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Inicialmente cabe esclarecer que o TOI significa Termo de Ocorrência de Irregularidade,

conforme previsto no artigo 129, inciso I, da Resolução nº 414/2010 da ANEEL (Agência


Nacional de Energia Elétrica) e nada mais é do que um documento emitido por escrito pela
concessionária de energia elétrica quando em suas inspeções encontra irregularidade em sua
rede.

Ocorre que a Lei nº 7.990/2018, proíbe a cobrança de multa por meio do Termo de Ocorrência
de Irregularidade (TOI) no mesmo boleto, fatura ou conta no qual se remunere o serviço de
luz, água e gás.

Nos casos das concessionárias de energia elétrica, essas irregularidades quase sempre
aparecem como "lacre rompido" ou "desvio de fase registrando consumo a menor". Sem
adentrar no mérito da existência ou não da irregularidade ou dos procedimentos adotados
pelas concessionárias para a emissão do TOI. Deve-se ressaltar que são passíveis de serem
anulados judicialmente com a devolução dos valores pagos sem prejuízo de eventual
indenização por danos morais.

Ultimamente, os consumidores estão sendo surpreendidos com o comunicado da


concessionária a respeito da troca do seu medidor e com o valor da multa elevadíssima
parcelada pela própria concessionária e inserida em sua fatura de consumo mensal e o valor
das parcelas muitas das vezes superam o valor do consumo mensal do serviço, levando o
consumidor a um beco sem saída: ou paga a fatura (com a multa) ou fica em débito e
consequentemente tem seu nome inserido no SPC/SERASA e o serviço suspenso, entretanto
essa conduta é ilegal, posto que, antes de pagar por essa irregularidade, o consumidor tem
todo direito de contestá-lo.

Na verdade, o consumidor só tem conhecimento da suposta irregularidade quando recebe em


sua residência um TOI já com a multa imposta e parcelada diretamente na sua conta de luz, ou
seja, a concessionária impõe o pagamento da multa através da fatura de consumo mensal,
impedindo ao consumidor o pagamento da sua fatura apenas com o real consumo de energia
elétrica.

Sendo que muitas vezes a diminuição do valor do consumo, vem de uma economia do
consumidor, tomamos como exemplo: uma casa que teriam seis pessoas e a partir de um
momento só residem nela duas pessoas, claro e evidente que o consumo irá diminuir, tal fato
não vem sendo compreendido pelas concessionárias, que emitem o TOI realizando cobrança
por estimativa, tendo por base o consumo referente ao período de um ano, ocorre que nesse
exemplo que mencionei, a um ano atrás, moravam na casa seis pessoas e atualmente moram
apenas duas pessoas, em alguns casos os consumidores se sentem impotentes sem saber o
que fazer, pois mesmo justificando o motivo da diminuição do consumo tem a reclamação
indeferida pela concessionária.  

Entretanto, concessionária não pode simplesmente lavrar o TOI e atribuir ao consumidor a


responsabilidade, sob pena de assim agindo estar infringindo o princípio do contraditório e da
ampla defesa estampado no inciso LV do artigo 5º da Constituição Federal e o CDC.

Assim, o consumidor tem todo o direito de contestar o TOI, ainda, que tenha ocorrido uma
queda de seu consumo, ou tenha os lacres do medidor rompidos ou inexistentes. A prova da
existência da irregularidade é da concessionária. Não é o consumidor que deve provar o
contrário, como geralmente as concessionárias querem fazer pensar.
O TOI lavrado unilateralmente pela concessionária, e não corroborado por outras provas, não
serve de suporte para cobrança da dívida, principalmente quando acompanhado da ausência
de realização de perícia no local e da não participação do usuário na apuração do débito
alegado.

No Rio de Janeiro, o Tribunal de Justiça do Estado tem entendido que a lavratura do TOI de
modo unilateral é considerada ilegítima, salvo prova em contrário, pois viola os princípios
constitucionais do contraditório e da ampla defesa.

A Lei ainda proíbe o corte, suspensão ou interrupção do serviço por falta de pagamento dos
valores decorrentes do TOI, sob pena de arcar com multa de cem vezes o valor cobrado
indevidamente e, em caso de reincidência da cobrança, multa em dobro do valor cobrado,
além das demais penalidades contidas no artigo 56 do Código de Defesa do Consumidor.

Por isso, fique atento que agora é LEI!

Sendo assim, caso o consumidor não concorde com as acusações impostas pela concessionária
através do TOI unilateral, deverá buscar evidências para demonstrar que não cometeu
nenhuma irregularidade que lhe foi injustamente atribuída. 

Para fazer prova da manutenção do consumo após a lavratura do TOI, o consumidor deve ter
em mãos as contas de energia referentes ao período anterior a emissão do TOI. Todavia, se
você não tiver tais contas de luz guardadas, não se preocupe: estes boletos são facilmente
obtidos no site da concessionária de energia.

Em posse de tais documentos, o consumidor lesado que não praticou irregularidade pode
ingressar com ação judicial pleiteando:

1.      A anulação do TOI emitido de forma irregular;

2.      O cancelamento da cobrança da multa que lhe foi imposta pela concessionária;

3.      A devolução em dobro das parcelas das multas pagas;

4.      Indenização por danos morais.

A via judicial é o único caminho para combater essa prática ilegal da concessionária de energia
elétrica.

E aí, agora você entendeu direito sobre o que é um TOI? Caso tenha gostado deste artigo,
curta, comente e compartilhe e se tiver alguma dúvida ou sugestão, nos escreva, teremos um
enorme prazer em esclarecê-lo.

 Seja um consumidor consciente, exija seus direitos.

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