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CTE

Aula dia 04/05/2022

Definição: os pares de elétrons envolvidos na oxidação da glicose não são transferidos diretamente ao O2, pois ele é o aceptor
final. No meio do processo, vários outros receptores/transferidores de elétrons vão atuar até que os elétrons cheguem no O2. A
cadeia transportadora refere-se aos átomos de hidrogênios que foram guardados durante os processos. Fosforilação oxidativa
está intrínseca a CTE.

Antes dos elétrons chegarem ao seu aceptor final (O2) moléculas que tem afinidade por elétrons são utilizadas, como o NAD e
FAD, os quais guardam os elétrons, temporariamente, até que eles cheguem na estrutura da mitocôndria que possui a maquinaria
(moléculas presas na membrana mitocondrial interna) para realizar a transferência dos elétrons. Ao longo do processo são
formados 10 NADH e 2 FADH2, os quais estão guardados esperando para entrar na mitocôndria para chegar até o O2.

A passagem dos elétrons acontece quando a cadeia está presa na membrana mitocondrial interna, a qual recebe os 10 NADH e os
2 FADH, que estão levando os hidrogênios, as moléculas que estão presas na memb. Interna recebem os NADH e FADH, o NADH
ao entregar seu átomo de hidrogênio é oxidado para NAD, para que possa participar de outras etapas, assim como o FADH2 que
ao ceder seus hidrogênios são oxidados a FAD.

Quando a água do final do processo de respiração está associada a trabalho muscular, por exemplo, essa água raramente fica no
organismo, ela é liberada para realizar a regulação térmica associada ao movimento muscular. Durante o trabalho físico há um
aquecimento corporal natural, o organismo está fazendo a respiração celular (ATP) para segurar o trabalho muscular, o corpo vai
aquecendo e a água final produzida vai evaporar, devido ao aquecimento corporal, sendo liberada na forma de suor.

A maior parte das reações de redox no CTE são do tipo par conjugado, quando não há transferência direta de elétrons de uma
molécula para outra, a transferência é realizada através de uma molécula intermediária.

Sistema de Transporte de elétrons. 4 Proteínas integrais


(consegue comunicar o lado interno com o lado externo da
membrana) de membranas atuam nesse processo, elas são
fixas. O componente móvel (ptn ubiquinona), que fica
mergulhado dentro da membrana interna, consegue
realizara comunicação entres a proteína 1 e a proteína 3; a
proteína 2 com a proteína 3. A proteína 2 não possui o
canal de passagem de prótons dos átomos de hidrogênio e
é a única que participa do ciclo de Krebs, que acontece na
matriz, mesmo sendo uma ptn de membrana é a succinato
desidrogenase, ela é a porta de entrada dos elétrons de
FADH2. Os elétrons vindo de NADH entram na membrana
pela proteína 1. O segundo componente (citocromo-c)
móvel está localizado no espaço intermembranar e faz a
ligação entre a proteína 3 e 4. A diferença entre o componente móvel interno e do externo é que para uma molécula ter mobilidade
dentro de membrana, ela tem que ser hidrofóbica ou anfipática, enquanto fora da membrana ele tem que ser hidrofílico. Durante
o processo de transferência dos elétrons, ao chegarem na proteína 4 eles serão entregues ao oxigênio, que como aceptor final
dos elétrons eu estão vindo, se convertem em água no final do processo.

Componentes da CTE:

Complexo I: (NADH desidrogenase ou NADH-Ubiquinona oxido-redutase), pega os NADH que chegam hidrogenados na membrana
mitocondrial interna e entrega para o processo de transporte de elétrons. É a porta mais importante, pois os elétrons oriundos
do catabolismo, vindo de FADH são em menor quantidade. Esse complexo é composto por 42 diferentes polipeptídios, FMN-
flavoproteína e 6 centros ferro-enxofre (redox simples).

Complexo II: (succinato desidrogenase ou fumarato redutase) única proteína que participa do ciclo de Krebs e da CTE, composta
por 4 diferentes proteínas, FAD (participa de reação redox conjugada) e centros ferro-enxofre.

Complexo III: parecido com o complexo I, (ubiquinona-citocromo c óxido-redutase ou complexo citocromo bc1), centros ferro-
enxofre
Complexo IV: (citocromo oxidase), 13 subunidades, citocromos a e a3, átomos de cobre como complexos Cu-SH-cys, centros ferro-
enxofre, heme.

Outros componentes: ubiquinona (complexo móvel interno da membrana), complexo móvel do espaço intermembranar, bomba
de prótons (ATP sintase) (canais laranjas nas ptns I, II e IV) também são proteínas que criam os canais de passagem do próton de
hidrogênio.

O NADH sempre entra pelo complexo I (NADH- Q óxido redutase), na passagem por esse complexo, o elétron percorre os pedaços
dentro do complexo I até chegar ao complexo móvel, que vai entregar os elétrons para o próximo integrante dessa cadeia, que é
o complexo III. Ou seja, o átomo de hidrogênio é quebrado, o próton passa para fora e o elétron vai passando pelos pedaços que
compõem a proteína até chegar a ubiquinona, que é o complexo móvel. A ubiquinona ao receber o elétron, sai do estado de
ubiquinona oxidase para o estado de ubiquinona reduzida, pois recebeu o elétron.

O elétron chega de FADH passa para enzima succinato, que se reduz até chegar no centro ferro-enxofre e finalmente chega na
ubiquinona móvel externa, que estará reduzida pois já pegou do FADH (complexo II) e do NADH (complexo I), todos os elétrons
que foram transferidos. Após esse etapa, a ubiquinona pool encontra-se reduzida, cheia de elétrons para continuar o processo,
ou seja, chegar no próximo momento de entrega, que é citocromo c do espaço intermembranar.

O componente móvel que está no espaço intermembranar que recebeu os elétrons do complexo III, chega no complexo IV e possui
um fluxo, os elétrons são doados primeiro para os átomos de cobre, que fazem parte do complexo IV, o cobre do tipo a transfere
os elétrons para o grupamento heme (estrutura cíclica que se fecha formando um centro para prender metais). Esse grupamento
transfere para um grupo do tipo a3 que entrega para um grupo de átomos de cobre do tipo b, o qual entrega os elétrons para o
aceptor final (O2) que vai realizar a conversão do oxigênio em água.

Fluxo de elétrons: se o elétron vier do NAD, entra pelo


complexo I; se vier do FAD entra pelo complexo II
(participa do ciclo de Krebs).

*se o estoque de ATP estiver em um nível bom, mas a demanda de uso diária estiver baixa, o organismo começa a guardar alimento
antes dele ir para mitocôndria.

Acoplamento Quimiosmótico: associado ao transporte de elétrons, há o bombeamento de prótons da matriz para o espaço
intermembranar, a membrana mitocondrial interna por ser impermeável a prótons, impede o retorno destes à matriz; cria-se um
gradiente duplo (de pH e eletrostático) através da membrana mitocondrial interna, que gera uma situação de alta instabilidade,
atraindo os prótons de volta. Esta chamada força próton-motriz, dirige o refluxo de prótons à matriz através dos canais de prótons
da enzima ATPase, a passagem dos prótons pela ATPase determina a síntese do ATP, pela subunidade catalítica. A enzima
ATPsintase tem duas porções principais, uma chamada Fo que funciona como uma catraca que engata na membrana mitocondrial
externa e a subunidade F1 encaixa nessa catraca, assim cria-se um complexo grande de 2 subunidades, uma fixa na membrana
(Fo) e a outra mais interiorizada (F1). Existe um canal na subunidade Fo que o próton encontra um canal na subunidade da catraca
(Fo) para que o excesso de próton seja sugado, e a medida que isso passa, a catraca roda gerando uma tensão nessa porção,
fazendo com que a estrutura ganhe mobilidade, com isso a porção sintase da F1 prende ADP, Pinorg e produz ATP. Ou seja, o fluxo
de próton pela Fo, leva uma movimentação da F1 catalisando a reação do ADP em ATP. Quanto mais fluxo de prótons, mais ATP
será sintetizado. Quanto mais cadeia transportadora de elétrons tiver, mais fosforilação oxidativa será realizada. O desbalanço
osmótico gerado no acoplamento é responsável por induzir a atividade da ATPsintase.

Resumo: a complexo I é a porta de entrada do NAD, acumula prótons do lado de fora (espaço intermembranar), o complexo II por
onde entra o FAD não tem bomba de prótons no espaço intermembranar, todos os complexos transferem elétrons para o
transportador interno da membrana, a ubiquinona, a qual na sua forma de pool (recebendo os elétrons vindo de NAD e FAD)
entrega para o complexo III, que possui bomba de próton para lança-lo no espaço intermembranar, esse complexo entrega o
elétron para o citocromo móvel, solto no espaço intermembranar, o qual vai direcionar esse elétron para o complexo IV (fixo) que
possui bomba de próton, esse complexo possui uma quantidade menor de próton porque além de entregar elétron para o
oxigênio, ele entrega próton para fazer a molécula de água, ai sim o gradiente de próton é formado. O acoplamento quimiosmótico
via ATPsintase, pela Fo, é induzido devido ao gradiente formado, há mais positivos no espaço intermembranar e mais negativos
dentro da membrana. A passagem de prótons voltando faz com que a subunidade catalítica F1 da ATPsintase fosforilize ADP em
ATP.

Ao longo do processo catabólico (queima/quebra), NAD é o que mais guarda átomos de hidrogênio.

Existem dois modos de colocar o NADH que está no citoplasma para dentro da mitocôndria e são conhecidos como lançadeiras,
que são enzimas/proteínas que tem habilidade de pegar o NADH do lado externo e colocá-lo dentro da mitocôndria, logo, essa
enzima/proteína precisa estar presa na membrana. A primeira lançadeira é a glicerol-3-fosfatodesidrogenase, a qual pega o NADH
do lado de fora e entrega o elétron presente nele para diihidroxiacetonafosfato, que se transforma em 3-fosforaglicerol e essa
molécula formada é substrato para enzima de membrana mitocondrial interna, flavoproteína do complexo II. Ou seja, a porta de
entrada do NADH externo é o complexo II, com isso há menos prótons bombeados, logo, para o NADH externo, não é tão
produtivo, energeticamente, quanto para o NADH que se encontra internamente. A segunda lançadeira só ocorre em células
específicas como coração, fígado e rins, é chamada de malato-aspartato, o elétron precisa de uma conversão de vários
aminoácidos ou compostos que participam tanto do ciclo de Krebs quanto de processos de conversão de energia, precisam de
dois transportadores de membranas, a porta de entrada do NADH nesse caso, é o complexo I.

Balanço Final da Respiração Celular: rendimento em ATPs da oxidação total de uma molécula de glicose, considerando que cada
par de elétrons do NADH (entrou pelo complexo I) rende 3 ATPs, e cada par de elétrons do FADH2 (entrou pelo complexo II) rende
2 ATPs na fosforilação oxidativa, temos:

Molécula de glicose Produção de ATP

10 NADH --------- 30 ATPs

2 FADH2 (c. Krebs) ---------- 4 ATPs

2 ATPs (glicólise) + 2 GTPs (c. Krebs) --------- 4 ATPs

Total: 38 ATPs, esse número pressupõe gasto de ATP zero em processos paralelos,
o que não ocorre na prática; considerando-se o gasto de ATP utilizado no início da respiração, o balanço final gira em torno de 36
ATPs.

Alguns animais que hibernam, precisam ter uma taxa basal de ATP para manter o organismo, entram nesse estado devido a
condições alimentares desfavoráveis. Em termos fisiológicos, para suportar esse período, esses animais precisam se aquecer, para
isso existe uma proteína alternativa (termogenina) que é um canal alternativo para o próton retornar para o espaço interno da
matriz mitocondrial. Essa alternativa só existe em tecido adiposo especializado, rico em mitocôndria chamado de gordura marrom,
ele é mais induzido para ser acumulado nos últimos estágios de alimentação dos animais que hibernam, por isso antes de
hibernarem, os animais tem um período de caça muito intenso, assim é ‘construído’ muito tecido adiposo no qual uma porção é
sintetizada na forma de gordura marrom. Nesse processo não é feito ATP (foi desacoplado), a partir do transporte de elétrons é
produzido calor.

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