Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aeromóvel
Enquanto as
operações pára-quedistas são chamadas de
operações aeroterrestres,
as
operações com tropas transportadas por
helicópteros e aeronaves são chamadas
de
operações aeromóveis ou assalto aéreo.
Assalto aéreo (ou aeromóvel) é o movimento
de
forças por helicóptero ou aeronave para engajar e
destruir forças inimigas
ou tomar pontos
chaves no terreno.
Geralmente
são lançadas de
bases avançadas, com um corredor que deve ser sanitizado. As
forças aeromóveis
são usadas mais para operações ofensiva para
surpresa e choque e não
para
defensiva. O assalto aéreo permite que a área de assalto
seja bastante variada
podendo
a força de assalto explorar lacunas nas defesas, atacar
os flancos e
retaguarda do inimigo.
Assim como as tropas pára-quedistas, as
forças
aeromóveis forçam o inimigo a dispersar
suas tropas para
cobrir todo o Teatro
de Operações para evitar surpresa.
Uma
frota de dez aeronaves C-130 Hercules da FAB recebendo
pára-quedistas para uma
missão. Após
lançados, eles precisarão de
reforços e apoio de helicópteros para
evacuação médica (EVAM). Os helicópteros
podem deslocar a mesma força, que não
precisaria ser pára-quedista, não se preocupam com o
vento, podem
dar apoio de
fogo no local, realizar EVAM, transportar ressuprimento e
reforços e realizar
extração e
redeslocamento. Os C-130 Hercules precisam
operar de pistas mais
resistentes enquanto os helicópteros
operam de locais
improvisados no campo de
batalha. Os Hercules só fazem EVAM e extração com
pista de
pouso no local de
operação. Os pára-quedistas só são
lançados em terreno apropriado e sofrem até
10% de
baixas por ferimento durante o lançamento enquanto os
helicópteros tem
pouca restrição para pouso vertical
ou uso de rappel.
As tropas de assalto
aeromóvel são
tropas de infantaria leve com treino adicional de rappel e
transporte
por
aeronave, em inserção aérea chamada de
envolvimento vertical. O
equipamento é
modificado para facilitar o transporte pois os helicópteros
têm muita
restrição
de carga bem maior que os pára-quedistas e aeronaves. Enquanto
os
pára-
quedistas são preparados para sustentar uma
ação por 72 horas, as tropas
aeromóveis
sustentam combate por apenas 48 horas. O apoio de
helicóptero pode
ser intenso e inclui
apoio aéreo aproximado, reconhecimento,
evacuação médica e
ressuprimento, além do
transporte. As tropas da 101
Divisão Aeromóvel é
treinada em rappel e fast-rope. Já o USMC
só desembarcam
do helicóptero.
As unidades de artilharia
aeromóvel também são transportadas por
helicópteros. A Primeira Divisão de
Cavalaria
Aérea no Vietnã podia levar três
bateias de canhões de 105mm pelo ar de uma vez só com
seus
helicópteros CH-47
Chinook. A foto acima é de um Chinook da Força
Aérea Holandesa levando dois veículos
leves e os Cougar
mais no fundo levando morteiros de 120mm.
As técnicas de
inserção por helicóptero são o pouso de
assalto (foto), o LANO
(Low Altitude No Open), o fast
rope e o rappel.
A primeira
tentativa de
aplicar a mobilidade aérea na guerra foi na batalha de Dien Bien
Phu
em 1954
onde os franceses acreditavam que o ressuprimento aéreo podia
manter uma
guarnição indefinidamente. O terreno e a geografia
levaram a falha. Os
franceses ganharam
experiência com o assalto aeromóvel na
Argélia entre 1954 e
1962 com helicópteros
americanos. Os primeiros assaltos
aeromóveis eram
pequenos, mas foram crescendo até o
tamanho de um
batalhão. Os
helicópteros também foram usados para resuprimento e
EVAM.
No Vietnã um
helicóptero podia ser usado para criar uma cortina de
fumaça entre a ameaça e a zona de pouso.
Na
Guerra do Yom Kippur foram realizados vários
assaltos de helicópteros, incluindo uma
emboscada audaciosa
contra um comboio
bem dentro Egito feita pelos Israelenses.
Na
guerra do Yom Kippur em 1973, comandos egípcios Al
Saaqa foram transportados por
helicópteros Mi-8 atrás das
linhas inimigas no
Sinai para atacar reforços, durante o ataque
inicial, e para
tomar pontos
estratégicos como o Passo de Mitla e Gidi. Nesta
operação 14
helicópteros foram
derrubados pela Força Aérea Israelense e os outros
comandos foram
cercados
antes de atingir o objetivo ou chegar reforços. Esta
operação mostrou a
limitação
dos helicópteros em um conflito de alta
intensidade onde não há
superioridade aérea. Os
primeiros comandos egípcios foram
treinados por
assessores alemães. Faziam raids contra
as defesas israelenses
no Sinais. Em
1969 estes raids ocorriam todas as noites. Eram muito
temidos por
Israel e
foram responsáveis pelo deslocamento de tropas adicionais para
defender o
local. Eram 26 batalhões em 1973. A maioria dos Comandos
egípcios que
invadiram
a península do Sinai em 1973 estavam preparados para
caçar blindados e não
para
tomar a linha Bar-Lev. Avançaram 10km adentro e estavam
equipados com mísseis
Sagger e lança-rojões RPG-7. Tinham tantas armas
anti-carro que a quantidade
compensou a
péssima pontaria. Cavaram trincheiras e tinham
mísseis SA-7 para se
defender. Deveriam
durar 24h até chegar reforços.
Já os comandos navais
egípcios conseguiram afundar um
navio israelense no porto em
1970. A Força
Aérea Israelense também usou helicópteros para
infiltrar comandos atrás das
linhas para dar a localização de mísseis SAM e
alerta de
lançamento de mísseis
para os pilotos de caça. Pelo menos dois helicópteros
foram
derrubados nestas
missões. Pára-quedistas sírios usaram
helicópteros para capturar o
monte Hermon
e comandos foram usados para atacar blindados com mísseis Sagger
por
trás.
Em 25 de Abril de 1982, os
britânicos recuperaram as
Geórgia do Sul dos argentinos.
Precedido de um consistente fogo
naval, realizaram
um assalto aeromóvel com 120
fuzileiros navais, que rapidamente
dominaram a
guarnição Argentina de poucas dezenas de
homens.
Os russos
iniciaram operações com forças aeromóveis
na década de 1970 com os DShB
(Day-Shah-Bey) ou Forças de Assalto Aéreo. São
unidades do tamanho de Brigada e
com
seleção e treinamento igual aos VDV. Os
russos usaram as tropas de assalto aéreo no
Afeganistão
para realizar ataques
de surpresa de forma independente em locais remotos ou
de
difícil acesso ou
apoiando outras forças. Eram usados para controle de terreno
dominante
ou junções
de estrada. A vantagem russa no ar se manteve até aparecer o
míssil Stinger e
podiam atacar a retaguarda inimiga facilmente.
Na Doutrina do
Exército
Brasileiro, um assalto aeromóvel é uma
operação de grande porte,
realizada por
uma força-tarefa aeromóvel (força de
superfície e força de helicópteros). Ela
não envolve o transporte apenas das companhias de fuzileiros mas
também todo o
aparato
para que a operação possa se estender por
até 48 horas. Isso inclui
artilharia, meios de
engenharia, cavalaria (para reconhecimento), etc.
2006
©Sistemas de Armas
Site
criado e mantido por Fábio Castro
Opinião
Fórum - Dê a sua
opinião sobre os assuntos mostrados no Sistemas de Armas
Assine a lista para receber informações sobre
atualizações e participar das discussões enviando
um email
em branco para sistemasarmas-subscribe@yahoogrupos.com.br