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Análise Financeira

Dinâmica
SEJAM BEM-VINDOS
Professora: Marluza Gomes Coutinho

Pós-Graduação Una
Belo Horizonte – 2020
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

INDICADOR DE LIQUIDEZ
T e NCG => pilares para avaliação do risco financeiro e da liquidez da empresa
NCG => demanda de recursos de natureza operacional
Recursos financeiros do saldo de Tesouraria (T<0, Fonte) => representados por empréstimos e
financiamentos bancários de curto prazo => são utilizados para financiar a demanda
operacional de recursos (NCG)

Desequilíbrio entre curto e longo prazos

A empresa tem que recorrer a instituições financeiras para financiar a NCG=> expostas a
efeitos negativos caso ocorram mudanças na política de empréstimo (aumento juros,
dificuldades para renegociar a dívidas, etc.) cenário observado na maior parte das
empresas (Estrutura Tipo 1)  NCG>0, CDG>0, T<0  monitorar constantemente esse tipo
financiamento
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
INDICADOR DE LIQUIDEZ

O gestor financeiro deve monitorar a utilização dos financiamentos


✓Determinar a proporção entre T e NCG => Indicador de liquidez
T e NCG podem assumir valores positivos e negativos
No cálculo, utiliza-se o valor algébrico de T em relação ao módulo de NCG
𝐓
Indicador de Liquidez (ILNCG) =
│NGC│
Quanto ↑ IL<0 => ↑utilização de recursos de curto prazo de instituições
financeiras  PIOR tende a ser a situação financeira da empresa
Essa informação complementa a avaliação da estrutura financeira e do
comportamento da empresa
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

INDICADOR DE LIQUIDEZ

𝐓
Indicador de Liquidez (ILNCG) =
│NGC│

1070 −890
ILNCG (F) = = 1,3049 ILNCG (D) = = − 0,2730
│820│ │3260│

CIA FINANÇAS CIA DINÂMICA


T 1.070 -890
NCG -820 3.260
CDG 250 2.370
ILNCG 1,3049 -0,2730

MELHOR LIQUIDEZ
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

INDICADOR DE LIQUIDEZ
CIA FINANÇAS CIA DINÂMICA
T 1.070 -890
NCG -820 3.260
CDG 250 2.370
ILNCG 1,3049 -0,2730

Finanças => ILNCG>0  APLICADORA líquida de curto prazo


Apresenta NCG<0 (-820) => tem a disposição recursos operacionais que são aplicados a curto
prazo  reforça a liquidez da empresa

Dinâmica => ILNCG<0  CAPTADORA líquida de curto prazo


Apesar de CDG Dinâmica (2370) > CDG Finanças (250) => demanda operacional de recursos
(NCG Dinâmica = 3260) consome todo CDG e deixa saldo remanescente a financiar por T (-890)
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INDICADOR DE LIQUIDEZ
POR SETORES DE ATUAÇÃO
Produtos Prod. de minerais Produtos Serviços de Ativ. Anexas aux.
Petróleo
alimentícios não metálicos químicos transporte do Transporte
N.º empresas 29 21 41 19 5 7
NCG 7.855 875 4.244 (2.938) (12.733) (819)
CDG 916 1.625 (922) (4.213) 782 (815)
T (6.939) 750 (5.166) (1.275) 13.515 4
IL (0,8834) 0,8571 (1,2172) (0,4340) 1,0614 0,0049

ILNCG >0  SETORES APLICADORES líquidos de curto prazo => Prod. Minerais não
metálicos, Petróleo e Ativ. Anexas aux. do transporte

ILNCG<0  SETORES CAPTADORES líquidos de curto prazo => Produtos alimentícios,


Produtos químicos e Serviços de transporte
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
EFEITO TESOURA

Gestor financeiro deve acompanhar a evolução do Saldo de Tesouraria (T)


✓evitar posição constantemente negativa e crescente (T<0)  estrutura
financeira inadequada => dependência excessiva de empréstimos de curto
prazo  INSOLVÊNCIA
Nesse contexto => empresa terá dificuldade para liquidar seus
empréstimos, caso o banco NÃO queira renová-los.

Ex. Medidas de restrições de crédito definidas pelo Banco Central => bancos
adotam política de empréstimo mais seletiva => NÃO concedem e NÃO
renovam empréstimos com empresas com risco de insolvência elevado
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
EFEITO TESOURA

Logo T<0, empresa com problema de liquidez => pode piorar em períodos de RECESSÃO
econômica redução das vendas provocam aumento substancial na NCG

A empresa NÃO tem condições de autofinanciamento para financiar o aumento da NCG 


recorrer fundos externos (empréstimos a curto e/ou longo prazo e aumentos de capital social
(em dinheiro)).

Se a empresa não conseguir obter esses fundos => sobrevivência ameaçada

T será cada vez MAIS NEGATIVO com crescimento rápido das vendas => se a NCG aumentar
mais que proporcionalmente do que o autofinanciamento e se a empresa não conseguir
aumentar o CDG via fontes externas

Crescimento negativo de T = EFEITO TESOURA


ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
OVERTRADING = EFEITO TESOURA

Overtrading refere-se a uma forte expansão no volume de atividade de uma


empresa SEM o devido lastro de recursos disponíveis para financiar as
necessidades adicionais de giro (Assaf Neto, 2012)

A empresa possui limite financeiro capaz de suportar determinado volume de


negócios

Volume de vendas > limite ou reduzir a capacidade de financiar os negócios 


redução na margem de segurança => overtrading
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OVERTRADING = EFEITO TESOURA
Ex.1) a empresa decide promover economias de escala por meio de uma grande
expansão em seu nível de produção de vendas.
• Redução da capacidade ociosa
• Aumento do volume de atividade operacional proporciona maior diluição dos
custos fixos e, consequentemente, reduz o custo unitário do produto
• Demanda maior volume de investimentos em giro (duplicatas a receber e
estoques)
• Overtrading ocorre na hipótese de o CDG existente NÃO for suficiente para
financiar esses investimentos adicionais
• NCG passa a crescer bastante superando, em pouco tempo, o nível CDG
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
OVERTRADING = EFEITO TESOURA
Ex.2) INFLAÇÃO
• Promove maior demanda por bens como forma de resguardar o consumidor
de aumentos de preços
• A fim de manter sua permanência no mercado => a empresa expande sua
atividade acima de sua capacidade financeira

Aumentos consecutivos dos preços em geral encobrem a situação de


overtrading.
Se a economia está estabilizada nos índices gerais de preços => as
consequências de um crescimento sem sustentação financeira podem ser
melhor visualizadas determinando problemas de lucratividade, inadimplência e
estoques volumosos.
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

Em síntese
EFEITO TESOURA
• Descompasso entre a evolução das fontes disponíveis de longo prazo
(CDG) e das aplicações a serem financiadas (NCG)
• Saldo de tesouraria (T) é crescente e negativo
• Dependência acentuada dos recursos de curto prazo para financiar as
atividades da empresa
• Persistência desse processo => eleva o risco financeiro
• Aumento significativo e contínuo de T  deterioração do ILNCG ao longo do
tempo
• Crescente desequilíbrio entre o comportamento NCG e CDG =>
crescimento relativo significativo do T.
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

EFEITO TESOURA
Origem do nome efeito tesoura => gráfico mostra o processo de afastamento
das curvas da NCG (aplicações operacionais) e do CDG (fontes de longo prazo)
que lembra as partes de uma tesoura

NCG
NCG > CDG

T<0
CDG

CDG > NCG T > 0

Tempo
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Quanto maior a distância entre as linhas


NCG e CDG = MAIOR o valor relativo de
T T  Maior a abertura da tesoura
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EFEITO TESOURA
Fatores determinantes do efeito tesoura:
1) Crescimento muito elevado de vendas
• causa aumento explosivo da NCG mesmo sem variação do CF
• provoca o efeito tesoura quando NÃO ocorre o crescimento equivalente do CDG
• T crescente
↓T = CDG - ↑NCG
$

N V CF NCG CDG Invest T ILNCG


T
1 8.000 0,20 1.600 1.500 0 -100 -0,06
2 10.000 0,20 2.000 1.800 200 -200 -0,10
3 14.000 0,20 2.800 2.200 300 -600 -0,21
4 20.000 0,20 4.000 2.800 400 -1.200 -0,30
1 2 3 4

tempo
CDG NCG
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
EFEITO TESOURA
2) Investimentos elevados com retorno a longo prazo
• aumento das aplicações no ativo permanente
• Redução ou estabilização do CDG, caso não tenha outras fontes de longo prazo disponíveis
• CDG sofre efeito redutor devido aos novos investimentos => mas não se beneficia dos
efeitos positivos decorrentes dos lucros mais elevados
↓CDG = Passivo permanente – ↑Ativo Permanente
$

N V CF NCG CDG Invest T ILNCG


T
1 8.000 0,20 1.600 1.500 0 -100 -0,06
2 9.000 0,20 1.800 1.550 400 -250 -0,14
3 10.000 0,20 2.000 1.450 600 -550 -0,28
4 12.000 0,20 2.400 1.250 800 -1.150 -0,48
1 2 3 4

tempo
CDG NCG
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
EFEITO TESOURA
3) Crescimento expressivo do CF (NCG/V) devido alterações nos PRAZOS
operacionais de estoques, clientes e fornecedores
• Pressões sobre a estrutura financeira por meio do aumento significativo
da NCG, se não for acompanhado de um crescimento compatível do CDG

N V CF NCG CDG Invest T ILNCG


1 8.000 0,20 1.600 1.500 0 -100 -0,06 T

2 9.000 0,25 2.250 1.750 200 -500 -0,22


3 10.000 0,30 3.000 1.950 300 -1.050 -0,35
4 12.000 0,35 4.200 2.150 400 -2.050 -0,49
1 2 3 4

tempo
CDG NCG
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
EFEITO TESOURA
4) Baixa geração de lucros
• Aumento dos custos operacionais pode reduzir as margens da empresa
• Ocasionando pequeno crescimento ou mesmo redução do CDG
• CDG evolui de forma incompatível com o comportamento da NCG
• T crescente
$

N V CF NCG CDG Invest T ILNCG


T
1 8.000 0,20 1.600 1.500 0 -100 -0,06
2 9.000 0,20 1.800 1.525 200 -275 -0,15
3 10.000 0,20 2.000 1.545 300 -455 -0,23
4 12.000 0,20 2.400 1.565 400 -835 -0,35
1 2 3 4

tempo
CDG NCG
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
EFEITO TESOURA
5) Investimentos com baixo retorno
• Realização de investimentos que apresentem baixo retorno (ou retorno de longo
prazo)
• Redução do CDG por meio do aumento das aplicações no ativo permanente sem
contrapartida no aumento dos lucros para contrabalançar o efeito negativo
↓CDG = Passivo permanente – ↑Ativo Permanente
$

N V CF NCG CDG Invest T ILNCG T


1 8.000 0,20 1.600 1.500 0 -100 -0,06
2 9.000 0,20 1.800 1.650 300 -150 -0,08
3 10.000 0,20 2.000 1.450 500 -550 -0,28
4 12.000 0,20 2.400 990 700 -1.410 -0,59
1 2 3 4

tempo
CDG NCG
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
EFEITO TESOURA
6) Inflação elevada
• Aumento expressivo da NCG quase automático
• Pode não produzir impacto equivalente nos lucros devido às pressões de custos
causados pelo aumento geral de preços dos insumos de produção
• Situação delicada devido ao pouco controle do gestor financeiro sobre o processo
$

N V CF NCG CDG Invest T ILNCG


T
1 8.000 0,20 1.600 1.500 0 -100 -0,06
2 9.000 0,20 2.000 1.800 200 -200 -0,10
3 10.000 0,20 2.400 2.100 300 -300 -0,13
4 15.000 0,20 3.000 2.450 400 -550 -0,18
1 2 3 4

tempo
CDG NCG
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
EFEITO TESOURA
7) Distribuição de resultados elevada com alto percentual de dividendos
• Apesar de muito lucrativa, a empresa pode experimentar o efeito tesoura
• Quando realiza distribuição de resultados em volume superior ao adequado
• Ocorre a redução ou estabilização do CDG devido à baixa retenção de lucros
em níveis insuficientes para financiar a NCG
$

N V CF NCG CDG Invest T ILNCG


T
1 8.000 0,20 1.600 1.500 0 -100 -0,06
2 9.000 0,20 1.800 1.462 200 -338 -0,19
3 10.000 0,20 2.000 1.342 300 -658 -0,33
4 12.000 0,20 2.400 1.158 400 -1.242 -0,52
1 2 3 4

tempo
CDG NCG
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
EFEITO TESOURA
8) Redução das vendas
• Pode provocar o aumento na NCG devido ao acúmulo de estoques (e
inadimplência) => efeito tesoura devido a redução proporcionalmente
maior do CDG devido à redução de vendas e das margens por causa das
condições negociadas mais adversas
$

N V CF NCG CDG Invest T ILNCG


T
1 8.000 0,20 1.600 1.500 0 -100 -0,06
2 7.000 0,20 1.750 1.426 200 -324 -0,19
3 6.000 0,20 1.800 1.334 200 -466 -0,26
4 5.000 0,20 2.000 1.224 200 -776 -0,39
1 2 3 4

tempo
CDG NCG
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

EFEITO TESOURA
CONCLUSÃO
• Empresas com dependência dos recursos financeiros de curto prazo
classificados no T para financiar a NCG
• Processo de deterioração da situação de liquidez da empresa
• Análise da tendência de evolução do T e do comportamento do
indicador de liquidez ILNCG
Ano 1 Ano 2 Ano 3

T T T
NCG NCG NCG
CDG CDG CDG
Aplicações Fontes Aplicações Fontes Aplicações Fontes
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

Etapas
1) Construção do balanço patrimonial gerencial com a reclassificação do balanço
patrimonial contábil
2) Determinação das variáveis-chaves: NCG, CDG e T, e sua posição como fonte
ou aplicações de recursos
3) Identificação da estrutura financeira da empresa por meio dos tipos de
balanços com a montagem do quadro de fontes e aplicações de recursos
4) Cálculo do indicador de liquidez ILNCG = T/│NCG│
5) Análise da tendência evidenciada no comportamento do indicador de liquidez
ao longo de pelo menos 3 anos para verificar a existência do efeito tesoura
Conjunto de informações sobre a situação financeira da empresa => elaborar um
relatório de análise relevante e com bom suporte em dados quantitativos e
qualitativos
Poderá ser complementado por outras abordagens com outras variáveis
importantes
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO

Possibilidades de financiamento:

• Atividades operacionais da empresa


• Obtenção de recursos financeiros de terceiros de curto prazo
• Recursos de longo prazo
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO

Fontes de financiamento de CDG => balanço patrimonial

• Todas as obrigações de curto prazo


• Parte de recursos de longo prazo
=> de terceiros e próprios
OBRIGAÇÕES decorrentes de:
• Atividades normais da empresa => FONTES OPERACIONAIS
• Empréstimos e financiamentos em instituições de crédito => FONTES FINANCEIRAS
de capital de giro
• Recursos de longo prazo em giro
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO

Balanço Patrimonial

ATIVO PASSIVO
Ativo Circulante Passivo Circulante
Caixa/Bancos Financiamentos Fontes Financeiras
Aplicações Financeiras
Aplicações Financeiras Duplicatas Descontadas
Contas a receber Fornecedores
Aplicações Operacionais Fontes Operacionais
Estoques Salários/Encargos
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO

FONTES FINANCEIRAS

Nem sempre as atividades operacionais são suficientes para cobrir a NCG, logo a
empresa recorre às fontes financeiras.

Os recursos podem ser obtidos em:


• Instituições financeiras => bancos comerciais e múltiplos, financeiras, factoring,
bancos de investimentos

Necessário um bom relacionamento com as instituições financeiras e deve ser


realizado de forma organizada para obter êxito na negociação
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO


FONTES FINANCEIRAS Classificação de risco de crédito
RELACIONAMENTO BANCÁRIO Dias de atraso Nível de risco % Provisão
0 AA -
• ANÁLISE DE RISCO DE CRÉDITO 0 A 0,5
✓ Analisar as informações qualitativas, 10 – 30 B 1
restritivas e financeiras 31 – 60 C 3
✓ Identificar a capacidade de gerar caixa e de 61 – 90 D 10
pagamento da empresa 91 – 120 E 30
✓ Mostrar o comprometimento com terceiros 121 – 150 F 50
✓ Classificar quanto ao risco de crédito 151 – 180 G 70
Superior a 180 H 100
=> Peso decisivo na concessão de crédito Fonte: Matias, 2007

Bancos => provisionar junto ao Banco Central um % em relação às operações de crédito concedidas
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO

FONTES FINANCEIRAS
RELACIONAMENTO BANCÁRIO

QUANTO ↑ RISCO ≈ ↑ TAXA DE JUROS e ↑ GARANTIA exigida pela instituição financeira

Banco Central e Conselho Monetário Nacional => Resolução n.º 2.682 => Dispõe sobre
critérios de classificação das operações de crédito e regras para constituição de
provisão para créditos de liquidação duvidosa
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO

FONTES FINANCEIRAS
RELACIONAMENTO BANCÁRIO

• COBRANÇA DE IOF (imposto sobre operações financeiras)


✓ Pessoas físicas e pessoas jurídicas
✓ Base incidência => montante emprestado e prazo de pagamento
✓ Cálculo linear => proporcional ao prazo de pagamento
✓ Incide em toda operação de empréstimo
✓ Pagamento:
▪ Valor solicitado – IOF = valor líquido
▪ Valor solicitado + IOF = valor é maior que o desejado (= IOF é financiado)
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO
FONTES FINANCEIRAS
RELACIONAMENTO BANCÁRIO

• RECIPROCIDADE BANCÁRIA
✓ Instituições financeiras => elevar a rentabilidade das suas aplicações
❑ Custo para o cliente  encargo indireto
✓ Utilizado => políticas monetárias restritivas de crédito
❑ Escassez de recursos
❑ Maior seletividade
✓ Práticas utilizadas para obter a reciprocidade
❑ Retenção de conta corrente, por um período de tempo
❑ Retenção de valores de crédito concedido
❑ Operação casada => seguros, títulos de capitalização, conta-salário dos funcionários
❑ Floating => retenção do dinheiro arrecadado nas duplicatas em cobrança antes de lançar o
crédito na conta corrente, por alguns dias => altera o custo efetivo da operação.
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO

FONTES FINANCEIRAS
RELACIONAMENTO BANCÁRIO

• CONTRATOS E GARANTIAS
➢ Contratos => define as condições negociadas entre o
emprestador e o tomador
✓ Valor da operação de crédito e o valor da caução, se tiver
✓ Custos da operação => juros, comissões, taxas e tarifas cobradas
✓ Encargos tributários
✓ Prazos da operação
✓ Forma de cobrança
✓ Garantias => de acordo com o risco da operação
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO

FONTES FINANCEIRAS
RELACIONAMENTO BANCÁRIO

• CONTRATOS E GARANTIAS
➢ Garantias pessoais => incidem sobre o patrimônio do coobrigado
✓ Aval = título de crédito (nota promissória, cheque, cédula de crédito,
etc.) que permite que um terceiro avalizar o empréstimo (assinatura),
NÃO há necessidade de primeiro executar os bens do avalista
✓ Fiança = contrato autônomo = fiador compromete a cumprir com a
obrigação de afiançado e responde com o seu patrimônio, após a
execução do afiançado. Ex. operações de mútuo e abertura de crédito
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO


FONTES FINANCEIRAS
RELACIONAMENTO BANCÁRIO

• CONTRATOS E GARANTIAS
➢ Garantias reais => incidem sobre um bem ou coisa específica (ativos reais)
✓ Hipoteca = bem imóvel => escritura pública registrada em Cartório de Registro de Imóveis
✓ Penhor = bem móvel => máquina e equipamentos, estoques (fiel depositário =>
formalizado via contrato formal com registro no cartório de títulos e documentos)
✓ Caução = dinheiro, direitos ou títulos de crédito que ficam depositados na instituição
financeira até o pagamento da obrigação
✓ Alienação fiduciária = bem móvel ou imóvel => transferência da propriedade até o final
da obrigação. Há restrição de venda. Formalizado por contrato público ou particular
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA

FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO


FONTES FINANCEIRAS
RELACIONAMENTO BANCÁRIO

• CONTRATOS E GARANTIAS
➢ Convenants (convênio) => garantia indireta própria de financiamento
✓ Conjunto de obrigações contratuais => objetivo de pagamento da dívida
✓ Garante os direitos dos credores em contrato formal de dívidas
❑ Estabelece atos positivos ou proibitivos a cumprir
❑ Visa boa administração e integridade do patrimônio
❑ Limitação do grau de endividamento
❑ Limitação ou impedimento de contrair novas obrigações
❑ Manutenção de capital de giro
✓ Cláusulas mais detalhadas => pode exigir o acompanhamento de auditores independentes
✓ Vantagem => convive com as garantias tradicionais e promove dinamismo ao sistema financeiro
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO
FONTES FINANCEIRAS
MODALIDADES DE CRÉDITOS BANCÁRIOS PARA CAPITAL DE GIRO

Linhas de crédito para capital de giro => empresas necessitam de recursos para renovar as linhas para o
giro da carteira, para suprir deficiências de caixa ou para aproveitar oportunidade de negócio

• Hot Money => curtíssimo prazo (1 a 10 dias)


• Desconto de títulos => antecipação do recebimento de título de crédito (duplicatas, notas promissórias)
• Cheque pré-datado => título de crédito até a data de depósito
• Conta garantida => limite para cobertura de saldos devedores na conta corrente => urgência de caixa
• Crédito rotativo => operação de crédito, via contrato, atender necessidade de caixa diário
• Empréstimos para capital de giro => operação para atender NCG, contrato, garantias podem ser substituídas
• Financiamento de tributos e obrigações sociais => permite o recolhimento pontual dos impostos e obrigações
sociais
• Vendor => banco financia a empresa compradora que será garantida pela empresa vendedora
• Compror => empresa paga o fornecedor a vista e financia a compra a prazo via crédito bancário
• Factoring => transferência dos créditos e riscos referentes a vendas da empresa para uma factoring
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO
FONTES FINANCEIRAS
MODALIDADES DE CRÉDITOS EM FINANCEIRAS

FINANCEIRAS = instituições comerciais fornecedoras de empréstimo de curto prazo para aquisição de


bens e serviços. NÃO podem manter depósitos. Taxas mais altas, tomadores de maior risco. Mercado
interfinanceiro

• CDC – Crédito direto ao consumidor => financiamento de bens e serviços.


Ex. veículos, eletrodomésticos => ficam vinculados à financeira por meio de alienação fiduciária

• CDCI – CDC com interveniência => existência de um intermediário  estabelecimento comercial assume o
risco junto à financeira
Ex. financiamento de veículo por uma financeira por meio de uma agência de automóveis
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO
FONTES FINANCEIRAS
MODALIDADES DE CRÉDITOS NO SISTEMA DE CRÉDITO RURAL

Financiamentos da atividade agrícola ou pecuária para custear a produção e/ou a comercialização

• PRODUÇÃO
✓ Custeio agrícola => produtores rurais, limite 70% da receita prevista para a lavoura a financiar, prazo de 1
safra e o pagamento ocorrerá na época que obter a receita
✓ Custeio pecuário => produtores rurais, limite 70% (produtores) a 100% (agroindústria) da receita prevista,
prazo de acordo com a área (avicultura = 180 dias, suinocultura = 240 dias, demais beneficiários = até 1 ano
• COMERCIALIZAÇÃO
✓ Desconto de nota promissória rural e duplicata rural => antecipação do recebimento do valor de venda 
Nota Promissória Rural (NPR) ou Duplicata Rural (DR) => encargos financeiros, garantias
✓ Empréstimos do Governo Federal (EGF) => financiamento para estocagem de produtos. Produtores fazem a
colheita da safra e estocam para vender em um momento melhor. Se o produto estiver na pauta da Política de
Garantia de Preços Mínimos => pode obter adiantamento sobre o valor do preço mínimo do produto
✓ Produtos agropecuários => estocar, beneficiar ou industrializar os produtos, mas NÃO é beneficiário do EGF
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO
FONTES FINANCEIRAS
MODALIDADES DE CRÉDITOS NO SISTEMA DE CRÉDITO HABITACIONAL

Financiamentos voltados para a construção e aquisição de imóveis.

CONSTRUTORA => financia o capital de giro => antecipa os recebimentos de recebíveis, com prazo até
36 meses.
Opções de financiamento:
• FAT = Fundo de Amparo ao Trabalhador => são utilizados para financiar projetos de investimento
fixo, com capital de giro associado ou não.
• FGTS = Fundo de Garantia por Tempo de Serviço
• PROGER Investgiro = Programa de Geração de Renda => linha de crédito para financiar capital de
giro de empresas geradoras de emprego e renda com faturamento anual de até R$ 7,5 milhões.
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FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO
FONTES FINANCEIRAS
MODALIDADES DE PRODUTOS E SERVIÇOS ESPECIAIS PARA FINANCIAMENTO DO CDG
• Commercial papers = título de valor mobiliário emitido por empresas S.As, destinado à oferta pública, para
captação de recursos no mercado interno, para financiamento de CDG. É uma alternativa aos empréstimos
bancários convencionais, permite redução da taxa de juros, pois NÃO tem intermediário bancário. Negocia
direto com o investidor.
• Securitização de recebíveis = contratos que vão gerar vendas e faturamentos futuros (ex. contrato de locação,
fatura de cartão de crédito, mensalidade escolar).
• Fundos de recebíveis (FIDCs – Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios) = instrumentos de aquisição
de recebíveis oferecidos pelas instituições financeiras
• ACC/ACE = Adiantamento sobre contratos de câmbio – ACC e Adiantamento sobre cambiais entregues – ACE
=> adiantamento de contrato de câmbio para financiar CDG às empresas exportadoras para que possam
produzir e comercializar os produtos objetos de exportação.
• Exporte note = financiamento de CDG exclusivo para exportadores, NÃO tem limitação de prazo de 180 dias
como o ACC
• Forfaiting = cessão de crédito de uma empresa exportadora brasileira a um banco. A empresa exportadora
vende a prazo e recebe a vista
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO
FONTES FINANCEIRAS
MODALIDADES DE RECURSOS DE LONGO PRAZO PARA CDG

Recursos originários do Exigível a Longo Prazo (empréstimos, debêntures) e Patrimônio


Líquido ou, também, da venda de ativos permanentes destinados a reforçar o capital de giro.

• Sale lease-back = venda de um ativo imobilizado a uma empresa de leasing, contratando o


arrendamento do mesmo bem. Diminuição do imobilizado. A empresa viabiliza recursos de
longo prazo (24 meses) e continua utilizando o bem e poderá recompra-lo no final do
contrato.
• Emissão de debêntures de 3 anos para captar recursos para aplicação no capital de giro, ou,
ainda, emissão de ações com a mesma finalidade.
ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO
FONTES OPERACIONAIS
Surgem a partir das operações da empresa
Para aumentar as vendas => comprar mais => produzir mais => aumentam as duplicatas a
pagar para os fornecedores
Aumento da produção => mais horas de trabalho => aumentam os valores de salário
Aumento das vendas => aumentam os impostos a pagar

CICLO

Quanto mais VENDE => maior o VALOR A PAGAR a FORNECEDORES => mais IMPOSTOS,
OBRIGAÇÕES SOCIAIS e SALÁRIOS a pagar

Alguns clientes podem adiantar recursos contra entrega futura de mercadorias


ANÁLISE FINANCEIRA DINÂMICA
FONTES DE FINANCIAMENTO PARA CAPITAL DE GIRO

FONTES OPERACIONAIS Impostos e


obrigações
sociais

Principais fontes operacionais:

• Fornecedores
• Impostos e obrigações sociais Fornecedores VENDAS Adiantamento
de clientes
• Salários
• Adiantamento de clientes

Salários
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FONTES OPERACIONAIS

FORNECEDORES
Podem financiar o CDG das empresas na concessão de prazos para pagamento das
mercadorias
• Análise prévia da empresa
• Prazos para pagamento
• Condições de pagamento
• Descontos oferecidos => se adiantar o pagamento
• Período para obtenção.
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FONTES OPERACIONAIS
FORNECEDORES

• A empresa deve selecionar seus fornecedores para NÃO incorrer em perdas =>
mesma forma que analisa o risco dos clientes  minimizar o risco de crédito
• Tem que analisar o risco operacional => fornecedor estratégico pode ir à falência 
empresa fica sem condições de produção.
• O processo de licitação e concorrência (utilizado por empresas públicas) =>
fornecimento com qualidade e preço justo
• Deve considerar o fornecedor como um aliado para obter bons resultados => evitar
conflitos e situações tensas. Estabelecer parcerias.
• Consignação => envio de mercadorias com aquisição futura, vinculada a venda
posterior  fornecedor envia a mercadoria e a empresa só paga quando revendê-la
=> reduz a necessidade de capital de giro
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FONTES OPERACIONAIS
FORNECEDORES

Estratégias de compras relacionadas diretamente com as decisões de vendas:


• COMPRA E VENDA A VISTA => analisar os tributos sobre a venda de mercadoria e o
prazo de estocagem do material.
✓ Negociação de preço => cálculo do valor presente dos fluxos de entrada de caixa
(recebimento da venda) e saídas de caixa (pagamento dos impostos e da mercadoria
ao fornecedor)
• COMPRA A VISTA E VENDA A PRAZO => definir uma data para comparar os fluxos
de entrada e saída (ex. dia da compra da mercadoria ou a data de sua venda)
✓ A empresa tem a opção de pagar com desconto a vista ou sem desconto no final =>
deve comparar o desconto (juros) do fornecedor com as taxas de mercado e
escolher a melhor taxa
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FONTES OPERACIONAIS
FORNECEDORES

Estratégias de compras relacionadas diretamente com as decisões de vendas


• COMPRA A PRAZO E VENDA A VISTA => parcelamento pelo fornecedor
✓ Verificar o prazo máximo em que a mercadoria poderá ser adquirida por seu valor
equivalente a vista, eliminando o custo de financiamento e restando apenas o
custo financeiro de estocagem que poderá ser reduzido pelo prazo concedido pelo
fornecedor.
• COMPRA E VENDA A PRAZO => o incremento no preço de compra a prazo deve ser
inferior ao custo financeiro de venda, limitado à formação do preço máximo
definido pelo mercado, considerando que existe a possibilidade de repasse dos
encargos financeiros gerados pelo fornecedor por ocasião da venda da mercadoria
a prazo
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FONTES OPERACIONAIS

FORNECEDORES

COMPRA VENDA
• Analisar valor dos tributos incidentes quando da venda • Trazer a receita a valor presente na
• Reduzir prazos de estocagem data da compra, para efeito
A VISTA
• Obter o máximo de descontos junto aos fornecedores comparativo
• Comparar taxas de descontos com custos de aquisição a prazo
• Obter prazo máximo possível sem que haja incidência de encargos • Repassar custos de financiamento ao
financeiros comprador
A PRAZO
• Encargos com fornecedores devem ser inferiores ao custo financeiro • Analisar preços máximo definido pelo
da venda mercado
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FONTES OPERACIONAIS
IMPOSTOS E OBRIGAÇÕES SOCIAIS

• Têm datas específicas de recolhimento


• Fontes de capital de giro
• SEM ÔNUS, se quitados até a data de vencimento
• Pontualidade no pagamento de imposto => permite obtenção de recursos de
terceiros => certidão negativa de débito junto ao INSS, Receita Federal e Estadual,
FGTS e etc.
• COM ÔNUS, se pagos com atraso => Alto custo
• Existe a possibilidade de negociar a inadimplência via parcelamentos.
Ex. Refis – Programa de Recuperação Fiscal
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FONTES OPERACIONAIS
SALÁRIOS E ENCARGOS

• Podem ser pagos até o 5º dia útil do mês seguinte => fonte de financiamento de
CDG
• Atrasos no pagamento => compromete a produtividade devido à desmotivação
• Encargos trabalhistas => também são fontes de financiamento
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FONTES OPERACIONAIS

ADIANTAMENTOS DE CLIENTES

• A empresa recebe valores antecipadamente por uma entrega futura do produto


• Produto é feito por encomenda ou quando a demanda é maior que a oferta.
Ex. venda de turbina para uma hidroelétrica => fornecedor necessita de recursos
volumosos para construir o produto
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MUITO OBRIGADA

BOA NOITE

Pós-Graduação Una
Belo Horizonte – 2020

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