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DIREITO PENAL

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(parte geral)

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TURMA INTENSIVA INSPETOR
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DE POLÍCIA CIVIL RJ 2019
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Teoria + Exercícios
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AULA 1
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PROFESSOR: Mauro Cesar


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E-MAIL: professormaurocesar@gmail.com
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FACEBOOK: www.facebook.com/professormaurocesar
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INTRODUÇÃO
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I – CONCEITO DE DIREITO PENAL

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é o ramo do ordenamento jurídico que define as

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infrações penais (crimes e contravenções) e comina as

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respectivas sanções (penas e medidas de segurança)

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II – MISSÕES DO DIREITO PENAL
a) missão mediata: 73
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- controle social (ao lado dos demais ramos do direito);
50
-1

- limitação do poder de punir estatal


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b) missão imeditada:
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- proteção dos bens jurídicos.


M

- assegurar o ordenamento jurídico, garantindo a vigência


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da norma.
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III – LIMITE DE PUNIR DO ESTADO

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a) quanto ao modo: o direito de punir do Estado é LIMITADO,

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condicionado.

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- funcionam como limite os direitos e garantias fundamentais
e o princípio da dignidade da pessoa humana;

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b) quanto ao espaço: como regra, a lei penal brasileira aplica-
se aos fatos ocorridos no território nacional.
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c) quanto ao tempo: o direito de punir estatal esbarra em uma
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limitação temporal, consubstanciada pela prescrição dos


crimes.
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OBS: DIREITO DE PUNIR E MONOPÓLIO ESTATAL – o direito de


punir é monopólio do Estado, ficando proibida a justiça
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privada, que, inclusive, poderá caracterizar o crime de


M

exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 CP).


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IV – FONTES DO DIREITO PENAL

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- FONTE quer dizer lugar de procedência, de origem, de onde surge

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algo.

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- para o estudo do Direito Penal, FONTE pode ser tanto órgão de
origem da norma (FONTE MATERIAL), quanto forma de expressar essa

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norma (FONTE FORMAL).

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IV.1 – FONTE MATERIAL
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- é a origem, a fonte de produção do Direito Penal.
50

- no Brasil, nos termos do artigo 22, I da Constituição Federal, em


-1

regra, apenas a União poderá legislar sobre Direito Penal.


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Art 22. Compete privativamente à União legislar sobre:


I – direito civil, comercial, PENAL, processual, eleitoral
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agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; (g.n)


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IV.2 – FONTE FORMAL

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- é o modo, o meio pelo qual o Estado revela as normas de Direito

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Penal, é a fonte de conhecimento.

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a) IMEDIATAS:
. leis;

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. Tratados Internacionais de Direitos Humanos;

17
. princípios gerais de direito; e
. jurisprudência. 73
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b) MEDIATAS:
-1

. doutrina
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OBS1: COSTUMES – fonte INFORMAL do Direito Penal.


- são comportamentos UNIFORMES e CONSTANTES, pela convicção de
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sua obrigatoriedade e necessidade jurídica.


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MUITA ATENÇÃO
NO BRASIL, COSTUMES NÃO PODEM CRIAR CRIMES, COMINAR
EL

. PENAS OU REVOGAR INFRAÇÕES PENAIS.


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E PENAIS
PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS
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I – NOÇÕES GERAIS

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- resumidamente, são espécies de normas

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pilares sobre as quais se assentam todas as

26
outras normas jurídicas.

17
- sobre essas normas repousam todas as outras
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normas estudadas pelo Direito, principalmente
50

pelos Direitos Constitucional e Penal.


-1

- quando dois princípios colidem, os dois


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ultrapassam o conflito mantendo sua validade,


AT

devendo o aplicador decidir qual possui maior


M

peso.
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II - PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL

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- previsto no artigo 5º, XXXIX da Constituição Federal, bem

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como no artigo 1° do Código Penal.

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“Art. 5º.

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XXXIX. Não há crime sem LEI ANTERIOR que o DEFINA e nem
pena sem prévia combinação legal”.(g.n.)
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II.1 – LEI, COSTUMES, ANALOGIA e INTERPRETAÇÃO
50

ANALÓGICA
-1

- nesse princípio, lei é aquela em sentido formal e material.


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OBS 1: princípio da legalidade – exige apenas que uma


espécie normativa trate da matéria.
AT

- desta forma, não podemos criar crimes com base na


M

analogia ou nos costumes.


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- precisamos de uma LEI!


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OBS 2: analogia - é uma forma de preenchimento de eventual

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lacuna na lei penal através da comparação

AN
a) analogia in malan partem: é aquela hipótese na qual aplica-

-D
se uma norma prejudicial ao réu.
- não é aceita em decorrência do princípio da reserva legal ou

26
da taxatividade da lei penal.

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b) analogia in bonam partem: trata-se da aplicação de uma lei
50

benéfica ao réu.
-1

- poderá ser aplicada em caso de omissão da lei penal.


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OBS 3: interpretação analógica – é permitida no direito penal.


AT

- o legislador não tinha como prever todas as hipóteses que


M

poderiam ocorrer e coloca-las no texto legal.


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Ex: art. 121, §2º, III, CP – “ou outro meio insidioso ou cruel”.
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II.2 – LEI ANTERIOR (PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE)

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- a lei penal deverá controlar fatos futuros, em regra.

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- excepcionalmente, caso a lei penal seja mais benéfica, ela

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poderá ser aplicada a fatos ocorridos antes de sua vigência.

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17
MUITA ATENÇÃO

73
HAVENDO LEI PENAL POSTERIOR AO FATO, MAIS FAVORÁVEL DO
57
QUE A APLICADA NA ÉPOCA DO MESMO, A LEI POSTERIOR MAIS
50

FAVORÁVEL DEVERÁ RETROAGIR E SER APLICADA AO MESMO.


-1

III - PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AOS BENS JURÍDICOS MAIS


S

RELEVANTES
TO

- o Estado deverá proteger, através do Direito Penal, apenas


AT

os bens jurídicos mais importantes para a sociedade, que


M

deverão estar assentados na Lei Maior, que é a Constituição


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Federal.
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IV – PRINCÍPIO DA INTERVENÇÃO MÍNIMA

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- o Direito Penal deverá ser aplicado apenas quando

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estritamente necessário, atuando como a ultima ratio do

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sistema jurídico.

26
- derivações desse princípio:

17
a) fragmentariedade: o direito Penal não deve se ocupar
73
de proteger todos os bens jurídicos de todas as ofensas a
57
eles dirigidas.
50

- deve proteger somente os bens jurídicos mais


-1

relevantes;
S

- deve proteger esses bens jurídicos mais relevantes


TO

apenas dos ataques mais intoleráveis.


AT

b) subsidiariedade: sempre que outros ramos do direito


M

forem eficazes para proteger o bem jurídico, o direito


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penal não poderá ser utilizado.


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V – PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA PENAL

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- não está positivado expressamente, sendo analisado a partir

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das decisões dos Tribunais Superiores, principalmente do STF.

-D
- um fato de menor gravidade, no que pese formalmente
amoldar-se à previsão em abstrato da lei penal, também

26
deverá ser materialmente importante.

17
- também é chamado de PRINCÍPIO DA BAGATELA.
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50

- requisitos:
-1

a) mínima ofensividade da conduta do agente;


S

b) ausência de periculosidade social da ação;


TO

c) reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;


AT

d) inexpressividade da lesão jurídica provocada.


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VI – PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL

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- apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal, ela não será

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considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se
estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente

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condicionada.

26
- dupla função do referido princípio:

17
a) restringir o âmbito de abrangência da lei penal, limitando a sua
interpretação e fazendo incidir a lei penal apenas quando o fato praticado
73
não seja aceito socialmente;
57
50

b) o legislador atuará observando a finalidade do Direito Penal, que é


-1

proteger os bens jurídicos mais importantes; bem como deverá retirar do


ordenamento jurídico a proteção, através da lei penal, daqueles bens que
S

podem ser protegidos por outro ramo do direito, menos gravoso.


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OBS: COMO OS COSTUMES, NO BRASIL, NÃO POSSUEM O CONDÃO DE


M

REVOGAR CRIMES, ESSE PRINCÍPIO FUNCIONA, BASICAMENTE, COMO


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. NORTE AO LEGISLADOR NO MOMENTO DA CRIAÇÃO DOS CRIMES.


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VII – PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO BIS IN IDEM

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- ninguém poderá ser processado ou punido duas vezes pelo mesmo fato.

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VIII – PRINCÍPIO DA EXTERIORIZAÇÃO DO FATO
- nosso ordenamento jurídico prevê que o Direito Penal a ser aplicado é o

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do fato, e não do autor.

17
- assim, o Estado apenas poderá criminalizar condutas humanas

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voluntárias.
57
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa
50

de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os


-1

efeitos penais da sentença condenatória.


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IX – PRINCÍPIO DA LESIVIDADE (OFENSIVIDADE)


- o Direito Penal só poderá atuar quando o bem jurídico por ele tutelado
AT

houver sido efetivamente lesionado.


M

- se a lesão tiver sido insignificante, não haverá a incidência do Direito


LE

Penal, diante da aplicação do PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA PENAL.


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X – PRINCÍPIO DA ALTERIDADE

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- para haver crime, a conduta deverá sair do ramo das ideias,

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permitindo a punição.

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- o íntimo do pensamento não poderá ser punido.

26
- a conduta deve ser exteriorizada.

17
- assim, não há crime na conduta que prejudica somente

73
aquele que a praticou, sendo vedada a punição da
57
autolesão!!!
50
-1

OBS: USO DE DROGAS – o consumo próprio de droga não é


criminalizado. Não existe o verbo USAR como núcleo do tipo
S
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previsto no artigo 28 da Lei de Drogas. As condutas


criminalizadas são as de ADQUIRIR, GUARDAR, TER EM
AT

DEPÓSITO, TRANSPORTAR ou TRAZER CONSIGO.


M

- provavelmente, esse crime será declarado inconstitucional


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pelo STF.
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TEORIA DA
NORMA PENAL
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I – INTRODUÇÃO

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- a norma penal é composta pelo preceito primário e pelo preceito

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secundário:

-D
a) preceito primário: prevê a conduta que será punida, caso seja
realizada.

26
b) preceito secundário: prevê a pena a ser aplicada.

17
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II – NORMAS PENAIS EM BRANCO (ou primariamente remetidas)
57
- são aqueles tipos penais cujo preceito primário depende de
50

complementação, para caracterizar-se o tipo penal completo.


-1

II.1 – NORMAS PENAIS INCOMPLETAS (imperfeitas ou


S
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secundariamente remetidas)
- são aquelas cujo preceito secundário está incompleto, remetendo o
AT

operador do direito à uma outra norma, para saber qual será a sanção
M

aplicável a quem cometer determinada conduta.


LE

Ex: Lei do Genocídio (Lei nº 2.889/56).


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III – LEIS PENAIS EXCEPCIONAIS OU TEMPORÁRIAS

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a) leis penais excepcionais: são as leis penais destinadas à vigência durante

AN
acontecimento determinado (calamidade);
b) leis penais temporárias: possuem vigência durante determinado período

-D
de tempo (ex; uma lei que venha a ser criada para ter vigência durante a Copa
do Mundo).

26
- essas leis, portanto, seriam hipótese de EXCEÇÃO ao princípio da

17
retroatividade da lei penal mais benéfica, na medida em que continuariam

73
sendo aplicadas aos fatos ocorridos durante a sua vigência, mesmo que uma
lei posterior viesse a tratar o fato com uma reprimenda menor.
57
50

IV – ABOLITIO CRIMINIS
-1

- ocorre quando uma lei nova torna atípico um fato que antes era considerado
S

típico.
TO

IV.1 – EFEITOS DA ABOLITIO CRIMINIS


AT

- a abolitio criminis extingue os EFEITOS PENAIS da sentença condenatória.


- os EFEITOS EXTRAPENAIS PERMANECEM.
M

- assim, eventual ressarcimento na esfera cível permaneceria.


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IV.2 – PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE NORMATIVO-TÍPICA

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- ocorre tão somente a revogação formal de um tipo penal, cuja

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conduta passa a ser regulamentada, da mesma maneira, por outro tipo
penal.

-D
Ex: artigo 148, § 1º do Código Penal, que manteve a tipicidade material

26
da norma insculpida no revogado artigo 219 do mesmo Diploma Legal.

17
73
V – COMBINAÇÃO DE LEIS
57
- resulta na possibilidade de valer-se apenas da parte favorável de duas
50
ou mais leis e, a partir destas partes favoráveis, criar uma terceira lei
penal.
-1

- atualmente, a matéria encontra-se pacificada no STJ


S
TO

Súmula 501: “É cabível a aplicação retroativa da Lei 11.343,


AT

desde que o resultado da incidência das suas disposições, na


M

íntegra, seja mais favorável ao réu do que o advindo da


aplicação da Lei n. 6.368, sendo vedada a combinação de
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leis”.
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TEMPO
LEI PENAL NO
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I - INTRODUÇÃO

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- o estudo da lei penal no tempo é de fundamental

AN
importância, pois este instituto atua diretamente na

-D
tipicidade formal da conduta.

26
- primeira – e mais importante questão – é quando, NO

17
TEMPO, um crime se considera praticado.
73
- há três teorias que explicam a matéria:
57
- o nosso Código Penal adotou a TEORIA DA ATIVIDADE,
50

como demonstra a leitura do artigo 4º.


-1
S
TO

“Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento


da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento
AT

do resultado”.
M

- capacidade do agente, lei penal vigente e condições da


LE

vítima serão analisadas no momento da ação ou omissão.


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II - SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

L
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- em regra, vige o PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE

AN
DA LEI PENAL (previsto no art. 1º do Código Penal).

-D
- excepcionalmente, incidirá o PRINCÍPIO DA

26
RETROATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS BENÉFICA

17
(art. 2º do Código Penal)
73
57
50

“Art. 2º
-1

Parágrafo único – A lei posterior, que de


S
TO

qualquer modo favorecer o agente, aplica-se


aos fatos anteriores, ainda que decididos por
AT

sentença condenatória transitada em


M

julgado.”
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II.1 – HIPÓTESES POSSÍVEIS DE SUCESSÃO DE LEIS PENAIS NO TEMPO

L
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a) lei posterior torna TÍPICA conduta que era atípica:

AN
IRRETROATIVIDADE, devido ao princípio previsto no art. 1°, CP – seria
hipótese de novatio legis incriminadora;

-D
26
b) lei posterior torna ATÍPICA conduta que era típica:

17
RETROATIVIDADE, devido ao princípio insculpido no art. 2º, CP – trata-

73
se de abolitio criminis;
57
50
c) lei posterior mantém a conduta típica, mas com PENA MAIS GRAVE:
IRRETROATIVIDADE (art. 1º, CP) – seria hipótese de novatio legis in
-1

pejus;
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d) lei posterior mantém a conduta típica, mas com PENA MAIS


AT

BRANDA: RETROATIVIDADE (art. 2º, CP) – seria hipótese de novatio


legis in mellius.
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III - CONTINUIDADE DELITIVA E LEI MAIS GRAVOSA

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Súm. 711, STF: “A lei penal mais grave aplica-se

-D
ao crime continuado ou ao crime permanente, se

26
a sua vigência é anterior à cessação da

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continuidade ou da permanência.”
73
57
- o agente que prosseguiu na continuidade delitiva após o
50

advento da lei nova, mais gravosa, tinha a possibilidade


-1

de motivar-se pelos imperativos desta, e não permanecer


S

com o cometimento do delito, ao invés de prosseguir na


TO

prática de seus crimes.


AT

- como preferiu permanecer, responderá com base na lei


M

vigente naquele momento, ainda que mais grave, sem


LE

surpresas e sem violação ao princípio da Legalidade.


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ESPAÇO
LEI PENAL NO
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I – O QUE SERIA ESPAÇO?

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- é todo o local – terrestre, fluvial, marítimo e aéreo

AN
– onde o Estado exerce a sua soberania/ jurisdição.

-D
- tem ligação com o PRINCÍPIO DA SOBERANIA

26
17
- conceito – o “território é composto pela superfície
73
terrestre, o espaço aéreo, o espaço marítimo e o
57
subsolo (universalmente aceito como pertencente
50

ao Estado que detém a soberania da superfície) de


-1

um Estado.”
S

- objetivo: o estudo da lei penal no espaço busca


TO

traçar qual será o âmbito territorial de aplicação da


AT

lei penal brasileira, bem como de que forma o


M

Estado brasileiro irá se relacionar com outros países


LE

em matéria penal.
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I.1 – TERRITÓRIO BRASILEIRO POR EXTENSÃO

L
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Art. 5º -

AN
§ 1º - Para os efeitos penais, consideram-se como

-D
extensão do território nacional as embarcações e
aeronaves brasileiras, de natureza pública ou a serviço

26
do governo brasileiro onde quer que se encontrem, bem

17
como as aeronaves e as embarcações brasileiras,
73
mercantes ou de propriedade privada, que se achem,
57
respectivamente, no espaço aéreo correspondente ou
50

em alto-mar
-1
S

I.3 – EMBAIXADAS E CONSULADOS NO EXTERIOR


TO

NÃO SÃO CONSIDERADOS TERRITÓRIOS POR EXTENSÃO


AT

PARA EFEITOS PENAIS!


M

- são considerados territórios por extensão, e portanto


LE

invioláveis pelo Estado soberano naquele território, apenas


para fins constitucionais e políticos.
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II - PRINCÍPIOS APLICÁVEIS NO CASO DE CONFLITO

L
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II.1 – PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE

AN
- a lei penal do lugar do crime será sempre aplicada, cabendo ao Estado
soberano naquele território apurar, processar e julgar todas as infrações

-D
penais nele ocorridas, não importando a nacionalidade do agente ou da
vítima;

26
II.1.1 – PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE MITIGADA ou TEMPERADA

17
- o Código Penal Brasileiro, como se vê no caput do artigo 5º, adotou o

73
PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE TEMPERADA OU MITIGADA, pois a lei
57
penal brasileira será adotada ao crime cometido no território nacional, SEM
PREJUÍZO DE CONVENÇÕES, TRATADOS E REGRAS DO DIREITO
50

INTERNACIONAL.
-1

- assim, a regra, princípio da territorialidade, é excepcionada, sendo


temperada pela INTRATERRITORIALIDADE.
S
TO

II.2 – PRINCÍPIO DA EXTRATERRITORIALIDADE


- excepcionalmente, poderá ser aplicada a lei estrangeira em fatos
AT

ocorridos no território do Estado soberano, ou a lei daquele Estado


M

soberano em fatos ocorridos em território estrangeiro.


LE

- artigo 7º do CP.
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III - LOCAL DO CRIME

L
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- o CP adotou a TEORIA DA UBIQUIDADE, conforme art. 6º do CP:

AN
Art. 6º - Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a

-D
ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu
ou deveria produzir-se o resultado.

26
ATENÇÃO – MÉTODO MNEMÔNICO

17
ESTAMOS EM UMA LUTA PARA SERMOS APROVADOS!

73
LU – LUGAR: ubiquidade
57
TA – TEMPO: atividade
50

III.1 – CRIME PLURILOCAL


-1

- o crime percorrerá localidades diversas DENTRO DO MESMO


S

TERRITÓRIO.
TO

- não há que se falar em extraterritorialidade, na medida em que todos


AT

os atos executórios foram realizados dentro do território brasileiro.


M

- assim, surgirá um conflito de competências, a ser decidido pelo


direito processual penal (art. 70 do CPP).
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PENAL
DA INFRAÇÃO
TEORIA GERAL
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I – Introdução

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- o ordenamento jurídico brasileiro adotou o SISTEMA DUALISTA, dividindo as

AN
infrações penais em CRIME e CONTRAVENÇÃO PENAL.

-D
- de acordo com a Lei de Introdução ao Código Penal, CRIME seria a infração

26
penal punida com reclusão e detenção, enquanto CONTRAVENÇÃO PENAL
seria punida com prisão simples.

17
73
- não existe diferença ontológica, de sentido, mas apenas uma importância
57
quanto ao bem jurídico tutelado e gravidade referente à lesão por ele sofrida.
50
-1

OBS 1: sinônimos para contravenção penal – também é chamada de crime-


anão ou delito liliputiano.
S
TO

II – Conceito de crime:
AT

Conceito Analítico ou Estratificado – leva em consideração os elementos que


compõem a infração penal. Para a doutrina majoritária (tripartite), os
M

elementos do crime são FATO TÍPICO, ANTIJURIDICIDADE (ILICITUDE) e


LE

CULPABILIDADE.
EL
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L
DIFERENÇAS ENTRE CRIMES E CONTRAVENÇÕES PENAIS

IE
CRIME CONTRAVENÇÃO PENAL

AN
TIPO DE PENA PRIVATIVA reclusão ou prisão simples = art. 6º da LCP: jamais

-D
DE LIBERDADE detenção se admite regime fechado para
contravenção, mesmo por meio de

26
regressão

17
TIPO DE AÇÃO PENAL penal pública ou privada penal pública – art. 17, LCP.

73
PUNIBILIDADE DA é punível não é punível (art. 4º, LCP)
TENTATIVA 57
REGRAS DE admite as regras não admite as regras. Somente são
50

EXTRATERRITORIALIDADE punidas contravenções praticadas no


-1

Brasil.
COMPETÊNCIA PARA Justiça Estadual ou Justiça Justiça Estadual (art. 109, IV, CF).
S
TO

PROCESSO E Federal Exceção: quando o autor da


JULGAMENTO contravenção penal tiver foro por
AT

prerrogativa de função federal.


M

ex. Juiz Federal.


LE

LIMITES DAS PENAS 30 anos (art. 70 do CP). 5 anos ( art. 10 da LCP)


SURSIS – PERÍODO DE de 02 a 04 anos (em de 01 a 03 anos (art. 11 da LCP)
EL

PROVA regra).
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III – Sujeitos Ativo e Passivo do Crime

IE
III.1 – Sujeito Ativo

AN
- é aquele que comete a infração penal.

-D
26
a) qualquer pessoa pode figurar como sujeito ativo?

17
73
- não. Apenas as pessoas físicas com 18 anos completos e capazes.
57
50

b) pessoa jurídica pode figurar como sujeito ativo?


-1

- os Tribunais Superiores entendem que, no que pese serem entes


S

autônomos e distintos dos seus membros, as pessoas jurídicas não


TO

praticam crimes.
AT

- não obstante, elas podem ser responsabilizadas por crimes


M

ambientais.
LE
EL
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DA
LE
III.1.1 - Classificação do crime quanto ao sujeito ativo

L
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AN
CRIME CONDIÇÃO OU QUALIDADE AUTORIA E EXEMPLOS

-D
ESPECIAL DO AGENTE PARTICIPAÇÃO
o tipo penal NÃO EXIGE qualidade ou admite coautoria e artigos 121,

26
COMUM condição especial do agente, podendo participação. 140 e 157 do

17
ser praticado por qualquer pessoa. CP

73
57
PRÓPRIO o tipo penal EXIGE qualidade ou admite coautoria e artigos 312 e
50

condição especial do agente. participação 317 do CP


-1

o tipo penal EXIGE qualidade ou admite artigo 342 do


S
TO

condição especial do agente, mas participação, mas CP


DE MÃO apenas uma pessoa possui, no não admite
AT

PRÓPRIA momento da conduta, aquela qualidade coautoria (regra).


M

especial.
- também é chamado de CRIME DE
LE

CONDUTA INFUNGÍVEL.
EL
NI
DA
LE
III.2 – Sujeito Passivo

L
a) quem pode figurar como sujeito passivo da infração penal?

IE
- qualquer pessoa física ou jurídica ou ente destituído de personalidade jurídica

AN
pode ser sujeito passivo.

-D
OBS 1: crime vago – é aquele crime no qual o sujeito passivo é o ente destituído

26
de personalidade.

17
OBS 2: animais podem ser vítimas de crime? NÃO.

73
- eles podem aparecer como objeto material do delito, figurando como sujeito
57
passivo o proprietário do animal ou a coletividade, nos casos de crimes
50

ambientais.
-1

OBS 3: pessoa jurídica vítima de crime contra a honra – prevalece no STF e no STJ
a posição de que a pessoa jurídica pode ser vítima apenas de difamação.
S
TO

- não pode ser vítima de calúnia pois não pratica crime; também não pode ser
AT

vítima de injúria uma vez que não tem honra subjetiva (dignidade/decoro).
M

IV.2.1 – Espécies de sujeito passivo


LE

a) formal ou constante: é o Estado, interessado na manutenção da paz pública e


EL

da ordem social.
NI

b) material ou eventual: é o titular do bem jurídico lesado ou colocado em risco.


DA
LE
IV – Objetos Material e Jurídico

L
OBS: crime pluriofensivo – é aquele que lesa ou expõe a perigo mais

IE
de um bem jurídico tutelado

AN
ex. latrocínio - ofensa a vida e ao patrimônio.

-D
OBJETO O QUE É/TRADUZ EXEMPLO AUSÊNCIA DE

26
OBJETO

17
é a PESSOA ou COISA, sobre a Ex 1: homicídio (o falso testemunho
qual RECAI a conduta objeto material será o e ato obsceno.

73
criminosa. 57 mesmo que o sujeito
MATERIAL - nem sempre o objeto passivo)
50

material será o sujeito Ex 2: furto (o objeto


-1

passivo. material não será o


mesmo que o sujeito
S

passivo).
TO

traduz o INTERESSE tutelado Ex1: estupro (crimes não existe


AT

pela norma incriminadora. contra a dignidade


M

JURÍDICO - normalmente está no Título sexual);


LE

/Capítulo do Código Penal a Ex2: roubo (crimes


que pertence o crime. contra o patrimônio)
EL
NI
DA
LE
CRIME

L
IE
AN
FATO TÍPICO ANTIJURIDICIDADE CULPABILIDADE

-D
estado de biológica
dolosa/culposa necessidade (art. 27 do CP)

26
conduta (artigo 24 do CP) imputabilidade

17
comissiva/omissiva legítima defesa biopsicológica

73
57 (artigo 25 do CP) (art. 26 do CP)
estrito cumprimento potencial consciência da
50
jurídico/normativo de um dever legal ilicitude
resultado (artigo 23, III do CP) (artigo 21 do CP)
-1

exercício regular de exigibilidade obediência


S

naturalístico direito de conduta hierárquica


TO

(artigo 23, III do CP) diversa


(art. 22 do CP) coação moral
AT

nexo de causalidade consentimento do irresistível


ofendido
M

formal/material
LE

tipicidade
EL

conglobante
(antinormatividade)
NI
DA
LE
L
I – FATO TÍPICO

IE
- fato humano que consiste em uma conduta produtora de resultado,

AN
ajustando-se formal e materialmente ao tipo penal.

-D
A – CONDUTA

26
- movimento humano voluntário dirigido a determinado fim.

17
A.1 – CONDUTA DOLOSA

73
- DOLO é a vontade LIVRE e CONSCIENTE, dirigida a realizar ou aceitar a
57
ocorrência de determinada conduta prevista no tipo penal incriminador.
50
-1

Art. 18. “Diz-se o crime:


S

I – doloso: quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-


TO

lo”.
AT

elementos:
M
LE

- intelectivo: consciência
EL

- volitivo: vontade (querer ou aceitar)


NI
DA
LE
teorias do dolo: o CP adotou a TEORIA DA VONTADE para

L
IE
conceituar o dolo direto (art. 18, I, 1ª parte do CP) e a TEORIA

AN
DO CONSENTIMENTO para conceituar o dolo eventual (art. 18,

-D
I, 2ª parte do CP).
- teoria da vontade: dolo é a vontade consciente de querer

26
praticar a conduta.

17
- teoria do consentimento (assentimento): o dolo estará
73
presente sempre que o agente tiver a previsão do resultado e,
57
ainda assim, decidir continuar, assumindo o risco de produzi-
50

lo.
-1

espécies de dolo:
S

- dolo direto: o agente prevê um determinado resultado e


TO

dirige sua conduta na busca de realizá-lo.


AT

- dolo eventual: o agente, tendo a possibilidade de prever o


M

resultado, assume o risco de produzi-lo e, mesmo assim,


LE

realiza a conduta.
EL
NI
DA
LE
hipóteses de ausência de conduta

L
IE
- e quando o fato não for decorrente de um movimento humano

AN
voluntário?

-D
- hipóteses:

26
a) caso fortuito e força maior: não é um movimento dominado
pela vontade, excluindo-se a voluntariedade do agente.

17
b) estados de inconsciência: também afastam a voluntariedade
da conduta. 73
57
Ex: sonambulismo.
50

c) movimentos reflexos: não há voluntariedade, excluindo-se a


-1

conduta.
S
TO

d) coação física irresistível: exclui, da mesma maneira, a conduta


do agente e, por conseguinte, a tipicidade.
AT

- também não haverá voluntariedade.


M
LE
EL
NI
DA
LE
A.2 – CONDUTA CULPOSA

L
IE
- CULPA é a conduta voluntária, que realiza um fato ilícito NÃO QUERIDO e NÃO

AN
ACEITO pelo agente, mas que tenha sido por ele previsto (culpa consciente) ou
que lhe era previsível (culpa inconsciente) e que poderia ser evitado se o agente

-D
atuasse com o devido cuidado.

26
Art. 18. “Diz-se o crime:

17
II – culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência,

73
negligência ou imperícia”.
elementos: 57
a) conduta humana voluntária: mas aqui não tem vontade de produzir o
50

resultado.
-1

.o agente não quer e nem assume o risco de produzir o resultado.


b) violação de um dever de cuidado: o agente atua em desacordo com o que
S

esperado pela lei e pela sociedade:


TO

. imprudência: agiu de maneira afoita (trata-se de um FAZER);


AT

. negligência: agiu sem a devida precaução (trata-se de um DEIXAR DE FAZER);


M

. imperícia: agiu com falta de aptidão técnica para o exercício de arte, ofício ou
profissão;
LE

c) resultado naturalístico: é a modificação física no mundo exterior.


EL
NI
DA
LE
elementos:

L
IE
a) conduta humana voluntária: mas aqui não tem vontade de produzir

AN
o resultado.

-D
.o agente não quer e nem assume o risco de produzir o resultado.
b) violação de um dever de cuidado: o agente atua em desacordo com

26
o que esperado pela lei e pela sociedade:

17
. imprudência: agiu de maneira afoita (trata-se de um FAZER);

73
. negligência: agiu sem a devida precaução (trata-se de um DEIXAR DE
57
FAZER);
50

. imperícia: agiu com falta de aptidão técnica para o exercício de arte,


-1

ofício ou profissão;
c) resultado naturalístico: é a modificação física no mundo exterior.
S
TO

d) nexo causal: tem que haver nexo entre a conduta e o resultado


culposos;
AT

e) previsibilidade: o agente deve ter a POSSIBILIDADE de conhecer o


M

perigo.
LE

f) tipicidade: para se punir a modalidade culposa, deve haver expressa


previsão legal.
EL
NI
DA
LE
L
espécies de culpa:

IE
a) culpa consciente: nesta, o agente prevê o resultado, mas espera que

AN
ele não ocorra, supondo poder evitá-lo.

-D
- é também chamada culpa com previsão.

26
b) culpa inconsciente: ao contrário, o agente não prevê o resultado

17
que, entretanto, lhe era inteiramente previsível.

73
57
50

CONSCIÊNCIA VONTADE
-1

DOLO DIRETO prevê quer o resultado


S

DOLO EVENTUAL prevê aceita o resultado


TO

CULPA CONSCIENTE prevê não quer, não aceita, acredita


AT

poder evitar.
M

CULPA INCONSCIENTE não prevê não quer, não aceita.


LE
EL
NI
DA
LE
A.3 – CONDUTA PRETERDOLOSA

L
IE
- há o concurso de uma conduta dolosa e outra culposa no mesmo fato

AN
(dolo no antecedente – conduta; culpa no consequente – resultado).
- CRIME PRETERDOLOSO é uma espécie de crime agravado pelo resultado.

-D
26
Art. 19. “Pelo resultado que agrava especialmente a pena, só responde o

17
agente que o houver causado ao menos culposamente.”

elementos:
73
57
a) conduta dolosa visando determinado resultado
50

b) resultado mais grave que o desejado


-1

c) nexo causal entre a conduta e o resultado


S
TO

MUITA ATENÇÃO
AT

sendo o resultado mais grave consequência de caso fortuito ou


M

força maior, não haverá imputação pelo resultado mais grave.


LE
EL

.
NI
DA
LE
A.4 – HIPÓTESES DE AUSÊNCIA DE CONDUTA

L
IE
- e quando o fato não for decorrente de um movimento humano

AN
voluntário?

-D
- hipóteses:

26
a) caso fortuito e força maior: não é um movimento dominado
pela vontade, excluindo-se a voluntariedade do agente.

17
b) estados de inconsciência: também afastam a voluntariedade
da conduta. 73
57
Ex: sonambulismo.
50

c) movimentos reflexos: não há voluntariedade, excluindo-se a


-1

conduta.
S
TO

d) coação física irresistível: exclui, da mesma maneira, a conduta


do agente e, por conseguinte, a tipicidade.
AT

- também não haverá voluntariedade.


M
LE
EL
NI
DA
DA
NI
EL
LE
M
AT
TO
S
-1
50
57
73
17
26
-D
AN
IE
L LE

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