………………......................47
iii

Declaraçãode Honra

Declaro por minha honra que esta Monografia é resultado da minha investigação pessoal e das
orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as fontes consultadas estão
devidamente mencionadas no texto, nas notas e na bibliografia final,

Declaro ainda que este trabalho não foi apresentado em nenhuma outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Chimoio, aos __ de Outubro de 2021

O autor

_______________________________________

(Avelino Eusébio Júlio)


iv

Agradecimento

Agradeço primeiramente a Deus por tanto amor divino, por sempre guiar meus caminhos,
família e por ter permitido que terminasse o curso com sucesso.

Agradeço a minha mãe por ter ajudado muito na minha caminhada estudantil. Também para
minha linda esposa por ter estado comigo em todos momentos, bons assim como ruins,
sempre dando me suporte nesta jornada.

À minha família, que me incentivou e contribuiu para que esse sonho se tornasse realidade.
Agradeço muitos aos meus amigos irmãos DertoLanga e Felisberto Álvaro Mefrança, são os
meus grandes conselheiros da minha vida em geral.

A Universidade Púnguè, pela oportunidade de fazer о curso. Ao meu Supervisor, Engo.


Agostinho Vasco Cardoso Obra pela orientação, apoio е confiança, na realização do trabalho.
A todos os Docentes da UniPúnguè, em particular do curso de Química, pela paciência que
demonstraram durante a transmissão dos conhecimentos e o gestor do laboratório Msc Félix
Francisco por me apoiar durante minhas análises no laboratório.

Agradeço a todos os colegas pelo seu espírito, de forma directa e indirecta por terem ajudado,
a alcançar este objectivo.

Colega Lopes Sambo, Bernardo Machava, Dedeu, Zefánias, Maguel, e Leonildo António
Situe, por me ajudarem muito na minha caminhada estudantil.

A TODOS MUITO OBRIGADO


v

Dedicatória

Dedico este trabalho aos meus progenitores Eusébio G. Júlio, Marta E. Tamele a minha
esposa Talvina E. Langa e meu filho Gerson Avelino Julio, que ajudaram-me nos meus
estudos, para melhor enfrentar o futuro. Dedico também à toda família em geral que apostou
na minha formação na Universidade Púnguè.
vi

Resumo

Óleos são substâncias no estado líquido viscoso, nas condições ambientais; tecnicamente são
lípidos ou materiais graxos formados por triglicerídeo que possuem radicais insaturados, ou
lípidos formados pela união de três moléculas de ácidos graxos e uma molécula glicerol. Na
localidade de Chidenguele, província de Gaza, o óleo de semente da Trichilia emética é
obtido de forma caseira para o seu consumo sem conhecer a qualidade. O objectivo desta
pesquisa é analisar os parâmetros físicos-químico e sensorial de óleo de semente da Trichilia
emética produzido de forma caseira na Localidade de Chidenguele.No óleo foram analisados
os seguintes parâmetros sensorial (cor e cheiro, método organoléptico), parâmetros físicos
(pH, método potenciométrico) e químicas (índices de Acidez, método volumétrico; índice de
saponificação, método volumétrico; índice de iodo, método volumétrico; índice de peróxido,
método volumétrico). Feitas as análises constatou-se que o cheiro é característico e a cor,
amarelo alaranjado, o que indica que estão dentro de parâmetros exigidos, quanto aos
parâmetros químicos pH, índices de acidez, índice de saponificação, índice de iodo, índice de
peróxido que tiveram respectivamente os seguintes resultados: pH 5,9; índices de Acidez 0,67
mg NaOH/kg; índice de saponificação 187,43 mg de KOH / g; índice de iodo 72,28 g de I2 /
100g e índice de peróxido 2,96 Meq O2/kg; Também estão dentro do recomendado, todos
parâmetros exigidos encontram-se nos limites recomendados. Conclui-se que o óleo de
semente da Trichilia emética está dentro dos parâmetros padronizados, pois o óleo apresentou
índice de saponificação pouco baixo do estabelecido. Os resultados obtidos indicam que o
óleo de semente da Trichilia emética produzido naquela região apresenta de forma genérica,
parâmetros aceitáveis para o consumo humano.

Palavras-chaves: Parâmetros, físicos-químico, Óleo de semente da Trichilia emética,


Chidenguele.
vii

Abstract

Oils are substances in a viscous liquid state, under ambient conditions; technically they are
lipids or fatty materials formed by triglycerides that have unsaturated radicals, or lipids
formed by the union of three fatty acid molecules and a glycerol molecule. In the town of
Chidenguele, Gaza province, Trichilia emética seed oil is obtained home-made for
consumption without knowing the quality. The aim of this research is to analyze the physical-
chemical and sensory parameters of Trichilia emética seed oil produced in Chidenguele
Locality. In this procedure, samples of Trichilia emética seed oil were collected in the
Chidenguele locality.

In the oil analysis, the following sensory parameters (color and smell, organoleptic method),
physical (pH, potentiometric method;) and chemical parameters (Acidity indices, volumetric
method; saponification index, volumetric method; iodine index, method) were analyzed
volumetric; peroxide index, volumetric method). After the analysis, it was found that the
smell is characteristic and the color, yellow-orange, which indicates that they are within the
required parameters, regarding the chemical parameters pH, acidity index, saponification
index, iodine index, peroxide index that respectively had the following results: pH 5,9;
Acidity indices 0,67 mg NaOH/kg; saponification index 187,43 mg KOH / g; iodine index
72,28 g of iodine/100g and peroxide index 2,96 Meq O2/kg; They are also within the
recommended, all required parameters are within the recommended limits. It is concluded that
the seed oil of Trichilia emética is within the standardized parameters, as the oil presented a
saponification index slightly lower than the established one. The results obtained indicate that
the seed oil of Trichilia emética produced in that region presents, in a generic way, acceptable
parameters for human consumption.

Keywords: Parameters, physicochemical, Trichilia emetic seed oil, Chidenguele


viii

Lista de figuras

Figura 1: Semente da Trichilia emética. ................................................................................... 16


Figura 2: Esquema com as moléculas precursoras do triacilglicerol........................................ 19
Figura 3:Descrição do óleo de semente da Trichilia emética. .................................................. 26
Figura 4:Determinação de pH de óleo de semente da Trichilia emética. ................................. 27
Figura 5: Determinação de índice de saponificação de Trichilia emética. ............................... 28
Figura 6: Determinação de índice de acidez de óleo de semente da Trichilia emética. ........... 29
Figura 7: Determinação de índice de peróxidos de Trichilia emética. ..................................... 31
Figura 8:Determinação de índice de iodo de de óleo de semente da Trichilia emética. .......... 32
Figura 9: óleo de semente da Trichilia emética (Mafurra). ..................................................... 34
ix

Lista de tabelas

Tabela 1: Os Principais ácidos graxos presentes em óleos vegetais e gorduras animais. ........ 17
Tabela 2: Equipamentos, Materiais, e Reagentes. .................................................................... 26
Tabela 3: Parâmetros Organolépticas. ...................................................................................... 33
Tabela 4: Resultados dos parâmetros físico-químicas de óleo da semente da Trichilia
emética..34
Anexo A: Variação dos parâmetros químicos recomendados nos óleos refinados…………46
Anexo B:Variação dos parâmetros químicos recomendados nos óleos prensados…………46
Anexo C: Características físico-químicas do óleo de semente da Trichilia emética………..47
Instrução Normativa 49/200626/12/2006…………………………………………………...48
x

Lista de abreviaturas e símbolos

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ANVISA Agencia Nacional e Vigilância de Sanitária

CIE Comission International d’Eclaraige

EN1 Estrada Nacional Numero 1

FAO Food Agriculture Organization

IA Índice de acidez

IP Índice de Peróxidos

kg Quilograma

LNHAA Laboratório Nacional de Higiene de Águas e Alimentos

MAPA Ministério de Agricultura Pecuária e Abastecimento

Meq Miliquivalentes

Mr Massa molar

NP Normas Portuguesas

OMS Organização Mundial da Saúde

PEA Processo de Ensino e Aprendizagem

RDC Resolução de Directoria Colegiada.


11

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

Em Moçambique, as frutas nativas têm contribuído como alimento importante na dieta das
populações nas zonas rurais. O plantio de árvores de fruteiras nativas não tem sido uma
prática comum, contudo estas compõem a maior parte das árvores que podem ser encontradas
na floresta ou nos arredores quando os agricultores desbravam as matas preparando a terra
para a prática agrícola ou fixação das suas residências. As fruteiras nativas têm um valor
sócio-cultural e económico significativo em áreas rurais de Moçambique pois servem de
alimento e fonte de rendimento familiar. Estas frutas crescem e amadurecem num período
muito curto do ano, resultando num subaproveitamento devido a fraca capacidade de
processamento e conservação do excedente (MAGAIA & WAMUSSE, 2015).

A Trichilia emética é a árvore da mafurreira é uma planta da família das Meliáceas de folha
perene, originária de África Ocidental. Segundo Guardado (1930, p. 9) reportou que se
encontrava disseminada nas florestas abertas de Moçambique, principalmente na sua parte
subtropical. Em Moçambique, a Trichilia emética encontra-se distribuída em quase todas as
províncias do país, com excepção da província do Niassa, sendo que se encontra,
maioritariamente, na região sul (FAIELA, 2007, p. 9). Neste caso aborta se assuntos de oleio
de Trichilia emética vulgarmente chamado Mafurra, produzido na localidade de Chidenguele
na província de Gaza.Trichilia emética ou mafurra de nome vulgar é o nome do fruto da
mafurreira que pode ser encontrado em território Moçambicano, principalmente na região sul.

Uma das maneiras de obter óleo essencial das folhas, cascas e semente, é por arraste de vapor
produzido pelo processo de ebulição da água contendo o material botânico intacto ou
extracção por prensagem. Por arraste a vapor, o material volátil é arrastado pelo vapor de água
e posteriormente separado por decantação, e por prensagem, as folhas, cascas ou sementes,
são prensadas até a saída do óleo vegetal (BRUNETON, 1991).

Na região sul tem terras próprias para a agricultura e pecuária, e é ainda reconhecida por ser
grande produtora da Trichilia emética na qual extrai-se o óleo para temperar os derivados da
agro-pecuária. O óleo extraído suscita algum interesse no que concerne ao seu estado
nutricional, para tal, surge o presente trabalho para analisar os parâmetros físicos-químicos e
sensorial sobre a qualidade do óleo de semente da Trichilia emética produzido no ano de 2021
desta comunidade.

Neste trabalho trata se de análise físico-químico de óleo de semente da Trichilia emética, que
tem como objectivo analisar os parâmetros físicos-químico e sensorial de óleo de Trichilia
12

emética produzido na Localidade de Chidenguele, problematiza se em registar se o consumo


excessivo no mesmo óleo e é consumido sem conhecimento prévio de qualidade de que faz
bem para o homem ou não, uma vês que não passa de uma analise laboratorial.

A monografia é composta por V capítulo que são: capítulo I – introdução, capítulo II-
fundamentação teórica, capítulo III – métodos e materiais, capítulo IV Capitulo V- Conclusão
trata-se das conclusões do trabalho.

1.1.Enquadramento do tema

Este presente trabalho responde a um dos desafios do Ministério da Educação e


desenvolvimento Humano, de fazer o aluno compreender a relação entre o conhecimento
científico e o quotidiano, isto é, ensinar a ciência para resolução de problemas pontuais da
sociedade.

No âmbito da saúde o tema também enquadra-se no Ministério da Saúde, visto que o


consumo deste tipo de óleo está relacionado de forma directa com a população local.
Enquadra-se na cadeira de Química analítica I e II na matéria que retrata acerca da titulação.
O estudo enquadra-se na linha de pesquisa do curso de química, nas cadeiras curriculares que
são abordadas em diferentes anos, tais como: Química orgânica-II, Química física I e II,
Química Analítica I e II, Técnica de Processamentos de Amostra, Laboratório-IV, Química
Ambiental e Química Macromolecular.

1.2.Relevância da pesquisa
1.2.1. Do ponto de vista académico

Neste caso é relevante avançar com a pesquisa deste óleo de modo que trazer conhecimentos
prévios na academia, olhado nas pesquisas básicas úteis para o avanço da ciência com
aplicação prática prevista e envolver verdades e interesses universais.

1.2.2. Do ponto de vista social

Esta pesquisa pretende expandir conhecimento para melhorar esta prática de modo que a
comunidade consumidora tenham o óleo em maior qualidades e quantidades, neste caso
ajudar também trazer novos conhecimentos para a comunidade de Chidenguele.
13

1.3.Justificativa da Escolha do Tema

As espécies florestais, em particular fruteiras nativas, jogam em Moçambique um importante


papel na nutrição e medicina tradicional para as populações rurais e representam um potencial
elevado de exploração económica, na promoção de oportunidades de emprego e melhoria da
renda familiar das populações e da economia nacional, assumindo um papel com relevância
sectorial e social para o desenvolvimento. A promoção do consumo de frutos nativos destaca-
se como uma estratégia atraente para combater a insegurança alimentar e nutricional,
permitindo às famílias ter responsabilidade sobre a sua dieta de uma forma sustentável e
culturalmente apropriada. A exploração de frutos nativos permite ainda aumentar o
rendimento disponível das famílias que pode ser usado na compra de outros bens, bem como
contribuir para as exportações e economia nacional (ARTIMISA & MONJANE, 2015).

A província de Gaza em particular localidade de Chidenguele os frutos da mafurreira são


periódicos mas no período de maior produção ocorre desperdício. Portanto, a população
aproveita os seus frutos (Trichilia emética) para produzir o óleo para o consumo humano sem
conhecimento prévio da qualidade através da extracção por prensagem pois é uma prática de
baixo custo visto que a população é carenciada. Para o efeito, o autor pretende analisar a
qualidade do óleo de semente da Trichilia emética.
1.4.Problematização

A flora moçambicana é muito rica em fruteiras nativas e embora muitas delas apresentem
amplas perspectivas de aproveitamento económico, tanto a nível local como a nível nacional,
poucas têm sido estudadas, sendo a transferência do conhecimento técnico-científico actual e
de oportunidades de negócio em novas cadeias de valor bastante incipiente, e negligenciado
grande parte do conhecimento indígena (ALVES, 2015).

Como refere Thanassoulis (2019, p.5) ao debruçar-se sobre esta pesquisa: “o óleo para o
consumo deve ser bem preparado e tratado, desde os reagentes ao produto final de modo que
não crie problemas à saúde pública. A sua qualidade deve obedecer os parâmetros emanados
pela OMS”. O Óleo por ser importância para a consumidora e todos que despertarem
interesse.

O autor pretende analisar este caso uma vez que este óleo não passa de uma analise
laboratorial. Havendo um distanciamento no consumo de óleo processado ou industrializado
em massa por parte da população surge uma necessidade de estudo dos parâmetros físico-
químico de forma a garantir boa saúde. Dentro da problemática surge a seguinte questão:
14

 Será que o óleo de semente da Trichilia emética produzido na localidade de


Chidenguele apresenta boa qualidade para o consumo alimentar?
1.5.Hipóteses
1.5.1. Hipótese Básica
 O óleo de semente da Trichilia emética consumido na Localidade de Chidenguele está
dentro dos parâmetros exigidos pela OMS.
1.5.2. Hipótese secundária
 O óleo de semente da Trichilia emética produzido na localidade de Chidenguele não
está dentro dos parâmetros exigidos pela OMS.
1.6.Objectivos
1.6.1. Objectivo geral
 Analisar os parâmetros físicos-químico e sensorial de óleo de semente da Trichilia
emética produzido na Localidade de Chidenguele.

1.6.2. Objectivos específicos


 Identificar as propriedades sensoriais (cor e cheiro) presentes no óleo de semente da
Trichilia emética;
 Determinar os parâmetros físico-químicas do óleo de semente da Trichilia emética
produzido (pH, acidez, saponificação, iodo, e índice de peróxidos no óleo;
 Comparar os teores de cada parâmetro físico-químico existente no óleo de semente da
Trichilia emética com os valores patronizados pela OMS.

1.7.Delimitação do Tema

A Localidade de Chidenguele localiza-se no Distrito de Manjacaze, província de Gaza, possui


683,7km2 de extensão, uma localidade: Chidenguele. Situa-se 24º 00’S de latitude e 33º 56’ e
34º 28E de longitude e faz limites ao norte com o Distrito de Zavala; a sul com o Distrito de
Xai-Xai; a este com o Oceano Indico e a oeste com o Posto Administrativo de Nguzene.
(ALMEIDA, in GPS e Google Earth, 2009). O trabalho limitava-se em analisar os parâmetros
físicos-químicos e sensorial sobre a qualidade do óleo de semente da Trichilia emética
produzido em 2021 nesta Localidade.
15

CAPÍTULO II – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


2.1.Conceitos

Mafurreira é uma planta cientificamente conhecida por Trichilia emética que pertence à
família Meliáceas, que pode atingir cerca de 20m de altura, com folhas compostas e pequenas
flores esbranquiçadas, sendo o seu fruto capsular (Trichilia emética) dotado de sementes das
quais extrai-se o óleo (SANCHO, 1998).
Trichilia emética é uma árvore perene que pode atingir entre 20 a 35 metros de altura, o seu
tronco tem uma cor vermelho escura e casca cinza e inchado na base, podendo com a idade
ganhar pregas. Os seus ramos são erectos, ou parcialmente erectos, formando uma copa em
forma de pirâmide quando jovem e oval arredondada quando madura, com um diâmetro por
vezes superior a 15 metros. As folhas têm uma forma irregular e são compostas por 3 a 5
pares de folíolos mais um terminal verde-escuro brilhante na superfície superior e coberto de
pelos castanhos na superfície inferior. As suas flores são pequenas, com uma tonalidade
amarela pálida e perfumadas, possuindo geralmente 5 pétalas grossas com cerca de 2 cm, em
torno de um centro peludo de estames (MATAKALaetal., 2005).
O fruto (figura 1) é constituído por cachos peludos com ± 3 cm de diâmetro, cada um
contendo 3 a 6 sementes alongadas, com uma camada exterior de polpa laranja gordurosa
(arilo), comestível, entre 12 a 18% do peso total das sementes (VERMAAK etal., 2011).
Na província de Gaza regista-se Mafurreiras em grandes quantidades. Portanto, a população
aproveita a semente da Trichilia emética para produzir óleo para o consumo humano. Neste
caso este óleo trás bons benefícios para a comunidade.
2.2.Trichilia emética
Mafurra é o nome do fruto da mafurreira que pode ser encontrado em território Moçambicano,
principalmente na região sul. Esta semente é comestível, e aproveita-se a mesma para
produção do óleo vegetal,
2.3.Classificação Científica da semente daTrichilia emética
Segundo Junqueiras (2002), a mafurreira classifica-se cientificamente em:
 Reino: Plantae;  Família: Meliciaceae;
 Divisão: Angiospérmica;  Género: Sorbus;
 Classe: Eudicots;  Espécie: Trichilia.
 Ordem: Rosids;
16

Figura 1: Semente da Trichilia emética.

Fonte: AUTOR (2021)

2.4.Óleo
São substâncias no estado líquido viscoso, nas condições ambientais; tecnicamente são lípidos
ou materiais graxos formados por triglicerídeo que possuem radicais insaturados, ou lípidos
formados pela união de três moléculas de ácidos graxos e uma molécula glicerol
(FIGUEIREDO, 2009).
2.5.Classificação dos óleos
2.5.1. Óleo vegetal
São substâncias insolúveis em água (hidrofóbicas), de origem vegetal, formados
predominantemente por ésteres e triglicerídeos é o resultado da eterificação de uma molécula
de glicerol com os ácidos graxos (SILVA, 2004).
Segundo a fonte, o óleo é extraído em plantas, apesar de, em princípio, outras partes da planta
poderem ser utilizadas para extracção de óleos, na prática este é extraído na sua maioria das
sementes.
Os óleos vegetais são substâncias líquidas insolúveis em água, que em seu estado bruto
consistem predominantemente de triacilgliceróis e ácidos graxos. O triacilglicerol
corresponde à molécula de glicerol esterificada nas três posições. A diferença básica entre
óleos e gorduras está no ponto de fusão. Os óleos são líquidos, enquanto as gorduras são
sólidas a temperatura ambiente. Óleos e gorduras são ésteres; produtos da reacção entre o
glicerol e um ácido carboxílico graxo, isto é, ácidos de cadeias longas (POTTER, 1978;
UIEARA, 2003, p. 19).
Os óleos vegetais possuem grande valor nutricional e por isso são consumidos
mun¬dialmente, eles são fontes de energia e tem ácidos graxos importantes, mais também,
17

vale ressaltar que os mesmos influenciam e são encarregados pelo sabor textura de alimentos,
podendo até usados no lugar da gordura animal e a diversidade de espécies vegetais auxilia
para que esse óleo seja encontrado mais facilmente.
2.5.2. Óleo animal
Os óleos e gorduras de animais possuem estruturas químicas semelhantes as dos óleos
vegetais, sendo moléculas triglicerídicas de ácidos graxos. As diferenças estão nos tipos e
distribuições dos ácidos graxos combinados com o glicerol (PARENTE, 2003, p. 40).

Tabela 1: Os Principais ácidos graxos presentes em óleos vegetais e gorduras animais.

Ácidos Formula química


Palmítico R= -( CH2)14-CH3
Esteárico R= -( CH2)16-CH3
Oléico R= -( CH2)7-CH=CH-( CH2)7-CH3
Linoléico R= -( CH2)7-CH=CH- CH2-CH=CH-( CH2)4-CH3
Linolénico R= -( CH2)7-CH=CH- CH2-CH=CH- CH2-CH=CH-CH2-CH3
Fonte: KNOTHE etal., 2006.
2.6.Qualidade dos Óleos
Segundo Gustone, (2008) a qualidade de um alimento é definida como a característica
essencial, propriedade de distinção, ou grau de excelência. Um óleo ideal deverá possuir
propriedades químicas, físicas e nutricionais adequadas para a sua utilização. No entanto,
esses requisitos nem sempre são compatíveis entre si e alterações devem ser feitas. Por
exemplo, as propriedades físicas e químicas desejadas só podem ser conseguidas com alguma
perda de qualidade nutricional,
A qualidade global do óleo é analisada pelos atributos que o compõem, de modo assegurarem
a sua genuidade. Os atributos afectam a aceitabilidade do produto, como a cor, sabor e textura
(COOPERE; ORTHOEFER, 1996).
2.6.1. Aplicações dos Óleos
Os óleos são usados para diferentes fins mas em destaque para os seguintes:
 Na cozinha
 Fabrico de cosméticos
 Como combustíveis
 Fitoterápico
 Aromaterapia
 Benefícios
18

2.6.2. Importância económica da produção de óleo vegetal


A extracção de óleos de plantas tem sido uma prática comum em
várias culturas desde os primeiros tempos. O óleo vegetal é usado para
cozinhar, como aditivos alimentares, como combustível e como
ingrediente para sabonetes, velas, perfumes e outros produtos de
higiene pessoal, A produção global de óleos vegetais tem vindo a
expandir-se rapidamente nos últimos anos, impulsionada pela
demanda do sector alimentar, farmacêutico, e cada vez mais, pelo uso
de combustíveis e outras utilizações não alimentares, como óleo
químicos (SHAHIDI, 2005 p. 22-23).
2.6.3. Valor Nutricional de óleo de Trichilia emética
A desnutrição é um dos principais problemas enfrentados pelas crianças e mães africanas em
áreas rurais. Por isso, é com vista a minimizar esses problemas de forma rentável, um sumo
multivitamínico pode ser produzido a partir de sementes de Trichilia emética e outras plantas
nativas comestíveis. As sementes de Trichilia emética possuem um teor de proteína, de
gordura, de fibra bruta, de água e de minerais, que revela que o valor nutricional das sementes
secas por 100 g de matéria seca é de cerca de 58% do peso fresco, com um valor de energia de
1897 KJ. Foi também verificado que a semente continha proteína (17%), gordura (22,9%),
fibra (8,1%) e hidratos de carbono (47,5%). Minerais como o magnésio, ferro, potássio e
sódio (KOMANE et al., 2011,p. 13).
2.7.Parâmetros Físicos e Organolépticas
2.7.1. Cheiro
De acordo com Simões et al, (2008), o sabor assim como o cheiro são características
Organolepticas. Sendo assim, o óleo para o consumo deve apresentar o cheiro característico.
Caso contrário pode se dizer que a sua qualidade está afectada.
2.7.2. Cor
Segundo Correia et al., (2010) Sustenta que a cor pode ser detectada usando o método
sensorial, isto é, visualmente já que é uma característica Organolepticas ou usado um
espectrofotómetro.
A Comission International d’Eclaraige (CIE) citado em LIMA e LARANJEIRA, (2010),
define a cor como o aspecto da percepção visual de um objecto distinto, que um observador
distingue mediante o tamanho, forma, textura, posição e brilho, os quais dependem da posição
espectral da luz incidente e também da geometria da óptica de visualização.
19

Segundo a mesma fonte, o óleo obtido deve apresentar uma cor característica como as que se
seguem: amarelo, castanho, amarelo acastanhado, entre outras.
2.8.Parâmetros Químicos
2.8.1. Índice de Acidez (IA)
O índice de acidez do óleo é um factor qualitativo a ser considerado nos grãos de óleo por
influenciar no maior ou menor custo da industrialização desse produto (SANTOS & BRITO,
2017). Acidez dos óleos é uma consequência da hidrólise enzimática que ocorre na semente
ou no fruto em condições de alta humidade. No processo de refino, a acidez é reduzida
implicando numa medida de controlo de qualidade. Um processo de decomposição altera
quase sempre a concentração dos iões hidrogénio nos óleos. A decomposição dos
triacilglicerois é acelerada por aquecimento e pela luz, sendo a rancidez quase sempre
acompanhada pela formação de ácidos graxos livres. Um triacilglicerol é formado pela união
de três ácidos graxos a uma molécula de glicerol, cujas três hidroxilas (grupos-OH) ligam-se
aos radicais carboxílicos dos ácidos graxos. Os triglicerídeos podem ser hidrolisados,
liberando com isso ácidos graxos e glicerol.

Figura 2: Esquema com as moléculas precursoras do triacilglicerol.

Fonte: BRUICE, 2006

2.8.2. Índice de Peróxidos (IP)


Um óleo contém ácidos gordos polinsaturados, podendo a sua oxidação ocorrer ao nível das
duplas e triplas ligações com a incorporação de oxigénio, que conduz à formação de hidro-
peróxidos e peróxidos, quimicamente muito instáveis. Estes, decompõem-se posteriormente
em cadeia, com a presença de radicais livres, noutros produtos finais que têm normalmente
odor e sabor desagradáveis. A determinação da oxidação dá-se com o rompimento de
moléculas contendo o radical livre para formarem produtos de massa molar mais baixa
(aldeídos, cetonas, álcoois, ácidos e ésteres), os quais são voláteis e associam-se ao odor a
ranço. Segundo (White, 2000), a peroxidação constitui um processo autocatalítico e
desenvolve-se em aceleração crescente, uma vez iniciada. Factores como temperatura,
20

pressão, humidade, enzimas, luz, iões metálicos (Fe, Co, Cu, Mn) influenciam na formação de
radicais livres. A degradação dos óleos por rancificação oxidativa faz variar o índice de
peróxidos ao longo do ciclo de vida dos óleos e da sua reutilização.
Entende-se por Índice de Peróxidos (IP) a quantidade de oxigénio activo, expresso
emmiliequivalentes, contida em 1kg de gordura ou óleo. A determinação é feita por
volumetria redoxindirecta, pela Norma Portuguesa NP 904 (1987). O processo baseia-se na
oxidação do iodeto de potássio a iodo em meio acético, pelo oxigénio activo de uma massa
conhecida de gordura ou óleo. A quantidade de iodo formado é titulada com uma solução de
tiossulfato de quantidade de água presente, para prever e evitar a degradação do produto
(LARANJEIRA E RIBEIRO, 2011).
21

CAPÍTULO III – MÉTODOS E MATERIAIS

3. Metodologia
Este capítulo apresenta-se a descrição das actividades que foram feitas na localidade de
Chidenguele e Laboratório da Universidade Púnguè e as metodologias que foram usadas ou
adoptadas para o processo de culminação deste trabalho.
3.1.Tipo de pesquisa
3.1.1. Do ponto de vista de sua natureza

O tipo de pesquisa usado é pesquisa aplicada. Segundo Prodanov e Freitas (2013), esta
pesquisa objectiva gerar conhecimentos para aplicação prática dirigidos à solução de
problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.

3.1.2. Do ponto de vista da forma de abordagem do problema


Recorreu-se a pesquisa quantitativa e qualitativa, visto que para conhecer a qualidade do óleo
a pesquisa baseou-se na prática experimental onde haverá necessidade de quantificar os
resultados obtidos e a posterior concluir quanto a qualidade do óleo.

3.1.2.1.Pesquisa Quantitativa
Segundo Prodanov e Freitas (2013), considera que tudo pode ser quantificável, o que significa
traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de
recursos e de técnicas estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-padrão,
coeficiente de correlação, análise de regressão etc.).
3.1.2.2.Pesquisa Qualitativa

Segundo Prodanov e Freitas (2013), considera que há uma relação dinâmica entre o mundo
real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objectivo e a subjectividade do
sujeito que não pode ser traduzido em números. A interpretação dos fenómenos e a atribuição
de significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa. Esta não requer o uso de
métodos e técnicas estatísticas.

O estudo foi realizado em duas etapas, tendo a primeira a extracção do óleo que realizou-se na
localidade de Chidenguele, e a segunda etapa, que foi a de análises físico-químicas:
determinação de pH, índice de acidez, índice de saponificação, índice de iodo e índice
peróxido, estas análises foram realizadas no laboratório da Universidade Púnguè.
22

3.1.3. Quanto ao ponto de vista aos objectivos


Quanto aos objectivos a pesquisa pode ser exploratória.

3.1.3.1.Pesquisa exploratória

Consistiu na busca de informações no local de estudo, neste caso localidade de Chidenguele,


possibilitando desta feita a familiarização do autor a realidade, orientação a fixação dos
objectivos e a formulação das hipóteses.

3.1.4. Do ponto de vista dos procedimentos técnicos


Quanto aos procedimentos a pesquisa pode ser bibliográfica e experimental.

3.1.4.1.Pesquisa bibliográfica
Visto que todas as pesquisas necessitam de um referencial teórico para o seu sustento e
enriquecimento, neste caso a pesquisa bibliográfica consistiu em aquisição de livros,
monografias, dissertações, teses e internet, com o objectivo de colocar o pesquisador em
contacto directo com todo material já escrito sobre a Trichilia emética, tipos de extracção de
óleos e gorduras factores que afectam a qualidade de óleos e gorduras.

3.1.4.2.Pesquisa experimental
Pesquisa experimental, o pesquisador procura refazer as condições de um fato a ser estudado,
para observá-lo sob controlo. Para tal, ele se utiliza de local apropriado, aparelhos e
instrumentos de precisão, a fim de demonstrar o modo ou as causas pelas quais um fato é
produzido, proporcionando, assim, o estudo de suas causas e seus efeitos (PRODANOV &
FREITAS, 2013).

Visto que o principal objectivo da pesquisa é analisar o óleo de Trichilia emética, consistiu na
extracção e análise do óleo.

3.1.4.3.Pesquisa comparativa
Segundo Fachin (2001) A pesquisa comparativa consiste em investigar coisas ou factos e
explica-los segundo suas semelhanças e suas diferenças. Permitindo a análise de dados
concretos e a dedução de semelhanças e divergências de elementos constantes, abstracto e
gerais, proporcionando investigações de carácter indirecto.

Assim sendo para esta pesquisa permitiu o pesquisador comparar os dados obtidos pela
pesquisa experimental, isto é, comparação dos dados obtidos em relação aos padronizados.
23

Este método auxiliou na interpretação de dados, comparando os resultados obtidos na análise


de óleo de semente da Trichilia emética, bem como os demais óleos vegetais propostos pelo
autor como base na comparação e com os dados recomendados pela OMS.

3.2.Técnicas de Recolha de dados


Os resultados laboratoriais sobre a análise do óleo da Trichilia emética foram obtidos em IV
fases, nomeadamente: pesquisa bibliográfica, trabalho de campo; método laboratorial e
observação directa.

3.2.1. Observação
A observação é uma técnica de colecta de dados para conseguir informações e utiliza sentidos
na obtenção de determinados aspectos da realidade. (LAKATOS (1991, p. 190)

Nesta pesquisa foi muito importante o uso desta técnica, ou seja, a utilização de órgãos de
sentidos para obtenção e interpretar os resultados obtidos a partir das amostras em destaque,
me refiro da cor, cheiro e outros.

3.2.1.1.Fase I: Pesquisa bibliográfica

De acordo com Gil (2002), a pesquisa bibliográfica consiste na sistematização da informação


consultada em obras que versam sobre o tema em estudo, com o objectivo de fornecer uma
base teórica que servirá de suporte para todo o processo de pesquisa, bem como para a
elaboração dos instrumentos para a colecta de dados. Segundo a fonte, é considerado exame
de materiais de natureza diversa, que ainda não receberam um tratamento analítico, ou que
podem ser reexaminados, criando novas ou interpretações complementares, actividade
localização de fontes, para colectar dados gerais ou específicos a respeito de determinado
tema e considera que é uma componente obrigatória para qualquer pesquisa.

Para Lakatos & Marconi (2003), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em
material já elaborado, constituído principalmente pelas obras e artigos científicos que versam
sobre o tema.

A principal vantagem da pesquisa bibliográfica reside segundo Gil (2002), no facto de


permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenómenos muito mais amplos do que
aquela que poderia pesquisar directamente.
24

3.2.1.2.Fase II: Trabalho de campo

É uma actividade realizada por pesquisadores na natureza ou no local onde o fenómeno


estudado ocorre naturalmente. Engloba a colecta e/ou registo de dados, caracteres e
informações (GÜNTHER 2006).

Ainda diz que, é utilizada com o objectivo de conseguir informações e/ou conhecimentos
acerca de um problema para o qual procuramos uma resposta, ou de uma hipótese, que queira-
se comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenómenos ou as relações entre eles. Consiste
também na observação de factos e fenómenos tal como ocorrem espontaneamente, na colecta
de dados a eles referentes e no registo de variáveis que presumimos relevantes, para analisá-
los.

Esta fase foi caracterizada pelo deslocamento à área de estudo onde se realizou o
levantamento de dados referentes a época da produção do óleo de semente da Trichilia
emética, pois o pesquisador intencionava colher amostra recém produzida.

3.2.1.3.Fase III: Trabalho Laboratorial

Denomina-se laboratorial pelo facto das experiências ocorrerem em situações controladas


onde a maioria das pesquisas são realizadas em locais fechados (laboratórios) e até mesmo ao
ar livre ou em ambientes artificiais. Em todas as pesquisas laboratoriais necessitam de um
ambiente possível de ser controlado, estabelecido de forma prévia de acordo com o estudo a
ser desenvolvido (NASCIMENTO, 2002).

Foi nesta fase onde decorreu a análise quantitativa que consistiu na identificação dos
nutrientes presentes no óleo da Trichilia emética usando o parâmetro da análise química do
óleo produzido na Localidade de Chidenguele

3.2.1.4.Fase IV: Observação directa

Para GIL (1996) a observação directa é uma técnica que visa a colecta de dados através da
presença física e uma observação mais atenta.

Este método da observação permitiu ao pesquisador a observar directamente os fenómenos


físicos que ocorreram extracção das amostras, assim como fenómenos que ocorreram no
processo da análise laboratorial
25

Segundo LAKATOS (1991, p. 190), afirma que a observação é uma técnica de colecta de
dados para conseguir informações e utiliza sentidos na obtenção de determinados aspectos da
realidade.

Conforme a definição da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 1993), a análise


sensorial é uma “disciplina da ciência usada para evocar, medir, analisar e interpretar as
reacções às características dos alimentos e materiais tal como são percebidas pelos sentidos da
visão, olfacto, paladar, tacto e audição”. Essas características, também chamadas de atributos
sensoriais, tendem em ordem de: aparência, aroma, consistência e sabor.

Porém, durante o processo de percepção, todos os atributos ou sua maioria acabam se


sobrepondo, como se a pessoa recebesse as impressões sensoriais quase que simultaneamente.
Todos os sentidos são utilizados durante o processo e determinam a qualidade da sensação
que o alimento provoca.

Para o trabalho em curso, o pesquisador teve acesso às experiências laboratoriais por ser
estudante da mesma instituição.

3.3.Técnicas e instrumentos de recolhas de dados


Com base a este método de pesquisa permitiu-me fazer análise laboratorial na determinação
de PH, determinar os índices de Acidez, índice de saponificação, índice de iodo e índice de
peróxido.
3.3.1. Instrumentos de recolha de dados
O instrumento referente a técnicas seleccionadas, foram tabelas de colecta de dados adaptados
pelo autor.

3.3.2. Amostra de estudo


A amostra é uma parcela representativa do universo que é examinada com o propósito de
tirarmos conclusões sobre essa população (MULENGA, 2004).

Neste procedimento foi feita uma colecta de amostras de oleio de semente da Trichilia
emética na localidade de Chidenguele. A recolha foi feita uma vez no dia 16 de Abril de 2021.
E as análises foram feitas no mês de Setembro no laboratório da Universidade Púnguè.
26

Figura 3:Descrição do óleo de semente da Trichilia emética.

Fonte: AUTOR (2021)

3.4.PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

No preparo dos Equipamentos, Matérias e reagente para análise das amostras são necessários
os seguintes:

3.4.1. Materiais

Tabela 2: Equipamentos, Materiais, e Reagentes.

Equipamentos Matérias Reagentes


 Balança analítica  (100mL)  Óleo reutilizado;
 PH metro  Bastão de vidro  Água destilada
 Pipeta volumétrica  Fenolftaleína
 Bureta  Hidróxido de sódio
 Copo de Becker NaOH 0,01M
 Esfera  Solução éter etílico:
 Tubos Falcon álcool etílico (2:1V/V)
 Copo de becker  Solução de Hidróxido
 Agitador magnético de potássio

 Frasco de Erlemmeyer
de 125mL
Fonte:AUTOR (2021).
27

3.5. Parâmetros físico-químicos de óleo de Trichilia emética.

Os procedimentos a seguir demonstram os passos que foram usados para a determinação de


cada parâmetro.

3.5.1. Determinação do nível do pH do óleo de Trichilia emética

Para a determinação do valor de pH das amostras, utilizou-se um pH-metro previamente


calibrado. Onde, mergulhou-se o pH metro em água destilada, limpou-se o eléctrodo depois
secou-se com um pedaço de papel macio e de seguida calibrou-se. Depois pesou-se 10 g de
amostra, adicionou-se 40ml de água destilada e homogeneizar. Em seguida calibrar o pH
metro, inserir o eléctrodo de leitura na amostra (óleo de Trichilia emética) aguardar
estabilização e logo anoutou se o valor de PH determinado.

Figura 4:Determinação de pH de óleo de semente da Trichilia emética.

Fonte:AUTOR, (2021)

3.5.2. Determinação de saponificação de óleo de semente da Trichilia emética

Indica a quantidade relativa de ácidos graxos de alto e baixo peso molecular. Os ésteres de
ácidos graxos de baixo peso molecular requerem mais alcali para a saponificação, portanto o
índice de saponificação é inversamente proporcional ao peso molecular dos ácidos graxos
presentes nos trialcilgliceróis.
Para a determinação de saponificação de óleo de semente da Trichilia emética, primeiramnte,
pesou-se 1,2 a 2,2 g da amostra em erlenmeyer e adicionar 25 mL de solução alcoólica de
NaOH. Preparar o “branco”: em um erlenmeyer adicionar 25mL da solução alcoólica de
NaOH. Colocou-se os erlenmeyers em condensador de refluxo por 1 h. Após o resfriamento,
28

adicionou-se fenolftaleína e titulou-se as amostras e o branco com HCl 0,5 N até a cor rosada
desaparecer. E paara determinar índice de saponificação usou-se a seguinte formula:

I.S =

Onde:
 B – volume de HCl gasto na titulação do branco, mL;
 A – volume de HCl gasto na titulação da amostra, mL;
 NHCl – normalidade NaOH para solução do HCl (corresponde a 19,9985 para relação
1:0,5M.
 FcHCl – Factor de correção do HCl a 0,5M (Fc˭ 0,87)
 P– massa da amostra, em g;

Figura 5:Determinação de índice de saponificação de Trichilia emética.

Fonte:AUTOR, (2021)

3.5.3. Determinação de índice de acidez de óleo de semente da Trichilia emética

O índice de acidez do óleo é um factor qualitativo a ser considerado nos grãos de óleo por
influenciar no maior ou menor custo da industrialização desse produto (SANTOS E BRITO,
2017).De acordo com a mesma fonte, a acidez dos óleos é uma consequência da hidrólise
enzimática que ocorre na semente ou no fruto em condições de alta humidade. No processo de
refino, a acidez é reduzida implicando numa medida de controlo de qualidade. Um processo
de decomposição altera quase sempre a concentração dos iões hidrogénio nos óleos.
29

Para o índice de acidez foi determinado pelo método utilizado como solução titulante, o
hidróxido de sódio 0,01N e fenolftaleína como indicador, segundo metodologia descrita pelo
Instituto Adolfo Lutz que expressa o teor de ácido oleico por 100g de amostra.
Primeiramente pesou se 5 g de amostra em uma balança analítica, que foi diluídas em 25 mL
de solução de álcool etílico neutro, na proporção de 1:2 v/v e tituladas com uma solução de
hidróxido de sódio 0,01 N, usando-se como indicador solução de fenolftaleína a 1%.
Depois do procedimento notou-se o volume gasto na titulação, e com a fórmula: calculou-se o
índice de acidez.

Acidez %(m/m) =

Onde:

 Vol – volume de NaOH usado na titulação da amostra, mL;


 N – normalidade da solução de NaOH (0,01 N);
 fc – fator de correcção da solução de NaOH(fc˭1,20)
 PM˗Peso molecular do NaOH (40 g/mol);
 mA – massa da amostra, g.

Figura 6: Determinação de índice de acidez de óleo de semente da Trichilia emética.

Fonte:AUTOR, (2021)
30

3.5.4. Determinação de índice de peróxidos de de óleo de semente da Trichilia emética

Os métodos volumétricos de análise consistiram na medida do volume de uma solução, de


concentração exactamente conhecida (solução padrão), necessário para reagir completamente
com uma espécie que se desejava quantificar (analito), ou vice-versa (SILVIA, 2007, p 48).

Índice de peroxido (I.P) é um dos métodos mais utilizados para medir o estado de oxidação de
óleos e gorduras pois os peróxidos são os primeiros compostos formados quando uma gordura
deteriora (CECCHI,2003).

A oxidação esta directamente relacionado com os ácidos graxos insaturados, pois o oxigénio
atmosférico reagem com as suas duplas ligações, estes compostos produzem. Por reacções
paralelas, outros compostos como aldeídos e cetonas que dão o odor e o ranço ao alimento
(MORRETTO;FETT,1998)

Para a determinação de índice de peróxidos de de óleo de semente da Trichilia emética,


primeiramnte, pesou-se 3 g da amostra em erlenmeyer de 250 mL com tampa esmerilhada;

Adicionou-se 30 mL da solução ácido acético: clorofórmio (3:2 v/v) e misturar com leve
agitação; Adicionou-se 0,5mL da solução saturada de KI e deixar em repouso por 1 min;
Adicionou-se 30mL de água destilada e 0,5 mL de solução de amido 1%; Titulou-se com
solução de tiossulfato 0,1 N com agitação constante até a cor azul desaparecer.

I.P (mEq peroxido/1000g)

Onde:

 A – volume de tiossulfato usado na titulação da amostra, mL;


 B – volume de tiossulfato usado na titulação do branco, mL;
 N – normalidade da solução de Na2S2O3; (0,1)
 FC – factor de correcção da solução de Na2S2O3 (0,89)
 mAMOSTRA – massa da amostra, g.
31

Figura 7: Determinação de índice de peróxidos de Trichilia emética.

Fonte: AUTOR (2021)

3.5.5. Determinação de índice de Iodo de de óleo de semente da Trichilia emética.

É a quantidade de iodo consumida por 100 gramas de óleo. Baseia-se no fato de que o iodo e
outros halogénios sejam adicionados à dupla ligação da cadeia insaturada dos ácidos graxos.
É a medida do grau de insaturação do combustível. Nestas determinadas condições, o iodo
pode ser quantitativamente duplas ligações dos ácidos graxos insaturados e triglicerídeos,
razão por que, quanto maior a insaturação de um ácido graxo, maior será a sua capacidade de
absorção de iodo e, consequentemente, maior também será o índice (MORETTO e FETT,
1998, p. 27).

Para a determinação de índice de iodo de de óleo de semente da Trichilia emética, primeiro,


pesou se 0,25 g da amostra em erlenmeyer de 500 mL; Adicionou-se 10 mL de tetracloreto de
carbono e agitar até total diluição; Adicionou-se 25 mL da solução de Wijs (iodo e cloro) e
estocar o frasco ao abrigo da luz por 30 min. Após adicionou-se 10 mL da solução de KI 15%
e 100 mL de água destilada.Titular com solução de tiossulfato de sódio 0,1 N até o
aparecimento de uma coloração levemente amarela, Adicionou-se 1 a 2 mL de solução de
amido, mudando a coloração para azul intenso; Continou-se a titulação com tiossulfato de
sódio 0,1 N até que a coloração azul desapareça e calculou-se índice de iodo usando a
fórmula:

I2/100g
32

Onde:

 B - Volume utilizado na titulação do branco (mL);


 A - Volume utilizado na titulação da amostra (mL);
 NNa2S2O3 - normalidade do Na2S2O3;
 fcNa2S2O3 – Factor de correcção do tiossulfato de sódio(0,89)
 PMKI – Peso molecular do iodeto de potássio (12,69);
 mAMOSTRA – Massa da amostra, em gramas;
Figura 8:Determinação de índice de iodo de de óleo de semente da Trichilia emética.

Fonte: AUTOR (2021)


33

CAPÍTULO IV – APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DE RESULTADOS


As análises foram feitas no Laboratório da universidade Púnguè, na Cidade de Chimoio, em
Setembro de 2021 sobre orientação dos técnicos responsáveis. A colecta da amostra foi em
Abril e a obtenção dos resultados foi no mês de Setembro. Quanto ao processo de reacção da
amostra foi possível participar activamente, Colhidos os resultados da amostra eis os
resultados dos parâmetros analisados apresentados em forma de tabelas:

4.1.Resultados das determinações dos parâmetros sensoriails e fisico-quimicos


4.1.1. Parâmetros sensoriais

A Tabela 6 apresenta resultados referentes aos parâmetros sensoriais do óleo de Trichilia


emética produzido na Localidade de Chidenguele, aplicando o método organoléptico. usou-se
o volume de 50 mL de óleo para identificação do cheiro e os resultados encontram-se dentro
dos parâmetros recomendados, pois segundo Simões et al (2008), o cheiro do óleo deve ser
característico.

Tabela 3: Parâmetros Organolépticas.

Parâmetros Resultado Método


Cor Amarelo Acastanhada Organoléptico
Cheiro Característico Organoléptico
Fonte: AUTOR (2021).

Segundo Lima e Laranjeira (2010), os óleos vegetais dependendo da sua fonte, a cor pode
variar de amarelo, castanho, amarelo acastanhado. Seguindo o raciocínio dos autores, o óleo
produzido na Localidade de Chidenguele apresenta a coloração amarelo acastanhado
conforme a figura 9.

De acordo com os resultados apresentados, as características físicas não fornecem dados que
possam rejeitar a qualidade do óleo de semente daTrichilia emética produzido na Localidade
de Chidenguele, uma vez que os parâmetros seguem as recomendações. Na tabela em questão
pode-se afirmar que não houve variação da coloração, confirmando se assim baixa rancidez,
deduções essas indicam que o óleo de semente daTrichilia emética produzido na Localidade
de Chidenguele está em boas condições para o consumo tendo como base no parâmetro
analisado.

Segundo Laranjeira e Ribeiro (2011) será positivo quando a sua coloração variar dando uma
coloração rósea ou vermelha indicando assim alta rancidez, e negativo quando a rancidez for
baixa, isto é, quando não haver a variação na coloração.
34

Figura 9: óleo de semente da Trichilia emética (Mafurra).

Fonte: AUTOR (2021)

4.1.2. Resultados dos parâmetros físico-químicasde óleo da semente da Trichilia emética


Tabela 4: Resultados dos parâmetros físico-químicas de óleo da semente da Trichilia emética
Parâmetros químicos Resultado Recomendados (OMS) Unidade Método
Acidez 0,67 mg NaOH/kg Volumétrico
Índice de Peróxidos 2,96 Meq O2/kg Volumétrico
Índice de iodo 72,28 g de iodo / Volumétrica
60-80 100g

Índice de 187,43 190-210 mg de KOH / Volumétrica


saponificação g
pH 5,9 …………… ……………. Potenciométrico
Fonte: AUTOR (2021).

O pH é um índice de extrema importância, pois mede a acidez de uma solução, sendo


essencial para produtos de cosmetologia, pois alterações nele podem causar diversos
problemas à saúdes humanas.

O pH apresentou um resultado de 5,9 na amostra comprovando o carácter ácido analisado


através do índice de acidez.
35

Retratando ao valor de pH da amostra, Miyashiro et al,, (2013) expressa que óleos vegetais
residuais exibem naturalmente pH ácido, tendo como limite o valor 7,0 (neutro).

Em relação ao pH, não apresentou efeito significativo na amostra de óleo avaliado. Inclui que
a instrução Normativa n◦ 49/2006 do MAPA (BRASIL, 2006), não estabelece parâmetros de
pH para caracterização de óleos. Contudo esta análise tem relação com a análise de índice de
acidez. O óleo novo se encontra adequado para o consumo, porque o seu nível de acidez é
abaixo de 4 mg KOH/kg, onde apresenta poucos radicais livres, o que é benéfico à saúde.

Conforme se pode verificar no anexo C, foi observado pela análise de índice de acidez, o óleo
essencial de Trichilia emética, que apresentou 0.67 mg NaOH/kg. A ANVISA (2005, pg 539)
estabelece que valores de índice de acidez para óleos vegetais e manteigas vegetais maiores
que 4,0 NaOH/kg de NaOH não são aceitáveis para consumo humano. Os resultados obtidos
mostram tratar-se do óleo vegetal não refinado segundo recomendações da OMS os seus
valores não sejam superiores a 4mg KOH/kg de acidez total, No anexo C, pode-se aferir que
um dos factores preponderantes na qualidade do óleo proposto é a acidez total,

De acordo com RDC 270 ANVISA, quando o valor de AT exceder 4mg, isto significa que o
óleo encontra-se em estado deterioração, tendo em vista os ácidos graxos livres o que pode
levar ao aparecimento da arteriosclerose (doença em que ocorre deposição de gorduras nas
paredes dos vasos e artérias), enfarto, Acidente Vascular Cerebral, pancreatite e
hepatoesplenomegalia (aumento de fígado e baço). Se associado à alta concentração de
triglicerídeos no sangue e haver também o colesterol, as chances de doenças crónicas se
elevam consideravelmente. Segundo o amexo C, o nível de acidez está dentro dos padrões
recomendado pela OMS pois apresenta 0.67 mg NaOH/kg, nisso, o oposto constitui atentado
à saúde.

Segundo Ribeiro & Seravalli (2004, p. 540) revelam que o estado de conservação do óleo
está intimamente relacionado com a natureza e qualidade da matéria-prima, com a qualidade e
o grau de pureza do óleo, com o processamento e, principalmente, com as condições de
conservação.

Segundo Moretto e Fett (1989) explicam que a acidez não é uma característica constante, ela
varia de acordo com o manejo, a qualidade, e a natureza da matéria-prima. Ela é ocasionada
dá hidrólise parcial dos glicerídeos.
36

A acidez em óleos vegetais é uma importante característica a ser analisada, pois de acordo
com esse parâmetro o óleo pode ser avaliado e definirá seu valor de mercado e para que esse
óleo poderá ser utilizado na indústria química. CHIERICE e CLARO NETO (2001) revelam
que para exportação (mercado internacional) o índice de acidez deve ser no máximo 3
mgKOH/g.

Segundo as análises feitas, a amostra apresentou índice de acidez 0.67 mg NaOH/kg, que se
encontra dentro do limite normal que é 4 Mg/ KOH/kg.

O Baixo valor de acidez implica que óleo bastante estável na extracção temperatura e óleo
poderá ser utilizado na indústria química por apresentar boa qualidade e o grau de pureza do
óleo, com o processamento e principalmente, com as condições.

Segundo Cecchi (2003,p. 541), o índice de peróxido é um dos métodos mais utilizados para
medir a oxidação dos óleos essenciais.

O índice de peróxido obtido foi de 2,96 meqO2/kg e está de acordo com o padrão estabelecido
pela CODEX, (2019) para os óleos vegetais virgens, que é de 15 meqO2/kg no máximo. E
está um pouco baixo comparado com o resultado (12,85 mg/g) obtido por VERMAAK et al,
2011.

O óleo comestível recém-extraído deve ter um prazo de validade aceitável, ou seja, 5–8 anos.
Isso significa que seu valor de peróxido deve ser menor que 5 meq kg ( 1999, Rudan-TASIC
& KLOFUTAR 1999).

Os Factores como temperatura, enzimas, luz e iões metálicos podem influenciar a formação
de radicais livres.
Segundo as analises feitas, a amostra apresentou índice de peroxido de 2,96 Meq O2/kg. E
para óleos refinados apresenta 10 meq/02. Conforme o anexo AE prensados apresenta 15
meq/02.Coforme anexo B,afirma-se que este óleo esta dentro do parâmetro. Para este óleo
apresenta temperatura, enzimas, luz e iões metálicos em boas condições, pois não
influenciaram a formação de radicais livres porque se encontrou-se nas boas temperaturas de
conservação.

Segundo Cecchi (2003, p. 27), esta determinação é importante para a classificação de óleos e
gorduras e para o controle de alguns processamentos.
37

O índice de iodo é importante na hidrogenação de óleos e gorduras. Refere à percentagem de


óleos não saturados presentes na matéria gordurosa, que reagem com o iodo (I2), rompendo as
ligações duplas presentes na molécula. Portanto, pela quantidade de iodo consumida na
reacção é determinado o número de ligações duplas na matéria gordurosa.

Índice de iodo apresenta um valor que se encontra nos limite normal que é de 72,28 g de iodo
/100g.
Para Chierice (2001, p. 67), o índice de iodo de óleo comercial é de 86 g I2/100g; a média
obtida no óleo em estudo foi um pouco superior à da literatura, porém está dentro da faixa
permitida.
Nestas determinadas condições, o iodo pode ser quantitativamente duplas ligações dos ácidos
graxos insaturados e triglicerídeos, razão por que, quanto maior a insaturação de um ácido
graxo, maior será a sua capacidade de absorção de iodo e, consequentemente, maior também
será o índice (MORETTO e FETT, 1998, p. 27).

O valor de índice de iodo obtido está dentro do padrão estabelecido que é de 60-80 no
máximo. O que significa que não sofreu influxo de calor, esteve na boa conservação,
apresenta maior insaturação de um ácido graxo, e também a maior capacidade de absorção de
iodo.
O valor de saponificação ajuda a determinar a quantidade de potássio (em mg) necessária para
neutralizar os ácidos e saponificar os ésteres contidos em 1g de lipídeo (Hundessa, 2014).

De acordo com Nagre, RD et al., (2011), valor de saponificação em combinação com o ácido
valor fornece informações sobre a quantidade, tipo de glicerídeos e pesos médios dos ácidos
em uma determinada amostra. O valor da saponificação é de interesse se o óleo for para fins
industriais, uma vez que não tem significado nutricional (Dari, L., 2009). Quanto maior o
número de saponificação, melhor será a capacidade de fabricação de sabão do óleo (Asiedu,
JJ, 1989).

O valor de saponificação obtido (287,43 mg de KOH/g) está abaixo em comparação com


óleos de palma, soja e girassol, respectivamente, 190-209; 189-195 e188-194 (Codex, 2019).

O valor da saponificação é de interesse se o óleo for para fins industriais, uma vez que não
tem significado nutricional. Quanto maior o número de saponificação, melhor será a
capacidade de fabricação de sabão do óleo.
38

Os resultados obtidos nos revelam com o óleo possui pouca capacidade de produzir sabão,
pois o valor saponificação obtido está fora dos padrões em comparação com os valores dos
óleos de palma, soja e de girassol.

Índice de saponificação apresentou um valor de 187,43 mg de KOH /g, que se encontra fora
do limite normal que é 190-210 mg de KOH /g, isto pode ser devido ao tempo da preparação
das sementes, durante o processo de produção do óleo, ou seja devido o tempo, temperatura,
em que o óleo se encontrava, com tudo o óleo apresenta valores nutricional para o consumo
humano.

CAPÍTULO V – CONCLUSÕES

Nestes capítulos são apresentados as conclusões do presente pesquisa com objectivo geral
Analisar os parâmetros físicos-químico e sensorial de óleo de Trichilia emética produzido na
Localidade de Chidenguele na universidade pùngue, chegou-se a seguinte conclusão:

Foi possível analisar a qualidade de óleo de Trichilia emética e pasteurizado na universidade


Púnguè, pela disponibilidade do laboratório da mesma instituição.
39

Foi possível determinar os parâmetros físicos-químico e sensorial, com os seguintes


resultados: ph igual a 5,9. Índice de acidez igual a 0,67 mgKOH/g. Índice de Peróxido igual a
2,96 MeqO2/kg. Índice de iodo igual a 72,28 g de iodo/100g. Índice de Saponificação igual a
187,43 mg de KOH/g. Apresentaram boa distinção do óleo essencial analisado.

Foi possível realizar análise sensorial com os seguintes resultados: na tabela 3 apresenta
resultados referentes aos parâmetros sensoriais do óleo de semente da Trichilia emética
produzido na Localidade de Chidenguele, a identificação do cheiro e a cor, onde a cor é
Amarelo Acastanhada e o cheiro é característico. e os resultados encontram-se dentro dos
parâmetros recomendados, pois segundo Simões et al (2008), o cheiro do óleo deve ser
característico.

A qualidade dos óleos vegetais é caracterizada por vários parâmetros físico-químico que
dependem de várias condições, tais como: fonte do óleo, origens geográficas, condições
climáticas e agronómicas de crescimento, bem como condições de processamento e
armazenamento. Assim, os critérios de garantia de qualidade dependem em parte do tipo de
óleo sob investigação, bem como de outros factores que podem variar dependendo do uso
pretendido e dos regulamentos que variam de país para país. (FAO e WHO, 1970; LAWSON,
1985; ROSSELL et al, 1994 p. 36).

Em relação a comparação dos resultados obtidos com os estabelecimentos o óleo em estudo


encontra-se dentro dos parâmetros recomendados.

5.1. Recomendações
À comunidade Académica

 O aprofundamento deste estudo, pois não foram avaliados todos nutrientes tais como
proteínas, gorduras saturadas, polinsaturadas, carbohidratos e colesterol que
confirmem a genuidade óleo;
 A comparar a qualidade do óleo de semente da Trichilia emética recém produzido com
o dos anos anteriores para aferir se no anterior há ou não degradação dos nutrientes
devido ao estado de conservação;
 A avaliar outros óleos vegetais não refinados consumidos nas comunidades.
40

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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1º Workshop Nacional de Fruteiras Nativas, 2015.
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Cosméticos/ Agência Nacional de Vigilância Sanitária. – 1, ed. -- Brasília: ANVISA,
2004.
5. CARNEIRO, M. S, Introdução a Química orgânica, São Pulo, 2010.
6. CECCHI, H. M. Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos. Editora da
UNICAMP: 2º Ed. rev.- Campinas, SP, editora da UNICAMP, 2003.
7. CODEX ALIMENTARIUS (FAO/WHO). Codex standard for named vegetable oils,
89 CODEX STAN 210 (Amended in 2005-2019). Roma, (2005).
8. ÇENGEL, Y.A. GHAJAR, A.J. Transferência de calor e massa, 4. Ed. Porto
Alegre/RS: AMGH, 2012.
9. CHIERICE, G. O. CLARO NETO, S. Aplicação industrial do óleo. In: AZEVEDO, D.
M. P.; LIMA, E. F. O agronegócio da mamona no Brasil. Campina Grande: Embrapa
Algodão/Brasília: Embraga Informação Tecnológica, 2001.
10. ERZBERGER. “QualitativeandQuantitativeCalifornia 2ed, 2005.
11. FAO e WHO, 1970; LAWSON, 1985; ROSSELL et al, 1994.
12. Figueiredo. Introdução à Química Alimentar, São Paulo, 2009.
13. FLICK, U. Métodos Qualitativos na Investigação Científica. 2.ª ed., Ed. Monitor.
Porto Alegre: Artmed, 2005.
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16. GUARDADO, R. A Mafurreira. Boletim Agrícola e Pecuário. Agencia Geral das
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17. GIL, A. Como Elaborar Projectos de pesquisa. 4ª ed, 2004.
18. GÜNTHER, H. Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa:
19. Psicologia: Teoria e Pesquisa. 2006.
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41

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antissépticos por meio de técnica time kill.
27. OLIVEIRA, J. D, Aproveitamento Integral dos Alimentos, Porto alegre, 2010
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33. RIBEIRO, E. P.; SERAVALLI, E. A. G. Química de Alimentos; 2004.
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Industrial Oil & Fat Products. 6ª ed. v.1, John Wiley & Son, New York, 2005.
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43. FOLQUENIN, E. K. F. Validação das análises físico-químicas exigidas pela ANP
para misturas diesel-biodiesel,2008.
42

APÊNDECES

Delegação de Manica
Departamento de Ciências Naturais e Matemática
Curso de licenciatura em Ensino de Química em Habilitações e Gestão de
laboratório

Guião de Experiência

Índice de acidez

Materiais

 Balança analítica,
 Agitador magnético,
 Frasco de Erlenmeyer de 500 mL com tampa esmerilhada,
 Proveta de 100 mL,
 Pipetas volumétricas de 5 e 10 mL,
 Bureta
Reagentes:

 Óleo de Trichilia emética 1 g


 Fenolftaleína 10 gotas
 Solução de NaOH 0,01 N;
 Solução éter etílico: álcool etílico (2:1 v/v)
Procedimentos:

 Pesar 1 g de amostra em um erlenmeyer, utilizando balança analítica;


 Adicionar 25mL da solução éter etílico : álcool etílico (2:1 v/v) e
homogeneizar;
 Adicionar 3 gotas de fenolftaleína e titular com NaOH 0,01 N;
 Titular com NaOH 0,01 N, agitando vigorosamente até o aparecimento da
primeira coloração rósea permanente por 30 s;
43

 Anotar o volume gasto na titulação;


 Cálculo de índice de acidez

Índice de acidez (mgNaOH/g)

Onde:

 Vol – volume de NaOH usado na titulação da amostra, mL;


 N – normalidade da solução de NaOH (0,01 N);
 fc – fator de correção da solução de NaOH Peso molecular do NaOH (40 g/mol);
mAMOSTRA – massa da amostra, g.

pH

Material:

 pH metro
 3 Copos de Becker
Reagentes:

 Óleo de Trichilia emética


Procedimentos:

 Inicialmente, limpar o eléctrodo do pH-metro


 Mergulhar em água destilada e depois secar com um pedaço de papel macio
 Em seguida transferir a amostra do oleo vegetal reutilizado para um copo
béquer
 Colocar o eléctrodo na amostra e de seguida fazer a leitura

Cálculos de cada paramento de óleo de mafura determinado.

Determinação de saponificação

I.S =

Onde:

 B – volume de HCl gasto na titulação do branco, ( 32,7mL);


44

 rA – volume de HCl gasto na titulação da amostra, (9mL);


 NHCl – normalidade NaOH para solução do HCl (corresponde a 19,9985 para
relação 1:0,5M.
 FcHCl – Factor de correcção do HCl a 0,5M (Fc˭ 0,87)
 P– massa da amostra, em (2,2g);

Resolução

I.S =19,9985.0,87.(32,7-9)/2,2g

I.S =19,9985.0,87.23,7/2,2g

I.S =412,33/2,2

I.S =187,42

Determinação de índice de acidez no óleo;

Acidez %(m/m) =

Onde:

 Vol – volume de NaOH usado na titulação da amostra, (7mL)


 N – normalidade da solução de NaOH (0,01 N);
 fc – fator de correcção da solução de NaOH(fc˭1,20)
 PM˗Peso molecular do NaOH (40 g/mol);
 mA – massa da amostra, (5g).
Resolução

Acidez %(m/m) =7.0,01.1,20.40/5g

Acidez %(m/m) =3,36/5=0,67%(m/m)

Determinação de índice de peróxidos no óleo

I.P (mEq peroxido/1000g)

 A – volume de tiossulfato usado na titulação da amostra, (2mL);


 B – volume de tiossulfato usado na titulação do branco, (1,9mL);
 N – normalidade da solução de Na2S2O3; (0,1)
45

 fc – factor de correcção da solução de Na2S2O3 (0,89)


 mAMOSTRA – massa da amostra, (3g).

Resolução

I.P (mEq peroxido/1000g) (2-1,9).0,1.0,89.1000/3g

I.P (mEq peroxido/1000g) 8,9/3

I.P (mEq peroxido/1000g) 2,96

Determinação de índice de iodo

I2/100g

Onde:

 B - Volume utilizado na titulação do branco (20mL);


 A - Volume utilizado na titulação da amostra (4mL);
 NNa2S2O3 - normalidade do Na2S2O3 (0,1)
 Fc Na2S2O3 – Factor de correcção do tiossulfato de sódio (0,89)
 PMKI – Peso molecular do iodeto de potássio (12,69);
 M amostra-da amostra, em gramas; (0,25g)g)

Resolução

I2/100g (20-4).0,1.0.89.12,69/0,25

I2/100g 18,07/0,25

I2/100g 72,28
46

ANEXO

Anexo A: Variação dos parâmetros químicos recomendados nos óleos refinados.

Parâmetro Limite Admissível Unidade

Acidez ( a) 0.6 mg KOH/kg


Índice de peróxidos (b) b 10 Meq O2/ kg
Fonte: Instrução normativa n 49/2006 do MAPA.
Os óleos vegetais para o consumo podem ser produzidos industrialmente onde ocorre o
processo de refinação, reduzindo assim o efeito negativo à saúde pública, segundo
Instrução normativa n 49/2006 do MAPA BRAZIL, este deve apresentar na sua
composição química a AT não superior a 0.6mg KOH/kg, IP menor ou igual a 10meq
O2/kg.

Anexo B:Variação dos parâmetros químicos recomendados nos óleos prensados.

Parâmetro Limite admissível Unidade


Acidez (a) a Mg/ KOH/kg
Índice de peróxidos (b) b Meq O2/ kg
Fonte: RDC 270 ANVISA (BRAZIL, 2005). FAO/OMS.

De acordo com RDC 270 ANVISA, quando o valor de ATexceder 4mg, isto significa
que o óleo encontra-se em estado deterioração, tendo em vista os ácidos graxos livres o
que pode levar ao aparecimento da arteriosclerose (doença em que ocorre deposição de
gorduras nas paredes dos vasos e artérias), enfarto, Acidente Vascular Cerebral,
pancreatite e hepatoesplenomegalia (aumento de fígado e baço). Se associado à alta
concentração de triglicérides no sangue e haver também o colesterol, as chances de
doenças crónicas se elevam consideravelmente.E 15meq O2/kg do índice de peróxido.

Anexo C: Características físico-químicas do óleo de semente da Trichilia emética.

Parâmetro Valores máximos Unidades


Índice de acidez 3,82 mg/KOH/g
Índice de peroxido 12,85 mg/g
Índice de saponificação 190-210 mg/KOH/g
Índice de iodo 60-80 gI2 100/g
Fonte: VERMAAK et al, (2011, p. 12).
47

Instrução Normativa 49/200626/12/2006


15/09/2020 Sistema Integrado de Legislação
sistemasweb.agricultura.gov.br/sislegis/action/detalhaAto.do?method=visualizarAtoPort
alMapa&chave=643062246 1/14

Ministério da Agricultura, Pecuária e BINAGRI - SISLEGIS


Abastecimento
Instrução Normativa 49/200626/12/2006
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO
GABINETE DO MINISTRO
INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 49, DE 22 DE DEZEMBRO DE 2006
O MINISTRO DE ESTADO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO,
nouso da atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso II, da Constituição,
tendoem vista o disposto na Lei nº 9.972, de 25 de Maio de 2000, no Decreto nº 3.664, de
17 deNovembro de 2000, e o que consta do Processo nº 21000.004195/2006-31, resolve:
Art. 1º Aprovar o Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade dos Óleos
VegetaisRefinados; a Amostragem; os Procedimentos Complementares; e o Roteiro de
Classificaçãode Óleos Vegetais Refinados, conforme os respectivos Anexos I, II, III e IV
desta InstruçãoNormativa.
Art. 2º Fica o Secretário da Secretaria de Defesa Agro-pecuária incumbido de sugerir
asolução para os casos omissos surgidos na aplicação do que estabelece esta
InstruçãoNormativa.
Art. 3º Esta Instrução Normativa entra em vigor 30 (trinta) dias após a data de
suapublicação.
Art. 4º O art. 1º da Portaria nº 795, de 15 de dezembro de 1993, passa a ter a
seguinteredacção:
“Art. 1º Aprovar as anexas Normas de Identidade, Qualidade, Embalagem, Marcação
eApresentação do Óleo de Soja Bruto, do Óleo de Soja Degomado e do Farelo de
Soja.”(NR)
Art. 5º Ficam revogados os subitens 4.1.3, 4.2.3, 4.2.3.1, 4.2.3.1.1, 4.2.3.1.2,
4.2.3.1.3,4.2.3.1.4, 4.2.3.1.5, 4.2.3.1.6, 4.2.3.1.7, 4.2.3.1.8, 4.2.3.1.9, 4.2.3.1.10, 4.3.2, 7.4,
7.4.1,7.4.2, 7.4.3, 7.4.4, 7.4.5; todos os parâmetros relacionados ao Óleo de Soja
Refinadoconstantes do quadro sinóptico (Anexo II); e demais disposições relativas ao Óleo
48

de SojaRefinado constantes da Norma de Identidade, Qualidade, Embalagem, Marcação


eApresentação do Óleo de Soja, aprovada pela Portaria nº 795, de 15 de Dezembro de 1993.
Tabela de óleos Vegetais Refinados - parâmetros e respectivos limite que permitem
obeneficiamento.
Humidade e material volátil Abaixo de 0,80%
Impureza insolúvel em éter de petróleo Abaixo de 0,70%
Índice de acidez Abaixo de 3,00 mg de KOH/g
Índice de peróxidos Abaixo de 15 mEq/kg
49

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