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25/04/2019 Neuropsicologia do retardo mental estudo de caso

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Jeane Araujo, Neuropsicóloga


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Publicada em 29 de abr de 2013

Artigo sobre o funcionamento cognitivo da criança com deficiência intelectual


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Neuropsicologia do retardo mental estudo de caso

1. 1. Neuropsicologia do Retardo Mental – estudo de caso.Katiúscia Kelly de Andrade*Sandra de Fátima Barboza


Ferreira**Resumo: Este estudo apresentou as contribuições da avaliação neuropsicológica no estabelecimento do
nívelcognitivo, na qualificação de sintomas bem como no delineamento de futuras intervenções terapêuticas eeducacionais
ilustradas em um caso de retardo mental. Participou do estudo uma adolescente, do gênerofeminino, com 13 anos de idade
cursando o segundo ano fundamental em escola pública. Foram utilizados testespsicométricos, testes informais e observações
naturalísticas. Os resultados apontaram para um funcionamentointelectual significativamente abaixo do seu grupo etário,
marcante apraxia construtiva e quadro de disnomia.Discutiu-se a possibilidade de delineamento de programa de intervenção
com ênfase em funções cognitivas einclusão social.Palavras-chaves: neuropsicologia; avaliação; retardo mental; apraxia;
desenvolvimento infantil.De acordo com American Association on Mental Retardation - AAMR (2006),abordar o retardo
mental a partir de uma perspectiva multidimensional, é considerar a pessoacom deficiência dentro do contexto dos fatores
ambientais e pessoais e da necessidade deapoios individualizados. O retardo mental caracteriza-se por uma incapacidade
marcada porimportantes limitações, no funcionamento intelectual e no comportamento relacionado aosaspectos conceituais,
sociais e práticos.Decorrem deste conceito cinco dimensões:1. Habilidades Intelectuais - a avaliação do funcionamento
intelectual é essencialpara se fazer um diagnóstico de retardo mental.2. Comportamento adaptativo, habilidades conceituais,
sociais e práticas – ocomportamento adaptativo é a reunião de habilidades que foram aprendidaspelas pessoas para
funcionarem em suas vidas diárias.3. Participação, interações e papéis sociais – engajamento ativo do indivíduo noseu
ambiente.4. Saúde (saúde física, saúde mental e fatores etiológicos) – efeitos da saúdefísica e mental sobre o funcionamento

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variam desde amplamente facilitadoresaté amplamente inibidores para pessoas com retardo mental.5. Contexto (ambientes e
cultura) – perspectiva ecológica do cotidiano da pessoa(micro, meso e macrossistemas).Critérios diagnósticos, estatísticas e
etiologia do retardo mental* Psicóloga, especializanda em Neuropsicologia pela UCG – katiusciaandrade@gmail.com**
Psicóloga, Mestre em Psicologia e Doutoranda pela UCG – sandrabarboza@uol.com.br
2. 2. 2De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais- DSM-IV-TR™, editado pela American
Psychiatric Association (2002), o retardo mental é definido combase em três critérios: início do quadro clínico antes dos
dezoitos anos de idade; funçãointelectual significativamente abaixo da média, demonstrada por um quociente de
inteligência(QI) menor que 70; e deficiência nas habilidades adaptativas em pelo menos duas dasseguintes áreas:
comunicação, autocuidado, vida doméstica, habilidades sociais/interpessoais,uso de recursos comunitários, auto-suficiência,
habilidades acadêmicas, trabalho, lazer, saúdee segurança.Os sistemas de classificação do DSM-IV-TR™, editado pela
American PsychiatricAssociation (2002), apontam quatro níveis de retardo mental: leve, identificado por QI entre50 ou 55 e
70. Este grupo constitui o maior segmento, cerca de 85%; moderado, na faixa de35-40 a 50-55. Cerca de 10% da população;
grave, varia de 20-25 a 35-40. Constitui 3-4%dos indivíduos; profundo, que inclui pessoas com QI abaixo de 20-25.
Aproximadamente 1-2% dos indivíduos com retardo mental e gravidade inespecífica.“A taxa de prevalência do retardo mental
é aproximadamente de 1% a 3% dapopulação” (BARLOW e DURANT, 2008, p.612).Os principais fatores predisponentes
incluem: “hereditariedade, alterações precoces dodesenvolvimento embrionário, problemas da gravidez e perinatais, condições
médicas geraisadquiridas no início da infância e influências ambientais e outros transtornos mentais” (DSM-IV-TR™, editado
pela American Psychiatric Association 2002, p.77). “Fatores etiológicospodem ser primariamente biológicos ou
primariamente psicossociais, ou alguma combinaçãode ambos. Em aproximadamente 30-40% dos indivíduos em contextos
clínicos, não é possíveldeterminar qualquer etiologia para o retardo mental” (DSM-IV-TR™, editado pela
AmericanPsyachiatric Association, 2002, p.77).Vasconcelos (2004), em um estudo referenciado sobre a neurobiologia do
retardomental (RM), levanta a hipótese que o retardo mental é originado por um defeito da estruturae função de sinapses
neuronais. “Há várias décadas, sabe-se que o RM está associado aanormalidades dos dendritos e das espinhas dendríticas” (p.
S72). Segundo este estudioso, “asespinhas dendríticas são elementos diminutos localizados em locais pós-sinápticos
dassinapses excitatórias; como locais de contato entre axônios e dendritos, medeiam aplasticidade sináptica que fundamenta o
aprendizado, a memória e a cognição”(VASCONCELOS, 2004, p.S72).
3. 3. 3Avaliação do funcionamento intelectualAvaliação do funcionamento intelectual é essencial para se fazer um diagnóstico
deretardo mental. A inteligência é uma “capacidade mental geral que inclui a habilidade doindivíduo para raciocinar, resolver
problemas, pensar abstratamente, planejar e aprender pelaexperiência, e reflete uma capacidade mais ampla para compreender
o mundo ao seu redor”(AARM, 2006, p. 63).“O funcionamento abaixo da média é um critério necessário, porém insuficiente,
paraestabelecer um diagnóstico de retardo mental, a avaliação deve se basear em procedimentossólidos e pode, às vezes,
requerer informações de várias fontes” (AARM, 2006, p. 72).A avaliação neuropsicológica oferece grande contribuição para o
auxílio aodiagnóstico do retardo mental, pois além da avaliação do funcionamento intelectual investigaas funções mentais
superiores como a atenção, memória, percepção, praxias e funçõesexecutivas. Fatores que devem ser essencialmente
analisados no sentido de planejarintervenções e para o prognóstico terapêutico da adolescente com retardo mental.A
compreensão das bases da neuropsicologia infantil “sedimenta-se sobre o desafio dopróprio desenvolvimento: crianças
crescem física, neurológica, comportamental e emocionale, conseqüentemente, adquirem maior complexidade nas funções no
ponto de vistaontogenético” (MIRANDA E MUSZKAT, 2004, p. 211). O desenvolvimento infantil deve serobservado em
relação ao seu aspecto maturacional, ou seja, conforme as fases do crescimentoneuronal, mielinização e maturação seqüencial
das várias regiões cerebrais.Para Luria (1984) a tarefa fundamental, não é localizar processos psicológicossuperiores em áreas
limitadas do córtex, mas sim determinar mediante uma análise cuidadosaque zonas do cérebro operando em concerto são
responsáveis pela efetuação da atividademental complexa, qual a contribuição de cada uma ao sistema funcional e como a
relaçãodessas partes do cérebro se modifica nos vários estágios do seu desenvolvimento.A avaliação neuropsicológica na
criança de acordo com Lefèvre (2004), “requerinstrumentos específicos e métodos de exame clínico que possam abranger a
avaliação dasfunções cognitivas (atenção, memória, praxias motoras e ideatórias, linguagem, percepção,vísuo-construção e
funções executivas)” (p. 249).São vários os recursos utilizados para a avaliação neuropsicológica infantil -anamnese, testes
psicométricos e testes informais e informações provenientes da escola e dafamília. “É preciso saber escolher o melhor teste,
que sirva para compreendermos as fraquezasdos pacientes e suas “forças” e que seja especial para a disfunção que
consideramos mais
4. 4. 4prejudicada, e que corresponda à necessidade clínica do examinador” (LEFÈVRE, 2004,p.258).Em algumas situações as
técnicas de neuroimagem não são adequadas paraestabelecer qual será a evolução de um caso. “O fato de a avaliação
neuropsicológica sebasear em funções cognitivas mais do que em estruturas permite identificar os recursosremanescentes e
potenciais após a instauração de um quadro, e isso dá mais subsídios para aformulação do prognóstico” (CAMARGO,
BOLOGNANI & ZUCCOLO, 2008, p.107).“Nenhum dos exames de imagem superou a eficácia da avaliação
neuropsicológica - o“padrão-ouro” de avaliação de função cerebral – pois é baseada no método clínico, nos sinaise sintomas
do paciente” (M. G. N. BRASIL, comunicação pessoal, 21 de novembro de 2008).1Apoio às pessoas com retardo
mental“Apoios são recursos e estratégias que visam a promover o desenvolvimento, aeducação, os interesses e o bem-estar de
uma pessoa, e que melhoram o funcionamentoindividual” (AARM, 2006, p. 141). Aspectos como a fontes (naturais e
baseados emserviços), funções (ensino, ajuda de amigos, acesso ao uso de comunidade, etc.) e intensidadedos apoios devem
ser considerados. Quanto aos aspectos de intensidade, estes variam entre aspessoas, situações e estágios da vida, podendo ser:
intermitentes, limitados, extensivos oupervasivos.Este estudo tem por objetivo apresentar as contribuições da
avaliaçãoneuropsicológica no estabelecimento do nível cognitivo, na qualificação de sintomas bemcomo no delineamento de
futuras intervenções terapêuticas e educacionais ilustradas em casoclínico apresentado. Este é um trabalho de final de curso,
referente à prática de estágioobrigatório, que foi apresentado para obtenção do grau de psicóloga pela UniversidadeCatólica de
Goiás.MétodosParticipante: foi avaliada uma adolescente com idade de 13 anos e 2 meses, gênero feminino,cursando o 2º ano
do ensino fundamental em escola estadual. Encaminhada ao Centro deEstudos e Pesquisas e Práticas em Psicologia (CEPSI)
com queixa de dificuldade deaprendizagem.Ambiente: a adolescente foi atendida em consultório do CEPSI, duas vezes por
semana. Cadasessão teve duração de uma hora. Ocorreram também em ambientes naturais (visita1M. G. N. Brasil é professora
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do Departamento de Psicologia e Pós-Graduação na Universidade Católica deGoiás. Neuropediatra do Hospital das Clínicas
na Universidade Federal de Goiás.
5. 5. 5domiciliar, acompanhamento ao laboratório, restaurante e supermercado). Os atendimentosocorreram durante o segundo
semestre deste ano.Instrumentos: o quadro 1 apresenta o conjunto de instrumentos utilizados na avaliaçãoneuropsicológica
com seus respectivos objetivos.Quadro1 – Instrumentos utilizados na avaliação neuropsicológicaInstrumento ObjetivoFicha de
ConsentimentoAutorização pelo responsável para utilização dos dadoscolhidos, gravação das sessões e aplicação de testes
naadolescenteQuestionário para os pais do Centro deNeuropsicologia Aplicada – CNA, 2008.Ficha de anamneseLevantar
dados da história do desenvolvimento daadolescente e informações da famíliaHora de Jogo DiagnósticaObservar o
comportamento da adolescente em situaçãolúdicaEscala de Inteligência Wechsler (3ª Edição)– WISC IIIProduzir uma medida
de inteligência geralTeste Gestáltico Visomotor de Bender –Sistema de pontuação gradual – [B- SPG],(Sisto, 2006)Avaliar a
maturidade percepto-motoraEscala de Transtorno de Déficit deAtenção/Hiperatividade – TDAH - paraprofessores (Benczik,
2000)Aplicado aos professores para levantar informaçõessobre o comportamento escolar da adolescente emrelação aos seus
colegas de classe e sua produçãoescolarTeste de Desempenho Escolar – TDE (Stein,1994)Avaliar as capacidades
fundamentais para odesempenho escolarProdução espontânea – desenho livre empapelObservar a projeção gráfica da
adolescenteProcedimentos: Realizaram-se entrevistas com a mãe no início, durante e ao final doatendimento. Durante as
entrevistas foram realizados o contrato de atendimento; a autorizaçãopara aplicação dos testes psicométricos e gravação de
sessões a serem utilizadas em trabalhosacadêmicos; levantamento dos dados da história da queixa da adolescente (dificuldade
deaprendizagem) através do questionário para pais e ficha de anamnese e foram utilizadastambém para informar à mãe da
participante sobre o processo de avaliação. As sessõesindividuais com a participante tiveram inicio logo após as entrevistas.
Durante as sessõesforam utilizados testes (formais e informais). As regras de aplicações dos testes foram
6. 6. 6seguidas conforme as instruções contidas nos manuais de cada instrumento. As visitas aosambientes naturais (visita
domiciliar, acompanhamento ao laboratório, restaurante esupermercado) foram todas acompanhadas pela mãe. A adolescente
realizou durante operíodo da avaliação um exame de imagem (Tomografia Computadorizada) que auxiliou nasinvestigações
acerca de lesões cerebrais. Ao final da avaliação foi realizada a entrevistadevolutiva com a mãe.ResultadosA avaliação
neuropsicológica caracteriza-se pelo cruzamento de dados obtidos a partirde várias fontes de informações:
entrevista/anamnese, testes psicométricos, exameslaboratoriais, provas informais a seguir descritos:1. Dados relevantes
obtidos da entrevista/anamneseA participante nasceu aos oito meses, não chorou e ficou internada na incubadora portrês dias.
O parto foi normal, e durante a gravidez sua mãe substituiu refeições por lanches esofreu de um “susto” ao saber do acidente
vascular cerebral do seu marido. Após onascimento, foi internada várias vezes por problemas de bronquite, obtendo melhoras
apóstransfusão sanguínea. Aos dois anos de idade sofreu um acidente (caiu na fossa séptica) e foilevada ao hospital
‘desmaiada’ devido ao banho de álcool e vinagre efetuado pela família.Suas primeiras palavras foram aos três anos de idade e
completou frases aos sete quandoentrou para a escola. Mora com seus pais e dois irmãos, é a segunda filha, sendo a mãe
nãoalfabetizada. A família possui poucos recursos, recebem dois benefícios (sendo umproveniente da invalidez do pai),
freqüentam a igreja protestante e não possuem TV. Realizouexames complementares como o eletroencefalograma e
tomografia computadorizada. Foimedicada aos sete anos com Piracetan por um período de um ano, atualmente não faz uso
deremédios.2. Dados obtidos dos testesOs resultados quantitativos de inteligência geral da adolescente, obtidos através
daEscala de Inteligência Weschsler (WISC III) apresentados na tabela 1 informam os seguintesíndices: QI verbal (QIV)
composto pelos sub-testes: informação, semelhanças, aritmética,vocabulário, compreensão e dígitos; QI de execução (QIE)
composto pelos sub-testes:completar figuras, códigos, arranjo de figuras, cubos, armar objetos, procurar símbolos elabirintos;
QI total (QIT); o índice de compreensão verbal (IRD), composto pelos sub-testes:informação, semelhanças, vocabulário e
compreensão; índice de organização perceptual(IOP), formado pelos sub-testes: completar figuras, arranjo de figuras, cubos e
armar objetos;
7. 7. 7índice de resistência à distração (IRV), formado pelos sub-testes: aritmética e dígitos e oíndice de velocidade de
processamento (IVP), composto pelos sub-testes: código e labirintos.Tabela 1. WISC-IIII – Resultados de QI/ Índices
FatoriaisQIV QIE QIT ICV IOP IRD IVP<45 <45 <50 46 <48 47 50ID ID ID ID ID ID IDObserva-se que a pontuação obtida
relativa à habilidades verbais e práxicas, bemcomo relativas aos índices fatoriais encontram-se significativamente abaixo da
médiaesperada.O WISC-III possibilita comparar os pontos brutos da participante com normas deidade para cada sub-teste.
Abaixo, na figura 1, é possível visualizar a idade cronológica (13anos e 2 meses) em relação a idade equivalente diante da
pontuação bruta da adolescente nossub-testes (faixa etária mínima do teste, 6
anos).6810121416CronológicaEquivalenteFigura1 – Comparação entre idade cronológica e idade mentalObserva-se que a
adolescente apresenta uma defasagem idade-cronológica/ mental de cerca de7 anos.Em relação à avaliação da maturação
percepto-motora da adolescente por meio daanálise do teste gestáltico Bender foi encontrado resultado de 21 pontos
equivalentes aopercentil 99, descritos na tabela 2.Tabela 2. B-SPG – Teste Gestáltico Visomotor de Bender
8. 8. 8Pontos Percentil Classificação21 99 Acima do quartil 90 (µ=50-75)Esses resultados indicam que participante está muito
abaixo do esperado no que serefere à maturidade percepto-motora, pois neste teste a quantidade de pontos está relacionadaà
quantidade de erros. Os escores indicam que apenas 1% dos indivíduos ‘erram’ mais queela, pois a média está localizada no
quartil 50-75.Esse baixo resultado no Bender foi devido à grande distorção gráfica das formasapresentadas pela adolescente
durante o teste, representados na figura 2.Figura 2. Cópia do Teste Bender da adolescente avaliadaNa Escala de Transtorno de
Déficit de Atenção e Hiperatividade, instrumentoutilizado para a interação com a escola; foi identificado, de acordo com as
respostas dosprofessores, problemas nas áreas de déficit de atenção (percentil 95), hiperatividade eimpulsividade (percentil
66) e problemas de aprendizagem (percentil 82). Quanto aocomportamento anti-social avaliado na escala, a participante não
apresentou problemas emrelação ao seu grupo escolar (percentil 50). Resultados que estão indicados na tabela 3.Tabela 3.
TDAH – Escala de Transtorno de Déficit de Atenção/HiperatividadeÁreasDéficit de
AtençãoHiperatividade/ImpulsividadeProblemas de aprendizagemComportamento Anti-
SocialPercentil95668250ClassificaçãoRegião de maior probabilidade de apresentar otranstornoAcima da expectativa -
apresenta mais problemasque a maioriaApresenta mais problemas que a maioriaAbaixo da expectativa - apresenta menos
problemasque a maioria

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9. 9. 9Quanto aos resultados da avaliação das capacidades fundamentais para o desempenhoescolar, a participante foi classificada
no nível inferior (como demonstrado na tabela 4. Aprevisão de seus escores brutos em relação à idade é igual ou maior a 119
pontos, porém elaobteve pontuação zero.Tabela 4. TDE – Teste de Desempenho EscolarSubteste Escore bruto (EB)
Classificação Previsão EB - idadeEscrita 0 Inferior ≥30Aritmética 0 Inferior ≥23Leitura 0 Inferior ≥68Total EB 0 Inferior
≥1193. Dados dos exames de imagem e neurofisiológicosEletroencefalograma (21/10/2005). Conclusão: ondas lentas pós
hiperpnéia.Tomografia Computadorizada (05/11/2008). Conclusão: exames dentro dos limites donormal.4. Dados da avaliação
comportamentalAs provas informais mostraram que a adolescente foi capaz de reconhecer e nomearcorretamente objetos
familiares, como por exemplo, os nomes dos objetos eletroeletrônicos deum encarte comercial, as frutas e verduras, aparelho
celular entre outros produtos dosupermercado. Demonstrou incapacidade de nomear mão direita e mão esquerda, mas
soubeapontar a mão que usa para escrever (direita). Foi capaz de imitar alguns gestos e apresentoudificuldades com os
movimentos finos dos dedos. Não soube responder sobre local, datas ehorários. No restaurante, seguiu as regras como: ficar na
fila, escolher os alimentos, perguntarsobre comidas desconhecidas. Foi capaz de verbalizar necessidades básicas, como sede e
usode banheiro. Sempre colaborativa bastante afetuosa. Relatos da mãe revelaram que aadolescente se irrita quando
contrariada, porém logo se desculpa. Em visita domiciliar, foiobservado escassez ambiental que possa contribuir
adequadamente para o desenvolvimento daparticipante. A família dispõe de poucos recursos. Atividade mais freqüente da
participantefoi correr pela vizinhança e seu grupo de amigos caracteriza-se por crianças bem mais novas.Os seus desenhos
foram desorganizados, com presença de perseveração e com significados eformas bastante distorcidas, tanto para desenhos
espontâneos como para cópia de figuras,números e letras básicas. Apresentou muita dificuldade para a compreensão e
reconhecimentode números e letras tanto na expressão verbal como na expressão motora. Essas observaçõesinformais
possibilitaram avaliar o aspecto comportamental da participante tanto noconsultório quanto no seu cotidiano.
10. 10. 10DiscussãoConforme apresentados na revisão teórica os fatores etiológicos do retardo mental,segundo o DSM-IV-TR™,
editado pela American Psychiatric Association (2002), “podem serprimariamente biológicos ou primariamente psicossociais,
ou alguma combinação de ambos”(p.77). No caso clínico em discussão, segundo os dados colhidos nas entrevistas com a mãe,
aparticipante apresentou intercorrências pré, peri e pós-natais (nutrição inadequada, hipóxia equeda seguida de perda de
consciência) sendo estes, fatores de predisposição para o retardomental, combinados com um ambiente marcado por escassez
material e fraca estimulaçãointelectual.Existem múltiplos fatores que levam a estabelecer um nexo causal entre o
baixorendimento intelectual e baixo funcionamento adaptativo como o nível do coeficienteintelectual abaixo da média
(QI=50) e limitações nas habilidades adaptativas:a. Conceituais: prejuízos da linguagem expressiva, dispraxia construtiva para
letras enúmeros o que impossibilitam a aquisição de conceitos para dinheiro eautodirecionamento diminuído devido uma
possível disfunção de áreas frontaisentre outras.b. Sociais: baixa auto-estima, ingenuidade, vitimização, dificuldades na
relaçãointerpessoal de grupos etários similares, probabilidade de ser enganada. Atribuirlimitações da adaptação social
exclusivas à adolescente é reduzir ainda mais suasdeficiências, pois neste aspecto, a sociedade é forte reforçadora do retardo
mental.c. Práticas: não é capaz de se transportar a não ser em locais vizinhos à sua casa, nãolida com dinheiro, não utiliza
telefone. Prejuízos relacionados à imaturidadepercepto-motora como dificuldade dos movimentos finos utilizados para digitar
oteclado telefônico, não reconhecimento dos números e nomes, linguagem parca,dificuldade de memorizar combinações
numéricas. Ausência de atividade laboral.Necessidade de permanente supervisão.As correlações anteriores, juntamente com os
dados colhidos nas entrevistas com amãe sobre o desenvolvimento da adolescente oferecem subsídios para a identificação do
nívelmoderado de retardo mental para a participante avaliada. Segundo o DSM-IV-TR™, editadopela American Psychiatric
Association (2002), o retardo mental moderado é identificado comQI na faixa de 35-40 a 50-55 e corresponde a 10% da
população com retardo mental.De acordo com a hipótese de Vasconcelos (2004), no retardo mental estruturasparticipantes na
mediação da plasticidade sináptica estão defeituosas, o que conseqüentementeprejudica o aprendizado, a memória e a
cognição. O que poderia justificar o rebaixamento
11. 11. 11obtido em todas as áreas pela adolescente, como as intelectivas, atencionais, perceptuais,motoras, de memória,
executivas e de linguagem, ou seja, um desenvolvimento maturacionalprejudicado, confirmado por Miranda e Muszkat (2004)
sobre o desafio da compreensão dasbases da neuropsicologia no desenvolvimento infantil, devido à maior complexidade
nasfunções do ponto de vista ontogenético.No que diz respeito à habilidade práxica, foi observado através do Teste
GestálticoVisuomotor Bender- SPG (2006) uma grave distorção das formas indicando uma dispraxiaconstrutiva em que a
participante não foi capaz de construir graficamente os modelospropostos. Complementando a avaliação desta limitação o
WISC-III, avaliou a idadecronológica da adolescente (13 anos e 2 meses) à idade equivalente nas pontuações brutas decada
sub-teste da escala geral de inteligência e foi encontrada uma idade inferior a 6 anos.Resultado que demonstrou o grave atraso
de desenvolvimento da participante avaliada, emsete anos aproximadamente.É notório que o desenvolvimento da adolescente
é muito inferior em relação ao seugrupo etário, apresentando um prejuízo difuso. Regiões responsáveis por sínteses
simultâneas,das zonas corticais terciárias amadurecem apenas aos sete anos de idade. Teria então estaparticipante um entrave
na formação destas sínteses, devido imaturidade destas áreas? Ouestariam as sinapses destas zonas corticais mais prejudicadas
em relação ao resto do córtex?Conforme ponderou Luria (1984), embora os pacientes compreendam o que é dito a eles
emlinguagem comum, exibem dificuldades para compreender estruturas lógico-gramaticais.Devido à incompreensão destas
estruturas lógico-gramaticais a adolescente não adquirehabilidades para leitura. As alterações de funções executivas também
se mostram flagrantesna dificuldade de planejar, manter o foco na tarefa, efetivar ações e monitorar seucomportamento. Cabe
ainda destacar o pronunciado prejuízo práxico marcado pelasdificuldades de planejamento e efetivação do gesto motor
adequado para a realização detarefas que envolvem controle motor fino e noções de espacialidade. A natureza dos
déficitsapresentados aponta para disfunção de áreas frontais, bem como parieto-occipitais,produzindo uma desarmonia difusa
no comportamento geral da participante.Mas como inaugurou Luria (1984) o cérebro opera em concerto, e quando se fala
emdéficits estes coexistem com potencialidades. Apesar do grande atraso de desenvolvimentoapresentado pela adolescente
avaliada, ela pode se beneficiar de apoios na área dedesenvolvimento humano, como as habilidades motoras finas, ter acesso a
locaiseducacionais, ser incentivada nas atividades da vida doméstica e da vida comunitária, teracesso aos serviços de terapia.
Contextualização dos seus interesses e de suas preferências e a
12. 12. 12intensidade devem várias para cada treino de habilidade. Durante a avaliação demonstroumotivação para colaborar e
expressão emocional.Os exames de neuroimagem não podem fotografar o funcionamento complexocerebral, portanto a
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avaliação neuropsicológica de acordo com Brasil (21 de novembro de2008, comunicação pessoal) se faz um instrumento de
investigação de função mental bastanteeficaz. Contribuindo para o auxilio diagnóstico e para o planejamento das
intervençõesterapêuticas.Um sistema de apoio viável para a participante avaliada demanda diversasintervenções em variados
contextos. Delineamento de programas de reabilitação com ênfaseno treino de funções práxicas e verbais, bem como
intervenções no ambiente escolar efamiliar e a articulação de uma rede de apoio voltada para a inclusão
social.REFERÊNCIAS
13. 13. 13AMERICAN ASSOCIATION ON MENTAL RETARDATION. (2006). Retardo mental:definição, classificação e
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M.Andrade, F. H. dos Santos & O. F. A. Bueno (Org(s).), Neuropsicologia Hoje (pp. 211-224). São Paulo: Artes
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