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Apresentação
Nesta aula, faremos uma introdução ao Direito Sucessório, abordando de forma teórica e prática sua abrangência, seus
princípios e suas características mais relevantes. Apresentaremos os principais questionamentos sobre a sucessão
patrimonial post
mortem, tais como o local da abertura da sucessão e a lei aplicável à sucessão em uma eventual situação
de conflito aparente de normas.
Nesse contexto, a análise da jurisprudência e da doutrina especializada sobre o tema colaborará para uma adequada
compreensão e aplicação do Direito pelo seu operador.
Objetivos
Entender as principais características do Direito Sucessório;
Assimilar as principais questões polêmicas sobre a parte geral do Direito das Sucessões.
Conceito de Direito Sucessório
O evento morte marca o fim da personalidade jurídica da
pessoa natural. Devemos lembrar, contudo, que os direitos
da personalidade (tais como o respeito à honra e à imagem
da pessoa humana) podem ser projetados para além da
vida
física do indivíduo – em razão do efeito post mortem
dos direitos da personalidade. Entretanto, em relação aos
bens de titularidade do indivíduo, após a sua morte, o seu
patrimônio é transferido de imediato para os seus
sucessores,
independentemente de qualquer formalidade,
como a abertura do testamento ou a instauração do
procedimento de inventário. Tal ficção jurídica ocorre pelo
denominado
Droit
de Saisine, que será estudado ainda nesta
aula. Fonte: Por Twin Design /
Shutterstock.
Qual seria o local para a instauração do processo ou
Quais seriam os bens sujeitos à partilha e como seriam
procedimento administrativo de inventário? partilhados?
A companheira herda assim como a esposa, em igualdade
de tratamento?
Algumas dessas perplexidades serão tratadas nesta aula e outras no decorrer da disciplina.
No que consiste o Direito Sucessório?
Sobre o tema, vejamos a precisa explicação de Gagliano e Pamplona Filho (2019):
O Direito Sucessório, portanto, está diretamente ligado ao direito de propriedade, possuindo o direto à sucessão aberta, status
de norma constitucional fundamental, previsto no Art. 5º,
XXX e XXXI, da Constituição Federal de 1988 (CF/88):
Testamentária
Prevista nos Arts. 1.857 a 1.990 do CC, de 2002.
Vejamos, agora, uma importante classificação sobre a sucessão hereditária, que se refere ao conjunto de bens deixados pelo
autor da herança. Assim, a sucessão hereditária também pode ser dividida em:
1/2 1
Sucessão hereditária universal Sucessão hereditária singular
Quando o herdeiro recebe uma fração, ou seja, uma quota- Quando o legatário (sucessor a título singular) recebe um
parte da herança ou mesmo quando recebe toda a herança. bem ou direito determinado.
Exemplo
Se João, já viúvo e pai de um ou mais filhos, falece, deixando patrimônio, essa propriedade imediatamente é transferida para
seu(s) filho(s), pelo direito de Saisine. No caso de João ter mais de um filho, estes herdarão, cada qual,
a sua quota-parte. Se
tiver apenas um filho, este herdará todo o patrimônio. Em ambos os casos, haverá a sucessão universal. Todavia, se João tiver
deixado um de seus bens (uma casa, por exemplo) para Felipe, seu sobrinho,
este será legatário do referido bem, ou seja,
haverá a sucessão a título singular. Com isso, percebe-se que há dois tipos de sucessores: os herdeiros universais (que
sucedem a título universal) e os legatários (que sucedem
a título singular).
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Com 22% da população mundial utilizando mídias sociais e 1,86 bilhão de usuários ativos, falar sobre planejamento
sucessório e herança digital se tornou a ordem do dia.
Isso porque hoje, além da preocupação ordinária acerca da possibilidade de disposição do patrimônio em vida (forma
mais econômica, prática e menos conflituosa de partilha entre eventuais herdeiros), há uma preocupação quanto ao
patrimônio virtual, seja ele suscetível de valoração econômica, tal como as moedas virtuais, ou não economicamente
valorável, se observado o patrimônio sentimental acumulado, tais como fotografias e filmagens armazenadas na
nuvem, posts e mensagens trocadas nas redes sociais, e-books colecionados, games, filmes etc.
E a despeito de o direito à herança ter sido alçado como direito fundamental pela Constituição Federal, empresas de
tecnologia, provedores de conexão, de conteúdo, hospedagem, dentre outros, não sabem lidar — ao menos de forma
clara e transparente para com o usuário e terceiros — com o destino de ativos digitais de pessoas falecidas ou
incapacitadas.
No caminho de uma evolução, redes sociais como o Facebook já disponibilizam ferramentas de gerenciamento de
conta que permitem a indicação em vida de herdeiros, bem como a enumeração expressa da permissão ou não para
que estes
tenham acesso a dados e procedam à exclusão da conta.
Além disso, já se tem disponível pelo Facebook um aplicativo chamado If I Die, que permite aos usuários deixar uma
mensagem póstuma a ser publicada em sua página.
No entanto, muito se tem questionado se a proteção do interesse e a vontade do usuário na rede deve prevalecer após
sua morte. Seria esse acervo virtual um patrimônio a ser transmitido aos herdeiros ou preservado segundo a vontade
do falecido?
Fazer valer a vontade do falecido, seja através das ferramentas típicas da era da informação (testamento virtual) ou
através do legado “real”, que enfrenta um longo processo de abertura de inventário, é um desafio e merece reflexão.
As cortes de Justiça brasileiras já foram instadas a decidir em casos concretos se permitiam ou não o acesso a perfis,
contas de e-mails etc. Por vezes, a solicitação era para que determinado perfil e/ou conta fosse excluída, e
inúmeras
outras vezes, para que a sua manutenção fosse determinada, com liberação do acesso pelos herdeiros não
identificados e/ou já designados virtualmente, havendo uma certa consonância no entendimento, a despeito das
poucas
decisões, de que os bens analógicos e digitais devem ser tratados da mesma forma que os reais,
materialmente tangíveis.
A Justiça de Mato Grosso do Sul, por exemplo, determinou que o Facebook tirasse do ar a página da jornalista Juliana
Ribeiro Campos, 24 anos, que morreu em maio de 2012 por complicações após uma endoscopia. A decisão
estabeleceu
prazo de 48 horas, a partir da notificação, para cumprimento da ordem e atendeu a uma ação aberta pela
mãe da jovem, a professora Dolores Pereira Ribeiro, 50 anos.
Em outros países, as cortes de Justiça divergem, tendo por exemplo a corte alemã rejeitado pedido de uma mãe para
ter acesso à conta de Facebook de sua filha, morta em 2012. Na segunda instância, a corte de Berlim reformou a
decisão
anterior, pronunciando que o direito de privacidade nas telecomunicações se estende ao mundo digital e que a
privacidade da menina não deveria ser violada. Nesse caso, declarou-se que o direito à privacidade se sobrepunha ao
direito de herança.
Na prática, não há lei clara sobre o tema, mas existem dois projetos de lei em tramitação na Câmara dos Deputados
que buscam regular tais fatos da vida virtual que em muito causam transtornos na vida real: o Projeto de Lei
8.562/2017,
que está aguardando votação na Câmara dos Deputados, e o Projeto de Lei 4.099/2012, que já foi
aprovado na Câmara dos Deputados e encaminhado ao Senado para apreciação.
O segundo projeto (PL 4.099/2012), mais simplista, apenas diz o óbvio para aqueles que tratam o patrimônio digital
com identidade ao real, ou seja, que deverão ser transmitidos aos herdeiros todos os conteúdos de contas e arquivos
digitais de titularidade do autor da herança.
Já o primeiro projeto (PL 8.562/2017) buscou não somente definir o que seria herança digital, ao propor o acréscimo
do artigo 1797-A ao Código Civil, mas, também, o que poderia ser transmitido (senhas, redes sociais, contas da
internet, qualquer bem e serviço virtual ou digital), caso não haja disposição em contrário do falecido com capacidade
para testar, bem como os poderes do herdeiro na gerência de tal herança.
Mas a pergunta que ainda permanece nesses casos é: quanto ao legado digital do falecido, este pode ser
disponibilizado, transferido, mesmo que contenha dados e informações de outros usuários?
O usuário falecido certamente trocou inúmeras mensagens, compartilhou dados com terceiros que muitas vezes
também terão a sua esfera individual, mesmo que virtual, invadida, caso o acesso a herdeiros seja liberado e
legalmente
autorizado.
Como tratar o efeito desses acessos e definir eventuais limites? Aplicar-se-ia a já existente legislação de proteção à
honra, imagem e intimidade, inclusive a terceiros, cuja esfera individual restar violada pelo acesso de herdeiros
a
conteúdo antes preservado entre partes?
Nestes novos tempos, no mínimo interessantes, não podemos simplesmente transformar direitos adquiridos a
expectativas de direitos, muito menos tornar virtual norma constitucional real que bem protege a privacidade dos
indivíduos
de forma geral.
A necessidade de inclusão dos bens digitais dos indivíduos na herança é indiscutível, no entanto, em tempos de rápida
evolução — ao menos até que a geração Z ou os nativos digitais fiquem para trás — deve-se tratar com seriedade
os
efeitos que as interferências dos atos virtuais podem causar na vida real. (CÉSAR, 2018.)
Atividade
1. (DPE/RS 2011 - FCC - DEFENSOR PÚBLICO DE CLASSE INICIAL) Assinale a alternativa que contém a afirmação correta em
relação ao assunto indicado: Direito das Sucessões:
a) Na sucessão
universal, o direito de propriedade imobiliária transmite-se quando do registro dos
formais de partilha no Ofício do
Registro de Imóveis.
b) Conforme regra
expressa do Código Civil, são herdeiros necessários os descendentes, os ascendentes,
os cônjuges e os
companheiros.
c) O testador não
pode, mesmo justificando, estabelecer cláusula de impenhorabilidade sobre os bens da
legítima.
d) O direito de
representação, no Direito Sucessório, dá-se apenas na linha reta descendente e
ascendente.
e) O
prazo de decadência para anular disposição testamentária inquinada de coação é de
quatro anos, contados de quando o
interessado tiver conhecimento do vício.
Portanto, a base legal deste instituto está no Art. 1.784 do CC/2002, que assim inaugura o Livro V do Código Civil de 2002, o
qual trata do Direito Sucessório: “Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde
logo, aos herdeiros legítimos e
testamentários”.
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Cinge-se a questão em saber se o compossuidor que recebe a posse em razão do princípio
saisine tem direito à
proteção possessória contra outro compossuidor. Inicialmente, esclareceu o Min. Relator que, entre os modos de
aquisição de posse, encontra-se o ex
lege, visto que, não obstante a caracterização da posse como poder fático sobre
a coisa, o ordenamento jurídico reconhece, também, a obtenção desse direito pela ocorrência de fato jurídico – a
morte do autor da herança –, em virtude do princípio
da saisine, que confere a transmissão da posse, ainda que
indireta, aos herdeiros independentemente de qualquer outra circunstância. Desse modo, pelo mencionado princípio,
verifica-se a transmissão da posse (seja ela direta
ou indireta) aos autores e aos réus da demanda, caracterizando,
assim, a titularidade do direito possessório a ambas as partes. No caso, há composse do bem em litígio, motivo pelo
qual a posse de qualquer um deles pode ser
defendida todas as vezes em que for molestada por estranhos à relação
possessória ou, ainda, contra ataques advindos de outros compossuidores. In casu, a posse transmitida é a civil (Art.
1.572 do CC/1916), e não a
posse natural (Art. 485 do CC/1916). Existindo composse sobre o bem litigioso em razão
do droit de saisine é direito do compossuidor esbulhado o manejo de ação de reintegração de posse, uma vez que a
proteção à posse
molestada não exige o efetivo exercício do poder fático – requisito exigido pelo tribunal de origem. O
exercício fático da posse não encontra amparo no ordenamento jurídico, pois é indubitável que o herdeiro tem posse
(mesmo
que indireta) dos bens da herança, independentemente da prática de qualquer outro ato, visto que a
transmissão da posse dá-se ope legis, motivo pelo qual lhe assiste o direito à proteção possessória contra eventuais
atos de turbação ou esbulho. Isso posto, a Turma deu provimento ao recurso para julgar procedente a ação de
reintegração de posse, a fim de restituir aos autores da ação a composse da área recebida por herança. Precedente
citado:
REsp 136.922-TO, DJ 16/3/1998. REsp 537.363-RS, Rel. Min. Vasco Della Giustina (Desembargador
convocado do
TJ-RS), julgado em 20/4/2010.
Princípio da Territorialidade
Pelo Princípio da Territorialidade, e nos exatos termos do
Art. 1.785 do
CC/2002, “a sucessão abre-se no lugar do
último domicílio do falecido”. Tal princípio possui extrema
relevância, principalmente no campo do Direito Processual,
pois, em razão desse princípio, por exemplo, pode-se saber
qual será o foro
competente para a distribuição da ação de
inventário e partilha, de arrolamento de bens ou, ainda, do
pedido de alvará judicial, medidas que serão analisadas
ainda no módulo de Direito Sucessório.
Norma que também guarda relevância com o Princípio da Territorialidade se encontra no Art. 10 do Decreto-lei nº 4.657 (Lei de
Introdução às Normas de Direito Brasileiro), de 1942:
Pelo § 1º do dispositivo, bem como pelo já visto inciso XXXI do Art. 5º da CRFB, há uma regra que deve ser considerada em
eventual conflito aparente de normas:
Este princípio estabelece que o herdeiro não responderá por débitos que ultrapassem o patrimônio da herança. Ou seja, o
sucessor, não aceitando a herança por ter percebido que o patrimônio deixado é superado pelas
dívidas do monte, não será
economicamente penalizado, conforme disposto no Art. 1.792 do CC/2002:
Antes de a codificação civilista surgir no Brasil, bem como no direito romano, o herdeiro poderia ser responsabilizado pelas
dívidas deixadas pelo autor da herança. Tal herança era denominada de “herança danosa” ou, ainda, de “herança
maldita”
(GAGLIANO; PAMPLONA FILHO, 2019).
Princípio da Temporariedade
Podemos extrair o Princípio da Temporariedade da Sucessão com base na análise do Art. 1.787 do CC/2002, que
assim dispõe: “Regula a sucessão e a legitimação para suceder a lei vigente ao tempo da abertura daquela”.
Portanto, a lei aplicável à sucessão será a vigente no momento da abertura da sucessão, ou seja, no momento da
morte do autor da herança (
Droit de Saisine).
Pelo referido princípio, a vontade do titular originário do patrimônio (de cujus) deverá ser respeitada sempre que tiver sido
manifestada, desde que dentro dos limites impostos pela lei.
Terminaremos nossa primeira aula com a seguinte reflexão do jurista Paulo Lôbo (em entrevista ao Instituto Brasileiro de
Direito da Família – IBDFAM) sobre as novas perspectivas para o Direito das Sucessões:
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Minha fala vai na contramão da doutrina dominante sobre o tema”. O jurista Paulo Lôbo, diretor nacional do IBDFAM,
inicia sua palestra: “Direito Constitucional à herança, Saisine e liberdade de testar” no IX Congresso Brasileiro
de Direito
de Família, chamando a atenção para o fato de que a grande transformação do Direito das Sucessões é a mudança do
foco milenar no autor da herança para o herdeiro. Paulo Lôbo explica que as transformações são o reflexo
das
mudanças havidas nas relações de famílias. “Somente em 1907 a mulher foi considerada herdeira e na terceira
posição. Hoje, o cônjuge, além de herdeiro, foi alçado a herdeiro necessário e foi alçado também a outro tipo de
herança que é a concorrente”, relata.
O jurista explica que o único dispositivo da Constituição que trata da Sucessão estabelece uma regra simples que
garante o direito à herança. A regra da igualdade dos herdeiros se orienta a partir de dois fatores que ligam seus
fins
sociais: a proibição de suprimir esses direitos e a garantia ao herdeiro. “O Princípio da Dignidade da Pessoa humana, a
regra da igualdade de todos os filhos independente da origem. Não há consistência para o Código Civil
de 2002 que
distingue filhos unilaterais e bilaterais. Essa regra é incoerente ao princípio Constitucional. Só podemos interpretar o
Direito Sucessório tendo presente sua função social”.
Para Paulo Lôbo, a saisine brasileira não tem paralelo no mundo, já que com a transmissão automática dos bens para
os seus herdeiros quase nunca a vacância. “Sempre há um herdeiro e no final da linha está a Fazenda pública. Alguns
autores dizem, inclusive, que a Fazenda também é herdeira. O autor não é mais senhor do texto dos herdeiros. A
ampliação dos herdeiros necessários limita a liberdade do testador. Eu entendo que a sucessão testamentária não
deveria ter necessidade de se submeter ao inventário judicial se todos são capazes. Ainda há muitos desafios como
desvincular a sucessão concorrente e uniformizar o tratamento sucessório entre cônjuge e companheiro. Não faz
sentido essa distinção discriminatória, resíduo do preconceito com o concubinato no passado”, afirma. (LÔBO, 2013)
Atividade
2. (IADES - 2018 - IGEPREV-PA - Técnico Previdenciário A) Suponha que Miriam é viúva e que tem dois filhos, Amanda e Wiliam,
maiores de 18 anos de idade, plenamente capazes, com renda própria da qual tiram o respectivo sustento.
Considerando essa
situação, é correto afirmar que, caso Miriam faça um testamento:
a) Poderá dispor da
totalidade da herança, tendo em vista que os filhos são maiores de idade e possuem
renda suficiente para o
sustento, não havendo que se falar em mínimo obrigatório
resguardado.
b) Não poderá dispor
do próprio patrimônio, pois, com a existência de herdeiros necessários, é defeso que
seja feito testamento.
c) Só
poderá dispor de metade da herança, haja vista que existem herdeiros necessários.
d) Só poderá dispor
de 2/3 da herança, haja vista que existem herdeiros necessários.
e) Só poderá dispor
de 1/3 da herança, considerando que existem herdeiros necessários.
3. (FCC - 2018 - DPE - AM - Defensor Público) Em relação ao Direito Sucessório:
a) A sucessão
abre-se
no lugar do falecimento do autor da herança.
b) Havendo
herdeiros,
de qualquer natureza, o testador só poderá dispor de metade da herança.
c) O
herdeiro não responde por encargos superiores às forças da herança; incumbe-lhe,
porém, a prova do excesso, salvo se houver
inventário que a escuse, demostrando o
valor dos bens herdados.
d) Aberta a
sucessão,
a herança transmite-se com a propositura do pedido de arrolamento ou de inventário,
tanto dos herdeiros
legítimos como dos testamentários.
e) Legitimam-se a
suceder somente as pessoas já nascidas no momento da abertura da sucessão, pela
inexistência de direito
adquirido às que tenham sido apenas concebidas na ocasião.
4. (CESPE - 2018 - TJ-CE - Juiz Substituto) Conforme classificação doutrinária, a herança, antes da formalização da partilha,
pode ser considerada um bem de indivisibilidade:
a) Convencional e
uma
universalidade de fato.
b) Convencional e
uma
universalidade de direito.
c) Legal
e uma universalidade de direito.
d) Legal e uma
universalidade de fato.
e) Natural e uma
universalidade de direito.
a) Na comarca em que
se realizar o inventário, deferindo-se a herança como um todo unitário, ainda que
vários sejam os herdeiros, por
isso, cada um deles é legitimado isoladamente para
reclamar a restituição de bens da herança que se encontrem na posse de
terceiros.
b) No lugar em que
ocorrer o óbito, deferindo-se a herança como um todo unitário, ainda que vários
sejam os herdeiros, e, nesse caso,
a ação de petição de herança pode ser intentada
por um só deles.
c) No lugar em que
ocorrer o óbito, deferindo-se a herança como bem divisível em tantos quantos forem
os herdeiros, cada qual
sendo legitimado para intentar ação de petição de herança de
sua cota-parte.
d) No
lugar do último domicílio do falecido, deferindo-se a herança como um todo unitário,
ainda que vários sejam os herdeiros, e,
nesse caso, a ação de petição de herança
pode ser intentada por um só deles.
e) Na comarca em que
se realizar o inventário, deferindo-se a herança como um todo unitário, ainda que
vários sejam os herdeiros,
mas, nesse caso, a ação de petição de herança só pode ser
intentada por todos em conjunto.
Referências
GAGLIANO, Pablo Stolze; PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil:
contratos. Volume 4. Tomos I e II. 2. ed. São
Paulo: Saraiva, 2019.
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: direito das sucessões. Volume 7. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
LÔBO, Paulo. Novas perspectivas para o Direito das Sucessões: entrevista [21 nov.
2013]. Minas Gerais: IBDFAM. Entrevista
concedida à Assessoria de Comunicação.
QUINTELLA, Felipe; DONIZETTI, Elpídio. Curso Didático de Direito Civil. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2019.
TARTUCE, Flavio. Manual de Direito Civil. Volume Único. 9. ed. São Paulo: Método, 2019.
Próxima aula
Regras inerentes à administração da herança e seus principais personagens: o administrador provisório e o inventariante.
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