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COMENTÁRIO A ACÓRDÃO

Valéria Silva Galdino*

ESTABELECIMENTO DE ENSINO - Escola particular de nível


superior - Mensalidade escolar - Fixação do valor considerada acima do
máximo permitido em lei - Ação civil pública proposta pelo Ministério
Público - Ilegitimidade "ad causam" - Interesses defendidos que não são
indisponíveis difusos ou coletivos, mas privados e disponíveis.
O Ministério Público não tem legitimidade para propor ação civil
pública relativa às mensalidades escolares, tendo em vista que o valor
cobrado pela Faculdade estaria acima do máximo permitido em lei, porque
os interesses defendidos não são indisponíveis, difusos ou coletivos, mas
essencialmente privados e disponíveis. (TJSP - Ap. 169.469-1/0 – 3ª C. - J.
8.9.92 - Rel. Des. José Malerbi).

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível 169.496-


1/0, da comarca de São Carlos, em que é apelante o Ministério Público,
sendo apelados Instituto Paulista de Ensino Superior Unificado - IPESU e
Outra: Acorda, em 3ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo, por votação unânime, negar provimento ao recurso.
Trata-se de ação civil pública, iniciada por órgão do Ministério
Público, relativamente às mensalidades escolares cobradas pelo Instituto
Paulista de Ensino Superior Unificado, entidade mantenedora da Faculdade
de Direito de São Carlos. O valor das mensalidades estaria acima do máximo
permitido em lei. A inicial foi indeferida por ilegitimidade ativa de parte,
visto não se tratar de interesse difuso ou coletivo.
Recurso bem processado. A douta Procuradora-Geral de Justiça
manifestou-se pelo provimento do apelo.
É o relatório.
Inquestionável a legitimidade ativa do Ministério Público para

*
Professora do Curso de Graduação e Pós-graduação em nível de Mestrado do Centro
Universitário de Maringá (CESUMAR). Mestre e Doutora em Direito pela Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo. Advogada na comarca de Maringá (PR).
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ajuizar ações na defesa dos interesses indisponíveis da sociedade, dentre eles


os difusos e os coletivos.
Na espécie, entretanto, os interesses defendidos não são
indisponíveis, difusos ou coletivos. Tais interesses, como se sabe, atingem
um número indeterminado de pessoas sem representação organizacional
(sindicatos, conselhos, centros acadêmicos, etc.), como por exemplo, os
consumidores de determinado remédio ou gênero alimentício.
Os interesses em causa são essencialmente particulares, relativos a
um número determinado de pessoas, os alunos da Faculdade de Direito.
Cabe, portanto aos interessados individualmente ou em Grupo a propositura
de ação para a fixação do valor das mensalidades.
Em se tratando de interesses privado e disponíveis, falta ao órgão do
Ministério Público legitimidade para agir. A sentença recorrida, em resumo,
é mantida por seus próprios e jurídicos fundamentos.
Ante o exposto, nega-se provimento ao apelo.
O julgamento teve a participação dos Des. Alfredo Migliori (pres.
Sem voto), Flávio Pinheiro e Silvério Ribeiro, com votos vencedores.
São Paulo, 8 de setembro de 1992 - JOSÉ MALERBI, relator. (RT
697/64)

ANÁLISE DO ACÓRDÃO

1. HISTÓRICO

O Ministério Público da Comarca de São Carlos ingressou com ação


civil pública com intuito de reduzir as mensalidades escolares cobradas pelo
Instituto Paulista de Ensino Superior Unificado, entidade mantenedora da
Faculdade de Direito de São Car1os, por estarem as mesmas acima do
máximo permitido em lei.
A inicial foi indeferida pelo juiz de 1ª instância que entendeu faltar
ao órgão do Ministério Público legitimidade ativa para agir nos casos de
interesses individuais homogêneos.
Inconformada a Procuradoria-Geral de Justiça apelou, pleiteando a
reforma da sentença, para que sua pretensão fosse acolhida.

2. DECISÃO ANALISADA

Ao apreciar a A.C. 169.496-1/0, da Comarca de São Carlos, a 3ª


Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por
unanimidade, entendeu que:
Galdino – Comentário a Acórdão 413

"[...] o Ministério Público não tem legitimidade para propor ação civil
pública relativa às mensalidades escolares, tendo em vista que o valor
cobrado pela Faculdade estaria acima do máximo permitido em lei, porque
os interesses defendidos não são indisponíveis, difusos ou coletivos, mas
essencialmente privados e disponíveis”.

3. CRÍTICA AO ACÓRDÃO

A decisão do acórdão fundada na inexistência de legitimidade do


Ministério Público para propor ação civil pública relativa às mensalidades
escolares está em dissonância com o ordenamento jurídico pátrio.
Através de pesquisa doutrinária e jurisprudencial, buscou-se
delimitar e precisar a extensão da legitimação para o ajuizamento de ações
coletivas, que versem sobre a defesa dos interesses individuais homogêneos.
Trata-se de matéria de inquestionável importância prática, sobre a qual
existem divergências doutrinárias e jurisprudenciais que serão demonstradas
no comentário ao acórdão.
Antes de tecer comentários sobre o v. acórdão, faz-se necessário
proceder a uma diferenciação entre os interesses difusos, coletivos e
individuais homogêneos.
O próprio Código de Defesa do Consumidor definiu, no art. 81 os
interesses difusos, coletivos e individuais homogêneos, da seguinte forma:
“I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos para os efeitos deste
Código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos para efeitos desse
Código, os transindividuais de natureza indivisível de que seja titular
grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte
contrária por uma relação jurídica-base.
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos ou
decorrentes de origem comum”.

A distinção entre esses interesses está no fato de que os difusos são


caracterizados pela indeterminação dos titulares, indivisibilidade do direito, e sua
origem é factual1. Enquanto que nos interesses coletivos:
"[...] é mais fácil identificar os beneficiários, pois são, o grupo, classe ou
categoria, cujo os membros estão ligados por relação jurídica-base. Tais
beneficiários podem ser identificados por suas relações por tais entes
(grupo, classe ou categoria), e, os componentes de cada grupo devem estar

1
Dannini, R. J. F. Tutela Jurisdicional dos direitos e interesses coletivos no código do
consumidor. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, nº 10, p. 188, abr.ljun. 1994.
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ligados entre si não apenas por uma circunstância de fato, mas por relação
de fato que ganhou contornos jurídicos, transformando em relação
jurídica”2

Já os interesses individuais homogêneos são aqueles decorrentes de


origem comum. "São direitos que, embora se refiram a pessoas consideradas
individualmente são tratados coletivamente por terem a mesma causa e
envolverem mais de uma pessoa”3.
Nelson Nery Júnior ao diferenciar o interesse difuso do coletivo,
afirma ser:
"[...] difuso o interesse que atinge número indeterminado de pessoas,
ligadas por relação meramente factual, enquanto que seriam coletivos
aqueloutros interesses e direitos pertencentes a grupo ou categoria de
pessoas determináveis, ligadas por uma mesma relação jurídica-base.
Assim, a indeterminação dos titulares seria a característica básica dos
interesses difusos, enquanto que a determinabilidade acusaria de coletivo o
direito ou interesse. Ambos seriam de natureza indivisível”4.
Segundo o mesmo autor, os direitos individuais homogêneos são
"aqueles cujos titulares são perfeitamente individualizáveis, detentores de
direito divisível. O que une estes titulares a ponto de propiciar a defesa
coletiva desses direitos individuais é a origem comum do pedido que
pretendem fazer em juízo. Em suma, a ação para a tutela desses interesses
individuais homogêneos nada mais é do que a class action brasileira (arts. 91
e ss. do CDC)” 5.
É inquestionável a legitimidade do Ministério Público para a defesa
dos direitos difusos e coletivos, conforme o art. 129, III, CF.
No entanto, em relação aos interesses individuais homogêneos há
divergência doutrinária e jurisprudencial se o Ministério Público teria ou não
legitimidade ad causam para ajuizar ações coletivas que versem sobre a
defesa dos interesses coletivos stricto sensu e dos interesses individuais
homogêneos.
Adolf Wach, em meados de 1885, “definiu e distinguiu o conceito de
parte, do ponto de vista material e processual. Parte, em sentido processual, é
aquela que pede no processo, bem como, passivamente, aquela contra a qual

2
Gonçalves, M. V. R. O ministério público e a defesa do consumidor. Revista de Direito do
Consumidor, São Paulo, nº. 07, p. 67, jul./set. 1993.
3
Ibidem., p. 67.
4
Nery Júnior, N. Aspectos do processo civil no código de defesa do consumidor. Revista de
Direito do Consumidor, São Paulo, nº. 1, p. 202, [s./d]
5
Nery Júnior, N. Aspectos do processo civil no código de defesa do consumidor. Revista de
Direito do Consumidor, São Paulo, nº. 1, p. 203, [s./d.]
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se pede. Já, em sentido substancial, a parte é aquela que se afirma ou de


quem se diz ser o titular do Direito material”6.
A legitimação "é uma qualidade jurídica que se agrega à parte no
processo, emergente de uma situação processual legitimante e ensejadora do
exercício regular do direito de ação e pressupostos processuais, com
pronunciamento judicial sobre o mérito do processo”7.
Segundo o magistério de Donaldo Armelin a legitimidade, no
processo, comporta duas espécies:

"Legitimidade ordinária e extraordinária, a primeira, a regra, e a segunda,


a exceção. Na legitimidade ordinária coincidem a figura das partes com os
pólos da relação jurídica, material ou processual. real ou apenas afirmada,
retratado no pedido inicial. Em conseqüência, os efeitos da decisão judicial
operam-se diretamente no patrimônio das partes, sem qualquer distinção
entre efeitos processuais e materiais. A parte legitimada, direta ou
ordinariamente, no processo suporta todos os efeitos da decisão judicial,
sem exceções, de vez que postula em nome próprio direito próprio [. ..]”8
Enquanto que a legitimação extraordinária acontece:
“[..] quando inexiste identidade entre as partes, ou seja, entre aquele de
quem se afirma ser sujeito da relação jurídica material, e, o que
extraordinariamente legitimado, pleiteia em juízo. Ou seja, quando houver
atribuição, ou lei, de titularidade do direito de ação a outrem, que não
aquele de quem se afirma ser titular, a grande conseqüência, é de que a
legitimação extraordinária nunca se pode confundir com o mérito [. ..]”9

A regra geral é que o titular da relação de Direito Material seja o


mesmo da relação jurídica de Direito Processual, ou seja, aquele que busca
em nome próprio um direito que a ele mesmo pertence; todavia,
excepcionalmente, pode a lei autorizar que ação seja proposta por ou contra
quem, não é o titular do direito material.
Arruda Alvim adverte que a legitimação extraordinária é gênero, e
que a substituição processual é espécie, explicando que há

[...] autêntica dissociação, na titularidade, no que tange ao direito de


ação, em relação ao direito material afirmado. Materialmente, é um o

6
Apud: Alvim, A. Tratado de direito processual civil. 2. ed. São Paulo: R. dos Tribunais, 1990.
v. 1. pp. 515-516.
7
Armelin, D. Legitimidade para agir no direito processual civil brasileiro. São Paulo: R. dos
Tribunais, 1989. p. 85.
8
Armelin, D. Legitimidade para agir no direito processual civil brasileiro. São Paulo: R. dos
Tribunais, 1989. pp. 116-117.
9
Alvim, A. Tratado de direito processual civil. 2. ed. São Paulo: R. dos Tribunais, 1990. v. 1.
p.351.
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titular, ou seja, no campo do Direito substancial; no campo do processo, é


outro o titular do direito de ação”10.
Chiovenda, doutrinador italiano que primeiro ocupou-se do tema em
seu país assevera que:
"As posições fundamentais e secundárias assume-as normalmente a
própria pessoa que se afirma tutelar da relação deduzida em juízo. Mas
excepcionalmente assume-as pessoa que não se afirma e apresenta como
sujeito da relação substancial em litígio. Como no direito substancial casos
se verificam em que se admite alguém a escrever no próprio nome direitos
alheios, assim também outro pode ingressar em juízo no próprio nome (isto
é, como parte) por um direito alheio”11
O substituto processual, "embora parte não pode realizar todas as
atividades de parte. Pode haver atividades de parte a que a ela somente
atribua importância desde que emanem daquele que é titular da relação
substancial (juramento, confissão, renúncia aos atos, renúncia à ação,
reconhecimento da ação), ou daquele que é representante ou órgão titular.
Semelhantes atividades não as poderá exercer o substituto; a atividade dele
é, pois circunscrita por sua própria condição”12
Na lição de Carnelutti, há substituição processual quando há atuação,
no processo, de uma pessoa diversa da parte, antes de ser devida à iniciativa
desta, ou é ao estímulo de um interesse conexo com o interesse
imediatamente empenhado na lide ou no negócio”13.
Para este autor nem sempre o "substituto tem o interesse pessoal, não
obstante o tenha processual, conforme acontece, verbi gratia, nos casos em
que o Ministério Público figure nessa qualidade” 14. Foi em decorrência
desta orientação que Carnelutti não incluiu, entre as hipóteses de substituição
processual, as relativas ao Capitão do Navio e ao marido nas lides referentes
ao dote.
De acordo com o ensinamento de Eurico Túlio Liebman,
"[...] o substituto processual exerce em nome próprio uma ação que,
embora pertencente a outrem segundo as regras ordinárias, é conferido ou
estendido excepcionalmente a ele através da legitimação extraordinária;
isso se dá em atenção a um seu especial interesse pessoal, que pode ser
qualificado como interesse legítimo reconhecido pela lei através da
permissão, que lhe dá, de agir em juízo para a tutela de um direito alheio.

10
Ibidem., p. 516.
11
Chiovenda, G. Instituições de direito processual civil. São Paulo: Ed. Saraiva 1969. v. 2. p.
252.
12
Ibidem., p. 254.
13
Carnelutti, F. Sistema di diretto processuale civile. Padova: Casa CEDAM, [s/d]. v. 2. p. 379.
14
Carnelutti, F. Sistema di diretto processuale civile. Padova: Casa CEDAM, [s/d]. v. 2. p. 379.
Galdino – Comentário a Acórdão 417

Também o substituto processual age, pois, por um interesse legítimo


próprio”15

Adolfo Schönke entende:


"I- Partes son las personas por las cuales se pide en nombre próprio la
tutela jurídica. Las partes son, por regia general, ai mismo tiempo los
sujeitos dei derecho o deber discutidos, mas también puede un tercero estar
facultado para seguir en nombre propio un proceso sobre relaciones
jurídicas ajenas; así, por ejemplo, elmarido sobre bienes aportados por la
mujer ai matrimonio. En este caso, el tercero será parte. El concepto de
parte es, en consecuencia, meramente formal; y no necesita coincidir com
la titularidad de la relación jurídica controvertida.
II- Es parte una persona distinta dei titular, en los casos em que se da la
"subrogación o subistitución procesal", en los que la facultad de llevar el
proceso no pertenece ai titular dei derecho controvertido, sino a un
tercero. Por regia general tiene su origen en la ley. EI caso más
importanre es el dei marido, que en el régimen legal de goce y
adminisrración de bienes en el matrimonio, puecle ejercitar judicialmente
en nombre propio un derecho pertenciente a bienis aportados por la mujer
(§ 1380. Código Civil) ... etc.”16
Existem autores que negam a existência do fenômeno da substituição
processual, tais como Ugo Rocco e Satta. Aquele doutrinador não aceita a
substituição processual como um instituto autônomo e definido, afirmando
que "o substituto exerce, não um direito de ação alheio, em nome próprio,
mas certamente exercita um direito de ação próprio e, portanto, em nome
próprio, tendo por objeto uma relação jurídica alheia"17. Este, examinando o
art. 81 do Código de Processo Civil italiano, afirma "que não há criação de
uma figura especial de sujeito processual e nem sanciona uma forma de
legitimação anômala, mas entende simplesmente, que não se pode fazer valer
um direito relativamente a uma relação alheia, se a lei não recolher
expressamente tal direito - o que é de uma evidência tautológica”18
O Código de Processo Civil brasileiro em seu artigo 6° dispõe que
"ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando
autorizado por lei".
Rosa Maria Andrade Nery e Nelson Nery Júnior, ao comentarem tal
dispositivo citam Barbagnati, para quem a substituição processual é o

15
Liebman, E. T. Manual de direito processual civil. Rio de Janeiro: Ed. Forense, 1984. v. 1. p.
160.
16
Schónke, A. Derecho Processual Civil. Barcelona: Ed. Bosch, 1950. p. 85.
17
Apud: Oliveira Júnior, W. M. de. Substituição Processual. São Paulo: R. dos Tribunais, 1971.
pp. 116-117.
18
Alla, V. J. C. apud Grinover, A. P. A ação civil pública e a defesa de interesses individuais
homogêneos. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, nº 05, p. 140, jan./mar. 1999.
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“fenômeno pelo qual alguém autorizado por lei, atua em juízo como parte,
em nome próprio e no seu interesse, na defesa de pretensão alheia”19
Após estas considerações, convém ressaltar que “os institutos do
processo civil ortodoxo não mais atendem à necessidade de hoje, no campo
dos direitos difusos e coletivos. Criada para solucionar lides de natureza
individual, a legitimidade para causa como condição da ação está a merecer
outra construção dogmática, que deverá levar em consideração o fim a que
se destina essa legitimação; a defesa, em juízo, de direitos meta ou
supraindividuais”20
Para que houvesse uma efetiva tutela judicial dos interesses difusos,
coletivos e individuais homogêneos, o Código de Defesa do Consumidor
trouxe algumas inovações, dentre elas, as ações coletivas, dispondo em seu
art. 81 que "a defesa dos interesses e direitos dos consumidores das vítimas
poderá ser exerci da em juízo individualmente, ou a título coletivo".
Kazuo Watanabe, ao comentar tal dispositivo, observa que o Código
de Defesa do Consumidor tem por objeto tanto as ações individuais como as
ações coletivas, "sendo que a tutela coletiva abrange dois tipos de interesses
ou direitos: a) os essencialmente, que são os 'difusos', definidos no inc. I do
parágrafo único do art. 81, e os 'coletivos' propriamente ditos, conceituados
no inciso II do parágrafo único do art. 81; b) os de natureza coletiva apenas
na forma em que são tutelados, que são os 'individuais homogêneos',
definidos no inciso III do parágrafo único do art. 81 (p. 623)21
O CDC ampliou o rol dos legitimados para a propositura das ações
coletivas, para incluir os entes oficiais, especificamente destinados à defesa
dos interesses pelo Código, ainda que sem personalidade jurídica. Mas nada
impede que cada um dos co-legitimados possa isoladamente, ajuizar ação
coletiva. Ocorre, portanto, a chamada legitimação concorrente, disjuntiva e
exclusiva.
A legitimidade se diz concorrente quando a legitimidade de uma das
entidades não exclui a de outra: são todas simultânea e independentemente
legitimadas para agir. Concorrentemente, aqui, significa não-exclusiva de
uma só entidade. Também é chamada disjuntiva no sentido de não ser
complexa, vez que qualquer uma das entidades co-legitimadas poderá
propor, sozinha, ação coletiva sem necessidade de formação de litisconsórcio
ou de autorização por parte dos demais co-legitimados. Por fim trata-se de
uma legitimidade exclusiva, porque somente aquelas entidades

19
Nery Junior, N.; Nery, R. M. A. Código de processo civil comentado e legislação processual civil
extravagante em vigor. 3 ed. São Paulo: R. dos Tribunais, 1997. p. 259.
20
Nery Júnior, N. Aspectos do processo civil no código de defesa do consumidor. Revista de
Q
Direito do Consumidor, São Paulo, n 1, p. 209. [s./ld].
21
Watanabe, K. Demandas coletivas e os problemas emergentes da praxis forense. Revista de
Q
Processo, São Paulo, ano 17, n 67, p.23, jul./set. 1992., Kazuo.
Galdino – Comentário a Acórdão 419

taxativamente previstas em lei (LACP, art. 15 e CDC, art. 82, v. g.) poderão
propor uma ação coletiva. As pessoas físicas e as demais pessoas jurídicas,
portanto, não terão legitimidade para propor uma ação coletiva, exceto nos
estritos casos de ação popular (CF/88, art. 5°, LXXIII) em que somente
pessoa física, no gozo de seus direitos políticos, tem legitimidade22.
Discute-se na doutrina a natureza jurídica da participação processual
do Ministério Público nas ações coletivas, se seria legitimação extraordinária
ou ordinária.
Para grande parte dos doutrinadores a dicotomia clássica da
legitimação em ordinária e extraordinária se encontra, hoje, superada,
qualificando a legitimação do MP e associações que vão a juízo na defesa
dos direitos difusos e coletivos em legitimação autônoma para a condução do
processo.
Os Professores Rosa Maria Andrade Nery e Nelson Nery Júnior
entendem que:
"O substituto processual defende direito de titular determinado. Como os
titulares dos direitos difusos são indetermináveis e os dos direitos coletivos
indeterminados (CDC. art. 81, parágrafo único, I e II), sua defesa em juízo
é realizada por meio de legitimação autônoma para a condução do
processo Selbstandige Prozebfiihrungsbejugnis, estando superada a
dicotomia clássica entre a legitimação ordinária e extraordinária”23.
Em relação à natureza jurídica da legitimação do Ministério Público
na defesa dos direitos individuais homogêneos, alguns doutrinadores
entendem se tratar de substituição processual, enquanto outros entendem não
se tratar, nem de substituição processual, nem de representação24.

22
Gidi, A. Legitimidade para agir em ações coletivas. Revista de Direito do Consumidor. São
Paulo. n.14. p.55. Abr./jun. 1995.
23
Nery Junior, N.; Nery, R. M. A. Código de processo civil comentado e legislação processual
civil extravagante em vigor 3 ed. São Paulo: R. dos Tribunais, 1997. p. 260.
24
Para Sérgio Ricardo de Arruda Fernandes "[...] em nosso atual sistema legal, a ação coletiva
exercida para defesa de direitos individuais homogêneos também encerra a hipótese de
substituição processual, figurando como substituto alguns dos legitimados pelo art. 82 e,
como substituído o detentor do direito material individual." (Fernandes, S. R. de A. Breves
considerações sobre as ações coletivas contempladas no código de defesa do consumidor.
Revista de Processo, São Paulo, ano 18, nº. 71, p. 145, jul./set. 1993.).
Por outro lado, Carlos Eduardo Faraco Braga afirma que "[...] falar que a legitimidade é
concorrente, que no caso dos interesses individuais homogêneos trata-se de legitimação
extraordinária a título de substituição processual e admitir-se o litisconsórcio, vai em
confronto com tudo o que dissemos no subitem 6.1, onde a doutrina não admite a
possibilidade de na legitimação extraordinária ocorrer a figura do litisconsórcio". (Braga, C
E. F. Ação coletiva. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, nº. 7, p. 97, jul./set.
1993.).
420 Revista Jurídica Cesumar – v.2, n. 1 - 2002

Para Nelson Nery Júnior o Ministério Público é "substituto


processual quando propõe ação coletiva para a defesa de direitos individuais
homogêneos dos consumidores (CDC, art. 81, parágrafo único, III e 82, I)”25
Teresa Arruda Alvim afirma:
"Não se pode dizer que haja, propriamente, substituição processual dos
particulares integrantes da coletividade afetada pelos entes coletivos
legitimados pelo art. 82 do CDC, porque todos eles, estão defendendo
direitos que "seus", na medida em que tenham sido criados, eles, órgãos,
ou concebidos, justamente para, pelo menos em parte, pugnar pelos
direitos da coletividade.
Rigorosamente, portanto, não se trata nem de representação, nem de
substituição. Na representação, quem está em Juízo, lá está agindo em
nome do representado e defendendo direito deste. O representado é que é,
por exemplo, condenado em custas e honorários.
Na substituição, aquele que está em Juízo está defendendo direito alheio
(do substituído) em nome próprio, porém. É o substituto quem paga custas
e honorários.
O que há, nas ações coletivas, é, sem dúvida, semelhante ao que ocorre na
substituição e na representação, mas não se podem identificar os três
fenômenos, já que os entes coletivos têm legitimidade ad causam também, o
que não ocorre nem com o substituto nem com o representante “26.
Kazuo Watanabe, citando Andréa Prato Pisani, ressalta:
"Não se deve restringir a legitimação para agir do MP apenas aos casos
em que esteja presente o interesse geral e indiferenciado de natureza
publicística, incumbindo-lhe também a tutela dos interesses coletivos
específicos de natureza privatística". Mas não se pode ir ao extremo de
permitir que o Ministério Público tutele interesses genuinamente privados
sem qualquer relevância social (como os de condôminos de um edifício de
apartamentos contra o síndico ou contra terceiros, ou os de um grupo de
uma sociedade, a menos que esteja inequivocamente presente por alguma
razão especifica, o interesse social), sob pena de amesquinhamento da
relevância institucional do parquet, que deve estar vocacionado, por
definição constitucional, à defesa "da ordem jurídica, do regime
democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”27.
Antonio Gidi leciona:

25
Nery Junior, N.; Nery, R. M. A. Código de processo civil comentado e legislação processual
civil extravagante em vigor. 3 ed. São Paulo: R. dos Tribunais, 1997. p. 260.
26
Alvim, 1. A. Noções gerais sobre o processo no código do consumidor. Revista de Direito do
Consumidor, São Paulo, nº 10. abr.l jun. 1994.
27
Watanabe, K. Demandas coletivas e os problemas emergentes da praxis forense. Revista de
Q
Processo, São Paulo, ano 17, n 67, p.16, jul./set. 1992.
Galdino – Comentário a Acórdão 421

"No entanto, não é de ser excluída, a priori, a possibilidade de o MP


propor uma ação coletiva em defesa de direitos individuais homogêneos
com argumento falacioso de que a proteção ao direito patrimonial
individual indisponível não pode ser de interesse social. Isso porque, como
vimos, os direitos individuais homogêneos globalmente considerados são
indisponíveis pela comunidade de vítimas. Disponível é, apenas, cada um
dos direitos isolada e individualmente considerados, por parte de seu
titular individual, e não direitos individuais homogêneos como um todo
(coletivamente considerados)”28
O Ministério Público pode atuar de diversas maneiras no processo
civil: pode ser ele autor, representante de parte, substituto processual, e
interveniente em razão da natureza da lide "custus legis" ou em razão da
finalidade da parte.
Hugo Nigro Mazzilli entende que,
"[...] tratando-se da defesa de interesses difusos, a atuação do Ministério
Público sempre será exigível. Já em matéria de interesses coletivos e de
interesses individuais homogêneos, o MP atuará sempre que: a) haja
manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou pelas
características do dano (mesmo o dano potencial); b) haja acentuada
relevância do bem jurídico a ser defendido; c) esteja em questão a
estabilidade de um sistema social, jurídico ou econômico.
Poderá ocorrer a atuação do parquet em defesa de interesses individuais
de consumidores, quando a questão diga respeito a saúde, educação, ou
outras matérias indisponíveis ou de grande relevância social. Assim, tanto
é problema do promotor de Justiça zelar pelo acesso à educação de
centenas ou milhares de menores, como de apenas uma única criança”29
No caso vertente, o representante do Ministério Público visava a
defesa dos interesses de um grupo de alunos do Instituto Paulista de Ensino
Superior Unificado, baseado na necessidade de propiciar a continuidade da
prestação de um serviço de relevância pública - educação -, mediante
retribuição financeira até o valor máximo permitido em lei, atendendo assim
as disponibilidades financeiras dos alunos, conforme estabelece o art. 129,
III da CF.
Assim, levando-se em conta o interesse discutido nos autos, mesmo
tratando-se de direitos individuais homogêneos, teria o Ministério Público
legitimidade para defendê-los.
Conforme o Código de Defesa do Consumidor (art. 81, único, III, c/c
os arts. 82, I a IV e 91 ss.), o direito individual homogêneo pode ser

28
Gidi, A. Legitimidade para agir em ações coletivas. Revista de Direito do Consumidor.
São Paulo. n.14. p.63. Abr./jun. 1995.
29
Mazzilli, H. N. A defesa dos interesses difusos em Juízo. 3. ed. São Paulo: R. dos Tribunais,
1991. pp. 41/53
422 Revista Jurídica Cesumar – v.2, n. 1 - 2002

defendido sob a forma coletiva, através de qualquer dos legitimados do art.


82, uma vez que foi ele considerado pelo sistema do Código como direito
coletivo latu sensu; além do que a própria Carta Política de 1988 conferiu
legitimidade ao Ministério Público para proteção de outros interesses difusos
e coletivos, além do patrimônio público e social e do meio ambiente (art.
129, III da CF/88). Portanto, este dispositivo optou por uma legitimação
concorrente e disjuntiva, ou seja, cada um dos co-legitimados pode propor
ação coletiva, sem necessidade da autorização dos demais. O eventual
litisconsórcio será facultativo30.
Portanto, à luz do art. 81 do CDC, a defesa dos interesses e direitos
dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo tanto
individualmente como a título coletivo, sendo que esta não prejudicará a
ação individual. É oportuno lembrar, ainda que o § 2° do art. 103 estabelece
que, em caso de improcedência do pedido formulado em ação coletiva para a
defesa de interesses individuais homogêneos, os interessados que não
intervieram no processo como litisconsortes poderão propor ação de
indenização a título individual.
Ressalte-se, também que não haverá litispendência entre as ações
coletivas previstas nos incisos I, II, do art. 81 e as ações individuais. A 2°
parte do art. 104 do CDC dispõe que os efeitos da coisa da coisa julgada
formada nas ações coletivas dos incisos II e III do art. 81 não beneficiarão os
autores das ações individuais, caso não seja requerida sua suspensão no
prazo de 30 dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação
coletiva.
O mestre Arruda Alvim ressalta que a regra de que as ações
coletivas só beneficiam, jamais prejudicam, pois “em hipótese alguma,
definem negativamente a respeito do que esteja na esfera jurídica individual
dos consumidores (não se obsta o agir individual)”31. O propósito do CDC
foi de “criar um meio de proteção a mais e não um sistema substitutivo do
processo comum”32.
É de se acrescentar que o inciso III do artigo 103 do CDC estabelece
que a sentença proferida nas ações que versem sobre a defesa de interesses
individuais homogêneos só atingirá seus titulares quando o pedido for
julgado procedente. “O Ministério Público tem legitimidade para a defesa
dos direitos difusos e coletivos (art. 129, III, CF). Quanto aos individuais
homogêneos, a legitimação do parquet para defendê-Ios está nos arts. 127,
caput, e 129, IX, ambos da CF e art. 1° do CDC. Relativamente aos direitos

30
Mancuso, R. de C. apud Alvim et. al. Comentários ao código de proteção do consumidor, 1
ed. São Paulo: R. dos Tribunais. [s.d.] p. 275.
31
Alia, V. J. C. apud Grinover, A. P .. A ação civil pública e a defesa de interesses individuais
homogêneos. Revista de Direito do Consumidor, São Paulo, nº 05, p. 149, jan./mar. 1999.
32
Ibidem., p. 149.
Galdino – Comentário a Acórdão 423

individuais puros, ou individuais em sentido estrito, não homogêneos, não


para o Ministério Público defendê-los em juízo”33.
Frise-se ainda, que no caso da ação coletiva, de interesses
individuais homogêneos o pedido será o mesmo que o da ação individual,
conquanto que mais amplo, consistindo ambos na satisfação do interesse
individual. Logo, a legitimidade ativa "ad causam" do Ministério Público,
para propor ações coletivas na hipótese de interesses individuais
homogêneos não suprime de forma alguma o direito subjetivo do indivíduo
de propor determinadas ações de seu interesse.
Conclui-se, destarte, que a CF/88 confere ao Ministério Público
legitimidade para ajuizar ações coletivas - quer para a tutela dos direitos
difusos e coletivos, quer para os individuais homogêneos -, sendo questão de
interesse social (cuja proteção é objetivo institucional do Ministério Público,
segundo o art. 127 "caput" da CF/88), por expressa disposição do art. 1° do
Código de Defesa do Consumidor.
Está, portanto, na Carta Magna, a legitimação do Ministério Público
para a defesa em Juízo dos direitos individuais homogêneos, assim
entendidos os que têm origem comum. Os mesmos não perdem a
característica de interesse coletivo em sentido lato, como no caso analisado,
consistente em cobrança ilegal de aumento de mensalidades escolares. Aí se
insere a educação, como um bem indisponível (art. 205 da CF/88). Não há
como deixar de se reconhecer à legitimação ad causam do Ministério
Público inspirada nos elevados motivos sociais definidos pelo legislador.
Apesar de se tratar de direito subjetivo identificado, ou seja, interesse
particular relativo ao número determinado de pessoas, está bem caracterizada
a origem comum e o ato tido como lesivo (aumento das mensalidades
escolares acima do máximo permitido em lei) e, assim, a configuração dos
interesses individuais homogêneos.

5. CONCLUSÃO

Não obstante ter entendido o acórdão comentado que os interesses


defendidos do grupo de alunos da Faculdade de Direito de São Carlos não
seriam indisponíveis, difusos ou coletivos e sim essencialmente privados e
disponíveis, data venia, tratam-se de direitos individuais homogêneos.
O caso específico preenche todos os requisitos para a caracterização
de direitos individuais homogêneos, ou seja: a)- os titulares são
perfeitamente individualizáveis e detentores de direito divisível (estudantes

33
Nery Júnior, N. Aspectos do processo civil no código de defesa do consumidor. Revista de
Direito do Consumidor, São Paulo, nº 1, p. 203. [s.d.].
424 Revista Jurídica Cesumar – v.2, n. 1 - 2002

da Faculdade de Direito de São Carlos); b)- origem comum do pedido que


pretendem fazer em Juízo (a redução do valor das parcelas cobradas pela
faculdade, por estar acima do máximo permitido em lei).
A legitimação do Ministério Público para a defesa, em Juízo, dos
direitos individuais homogêneos, está prevista nos artigos 127, "caput" e
129-IX, ambos da CF/88, e artigos 1° e 81-III do CDC, sendo concorrente e
disjuntiva, ou seja, cada um dos co-legitimados pode sozinho, promover
ação coletiva, sem que seja necessária a anuência ou autorização dos demais.
Portanto, o parquet tem legitimidade, tendo em vista ser a educação
um bem indisponível, como garantia fundamental da dignidade humana e
direito básico do exercício da cidadania, previsto no art. 205 da CF/88.

6. REFERÊNCIAS
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