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Acórdão do Tribunal da Relação de Coimbra http://www.dgsi.pt/jtrc.nsf/c3fb530030ea1c61802568d9005cd5bb/0248...
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anterior;
iii) Condenando os Réus a absterem-se de, por qualquer outro modo,
denegrirem ou porem em causa o bom-nome e imagem da Autora;
iv) Condenando os Réus a pagar à Autora a quantia de €3.000,00 (três mil
euros), a título de indemnização por danos não patrimoniais;
Absolvendo os RR. do demais peticionado.
*
Inconformados com tal decisão, os Réus dela interpõem recurso de
apelação, concluindo a sua motivação com as seguintes conclusões:
(…)
*
Não foram apresentadas contra-alegações.
Cumpridos que foram os vistos legais, nos termos previstos no artigo
657º, nº2, in fine, do CPC, cumpre decidir do objeto do recurso.
II – DELIMITAÇÃO DO OBJECTO DO RECURSO
Tendo em consideração que o objeto do recurso é delimitado pelas
conclusões das alegações de recurso, sem prejuízo da apreciação de
eventuais questões de conhecimento oficioso – cfr., artigos 635º, e 639º,
do Novo Código de Processo Civil –, as questões a decidir são as
seguintes:
1. Impugnação da matéria de facto.
2. Se a atuação dos réus causou à autora prejuízos ressarcíveis enquanto
danos não patrimoniais.
III – APRECIAÇÃO DO OBJECTO DO RECURSO
1. Impugnação da matéria de facto
(…)
Improcede, assim, na sua totalidade, a impugnação deduzida à decisão
proferida quanto à matéria de facto.
*
A. Matéria de facto
São os seguintes os factos dados como provados na sentença recorrida,
que aqui se mantêm inalterados:
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“Humidade
Paredes Rachadas
Pinturas Deficientes
Garantia = ZERO”;
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12 e 13.
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ii. Da contestação
*
B. O Direito
A sentença recorrida, considerando a conduta dos réus como ilícita e
culposa e que a ofensa ao bom nome e crédito de uma sociedade
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comercial, ainda que se não projete num dano patrimonial, gera obrigação
de indemnizar o respetivo dano de natureza não patrimonial, veio a fixar a
indemnização por tais danos na quantia de 3.000,00 €.
Insurgem-se os apelantes contra tal condenação, alegando ter-se
considerado que a atuação dos réus acarretou prejuízos ressarcíveis
enquanto danos não patrimoniais, sem que se fizesse prova válida sobre a
séria e grave afetação da capacidade de prosseguimento do seu fim, o que
manifestamente aqui não aconteceu.
A alegação dos apelantes remete-nos para uma questão altamente debatida
e relativamente à qual a nossa jurisprudência se mostra ainda dividida,
respeitante à ressarcibilidade por danos não patrimoniais pela ofensa ao
bom nome de pessoa coletiva e, em caso afirmativo, qual a sua medida.
Segundo uma corrente jurisprudencial, toda a ofensa ao bom nome acaba
por se projetar num dano patrimonial indireto – um reflexo negativo na
potencialidade de lucro a auferir –, não sendo suscetível de indemnização
por danos não patrimoniais que apenas afetariam os indivíduos com
personalidade moral[1].
Sem personalidade física ou moral, as sociedades comerciais são alheias,
por natureza, às emoções e estados físicos e psicológicos, que caraterizam
os prejuízos desta natureza. Daí que a ofensa perpetrada sobre tais bens
jurídicos só relevará, para efeitos de indemnização, na medida em que seja
suscetível de projetar-se no seu património[2].
Entendimento diverso vem sendo já adotado maioritariamente pelos
tribunais, no sentido de admitir que a ofensa ao bom nome e reputação
das sociedades comerciais não releva apenas como dano patrimonial
indireto, podendo também relevar como dano não patrimonial[3].
Contudo, este entendimento esbarra-se com dificuldades na delimitação de
quais os danos suscetíveis de serem ressarcidos por essa via, recorrendo-se
por vezes à fixação de uma indemnização a título de danos não
patrimoniais como forma de se contornar a falta de prova da ocorrência
de danos patrimoniais e fazendo-os equivaler à própria lesão do bom
nome, prestígio da pessoa coletiva[4].
É indiscutida a titularidade de um direito ao bom nome e ao crédito por
parte das pessoas coletivas, dada a proteção legal que lhe é concedida
pelos artigos 484º do Código Civil e 187º do Código Penal.
Se o bom nome nas pessoas singulares constitui uma dimensão da sua
honra (dimensão externa), nas pessoas coletivas ela representa uma
densidade diferente, muito mais ténue e instrumental. Funciona como um
elemento indispensável à prossecução dos seus fins por parte da pessoa
coletiva. Marcadamente relacional, a pessoa coletiva precisa de ganhar e
conservar intacto um conceito ou uma imagem de credibilidade, de
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