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Nº 2, Julho de 2018

Documento Científico
Departamento Científico
de Reumatologia

Lúpus eritematoso
sistêmico pediátrico
Departamento Científico de Reumatologia
Presidente: Sheila Knupp Feitosa de Oliveira
Secretária: Cláudia Saad Magalhães
Conselho Científico: Ana Luiza Garcia Cunha, Antônio Sérgio Macedo Fonseca,
Clovis Artur Almeida da Silva, Cynthia Torres França da Silva,
Luciana Brandão Paim Marques, Margarida de Fátima Carvalho

O que é o Lúpus eritematoso (imunidade inata e adquirida) responsáveis pe-


sistêmico pediátrico (LESp)? las manifestações do LESp. Os principais fatores
responsáveis pela etiopatogenia da doença são:
herança genética (poligênica ou monogênica),
Lúpus eritematoso sistêmico pediátrico
infecções virais (como vírus de Epstein Barr),
(LESp) é o protótipo da doença auto-imune sis-
drogas, imunodeficiências primárias (como defi-
têmica que acomete crianças e adolescentes
ciência congênita de complemento e deficiência
com idade inferior a 18 anos. A doença pode ser
de IgA), fatores hormonais (como estrógeno) e
diagnosticada em qualquer idade, mesmo em lac-
ambientais (como raios ultravioletas, poluentes
tentes.1-5 Há predominância do sexo feminino em
atmosféricos).1,2
relação ao masculino em todas as faixas etárias
pediátricas. O LESp é caracterizado por acometi-
mento concomitante ou evolutivo de vários ór-
gãos e sistemas. As manifestações da doença são
Como é realizado o diagnóstico
imprevisíveis e a principal característica desta
do LESp?
doença crônica inflamatória é a variabilidade das
manifestações clínicas e a produção de múltiplos O diagnóstico de LESp é realizado pela so-
auto-anticorpos.1,2 matória de manifestações clínicas, exames soro-
lógicos e laboratoriais, biópsias dos órgãos aco-
metidos e outros procedimentos. Dois critérios
Qual é a causa do LESp? de classificação para o diagnóstico de LESp são
utilizados na prática clínica.6-8

A sua causa permanece ainda desconheci- Os critérios de classificação do American Col-


da. A combinação de vários fatores propicia as lege of Rheumatology (ACR) incluem definições
alterações nos mecanismos imunorreguladores padronizadas.6 Para o diagnóstico de LESp é ne-

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Lúpus eritematoso sistêmico pediátrico

cessária a presença de quatro ou mais dos 11 cri- tem sido o critério mais utilizado na prática da
térios, simultaneamente ou evolutivamente, du- Reumatologia Pediátrica, assim como em pesqui-
rante qualquer intervalo de tempo (Tabela 1). Este sas clinicas e estudos com novos medicamentos.6

Tabela 1. Critérios de classificação do American College of Rheumatology (ACR) para o diagnóstico de lúpus eritematoso
sistêmico pediátrico (LESp)6

Critérios

1. Eritema ou rash malar


2. Eritema ou rash discoide
3. Fotossensibilidade
4. Úlceras de mucosa (oral ou nasal evidenciada pelo médico)
5. Artrite não erosiva
6. Pleurite ou pericardite
7. Nefrite
• Proteinúria persistente ou superior a 0,5 g/dia ou
• Cilindrúria (cilindros hemáticos, hemoglobínicos, granulares, tubulares ou mistos)
8. Doença neuropsiquiátrica
• Psicose (excluindo-se drogas e distúrbios metabólicos) ou
• Convulsão (excluindo-se drogas e distúrbios metabólicos)
9. Doença hematológica
• Anemia hemolítica com reticulocitose em duas ou mais ocasiões ou
• Leucopenia (leucócitos abaixo de 4.000/mm3) em duas ou mais ocasiões ou
• Linfopenia (linfócitos abaixo de 1.500/mm3) em duas ou mais ocasiões ou
• Plaquetopenia (plaquetas inferiores a 100.000/mm3) na ausência de drogas indutoras de
trombocitopenia
10. Alterações imunológicas
• Presença de anticorpo anti-DNA de dupla hélice ou
• Presença de anticorpo anti-Sm ou
• Presença de anticorpo anti-fosfolípide: anti-cardiolipina IgG ou IgM, ou anticoagulante lúpico ou
• VDRL falso-positivo
11. Fator anti-núcleo (FAN) positivo

Para o diagnóstico de LESp é necessária a presença de quatro ou mais dos 11 critérios, simultaneamente ou evolutivamente, durante qualquer
intervalo de tempo.

Um novo critério de classificação para o pode ser diagnosticado como LESp se apresentar
diagnóstico de LESp (critério do SLICC - Syste- nefrite isolada com um dos auto-anticorpos: FAN
mic Lupus International Collaborating Clinics) ou anticorpo anti-DNA de dupla hélice positivo.
foi desenvolvido e validado para a população de O critério de classificação do SLICC comparado
LESp.7 Para o diagnóstico de LESp é mandatória ao critério de classificação do ACR foi mais sen-
a presença de quatro ou mais dos 17 critérios, sível para o diagnóstico de LESp, contudo menos
simultaneamente ou evolutivamente, durante especifico.8 Assim sendo, deve-se também consi-
qualquer intervalo de tempo, e com pelo menos derar outros diagnósticos diferenciais quando se
um critério clínico e um critério imunológico (Ta- utilizar o critério de classificação do SLICC para o
belas 2 e 3). Além disto, neste critério, o paciente diagnóstico de LESp.

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Tabela 2. Critérios clínicos de classificação do SLICC (Systemic Lupus International Collaborating Clinics) para
diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico pediátrico (LESp)7

Critérios clínicos

1. Lúpus cutâneo agudo


Inclui um dos seguintes: eritema malar, lúpus bolhoso, necrólise epidérmica tóxica, eritema
maculopapular, fotossensibilidade (na ausência de dermatomiosite), lúpus cutâneo subagudo
(lesões psoriasiformes não enduradas ou lesões anulares policíclicas que resolvem sem deixar
cicatriz, apesar de ocasionalmente ocorrer despigmentação pós-inflamatória ou telangiectasias).

2. Lúpus cutâneo crônico


Inclui um dos seguintes: lúpus discoide clássico (localizado – acima do pescoço, generalizado –
acima e abaixo do pescoço), lúpus hipertrófico (verrucoso), paniculite lúpica (lúpus profundo),
lúpus mucoso, lúpus túmido, lúpus pérnio, lúpus discoide/superposição com líquen plano.

3. Úlceras orais ou nasais


Localizadas no palato, boca, língua ou narinas na ausência de outras causas como vasculite,
doença de Behçet, infecções (como herpes), doença inflamatória intestinal, artrite reativa e
alimentos ácidos.

4. Alopécia
Afilamento difuso ou fragilidade capilar com cabelos quebradiços visíveis na ausência de outras
causas como alopécia areata, drogas, deficiência de ferro e alopecia androgênica

5. Artrite
Envolvendo duas ou mais articulações. Edema ou derrame articular ou artralgia em duas ou mais
articulações e rigidez matinal de 30 minutos ou mais.

6. Serosite (pleurite ou pericardite)


Dor pleurítica por mais de um dia ou derrame pleural ou atrito pleural, dor pericárdica típica
(dor em posição deitada que melhora ao se sentar com o tronco para frente) por mais de um dia
ou efusão pericárdica ou atrito pericárdico ou eletrocardiograma com sinais de pericardite. Na
ausência de outras causas, como infecções uremia ou pericardite de Dressler.

7. Nefrite
Relação entre proteína e creatinina urinárias (ou proteinúria de 24 horas) com mais de 500 mg de
proteína em 24 horas ou presença de cilindros hemáticos.

8. Neuropsiquiátrico
Inclui um dos seguintes: convulsão, psicose, mielite, mononeurite múltipla (na ausência de outras
causas como vasculite primária), neuropatia periférica ou de nervos cranianos (na ausência de
outras causas como vasculite primária, infecção e diabetes mellitus), estado confusional agudo
(na ausência de outras causas como tóxico-metabólicas, uremia e drogas).

9. Anemia hemolítica

10. Leucopenia <4000/mm3 ou linfopenia <1000/mm3


Leucopenia (na ausência de outra causa conhecida como síndrome de Felty, drogas ou
hipertensão) ou
Linfopenia (na ausência de outra causa conhecida como glicocorticóides, drogas e infecções)

11. Plaquetopenia <100.000/mm3


Na ausência de outra causa conhecida como drogas, hipertensão portal e púrpura
trombocitopênica trombótica
Para o diagnóstico de LESp é necessário quatro ou mais dos 17 critérios, simultaneamente ou evolutivamente, durante qualquer intervalo de
tempo (Tabelas 2 e 3). Para este critério é necessário pelo menos um critério clinico (Tabela 2).

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Tabela 3. Critérios imunológicos de classificação do SLICC (Systemic Lupus International Collaborating Clinics) para
diagnóstico de lúpus eritematoso sistêmico juvenil (LESP)7

Critérios imunológicos

1. Fator anti-nuclear (FAN)


Acima dos valores de referência
2. Anticorpo anti-DNA dupla hélice
Acima dos valores de referência, exceto para a técnica de ensaio imunoenzimático (ELISA): acima de
duas vezes o valor de referência
3. Anticorpo anti-Sm
4. Anticorpo anti-fosfolípide – qualquer um dos seguintes auto-anticorpos:
• Anticoagulante lúpico
• VDRL falso positivo
• Anti-cardiolipina em médios ou altos títulos (IgA, IgG ou IgM)
• Anti-β2 glicoproteína I (IgA, IgG ou IgM)
5. Redução sérica do complemento
• C3 baixo
• C4 baixo
• CH50 baixo
6. Teste de Coombs direto positivo
• Na ausência de anemia hemolítica
Para o diagnóstico de LESp é necessário quatro ou mais dos 17 critérios, simultaneamente ou evolutivamente, durante qualquer intervalo de
tempo (Tabelas 2 e 3). Para este critério é necessário pelo menos um critério imunológico (Tabela 3).

Quais são os principais diagnósticos Quais são as principais manifestações


diferenciais do LESp? clínicas e alterações laboratoriais no
diagnóstico do LESp?

Os diagnósticos diferenciais incluem várias


doenças agudas e crônicas da faixa etária pediá- Sinais e sintomas constitucionais são comu-
trica, que devem ser prontamente afastadas. De mente as primeiras manifestações da doença, tais
fato, muitas manifestações clínicas, alterações como: febre, anorexia, palidez, perda de peso, fa-
laboratoriais e a presença de auto-anticorpos po- diga, linfadenopatia difusa, hepatomegalia e es-
dem ocorrer em outras doenças pediátricas e mi- plenomegalia. O acometimento cutâneo ocorre
metizar o diagnóstico de LESp. Dentre estas des- em até 80% dos pacientes com LESp, variando
tacam-se: doenças auto-imunes sistêmicas (como de eritema malar, fotossensibilidade, alopécia,
artrite idiopática juvenil, dermatomiosite juvenil, aftas/úlceras orais e nasais, urticária, bolhas a
esclerodermia, poliarterite nodosa, síndrome de envolvimento crônico com sequelas (como lúpus
Behçet e púrpura de Henoch-Schönlein), doenças discoide, paniculite lúpica, etc). Oligoartrite ou
auto-inflamatórias (febre familiar do Mediter- poliartrite aguda ou recorrente na apresentação
râneo), infecções agudas e crônicas (tais como: da doença ocorre em até 70% dos pacientes com
Chikungunya, mononucleose, toxoplasmose, cito- LESp. O comprometimento articular é geralmente
megalovirose, aspergilose, candidíase sistêmica discreto, auto-limitado e habitualmente sem de-
e tuberculose), neoplasias (leucemias, linfomas, formidade articular.1,2,9,10
osteosarcoma e neuroblastoma), doenças renais Derrame pleural e pericárdico pode ocorrer
(glomerulonefrites e síndrome nefrótica) e doen- em até 30% dos casos. Estes são habitualmente
ças congênitas/metabólicas.1,2,9 discretos e raramente resultam em tamponamen-

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to cardíaco ou insuficiência respiratória aguda.


Qual é o tratamento do LESp?
As principais manifestações neuropsiquiátricas
relacionadas ao diagnóstico do LESp são cefaleia,
distúrbios de humor, convulsões, doença cerebro- O tratamento do LESp deve ser individuali-
vascular, psicose e coreia.1,2,9 zado de acordo com o envolvimento de cada pa-
ciente, visando controle inflamatório da doença,
Ao diagnóstico, as principais alterações na uri-
melhorando qualidade de vida relacionada à saú-
na tipo I são: proteinúria acima de 0,5 g/dia (46%),
de dos pacientes e prevenindo danos irreversí-
hematúria (44%), leucocitúria (33%) e cilindros
veis nos órgãos e tecidos.1,2
urinários (21%). Leucopenia (taxa de leucócitos
menor que 4.000/mm3), linfopenia (contagem Proteção solar é indicada nos pacientes com
de linfócitos menor que 1.500/mm3) e plaque- fotossensibilidade e outras lesões cutâneas re-
topenia (plaquetas abaixo de 100.000/mm3), na lacionadas à atividade da doença. Fotoproteção
ausência de drogas ou infecções associadas, po- solar deve ser utilizada diariamente com bloque-
dem ocorrer em até 50% dos pacientes. Anemia ador solar que tenha fator de proteção acima de
hemolítica auto-imune (com reticulocitose e tes- 15, fracionada 3 a 4 vezes ao dia.1,2
te de Coombs direto positivo) pode ser primeira
manifestação do LESp.1,2,9,11-16 A prática de atividade física deve ser estimu-
lada para todos os pacientes com LESp. A dieta
Síndrome do anticorpo anti-fosfolípide ou deve ser equilibrada, com níveis baixos de gor-
trombose auto-imune pode ser uma apresentação dura e sal, e ingestão adequada de cálcio. Cálcio
inicial ou evolutiva da doença. Esta síndrome ha- e vitamina D estão indicados para prevenção da
bitualmente pode acometer artérias em qualquer perda de massa óssea em todos os pacientes com
sítio anatômico (como vasos cerebrais e deter- LESp que usam glicocorticoide. Hipertensão ar-
minar acidente vascular isquêmico) ou pode en- terial deve ser prontamente tratada e anti-hiper-
volver veias (como trombose venosa profunda). tensivos (enalapril, losartan e/ou bloqueadores
Para confirmação desta síndrome é necessária a dos canais de cálcio) também devem ser utiliza-
presença de pelo menos um dos auto-anticorpos dos.1,2,5
anti-fosfolípides (anti-cardiolipina IgG ou IgM, an-
ticoagulante lúpico ou anti-beta 2 glicoproteína I A carteira de vacinação deve ser sempre revis-
IgG ou IgM).1,2,9 ta. Vacinas de agentes vivos são contraindicadas.
Vacinas de agentes inativos devem ser sempre in-
Um dos aspectos mais importantes no diag- dicadas, pois estas mostram resposta vacinal ade-
nóstico do LESp é a presença de múltiplos auto- quada com raros eventos adversos associados,
-anticorpos dirigidos contra proteínas nucleares assim como segurança adequada na reativação da
e citoplasmáticas. Presença de FAN positivo (com doença. A vacina anti-influenza é indicada anual-
títulos superiores a 1:80) é um critério imunoló- mente e as vacinas anti-pneumocócica e anti-HPV
gico extremamente frequente no diagnóstico de (papilomavírus humano) devem ser também pres-
LESp e ocorre em quase 100% dos casos. Alguns critas.1,2,4
auto-anticorpos são específicos para o diagnós-
tico do LESp, especialmente: anticorpo anti-DNA Anti-inflamatórios não hormonais devem ser
de dupla hélice, anticorpo anti-Sm e anticorpo evitados em pacientes como LESp pelo risco de
anti-proteína P ribossomal e anticorpo anti-nu- lesão renal irreversível. Os glicocorticoides con-
cleossomo. Outros auto-anticorpos podem ser trolam a maioria das manifestações do LESp. Do-
também pesquisados no LESp e estão associados ses baixas de prednisona ou prednisolona estão
a diferentes manifestações da doença, tais como indicadas nas manifestações leves, tais como:
anticorpos anti-RNP, anti-SSA/Ro, anti-SSB/La, febre prolongada, linfadenopatia, hepatoesple-
anticoagulante lúpico e anti-cardiolipina IgG ou nomegalia, e acometimentos cutâneo e articular.
IgM.9,17 Doses moderadas de prednisona ou prednisolona

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são indicadas em: pleurite, pericardite, vasculite ciclofosfamida endovenosa) e/ou imunobiológi-
cutânea e glomerulonefrite mesangial prolifera- cos (gamaglobulina endovenosa e rituximabe) ha-
tiva.1,2,13 bitualmente são necessários nas formas modera-
das a graves do LESp. Estes medicamentos devem
A pulsoterapia endovenosa com metilpred-
ser prontamente indicados e individualizados
nisolona deve ser utilizada em pacientes com
pelo reumatologista pediátrico de acordo ao tipo
doença grave como: nefrites (glomerulonefrite
do comprometimento do paciente.1,2
membranosa, proliferativa focal ou proliferativa
difusa), vasculite sistêmica, miocardite, pancrea-
tite, acometimento neuropsiquiátrico, hemorragia
pulmonar, hipertensão pulmonar, síndrome de ati- Qual é o prognóstico do LESp?
vação macrofágica e acometimento hematológico
(plaquetopenia e anemia hemolítica auto-imune).
Após os 3 dias de pulsoterapia endovenosa com
O prognóstico dos pacientes com LESp tem
melhorado significantemente nas últimas dé-
metilprednisolona, doses altas de prednisona ou
cadas, com taxas de sobrevida de 10 a 15 anos
prednisolona devem ser utilizadas. As doses dos
acima de 90-95%. As causas mais importantes
glicocorticoides devem ser progressivamente di-
de mortalidade são infecção (que deve ser pron-
minuídas e retiradas preferencialmente nos pri-
tamente diagnosticada e tratada) e recidivas da
meiros 6 meses a 2 anos da doença, evitando e
doença. O pediatra é fundamental no reconhe-
minimizando os eventos adversos.1,2,11-13
cimento precoce do LESp e no encaminhamento
Os antimaláricos devem ser indicados em to- para o reumatologista pediátrico. Adesão às con-
dos os pacientes com LESp, independente do ór- sultas médicas e com a equipe multiprofissional,
gão ou sistema acometido. Deve ser preferencial- assim como adesão aos medicamentos são funda-
mente usada a hidroxicloroquina ou a cloroquina mentais para melhor evolução do paciente com
na falta daquela. Imunossupressores (azatioprina, LESp, particularmente na faixa etária dos adoles-
metotrexate, micofenolato mofetil, tacrolimus ou centes.1,2

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Diretoria
Triênio 2016/2018

PRESIDENTE: Adriana Seber (SP) Paulo Cesar Pinho Pinheiro (MG)


Luciana Rodrigues Silva (BA) Paulo Cesar Koch Nogueira (SP) Flávio Diniz Capanema (MG)
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Clóvis Francisco Constantino (SP) DIRETORIA E COORDENAÇÕES: Renato Procianoy (RS)
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Assessoria para Campanhas: Luciano Abreu de Miranda Pinto (RJ)
Conceição Aparecida de Mattos Segre (SP) COORDENAÇÃO GERAL DOS PROGRAMAS DE ATUALIZAÇÃO
Ricardo Queiroz Gurgel (SE) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA NACIONAL
GRUPOS DE TRABALHO: Susana Maciel Wuillaume (RJ)
Drogas e Violência na Adolescência: COORDENAÇÃO DO PROGRAMA DE REANIMAÇÃO NEONATAL:
Maria Fernanda Branco de Almeida (SP) COORDENAÇÃO DE INTERCÂMBIO EM RESIDÊNCIA INTERNACIONAL
Evelyn Eisenstein (RJ) Herberto José Chong Neto (PR)
Ruth Guinsburg (SP)
Doenças Raras: DIRETOR DE PATRIMÔNIO
Magda Maria Sales Carneiro Sampaio (SP) COORDENAÇÃO PALS – REANIMAÇÃO PEDIÁTRICA
Alexandre Rodrigues Ferreira (MG) Cláudio Barsanti (SP)
Atividade Física Kátia Laureano dos Santos (PB) COMISSÃO DE SINDICÂNCIA
Coordenadores: Gilberto Pascolat (PR)
Ricardo do Rêgo Barros (RJ) COORDENAÇÃO BLS – SUPORTE BÁSICO DE VIDA
Valéria Maria Bezerra Silva (PE) Aníbal Augusto Gaudêncio de Melo (PE)
Luciana Rodrigues Silva (BA) Isabel Rey Madeira (RJ)
Membros: COORDENAÇÃO DO CURSO DE APRIMORAMENTO EM NUTROLOGIA Joaquim João Caetano Menezes (SP)
Helita Regina F. Cardoso de Azevedo (BA) PEDIÁTRICA (CANP) Valmin Ramos da Silva (ES)
Patrícia Guedes de Souza (BA) Virgínia Resende S. Weffort (MG) Paulo Tadeu Falanghe (SP)
Profissionais de Educação Física: PEDIATRIA PARA FAMÍLIAS Tânia Denise Resener (RS)
Teresa Maria Bianchini de Quadros (BA) Victor Horácio da Costa Júnior (PR) João Coriolano Rego Barros (SP)
Alex Pinheiro Gordia (BA) PORTAL SBP Maria Sidneuma de Melo Ventura (CE)
Isabel Guimarães (BA) Flávio Diniz Capanema (MG) Marisa Lopes Miranda (SP)
Jorge Mota (Portugal) COORDENAÇÃO DO CENTRO DE INFORMAÇÃO CIENTÍFICA CONSELHO FISCAL
Mauro Virgílio Gomes de Barros (PE) José Maria Lopes (RJ) Titulares:
Colaborador: PROGRAMA DE ATUALIZAÇÃO CONTINUADA À DISTÂNCIA Núbia Mendonça (SE)
Dirceu Solé (SP) Altacílio Aparecido Nunes (SP) Nélson Grisard (SC)
Metodologia Científica: João Joaquim Freitas do Amaral (CE) Antônio Márcio Junqueira Lisboa (DF)
Gisélia Alves Pontes da Silva (PE) DOCUMENTOS CIENTÍFICOS Suplentes:
Luciana Rodrigues Silva (BA) Adelma Alves de Figueiredo (RR)
Cláudio Leone (SP) João de Melo Régis Filho (PE)
Pediatria e Humanidade: Dirceu Solé (SP)
Emanuel Sávio Cavalcanti Sarinho (PE) Darci Vieira da Silva Bonetto (PR)
Álvaro Jorge Madeiro Leite (CE) ACADEMIA BRASILEIRA DE PEDIATRIA
Luciana Rodrigues Silva (BA) Joel Alves Lamounier (MG)
Presidente:
João de Melo Régis Filho (PE) DIRETORIA DE PUBLICAÇÕES Mario Santoro Júnior (SP)
Transplante em Pediatria: Fábio Ancona Lopez (SP) Vice-presidente:
Themis Reverbel da Silveira (RS) EDITORES DA REVISTA SBP CIÊNCIA Luiz Eduardo Vaz Miranda (RJ)
Irene Kazue Miura (SP) Joel Alves Lamounier (MG) Secretário Geral:
Carmen Lúcia Bonnet (PR) Altacílio Aparecido Nunes (SP) Jefferson Pedro Piva (RS)

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