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Claretiano Centro Universitário

Graduação em Enfermagem

Tutora Sueli Aparecida de Castro


Aluno Soraya de Oliveira César de Oliveira RA 8032242

Projeto de Prática Ciclo 3

Polo BH
2019
O Aluno deverá:
1) Descrever as ações desenvolvidas pela equipe de atenção básica.
A Enfermagem psiquiátrica está fundamentada no relacionamento
interpessoal enfermeiro- paciente, por meio do qual são observados os
aspectos biopsicossociais do ser humano. No aspecto biológico, a
enfermagem observa os efeitos colaterais da medicação e acompanha a saúde
geral do jovem paciente e de sua família. No campo psicossocial, pode
envolver-se em diversas atividades, tais como a visita domiciliária, a
coordenação de grupos de pacientes em oficinas e outros temas. A promoção
do acesso do paciente e família aos recursos da comunidade pode contribuir
para o processo de reabilitação do doente e da família. O cuidado de
enfermagem, com enfoque no sistema familiar, tem-se mostrado bastante útil
por permitir observar os aspectos biopsicossociais do paciente e de sua
família e contribuir para uma melhor articulação do grupo com a
comunidade. O enfermeiro, pode também, ajudar o portador de esquizofrenia
ou outros transtornos psicóticos e seus familiares a identificar e manejar
sintomas de recaídas, pois esse conhecimento contribuirá para diminuir o
número e a gravidade dos episódios, e as internações poderão ser de número
menor ou menor extensão.

A abordagem terapêutica para os transtornos do humor baseia-se na


farmacoterapia, tratamento psicoterápico (individual e coletivo), terapia
comportamental, terapia familiar e relacionamento terapêutico .Nos quadros
depressivos ,o planejamento e a implementação do cuidado de enfermagem
devem basear-se nas características clínicas apresentadas por cada portador
de transtorno depressivo ,identificadas por meio de observação constante no
relacionamento enfermeiro -cliente ,com o objetivo de melhorar e atender
suas necessidades .O enfermeiro deve mostrar-se interessado pelo
paciente ;às vezes ,a simples presença do profissional indica que a pessoa é
vista como alguém de valor. Recomenda-se também para os transtornos de
humor, a sistematização da assistência para a prestação de cuidados de
enfermagem. Usa-se uma abordagem de resolução de problemas que passou
a ser aceita como a metodologia para o cuidado de enfermagem. A
sistematização compõe-se das etapas :avaliação, diagnóstico, identificação
de problemas planejamento, prescrição, implementação ou intervenção e
evolução. É um processo contínuo, em que o enfermeiro e a pessoa sob seus
cuidados devem ter interações dirigidas às modificações das respostas físicas
ou comportamentais, atendendo às suas necessidades e melhorando sua
qualidade de vida.

2)Realizar uma entrevista com um enfermeiro da atenção básica e levantar quais são as
ações que os profissionais do serviço e especificamente os enfermeiros realizam para
estabelecer o vínculo e o cuidado, junto ao portador.

Algumas ações que podem ser realizadas por todos os profissionais da Atenção Básica,
nos mais diversos dispositivos de cuidado em saúde mental:

• Proporcionar ao usuário um momento para pensar/refletir.

• Exercer boa comunicação.

• Exercitar a habilidade da empatia.

• Lembrar-se de escutar o que o usuário precisa dizer.

• Acolher o usuário e suas queixas emocionais como legítimas.

• Oferecer suporte na medida certa; uma medida que não torne o usuário
dependente e nem gere no profissional uma sobrecarga.

• Reconhecer os modelos de entendimento do usuário.

O cuidado que dá certo em saúde mental

As intervenções em saúde mental devem promover novas possibilidades de modificar e


qualificar as condições e modos de vida, orientando-se pela produção de vida e de saúde
e não se restringindo à cura de doenças. Isso significa acreditar que a vida pode ter
várias formas de ser percebida, experimentada e vivida. Para tanto, é necessário olhar o
sujeito em suas múltiplas dimensões, com seus desejos, anseios, valores e escolhas. Na
Atenção Básica, o desenvolvimento de intervenções em saúde mental é construído no
cotidiano dos encontros entre profissionais e usuários, em que ambos criam novas
ferramentas e estratégias para compartilhar e construir juntos o cuidado em saúde.

Os profissionais de Saúde realizam diariamente, por meio de intervenções e ações


próprias do processo de trabalho das equipes, atitudes que possibilitam suporte
emocional aos pacientes em situação de sofrimento. Serão apresentadas e desenvolvidas
algumas destas atitudes. Apresentaremos duas delas:

O profissional de Saúde como um interlocutor para a pessoa em sofrimento


Não raramente, os profissionais oferecem atenção e tempo para a escuta, o que permite
um espaço de desabafo para o paciente. A atitude de desabafar e de escutar o desabafo é
comum no dia a dia de muitas pessoas, independentemente de elas exercerem um ofício
profissional relacionado à saúde. Por ser considerada uma prática do senso comum e
não uma técnica específica do profissional de Saúde, a oferta para escutar atentamente o
desabafo pode parecer algo menor se comparado a outras condutas técnicas. Contudo,
essa desvalorização do espaço para a escuta não invalida sua importância e potência,
principalmente no trabalho na Atenção Básica. É uma primeira ferramenta a ser
utilizada pelo profissional de Saúde para que o paciente possa contar e ouvir o seu
sofrimento de outra perspectiva, por intermédio de um interlocutor que apresenta sua
disponibilidade e atenção para ouvir o que ele tem a dizer. A partir dessa aposta,
entendemos que o usuário encontrará no profissional de Saúde uma pessoa interessada
por sua vida e em lhe ajudar. Na medida em que a unidade de Atenção Básica e seus
trabalhadores consigam oferecer o cuidado em saúde ao longo do tempo, torna-se
possível fortificar uma relação de vínculo, e então têm-se maiores condições de ouvir do
usuário aquilo que ele tem a nos contar.

Por vezes o usuário não se dá conta da relação de seus conflitos e seus sofrimentos com
aquilo que ele fala, pensa ou faz. Ter o profissional de Saúde da Atenção Básica como
um interlocutor pode ser uma via para lidar com esses sofrimentos cotidianos, muitas
vezes responsáveis por somatizações ou complicações clínicas. O exercício de narrar
seus sofrimentos, ter a possibilidade de escutar a si mesmo enquanto narra, além de ser
ouvido por um profissional de Saúde atento, por si só, já pode criar para o usuário
outras possibilidades de olhar para a forma como se movimenta na vida e suas escolhas,
além de também ofertar diferentes formas de perceber e dar significado aos seus
sofrimentos. Outras vezes, caberá ao profissional de Saúde, a partir daquilo que ouviu
ou percebeu, devolver ao paciente algumas ofertas para lidar com situações que
aumentam o sofrimento. A segurança para realizar estas orientações virá do vínculo
produzido com o usuário ao longo do tempo. Cabe destacar que isso é possível
justamente porque o profissional de Saúde se dispôs e soube se colocar como este
interlocutor.

A potência do acolhimento

O acolhimento realizado nas unidades de Saúde é um dispositivo para a formação de


vínculo e a prática de cuidado entre o profissional e o usuário. Em uma primeira
conversa, por meio do acolhimento, a equipe da unidade de Saúde já pode oferecer um
espaço de escuta a usuários e a famílias, de modo que eles se sintam seguros e
tranquilos para expressar suas aflições, dúvidas e angústias, sabendo então que a UBS
está disponível para acolher, acompanhar e se o caso exigir, cuidar de forma
compartilhada com outros serviços.
Estes encontros com os usuários oferecem ao profissional a possibilidade de conhecer as
demandas de saúde da população de seu território. Com este conhecimento, a equipe de
Saúde tem como criar recursos coletivos e individuais de cuidado avaliados como os
mais necessários ao acompanhamento e ao suporte de seus usuários e de sua
comunidade. No campo da Saúde Mental, temos como principais dispositivos
comunitários os grupos terapêuticos, os grupos operativos, a abordagem familiar, as
redes de apoio social e/ou pessoal do indivíduo, os grupos de convivência, os grupos de
artesanato ou de geração de renda, entre outros. Estes dispositivos também podem ser
úteis na abordagem de problemas de saúde de outros campos.
Todos os dispositivos acima fazem parte das estratégias de enfrentamento no âmbito da
saúde básica, que conta com diversos tipos de transtornos mentais desde os mais leves,
aos agudos que devem ser encaminhados à unidades de saúde qualificadas para o devido
atendimento.
Dentre os quais transtornos podemos citar alguns como ansiedade, perturbações
depressivas, pânico, somatização, estresse, esquizofrenia, abuso de álcool e drogas,
psicose afetiva entre outros.
A profissional de saúde entrevistada nos relatou que uma vez por mês é realizada uma
reunião com os profissionais da unidade básica de saúde, com o propósito de se discutir
qual a melhor forma de lidar com as pessoas usuárias do sistema de saúde, que chegam
acometidas com variados tipos de sofrimento mental.
O nome da profissional de saúde entrevistada é Dédima de Souza Azeredo registro
no Coren - Mg 000410276.
A Unidade Básica de Saúde pesquisada foi Centro de Saúde João XX lll Vila Oeste
situado a rua Toledo ,481 Vila Oeste BH -MG

Bibliografia: Caderno Referência Claretiano- Enfermagem Psiquiátrica e Saúde Mental


bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cadernos_atencao_basica_34_saude_mental.pdf

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