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PATOFISIOLOGIA
A causa desta enfermidade é desconhecida. Trata-se de um defeito imunorregulatório
que determina a produção de auto-anticorpos a antígenos nucleares e citoplasmáticos de
órgãos não específicos e a antígenos órgão-específicos. Os imunocomplexos são formados e
depositados principalmente na membrana basal glomerular, membrana sinovial, pele e vasos
sangüíneos. A injúria tecidual é causada pela ativação do complemento por imunocomplexos,
infiltração de células inflamatórias e por efeito citotóxico direto de auto-anticorpos contra
antígenos de membrana.
As manifestações clínicas dependem da localização dos imunocomplexos e
especificidade de auto-anticorpos.
SISTEMAS AFETADOS
• Músculo-esquelético: deposição de imunocomplexos nas membranas sinoviais;
• Tegumentar/Exócrino: deposição de imunocomplexos na pele;
• Renal/Urológico: deposição de imunocomplexos no glomérulo;
• Hematológico, Linfático e Imune: auto-anticorpos contra RBCs (células vermelhas),
leucócitos ou plaquetas;
• Outros sistemas orgânicos: deposição de imunocomplexos ou auto-anticorpos.
ACHADOS EM HISTÒRICO/ANAMNESE
• O início pode ser agudo ou esporádico;
• Dependem do local de deposição dos imunocomplexos e especificidade dos
anticorpos;
• As manifestações clínicas podem ser crescentes ou intermitentes, podendo mudar ao
longo do tempo;
• Letargia, anorexia, claudicação, lesões de pele e alterações comportamentais são
achados mais comuns.
DIAGNÒSTICO DA DOENÇA
O diagnóstico definitivo pode ser realizado com um resultado POSITIVO para ANA
(Anticorpo Anti-nuclear) ou FAN (Fator Anti-nuclear), testes mais sensíveis e
específicos atualmente disponíveis, ou mesmo LE Cell Test (Teste celular para Lúpus
Eritematoso) junto a 2 sinais “fortes” ou “1 sinal forte e 2 fracos”.
O diagnóstico provável é dado quando se tem resultado positivo para ANA, FAN ou LE
Cell Test em conjunto de um “sinal forte” ou “dois sinais fracos”.
DIAGNÓSTICO DIFERECIAL
O diagnóstico diferencial envolve doenças neoplásicas (através de exames
HISTOPATOLÓGICOS ou CITOLOGIA ONCÓTICA) que podem estar associadas a
complexos imunes circulantes, levando a sinais semelhantes ao LES. Além disso, deve-se
descartar doenças infecciosas, uma vez que o LES é responsivo terapeuticamente a fármacos
imunossupressores.
DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
No exame de hematologia (HEMOGRAMA COMPLETO) são observadas
alterações como anemia, leucopenia e trombocitopenia. Achados como uma leucocitose
(monocitose e neutrofilia) resultam de uma inflamação crônica. A anemia varia de moderada
não-regenerativa (exemplo: anemia resultante de doença crônica) a severa e regenerativa
(doença hemolítica).
Nas análises bioquímicas, os achados variam bastante em função dos sistemas
orgânicos afetados. A RELAÇÃO PROTEÍNA:CREATININA URINÁRIA apresenta-
se elevada (> 1,0), indicando uma proteinúria verdadeira decorrente de glomerulonefrite. Na
URINÁLISE de rotina de amostras coletadas de pacientes com anemia hemolítica, a
bilirrubinúria pode estar evidente.
A ELETROFORESE DE PROTEÍNAS séricas também é uma ferramenta
diagnóstica complementar que usualmente demonstra altas concentrações de β e γ globulinas.
Vale lembrar que o teste para detecção de ANA ou FAN, são ensaios bastante
sensíveis que complementam o diagnóstico de LES. Resultados falso-positivos em cães
podem estar associados a outras doenças infecciosas como endocardite bacteriana subaguda
e Leishmaniose Visceral Canina, portanto, trata-se de mais um diagnóstico diferencial. Para
este estão disponíveis testes sorológicos (LEISHMANIOSE ELISA+RIFI), anátomo-
patológicos (IMUNO-HISTOQUÍMICA, IMUNO-CITOQUÍMICA, PESQUISA DE
LEISHMANIA), biomoleculares (PCR), além de “Perfis Facilitadores”. Em felinos, o
diagnóstico diferencial envolve principalmente FELV e colangiohepatite.
A ANÁLISE DE LÌQUIDO SINOVIAL de pacientes com claudicação ou edema
de articulações também se torna uma ferramenta complementar no diagnóstico, onde são
encontradas alterações como alta contagem de células com predomínio de neutrófilos não
degenerados e monócitos, além da baixa viscosidade ser uma característica física comumente
encontrada. A CULTURA BACTERIANA negativa do líquido sinovial também pode
auxiliar no diagnóstico. Outros procedimentos como biopsia de pele e punção medular também
complementam o diagnóstico.
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