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IDENTIFICAÇÃO
E ANÁLISE DAS
EXPOSIÇÕES A PERDAS
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MBA | Gestão de Seguros e Resseguro a Distância | Gerência de Riscos
UNIDADE 2
Patrimonial
Refere-se ao patrimônio propriamente dito, constituído do imóvel, seu
conteúdo, contas a receber etc. Um patrimônio que também é sujeito
a perdas futuras é o valor da marca da organização. Acidentes ou
qualquer tipo de evento que macule o valor da marca da organização
significam uma redução de seu valor patrimonial.
Responsabilidade Civil
Refere-se à responsabilidade civil gerada por leis, códigos ou estatu-
tos. Se a organização cometer algum ato ilícito que gere responsabi-
lidade civil será obrigada a reparar ou reembolsar os danos causados
a terceiros, gerando perdas futuras para ela.
Pessoas-chave
Refere-se à perda de pessoas, que pode ocorrer tanto pela ida para a
concorrência quanto por morte. Como uma pessoa individualmente ou
um grupo de pessoas pode ter expertise específica, ou conhecimento
de mercado ou conhecimento de processos produtivos exclusivos, sua
perda pode gerar perdas futuras para a organização.
Receita Líquida
Normalmente decorre de alguma das exposições a risco elencadas
nos itens anteriores. Por exemplo, uma explosão que cause mortes
na vizinhança, um produto defeituoso que cause acidentes para os
clientes ou desvios de conduta da diretoria podem provocar queda
da receita líquida da organização. Também temos situações de perda
de receita líquida não diretamente ligadas aos itens anteriores, como
a entrada de novos concorrentes, condições econômicas adversas,
novas tecnologias que substituam as da organização etc.
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UNIDADE 2
☐ Bens tangíveis, que são bens físicos, ou seja, que podem ser
tocados. Os bens tangíveis, por sua vez, podem ser divididos em:
prédio (construções, estruturas em geral, bens em construção
ou montagem, incluindo também o terreno); e conteúdo/equipa-
mentos, que são os outros bens tangíveis (mercadorias, maté-
rias-primas, produtos acabados, equipamentos fixos e móveis,
máquinas etc).
☐ Bens intangíveis, que são aqueles que não têm substância física,
mas que fazem parte do patrimônio da organização, como mar-
cas, patentes, licenças, direitos, informações em geral etc.
Patrimônio
É o patrimônio propriamente dito, que pode sofrer perdas parciais ou
perda total, necessitando de reparação ou reposição.
Desentulho do local
São despesas necessárias para limpeza do local após uma perda patri-
monial. Por exemplo: após o desmoronamento de um viaduto ou um
incêndio envolvendo prédio e conteúdo, serão necessários recursos
financeiros, muitas vezes elevados, para limpeza e desentulho do local
antes da reposição ou reconstrução do bem danificado.
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UNIDADE 2
Despesas de demolição
Trata-se de patrimônio não totalmente danificado por um evento, mas
que, por problemas econômicos ou por determinação dos órgãos
competentes, precisa ser demolido. Por exemplo: após a ocorrência
de um vendaval, a estrutura do prédio foi condenada pela Prefeitura
ou pode ocorrer do custo do reparo ser proibitivo, sendo preferível
sua demolição e reconstrução com custo inferior ao reparo.
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Valor do par
Refere-se à perda do valor do conjunto quando um dos elementos
desse conjunto é danificado. Exemplo: no caso de um par de brincos,
a perda de um deles reduz o valor do outro a menos da metade. O par
refere-se ao valor do conjunto e não a dois elementos propriamente
ditos. No caso de um jogo de xadrez, a perda de uma peça ocasiona a
perda da utilidade e do valor das demais. Em uma indústria automobi-
lística, a falta de um componente gera a perda de valor do automóvel
como um todo, como ocorreu em situações passadas em que os pátios
das montadoras ficavam com várias unidades aguardando a entrega
de componentes. O mesmo efeito pode ser observado em confecções
de roupas, quando a falta, por exemplo, de um zíper, gera a perda do
valor da confecção como um todo. Embora essa perda de valor seja
temporária (até o fornecimento do componente faltante), ela poderá
ensejar perda de receita, que, como veremos adiante, tem nas perdas
do patrimônio uma de suas origens.
Valor de continuidade
Os bens patrimoniais normalmente têm valor agregado maior quando
se considera o conjunto, ou seja, o valor do conjunto é maior do que a
soma dos valores individuais das unidades. Se, em função de perda, a
organização resolve vender parte dos ativos não atingidos pela perda,
é possível que o valor conseguido na operação sofra desvalorização
em relação ao valor que ele tinha quando participava do todo.
RESPONSABILIDADE CIVIL
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UNIDADE 2
PESSOAS-CHAVE
RECEITA LÍQUIDA
☐ Interrupção de negócios;
☐ Interrupção de negócios contingente;
☐ Perda de lucros antecipados sobre mercadorias vendidas e não
entregues;
☐ Redução da receita de aluguel;
☐ Redução da coleta dos recebíveis;
☐ Aumento das despesas variáveis, que são aquelas diretamente
relacionadas com as vendas; e
☐ Decisões equivocadas relacionadas ao risco do negócio.
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COMBINAÇÃO
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Riscos Naturais
Incluem vendaval, chuvas excessivas, alagamento, inundação, geada,
desgaste, infestação, vermes, insetos, doenças, entre outros. Os riscos
naturais estão fora do controle humano e sua frequência é ditada pela
própria natureza. Porém, a severidade dos riscos naturais está sob
nosso controle e eles podem ser mitigados pelo processo de gestão
de riscos.
Riscos Humanos
Incluem, entre outros, ações ou omissões do indivíduo ou de peque-
nos grupos relacionadas a roubo ou furto qualificado, homicídio, van-
dalismo, atos negligentes ou falha por incompetência ou desonesti-
dade no cumprimento das obrigações de um contrato. A frequência
e severidade das perdas causadas pelos riscos humanos podem ser
mitigadas pelo processo de gestão de riscos por meio de seleção,
treinamento e controle das pessoas envolvidas.
Riscos Econômicos
Os riscos econômicos referem-se a ações de grande número de pes-
soas, como greves, tumultos, boicotes, concorrência desleal, mudan-
ças de tecnologia, mudanças de preferência do consumidor, entre
outras, podendo gerar oportunidades de negócio para uns e desem-
prego e recessão para outros. A gestão de riscos também deve ter em
mente o risco político, caso a organização tenha operações em outros
países, considerando as flutuações políticas e econômicas do local.
Riscos Combinados
Pode ocorrer a sobreposição de riscos naturais, humanos e econômi-
cos. Por exemplo, um incêndio pode ser consequência do risco natural
de raio ou do risco humano de manutenção inadequada; a morte de
pessoas pode ocorrer em decorrência de tumultos ou mesmo guerra
que tenha origem em riscos econômicos.
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prédio que iria ser demolido para dar lugar a um novo empreendimento. Se
não houver responsabilidade civil envolvida no evento, as consequências
financeiras serão mínimas. Portanto, a gestão de riscos preocupa-se com as
consequências financeiras, e não necessariamente com as consequências
físicas da realização de uma exposição a perdas.
Escala de Frequência:
☐ Insignificante: ocorrência extremamente improvável.
☐ Leve: pode ocorrer, mas não existe histórico de sua ocorrência.
☐ Moderada: ocorre eventualmente.
☐ Alta: ocorre regularmente.
Escala de Severidade:
☐ Leve: a organização pode prontamente reter cada perda.
☐ Significativa: a organização não pode reter cada perda, ou seja,
parte dela precisa ser transferida.
☐ Severa: a organização precisa transferir a possível perda sob
pena de não sobreviver após a ocorrência dessa perda.
☐ Catastrófica: a Organização perderá totalmente sua capacidade
de atingir seus objetivos.
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UNIDADE 2
Esquematicamente temos:
FIGURA 2 ESQUEMA DE
Figura GESTÃO
1- Fluxograma DOS RISCOS
do planejamento estatístico
PESSOAS-CHAVE RESPONSABILIDADE
CIVIL
INCERTEZA NOS
PATRIMONIAL RECEITA
OBJETIVOS DA
LÍQUIDA
ORGANIZAÇÃO
PESSOAS-CHAVE RESPONSABILIDADE
CIVIL
GERÊNCIA AUMENTA A
PATRIMONIAL RECEITA
DE RISCOS PROBABILIDADE
LÍQUIDA
DA ORGANIZAÇÃO
ATINGIR OS OBJETIVOS
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1. Questionários;
2. Histórico de perdas;
3. Demonstrativos financeiros;
5. Fluxogramas;
6. Inspeção de riscos;
Questionários:
Por serem genéricos, têm a vantagem de captar informações impor-
tantes para a análise das exposições a perdas, mas, ao mesmo tempo,
deixam de captar informações particulares da organização. Normal-
mente, o questionário deve ser complementado com outras fontes
de informação.
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Histórico de Perdas:
O histórico de perdas fornece uma base para a identificação e a aná-
lise das exposições a perdas. Embora não haja qualquer garantia de
que o histórico passado venha a se repetir no futuro, se as condições
que geraram a perda no passado continuam a existir no presente,
existe probabilidade de que elas venham a ocorrer novamente.
Demonstrativos Financeiros:
Os demonstrativos financeiros fornecem importantes informações
sobre a organização. Neles, encontramos dados sobre o ativo, o pas-
sivo e o patrimônio líquido, bem como o demonstrativo de lucros e
perdas, com informações sobre receitas e despesas. O balanço patri-
monial fornece informações da posição da organização em determi-
nado instante. A comparação de três balanços sucessivos indica a
evolução dos índices financeiros da organização, que são importantes
para a identificação e a análise das exposições a perdas.
Fluxogramas:
Fluxogramas são representações gráficas sequenciais de um pro-
cesso em particular. Eles são muito úteis na identificação de opera-
ções-chave e processos de produção. Qualquer interrupção em uma
operação pode causar paralisação de todo o processo. Uma orga-
nização sofre uma perda quando um evento impede ou torna seu
processo de produção mais moroso. A análise do fluxograma também
permite que a gestão de riscos verifique se, além de perdas no próprio
processo da organização, podem ocorrer perdas em função de falha
ou atraso no fornecimento de suprimentos.
Inspeção de Riscos:
A inspeção das instalações da organização e das instalações de ter-
ceiros (fornecedores e compradores) complementa as informações
obtidas pelos métodos anteriormente citados e pode identificar novas
fontes de exposição a perdas ainda não identificadas. O contato pes-
soal com os envolvidos na operação e o conhecimento in loco da ope-
ração enriquecem a atividade de identificação de exposição a perdas.
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2.3.1 PATRIMONIAL
VALORES EXPOSTOS A PERDAS
Recursos naturais
Água (lagos, rios, enseadas, nascentes, águas subterrâneas), carvão,
óleo, cobre, ferro, bauxita, areia, pedras, atrações naturais com valor
comercial (cavernas, águas terapêuticas, locais históricos), plantas em
crescimento (florestas, pomares e árvores frutíferas, campos de milho,
pastagens naturais), animais selvagens nativos.
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Conteúdo
compreendendo valores monetários e papéis com valor em geral;
recebíveis; mercadorias; móveis; equipamentos; suprimentos; máqui-
nas em geral; equipamentos computacionais; equipamentos móveis.
Patrimônio intangível
imagem; direitos autorais; patentes; marcas; franquias; licenças; segre-
dos industriais; despesas pré-pagas.
Riscos naturais
Atos da natureza, sem interferência direta do homem, como colapso;
seca; terremoto; evaporação; erosão; incêndio de causas naturais; ala-
gamento; geada; gelo; aluimento do terreno; raio; meteoros; fungos;
perigos vindo do ar (por exemplo, turbulência); perigos vindo do mar
(por exemplo, tsunamis, icebergs, ondas); pó; temperaturas extremas;
vermes; erupção vulcânica; água; ventos (tornados, furacões, tufões) etc.
Riscos humanos
Atos de um indivíduo ou de um pequeno grupo de indivíduos, como
incêndio criminoso; vazamento químico; contaminação; discrimina-
ção; sobrecarga elétrica; infidelidade de empregados; expropriação;
confiscação; explosão; incêndio ou fumaça de origem humana; erros
humanos; greves; poluição (fumaça, nuvem, barulho); tumultos; sabo-
tagem; explosão sônica; terrorismo; roubo; furto qualificado; fraude;
vandalismo; vibração etc.
Riscos econômicos
Atos envolvendo grande número de pessoas que agem independen-
temente, respondendo a uma condição particular. Exemplos: mudan-
ças das preferências do consumidor; flutuações da moeda; recessão
econômica; inflação; obsolescência; queda do mercado de ações;
consequências de greves; avanços tecnológicos; guerra etc.
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CONSEQUÊNCIAS FINANCEIRAS
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Não existe uma fórmula exata para calcular os valores expostos a perdas
decorrentes de responsabilidade civil. A gestão de riscos deverá analisar as
operações e estimar a máxima exposição a que a organização está sujeita
em função de suas operações.
CONSEQUÊNCIAS FINANCEIRAS:
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2.3.3 PESSOAS-CHAVE
VALORES EXPOSTOS A PERDAS:
☐ Morte.
☐ Desabilitação para a função exercida pela pessoa-chave, que
pode ser temporária (por exemplo, decorrente de doença) ou
permanente (por exemplo, por acidente automobilístico com
sequelas irreversíveis). Tanto a desabilitação temporária quanto
a permanente podem ter origem em doenças ou acidentes.
☐ Aposentadoria.
☐ Desligamento por vontade da pessoa-chave ou por iniciativa da
organização (nesse caso, a empresa pode estar com dificuldade
financeira para manter essa pessoa-chave).
CONSEQUÊNCIAS FINANCEIRAS:
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Danos ao patrimônio
O patrimônio usado no processo de agregar valor e gerar receita
líquida pode ser prédio ou conteúdo, bens tangíveis ou intangíveis,
bens próprios ou de terceiros. Embora o patrimônio possa ser de ter-
ceiros, ele é parte integrante do processo de geração de receitas,
como o patrimônio de clientes ou fornecedores-chave, empresas-ân-
cora ou fornecedoras de utilidades como eletricidade e água. Even-
tuais danos a quaisquer desses patrimônios (incluindo o de terceiros)
podem impedir ou dificultar a obtenção da receita líquida.
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Responsabilidade civil
A organização, em função da eventual responsabilidade civil que lhe
seja imputada, pode ter despesas não previstas relacionadas à com-
pensação de danos causados a terceiros acrescidas de despesas
advocatícias. Adicionalmente, a organização pode, por determinação
legal ou por vontade própria, retirar-se de uma linha de produto ou
deixar de atuar em determinada atividade, diminuindo suas receitas.
Pessoas-chave
Se houver a perda de pessoas-chave, conforme já estudado ante-
riormente, e se elas não puderem ser rapidamente repostas, a orga-
nização incorrerá em perda de receita líquida e aumento de suas
despesas.
Outros fatores
Outros fatores, políticos e/ou econômicos, estudados no item ‘Riscos
de Mercado’ da unidade 1, podem impactar a receita líquida da orga-
nização e suas despesas.
CONSEQUÊNCIAS FINANCEIRAS:
Período de impedimento
A perda de receita líquida é proporcional a um possível período de
impedimento, que é o tempo de paralisação e/ou reposição necessá-
rio para eliminar o impedimento. Quanto maior o período de impedi-
mento, maior será a perda de receita líquida.
Grau de impedimento
A perda de receita líquida é proporcional ao grau de um possível
impedimento, que está relacionado ao nível de gravidade do impedi-
mento. Quanto maior o grau de impedimento, maior será a perda de
receita líquida.
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RESUMO
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