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MECANIsMOs DE DEfEsA DO

APARElhO REsPIRATÓRIO
AgNAlDO J. lOPEs
ARNAlDO J. NORONhA
ThIAgO T. MAfORT

RESUMO

Os mecanismos de defesa do apa- los capilares pulmonares durante esse pe-


relho respiratório envolvem uma série de ríodo1,2.
fatores que atuam na remoção de partícu- Nos indivíduos normais, a árvore
las inaladas e micro-organismos. A barrei- brônquica abaixo da carina é isenta de ger-
ra mecânica é o primeiro mecanismo de mes, o mesmo não acontecendo nas vias
defesa e, junto com o sistema imunoló- aéreas superiores, onde, habitualmente,
gico, atua com o objetivo de proteger os vivem micro-organismos saprófitas e pato-
pulmões contra as infecções. Nesta revi- gênicos. Tais condições exigem que os me-
são, são comentados os processos de de- canismos de defesa do aparelho respirató-
fesa mecânicos responsáveis pela filtração rio estejam vigilantes. Estes atuam mais ou
e clearance das vias aéreas, bem como os menos em conjunto, na maioria das vezes,
mecanismos da imunidade inata e adquiri- em sequência, e podem ser divididos em
da. dois: o mecanismo mecânico e o mecanis-
mo imunológico.
PALAVRAS-CHAVE: Infecções pulmo- A estrutura das vias aéreas e sua
nares; Pneumonia; Imunidade inata. segmentação progressiva, a filtração aero-
dinâmica e o transporte mucociliar com-
põem os principais mecanismos de defesa
mecânicos. Já a interação entre o sistema
INTRODUÇÃO macrofágico e as células imunes efetoras
compõem, predominantemente, os meca-
Os pulmões são dotados de grande interfa- nismos de defesa pulmonar imunológicos.
ce que interage com o meio externo e, por O entendimento de alguns desses
isso, estão sob constante agressão. Para mecanismos, como os que dizem respeito
se ter uma ideia do grau de exposição a à deposição e eliminação de partículas da
agentes nocivos, basta supor a superfície superfície do trato respiratório, tem pro-
alveolar sendo proporcional à área de uma gredido nos últimos anos. Porém, o conhe-
quadra de tênis (70 a 80m2), o que, por um cimento sobre o que ocorre na intimidade
lado, facilita a difusão dos gases, porém, dos tecidos ainda mostra-se bastante limi-
por outro, faz com que este órgão seja tado3,4.
particularmente susceptível à infecção. Já
o volume de ar respirado em 24 horas é
próximo àquele que encheria uma piscina BARREIRA MECÂNICA DO
média (10 a 15m3), sendo que quantidade APARELHO RESPIRATÓRIO
equivalente de sangue também transita pe

10 Revista Hospital UniveRsitáRio pedRo eRnesto, UeRJ


O primeiro mecanismo de defe- especial de célula secretora, a célula de
sa do aparelho respiratório, o mecânico, Clara. Atribui-se a essa célula duas fun-
inicia-se nas narinas que impedem, através ções principais: a produção de surfactante
dos cílios e do turbilhonamento aéreo, a dos bronquíolos, bem como a inativação
passagem de micro-organismos, seguidos de xenobióticos, por meio de reações de
do fechamento da glote. Quando essa ati- oxidação destes (dependentes do citocro-
tude defensiva mais imediata do aparelho mo P450)5.
respiratório não é capaz de deter o agente Os alvéolos são revestidos por
infeccioso, tornam-se importantes outros dois tipos de células: os pneumócitos dos
meios, incluindo a filtração aerodinâmica tipos I e II. Em condições de agregação ao
e o transporte mucociliar. epitélio alveolar, ocorre uma transdiferen-
Além dos diversos meios que di- ciação celular de pneumócitos II para I,
ficultam a progressão do agente infeccio- com prejuízo da produção do surfactante
so no trato respiratório, existem aqueles e, consequentemente, risco de instabilida-
que são responsáveis pela sua expulsão, de mecânica dos alvéolos5,6.
incluindo os atos voluntários de fungar e
assoar e o reflexo de espirrar. Também a
tosse, um complexo mecanismo reflexo de a filtração aerodinâmiCa
instalação explosiva, atua na limpeza das
vias aéreas inferiores, de onde propulsio- A filtração aerodinâmica envol-
nam-se secreções e outros materiais estra- ve a deposição de partículas na camada
nhos acumulados, levando-os até a orofa- mucosa das vias aéreas e está relacionada
ringe. com as dimensões dos materiais particula-
dos inalados. Aproximadamente 90% das
partículas de 5m a 10m de diâmetro ficam
a estrutura das vias aéreas e sua retidas em algum ponto, ao longo da tra-
segmentação progressiva queia ou brônquios de grosso calibre, en-
quanto aquelas de 0,5m a 5m de diâmetro
Ao longo do seu trajeto, a árvore podem escapar à filtração e ser deposita-
brônquica sofre um processo de segmenta- das nos espaços aéreos ou deixar as vias
ção, dicotomizando-se progressivamente, aéreas pela expiração. Para as partículas
de forma a constituir um sistema inicial de menores, os mecanismos mais importantes
defesa ao reter o material particulado ina- que podem concorrer para sua deposição
lado. As variações do comprimento brôn- são a sedimentação gravitacional e os mo-
quico durante a inspiração e a expiração vimentos brownianos. Como as bactérias
parecem também auxiliar a propulsão das têm, em sua maioria, dimensões entre 0,5m
secreções na direção do hilo pulmonar. e 5m, assim se explica que elas atinjam os
Para manter hígidas as condições alvéolos.
de troca em tão grande superfície alveolar,
cabe às vias aéreas promover filtração e
condicionamento (aquecimento e umidifi- o transporte muCoCiliar
cação) do ar inspirado, evitando o máximo
possível a entrada de material particulado O aparelho mucociliar constitui-se
nocivo na intimidade alveolar. Com isso, em um revestimento mucoso que recobre
as grandes vias aéreas pagam o maior tri- as vias aéreas em acoplamento mecânico
buto quando da inalação de material parti- com as células ciliadas, de cuja função
culado. mútua ocorre a propulsão do muco em di-
Nos bronquíolos, aparece um tipo reção à orofaringe. O prejuízo da função

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mucociliar determina retenção de micro- te7.
organismos, aumentando a eficiência lesi- Em uma primeira linha, encontram-se os
va e, com isso, elevando à probabilidade componentes da defesa natural, os quais
de infecções broncopulmonares. atuam de forma imediata ao longo das vias
O mecanismo de transporte muco- aéreas, dificultando a chegada de germes
ciliar constitui-se em exemplo notável de às porções mais profundas do pulmão –
eficiência contra as infecções pulmonares. esta imunidade inata também retarda ao
Existem cerca de 200 cílios em cada célula, máximo a instalação de alguma reação
ou aproximadamente dois milhões de cílios inflamatória que possa ser potencialmente
por cm2 de superfície mucosa, com maior danosa para as estruturas mais nobres do
concentração na traqueia e brônquios pré- próprio órgão. Numa segunda linha, estão
segmentares. Cada cílio apresenta cerca de os mecanismos de defesa adquiridos, que
1.300 batimentos por minuto, promovendo envolvem respostas imunológicas media-
o deslocamento ascendente de partículas a das por linfócitos – estes são capazes de
uma velocidade de 10 a 20mm por minuto. deter o agente agressor mas, também, po-
Aproximadamente 90% do material depo- dem levar a consequências desastrosas.
sitado sobre a mucosa do trato respiratório Assim, a imunidade, seja ela a natural ou
inferior pode ser eliminada dentro de uma a adquirida, é necessária para a sobrevi-
hora. vência do hospedeiro, mas também tem o
Como consequência dos processos potencial de causar lesão7,8,9.
irritativos da árvore respiratória causados
por infecções repetidas, o perfil celular do
epitélio e glândulas altera-se, mudando a sistema imune inato
composição do muco. Essa composição
alterada traduz-se em aumento da viscosi- A imunidade inata é um sistema
dade deste, por estarem as células submeti- filogeneticamente bem preservado entre
das a tal ambiente, produzindo secreção de diferentes espécies, que consegue discri-
mucopolissacarídeos ácidos e sulfatados minar o self do non-self, ou seja, consegue
que alteram as propriedades físico-quími- discernir e identificar estruturas estranhas
cas do muco. O resultado final é a retenção ao organismo e atacá-las imediatamente
de muco no trato respiratório, difícil de ser após o contato. Esse sistema reage ape-
eliminado e com ele os micro-organismos nas contra micro-organismos e responde,
inalados, aumentando a susceptibilidade às essencialmente, da mesma maneira a su-
infecções. cessivas infecções. Os principais compo-
nentes da imunidade natural são as células
fagocíticas (neutrófilos e macrófagos), as
DEFESA IMUNOLÓGICA DO células NK (natural killer) e as células den-
APARELHO RESPIRATÓRIO tríticas10.
Um dos componentes mais im-
A defesa imunológica do apare- portantes desse sistema são os receptores
lho respiratório, assim como a de outros Toll-like (TLRs), uma família de recepto-
órgãos, é composta por um sistema de res de proteínas de superfície celular pre-
imunidade inata (ou natural) e um sistema sentes em diferentes tipos de células. As
de imunidade adquirida (ou adaptativa). estruturas que se ligam aos TLRs são mo-
Assim, o sistema imunológico natural pro- léculas altamente conservadas e presentes
porciona a defesa inicial, enquanto o sis- em muitos patógenos, denominadas pa-
tema imunológico adquirido proporciona drões moleculares associados a patógenos
uma resposta mais sustentada e mais for- (PAMPs)11,12.

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Os distintos PAMPs são, com fre- sistema imune adquirido
quência, constituídos por lipídios e car-
boidratos, presumivelmente porque são Muitos micro-organismos evoluí-
os maiores componentes das membranas ram para resistir aos mecanismos de defesa
celulares dos micro-organismos, e os re- natural, e a proteção contra tais patógenos
ceptores que se ligam a essas estruturas é, criticamente, dependente das respostas
preservadas são chamados de receptores imunológicas adquiridas. Tais respostas
de reconhecimento de padrões. Esses re- são, em geral, mais fortes do que a imu-
ceptores são ligados às vias de transdução nidade natural por várias razões, incluindo
de sinal intracelulares que ativam várias a expansão da amostragem de linfócitos
respostas celulares, incluindo a produção antígeno-específicos e a diferenciação.
de moléculas que promovem inflamação e O sistema imunológico adquirido induz
defesa contra micróbios11,12. as células efetoras para a eliminação dos
Diferentes classes de patógenos micro-organismos e as células de memória
(p.ex., vírus, bactérias gram-negativas, para a proteção do indivíduo de infecções
bactérias gram-positivas, fungos) expres- subsequentes. Além disso, tem uma incrí-
sam diferentes PAMPs. Essas estruturas vel capacidade para distinguir os diferen-
incluem: 1) ácidos nucleicos, os quais são tes patógenos e moléculas, incluindo até
únicos de micro-organismos, tais como o mesmo aqueles que apresentam grande
RNA de dupla hélice encontrado nos vírus semelhança sendo, por isso, também cha-
em replicação ou sequências CpG de DNA mado de imunidade específica.
não metiladas encontradas em bactérias; Existem dois tipos de respostas
2) características de proteínas que são ob- imunológicas adquiridas, a imunidade ce-
servadas em micro-organismos, tais como lular e a imunidade humoral, que são me-
a iniciação por N-formilmetionina, a qual diadas por diferentes componentes do sis-
é típica de proteínas bacterianas; 3) com- tema imunológico e cuja função é eliminar
plexos de lipídios e carboidratos que são os diversos tipos de micro-organismos.
sintetizados por germes, mas não por célu-
las de mamíferos, tais como lipopolissaca-
rídios em bactérias gram-negativas, ácidos imunidade Celular
teicoicos em bactérias gram-positivas e
oligossacarídios ricos em manose encon- A imunidade celular é mediada pe-
trados em glicoproteínas microbianas11,12. los linfócitos T. Micro-organismos intrace-
Os domínios citoplasmáticos dos lulares, como os vírus e algumas bactérias,
TLRs, por serem homólogos ao domínio sobrevivem e se proliferam no interior de
de sinalização do receptor de interleucina fagócitos e outras células do hospedeiro,
1 (IL-1R), são chamados domínios Toll/ onde estão protegidos dos anticorpos. A
IL-1R (TIR). A ativação específica do TLR defesa contra tais infecções cabe à imuni-
por um PAMP converge no nível do domí- dade celular, que promove a destruição dos
nio TIR, sinalizando a ativação do fator micro-organismos localizados em fagóci-
nuclear NF-kB. Este, por sua vez, se des- tos ou a destruição das células infectadas
loca do citoplasma para o núcleo da célu- para eliminar os reservatórios da infecção.
la e, aí, expressa genes inflamatórios para Os linfócitos T auxiliares CD4+
combater os agentes infecciosos13. ajudam os macrófagos a eliminar micró-
Os TLRs ativados desencadeiam a bios fagocitados e ajudam as células B a
expressão de diversas citocinas, tais como produzir anticorpos. Já os linfócitos T ci-
os interferons e as interleucinas (IL-2, IL- totóxicos CD8+ destroem as células que
6, IL-8, IL-12, IL-16), além do TNF-alfa14. contêm patógenos intracelulares, assim

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eliminando os reservatórios de infecção. A imunidade humoral é a principal
Os macrófagos alveolares residem resposta imunológica protetora contra bac-
permanentemente nos alvéolos normais, térias extracelulares, e atua no bloqueio da
constituindo as mais importantes células, infecção, na eliminação dos micro-orga-
do ponto de vista numérico, presentes no nismos e na neutralização de suas toxinas.
compartimento alveolar. Através de uma Os mecanismos efetores utilizados pelos
plêiade de substâncias e funções, o ma- anticorpos para combater essas infecções
crófago alveolar é capaz de cumprir seu incluem a neutralização, a opsonização e
papel de mais importante agente do clea- fagocitose e a ativação da via clássica do
rance alveolar. O material que é retirado do complemento. Enquanto a neutralização é
ambiente intra-alveolar por estas células mediada pelos isótopos IgG e IgA de alta
(50% dele dentro de 24 horas) é levado até afinidade, a opsonização é feita por algu-
o bronquíolo terminal, seguindo daí para mas subclasses de IgG. Já a ativação do
frente sobre o tapete mucociliar7. complemento é mediada pela IgM e sub-
Estima-se que a ação da fagocitose classes de IgG16-18.
alveolar decresce a partir da presença de
dez partículas por célula. Excedida a capa-
cidade de funcionamento dessa via, outras
mais lentas se estabelecem com a passa- estresse oxidativo do pulmão
gem do material para o interior do tecido
pulmonar, onde macrófagos localizados no O pulmão representa um tecido
interstício, no tecido linfático ou nos vasos único para o estresse oxidativo, entre a
sanguíneos atuam como células fagocíti- maioria dos órgãos, porque ele está dire-
cas ou processadoras de antígeno. As cé- tamente exposto às mais altas tensões de
lulas fagocíticas do pulmão, de um modo oxigênio. Portanto, a pressão parcial de
geral, têm suas atividades facilitadas pelas oxigênio local ao nível alveolar é muito
opsoninas, mas também por fibronectinas mais alta que em outros órgãos vitais, tais
e pela substância tensoativa alveolar. como coração, fígado e cérebro. Um com-
ponente típico na maioria das alterações e
infecções pulmonares é a ativação de célu-
las inflamatórias com a consequente gera-
imunidade Humoral ção de radicais livres.
Um componente importante do
A defesa imunológica do apare- sistema antimicrobiano fagocítico é sua
lho respiratório inicia-se nas vias aéreas habilidade em gerar radicais oxidantes, que
superiores, no muco de revestimento que são produtos altamente tóxicos derivados
contém grande concentração de IgA, con- do metabolismo do oxigênio. Estes agentes
ferindo proteção a infecções virais e, pro- são compostos que transferem átomos de
vavelmente, dificultando a aderência bac- oxigênio ou ganham elétrons em uma rea-
teriana à mucosa. IgG e IgA estão presentes ção química – a exposição prolongada aos
em menor quantidade nas vias aéreas infe- radicais oxidantes pode levar à alteração
riores, sendo auxiliadas pela opsonização das defesas antimicrobianas, assim como
não imunológica dos pneumócitos tipo II, afetar a função do macrófago alveolar nos
preparando a fagocitose por macrófagos pulmões. Dentre os principais oxidantes,
alveolares e neutrófilos. Estes últimos não incluem-se O2- (ânion superóxido), H2O2
são células residentes dos alvéolos, mas (peróxido de hidrogênio), OH- (radical hi-
podem ser rapidamente recrutados a partir droxila) e oxigênio eletricamente excitado
da circulação, em caso de agressão15. (O2-), cuja formação é catalizada por enzi-

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mas (oxirredutases) que se encontram em gicos, é fundamental para amenizar ou, até
grânulos lisossômicos dos vacúolos fago- mesmo, impedir o desenvolvimento de in-
cíticos. O poder microbicida, em termos de fecção pulmonar.
produtos do oxigênio, é maior no neutrófi-
lo, possuidor de atividade de peroxidases
(mieloperoxidase), o que lhe possibilita a REFERÊNCIAS
utilização ampliada de mecanismos oxirre-
dutores destrutivos, excedendo a capacida-
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– permanecendo o material insolúvel de- Ribeirão Preto – Belo Horizonte, 2007. p.
positado nos tecidos, o recurso defensivo 23-30.
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16 Revista Hospital UniveRsitáRio pedRo eRnesto, UeRJ


TITULAÇÃO DOS AUTORES

AgNAlDO JOsé lOPEs JOsé gusTAVO PuglIEsE


Professor Adjunto da Disciplina de Pneumologia e Residente de Pneumologia e Tisiologia da FCM/
Tisiologia da FCM/UERJ. UERJ.
Médico do CTI da Casa de Saúde São José.
AlEssANDRA AIREs DA COsTA
Doutoranda do Curso de Pós-Graduação da FCM/ JOsé MANOEl JANsEN
UERJ. Professor Titular da Disciplina de Pneumologia e
Tisiologia da FCM/UERJ.
ANAMElIA COsTA fARIA Membro da Academia Nacional de Medicina.
Médica do Serviço de Pneumologia do HUPE.
Professora Substituta da Disciplina de Pneumologia KENNEDy KIRK
e Tisiologia da FCM/UERJ. Professor Assistente da Disciplina de Pneumologia e
Tisiologia da FCM/UERJ.
ARNAlDO JOsé NORONhA
Professor Auxiliar da Disciplina de Pneumologia e PAulO ChAuVET
Tisiologia da FCM/UERJ. Médico do Serviço de Pneumologia e Tisiologia
do HUPE.
CláuDIA hENRIquE DA COsTA
Professora Adjunta da Disciplina de Pneumolo- RAfAEl bARCElOs CAPONE
gia e Tisiologia da FCM/UERJ. Acadêmico de Medicina da Universidade Gama Fi-
Mestre em Pneumologia pela UFF. lho. Interno do HU Gaffrée e Guinle/ UNIRIO.
Doutora em Pneumologia pela
UFRJ e National Heart and Lung Institute ROgéRIO RufINO
Professor Adjunto da Disciplina de Pneumologia e
DENIs MuNIz fERRAz Tisiologia da FCM/UERJ.
Professor Assistente da Disciplina de Pneumologia e Mestre em Pneumologia pela UFF.
Tisiologia da FCM/UERJ. Doutor em Pneumologia pela UFRJ.
Responsável pelo Setor de Broncoscopia do HUPE. Pós-doutor em Pneumologia pelo National
Chefe do Serviço de Pneumologia do Hospital de Heart and Lung Institute.
Ipanema – Ministério da Saúde.
TEREsINhA yOshIKO MAEDA
DOMENICO CAPONE Professora Assistente da Disciplina de Pneumologia
Professor Adjunto da Disciplina de Pneumologia e e Tisiologia da FCM/UERJ.
Tisiologia da FCM/UERJ.
Radiologista do HU Clementino Fraga TEREzINhA DA CuNhA VARgAs
Filho/UFRJ. Médica do Ambulatório de Tuberculose do HUPE/
Mestre em Medicina pela UFRJ. UERJ.
Doutor em Medicina pela UFRJ.
ThIAgO PRuDENTE bARThOlO
fAbIANA R. fERRAz Residente de Pneumologia e Tisiologia da FCM/
Professora Substituta da Disciplina de Otorrinola- UERJ.
ringologia da FCM/UERJ.
Médica Otorrinolaringologista do Hospital Federal ThIAgO ThOMAz MAfORT
do Andaraí. Residente de Pneumologia e Tisiologia da FCM/
UERJ.

hElIO RIbEIRO DE sIquEIRA WAlTER COsTA


Professor Visitante da Disciplina de Pneumologia e Médico do Serviço de Pneumologia do HUPE.
Tisiologia da FCM/UERJ. Professor Substituto da Disciplina de Pneumologia e
Doutor em Pneumologia pela UERJ. Tisiologia da FCM/UERJ.

Ano 9, Julho a Dezembro de 2010 9

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