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HISTÓRIA DE REFORÇAMENTO

E CONTROLE MÚLTIPLO.
SELEÇÃO FILOGENÉTICA,
ONTOGENÉTICA E CULTURAL.
Dra. Adriana de Oliveira
PSICOLOGIA É
DETERMINISTA
Isso significa dizer que:
▪ O comportamento humano
possui causas (múltiplas causas
na maioria das vezes);
▪ É passível de explicação;
▪ Não simplesmente um produto
do acaso ou algo meramente
espontâneo.
MODELO EXPLICATIVO DA
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
■ Determinismo ambiental.
■ Determinismo sócio-histórico.
■ Determinismo interacionismo.
■ Objetivo: explicar/descrever o comportamento
humano, a partir das interações que a pessoa
estabelece, ao longo da sua vida, com outras
pessoas.
MODELO EXPLICATIVO

Modelo de seleção Os comportamentos


de Charles Darwin e são determinados
lei do efeito de no processo de
Edward Thorndike. seleção.
O MODELO DE SELEÇÃO
PELA CONSEQUÊNCIAS:
O NÍVEL FILOGENÉTICO.
NÍVEL FILOGENÉTICO
■ Darwin explica a origem das diferentes espécies de
seres vivos, bem como diferenciações de uma mesma
espécie, a partir de dois processos básicos principais:
variação e seleção.
■ Cada indivíduo de uma dada espécie é único, no sentido
de ser diferente, em maior ou menor grau, de outros
membros da mesma espécie.
NÍVEL FILOGENÉTICO
■ Essas diferenças referem-se a características
anatômicas, fisiológicas e comportamentais.
■ Estes membros desta espécie vivem, geralmente, em
um mesmo ambiente, e suas características
anatômicas, fisiológicas e comportamentais são
favoráveis à vida neste ambiente, isto é, a espécie está
adaptada ao ambiente.
NÍVEL FILOGENÉTICO
Enquanto este ambiente se mantiver inalterado, há uma
probabilidade maior de manutenção das características
da espécie, mesmo que haja diferenças entre cada
membro.

De acordo com Darwin (1859), entretanto, se houver


mudanças no ambiente desta espécie, aqueles
indivíduos cujas características mostrarem-se mais
adequadas ao novo ambiente terão mais chances de
sobreviver e passar seus genes adiante (prole).
Vejamos o exemplo de um lobo, que caça
vários tipos de animais, conseguindo
alguns pela estratégia de caça, outros pela
força e outros pela rapidez; suponhamos
que uma presa mais rápida, um veado, por
exemplo, por algum motivo, aumentou
seu número em um determinado local, ou
que outras presas diminuíram seu
número, durante a época do ano na qual o
lobo mais precisa de comida. Sob essas
circunstâncias, não vejo razão para
duvidar que os lobos
mais rápidos e mais magros teriam as
melhores chances de sobreviverem, e,
portanto, de serem preservados ou
selecionados (...) (Darwin, 1859).
NÍVEL FILOGENÉTICO
■ Dizer que o ambiente selecionou uma característica é
o mesmo que dizer que ela se tornou mais frequente.
No exemplo de Darwin (1859), em um primeiro momento, a maioria
dos lobos era capaz de correr a certa velocidade média, alguns poucos
lobos eram capazes de correr a uma velocidade média um pouco
menor que X e outros a uma velocidade média um pouco maior
(variabilidade). Quando as presas disponíveis no ambiente dos lobos
eram aquelas mais velozes, aqueles poucos lobos que eram mais
rápidos (e isso eram a característica genética deles) foram mais
capazes de se alimentar e transmitir seus genes para seus
descendentes, que, provavelmente, também eram mais velozes que a
média.
NÍVEL FILOGENÉTICO
■ Processo de seleção por consequência é um
princípio causal encontrado apenas em seres vivos.
■ Nesse processo, as variações que forem
favoráveis à sobrevivência e reprodução da
espécie são mantidas e as desfavoráveis são
extintas.
■ A seleção por consequências ocorre quando
peculiaridades em uma espécie são transmitidas de
geração a geração.
■ A seleção natural possibilitou a evolução da
suscetibilidade dos organismos às
consequências de reforço.
NÍVEL FILOGENÉTICO
■ Quando um determinado comportamento é
selecionado em uma determinada espécie, esse
comportamento somente será adaptativo enquanto
as condições ambientais que o selecionaram
permanecerem as mesmas.
■ O próprio processo de seleção natural teria sido
responsável pela seleção de duas características
importantes que passaram a permitir que os
membros de uma espécie pudessem, durante o
período de sua vida, se adaptar a ambientes
diferentes – ou lidar mais facilmente com mudanças
em seu próprio ambiente.
COMPORTAMENTO
INATO
■ “Preparação Mínima” – que os
organismos têm para começar a
interagir com seu ambiente e
para ter chances de sobreviver.
■ Inato, Instintivo e característico
da espécie.
■ Fruto de Seleção: Filogenética:
ação do meio sobre a espécie.
■ Mantém a saúde e garante a
sobrevivência da espécie.
O MODELO DE SELEÇÃO
PELA CONSEQUÊNCIAS: O
NÍVEL ONTOGENÉTICO.
APRENDIZAGEM OPERANTE

COMPORTAMENTO MODIFICADO PELAS


CONSEQUÊNCIAS DE SUAS AÇÕES
LEI DO EFEITO (THORNDIKE)
O comportamento é
influenciado por seus
efeitos no ambiente.
Bons Efeitos –
Comportamentos mais
frequentes.
Maus Efeitos –
Comportamentos
menos frequentes.
COMPORTAMENTO OPERANTE
■ “Comportamento que opera sobre o ambiente que
produz consequências e é alterada por essas
consequências.

COMPORTAMENTO OPERANTE
R CSQS

CONSEQUÊNCIAS
Alterações no ambiente: aumentam ou diminuem a
probabilidade futura do comportamento.
RESPOSTA E CONSEQUÊNCIA
■ “Resposta” – estamos falando sobre
comportamento do indivíduo, sobre o que ele faz,
fala, sente, etc...
■ Consequência – são mudanças no ambiente geradas
por essa resposta.
Reforço
■ Consequências que AUMENTAM A PROBABILIDADE de um
comportamento voltar a ocorrer ou mesmo MANTEM a
ocorrência do comportamento.
■ Se as alterações no ambiente aumentam a
probabilidade de o comportamento voltar a ocorrer,
chamamos tal relação entre organismo e o ambiente de
contingência de reforço... Expressa na relação SE...
ENTÃO...
CONTINGÊNCIAS
■ Qualquer relação de dependência entre eventos
ambientais ou entre eventos comportamentais e
ambientais. Refere-se a probabilidade de um evento
ser afetada ou causada por outros eventos.

■ Relação: Se... Então...


Reforço
■ As características físicas ou a natureza de um estímulo
não podem qualifica-lo como reforçador.
■ Só sabemos se um estímulo funciona como reforçador,
se analisarmos a relação entre o comportamento e sua
consequência.

■ Ex. COMIDA.
Efeitos do reforço
1º - Diminuição da frequência de outros
comportamentos diferentes do comportamento que está
sendo reforçado.
2º - Diminuição da variabilidade na topografia (forma) da
resposta que está sendo reforçada. – Comportamento vai
se tornando cada vez mais específico.
O MODELO DE SELEÇÃO
PELA CONSEQUÊNCIAS: O
NÍVEL CULTURAL.
NÍVEL CULTURAL
■ O terceiro nível de seleção, dado na cultura, é o campo
das contingências culturais, ou seja, contingências
especiais de reforço mantidas por um grupo.
■ O comportamento verbal possibilitou aos indivíduos
da espécie humana desenvolver padrões
comportamentais de cooperação, formação de regras
e aconselhamento, aprendizagem por instrução,
desenvolvimento de práticas éticas, técnicas de
autogestão e, além disso, permitiu o desenvolvimento
do autoconhecimento ou da consciência.
NÍVEL CULTURAL
■ De acordo com Skinner (1981/2007),
o surgimento da linguagem
permitiu o surgimento de
ambientes sociais cada vez mais
complexos, ou seja, permitiu o
rápido desenvolvimento da cultura
(ou de práticas culturais).
■ As práticas culturais de um povo,
segundo Skinner (1953/2000;
1981/2007), produzem certas
consequências para esse grupo.
NÍVEL CULTURAL
■ Por exemplo, se a maioria dos indivíduos de um determinado grupo,
que mora à beira de um rio, emite regularmente comportamentos
que mantêm o rio limpo, e observamos esse hábito através das
gerações nesse grupo, dizemos então que esses comportamentos
constituem uma prática cultural daquele grupo.
■ Nesse caso, ter o rio limpo (uma fonte de água livre de doenças, água
potável, etc.) é uma consequência da prática cultural e é esta
consequência, esse efeito sobre o grupo como um todo, que
provavelmente mantém a ocorrência dessa prática. Neste sentido,
dizemos que esta consequência selecionou aquela prática cultural.
VARIABILIDADE E FONTES
DE VARIABILIDADE CULTURAL
No repertório de certo
Práticas culturais são indivíduo, operantes
compostas por operantes ou “reproduzem-se” – isto é,
conjuntos de operantes em repetem-se – porque geram
contingências entrelaçadas. consequências reforçadoras em
situações específicas.

A prática é transmitida) ou
indireto (através de agências
Práticas culturais são
governamentais, educacionais,
transmitidas entre gerações
religiosas, etc. ou de outras
porque aqueles que as praticam
formas de reforço social dos
podem obter reforço direto.
comportamentos envolvidos na
transmissão da prática).
VARIABILIDADE E FONTES
DE VARIABILIDADE CULTURAL
■ Os indivíduos que “integram” certa prática cultural
mudam constantemente, e a prática, em decorrência,
pode também mudar – mas uma descrição individual
destes efeitos é irrelevante.
■ Na verdade, o impacto da mudança de um único
indivíduo é, em muitos casos, desprezível em relação
aos resultados finais da prática (Glenn, 1988).
O QUE É SELECIONADO?
1) Em princípio, qualquer operante pode tornar-se uma
prática cultural, desde que seja reforçado e transmitido
pelos membros de certa cultura.
2) Uma prática cultural é um operante – ou conjunto de
operantes – reforçado pelos membros de certa cultura.
3) Isoladamente, porém, essa afirmação não basta para
caracterizar práticas culturais, pois a imensa maioria
dos operantes emitidos por seres humanos são
modelados pelas culturas.

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