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Claudio Vinicius Araujo de Souza

Fernanda Vandriele Pereira Lima

IMPACTO DA CIÊNCIA NA SOCIEDADE

PAULO AFONSO - BAHIA

2022
Claudio Vinicius Araujo de Souza
Fernanda Vandriele Pereira Lima

IMPACTO DA CIENCIA NA SOCIEDADE

Texto acadêmico a ser apresentado à disciplina


Epistemologia da Ciência, como parte do processo
avaliativo, sob a orientação da docente Josilda B. Lima M.
Xavier.

PAULO AFONSO - BAHIA

2022
1.Introdução

“Ora, eu sustento que as teorias científicas nunca são


inteiramente justificáveis ou verificáveis, mas que, não
obstante, são suscetíveis de se verem submetidas a
prova. Direi, consequentemente, que a objetividade dos
enunciados científicos reside na circunstância de eles
poderem ser intersubjetivamente submetidos a teste;”
(Popper,K. 2016)

A sustentação de Popper é de excelente valia para explicar a derrocada


a qual pudemos aferir em relação ao papel que os testes de Qi
cumpriram desde de sua organização e publicação, até se observar um
amadurecimento no trato científico com um ímpar impacto após o
lançamento do texto Estruturas da Mente – A teoria das inteligências do
escritor Howard Gardner; Já no prefácio de sua obra magistral, ele nos
apresenta sua interpretação sobre o que entende por inteligência, onde
“Uma inteligência é a capacidade de resolver problemas ou de criar
produtos que sejam valorizados dentro de um ou mais cenários culturais.
Observe que nada se disse aqui sobre as fontes destas habilidades ou
sobre os meios adequados para "testar" estas capacidades”, a partir
dessa reflexão já se observa uma aproximação no campo da Psicologia
na Educação com os conceitos da biopsicologia e das teorias da
psicomotricidade.

Enfrentado os dilemas do período onde se tinha uma exacerbação


acerca da centralidade dos testes de Qi no conjunto de validações
científicas sobre a inteligência humana, hoje, nos deparamos com um
avanço substancial nos critérios e métodos de aferições, graças ao
processo de inclusão de outras construções científicas das diferentes
áreas. Superado esse momento histórico das ciências, temos como
premissas hoje trabalhos científicos alicerçados em um conjunto de
experimentos que possuem a capacidade de serem reproduzidos,
trazendo a si, uma robustez de dados e de resultados possibilitando
comparações entre pares. Destituída enquanto única mensuração
possível acerca das potencialidades humanas em cognição e
criatividade, restou, a umas das mais retrógradas marcas de um período
histórico na ciência carregado de racismo e capacitismo, ser
reproduzida por institutos que não amadureceram suas práticas e
tendem a serem meros reprodutores de um já falecido método avaliativo.
2.Desenvolvimento

“A história me mostra um caminho, e apenas um, pelo qual um alto estado de


civilização foi produzido, ou seja, a luta de raça com raça e a sobrevivência da
raça física e mentalmente mais apta”(pág 4) afirma Pearson, dando sua defesa
para o genocídio ocorrido na segunda guerra. Sob essa ótica, torna-se possível
perceber que, infelizmente, há ideologias perigosas que são propagadas em
nome da ciência e do avanço. Ciências produzidas com certos
“posicionamentos“ acarretam em um impulso maior para terceiros criarem
formas de usarem os produtos e falas como base para desculpas por ações
com cunho preconceituoso, por exemplo. Como foi o caso da eugenia adotada
pela sociedade com a justificativa das “ Leis da herança “ de Mendel, tendo sido
usada não só para a desculpa de eugenismo como também para superioridade
de elite e raças dominantes. É aí que mora o perigo, porque a ciência tem o
maior peso no processo social, ou seja, tudo que a ciência faz têm ação direta
no corpo social.

Com isso, também se torna necessário lembrar do dogmatismo da federação,


que sempre esteve presente e ativo. A crença fiel e sem questionamento acaba
por nem evoluir e nem retroceder, mas sim estagnar. A necessidade de
comprometimento com a ciência e com o corpo social deve prevalecer para que
casos como a proporção das ideias eugênicas não se repitam.

3.Conclusão

Logo podemos concluir que o carácter resiliente a qual se expressam as


marcas de uma ciência anticientífica, a serviço da dominação e da exploração,
só será rompido mediante o aprofundamento da democratização universal da
educação, da superação do status colonial e do surgimento de um pleno
desenvolvimento humano calcado na premissa de que “o desenvolvimento dos
indivíduos, em todos os sentidos, supõe que um novo ser social se expresse
numa nova consciência social, novas ideias e uma nova ordem de valores”
(Iasi, M. 2007).
REFERÊNCIAS

Popper, K. R. A Lógica da Pesquisa Científica. Trad. Mota O. e. Hegenberg


L. São Paulo: Cultrix, 1972

Iasi, M. Ensaios sobre consciência e emancipação. Rio de Janeiro:


Expressão Popular, 2007

Gardner, H. Estruturas da Mente: A Teoria das Inteligências Múltiplas.


Porto Alegre: Artmed, 1994

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