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, tendo
sempre recebido salário fixo no valor de R$ 1.600,00 mensais.
Diariamente dirigia o veículo com as refeições solicitadas pelos clientes, as
quais eram entregues por um ajudante. Foi dispensado imotivadamente
após dois anos de serviço. Ajuizou ação trabalhista distribuída à 99a Vara
do Trabalho de Teresina/PI pleiteando diferenças salariais decorrentes da
aplicação do piso salarial estipulado para os funcionários em bares e
restaurantes, conforme a convenção coletiva firmada pelo sindicato dos
bares e restaurantes com o sindicato dos garçons e ajudantes em bares e
restaurantes, ambos do estado do Piauí. Pleiteou salário in natura pelo
uso de veículo do empregador, o qual ficava com Renato ao longo da
semana útil, devendo deixá-lo na garagem do empregador durante o fim
de semana de folga, bem como nas férias. Por último pleiteou diferenças
salariais decorrentes de equiparação salarial com outro motorista, o qual
inicialmente trabalhava como maitre, mas por força de decisão do INSS,
por limitação física, teve sua função alterada, quando percebia R$
2.000,00 mensais. Na audiência, após a apresentação de defesa com
documentos, foram dispensados os depoimentos pessoais. A parte autora
declarou não ter outras provas. A parte ré requereu a oitiva de uma
testemunha, a qual foi indeferida pelo juiz, gerando o inconformismo da
parte ré, registrado em ata de audiência. Dez dias após o encerramento
normal da audiência, o juiz prolatou sentença de improcedência total dos
pedidos, com custas fixadas em R$ 500,00. Inconformado, Renato, 15 dias
após haver sido notificado da decisão de improcedência dos pedidos,
apresentou a medida jurídica cabível para tentar revertê-la, sem juntar
qualquer documento.
QUESTÃO: Você foi notificado como advogado(a) da empresa para
apresentar a peça prático-profissional em nome de seu cliente. Redija a
mesma apresentando os argumentos pertinentes.
RASCUNHO
II – DA PRELIMINAR DE INTEMPESTIVIDADE
O recorrente 15 dias após haver sido notificado da decisão de
improcedência dos pedidos, apresentou o seu recurso ordinário para
tentar reverter a decisão. Ocorre que, interpôs o mesmo fora do prazo
legal de oito dias conforme art. 1º, § 2º da Instrução Normativa 39/2016
do TST combinado com o art. 895, I da CLT. Desta forma, requer o
acolhimento da preliminar de intempestividade para que o recurso
ordinário interposto não seja conhecido.
III – DA PRELIMINAR DE DESERÇÃO
O recorrente ao interpor o seu recurso não juntou qualquer
documento, o que significa dizer que houve deserção pelo não pagamento
das custas processuais, nos termos do art. 789, II e § 1º da CLT, pois não
era beneficiário da gratuidade de justiça e houve decisão julgando
totalmente improcedente os pedidos formulados. Desse modo, requer o
acolhimento da preliminar de deserção não conhecendo o recurso
interposto.
IV – DA PRELIMINAR DE NULIDADE POR CERCEAMENTO DE DEFESA
O recorrido requereu a oitiva de uma testemunha, a qual foi
indeferida pelo juiz, gerando o inconformismo e o registro em ata de
audiência. Claramente o magistrado feriu o art. 5º, LV da CF/88 cerceando
o direito da empregadora, uma vez que não concedeu o contraditório e a
ampla defesa. Sendo assim, caso o recurso ordinário interposto seja
julgado provido, requer o acolhimento da preliminar em questão
declarando a nulidade da decisão e o retorno dos autos à Vara de origem
para nova instrução e julgamento.
MÉRITO
V – DIFERENÇAS SALARIAIS
O recorrente pleiteou diferenças salariais decorrentes da aplicação
do piso salarial estipulado para os funcionários em bares e restaurantes,
conforme a convenção coletiva firmada pelo sindicato dos bares e
restaurantes com o sindicato dos garçons e ajudantes em bares e
restaurantes, ambos do estado do Piauí. O juiz “a quo” julgou o pleito
improcedente em sua sentença de forma brilhante, pois o recorrente é
motorista, portanto, categoria diferenciada, não devendo ser aplicada a
convenção coletiva utilizada, nos termos do art. 511, § 3º da CLT
combinado com a súmula 374 do TST. Desse modo, requer o
improvimento do recurso e a manutenção da sentença no tocante ao
pleito.
VI – DO SALÁRIO “IN NATURA”
Pleiteou salário “in natura” pelo uso de veículo do empregador, o
qual ficava com o recorrente ao longo da semana útil, devendo deixá-lo na
garagem do empregador durante o fim de semana de folga, bem como
nas férias. Ora, Doutos Julgadores, a súmula 367, I do TST informa
claramente que o veículo indispensável para a prestação dos serviços não
tem natureza salarial, então, o pedido de reforma do recorrente não deve
prosperar, devendo a sentença de primeiro grau ser mantida em seus
exatos termos.
VII – DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL
Ainda pleiteou diferenças salariais decorrentes de equiparação
salarial com outro motorista, o qual inicialmente trabalhava como maitre,
mas por força de decisão do INSS, por limitação física, teve sua função
alterada, quando percebia R$ 2.000,00 mensais. Outro pleito que não
merece reforma, pois segundo o art. 461, § 4º da CLT o empregado
readaptado não serve como paradigma. Sendo assim, requer o
improvimento do recurso.
VIII – DOS PEDIDOS
Pelo exposto requer:
1- O acolhimento das preliminares de intempestividade e deserção para
que o recurso ordinário interposto não seja conhecido;
2- O acolhimento da preliminar de nulidade por cerceamento de defesa,
caso o recurso venha a ser provido;
3- O conhecimento das contrarrazões para que o recurso ordinário
interposto seja julgado improvido e a sentença “a quo” mantida em seus
exatos termos.
Pede deferimento.
Local e data
Advogado/OAB