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SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA

INSTITUTO SUPERIOR TUPY


ENGENHARIA DE FUNDIÇÃO

REFRATÁRIOS
CLASSIFICAÇÃO E PROPRIEDADES

Iberê R. Duarte

Joinville
02/2004
SUMÁRIO

1 REFRATÁRIO.......................................................................................................................3
1.1 DEFINIÇÕES.....................................................................................................................3
1.1.1 Definição da ABNT........................................................................................................3
1.1.2 Definição da ASTM........................................................................................................3
1.1.3 Lingüística.......................................................................................................................3
1.1.4 Definição.........................................................................................................................3
1.2 MATÉRIAS PRIMAS........................................................................................................3
1.3 PRINCIPAIS MECANISMOS DE DESTRUIÇÃO..........................................................5
1.3.1 Químicos.........................................................................................................................5
1.3.2 Mecânicos:......................................................................................................................5
1.3.3 Termo-Mecânicos...........................................................................................................5
1.4 O FORNO...........................................................................................................................6
1.4.1 Fatores operacionais:......................................................................................................6
1.4.2 Recomendações:.............................................................................................................6
2 CLASSIFICAÇÃO DOS REFRATÁRIOS............................................................................7
2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS............................................................................................7
2.2 CLASSIFICAÇÃO CONFORME O CARÁTER QUÍMICO............................................7
2.3 CLASSIFICAÇÃO GERAL.............................................................................................10
2.4 CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS DENSOS E COZIDOS........................................11
2.5 CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS NÃO-MOLDADOS.............................................11
3 MICROESTRUTURA DE PRODUTOS CERÂMICOS.....................................................13
3.1 DIAGRAMAS DE FASE.................................................................................................13
3.1.1 Diagramas.....................................................................................................................13
4 PROPRIEDADES DOS PRODUTOS REFRATÁRIOS.....................................................21
4.1 REFRATARIEDADE.......................................................................................................21
4.2 RESISTÊNCIA A DEFORMAÇÃO SOB CARGA........................................................22
4.3 ABSORÇÃO DE ÁGUA..................................................................................................23
4.4 DENSIDADE APARENTE..............................................................................................24
4.5 POROSIDADE APARENTE...........................................................................................24
4.6 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO A FRIO...................................................................24
4.7 VARIAÇÃO PERMANENTE DE DIMENSÕES...........................................................25
4.8 RESISTÊNCIA A CHOQUES TÉRMICOS....................................................................26
4.9 COMPOSIÇÃO QUÍMICA..............................................................................................27
4.10 DILATAÇÃO TÉRMICA REVERSÍVEL.......................................................................27
4.11 RESISTÊNCIA AO ATAQUE DE ESCÓRIAS..............................................................28
4.12 CONDUTIBILIDADE TÉRMICA...................................................................................30
4.13 CALOR ESPECÍFICO......................................................................................................33
4.14 TRANSMISSÃO DE CALOR.........................................................................................33
4.14.1 Temperatura da face fria...............................................................................................34
4.15 CONDUTIBILIDADE ELÉTRICA.................................................................................34
4.16 OUTRAS CARACTERÍSTICAS.....................................................................................34
5 NORMAS ABNT PARA ENSAIOS EM REFRATÁRIOS.................................................35
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................39

2
1 REFRATÁRIO

1.1 DEFINIÇÕES
1.1.1 Definição da ABNT

Norma NBR 8826 - Abril 98 - Materiais Refratários - Terminologia

Materiais, naturais ou artificiais, geralmente não metálicos, mas não excluídos aqueles
que contenham constituíntes metálicos, capazes de suportar temperaturas elevadas em
condições específicas de emprego sem se deformarem acentuadamente. O cone pirométrico
equivalente mínimo para que o material possa ser considerado refratário corresponde a C. O.
15 ( 1430 oC ).

1.1.2 Definição da ASTM

Norma - C-71- Material usualmente não metálico usado para resistir a altas temperaturas.

Segundo a ISO:
Material cerâmico pode ser classificado como refratário, desde que, a uma temperatura de
15000C, não ocorra deformação ou fusão.

1.1.3 Lingüística

Em Alemão: Feuerfest Baustoffe - Material Resistente ao Fogo


Em Inglês: Firebricks - Tijolos para fogo
Em Português: - Refratário - Aquele que é resistente

Quimicamente:
 Sistema heterogêneo multicomponente oxidado ( salvo o uso de matérias primas
especiais ).

Fisicamente:
 Agregado de partículas policristalinas ligadas entre si.

1.1.4 Definição
São produtos geralmente do sistema oxidado que são compostos por agregados (chamote,
bauxita, corindom, magnesitas) mais ligantes (químicos ou naturais como argilas) e que
podem ser apresentados no estado conformado ou não.

1.2 MATÉRIAS PRIMAS

Sílica:
Quartzo
Quartzito
Terra ou Sílica Diatomácea
Sílica Fundida

3
Sílico Aluminosas:
Minerais Argilosos
Grupo dos Caulins
Argilas
Bentonitas
Chamotes sílico-aluminosos

Aluminosas:
Grupo das Silimanitas
própria silimanita
andalusita
cianitas

Mulitas.
sinterizada
eletrofundida

Alta Alumina:
Bauxita Calcinada
Alumina Calcinada
Alumina Sinterizada
Alumina Eletrofundida

Neutras e Básicas:
Cromita
Magnesita
Dolomita

Especiais:
Zirconita ( silicato de zirconia )
Zirconia
Carbeto de Silício
Nitreto de Silício
Grafite
Etc

Ligantes:

Cimentos Aluminosos:
Foundue, 50, 60, 70 e 80% de Al2O3.
Silicatos:
de Sódio, de Potássio e de Etila.

Fosfatos:
Polifosfatos, Ácido Fosfórico, Fosfatos de Alumínio e Fosfatos de Sódio.

Orgânicos:
Dextrina, CMC e Resinas

4
1.3 PRINCIPAIS MECANISMOS DE DESTRUIÇÃO

1.3.1 Químicos

Corrosão: Mecanismo de destruição causado pelo contato entre o refratário com


líquidos, vapores e gases. A corrosão poderá ser por dissolução, reação, penetração e
eletroquímica.

Dissolução: Refratário em contato com um meio líquido. Pode ser estimada através de
análise de diagramas de equilíbrio;

Reação: Ocorre no refratário em fases sólido-sólido, sólido-líquido ou sólido-vapores.

Penetração: Ocorre através da infiltração de líquidos ou vapores pelo mecanismo de


capilaridade dos poros do refratário;

Eletroquímica:Mesmo mecanismo de uma célula galvânica.

1.3.2 Mecânicos:

Estáticos

Compressão, Cisalhamento e Flexão

Dinâmicos

Contínuos: Abrasão, Erosão e Fricção

Intermitentes: Vibração, Impactos Pontuais, Cargas Cíclicas, e Solicitações transientes


compressivas e pontuais.

1.3.3 Termo-Mecânicos

Também conhecidos como: Choque Térmico (Spalling)

Térmico - Resulta de tensões devido a mudanças bruscas de temperatura ( liga e


desliga o forno )

Estrutural - Causado por tensões entre a zona de trabalho e a região mais interna do
revestimento (lascamentos do revestimento em placas)

Mecânico - Resultante de esforços mecânicos antes, durante ou após a operação


(devido falta de juntas de expansão).

Normalmente não ocorrem em separado.

5
1.4 O FORNO

Identificação de um determinado tipo de desgaste;

Desgastes comuns que ocorrem em cada tipo de equipamento

Registros de operação e desempenho

1.4.1 Fatores operacionais:

Tamanho e tipo de forno

Freqüência do forno ( no caso de indução )

Temperaturas de espera e de vazamento

Condição e qualidade da carga

Elementos de liga utilizados e a compatibilidade

1.4.2 Recomendações:

1- Análise do Processo para identificar o material ideal;

2- Encontrar a forma de aplicação mais adequada para a situação;

3- Acompanhamento da aplicação é fundamental;

4- Secagem e Aquecimento;

5- Operação do Equipamento;

5- Comprometimento entre fornecedor de refratários e cliente;

7- Procedimentos de instalação;

8- Tecnologia e Qualidade de Produtos

6
2 CLASSIFICAÇÃO DOS REFRATÁRIOS

2.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Não é eficiente usar refratário de qualidade inferior.

Não é eficiente usar refratário de qualidade muito acima do necessário.

Na prática não existe um material ideal.

Para uma decisão consciente é necessário:


Conhecimentos de processos cerâmicos.
Testes de laboratório.
As influências do processo no forno.

2.2 CLASSIFICAÇÃO CONFORME O CARÁTER QUÍMICO

Refratários estão sujeitos a reações físico-químicas.

Reações entre o refratário e a escória.

Estas reações são responsáveis pelo desgaste.

Cálculo do índice de basicidade da escória = B.


É a relação dos óxidos básicos para os óxidos ácidos.

B = %CaO + %MgO +%FeO + outros óxidos básicos


%SiO2 + Al2O3 + outros óxidos ácidos

Se B > 1 = escória básica.


Se B < 1 = escória ácida.

Os óxidos são classificados em:

Básicos: reagem com água, formando uma base, e reagem com


ácidos, formando sal e água. Refratários de Magnésia = MgO e
Doloma = MgO + CaO

Ex:
Na2O + H2O  2NaOH

Na2O + 2HCl  2NaCl + H2O

Os óxidos básicos são formados por metais com números de oxidação mais
baixos (+1, +2 ou +3).

São compostos sólidos , iônicos, apresentam pontos de fusão e de ebulição


elevados.

7
Os óxidos dos metais alcalinos e alcalinos-terrosos reagem com a água; os
demais óxidos básicos são pouco solúveis em água.

Fe+2 ou +3 Cu+2 K+1 Mn+2 Zr+4


Ca+2 Na+1 Mg+2 Cr+2 Ti+2

Ácidos: reagem com água, formando ácido, e reagem com base, formando sal e
água. Refratário silicosos - SiO2

Ex:
CrO3 + H2O  H2CrO4

CrO3 + 2NaOH  Na2CrO4 + H2O

Os óxidos ácidos são formados por não-metais ou por metais com números de
oxidação elevados, como por exemplo:

Si+4 V+5 B+3 Mo+6 Zr+4

Neutros: óxidos moleculares* que não reagem com água, nem com base ou
ácido.

São formados por não-metais. São gasosos.

Ex: CO; N2O; NO.

Anfóteros: comportan-se tanto como óxidos ácidos quanto como óxidos


básicos.

São em geral sólidos, insolúveis na água.

Metais: Al2O3; ZnO; SnO; PbO e PbO2.

Semi-metais: As2O; Sb2O3.

CrO Cr2O3 CrO3


Óxido básico Óxido anfótero Óxido ácido

8
V2O5
SiO2
B2O5
V2O3
SnO2 ÓXIDOS ÁCIDOS
Mo2O3
Fe2O3
CuO
SnO
PbO
Co2O3
TiO3
FeO
CaO
NiO
ZrO2
ZnO
ÓXIDOS BÁSICOS MnO2
Cr2O3
Al2O3
MnO
MgO
CaO
Na2O
K2O

Fig. 1 – Série eletroquímica dos óxidos.


2.3 CLASSIFICAÇÃO GERAL

tijolos arco
tijolos cunha
Conformados tijolos paralelo
tijolos radiais
formatos especiais
1-Forma física argamassas
Não conformados concretos
massas de socar
massas plásticas
massas de projeção
queimados
impregnados
Conformados quimicamente ligados
eletrofundidos
2-Processo de fabricação ligados  piche
pega hidráulica alcatrão
Não conformados pega cerâmica resinas
pega ao ar
pega química
prensados
extrudados
3-Processo de conformação moldados
manualmente
colagens
eletrofundidos
4-Grau de porosidade Conformados refratários densos
Não conformados refratários isolantes
silicosos
Ácidos sílico-aluminosos
de zirconita
magnesianos
magnesianos-cromíticos
Básicos cromo-magnesianos
dolomíticos
mangnésia-carbono
5-Natureza química alumina-carbono
aluminosos-cromíticos
Neutros cromíticos
carbono e grafíticos
zircônia
antiácidos
Especiais carbeto silício
isolante
cordeirita
2.4 CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS DENSOS E COZIDOS

Tabela 1 - Classificação de produtos densos e cozidos conforme iso – r – 1109.

DENOMINAÇÃO TEOR DO COMPONENTE PREDORMINANTE


Produtos ricos em alumina grupo 1 > 56% de Al2O3
Produtos ricos em alumina grupo 2 45 a 56% de Al2O3

Produtos de Chamote 30 a 45% de Al2O3


Produtos de Chamote ácida 10 a 30% de Al2O3

Produtos silicosos 85 a 93% de SiO2


Produtos de silica > 93% de SiO2

Produtos básicos
Magnesita > 80% MgO
Magnesita-Cromita 55 a 80% de MgO
Cromita-Magnesita 25 a 55% de MgO
Cromita > 25% de Cr2O3
< 25% de MgO
Forsterita
Dolomita
Produtos especiais Carbono
Grafita
Zirconita
Zircônio
Carbeto de Silício
Carbetos (excluindo o de Si)
Nitretos
Boretos
Espinélios – produtos a base de vários óxidos
(exceto os básicos). Produtos a base de óxidos
puros, tais como: alumina, silica, magnésia,
zircônia. Produtos com alto grau de pureza.

2.5 CLASSIFICAÇÃO DE PRODUTOS NÃO-MOLDADOS

Tabela 2 - Classificação de produtos não-moldados conforme o tipo de ligante iso – r- 1927.

CLASSIFICAÇÃO PROCESSO DE ENDURECIMENTO


Liga cerâmica Endurecimento final por cozimento.
Liga hidráulica Cura (pega) hidráulica na temperatura
ambiente.
Liga químico-mineral ou organo-mineral Cura por reação química em temperatura
ambiente ou alguma outra temperatura abaixo
da liga cerâmica. (ligas fosfáticas)

11
Liga orgânica Endurecimento na temperatura ambiente ( ex:
betume).

Tabela 3 - Classificação de produtos não-moldados conforme a aplicação e utilização.

1 – MATERIAIS PARA ASSENTAMENTO


Argamassas ou cimentos refratários de ligação cerâmica.
Argamassas ou cimentos endurecidos por outros meios.

2 – MASSAS REFRATÁRIAS PARA PINTURAS

3- MISTURAS PARA CONTRUÇÕES MONOLÍTICAS E REPAROS


Massas para socar
Massas plásticas
Concretos refratários
Massas para aplicação a canhão (pneumático)

A norma não inclui as massas secas (umidade < 1%) granuladas para revestimento
monolítico. Pode-se incluir entre as massas para socar.

12
3 MICROESTRUTURA DE PRODUTOS CERÂMICOS

FASES: Sólidas; vítreas; poros

3.1 DIAGRAMAS DE FASE

Nos sistemas cerâmicos não há líquidos inteiramente homogêneos, trata-se da mistura


de várias matérias primas, que são cozidos em altas temperaturas, portanto, ocorrem
equilíbrios parciais ou incompletos.

Por exemplo: no sistema Al2O3 – SiO2 onde durante o cozimento de uma composição
estequiométrica da mulita (3Al2O3.2SiO2) deveria se esperar temperatura acima de
1595oC para completa dissolução do corindón no líquido de silíca e formação da mulita.
No entanto esta dissolução é parcial.

3.1.1 Diagramas

Fig. 2 – Diagrama de modificação do quartzo.

13
Fig. 3 – Sistema binário simples com eutético.

Fig. 4 – Diagrama binário SiO2 - Al2O3.

14
Fig. 5 – Diagrama MgO – Al2O3.

Fig. 6 – Diagrama binário MgO – SiO2.

15
Fig. 7 – Sistema binário CaO – SiO2

Fig. 8 – Esquema de diagrama ternário.

16
Fig. 9 Diagrama ternário MgO – Al2O3 – SiO2.

Fig. 9 – Diagrama ternário MnO – Al2O3 – SiO2.

17
Fig. 10 – Diagrama ternário FeO – Al2O3 – SiO2.

18
Fig. 11 – Diagrama ternário Al2O3 – MnO – FeO.

19
Fig. 12 – Diagrma ternário MgO – MnO – SiO2.

20
4 PROPRIEDADES DOS PRODUTOS REFRATÁRIOS

4.1 REFRATARIEDADE

Resistir a altas temperaturas sem que ocorra a fusão.

Fatores de influência:

Formação de eutéticos.

Granulometria

Cone pirométrico equivalente – para testar a refratariedade (cone ORTON). ABNT –


NBR – 6222.

Fig. 13 – Cone pirométrico.

21
Tabela 1 – Equivalência do cone pirométrico com a tempertura.

CONE TEMPERATURA OC
14 1400
15 1435
16 1465
17 1475
18 1490
19 1520
20 1530
23 1580
26 1595
27 1605
28 1615
29 1640
30 1650
31 1680
32 1700
33 1745
34 1760
35 1785
36 1810
37 1820
38 1835
39 1865
40 1885
41 1970
42 2015

4.2 RESISTÊNCIA A DEFORMAÇÃO SOB CARGA

 DETERMINA A TEMPERATURA DE INÍCIO DE DEFEORMAÇÃO.

 USA-SE UMA CARGA DE 2kg/cm2.

 INFLUENCIA:
o FASE LÍQUIDA POR COMPONENTES DE BAIXO PONTO DE FUSÃO E
IMPUREZAS.

 NOS FORNOS A CARGA É PEQUENA, SENDO NO MÁXIMO DE 1kg/cm 2.

22
Fig. 14 – Deformação sob carga em relação a temperatura.

A TEMPERATURA DE DEFORMAÇÃO É DETERMINADA EM 3 NÍVEIS:

A)TEMPERATURA DE AMOLECIMENTO:
DEFORMAÇÃO DE 5% DA ALTURA DO C.P.

B)TEMPERATURA DE DEFORMAÇÃO:
DEFORMAÇÃO DE 40% DA ALTURA DO C.P.

C)TEMPERATURA DE RUPTURA.

4.3 ABSORÇÃO DE ÁGUA

 EXPRESSA O GRAU DE POROSIDADE – ENGLOBA OS POROS E CAPILARES


ABERTOS, NÃO A POROSIDADE TOTAL.

 A POROSIDADE INFLUENCIA SOBRE:

-CONDUTIBILIDADE TÉRMICA.

-PERMEABILIDADE AOS GASES E VAPORES.

-RESISTÊNCIA AO ATAQUE QÚIMICO DE ESCÓRIAS.

A ABSORÇÃO DE ÁGUA (AA):

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-NOS PRODUTOS DENSOS = 7 A 20%
-ISOLANTES = 70 A 80%

AA = ((Ph – Ps)/Ps)100 (%)


Ph = peso úmido (g)
Ps = peso seco (g)

4.4 DENSIDADE APARENTE

MASSA ESPECÍFICA APARENTE – M.E.A.


ABNT – NBR6220

DENSIDADE APARENTE (Da), em g/cm3.

Da = Ps/Va

Ps = peso seco (g)


Va = Volume aparente (cm3)

INFLUENCIADA POR:
GRANULOMETRIA
PROCESSO DE COMPACTAÇÃO
QUANTIDADE DE ÁGUA NA
PREPARAÇÃO.

4.5 POROSIDADE APARENTE

POROSIDADE APARENTE (Pa), (%)

ABNT – NBR - 6220

Pa = ((Ph – Ps)/Va)100

Ph = peso úmido (g)


Ps = peso seco (g)
Va = volume aparente (cm3)

4.6 RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO A FRIO

R.C. – ABNT – NBR 6224 – 11222

É ALTA, NA FAIXA ENTRE 100 a 500kg/cm2 (10 a 50MPa).

PARA:
CHOQUES DAS CARGAS
FRICÇÃO
MANUSEIO
TRANSPORTE

24
Fig. 15 – Resistência à compressão a frio.

4.7 VARIAÇÃO PERMANENTE DE DIMENSÕES

VARIAÇÃO DIMENSIONAL LINEAR – V.D.L.


(Permanent Linear Change) – ABNT – NBR – 8385.

VARIAÇÃO PERMANENTE DE DIMENSÕES COM O REAQUECIMENTO.

-CONTRAÇÃO OU DILATAÇÃO PERMANENTE.

-NÃO É A VARIAÇÃO TRANSITÓRIA.

CAUSAS (DESTRUIDORAS):

-TRANSFORMAÇÃO POLIMÓRFICA.

-FORMAÇÃO DE FASES.

-CRISTALIZAÇÃO E RECRISTALIZAÇÃO.

-ABSORÇÃO DE COMPONENTES DA
ATMOSFERA.

-ABSORÇÃO DE ESCÓRIAS.
-PROCESSO DE REDUÇÃO – OXIDAÇÃO.

25
CONSEQUÊNCIAS:

-AUMENTO DAS JUNTAS.


-ABAIXAMENTO DE ABÓBODAS.
-AUMENTO DE TENSÃO NA ALVENARIA.

 CHAMOTAS; MAGNESITAS E CROMOMAGNESITAS SÃO


REFRATÁRIOS QUE OCORREM ADENSAMENTOS DEVIDO
TRANSFORMAÇÃO CRISTALOGRÁFICA.

 SILICA; CORINDÓN E SILIMANITA DILATAM QUANDO OCORRE


RECRISTALIZAÇÃO.

A ESTABILIDADE É MUITO IMPORTANTE.

VARIAÇÃO LINEAR, XI

XI = ((L1 – L2)/L)100 (%)


L1 = comprimento do c. p. antes do aquecimento.
L2 = comprimento do c. p. depois do recozimento.

VARIAÇÃO VOLUMÉTRICA, XV

XV = ((VL – V)/V)100 (%)


V = volume do c. p. antes do aquecimento.
VL = volume do c. p. depois do recozimento.

Tabela 2 – Variação permanente das dimensões em %.

PRODUTO 1400 OC 1500 OC 1600 OC 1700 OC


SÍLICA +0,1 a +0,3 +0,4 a +0,8 +0,5 a +1,0 -
MAGNESITA - - - +0,5 a –1,5
95%
MAGNESITA - - - - -0,2 a –0,5
CROMITA

4.8 RESISTÊNCIA A CHOQUES TÉRMICOS

-DIFERENÇAS DE TEMPERATURA NO REFRATÁRIO



-REFRTÁRIOS SÃO PÉSSIMOS CONDUTORES TÉRMICOS.

-TENSÕES INTERNAS

-DESPRENDIMENTO
-PRINCIPAIS CAUSAS:

a)Coeficiente de dilatação térmica elevado.


b)Condutibilidade térmica baixa.
c)Módulo de elasticidade elevado (frágil).

26
d)Baixa resistência a tensões mecânicas.
e)Modificações cristalinas com variação de volume.

Em geral granulação mais grosseira e porosa possui maior resistência ao choque térmico.

TESTE:

CSN 726017 – Consiste no aquecimento a 950oC por 50 min e resfriamento do tijolo e


medição do material que se desprende. O resfriamento com água ou jato de ar, este último
para produtos magnesianos, cromita e cromo-magnesita. A resistência é expressa pelo número
de ciclos de resfriamento com desprendimento de 50% da área frontal.

4.9 COMPOSIÇÃO QUÍMICA

COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ESTRUTURA CRISTALINA



PROPRIEDADES FÍSICO-TÉRMICAS

DETERMINAR OS COMPONENTES:
-IMPORTANTES
-IMPUREZAS

ABNT – NBR – 8828 – 11302/3 – 12860 – 9644.

4.10 DILATAÇÃO TÉRMICA REVERSÍVEL

Fig. 16 – Variação linear reversível de alguns refratários.

27
COEFICIENTE DE DILATAÇÃO MÉDIO - m

m = (Lt – La)/ La(t-ta)

La = comprimento do c.p. na temperatura. ambiente.


Lt = comprimento do c.p. na temperatura.
t = temperatura.
ta = temperatura ambiente.

4.11 RESISTÊNCIA AO ATAQUE DE ESCÓRIAS

 ESCÓRIAS ÁCIDAS OU BÁSICAS

 TEMPERATURA

 COMPOSIÇÃO DO REFRATÁRIO

 POROSIDADE DO REFRATÁRIO

 QUANTIDADE DE ESCÓRIA

Fig. 17 – Refratário homogêneo e sem poros. Fig. 18 – Refratário heterogêneo e sem poros.

28
Fig. 19 – Refratário homogêneo com poros.

Fig. 20 – Refratário heterogêneo com poros.

DIAGRAMAS TERNÁRIOS

Fig. 21- Diagrama ternário MgO – FeO – SiO2.

29
Fig. 22 – Diagrama ternário FeO – Al2O3 – SiO2.

4.12 CONDUTIBILIDADE TÉRMICA

ASTM C - 201

- = kcal/mhoC

-DEPENDE:
a)Composição química do refratário.
b)Histórico térmico do refratário.
c)Densidade, textura.
d)Porosidade.

30
e)Temperatura.

-Produtos mais leves e com maior capacidade de isolamento são feitos com a introdução de
materiais orgânicos que queimam e formam vazios.

Fig. 23- Condutividade térmica de concretos refratários.

31
Fig. 24 – Condutividade térmica de refratários moldados.

32
4.13 CALOR ESPECÍFICO

-USADO PARA:
-Calcular a transmissão de calor.

-Calor específico = kcal/kgoC

Tabela 3 – Calor específico (c) Kcal/kgoC.

Temp. oC CHAMOTE SÍLICA MAGNESITA CROMITA


20 0,193 0,169 0,208 0,170
100 0,199 0,189 0,220 0,177
200 0,205 0,210 0,232 0,182
300 0,211 0,230 0,241 0,188
400 0,218 0,236 0,248 0,193
500 0,225 0,245 0,254 0,198
600 0,231 0,248 0,260 0,202
700 0,238 0,253 0,265 0,206
800 0,244 0,258 0,269 0,210
900 0,249 0,262 0,274 0,213
1000 0,254 0,266 0,278 0,217
1100 0,258 0,269 0,282 0,220
1200 0,261 0,272 0,278 0,222
1300 0,265 0,275 0,292 0,224

4.14 TRANSMISSÃO DE CALOR

-Transmissão de calor = 

 = /g.c (m2h)

 = coeficiente de condutibilidade térmica


g = massa específica
c = calor específico

A chamota possui  de 2,5 x 10-3 m2/h

A magnesita de 5 a 9 x 10-3 m2/h

33
4.14.1 Temperatura da face fria

Temperatura da face fria = TFF

TFF = TFQ - Ta
/ER + /EI + /EC

TFQ = Temperatura da face quente


Ta = Temperatura ambiente
 = Coeficiente de condutibilidade térmica
ER = Espessura do refratário
EI = Espessura do isolante
EC = Espessura da chapa

A temperatura da chapa não deve ser > 100 a 120oC.

4.15 CONDUTIBILIDADE ELÉTRICA

-FORNOS ELÉTRICOS

-AUMENTA SOB ALTAS TEMPERATURAS, > 1000OC.

-VALORES NORMAIS:

1000OC – 104 a 105 /cm2


1500oC – 103 /cm2

-REFRATÁRIOS DE SiC e CROMITA APRESENTAM VALORES BAIXOS:


1 a 100 /cm2

4.16 OUTRAS CARACTERÍSTICAS

FORÇA LIGANTE – ABNT – NBR 8384

TEMPERATURA MÁXIMA DE USO – ASTMA C – 401

ÁGUA DE AMASSAMENTO OU DE PREPARAÇÃO

34
5 NORMAS ABNT PARA ENSAIOS EM REFRATÁRIOS

NOME DA NORMA NÚMERO DATA


1-Materiais refratários - Classificação NBR10237 01/2001
CB163
2-Materiais refratários para uso geral – Características gerais e NBR10358 09/1997
especificações EB1885
3-Materiais refratários para desgaseificação a vácuo RH NBR12983 07/1993
4-Materiais refratários conformados antiácidos – NBR13318 04/1995
Características gerais
5-Materiais refratários isolantes conformados para uso geral – NBR13319 05/1997
Características gerais
6-Materiais refratários densos conformados – Determinação da NBR6220 05/1997
desnsidade de massa aparente, porosidade aparente, absorção e MB67
densidade aparente da parte sólida
7-Materiais refratários – Determinação da densidade de massa NBR6221 11/1995
real MB68
8-Material refratário – Determinação do cone pirométrico NBR6222 03/1995
equivalente MB69
9-Material refratário – Determinação da refratariedade sob NBR6223 03/1995
carga MB70
10-Materiais refratários densos conformados – Determinação NBR6224 01/2001
da resistência a compressão a temperatura ambiente MB71
11-Materiais refratários densos conformados – Determinação NBR6113 07/1997
da resistência a flexão a temperatura ambiente MB72
12-Materiais refratários densos conformados – Determinação NBR6225 01/2001
da variação linear dimensional MB73
13- Materiais refratários conformados – Método para inspeção NBR6114 05/1997
por atributos MB231
14-Materiais refratários – Determinação do teor de umidade de NBR6945 11/1996
matérias-primas e refratários não-conformados MB233
15-Materiais refratários isolantes conformados – Determinação NBR6115 03/1996
da densidade de massa aparente MB259
16-Materiais refratários – Determinação da dilatação térmica NBR6637 10/1995
linear reversível MB270
17-Materiais refratários – Determinação granulométrica por NBR6946 01/2001
peneiramento de matérias-primas refratárias e refratários não- MB278
conformados
18-Material refratário plástico – Determinação do índice de NBR6368 06/1994
trabalhabilidade MB309
19-Material refratário – Análise química de materiais NBR8828 04/1985
refratários sílico-aluminosos MB1361
20-Materiais refratários não-conformados – Preparação de NBR8382 01/2001
corpos de prova de concretos para projeção, concretos MB1397
isolantes, densos e de fluência livre

35
21-Materiais refratários – Determinação do tempo de retenção NBR8827 09/1997
de água de argamassas MB1440
22-Materiais refratários não-conformados – Determinação da NBR8384 01/2001
força ligante das argamassas MB1506
23-Material refratário de alto teor em sílica – Análise química NBR8002 05/1983
MB1764
24-Materiais refratários isolantes conformados – Determinação NBR8003 05/1997
da porosidade total MB1765
25-Materiais refratários não-conformados – Determinação da NBR8385 08/1999
variação linear dimensional MB1799
26-Materiais refratários densos granulados – Determinação da NBR8592 10/1995
densidade de massa aparente, da absorção e da porosidade MB2049
aparente
27-Materiais refratários básicos – Determinação da resistência NBR9929 03/1996
à hidratação MB2071
28-Material refratário – Determinação do ataque por escória NBR8830 04/1985
pelo método dinâmico MB2079
29-Materiais refratários conformados ligados a piche ou NBR9210 07/1997
impregnados – Determinação do carbono fixo MB2228
30-Materiais refratários antiácidos conformados – NBR9640 11/1995
Determinação da resistência ao ataque por ácido sulfúrico ou MB2520
por ácido clorlidrico
31-Materiais refratários densos – Determinação do ataque por NBR9641 10/1995
escória pelo método estático MB2521
32-Materiais refratários – Determinação da resistência à flexão NBR9642 08/1999
a quente MB2522
33-Preparação de amostras para análise química de materiais NBR9644 10/1986
refratários MB2556
34-Materiais refratários – Determinação da resistência à NBR9749 11/1996
compressão, à temperatura ambiente, de canais e luvas MB2588
cilindricas
35-Material refratário carbonáceo não-conformado – NBR9882 06/1994
Determinação do carbono fixo MB2647
36-Materiais refratários – Determinação da porcentagem de NBR10359 01/2001
água em massa ligada a piche para tamponamento de furo de MB2849
gusa
37-Materiais refratários densos não-conformados – NBR11222 04/2002
Determinação das resistências à flexão e à compressão à MB2999
temperatura ambiente
38-Materiais refratários isolantes – Determinação das NBR10955 09/1997
resistências à flexão e à compressão à temperatura ambiente MB3001
39-Materiais refratários não-conformados – Determinação da NBR11221 05/1997
densidade aparente MB3178
40-Refratários aluminosos – Análise química NBR11302 11/1989
MB3179
41-Análise química de materiais refratários aluminosos por NBR11303 01/1990
espectrometria de fluorescência de raios X MB3198
42- Materiais refratários não-conformados – Determinação da NBR11508 03/1991
consistência de argamassas MB3311

36
43-Materiais refratários granulados finos – Determinação da NBR12173 04/2002
massa específica aparente solta MB3514
44-Materiais refratários magnesianos – Análise química por NBR12860 07/1993
espectrometria de fluorescência de raios X
45-Materiais refratários cromomagnesianos – Análise química NBR13100 02/1994
por espectrometria de fluorescência de raios X
46-Materiais refratários densos – Determinação da resistência à NBR13185 08/1999
erosão à temperatura ambiente
47-Materiais refratários conformados – Determinação do NBR13201 04/2002
escoamento
48-Materiais refratários – Determinação da resistência ao NBR13202 05/1997
choque térmico com resfriamento em água
49-Materiais refratários – Determinação da fluidez de NBR13320 01/2001
concretos convencionais e de fluência livre
50-Material refratário – Determinação da vazão de ar através NBR13355 04/1995
de plugues
51-Materiais refratários conformados – Amostragem para NBR7999 07/1997
inspeção por variáveis NB785
52-Amostragem para inspeção por atributos em materiais NBR8383 11/1995
refratários conformados NB799
53-Amostragem de materiais refratários não-conformados NBR8825 03/1996
NB882
54-Materiais refratários não-conformados – Preparação dos NBR11220 05/1997
corpos de prova de massas para tamponamento de furos de NB1260
gusa de alto forno
55-Materiais refratários não-conformados – Preparação dos NBR11223 05/1997
corpos de prova de massas para canais de corrida de alto forno NB1261
56-Materiais refratários não-conformados – Preparação dos NBR10957 04/1997
corpos de prova de massas de socar, de projeção e plásticos NB1263
57-Fornecimento de materiais refratários NBR12856 09/1997
58-Materiais refratários conformados para carros torpedo – NBR9634 03/1995
Características gerais PB1251
59-Materiais refratários conformados para panelas de aço e de NBR9635 03/1995
gusa – Características gerais PB1252
60-Materiais refratários conformados para convertedor LD – NBR9636 03/1995
Características gerais PB1253
61-Materiais refratários conformados densos para lingotamento NBR9637 05/1997
indireto – Características gerais e especificações PB1254
62-Materiais refratários conformados para fornos elétricos a NBR9638 03/1995
arco – Características gerais PB1255
63-Padiolas para transporte de materiais refratários NBR9639 10/1991
PB1256
64-Materiais refratários conformados para fornos rotativos – NBR10036 04/2002
Características gerais - Especificações PB1289
65-Materiais refratários conformados para alto forno – NBR10585 05/1994
Características gerais PB1333
66-Materiais refratários para regeneradores de alto forno NBR10586 05/1993
PB1334

37
67-Materiais refratários – Formatos e dimensões NBR12601 04/1992
PB1576
68-Materiais refratários - Terminologia NBR8826 04/1997
TB4
69-Materiais refratários densos – Determinação da NBR13590 03/1996
permeabilidade
70-Cimento aluminoso para uso em materiais refratários NBR13847 05/1997
71-Materiais refratários não-conformados granulados e NBR13906 07/1997
embalados em contêineres - Amostragem
72-Materiais refratários especiais conformados densos para NBR13958 09/1997
fornos de vidro – Características gerais e especificações
73-Materiais refratários conformados densos para fornos de NBR13959 09/1997
vidro – Características gerais e especificações
74-Materiais refratários densos conformados – Determinação NBR14641 01/2001
da velocidade ultral-sônica

38
BIBLIOGRAFIA

Bilek, Vladimir – Materiais para fornos – Refratários industriais. Abril/1978. Joinville.

IBAR – 1o Seminário de Fundição. 16-17/2002. Poá – São Paulo.

ABC – Associação Brasileira de Cerâmica. Curso de Matérias-Primas para Refratários.


Indução tipo Cadinho.

http://www.abntdigital.com.br

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