Você está na página 1de 10

Resumo

Resumo

Diante de um diagnóstico feito na Academia de Música de Vila Verde, observamos diversas


dificuldades dos alunos e professores em dar continuidade ao conteúdo programático da
disciplina de instrumento. Percebemos que, ao longo de um período, os alunos perdem-se
no programa que estão a estudar, expressando desinteresse e falta de motivação pelo
instrumento. Este desinteresse deve-se, em grande parte, à precariedade dos pianos da
Academia de Música. Os instrumentos desafinados e mal regulados não contribuem no
sentido de motivar os alunos a terem uma evolução contínua. Um instrumento desafinado
soa mal, é pouco atrativo para o aluno, impactando diretamente na sua concentração.
Adicionalmente, um instrumento mal conservado e mal regulado implica um maior esforço
por parte destes alunos, interrompendo o decurso das aulas e diminuindo a sua
produtividade, bem como impedindo que o desenvolvimento curricular planeado das aulas
seja concluído, semana após semana. Além disto, o mau estado de manutenção e
conservação dos instrumentos obriga a um maior esforço físico por parte dos alunos,
deixando-os expostos a maiores riscos de adquirir lesões por esforço repetitivo (L.E.R).

Palavras-chave: instrumento; produtividade; manutenção.


Índice

1. Introdução…………………………………………………………………………………..........4

2. Estado da Arte …………………………………………………………………………….........4

3. Metodologia………………………………………………………………………………………….6

4. Análise SWOT.............................................................................................7

5. Cronograma..……………………………………………………………………………………………8

6. Resultados................……………………………………………………………………………….9

7. Cronograma………………………………………………………………………………………………10

7. Referências Bibliográficas………………………………………………………………………….12
1. Introdução
Após a constatação de que os instrumentos do Departamento de Teclas da Academia de
Música de Vila Verde se encontram em má conservação e com uma manutenção periódica
deficiente, surgiu a motivação de se criar este projeto, com o intuito de resolver estes
problemas. Foi possível verificar que os pianos disponibilizados pela instituição de ensino,
um piano acústico vertical e três pianos digitais, não satisfazem nem são suficientes para as
aulas e para um bom desenvolvimento do ensino artístico. O piano acústico encontra-se
constantemente desafinado e extremamente desregulado. Por outro lado, o trabalho com
instrumentos digitais é muito limitado, uma vez que os alunos têm de trabalhar com
instrumentos de pouca variedade na paleta sonora, tendo em vista que os pianos digitais
possuem, normalmente, três níveis de intensidade. Um piano acústico, mesmo que vertical
mas em bom estado de conservação e manutenção, proporcionará sempre uma paleta
sonora bastante superior (Arencibia, 2020).

Desta forma, foi imperativo criar o projeto designado por “Projeto de melhoria e atualização
dos instrumentos de teclas. UM olhar sobre a qualidade dos instrumentos musicais nas aulas
de piano” e levá-lo ao conhecimento da Coordenação Pedagógica, para que possamos
encontrar estratégias para a resolução do problema e tentar superar as lacunas junto das
instituições adequadas. A realização e o alcance dos objetivos pretendidos poderão
impactar significativamente na qualidade do ensino do piano nesta Academia.

2. Estado da Arte
De acordo com Varella (2011) “L.E.R. é causada por mecanismos de agressão, que vão desde
esforços repetidos continuadamente ou que exigem muita força na sua execução, até
vibração, postura inadequada e estresse". As fontes de tensão são descritas pelas pedagogas
Dorothy Taubman (1917 – 2013) e Edna Golandsky (n. 1944) quando “[…] dois músculos
opostos se contraem simultaneamente […] tensão, ou a ‘torção muscular dupla’”
exclusivamente como um atributo negativo que “limita o movimento, compromete a
capacidade de tocar rapidamente, interfere com a coordenação eficiente dos músculos”
(Brown, 2011).
Ainda que a qualidade dos instrumentos aos quais os estudantes têm acesso interfira de forma
bastante direta na aprendizagem e no desenvolvimento da técnica instrumental, as
publicações acerca desta questão nos repositórios académicos de departamentos de música
são relativamente escassas. Podemos destacar o relatório de João Vidinha, “Relação entre a
qualidade do instrumento e a progressão do aluno” (2016) como um trabalho que oferece
relevantes argumentos que fundamentam o presente trabalho. Vidinha descreve tendências
que observa nas características das flautas transversais adquiridas pelos seus alunos,
apontando relações diretas entre tais características e o trabalho desenvolvido com eles a
nível pedagógico e musical. É importante ressaltar o facto de que, tratando-se de uma
investigação desenvolvida com estudantes de flauta transversal, tal estudo foi feito sobre
instrumentos de propriedade individual dos alunos, diferentemente deste projeto. Não
obstante, as observações e reflexões contidas no relatório servem de importante base para a
elaboração deste.

Despertou-nos a atenção o trabalho desenvolvido por Eduardo Silva, Nícolas Oliveira e


Maria Lúcia Oiticica, “Análise da qualidade acústica de salas para o ensino musical em
Maceió/AL” (2018), que indica o facto de que a qualidade acústica das salas de aula interfere
diretamente na aprendizagem dos alunos. Ainda que não se trate de um estudo oriundo da
área da pedagogia musical, os resultados obtidos nessa investigação reforçam a compreensão
da necessidade de se aprimorar os equipamentos sonoros que oferecemos aos estudantes da
Academia.

3. Metodologia
Ao longo deste projeto será apresentado um plano de ação e implementação, que se inicia
com a identificação do problema, a fase diagnóstica, na qual coletamos as ideias e
preocupações dos alunos e docentes, bem como o conhecimento a respeito da situação
problema e possíveis sugestões de melhoria (projeto-visado). Posteriormente, será feita a
planificação das ações (projeto-plano), a partir da qual terá início a fase de concretização
das ações (projeto-ação) e, por fim, o resultado (projeto–objeto), que consiste na
apresentação de um produto final resultante desta intervenção – desempenho dos alunos e
no decorrer das aulas.

Análise SWOT

Forças Oportunidades

▫ Interesse comum entre docentes, ▫ Possibilitar aos alunos e docentes o


alunos, e encarregados de acesso a um equipamento de melhor
educação, na melhoria dos qualidade, facilitando assim o

instrumentos; desempenho dos alunos;

▫ A disponibilidade de fornecedores e ▫ Tornar a instituição mais atrativa

profissionais da manutenção de para possíveis interessados em


frequentar os seus cursos.
instrumentos na zona em que a
academia se encontra;
▫ A grande disponibilidade de espaços
para a realização de concertos de
angariação de fundos.

Fraquezas Ameaças

▫ Limitação orçamentária da ▫ Projeto bastante ambicioso;


instituição; ▫ O risco de não se conseguir os
▫ Tempo para a aquisição ou recursos financeiros necessários é
intervenções de manutenção em considerável, dado o elevado custo
instrumentos. da sua realização.

4. Cronograma
4.1 Fase de conceção do projeto

4.1.1. Entrevistas a alunos e professores.

4.1.2. Aplicação de questionário diagnóstico através do programa Matlab.

4.1.3. Agendamento de aulas abertas aos coordenadores, com o intuito da


observação direta das aulas.

4.1.4. Recolha e avaliação dos dados obtidos nas entrevistas e resultados do


questionário.

4.2 Fase de implementação

4.2.1. Reunião com a coordenação pedagógica com finalidade de discutir e comparar


os resultados obtidos através da observação direta.

4.2.2. Comprovando-se a necessidade de aquisição de novos instrumentos para a


Academia, será feito um trabalho em conjunto com a Coordenação Pedagógica no
sentido de buscar as instituições pertinentes que venham a assegurar o importe
financeiro necessário.
4.2.3. Averiguar a possibilidade da autorização de recitais, por parte das entidades
competentes, nos auditórios, fóruns e salões paroquiais do conselho.

4.2.4. Recitais dos professores, nas salas de espetáculo acima indicadas, para a
angariação de fundos.

4.3 Fase de monitorização

4.3.1. Observação das condições de preservação dos instrumentos musicais.

4.3.2. Manutenção periódica sob regulação, nomeadamente a climatização e outros


agentes que facilitam e aceleram o processo de deterioração dos pianos com o
passar do tempo e do uso.

4.3.3. Consultar a disponibilidade financeira junto aos órgãos competente.

4.4. Fase de avaliação

4.4.1. Avaliação qualitativa de todas as etapas deste processo;

4.4.2 Observação direta e registo escrito (relatório de cada etapa);

4.4.3. Registo audiovisual dos concertos de angariação de fundos;

1.1. Registo fotográfico da aquisição do(s) piano(s).


5. Resultados
A implementação deste projeto visa a conscientização a respeito das condições dos
instrumentos da Academia de música, desta forma a aquisição de novos instrumentos e
manutenção dos mesmos passar a ser parte do cronograma anual de prestação de serviços.
O cuidado com o ambiente das salas também passar a ser observado, de maneira que
problemas com infiltrações causadas por excesso de umidade nas paredes também é
causadora de danos aos instrumentos. A integração e conscientização por parte da
comunidade (encarregados de educação) deve-se levar a uma preocupação em relação. as
condições às quais os educandos realizam as aulas e apresentações.

A nível material, a aquisição de um mínimo de dois pianos acústicos verticais ou um piano


acústico de cauda para a Academia. A partir disto, é esperada uma melhoria no
desempenho dos alunos, tanto a nível de motivação como a nível técnico, uma vez que
deverão conseguir executar o seu repertório com menor esforço físico e estarão em
contacto com instrumentos que lhes possibilitam uma maior gama de timbres com uma
exploração mais sofisticada do teclado e dos pedais.

6 . Referências Bibliográficas

Arencibia P. (2020) Discrepancies in Pianists’ Experiences in Playing Acoustic and Digital


Pianos. In: Lee SH., Morris M. L., Nicosia S. V. (eds) Perspectives in
Performing Arts Medicine Practice. Springer, Cham.
https://doi.org/10.1007/978-3-030-37480-8_12

Azevedo, J. (2020). A aprendizagem baseada em problemas e projetos. Escola das Artes,


UCP.

Barron, B. & Darling-Hammond, L. (2008). Teaching for meaningful learning. A review of


research on inquiry-based and cooperative learning.
Branco, L. (2013). A educação progressiva na atualidade: o legado de John Dewey. Educ.
Pesqui., São Paulo, v. 40, n. 3, p.783-798, jul./set. 2014. 783.
http://dx.doi.org/10.1590/S1517-97022014005000013

Brown, M. W. (2011). An Analysis of Terminology Describing the Physical Aspect of Piano


Technique.

Cortesão, L. & Leite, C. & Pacheco, J. A. (2002). Trabalhar por Projectos em Educação: Uma
inovação interessante? Porto Editora.

Dewey, J. (2010; 1.ª ed. 1938). Experiencia y Educación. Editorial Biblioteca Nueva.
file:///C:/Users/Luisa%20Orvalho/Downloads/Dialnet-JohnDewey-
2781489.pdf

Ferreira, C. A. (2008). A Metodologia de Trabalho de Projeto na Formação de Professores do


1º Ciclo do Ensino Básico. In J. Ferreira; A. R. Simões (Org.). Complexidade:
um novo paradigma para investigar e intervir em educação? AFIRSE/Secção
Portuguesa.

Ferreira, C. A. (2009). A avaliação na Metodologia de Trabalho de Projeto; uma experiência


na Formação de Professores. Revista Portuguesa de Pedagogia, Ano 43-1,
143-158.
Hammond, L. (Ed.) (2008). Powerful Learning: What We Know About Teaching for
Understanding, Jossey-Bass. https://eric.ed.gov/?id=ED539399

Larmer, J. & Mergendoller, J. (2015). Setting the Standard for Project Based Learning: A
Proven Approach to Rigorous Classroom Instruction, Suzie Boss: ASCD.
http://www.ascd.org/Publications/Books/Overview/Setting-the-Standard-for-
ProjectBased-Learning.aspx

Matthay, T. (2014). Eunice Norton on Schnabel and Matthay. Retirado de Practising the
Piano Eunice Norton on Schnabel and Matthay - Practising the Piano

Orvalho, L. (2021). Aprendizagem baseada em Projetos: outra forma de desenvolver o


currículo integrando o ensino e a avaliação. Os cinco princípios chave na
metodologia PBL. Escola das Artes, UCP.

Silva, E. H. & Oliveira, N. & Oticica, M. L. (2018, outubro, 3 a 5). Análise da qualidade
acústica de salas para o ensino musical em Maceió/AL. XXVIII Encontro da
Sociedade Brasileira de Acústica. Porto Alegre – RS. DOI: 10.17648/sobrac-
87119

Varella, D. (2011). Lesões por Esforços Repetitivos (L.E.R. / D.O.R.T.)

Vidinha, J. (2016). Relação entre a qualidade do instrumento e a progressão do aluno.


Relatório de estágio apresentado à Escola Superior de Música do Instituto
Politécnico de Lisboa.

Você também pode gostar