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Planejamento Tributário
Prof.ª Claudia Roveri
Prof.ª Giovana Reiter
2011
Copyright © UNIASSELVI 2011
Elaboração:
343.04
R873l Roveri, Claudia
Legislação e planejamento tributário / Claudia Roveri;
Giovana Reiter. 2ª ed.
Indaial : Uniasselvi, 2011. 224 p. il.
Inclui bibliografia.
ISBN 978-85-7830-446-1
III
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
IV
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 - A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO.........................................................1
TÓPICO 3 - TRIBUTO...........................................................................................................................29
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................29
2 CONCEITO DE TRIBUTO................................................................................................................29
3 CLASSIFICAÇÃO DO TRIBUTO....................................................................................................31
4 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS.................................................................................................................32
4.1 IMPOSTO.........................................................................................................................................32
4.2 TAXA................................................................................................................................................33
4.3 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA..............................................................................................37
4.4 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO..................................................................................................39
4.5 CONTRIBUIÇÕES PARAFISCAIS...............................................................................................40
5 FUNÇÃO DOS TRIBUTOS...............................................................................................................41
6 TRIBUTOS DIRETOS E INDIRETOS.............................................................................................41
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................43
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................44
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................45
VII
UNIDADE 2 - SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL....................................................................47
VIII
TÓPICO 4 - ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA..............................................................................115
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................115
2 CONCEITO...........................................................................................................................................115
3 PRERROGATIVAS E DEVERES DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA..............................116
4 DÍVIDA ATIVA E CERTIDÕES EMITIDAS PELA
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA.................................................................................................117
LEITURA COMPLEMENTAR..............................................................................................................118
RESUMO DO TÓPICO 4......................................................................................................................125
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................126
IX
TÓPICO 3 - TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS
MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL...............................................................187
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................................187
2 IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN).................................188
3 IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA (IPTU).......191
4 IMPOSTO SOBRE A TRANSMISSÃO ONEROSA DE BENS IMÓVEIS (ITBI)...................193
5 CONTRIBUIÇÃO PARA O CUSTEIO DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA (COSIP)....................196
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................198
AUTOATIVIDADE................................................................................................................................199
X
UNIDADE 1
A ATIVIDADE FINANCEIRA
DO ESTADO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade, você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta primeira unidade está dividida em três tópicos. No final de cada tópico,
você encontrará atividades que possibilitarão a apropriação de conhecimentos
na área.
TÓPICO 3 – TRIBUTO
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
ORIGEM DO DIREITO
TRIBUTÁRIO
1 INTRODUÇÃO
Esta unidade foi elaborada com o fim de mostrar como o Estado busca
recursos para desempenhar o seu papel junto à sociedade, sua principal
financiadora. Estudaremos desde os fundamentos do Direito Tributário até o seu
principal objeto, o tributo.
Também será visto, em breves tópicos, como o Estado obtém suas receitas
e como elas são distribuídas. Observaremos ainda como se interpreta a legislação
tributária e, também, o conceito e classificação dos tributos.
3
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
cobrar o tributo e, de outro, a proteção que o contribuinte precisa ter para não ser
espoliado de seu patrimônio.
NOTA
4
TÓPICO 1 | ORIGEM DO DIREITO TRIBUTÁRIO
NOTA
Revolução que tomou lugar na França, no ano de 1789 e que durou até 1799,
e que depôs o regime monárquico então em vigor naquele país. A Revolução Francesa
desempenhou papel fundamental no desaparecimento da antiga estrutura feudal, para dar
lugar ao Estado moderno e à Idade Contemporânea.
ATENCAO
5
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
3 RECEITAS PÚBLICAS
3.1 CONCEITO
Podemos conceituar as receitas públicas como toda entrada efetiva de
recursos nos cofres estatais. Entretanto, nem toda a entrada pode ser conceituada
de receita pública. Como nos ensina Hugo de Brito Machado Segundo (2008, p. 5):
6
TÓPICO 1 | ORIGEM DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Como já foi visto, as receitas públicas são necessárias para que o Estado
possa cumprir seu papel de alcançar o bem comum. Entretanto, a origem dessas
receitas pode ser classificada de várias maneiras. É o que veremos no próximo
item.
3.2 CLASSIFICAÇÃO
Conforme a doutrina, existem diversas formas de classificar-se as receitas
públicas, dependendo do parâmetro usado. De uma maneira geral, elas podem
ser divididas quanto à periodicidade (ordinárias e extraordinárias), quanto à
destinação do seu gasto (correntes e de capital), quanto à natureza (orçamentária
e extraorçamentária) ou, ainda, quanto à afetação patrimonial (efetivas e por
mutação patrimonial).
NOTA
a) À periodicidade.
b) Destinação do seu gasto.
c) À natureza.
d) À afetação patrimonial.
e) À origem.
7
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Desta forma, é no próprio patrimônio que o Estado vai buscar esse tipo de
receita. Contabilmente, não há variação patrimonial, uma vez que a entrada da
receita corresponde a uma baixa no patrimônio público.
8
TÓPICO 1 | ORIGEM DO DIREITO TRIBUTÁRIO
NOTA
Carazza (2002, p. 107) explica que: “[...] Federação (de foedus, foedoris, aliança,
pacto) é uma associação, uma união institucional de Estados, que dá lugar a um novo
Estado (o Estado Federal), diverso dos que dele participam (os Estados-membros). Nela, os
Estados federados, sem perderem suas personalidades jurídicas, despem-se de algumas
tantas prerrogativas, em benefício da União. Uma delas é a soberania”.
10
TÓPICO 1 | ORIGEM DO DIREITO TRIBUTÁRIO
DICAS
11
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico estudamos a origem do Direito Tributário, que é um ramo do
Direito Financeiro. Observamos como acontece a atividade financeira do Estado,
que se sustenta através do tripé: receitas, que são as entradas de recursos; gestão,
ou orçamento, que se desenvolve através do planejamento de como aplicar
os valores disponíveis; e Despesa, que é a efetiva realização do planejamento
efetuado.
12
AUTOATIVIDADE
13
14
UNIDADE 1
TÓPICO 2
DIREITO TRIBUTÁRIO E
LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
1 INTRODUÇÃO
O Direito Tributário é altamente regulado em nosso país, o que leva
os estudiosos da matéria – seja por opção, seja por necessidade de ofício – a
se aprofundarem nos diplomas legais. Entretanto, principalmente, para os
profissionais de fora da área jurídica, este é um desafio e tanto, já que, via de
regra, eles não possuem o instrumental necessário para interpretar corretamente
um texto legal, bem como, suas implicações.
a) as fontes materiais e;
b) as fontes formais.
As fontes materiais são os fatos que, na vida real, dão origem à obrigação
tributária.
15
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Com relação à lei, o CTN estabeleceu uma distinção relativa ao seu alcance
no artigo 97, conforme se vê a seguir:
16
TÓPICO 2 | DIREITO TRIBUTÁRIO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções
internacionais e dos decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição
administrativa, a que a lei atribua eficácia normativa;
III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV – os convênios que entre si celebrem a União, os estados, o Distrito
Federal e os municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a
imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do
valor monetário da base de cálculo do tributo.
17
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
3 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
3.1 LEI
Como já vimos anteriormente, a fonte primordial do Direito Tributário é a
lei. E a lei, em seu sentido estrito, é fruto de um processo legislativo.
NOTA
18
TÓPICO 2 | DIREITO TRIBUTÁRIO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
DICAS
Em sentido amplo, lei é todo comando legal que faz parte do ordenamento
jurídico. Entretanto, entre as leis existe uma hierarquia, que faz com que
determinados assuntos possam ser tratados só por um tipo específico de lei. E é
esta hierarquia que passaremos a estudar.
E) Lei Delegada: o Congresso Nacional delega poder ao Presidente para que ele
promulgue uma lei sobre determinada matéria. Seu uso é restrito, sendo que
em matéria tributária não é utilizada.
3.3 VIGÊNCIA
Estudamos anteriormente que uma lei precisa ser tornada pública para
começar a valer. A isto se dá o nome de vigência. Entretanto, para que uma
lei tributária passe a vigorar, ou seja, a irradiar seus efeitos, é preciso respeitar
algumas regras gerais e específicas.
A regra geral determina que uma lei deva ser tornada pública antes de
passar a vigorar, já que ninguém pode alegar desconhecimento da lei. A LICC
também determina que, salvo disposição em contrário, é necessário um lapso
de tempo de 45 dias entre a publicação de uma lei e sua vigência. É a chamada
vaccatio legis.
20
TÓPICO 2 | DIREITO TRIBUTÁRIO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
DICAS
Com relação ao espaço, ou seja, onde uma lei vai vigorar, em tese somente
no território de quem a fez. É o chamado princípio da territorialidade, previsto
no artigo 102:
21
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
3.4 APLICAÇÃO
A aplicação da lei tributária está prevista nos artigos 105 e 106 do CTN:
A regra geral, portanto, é de que a lei tributária não retroage para alcançar
fatos já ocorridos antes de entrar em vigor, mas pode ser aplicada a fatos que
embora estejam pendentes, mas ainda não estejam concluídos.
23
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance
de institutos, conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou
implicitamente, pela Constituição Federal, pelas Constituições dos Estados,
ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir
ou limitar competências tributárias.
Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe comina penalidades,
interpreta-se da maneira mais favorável ao acusado, em caso de dúvida
quanto:
I – à capitulação legal do fato;
II – à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou
extensão dos seus efeitos;
III – à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;
IV – à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.
O artigo 108 prevê quais os instrumentos que deverão ser usados para
suprir eventuais lacunas da lei tributária. Esses instrumentos deverão ser usados
na ordem estabelecida pelo artigo, conforme disposição expressa do caput.
24
TÓPICO 2 | DIREITO TRIBUTÁRIO E LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
25
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
NOTA
1. A analogia.
2. Os princípios gerais de direito tributário.
3. Os princípios.
4. A equidade.
NOTA
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico estudamos as fontes do Direito Tributário, que podemos
dividir em materiais e formais.
Fontes materiais: são os fatos que, na vida real, dão origem à obrigação
tributária.
Fontes formais: são todos os diplomas legais que transformam esses fatos
da vida real em fatos jurídico-tributários.
Aprendemos que uma lei, para estar vigente, deve se tornar pública,
como também, para que passe a vigorar, ou seja, a irradiar seus efeitos, é preciso
respeitar algumas regras gerais e específicas. Analisamos também a interpretação
e a integração da legislação tributária e, finalmente, conceituamos Direito
Tributário como parte do Direito Financeiro que estuda as relações entre o Estado
e os contribuintes.
27
AUTOATIVIDADE
28
UNIDADE 1
TÓPICO 3
TRIBUTO
1 INTRODUÇÃO
É senso comum que, sempre que o estado – e em especial, a União – resolve
aumentar a carga tributária, surjam manifestações indignadas de entidades
empresariais e da sociedade em geral.
Claro que sempre haverá essa tensão entre quem arrecada e quem paga,
cada um querendo melhorar a sua situação frente ao outro.
2 CONCEITO DE TRIBUTO
O conceito do que é tributo está previsto no artigo 3º do CTN:
29
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: fala sobre a forma pela
qual o tributo deve ser quitado, ou seja, preferencialmente em dinheiro. Porém,
a lei admite que a obrigação tributária possa ser satisfeita com, por exemplo, a
entrega de um imóvel. Entretanto, esta é a exceção.
Que não constitua sanção de ato ilícito: ato ilícito é todo aquele proibido
por lei; por sua vez, esta proibição, para ser efetiva, deve ser acompanhada de
uma penalização que iniba e puna o comportamento ilícito.
Instituída em lei: com relação à sua instituição, somente a lei pode obrigar
alguém a pagar um tributo, inclusive contra sua vontade. O sistema funciona desta
maneira para assegurar que o Estado não ultrapasse o limite do tolerável pelo
contribuinte. Há inclusive um princípio constitucional que veda expressamente o
confisco via tributo, que será estudado mais adiante.
30
TÓPICO 3 | TRIBUTO
3 CLASSIFICAÇÃO DO TRIBUTO
Os tributos são classificados quanto à destinação específica da sua
arrecadação e dividem-se em vinculados e não vinculados.
31
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
DICAS
4 ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS
O tributo é gênero, e possui as seguintes espécies tributárias, previstas na
Constituição Federal:
a) impostos;
b) taxas;
c) contribuição de melhoria;
d) empréstimo compulsório; e
e) contribuições parafiscais.
4.1 IMPOSTO
A definição do que é imposto está no artigo 16 do CTN, que reza: imposto
é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
Por ser um tributo não vinculado, basta que alguém dê causa a um fato
considerado como gerador da obrigação tributária para que automaticamente
passe à condição de contribuinte.
32
TÓPICO 3 | TRIBUTO
4.2 TAXA
A taxa está prevista no artigo 145, inciso II e § 2º da CF:
[...]
[...]
33
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos estados, pelo Distrito Federal ou
pelos municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte
ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador
idênticos aos que correspondam a imposto, nem ser calculada em função
do capital das empresas.
34
TÓPICO 3 | TRIBUTO
35
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Uma taxa ainda não pode ter base de cálculo de imposto, e pode ser
instituída por União, Estados, Distrito Federal e Municípios, desde que atendidos
os requisitos legais. Em função de suas especificidades, a taxa é um tributo de
difícil cobrança.
O que se deve discutir, obviamente, não são esses conceitos (de taxa e
de preço público), mas sim os critérios que permitiriam segregar, de
um lado, os serviços que devessem ser taxados e, de outro, os serviços
que ensejariam a cobrança de preços públicos. Em suma, onde pode
haver a imposição (da taxa) e onde deve haver a contratação (do preço
público)?
36
TÓPICO 3 | TRIBUTO
Há, por fim, a tarifa, que é o valor cobrado por empresas privadas
concessionárias de serviços públicos. As concessionárias desempenham,
mediante concessão pública, serviços públicos remunerados, pelos
quais cobram uma tarifa. O exemplo são as empresas concessionárias de
transporte público, por exemplo, ônibus ou metrô.
37
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Digamos que uma rua muito usada como via de tráfego seja pavimentada,
depois de anos de reivindicações dos seus moradores. Não somente os imóveis
da rua pavimentada em si sofrem valorização, mas também os imóveis das ruas
secundárias, que também ganham com a obra. Assim, todos aqueles que se
beneficiarem dessa obra passam a ser contribuintes do tributo.
Porque, nesse caso, o limite total seria atingido primeiro, uma vez
que R$ 10.000,00 multiplicados por 10 (o número total de imóveis
beneficiados) já perfazem os R$ 100.000,00, que é o custo da obra.
38
TÓPICO 3 | TRIBUTO
39
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Como esta não é uma receita definitiva, aliado ao fato de ser de difícil
cobrança, fez com que a União não mais lançasse este tributo.
TUROS
ESTUDOS FU
40
TÓPICO 3 | TRIBUTO
DICAS
a) Função Fiscal: quando o tributo tem por papel primordial a busca de recursos
para o Estado. Aqui se enquadra a maioria dos impostos, como o Imposto de
Renda (IR) e o Imposto Sobre Veículos Automotores (IPVA).
41
UNIDADE 1 | A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
NOTA
DICAS
2 FISCOSoft on-Line
<http://www.fiscosoft.com.br/>.
3 Tributario.net
<http://www.tributario.net/>.
4 Jus Navegandi
<http://www.jusnavegandi.com.br>.
42
TÓPICO 3 | TRIBUTO
LEITURA COMPLEMENTAR
43
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico estudamos os tributos, seu conceito, sua classificação e sua
espécie, bem como a sua função. Estudamos que tributo, como bem disposto no
artigo 3°, do CTN, é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em
lei e cobrada mediante atividade plenamente vinculada.
44
AUTOATIVIDADE
1 O que é tributo?
3 O que é imposto?
4 O que é taxa?
45
46
UNIDADE 2
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada um deles,
você encontrará atividades que o(a) auxiliarão a fixar os conhecimentos de-
senvolvidos.
47
48
UNIDADE 2
TÓPICO 1
SISTEMA CONSTITUCIONAL
TRIBUTÁRIO
1 INTRODUÇÃO
Esta unidade foi elaborada com o objetivo de lhe dar uma visão panorâmica
dos principais pontos do Direito Tributário. Os tópicos que serão abordados
foram fundamentados para que você entenda o Sistema Tributário Nacional em
sua totalidade, aprendendo seus aspectos mais relevantes.
49
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
2 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA
2.1 CONCEITO
Competência Tributária é o poder concedido pela Constituição Federal
para criar tributos. Ou como nos ensina Alexandrino e Paulo (2007, p. 138):
TUROS
ESTUDOS FU
50
TÓPICO 1 | SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO
Somente as pessoas políticas podem deter este poder, uma vez que
somente elas têm o poder – também concedido pela Constituição – de criar leis,
ou seja, dotadas de um parlamento. No Brasil, são a União, os Estados, o Distrito
Federal e os Municípios. Esta aptidão está prevista no artigo 24, inciso I, da Carta
Política, in verbis:
b) Incaducabilidade: não existe prazo para que a competência seja exercida pelo
ente que a recebeu. Ela somente se extingue com a extinção da Constituição
que a criou.
2.2 CLASSIFICAÇÃO
Há três tipos de competência tributária:
a) a privativa,
b) a comum, e
c) a residual.
51
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Essa atribuição, bem como os critérios para sua delegação, estão previstos
no artigo 7º, do CTN:
52
TÓPICO 1 | SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO
O § 3º ainda faz uma ressalva, ao lembrar que o mero repasse aos bancos
privados, do recebimento do tributo, não caracteriza delegação da
capacidade contributiva a pessoa privada.
53
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
2.4.1 Conceito
Como já visto anteriormente, a Constituição criou um sistema tributário
baseado em pesos e contrapesos. Ao mesmo tempo em que delegou a competência
tributária, também criou uma série de mecanismos para limitar essa competência,
as chamadas limitações constitucionais ao poder de tributar.
O texto é claro: sem uma lei o Estado não pode cobrar ou aumentar tributo.
E por lei, entenda-se o diploma legal que tem de ser aprovado pelo Legislativo,
respeitando todos os passos necessários para ser considerado como tal.
54
TÓPICO 1 | SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO
Mas não basta que os aspectos do tributo estejam previstos em lei. Para
realmente assegurar que o contribuinte não seja pego de surpresa, com a criação
de um tributo da noite para o dia, há ainda o princípio da anterioridade e da
noventena, que veremos a seguir.
55
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
NOTA
Esses prazos devem ser aplicados, via de regra, em conjunto. Assim, por
exemplo, uma lei que aumente as alíquotas do ICMS, e que tenha sido publicada
no dia 01/11/2007, somente poderá entrar em vigor a partir de 01/02/2008, em
virtude do princípio da anterioridade, combinado com a noventena.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
57
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Não existe uma alíquota limite a partir da qual possamos afirmar que
um tributo passa a ser confiscatório. Depende, muito, da base de incidência do
tributo. Por exemplo, os tributos sobre o patrimônio têm, em regra, alíquotas
menores do que as dos demais. Os tributos com incidência cumulativa têm,
em regra, alíquotas menores dos que os não cumulativos. Os tributos sobre
o consumo, classificados como tributos indiretos, podem ter alíquotas muito
elevadas sem que isso configure confisco (como exemplo, existem alíquotas de
IPI de mais de 50%, e nem por isso são consideradas confiscatórias; algumas
bebidas alcoólicas estão sujeitas a alíquota ad valorem de IPI de 60%).
59
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Nossa Constituição, com o intuito de evitar que o tributo fosse usado para
restringir a livre circulação dentro do território nacional, coibiu o seu uso com
essa finalidade. Ensina Machado Segundo (2008, p. 46):
60
TÓPICO 1 | SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO
Como foi citado, a exceção ficou por conta da cobrança de pedágio pela
utilização de vias conservadas pelo Poder Público. Essa expressão causou muita
discussão, uma vez que colocou o pedágio na seção destinada aos tributos, o que
o tornaria também um tributo.
Por outro lado, há doutrinadores que entendem ser o pedágio uma tarifa,
ou ainda um preço público, e que sua menção na seção dedicada aos tributos não
o torna um.
[...] Entendemos que, nos dias atuais, o pedágio pode ou não ser
tributo, dependendo da opção do legislador. Os pedágios cobrados
por concessionárias de serviços públicos, pessoas privadas, nas
rodovias “privatizadas”, não são cobrados como taxas, mas sim como
preços públicos (afinal, tributos só podem ter como sujeitos ativos
pessoas jurídicas de direito público). Diferentemente, se o pedágio é
cobrado por pessoa jurídica de direito público, pode ser tributo, da
espécie taxa.
DICAS
Caro(a) acadêmico(a), para saber mais sobre o pedágio, leia o texto “A natureza
jurídica do pedágio”, disponível no site:<www.conpedi.org.br/manaus/arquivos/.../Carlos%20
Araujo%20Leonetti.pdf>.
61
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Essa ressalva permite-nos afirmar, por exemplo, que uma lei que
concedesse isenção de IPI para indústrias de determinado setor que se instalasse
no Estado de São Paulo seria inconstitucional, por afrontar o princípio da
uniformidade geográfica. Se, diversamente, uma lei concedesse isenção de IPI
para indústrias que se instalassem nos estados das regiões Norte, Nordeste e
Centro-Oeste, não haveria inconstitucionalidade, por enquadrar-se na ressalva
da parte final do art. 151, inciso I, transcrito acima. Isso, aliás, já aconteceu na
famosa e polêmica lei que facilitou a instalação da fábrica da Ford na Bahia, e
que nunca se cogitou inconstitucional.
TUROS
ESTUDOS FU
O IPI, a COFINS e o ICMS serão vistos com mais detalhes na Unidade 3, quando
estudaremos os tributos em espécie.
63
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
64
TÓPICO 1 | SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO
[...]
Entretanto, num país tropical e com regiões com altos índices de câncer de
pele, como é o caso dos estados do Sul, é de se reconsiderar essa classificação, já
que o protetor solar pode ser usado como elemento profilático e, assim, essencial.
65
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
DICAS
2.4.11 Imunidade
A imunidade tributária é uma garantia constitucional que impede a
cobrança de tributos sobre determinados fatos e pessoas. Está prevista, de uma
maneira geral, no artigo 150, VI, §§ 2º a 4º, da CF/88:
66
TÓPICO 1 | SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO
ATENCAO
67
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
a) Imunidade recíproca: uma pessoa jurídica de direito público não pode cobrar
impostos sobre o patrimônio, a renda ou serviços de outra pessoa jurídica
de direito público. Um não impõe ao outro. Decorrente do princípio do
pacto federativo, alcança União, estados, Distrito Federal e municípios, suas
fundações e autarquias. Assim, por exemplo, o Município de Blumenau não
pode cobrar o Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU)
sobre imóvel pertencente ao Estado de Santa Catarina.
NOTA
68
TÓPICO 1 | SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO
O artigo 9°, § 1°, traz uma regra específica para as entidades de Educação
e Assistência Social.
NOTA
Art. 9º É vedado à União, aos estados, ao Distrito Federal e aos municípios: [...]
IV - cobrar imposto sobre: [...]
c) o patrimônio, a renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social,
sem fins lucrativos, observados os requisitos fixados na Seção II deste Capítulo; [...]
§ 1º O disposto no inciso IV não exclui a atribuição, por lei, às entidades nele referidas, da
condição de responsáveis pelos tributos que lhes caiba reter na fonte, e não as dispensa da
prática de atos, previstos em lei, assecuratórios do cumprimento de obrigações tributárias
por terceiros [...]. Disponível em:< www.receita.fazenda.gov.br/legislacao/.../ctn.htm>.
69
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
70
TÓPICO 1 | SISTEMA CONSTITUCIONAL TRIBUTÁRIO
NOTA
ATENCAO
ATENCAO
71
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
DICAS
72
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico estudamos o Sistema Constitucional Tributário, em especial
a competência tributária, que é o poder concedido pela Constituição Federal para
criar tributos. Vimos que somente as pessoas políticas podem deter este poder.
73
AUTOATIVIDADE
74
UNIDADE 2 TÓPICO 2
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
1 INTRODUÇÃO
No último tópico da unidade anterior estudamos como a Constituição
autoriza as pessoas políticas a criar tributos, e, por outro lado, quais as garantias
que o contribuinte tem para não ser excessivamente onerado.
2 CONCEITO
Segundo Amaro (2006, p. 243), podemos conceituar uma obrigação da
seguinte maneira:
75
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
NOTA
NOTA
76
TÓPICO 2 | OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
3 CLASSIFICAÇÃO
O artigo 113, do CTN, disciplina a obrigação tributária e prevê o seguinte:
Por outro lado, a obrigação acessória pode ser uma obrigação de fazer
ou de não fazer. Neste caso, são todas as obrigações impostas pelo Fisco ao
contribuinte, com o intuito de verificar se a obrigação principal foi cumprida.
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UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
TUROS
ESTUDOS FU
78
TÓPICO 2 | OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
79
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Por exemplo, digamos que em dezembro de 2006 havia uma lei que
determinava uma alíquota de 10% para o ICMS. Em janeiro de 2007, uma nova
lei alterou essa alíquota para 12%; como ela entrou em vigor somente em janeiro,
não pode alcançar fatos ocorridos em dezembro.
80
TÓPICO 2 | OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Como se vê, esta delegação somente pode ser feita mediante alguns
requisitos:
● Somente poderá ser feita para outras pessoas jurídicas de direito público
(autarquias e fundações). Ex.: a taxa de lixo instituída pelo Município de
Blumenau é cobrada pelo SAMAE (autarquia municipal).
● Pode ser revogada a qualquer momento pela pessoa jurídica que a concedeu.
● Envolve todas as garantias e privilégios originalmente pertencentes à pessoa
jurídica que fez a delegação.
● Está expressamente proibida para pessoas de direito privado.
81
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
NOTA
I – a União;
II – os estados, o Distrito Federal e os territórios;
III – os municípios;
IV – as autarquias, inclusive as associações públicas;
V – as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a
que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu
funcionamento, pelas normas deste Código. Disponível em:
<www.dji.com.br/.../010406_2002_cc_0040_a_0052.htm>.
b) Sujeito Passivo Indireto: é aquele que, sem ser o responsável pelo fato gerador,
deve pagar o tributo, por expressa disposição legal. Há duas formas de
responsabilidade tributária: por substituição e por transferência.
● Por substituição
● Por transferência
A obrigação nasce com uma pessoa, e depois é transferida para outra. Ex.:
No caso de imóvel com dívida do IPTU, essa dívida é transferida para o terceiro
que a comprou. A transferência aplica-se a todos os tributos. Há três espécies.
NOTA
Art. 129. O disposto nesta seção aplica-se por igual aos créditos tributários
definitivamente constituídos ou em curso de constituição à data dos atos nela referidos,
e aos constituídos posteriormente aos mesmos atos, desde que relativos a obrigações
tributárias surgidas até a referida data.
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o
domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de
serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos
respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o
respectivo preço.
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou
incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato
pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas
jurídicas de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada
por qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou
sob firma individual.
83
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer
título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e
continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou
nome individual, responde pelos tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido,
devidos até à data do ato:
I – integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II – subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar, dentro de
seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de
comércio, indústria ou profissão. Disponível em: <www.soleis.com.br/ebooks/tributario1-62.
htm>.
84
TÓPICO 2 | OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
NOTA
85
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
NOTA
O direito de regresso permite que o(s) devedor(es) que arcou com a totalidade da dívida
acione(m) o(s) demais devedor(es) para cobrar a(s) parte(s).
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TÓPICO 2 | OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
TUROS
ESTUDOS FU
NOTA
87
RESUMO DO TÓPICO 2
A Obrigação Tributária é o vínculo jurídico que une duas pessoas, uma
chamada sujeito ativo (Fisco) e, outra, sujeito passivo (contribuinte). E esse vínculo
nasce do fato gerador tributário último praticado pelo sujeito passivo, o que gera
o dever de pagar ao Fisco certa quantia em dinheiro, denominado tributo.
88
AUTOATIVIDADE
89
90
UNIDADE 2
TÓPICO 3
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
1 INTRODUÇÃO
Uma vez nascida a obrigação tributária, surge com ela o direito do Estado
de cobrar o tributo do contribuinte. E esse direito se traduz no crédito tributário.
Entretanto, para que isso ocorra é necessário que o Estado lance mão de
um procedimento administrativo chamado lançamento tributário.
Neste tópico veremos como isso ocorre, quais são os tipos de lançamento
tributário existentes, bem como todo o processo, desde o nascimento até a
extinção do crédito tributário. Também estudaremos em quais situações ele pode
ser suspenso ou extinto.
2 CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Dispõe o art. 139, do CTN: O crédito tributário decorre da obrigação
principal e tem a mesma natureza desta.
91
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
3 LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
Estabelece o art. 142, do CTN:
92
TÓPICO 3 | CRÉDITO TRIBUTÁRIO
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UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
TUROS
ESTUDOS FU
Dessa maneira, essa lei posterior pode ser aplicada a fato gerador ocorrido
num momento anterior a ela se:
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TÓPICO 3 | CRÉDITO TRIBUTÁRIO
4 MODALIDADES DE LANÇAMENTO
O CTN prevê três tipos de lançamento tributário, previstos nos artigos
147, 149 e 150 do CTN. São eles:
a) lançamento de ofício;
b) lançamento por declaração; e
c) lançamento por homologação.
95
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Esse tipo já foi regra geral no lançamento dos tributos, tendo sido
paulatinamente substituído pelo lançamento por homologação. Entretanto, é a
regra quando ocorrerem situações em que há alguma omissão – voluntária ou
não – do contribuinte ou da autoridade fiscal no momento do lançamento (casos
previstos nos incisos II a IX).
96
TÓPICO 3 | CRÉDITO TRIBUTÁRIO
NOTA
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos
cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento
sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em
que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim
exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
97
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
[...]
98
TÓPICO 3 | CRÉDITO TRIBUTÁRIO
TUROS
ESTUDOS FU
4.4 ARBITRAMENTO
99
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Cada ente tributante tem liberdade para estabelecer a forma pela qual será
feito o arbitramento, mas geralmente é tomado por base o faturamento anterior
do próprio contribuinte para ser feita uma média (se os valores forem confiáveis),
ou ainda, o faturamento de empresas similares sediadas no mesmo território.
Também podem ser usados valores previamente tabelados.
● Moratória: está prevista nos arts. 152 a 155-A do CTN, transcritos a seguir:
100
TÓPICO 3 | CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Art. 153. A lei que conceda moratória em caráter geral ou autorize sua
concessão em caráter individual especificará, sem prejuízo de outros
requisitos:
I – o prazo de duração do favor;
II – as condições da concessão do favor em caráter individual;
III – sendo caso:
a) os tributos a que se aplica;
b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se
refere o inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade
administrativa, para cada caso de concessão em caráter individual;
c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de
concessão em caráter individual.
101
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
● Compensação (art. 170 e 170-A do CTN): ocorre quando duas pessoas são, ao
mesmo tempo, credora e devedora uma da outra, possibilitando que elas façam
um encontro de contas, e se deem quitação mútua, até onde as suas obrigações
102
TÓPICO 3 | CRÉDITO TRIBUTÁRIO
NOTA
Para que possa haver a compensação, existem três requisitos com relação
aos créditos: devem ser com o mesmo ente tributante (União, estado, Distrito
Federal ou município); devem ser líquidos e certos; e não podem estar vencidos.
A compensação somente pode ser autorizada por lei específica, que deverá
estabelecer as condições em que ela se dará, bem como as garantias a serem
apresentadas pelo sujeito passivo.
● Decadência (art. 150, § 4º e art. 173, inciso I, c/c o parágrafo único do mesmo
artigo) e prescrição (art. 174, do CTN).
103
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos
cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento
sem prévio exame da autoridade administrativa; opera-se pelo ato em
que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim
exercida pelo obrigado, expressamente a homologa.
[...]
§ 4º Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar
da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda
Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento
e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de
dolo, fraude ou simulação.
[...]
104
TÓPICO 3 | CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Como pode ser visto pela leitura do caput do artigo, a prescrição começa
a correr assim que o lançamento se torna definitivo. Ou seja, quando não houver
mais nenhuma contestação – seja administrativa ou judicial – por parte do
contribuinte com relação ao crédito tributário.
105
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
● Consignação em pagamento (art. 164, § 2º, do CTN): é uma ação judicial onde
o contribuinte deposita o montante integral do tributo, pois a Fazenda se
recusa a receber ou coloca obstáculos ao recebimento, como, por exemplo, a
subordinação do pagamento em discussão ao pagamento de outro tributo ou
penalidade.
● Decisão judicial passada em julgado (art. 156, inciso X): a decisão é definitiva em
relação ao crédito tributário quando ela decide ser improcedente o lançamento
ou quando entende que o pagamento já está feito. A decisão transitada em
julgado é a decisão que não pode mais ser discutida no Judiciário, tendo
percorrido todas as instâncias possíveis.
● Dação em pagamento em bens imóveis (art. 156, inciso XI): a lei pode estipular a
entrega de bens imóveis como forma de pagamento dos tributos, e a consequente
extinção do crédito tributário.
106
TÓPICO 3 | CRÉDITO TRIBUTÁRIO
● Isenção: está prevista nos arts. 176 a 179 do CTN, transcritos a seguir.
107
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
A isenção ocorre quando a lei determina que certo fato não dê origem à
obrigação de pagar um tributo. Ex: uma lei municipal que determine a isenção do
IPTU de casas tombadas como patrimônio histórico.
● Anistia: está prevista nos arts. 180 a 182 do CTN, transcritos a seguir.
I – em caráter geral;
II – limitadamente:
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado
montante, conjugadas ou não com penalidades de outra natureza;
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função
de condições a ela peculiares;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que
a conceder, ou cuja fixação seja atribuída pela mesma lei à autoridade
administrativa.
108
TÓPICO 3 | CRÉDITO TRIBUTÁRIO
A anistia pode ser integral ou parcial e aplica-se aos casos passados. Ela,
na verdade, não impede a constituição do crédito tributário infracional, mas sim
anula sua aplicação.
Segundo o art. 180, a anistia também depende da lei, e não pode ser
concedida aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções, ou ainda,
praticados com a intenção de fraudar o pagamento do tributo.
NOTA
Crédito tributário infracional é aquele que nasce com a aplicação de uma multa
por descumprimento de obrigação acessória, como deixar de emitir nota fiscal.
Um crédito com garantia ou ônus real é aquele onde a dívida é garantida com a indicação
de um bem, como, por exemplo, no financiamento de um automóvel, onde a garantia de
que o banco vai receber por aquela dívida é o próprio bem.
8 GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
Por se tratar da principal fonte de recursos do Estado, o crédito tributário
goza de diversos privilégios e garantias, para assegurar a efetividade de sua
cobrança.
Essa regra somente não se aplica caso o contribuinte tenha reservado bens
ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.
Por fim, o CTN ainda dispõe a possibilidade da penhora on-line dos bens
e direitos do contribuinte que, devidamente citado, não apresentar bens para
garantir o pagamento da dívida tributária. Essa penhora pode ser feita em cima de
automóveis, bens e – principalmente – valores depositados em contas bancárias.
TUROS
ESTUDOS FU
NOTA
110
TÓPICO 3 | CRÉDITO TRIBUTÁRIO
NOTA
111
RESUMO DO TÓPICO 3
O crédito tributário é decorrente diretamente do nascimento da obrigação
tributária, e é o direito de crédito que o Fisco tem contra o contribuinte.
112
AUTOATIVIDADE
113
114
UNIDADE 2
TÓPICO 4
ADMINISTRAÇÃO
TRIBUTÁRIA
1 INTRODUÇÃO
Devido à alta complexidade que envolve a gestão dos tributos, a
Administração Pública criou um órgão específico para esta tarefa, denominado
pelo CTN como Administração Tributária.
2 CONCEITO
A Administração Tributária – também chamada de Fisco ou Fazenda - é o
órgão público encarregado de fiscalizar e arrecadar os tributos. Nas palavras de
Harada (2006, p. 534):
Seus poderes e limitações estão dispostos nos arts. 194 a 200 do CTN.
115
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
3 PRERROGATIVAS E DEVERES DA
ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
c) O Fisco deve sempre dar ciência ao contribuinte de que está iniciando uma ação
fiscal, através de um termo de início de fiscalização. Este termo (art. 196), por
iniciar a fiscalização, impede a denúncia espontânea por parte do contribuinte.
e) Sigilo fiscal: o Fisco deve manter sigilo das informações que ele vier a tomar
conhecimento (art. 198), salvo requisição judicial. O servidor que quebrar o
sigilo estará incorrendo em crime de responsabilidade, e pode inclusive perder
o cargo.
116
TÓPICO 4 | ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
Denomina-se dívida certa aquela sobre a qual não há dúvida sobre sua
existência, e dívida líquida aquela sobre cujo total também não há discussão.
Uma vez inscrito em Dívida Ativa, o crédito tributário torna-se exigível, isto é,
cabe ao contribuinte fazer prova de que esse crédito não está correto. Somente
serão inscritos em Dívida Ativa os créditos que não sofrerem recurso na esfera
administrativa.
117
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
NOTA
Vício formal diz respeito às formalidades exigidas para que um ato seja perfeito,
como, por exemplo, a assinatura de pessoa com autorização legal para fazê-lo.
DICAS
LEITURA COMPLEMENTAR
INTRODUÇÃO
118
TÓPICO 4 | ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
DIREITO TRIBUTÁRIO
1 – DEFINIÇÃO
119
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
120
TÓPICO 4 | ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
121
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
122
TÓPICO 4 | ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA
PRINCÍPIO DA UNIFORMIDADE
UNIÃO
123
UNIDADE 2 | SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL
MUNICÍPIOS
CONCLUSÃO
124
RESUMO DO TÓPICO 4
A Administração Tributária, mais conhecida como Fisco ou Fazenda, é
o órgão público encarregado de fiscalizar e arrecadar os tributos, ou seja, toda
atividade do Poder Público voltada para aquele fim.
125
AUTOATIVIDADE
126
UNIDADE 3
TRIBUTOS EM ESPÉCIE
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No final de cada um deles você
encontrará atividades que o(a) auxiliarão a fixar os conhecimentos desenvol-
vidos.
127
128
UNIDADE 3
TÓPICO 1
TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA
EXCLUSIVA DA UNIÃO
1 INTRODUÇÃO
Agora que você já tem uma sólida noção de como funciona o Sistema
Tributário Nacional, está na hora de conhecer os tributos em espécie.
129
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
II – Características
III – Aspectos
130
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
II – Características
III – Aspectos
131
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
II – Características
III – Aspectos
132
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
133
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
Para a pessoa jurídica, há três regimes: lucro real, lucro presumido e lucro
arbitrado. No regime de lucro real, a pessoa jurídica apura mês a mês sua receita
operacional, e subtrai os valores dedutíveis, pagando o imposto sobre o restante,
no regime de caixa. Este regime é obrigatório para todas as pessoas elencadas no
art. 246 do Regulamento do IR.
134
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
e) Aspecto pessoal: o polo passivo é ocupado por todo aquele que aufere rendas e
proventos tributáveis. O IRPF é também objeto de responsabilidade tributária,
onde a fonte pagadora retém o valor do imposto e repassa antecipadamente
aos cofres da Receita.
DICAS
A Receita Federal mantém em sua página uma série de tabelas que informam
as faixas de rendimentos e as alíquotas correspondentes, além de um simulador que
informa a real alíquota paga pelo contribuinte. Caro(a) acadêmico(a), para aprofundar
os seus conhecimentos, acesse o site: <http://www.receita.fazenda.gov.br/Aliquotas/
ImpSobrRenda.htm>.
II – Características
135
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
E
IMPORTANT
Bens de Capital (ou Produção): São os bens que servem para a produção
de outros bens, tais como máquinas, equipamentos, material de transporte e construção.
Fonte: PAULO SANDRONI, Novo Dicionário de Economia. Editora Best Seller MB Associados
S/A Ltda.Disponível em: <http://www.ens.ufsc.br/~soares/dicionario.htm>. Acesso em: 23
abr. 2009.
136
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
III – Aspectos
Assim, a lei não diz o que são produtos industrializados, mas sim que eles
são o resultado de alguns processos de industrialização. Esses processos estão
previstos no art. 4º, do RIPI (Decreto nº 4.544/02), que regulamenta o disposto nos
arts. 3º, parágrafo único da Lei nº 4.502/04 e o art. 46, parágrafo único, do CTN, e
são os seguintes:
b) Aspecto quantitativo: a base de cálculo do IPI está prevista no art. 47, do CTN,
que prevê três situações distintas.
137
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
DICAS
138
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
Existe ainda uma situação específica no IPI, que não gera a obrigação
de pagar o imposto, chamada industrialização por encomenda. Neste caso, o
produto sai do estabelecimento industrial, com destino a outras empresas, para
que ocorra uma das etapas da industrialização do produto.
O art. 3º, da Lei nº 4.502/64, traz diversas equiparações, assim como o art.
24, do RIPI. Já os arts. 25 e 27, do RIPI, estabelecem a responsabilidade tributária
e a responsabilidade solidária, respectivamente.
DICAS
II – Características
140
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
III – Aspectos
141
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
Art. 3º – [...]
§ 1º Entende-se ocorrido o fato gerador e devido o IOF sobre operação
de crédito:
I – na data da efetiva entrega, total ou parcial, do valor que constitua o
objeto da obrigação ou sua colocação à disposição do interessado;
II – no momento da liberação de cada uma das parcelas, nas hipóteses de
crédito sujeito, contratualmente, a liberação parcelada;
III – na data do adiantamento a depositante, assim considerado o saldo a
descoberto em conta de depósito;
IV – na data do registro efetuado em conta devedora por crédito liquidado
no exterior;
142
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
e) Aspecto pessoal: o art. 66 do CTN diz que contribuinte é todo aquele que
tomar parte em uma operação tributada, conforme dispuser a lei. Por sua vez,
o Regulamento do IOF dispõe, no seu art. 4º, que contribuintes são todas as
pessoas físicas ou jurídicas tomadoras de crédito. E no caso das operações de
factoring, é o alienante de direitos creditórios resultantes de vendas a prazo,
seja pessoa física ou jurídica.
II – Características
143
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
Art. 2º [...]
§ 1º Pequena gleba rural é o imóvel com área igual ou inferior a (Lei nº
9.393, de 1996, art. 2º, parágrafo único):
I – cem hectares, se localizado em município compreendido na Amazônia
Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense;
II – cinquenta hectares, se localizado em município compreendido no
Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental;
III – trinta hectares, se localizado em qualquer outro município.
144
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
III – Aspecto
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural
ou artificialmente.
145
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
terceiros, a uma altura ou profundidade tais, que não tenha ele interesse
legítimo em impedi-las.
Art. 1.196. Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade.
DICAS
Bens imóveis são todos os bens que não se podem transportar sem que se
altere a sua essência. Contrapõem-se aos bens móveis, que podem movimentar-se ou
possuem movimento próprio. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Im%C3%B3vel >.
Acesso em: 6 maio 2009.
Propriedade é o direito exclusivo que uma pessoa física ou jurídica tem sobre determinado
bem, podendo transformá-lo, consumi-lo ou aliená-lo. Distingue-se da posse o desfrute de
um objeto por uma pessoa, que só se transforma em propriedade plena pelo reconhecimento
jurídico. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Propriedade >. Acesso em: Acesso em:
6 maio 2009.
Posse é uma situação de fato, ou situação aparente que, por sua importância, recebe
proteção legal. Diante disso, ressalta-se que o possuidor é aquele que detém um dos
poderes inerentes à propriedade. Disponível em:< http://www.jurisway.org.br/v2/pergunta.
asp?idmodelo=718>. Acesso em: Acesso em: 6 maio 2009.
Entretanto, a lei não define o que seja uma “propriedade rural”. Ensinam
Paulsen e Melo (2006, p. 182) que “devemos buscar na interpretação de outro
imposto esse conceito”.
146
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
b) Aspecto quantitativo: está previsto no art. 30, do CTN, que determina que a
base de cálculo seja o valor fundiário do imóvel. Por sua vez, o art. 11, da Lei nº
9.393/96, estabelece a forma pela qual se deve chegar ao valor do imóvel. Sobre
a forma de cálculo, ensinam Paulsen e Melo (2006, p. 188-189):
Nesse caso, o § 3º, do art. 1º, da Lei nº 9.393/96, estabelece que a propriedade
deva ser tributada no município onde está sua sede.
148
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
II – Características
III – Aspectos
a) Aspecto material: basta que tenha uma folha de pagamentos para que a pessoa
jurídica passe a ser contribuinte.
149
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
II – Características
De acordo com o art. 239, da CF/88, a receita auferida com essa contribuição
deve ser destinada para o custeio do programa do seguro-desemprego e do abono
salarial. Esse abono (previsto no § 3º, desse artigo) consiste no pagamento de um
salário mínimo anual para todo empregado que ganhe até dois salários mínimos
mensais, desde que o empregador participe do programa PIS/PASEP.
III – Aspectos
150
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
IV – referentes à:
a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos;
b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como
perda, que não representem ingresso de novas receitas, o resultado
positivo da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido
e os lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo
de aquisição, que tenham sido computados como receita.
Por seu turno, o art. 3º estabelece quais as operações que geram crédito
para as empresas sujeitas ao regime não cumulativo.
NOTA
151
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
e) Aspecto pessoal: é a pessoa que auferir receita, conforme estipulado no art. 1º,
da Lei nº 7/70.
II – Características
Dessa forma, a lei que as instituiu criou um sistema misto, onde várias
empresas convivem com o regime cumulativo, enquanto outras obedecem ao
sistema não cumulativo.
III – Aspectos
152
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
IV – referentes à:
a) vendas canceladas e aos descontos incondicionais concedidos;
b) reversões de provisões e recuperações de créditos baixados como perda,
que não representem ingresso de novas receitas, o resultado positivo
da avaliação de investimentos pelo valor do patrimônio líquido e os
lucros e dividendos derivados de investimentos avaliados pelo custo
de aquisição, que tenham sido computados como receita.
153
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
Por seu turno, o art. 3º estabelece quais as operações que geram crédito
para as empresas sujeitas ao regime não cumulativo.
e) Aspecto pessoal: é a pessoa que auferir receita, conforme estipulado no art. 1º,
da Lei nº 7/70.
II – Características
III – Aspectos
154
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
13 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL-PREVIDENCIÁRIA
DO TRABALHADOR
I – Previsão Legal
II – Características
III – Aspectos
155
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
156
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
[...]
II – Características
III – Aspectos
157
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
FONTE: Disponível em: <www.euvoupassar.com.br › Página Inicial › Artigos>. Acesso em: 11 jul. 2011.
158
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
ATENCAO
15 PIS/COFINS DA IMPORTAÇÃO
I – Previsão Legal
Previsão Constitucional: art. 149, § 2º, inc. II e art. 195, inciso IV.
Previsão Infraconstitucional: Lei nº 10.865/04.
II – Características
III – Aspectos
159
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
Art. 9° São isentas das contribuições de que trata o art. 1° desta Lei:
I – as importações realizadas:
a) pela União, estados, Distrito Federal e municípios, suas autarquias e
fundações instituídas e mantidas pelo poder público;
b) pelas missões diplomáticas e repartições consulares de caráter
permanente e pelos respectivos integrantes;
c) pelas representações de organismos internacionais de caráter
permanente, inclusive os de âmbito regional, dos quais o Brasil seja
membro, e pelos respectivos integrantes;
160
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
II – as hipóteses de:
a) amostras e remessas postais internacionais, sem valor comercial;
b) remessas postais e encomendas aéreas internacionais, destinadas a
pessoa física;
c) bagagem de viajantes procedentes do exterior e bens importados a que
se apliquem os regimes de tributação simplificada ou especial;
d) bens adquiridos em loja franca no país;
e) bens trazidos do exterior, no comércio característico das cidades
situadas nas fronteiras terrestres, destinados à subsistência da unidade
familiar de residentes nas cidades fronteiriças brasileiras;
f) bens importados sob o regime aduaneiro especial de drawback, na
modalidade de isenção;
g) objetos de arte, classificados nas posições 97.01, 97.02, 97.03 e 97.06 da
NCM, recebidos em doação, por museus instituídos e mantidos pelo
poder público ou por outras entidades culturais reconhecidas como de
utilidade pública; e
h) máquinas, equipamentos, aparelhos e instrumentos, e suas partes
e peças de reposição, acessórios, matérias-primas e produtos
intermediários, importados por instituições científicas e tecnológicas e
por cientistas e pesquisadores, conforme o disposto na Lei nº 8.010, de
29 de março de 1990.
III – (VETADO).
§ 1° As isenções de que tratam os incisos I e II deste artigo somente
serão concedidas se satisfeitos os requisitos e condições exigidos para o
reconhecimento de isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados
- IPI.
§ 2° (VETADO).
161
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
162
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
16 CIDE COMBUSTÍVEL
I – Previsão Legal
II – Características
III – Aspectos
163
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
e) Aspecto pessoal: de acordo com o art. 3º, da Lei nº 10.336/2001, são contribuintes
da CIDE Combustíveis o produtor, o formulador e o importador, pessoa física
ou jurídica, dos combustíveis líquidos.
17 CIDE ROYALTES
I – Previsão Legal
Previsão Constitucional: art. 149, caput c/c Art. 214, inciso IV.
Previsão Infraconstitucional: Lei nº 10.168/2000.
II – Características
O CIDE Royalties é um tributo com função extrafiscal, já que sua receita está
vinculada ao financiamento do Programa de Estímulo à Integração Universidade-
Empresa para o Apoio à Inovação.
III – Aspectos
E a lei entende que essa transferência ocorre nos contratos cujo objeto seja
a exploração de patentes, ou de uso de marcas e os de fornecimento de tecnologia
e prestação de assistência técnica.
164
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
165
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
II – Características
III – Aspectos
b) Aspecto quantitativo: varia de profissão para profissão, e está previsto nas leis
específicas. O lançamento é de ofício.
e) Aspecto pessoal: são todas as pessoas físicas que desejam desempenhar uma
profissão regulamentada, e tenham habilitação para tanto.
19 EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO
I – Previsão Legal
II – Características
166
TÓPICO 1 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DA UNIÃO
que tem caráter provisório, já que sua cobrança só é autorizada enquanto perdurar
a situação excepcional que possibilitou sua criação.
III – Aspectos
a) Aspecto material: são as previstas nos incisos I e II, do art. 148, ou seja, para
atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de
guerra externa ou sua iminência, ou ainda a necessidade de investimento
público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.
ATENCAO
167
RESUMO DO TÓPICO 1
168
AUTOATIVIDADE
169
170
UNIDADE 3
TÓPICO 2
TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA
EXCLUSIVA DOS ESTADOS E DO
DISTRITO FEDERAL
1 INTRODUÇÃO
A eles foi designado o tributo que hoje mais se arrecada no país: o ICMS.
Imposto de alta complexidade, ele incide em praticamente todas as etapas da
cadeia produtiva, merecendo tanto do legislador constitucional quanto do
legislador ordinário diversas regras, o que o torna de difícil compreensão.
I – Previsão Legal
II – Características
171
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
III – Aspectos
173
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
Assim, para que haja a incidência do ICMS, é preciso que haja a prestação
onerosa do serviço de comunicação. Nessa hipótese estão contidos os serviços de
telecomunicações (telefonia fixa, telefonia móvel, além dos servidores de acesso à
internet), além dos serviços de televisão a cabo.
174
TÓPICO 2 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
175
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
176
TÓPICO 2 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
b) o valor do próprio ICMS, o que faz com que ele incida sobre si mesmo. É a
chamada incidência “por dentro”.
ICMS = 18%
82% = 200.000
100% = X
177
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
[...]
IV – resolução do Senado Federal, de iniciativa do Presidente da República
ou de um terço dos senadores, aprovada pela maioria absoluta de seus
membros, estabelecerá as alíquotas aplicáveis às operações e prestações,
interestaduais e de exportação;
V – é facultado ao Senado Federal:
a) estabelecer alíquotas mínimas nas operações internas, mediante
resolução de iniciativa de um terço e aprovada pela maioria absoluta
de seus membros;
b) fixar alíquotas máximas nas mesmas operações para resolver conflito
específico que envolva interesse de Estados, mediante resolução de
iniciativa da maioria absoluta e aprovada por dois terços de seus
membros;
VI – salvo deliberação em contrário dos estados e do Distrito Federal, nos
termos do disposto no inciso XII, "g", as alíquotas internas, nas operações
relativas à circulação de mercadorias e nas prestações de serviços, não
poderão ser inferiores às previstas para as operações interestaduais;
VII – em relação às operações e prestações que destinem bens e serviços a
consumidor final localizado em outro Estado, adotar-se-á:
a) a alíquota interestadual, quando o destinatário for contribuinte do
imposto;
b) a alíquota interna, quando o destinatário não for contribuinte dele;
VIII – na hipótese da alínea "a" do inciso anterior, caberá ao Estado da
localização do destinatário o imposto correspondente à diferença entre a
alíquota interna e a interestadual;
No caso das alíquotas internas, cada Estado pode estabelecer como achar
mais conveniente, desde que sejam aquelas aplicadas dentro de seus territórios, e
não sejam inferiores às alíquotas aplicadas nas operações interestaduais.
178
TÓPICO 2 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
Uma empresa atacadista vende uma carga de 1.000 caixas de latas de leite
para um supermercado. A alíquota interna do Estado onde o supermercado
está estabelecido é de 17%.
179
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
Como já vimos, não basta que alguém venda uma mercadoria, mas
que o faça com habitualidade e profissionalismo. O parágrafo único do art. 4º
ainda equipara pessoas como contribuintes, mesmo sem a habitualidade e
profissionalismo.
Essa sistemática tem sido usada para diversas mercadorias, tais como
fumo, cerveja, cimento, remédios, sorvete, lubrificantes, energia elétrica, álcool
carburante, água mineral, refrigerante, fruta e veículo novo. Caso o fato gerador
não venha a acontecer, a Constituição garante que o valor pago deve ser devolvido.
180
TÓPICO 2 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
II – Características
III – Aspectos
DICAS
181
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
II – Características
III – Aspectos
182
TÓPICO 2 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS ESTADOS E DO DISTRITO FEDERAL
d) Aspecto espacial: é o local onde está o bem, ou ainda onde estão depositados
os valores em dinheiro.
NOTA
183
RESUMO DO TÓPICO 2
184
AUTOATIVIDADE
185
186
UNIDADE 3
TÓPICO 3
1 INTRODUÇÃO
Estudaremos aqui os tributos de competência dos municípios e do Distrito
Federal.
Como incide sobre o setor que mais cresceu nas últimas décadas – o de
prestação de serviços –, o ISSQN passou a ser grande fonte de polêmica, ainda
mais porque o objeto de sua incidência dificilmente produz um bem material,
como é o caso do IPI e do ICMS. Isso sem contarmos com os diversos casos de
conflito de competência envolvendo esses três impostos, notadamente no caso da
produção de embalagens pela indústria gráfica.
187
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
I – Previsão Legal
Previsão Constitucional: art. 156, inc. III e § 3º; art. 88, dos Atos das
Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT).
Previsão Infraconstitucional: Lei Complementar n° 116/2003, e legislação
própria dos municípios e do Distrito Federal.
II – Características
III – Aspectos
188
TÓPICO 3 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
Este artigo ainda prevê que, no caso dos serviços previstos no item 3.04
(locação, sublocação, arrendamento, direito de passagem ou permissão de uso,
compartilhado ou não, de ferrovia, rodovia, postes, cabos, dutos e condutos de
qualquer natureza), o imposto será dividido entre os municípios por onde passar
a rodovia, ferrovia, postes, cabos, dutos e condutos, proporcionalmente.
Porém, na leitura desses itens vê-se claramente que ele determina que
somente o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador de serviços
fora do local da prestação dos serviços ficará sujeito ao ICMS. Assim, a doutrina
discute se a lei está determinando uma exclusão de base de cálculo, ou se, ao
contrário, estaria tentando dirimir eventual conflito de competência entre estados
e municípios.
189
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
Ele recebe alguns dados por e-mail, mas para completar seu trabalho
precisa se deslocar até João Pessoa, a fim de colher o restante das informações no
local. Durante as oito horas em que passa viajando de avião, usa seu notebook para
adiantar alguns dos relatórios que tem de apresentar.
E o que a lei quis dizer com estabelecimento prestador? Nada mais que o
local onde o contribuinte habitualmente executa suas atividades. O conceito de
estabelecimento prestador está previsto no art. 4º, transcrito a seguir:
A exceção fica por conta de 20 itens, todos previstos nos incisos I a XXII,
do art. 3º da LC n° 116/03. Nesses casos, é considerado prestado o serviço no
local de sua execução. O exemplo clássico é o da construção civil, já que o ISSQN
é devido no município onde a obra for feita, independentemente de onde está a
sede da construtora.
190
TÓPICO 3 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
Previsão Constitucional: art. 156, inc. I, e § 1º e art. 182, § 4º, inc. II.
Previsão Infraconstitucional: arts. 32 a 34, do CTN; Lei Federal n°
10.257/2001 (Estatuto das Cidades); e legislação de cada município.
II – Características
III – Aspectos
191
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
Para que um imóvel seja considerado urbano, devem estar presentes dois
requisitos: o local deve ser considerado como área urbana por lei municipal; além
disso, devem estar presentes ao menos dois dos melhoramentos acima descritos.
b) Aspecto quantitativo: a base de cálculo é o valor venal do imóvel (Art. 33, caput
do CTN). O parágrafo único ainda veda a inclusão de bens móveis no cálculo do
imposto, ainda que ele esteja em caráter permanente ou temporário, no imóvel,
para efeito de sua utilização, exploração, aformoseamento ou comodidade.
192
TÓPICO 3 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
II – Características
193
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
III – Aspectos
UNI
194
TÓPICO 3 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
NOTA
Fusão: operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova,
que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações.
Incorporação: operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que
lhe sucede em todos os direitos e obrigações.
Cisão: segregação de uma unidade patrimonial que passa a constituir uma nova sociedade,
que sucederá integralmente aquela unidade (estabelecimento).
Extinção: liquidação societária com retorno, se for o caso, do patrimônio a seus titulares.
FONTE: Impostos Federais, Estaduais e Municipais. PAULSEN, Leandro; MELO, José Eduardo
Soares de.
195
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
d) Aspecto espacial: de acordo com o disposto no § 2º, inc. II, do art. 156,
é o local da situação do bem, ou seja, no município onde ele estiver localizado.
II – Características
O parágrafo único, do art. 149-A, diz ainda que devam ser observados
ainda os Princípios da Legalidade, da anterioridade e a noventena. E o parágrafo
único faculta a cobrança da contribuição na fatura de consumo de energia
elétrica, o que também tem levantado sérios questionamentos, já que a fatura não
atenderia aos requisitos formais para se caracterizar o lançamento tributário.
III – Aspectos
196
TÓPICO 3 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA EXCLUSIVA DOS MUNICÍPIOS E DO DISTRITO FEDERAL
b) Aspecto quantitativo: como não há uma lei ordinária de caráter nacional que
estabeleça os critérios, cada município instituiu sua própria base de cálculo e
alíquota. O lançamento é de ofício.
d) Aspecto espacial: como não há uma lei ordinária de caráter nacional que
estabeleça os critérios, cada município instituiu um critério, mas, via de regra,
a utilização da iluminação pública do município.
e) Aspecto pessoal: como não há uma lei ordinária de caráter nacional que
estabeleça os critérios, cada município instituiu um critério, mas, via de regra,
são as pessoas residentes nas ruas onde há o serviço de iluminação pública.
NOTA
197
RESUMO DO TÓPICO 3
198
AUTOATIVIDADE
199
200
UNIDADE 3
TÓPICO 4
TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA
COMUM
1 INTRODUÇÃO
Encerrando nosso estudo da Legislação Tributária, abordaremos os
tributos de competência comum da União, dos estados, dos municípios e do
Distrito Federal.
As taxas, de uma maneira geral, estão bem presentes em nosso dia a dia.
Contudo, essa terminologia é usada comumente para denominar outras cobranças
que não podem ser confundidas com um tributo da espécie taxa. Aqui veremos
como diferenciar uma taxa de uma tarifa e de um preço público.
2 TAXAS
I – Previsão Legal
II – Características
III – Aspectos
Para que a taxa referente ao exercício do poder de polícia possa ser cobrada,
é necessário que a Administração Pública esteja no exercício do poder-dever que
tem para disciplinar as atividades em sociedade. Um caso típico é a taxa do alvará
de localização, cobrada pelo município para verificar se uma pessoa interessada
em desenvolver qualquer atividade está cumprindo a legislação vigente quanto
à ocupação do solo.
203
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
Além disso, o valor que cada contribuinte paga deve ser exatamente
correspondente ao custo que aquele serviço teve para o poder público. Por
exemplo, um estabelecimento industrial que desenvolva uma atividade altamente
poluente com área de 500 m2 despende mais tempo e custo para ser vistoriado,
do que um com apenas 100 m2, e que tem fim comercial. Dessa forma, o primeiro
estabelecimento deve pagar mais de taxa de alvará do que o segundo.
3 CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
I – Previsão Legal
II – Características
Além disso, cada vez que uma contribuição de melhoria é criada, tem de
ser promulgada uma lei própria, contendo todos os aspectos legais necessários
para sua cobrança.
III – Aspectos
204
TÓPICO 4 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA COMUM
205
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
e) Aspecto pessoal: é todo aquele que obtiver valorização do seu imóvel em razão
de uma obra pública.
II – Características
III – Aspectos
206
TÓPICO 4 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA COMUM
NOTA
● Taxas.
● Contribuição de Melhoria.
● Contribuições para o Custeio da Seguridade Social.
LEITURA COMPLEMENTAR
Patrícia Persike
207
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
208
TÓPICO 4 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA COMUM
209
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
210
TÓPICO 4 | TRIBUTOS DE COMPETÊNCIA COMUM
211
UNIDADE 3 | TRIBUTOS EM ESPÉCIE
212
RESUMO DO TÓPICO 4
As taxas, de uma maneira geral, estão bem presentes em nosso dia a dia
e observamos como diferenciar uma taxa de uma tarifa e de um preço público.
213
AUTOATIVIDADE
214
REFERÊNCIAS
ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Manual de direito tributário: Inclui
o Simples Nacional (LC nos 123/2006 e 127/2007). 5. ed. Niterói: Impetus, 2007.
AMARO, Luciano. Direito tributário brasileiro. 12. ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
216
Federal, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 01º de
agosto de 2003. Disponível em: m<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/
LCP/Lcp116.htm>. Acesso em: 27 maio 2009.
217
______. Lei Complementar n° 102, de 11/07/2000. Altera dispositivos da Lei
Complementar n° 87, de 13 de setembro de 1996, que “dispõe sobre o imposto
dos Estados e do Distrito Federal sobre operações relativas à circulação de
mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, e dá outras providências. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 12 de julho de 2000. Disponível em: <http://www.planalto.
gov. br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp102.htm>. Acesso em: 27 maio 2009.
______. Lei nº 7.689, de 15/12/1988. Institui contribuição social sobre o lucro das
pessoas jurídicas e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF,
16 de dezembro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
Leis/L7689.htm>. Acesso em: 27 maio 2009.
218
______. Lei n° 9.717, de 27/11/1998. Dispõe sobre regras gerais para a
organização e o funcionamento dos regimes próprios de previdência social dos
servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
dos militares dos Estados e do Distrito Federal e dá outras providências. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 28 de novembro de 1998. Disponível em: <http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9717.htm>. Acesso em: 27 maio 2009.
219
______. Lei nº 5.143, de 20/10/1966. Institui o Imposto sobre Operações
Financeiras, regula a respectiva cobrança, dispõe sobre a aplicação das reservas
monetárias oriundas de sua receita, e dá outras providências. Diário Oficial
da União, Brasília, DF, 24 de outubro de 1966. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5143.htm>. Acesso em: 27 maio 2009.
220
Brasília, DF, 31 de dezembro de 1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/Leis/LCP/Lcp70.htm>. Acesso em: 27 maio 2009.
____. Lei nº 8.033, de 12/04/1990. Altera mediante conversão em lei das Medidas
Provisórias nº 160, de 15 de março de 1990, e 171, de 17 de março de 1990, a
legislação do Imposto sobre Operações Financeiras, instituindo incidências de
caráter transitório sobre os atos que menciona, e dá outras providências. Diário
Oficial da União, Brasília, DF, 13 de abril de 1990. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/1989_1994/L8033.htm>. Acesso em: 27 maio 2009.
______. Lei nº 7.766, de 11/05/1989. Dispõe sobre o ouro, ativo financeiro, e sobre
seu tratamento tributário. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 de maio de
1989. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L7766.htm>.
Acesso em: 27 maio 2009.
CASSONE, Vittorio. Direito tributário. 18. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
221
FABRETTI, Láudio Camargo. Direito tributário aplicado impostos e
contribuições das empresas. São Paulo: Atlas, 2006.
HARADA, Kiyoshi. Direito financeiro e tributário. 15. ed. São Paulo: Atlas,
2006.
222
ANOTAÇÕES
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