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MUCOSITE ORAL

O QUE É?

- Lesão ulcerativa causadas por irritação ou inflamação da mucosa.

CAUSA

-A mucosite oral mais comum é aquela causada por tratamentos antineoplásicos, bem como:
radioterapia e quimioterapia. Pode acontecer no período durante ou após o tratamento
antineoplásico.

-A radioterapia e a quimioterapia inibem a divisão celular, a área de atuação desse tratamenro


aflinge, além de células neoplásicas , outras células consideradas saudáveis, ocasionando
efeitos adversos como a mucosite.

- A mucosite possui manifestações clínicas ainda mais acentuadas, quando a quimioterapia é


utilizada em associação à radioterapia no tratamento

-Existem alguns agentes quimioterápicos, como os alquilantes (5-fluorouracil) e


antimetabólitos (metotrexato) que apresentam maior incidência e gravidade de mucosite oral

MECANISMO DE AÇÃO DA LESÃO /PATOGÊNESE DA LESÃO

1º fase – Quimioterapia e radioterapia induz a morte de células epiteliais basais.

2º fase – Ativação de um fator nuclear (Kappa B) que vai realizar a transcrição de mediadores
pró-inflamatórios.

3º fase – Amplificação do sinal , devido a ocorrência de loops de feedback (isto que vai dar a
característica de ser um ciclo contínuo). Os mediadores inflamatórios vão induzir o fatos
nuclear e outras proteínas , e estes vão transcrever mais mediadores inflamatórios. O
resultado é a ocorrência de ciclo contínuo de ampliação da lesão, que persiste bem depois da
injúria inicial da radioterapia ou quimioterapia.

4º fase – fase de ulceração, caracteriza-se pela perda da integridade da mucosa (epitélio e


tecido conjuntivo), levando a lesões extremamente dolorosas.

5º fase - fase de cicatrização, caracterizada pela proliferação epitelial e pela diferenciação


celular e tecidual, restaurando a integridade do epitélio

CARACTERÍSTICA DA LESÃO

-A princípio a lesão tem forma de eritema (manche vermelha na pele), e a medida que
progride ocorrem ulcerações.

- Mucosites orais induzidas por quimioterapia – úlceras geralmente limitadas as superfícies não
queratinizadas (lateral e ventre da língua, mucosa bucal e palato mole).

- Surge geralmente dentro de duas semanas após o início do tratamento quimioterápico

CLASSIFICAÇÃO DA MUCOSITE EM GRAUS

A escala mais utilizada para medir a mucosite bucal é aquela preconizada pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), que classifica a mucosite em quatro graus

*Existem outras classificações


Grau 0 - não existem sinais ou sintomas.

Grau 1 - mucosa encontra-se eritematosa e dolorida

Grau 2 - caracterizado por úlceras e o paciente alimenta-se normalmente.

Grau 3 - paciente apresenta úlceras e só consegue ingerir líquidos.

Grau 4 - paciente não consegue se alimentar.

SINAIS E SINTOMAS

Dor – Dificuldade no ato de mastigação, deglutição (disfagia) e fonação – Alteração da higiene


oral - Nutrição deficiente – Risco de infecções sistêmicas.

FATORES DE RISCO

Existem vários fatores de risco predisponentes ao desenvolvimento da mucosite oral

- Fatores relacionados a terapia : dose e via de administração utilizados

- Fatores relacionados ao paciente: idade, sexo, índice de massa corporal (IMC), estado
nutricional, microbiota oral, condição de saúde bucal e higiene, função excretora salivar,
contagem de neutrófilos e genética individual

PREVALÊNCIA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS

Segundo estimativas, aproximadamente 40 a 70% dos indivíduos tratados com quimioterapia


tem chances de desenvolver mucosite.

Quando a quimioterapia é combinada a diferentes drogas, o risco é aumentado

INFLUÊNCIA NO TRATAMENTO ONCOLÓGICO

As complicações apresentadas , podem contribuir para um prognóstico desfavorável para a


doença, tanto no quesito físico (desnutrição, higiene oral precária, infecções sistêmicas) e
interrupção do tratamento (radioterapia e quimioterapia), como no quesito psicológico
(depressão)

TRATAMENTOS E PREVENÇÃO

Na atualidade os tratamentos para mucosite oral são apenas paliativos. As terapias


farmacológicas utilizadas incluem: fatores de crescimento, vitamina E, suplementos
metabólicos, antimicrobianos, agentes lubrificantes, anti-inflamatórios, crioterapia,
enxaguatórios bucais, anestésicos tópicos, antioxidantes, terapia gênica e o laser de baixa
potência que tem efeitos antiinflamatórios, analgésicos e de biomodulação

REFERÊNCIA

SPEZZIA, Sérgio. Mucosite Oral. J Oral Invest, 4(1): 14-18, 2015. DOI:
10.18256/2238-510X/j.oralinvestigations.v4n1p14-18

MITCHIELE, Maisie. Efeito da telmisartana no modelo de mucosite oral induzida por 5-


fluorouracil em hamsters Golden syrian. Univerdiade federal do Rio grande do sul. Natal ,
2018.

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