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Saúde para Trabalhadoras(es) e Segurança nos Processos 3:

Saúde e Segurança em Pandemia / COVID-19


Curso de Extensão FAGRO / UFRGS

Aula Revisão I
setembro/2020
Orientações sobre o Sistema Eletrônico:
- Qualquer dificuldade existente de Acesso à Sala, fazer cópia da tela
(“print”) e encaminhar no Grupo do Whats para que possamos
encaminhar o tratamento e orientações adequadas;
- Para inserir a Chave de Acesso à Sala, fazê-lo caracter a caracter ou
confirmar que a cópia da Chave está correta.
- Qualquer inconformidade no acesso à sala deve ser informado no
mesmo instante, para que o problema técnico possa ser resolvido em
tempo.

Revisão das Aulas anteriores:


- As não frequências justificadas por solicitação individual –
rui.muniz@ufrgs.br, para fins de conclusão e obtenção do Certificado
de Curso, serão abonadas; lembrando que a frequência mínima é de
11 Aulas, de um total de 15.
Orientações Acadêmicas:

-Revisem os materiais já disponíveis e, caso tenham alguma dúvida,


vamos conversar na aula de Revisão, dia 15, e nas próximas aulas;

-O Grupo de WhatsApp continua disponível para dialogarmos sobre


os conteúdos do Curso; se necessário, podemos ter Aula(s)
complementar(es);

- Não se preocupem com o Trabalho Final, vamos desenvolvê-lo


juntos em Estrutura Científica (artigo) ou Informal, com forma,
estrutura, método e tamanho livres.
Novo Calendário
25/ago - Aula Zero. Nivelamento SST
27/ago - Aula 1. Complexidade Urbana
Saúde para Trabalhadoras(es) e

Nivelamento 01/set - Aula 2. Visão Clínica sobre SST / Pandemia


Segurança nos Processos 3

03/set - Aula 3. Visão Jurídica em SST / Relação de Trabalho


08/set - Aula 4. Normas ABNT
15/set - Revisão SST I
Revisão e
Referenciais 17/set - Aula 5. Normas Regulamentadoras I
22/set - Aula 6. Normas Regulamentadoras – II
24/set - Aula 7. Normas Regulamentadoras – III
29/set - Aula 8. Síntese e Aplicações – I
01/out - Aula 9. Visão Ambiental / Pandemia
Inspeção e 06/out - Aula 10. Riscos Ambientais
Relatórios 08/out - Aula 11. Avaliação e Mapa de Riscos
13/out - Aula 12. Visão Jurídica em SST / FAIS e CAT
15/out - Aula 13. Síntese e Aplicações – II
Saúde para Trabalhadoras(es) e Segurança nos Processos 3
Curso de Extensão / UFRGS

TRABALHO DE
CONCLUSÃO
Entrega: 15 de outubro
Saúde para Trabalhadoras(es) e Segurança nos Processos 3
Curso de Extensão / UFRGS

Trabalho de Conclusão
Projeto:
Elaborar Trabalho sobre Saúde e Segurança em Pandemia

Abordagens:
Brack – Ambiente e Ecologia
Carlos Eugênio – Clínica
Glória – Gestão e Ambiente
Júlio – Física
Rafael – Jurídica
Rualdo – Ambiente e Cidades
Rui – Gestão, Manutenção e SST
Saúde para Trabalhadoras(es) e Segurança nos Processos 3
Curso de Extensão / UFRGS

Trabalho de Conclusão
Proposta de Calendário

Período de discussão e escrita do Trabalho: 08 a 23 de


setembro

Encaminhamento do Pré Trabalho para contribuições: 29


de setembro

Período de redação final do Trabalho: 01 a 12 de outubro

Entrega e apresentação (opcional) do Trabalho Final: 15 de


outubro
Saúde para Trabalhadoras(es) e Segurança nos Processos 3
Curso de Extensão / UFRGS

Estrutura Científica: Proposta 1


1. Elementos pré-textuais
1.1 Capa
1.2 Folha de rosto
1.3 Resumo

2. Elementos Textuais
2.1 Introdução Adaptável ao
2.2 Desenvolvimento
2.2.1 Capítulo(s) Contextualização
Método de
2.2.2 Capítulo(s) temáticos Pesquisa
2.2.3 Artigo(s) científico(s), se houver
2.3 Conclusão

3. Elementos Pós-Textuais
3.1 Referências
3.2 Anexo
* NBR 14724: 2011 - Informação e documentação - Trabalhos acadêmicos - Apresentação
Saúde para Trabalhadoras(es) e Segurança nos Processos 3
Curso de Extensão / UFRGS

Métodos de Pesquisa: Proposta 1

Estudo de Caso: pesquisa sobre determinado indivíduo, família,


grupo ou comunidade, para analisar aspectos variados sobre sua
vida.

Pesquisa Bibliográfica: estudo de materiais publicadas em livros,


artigos, dissertações e teses, constituindo-se em uma pesquisa
descritiva ou experimental.

Pesquisa Descritiva: quando se registra, analisa e correlaciona


fatos ou fenômenos, sem manipulá-los.

Pesquisa Documental: é realizada uma investigação, por meio de


documentos, com o objetivo de descrever e comparar os
costumes, comportamentos, diferenças e outras.
Saúde para Trabalhadoras(es) e Segurança nos Processos 3
Curso de Extensão / UFRGS

Resenha, Discussão, Avaliação Pessoal...:


Proposta 2

- Escrita livre, com estrutura e método próprios

- Sem limite para tamanho e forma de apresentação


Saúde para Trabalhadoras(es) e Segurança nos Processos 3
Curso de Extensão / UFRGS

Revisão de Conteúdos:
Reforçando as Abordagens
Segurança de Processo x Segurança Trabalhador
Processos

Toda Organização é um conjunto de


processos.

Não existe produto ou serviço sem um


processo.

Mesmo não sendo documentados


são executados
ADMINISTRAÇÃO

DEPARTAMENTO A DEPARTAMENTO B DEPARTAMENTO C

FLUXO

do

TRABALHO

Manufaturas
e RESULTADO DO TRABALHO
Serviços
Processos

Como algumas pessoas enxergam e entendem as Organizações


90
80
70
60
50 Leste
40 Oeste
30 Norte
20
10
0
1° Trim. 2° Trim. 3° Trim. 4° Trim.

Organograma Estratégias Procedimentos Itens de Controle

Como são as Organizações


Tarefa 1

Atividade 2
Tarefa 2 Subprocesso 1 Subprocesso 4
Atividade1 Subprocesso 5
Subprocesso 3 PROCESSO
Subprocesso 6 Subprocesso 2
Principais Etapas da Gestão de Segurança em Processos

CARTILHAS

PROCESSO Manuais

SUB PROCESSO Procedimentos

Instruções
ATIVIDADE ATIVIDADE ATIVIDADE ATIVIDADE
de Trabalho

Descrição de função
TAREFAS
Matriz de habilidades
Mapa de Competências Melhorias
nos Processos
Principais Etapas da Gestão por Processos

Como é o Processo
6
Estr.Adm.
Fluxograma das Atividades Estr.
2 Gab Adm. 2
6 da Prefeitura Campus do Vale Estr.Adm.
.Reitoria 2
Ger. SUINFRA - UFRGS S.S.
2 Fim Entrada de
Esp. Reitoria Dados
Físico 2 Libera?
Solicitante N S
3 7 1 6
Processar
Informa-
2 A. Adm. Projetos ções
AT AGM SMS Projeto Inicial
Setor de
RH Setor Setor SSS
1 Manutenção Projeto
Supervisao Técnico GestãoManut. C
de Arquitetônico Armazenar
Avaliaçao SLT O
Serviços e PCM Dados
Transportes int. Técnica Projetos M
Equipes de Sel.de Área I
Trabalho Projeto complementares CPD
SCQ SA E S
7 STMQ
Compras-PCV Caracterização S
1 .
SGM
Orçamento D
Execução 2
2 E
DPO
Eq. Executora
4 Execução Entrega do O
Contrato Contratos Licitação e Extrair
Serv./Rec. B
Contratação R
S N A
Necessita S 1
Retirar Procedi- Execução
Superv. Ordem de
Material? mentos Entrega do Início da Obra
Superv. S.Téc. Exibir
7 Serv.
S. Manut.
2

Execução
Almox. Almox. Gerar
Retirada de Material Retirada de
PCV Central Relatório
2 Material
Progr. Almox. Entr./Rec./
Ocup.
Entr. Dados S
N N
S
Estoque Reposição Almox.Central Legenda
S Estoque Tem ?
Processam Mínimo? Gerenc. Externo
Almox.
.de dados 3
Tem ? S Gerenc. Interno
N 5 5
8 5 Estrutura em construção
1 Ambiente de Gestão da Manut. - AGM
4 S 3 1 2 N 2 Sistema de Dados
Estr. Adm. Compra
De Efetuada? 3 Setor admin. 6 Gerente Esp. Físico
Compras 8 Recebimento
N 4 Estr. Adm. Compras 7 Amoxarifado PCV
2 3 6
5 Almox. Central 8 Reposição do Estoque
Gerenciamento de
Processos
Para eliminar os Fatores e
Variabilidades

ANÁLISE DE Para IDENTIFICAR as


PROCESSO Causas

Para ELIMINAR as
PADRONIZAÇÃO causas
DO POSSÍVEL

Para MONITORAR as causas


AVALIAÇÃO
e confirmar que foram
DE PROCESSO
eliminadas

Para MANTER SOB CONTROLE


COM DESEMPENHO ESPERADO
Acidente de Processo Resulta em
Acidente com o(a) Trabalhador(a)
Segurança de Processo
X
Segurança de Pessoas
Requisitos de Segurança Segurança de Processos está focada em
nos Processos
projeto e engenharia de instalações, análise
- Conformidade
- Não Conformidades: de perigos e riscos, investigação de
-Pessoas acidentes, gestão de mudança, inspeção
-Formação teste e manutenção de equipamentos,
-Capacidade
-Infraestrutura alarmes e controles de processo eficazes,
-Ambiente procedimentos de operação e manutenção,
-Gestão
-Organização formação do pessoal e fatores (humanos,
- ... técnicos, sociais...)
Contextualização da SST no Brasil
• Deteriorização da qualidade de emprego;
• Indicadores de pobreza crescentes;
• Qualidade da educação e da saúde preocupantes;
• Crescimento da economia informal;
• Flexibilização das relações no trabalho;
• Precarização dos contratos de trabalho;
• Aumento da jornada de trabalho;
• Maiores dificuldades para prevenir e controlar os acidentes
e doenças do trabalho;
• reduções ou limitações da capacidade de ação e cobertura da
inspeção do trabalho;
• maior ocorrência dos fatores psicosociais adversos nos locais
de trabalho: stress, violência, alcoolismo, tabagismo, AIDS.
Contextualização da SST no Brasil

• No Brasil, morre um trabalhador em Acidente no


Trabalho a cada 3 horas
• Centrais sindicais apontam que 80% destes são
terceirizados
•A OIT estima que mais de 6.000 trabalhadores morrem a
cada dia no mundo em função de acidentes do trabalho.
•Em termos financeiros a mesma OIT estima que os custos
destes acidentes correspondem a 4% do PIB global.
• Entre agosto de 2001 e dezembro de 2007 a Previdência
Social contabilizou 997 acidentes do trabalho fatais no RS.
Contextualização da SST no Brasil
Alguns Resultados Observados
• Orientação de políticas nacionais de SST para setores
produtivos mais desenvolvidos ou mais conflituosos
( empresas com maior risco );
• Abandono de setores mais fracos ou menos
estruturados
( setor da economia informal );
• Prática incipiente no diálogo social de SST;
• Carência de dados e desconhecimentos de estatísticas
integrais de SST.
Contextualização da SST no Brasil
Além das dificuldades legais, vários outros fatores concorrem
também para a não comprovação e para o sub-registro de doenças
profissionais:

-a evolução silenciosa e o caráter cumulativo e demorado dos efeitos, dificultam a


percepção do nexo causal entre o trabalho e a doença (Caso Shell /Basf);

- os médicos e os profissionais de saúde não incluem o trabalho e suas relações


como agente determinante de agravos à saúde, o que contribui para um profundo
desconhecimento em relação aos chamados riscos ocupacionais, presentes nos
ambientes de trabalho;

-a maioria das(os) trabalhadoras(es) não tem consciência dos riscos de saúde e de


vida que estão inseridos nos diferentes tipos de trabalho;

- as questões relativas à Saúde no Trabalho são ainda embrionárias para


importante parcela do movimento sindical brasileiro.
Contextualização da SST no Brasil

O enfoque da SST no Brasil pode ser resumido em três linhas


básicas (ainda e infelizmente):

• Visão legalista (o objetivo principal é unicamente o


cumprimento da legislação);

• O acidente é tratado como fatalidade (e, portanto, não poderia


ter sido evitado);

• Posição reativa frente aos desafios da SST (são tomadas


providências apenas após a ocorrência de um evento
desencadeante – um acidente ou a fiscalização, por exemplo).
Contextualização da SST no Brasil
(alguns aspectos)

• Em SST, via de regra, legislação é piso e não


teto.
• Tendência à culpabilidade da vítima.
• A posição reativa frente a SST em muito se
assemelha a manutenção corretiva unicamente
como um consertador (quando a manutenção é
executada só e somente se houver uma falha).
Por Que a Idéia de “Ato Inseguro” Deve ser
Jogada na Lata de Lixo da História?

 Porque historicamente foi usada:

– De forma ideológica contra os interesses dos


trabalhadores e da prevenção de acidentes

– No Brasil, esse uso foi associado:


 A requintes de crueldade em situações de
desrespeito flagrante a normas de segurança
 A práticas de “investigação” superficiais que
param ao identificar a ocorrência de
comportamento diferente do prescrito
 A condutas de inibição da prevenção e estímulo
à construção da culpa e à impunidade [...]
Por Que a Idéia de “Ato Inseguro” Deve ser
Jogada na Lata de Lixo da História?

 Por que cientificamente está defasada e retrógrada


– Origens nos anos 30 do século e milênio
passado.

 Desconhece avanços do conhecimento e assume


falsos pressupostos no tocante a:
– Compreensão ou concepção de acidente
– Características psíquicas do ser humano e do
comportamento humano em situação de trabalho
– Características do trabalho e das formas que
assume na sociedade atual (organização e
gestão)
Mesmo em uma visão financeira, as organizações devem
preocupar-se com SST
Qual dessas atitude da empresa fariam com que você não
voltasse jamais a comprar seus produtos ou usar seus serviços?

A empresa ... %

faz propaganda enganosa 49


causou danos físicos ou morais aos seus trabalhadores 43
colaborou com políticos corruptos 42
vendeu produtos nocivos à saúde dos consumidores 32
coloca mulheres, crianças e idosos em situações constrangedoras em suas
32
propagandas
usa mão de obra infantil 28
polui o ambiente 27
sonega impostos 22
BASE 1002
Leonildo F. Ribeiro Filho
12 Congresso Brasileiro da ANAMT 2004
“...Por convicção ideológica, ética ou
por conveniência pelos resultados
empresariais, as organizações têm que
investir em Segurança e Saúde no
Trabalho...”
Dr. Sebastião de Oliveira
Juiz do Trabalho – BH MG
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT
NBR 18801: Sistema de gestão da Segurança e
Saúde no Trabalho

A Norma especifica os requisitos de um Sistema de Gestão de


Segurança e Saúde no Trabalho (SGSST) que permitem que uma
organização controle os respectivos riscos da Segurança e Saúde
no Trabalho (SST) e melhore o respectivo desempenho. Esta
Norma não indica os critérios específicos de desempenho de SST,
nem das especificações detalhadas para o projeto de um sistema de
gestão.
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT
NBR 18801: Sistema de gestão da Segurança e
Saúde no Trabalho
3.6 Executar
3.6.1 Recursos, funções, responsabilidades,
Sumário atribuições e autoridades
Prefácio 3.6.2 Competência, treinamento e experiência
Introdução 3.6.3 Procedimentos de SST
1 Escopo 3.6.4 Comunicação
2 Termos e definições 3.6.5 Documentação
3 Elementos do sistema de gestão de 3.6.6 Controle de documentos
SST 3.6.7 Controle operacional
3.1 Participação dos trabalhadores 3.6.8 Preparação e resposta a emergências
3.2 Controle social 3.7 Verificar
3.3 Política de SST 3.7.1 Monitoramento e medição do
3.4 Requisitos gerais desempenho
3.5 Planejar 3.7.2 Avaliação de conformidade
3.5.1 Identificação, avaliação e controle 3.7.3 Identificação e análise de incidentes e
de riscos acidentes, não-conformidade,
3.5.2 Gestão de mudanças ação corretiva e ação preventiva
3.5.3 Requisitos legais e outros 3.7.4 Controle de registros
3.5.4 Objetivos de SST 3.7.5 Auditoria interna
3.5.5 Programas de gestão 3.8 Agir
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT
NBR 18801: Sistema de gestão da Segurança e
Saúde no Trabalho

. Prevenção e Controle de Riscos


. Melhoria Contínua de Desempenho de SST

Modelo brasileiro de sistema de gestão de SST


ISO: Organização Internacional de Normalização
(International Organization for Standardization)

Participam mais de 150 organizações de países, com a finalidades


de facilitar internacionalmente a coordenação e unificação de
padrões industriais.
OS PADRÕES ISO SÃO ACORDADOS
INTERNACIONALMENTE PELOS ESPECIALISTAS
Descreve a melhor maneira de fazer algo. Pode ser sobre como
fazer um produto, gerenciar um processo, entregar um serviço ou
fornecer materiais - os padrões cobrem uma ampla gama de
atividades.
ISO: Organização Internacional de Normalização
(International Organization for Standardization)

Os padrões são a sabedoria expressa por pessoas com experiência


em seu assunto e que conhecem as necessidades das organizações
que representam - pessoas como fabricantes, vendedores,
compradores, clientes, associações comerciais, usuários ou
reguladores.

Por exemplo, padrões de gestão ambiental para ajudar a reduzir os


impactos ambientais, reduzir o desperdício e ser mais sustentável,
ou Normas de saúde e segurança para ajudar a reduzir acidentes no
local de trabalho.
Serviços de Avaliação de Segurança e Saúde
Ocupacional - OHSAS
BSI Group: British Standards Institution
(órgão nacional de padrões do Reino Unido)

OHSAS 18801 - Sistema de Gestão de Saúde e Segurança que pode


ser integrado aos sistemas de gerenciamento ambiental e também
aos sistemas de qualidade, mas sua funcionalidade independe dos
outros.

A norma OHSAS expõe requisitos mínimos para a construção de


um sistema de gestão da SSO onde a organização deve estudar os
perigos e riscos do trabalho aos quais os trabalhadores (próprios
ou terceirizados) podem estar expostos.
Agência Europeia para a Segurança e Saúde no
Trabalho - Série de Avaliação de Segurança e Saúde
Ocupacional.

Para além do custo em termos de perda de vidas e de sofrimento


para os trabalhadores e as suas famílias, os acidentes afetam as
empresas e a sociedade em geral.
Diminuição dos acidentes significa também diminuição das
ausências por doença, dos custos e das perturbações do processo
produtivo.

Para prevenir acidentes no local de trabalho, as organizações têm


obrigação de instaurar um sistema de gestão da segurança que
inclua a avaliação de riscos e procedimentos de
acompanhamento.
O que é risco?

“é a possibilidade de acontecer algo que irá ter


um impacto sobre os objetivos. Ele é medido em
termos de consequências e probabilidade.”
AS/NZS 4360: 2004
Norma australiana / neo-zelandesa de Gestão de Riscos, substituída pela
ISO 31000

38
Conceito de risco
“efeito da incerteza nos objetivos”

Nota 1: Um efeito é um desvio do esperado –


positivo e/ou negativo.

Nota 2: Objetivos podem ter diferentes aspectos (tais


como objetivos financeiros, saúde e segurança
e ambientais) e podem ser aplicados em
diferentes níveis (tais como estratégico, em toda
organização, projeto, produto e processo).
Descrição de risco [ISO 31000:2009]

RISCO

FONTE DE RISCO EVENTO CONSEQUÊNCIA

RISCO = função da probabilidade e gravidade da Consequência

40
Modelo genérico de determinação dos
RISCOS (multicausal)
Como pode O que pode acontecer?
acontecer?
(explicações)

Fontes EVENTO CONSEQUÊNCIAS


de risco

Incidentes Impactos
perigosos sobre a
fatores de risco Exposições Segurança e
excessivas Saúde dos
41
Sobrecargas de Trabalhadores
trabalho
(Baseado na ISO 31000:2009 + Diagrama de Ishikawa)
RISCO = função da probabilidade e gravidade da Consequência

Limite
P
R RISCO
O ELEVADO: IDENTIFICAÇÃO
B
A
NÃO DO RISCO
B ACEITÁVEL
AVALIAÇÃO DO
I RISCO
L
I
D
A
RISCO BAIXO Limite
D
ACEITÁVEL
E
42
GRAVIDADE
Matrizes de Risco em SST: priorizar
ações e subsidiar a tomada de decisão

NÍVEL DE AMEAÇA

PROBABILIDADE

43
IMPACTO
Tratamento / Controle de riscos
[ISO 31000:2009]

Tratamento de riscos: processo de modificar os


riscos.

Controle: medida que está modificando o risco.


Nota 1: os controles incluem qualquer processo, política, dispositivo,
prática ou outras ações que modificam o risco.
Nota 2: Os controles nem sempre conseguem exercer o efeito de
modificação pretendido ou presumido.

Opção: usar a expressão “Prevenção e Controle”


44
Abordagens para tratamento do riscos

Evitar o risco
Eliminar o risco (remoção da fonte de risco)
Redução do risco
Alteração da probabilidade
Alteração da consequência
Compartilhar o risco com outra parte ou partes
(incluindo contratos e financiamento do risco)
Reter o risco (por uma decisão consciente e bem
embasada)
[ISO 31000:2009]
45
Pressupostos gerais
A efetividade da gestão de riscos é um processo
complexo e interdependente

AMBIENTE
VONTADE RECURSOS EXTERNO
Instituições de Ensino
Governo
Parcerias Técnicas
Assessorias
...

CONHECIMENTO

AMBIENTE INTERNO
Gestão de risco

“atividades coordenadas para dirigir e


controlar uma organização no que se
refere a riscos”

[ISO 31000:2009]

47
Gestão de risco [ISO 31000:2009]

Princípios Estrutura Processos

Determinados pelo contexto interno –


Pessoas, Cultura, Recursos e Meios da Organização, e pelo
Contexto Externo
48
O que é Acidente?
Acidente: Definições iniciais

Segundo a Lei 8213, acidente de trabalho é o que decorre do


exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão
corporal ou pertubação funcional, que cause a morte, ou a perda
ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o
trabalho.

-Acidentes típicos: são os que provocam lesões imediatas (a


capacidade para o trabalho se reduz logo após o acidente), tais
como cortes, fraturas, queimaduras

- Doenças profissionais: são doenças, como a silicose, DORTs


inerentes a determinado ramo de atividade, paulatinamente
contraídas em função da exposição continuada (ou seja, são
lesões mediatas)
Acidente

Tal definição é insuficiente para a área da prevenção, já que ela


exige que haja lesão para que se caracterize o AT, e existem
várias evidências de que os acidentes com vítimas são apenas a
ponta do iceberg

Um número muito maior de casos ocorre gerando apenas a perda


de tempo e de materiais

Numa visão mais prevencionista, o acidente de trabalho é todo o


evento (in)esperado e indesejável que interrompe a rotina
normal de trabalho, podendo gerar perdas pessoais, materiais ou
pelo menos de tempo
Acidente

Ocorrência (não) planejada, instantânea ou não,


decorrente da interação do ser humano com seu meio ambiente
físico e social de trabalho e que provoca lesões e/ou doenças
ocupacionais e/ou danos materiais

Que tamanho uma perda deve ter para caracterizar um


acidente?
Quase Acidente: Definições Iniciais

São eventos instantâneos, com uma repentina liberação de


energia e que tiveram o potencial de gerar um acidente

- Não resultam em danos materiais ou lesões, mas geralmente em


perdas de tempo

- O conhecimento dos quase-acidentes fornecem informações


para as organizações identificarem deficiências e estabelecerem
medidas de controle, permitindo eliminar ou reduzir a
probabilidade de que se tornem acidentes reais em uma situação
futura
Quase acidentes e acidentes

O conhecimento da definição de quasen acidentes e acidentes é


de fundamental importância, principalmente para entender a
relação existente entre os dois e realizar uma atuação mais
eficiente na área de SST
Diversos estudos buscam definir as relações entre os quase
acidentes e acidentes:
- a pirâmide de Henrich (1959), mostra que
para cada 300 quase acidentes, existem
29 acidentes com lesões menores e
1 acidente grave, com morte;
- a pirâmide de Fletcher (1972), na qual
para cada 1 acidente com morte, existem 19 acidentes
com lesões menores e 175 quase-acidentes;
- a pirâmide de Bird (1969), na qual
para cada 1 lesão séria, há 10 lesões leves,
30 danos a propriedade e 600 quase-acidentes.
Quase Acidentes e acidentes

A exata proporção entre os diversos tipos de eventos não é o


importante, mas sim o conhecimento das relações, indicando
claramente que é um engano a organização fazer maiores e
exclusivos esforços no controle dos raros eventos que
resultam em danos sérios, sendo que há uma imensa
quantidade de eventos que fornecem uma melhor base para
formular medidas de controle que eliminem ou reduzam a
ocorrência dos acidentes

Os quase acidentes devem ser entendidos como ocorrências


inesperadas que apenas por pouco deixaram de se tornar um
acidente e que devem ser considerados como avisos daquilo
que pode ocorrer, sendo que, se tais avisos forem ignorados
pela organização, o acidente ocorrerá
Erro Humano X Acidentes Organizacionais

O termo erro humano tem sido geralmente utilizado para se


referir a uma desatenção ou negligência do trabalhador e
enquadrado como causa de muitos acidentes.

Porém para a Ergonomia e GSST, os “erros humanos” são


sintoma de disfuncionamento do sistema, como decorrência
de condições inadequadas de trabalho, fruto das interações
entre ser humano-trabalho, ser humano máquina, como:

- falta de Treinamento, Capacitação e Qualificação


Organização
- instruções erradas
do Trabalho - sobrecarga de trabalho
e Gestão - postos de trabalho deficientes
- ...
Guia de Análise de Acidentes de Trabalho MTE
Diretrizes para a gestão de riscos em
SST no Brasil
Há várias alternativas

• Legislação de SST (Regramentos de Estado)

• Acordos ou negociações (Relações de Trabalho)

• Iniciativas voluntárias (busca por resultados)


– Programas Setoriais Ex. “Atuação responsável” da indústria
química
– Sistemas corporativos (ex. multinacionais)
– Sistemas de Gestão propostos por organismos normatizadores
ex. BS 8800, OHSAS 18000
– Sistemas de gestão oferecidos por empresas de consultoria
– Governamentais (ex. VPP – Programa de Proteção Voluntária
– EU-US OSHA)
58 58
• Diretrizes da OIT (Regramentos Internacionais)
Aspectos em comum: estrutura para a
gestão da SST

• Comprometimento da Administração

• Política de SST

• Concepção ou revisão da estrutura para a gestão de


riscos (SST)

• Planejamento e implementação

• Acompanhamento (monitoração) e análise crítica da


estrutura

• Revisão periódica 59 59
Aspectos em comum: atividades ou
processos de gestão de riscos em SST
• Definição de critérios/ferramentas e responsáveis pela
avaliação de risco

• Avaliação de riscos (abordagem gradual)


– Identificar riscos
– Analisar riscos todos têm que participar
– Julgar e priorizar (valorar)

• Prevenção e Controle / Tratamento de riscos


– Escolha de opções
– Implementação e operação

• Monitoração e ação corretiva

• Comunicação e consulta 60 60
Aspectos em comum: documentação
mínima em SST

 Registros das atividades de avaliação /


monitoração de riscos
– Inventário geral de riscos
– Relatórios de avaliações específicas

 Plano/Programa de Prevenção e Controle de


Riscos (pode ser constituído de sub-
programas) todos têm que construir
e conhecer
61 61
Gestão de Riscos (SST) em organizações de
pequeno porte X grande porte

A proteção da segurança e saúde dos


trabalhadores não pode ser flexibilizada.

A prevenção e controle deve ser compatível


com os riscos existentes em qualquer local
de trabalho.

O que pode ser flexibilizado:


- Estrutura para a gestão
- Documentação (formalização) 62 62
Estágios ou níveis de maturidade da
gestão de riscos (SST) nas organizações

I. Inação, desorganização ou caos.

II. Busca da conformidade legal.

III. Busca da conformidade legal e efetividade

IV. Busca da conformidade legal, eficácia e


redefinição estratégica para o negócio.

63 63
Prevenção de acidentes e doenças
relacionadas ao trabalho X maturidade da
gestão de riscos em SST

A redução de acidentes e doenças relacionadas


ao trabalho ocorre de forma significativa
quando uma organização avança do estágio ou
nível de maturidade.

O que isto significa?


Maturidade = Maior Saúde para as Pessoas e
Segurança para os Processos
64 64
Maturidade das Organizações
Evolução das abordagens de gestão de riscos (SST)

Ações reativas

Ações preventivas localizadas

Ações preventivas sistematizadas


(Políticas /Programas / Projetos)
Maturidade das Organizações
Evolução das abordagens de gestão de riscos (SST)

Ações reativas

Ações preventivas localizadas

Ações preventivas sistematizadas


(Políticas /Programas / Projetos)
Maturidade das Organizações
Evolução das abordagens de gestão de riscos (SST)

Ações reativas

Ações preventivas localizadas

Ações preventivas sistematizadas


(Políticas /Programas / Projetos)
Perspectivas de mudanças: Maturidade em SST
MUDANÇA DE CULTURA ORGANIZACIONAL
SOBRE SAÚDE E SEGURANÇA

Reativo Gestão Construção Opção de


POLÍTICA DE SST Por Evento do SESMT Coletiva Estratégia

Resolver Responsabilidade
FOCO Prevenção
e Compromisso
Efetividade
problemas
Saúde para os
Amadurecimento Trabalhadores
por Acúmulo e Segurança
I II III IV dos Processos

Todos e ao Gerentes,
Equipe de Organização e
ENVOLVIDOS mesmo tempo
segurança
Diretores e
Sociedade
ninguém Sindicato

PERSPECTIVA Nenhuma Razoável Boa Excelente

Menor que o Superior ao Alto em relação


RESULTADO Nenhum
investimento investimento ao investimento
Falta de Segurança é Consequência de
Opções Organizacionais
• Inexistência de Política de SST
• Falhas de equipamentos
• Falhas de concepção
• Falhas de manutenção
• Procedimentos (ou rotinas) insuficientes
• Falhas na gestão econômica
• Incompatibilidade de objetivos
• Falhas de comunicação
• Fragilidades organizacionais
• Inadequações das formações ou de sistemas
de prevenção
Situação da gestão de riscos (SST) nas
organizações brasileiras

Quadro hoje: persistem problemas críticos


- organizações de médio e grande porte

- no setor informal e pequenas empresas.

- nas empresas contratadas ou fornecedores de


cadeias produtivas.

- no setor público e organizações contratadas.

- no setor de transporte em geral.


70 70
Situação da gestão de riscos (SST) nas
organizações brasileiras
Obstáculos à gestão de riscos eficaz:

Fator cultural –
• pouca importância da SST atribuída pelo Estado,
Empregadores e Trabalhadores.

• Persistência da ênfase na monetização do risco


(adicionais, aposentadoria especial)

• Prevenção baseada em uso de EPI, treinamento e


controle comportamental. 71 71
Situação da gestão de riscos (SST) nas
organizações brasileiras
Obstáculos da Legislação de SST (CLT e NRs,
Legislação Previdenciária) à gestão de riscos
eficaz:
- - Incompleta, fragmentada, desarmonizada ou
desatualizada tecnicamente
- - Requisitos de gestão de SST com ênfase burocrática:
o que fazer e não como.
• - Desconsidera as diferenças entre os portes das
organizações.
• - Trabalhadores são diferenciados pelos portes das
organizações
• - Falta de representação de trabalhadores por local de
trabalho (CIPA não faz isto na maioria das organizações)
• - Falta de assessoria e financiamento dessas pelo Estado
72 72
Situação da gestão de riscos (SST) nas
organizações brasileiras
Obstáculos à gestão de riscos eficaz:

Falta de apoio à pequena e média empresa por parte


do Estado e organizações setoriais.

Falta de profissionais qualificados/competentes, e


não de profissionais legalmente habilitados (ex.:
Auditor)

Sistemas de gestão voluntários burocráticos,


genéricos, deficientes tecnicamente e sem
avaliação externa independente. 73
Conhecendo o Fazer no Trabalho
Algumas características psicofisiológicas do
Ser Humano

 Prefere escolher livremente sua postura, dependendo das


exigências da tarefa e do estado.

 Prefere utilizar alternadamente toda a musculatura


corporal e não apenas determinados segmentos
corporais.

 Tolera mal tarefas fragmentadas com tempo escasso


para execução, pior ainda quando esse tempo é imposto
por máquinas, gerência, pelo colegas, etc
Algumas características psicofisiológicas
do Ser Humano
 É forçado a acelerar quando estimulado por dinheiro ou
por outros meios, não levando em conta os limites de
resistência de seu corpo.

 Sente-se bem quando solicitado a resolver problemas


ligados à execução das tarefas, logo, não pode ser
encarado como uma mera máquina, mas sim como um ser
que pensa e age.

 Tem capacidade sensitivas e motoras que funcionam


dentro de certos limites, que variam de um indivíduo a
outro e ao longo do tempo para um mesmo indivíduo
Algumas características psicofisiológicas
do Ser Humano
 Suas capacidades sensorimotoras modificam-se com o
processo de envelhecimento, mas perdas eventuais são
amplamente compensadas por melhores estratégias de
percepção e resolução de problemas desde que possa
acumular e trocar experiência;

 Organiza-se coletivamente para gerenciar a carga de


trabalho, a cooperação tem um papel importante, muito
mais que a competitividade. A extrema divisão do
trabalho e a imposição de uma carga de trabalho
individual pode levar ao adoecimento.
O Ser Humano Reage Melhor quando
Interage Coletivamente

No entanto, os trabalhadores quase nunca são


consultados sobre a qualidade das
ferramentas, do mobiliário, sobre a tempo
alocado a realização da tarefa, etc...”

Qual o principal papel da SST/Ergonomia:


colocar o trabalhador novamente como agente
de melhorias nas condições de trabalho
Conhecendo as Atividades

1. A análise da demanda: resultado do número elevado de


doenças ou acidentes(demanda da saúde) ou reclamações
de sindicato de trabalhadores(demanda social) ou a partir
de uma notificação de auditores-fiscais do trabalho ou de
ações civis públicas (demanda legais)

2. A análise global da organização: avalia o grau de


evolução técnica, sua posição no mercado, sua situação
econômico-financeira, sua expectativa de crescimento
Conhecendo as Atividades

 Contexto econômico e comercial: consumidores,


regulamentação, clientes, concorrências, posição da
empresa nos mercados interno e externo;

 Produtos: tipos, qualidade, materiais, exigências dos


clientes;

 História da empresa e perspectivas futuras: política de


desenvolvimento, origem, estrutura administrativa,
evolução, políticas, estratégias;
Conhecendo as Atividades

 Geoeconomia: ambiente geográfico, aprovisionamento


de matéria prima e de material de consumo, vias de
acesso, mercado de mão de obra, clima, localização,
qualidade

 Dimensão técnica da produção: tecnologia,


características das matérias primas, variações sazonais
da produção;
Conhecendo as Atividades
 Organização da produção:
- fluxogramas do processo
- principais etapas e tarefas
- arranjo físico
- tecnologia e automação
- metas produtivas e capacidade de produção
- índice de produtividade, percentagem de refugo,
percentagem de utilização da capacidade instalada, taxa de
ocupação das máquinas
- o vocabulário/jargão utilizado
- observação das latas de lixo
- modelos de gestão, gestão de estoques, gestão da qualidade
Conhecendo as Atividades

 Organização do trabalho: horários, turnos, cadências,


ritmos, políticas de remuneração, repartições de tarefas,
polivalência, qualificações, terceirização, grau e forma de
equipes, organogramas;

 Dimensões legislativa e regulamentos: ambiental, sanitária,


civil e penal, propriedade industrial, insalubridade,
periculosidade e penosidade;

 Resíduos: exigências quanto aos rejeitos industriais,


destino e reciclagem do lixo, qualidade, processamento
Conhecendo as Atividades

3. A análise da população de trabalhadores:


Política de pessoal, faixa etária e evolução da pirâmide de idades
Rotatividade
Tipos de contrato
Categorias profissionais, níveis hierárquicos
Características antropométricas
Pré requisitos para contratação, nível de escolaridade e
capacitação
Estado de saúde, morbidade, mortalidade, absenteísmo.
Se quisermos adaptar o trabalho ao homem, é logicamente
impossível promover essa adaptação se não conhecermos
a população à qual a mesma se destina.
Conhecendo as Atividades

Definição das situações de trabalho a serem estudadas: essa


escolha parte necessariamente da demanda dos
primeiros contatos com os operadores e das hipóteses
iniciais que já começam a ser formuladas.

A descrição das tarefas prescritas, das tarefas reais e das


atividades desenvolvidas para executá-las.

Ex. previsto 420, mas a fabrica faz apenas 350, devido


a que? saúde, ferramentas, etc..
Quem são as Trabalhadoras e
os Trabalhadores
 Quem são Operadores que intervém no posto e seu papel
no sistema de produção;

 Formação e qualificação profissional;

 Número de operadores trabalhando simultaneamente em


cada posto e regras de divisão de tarefas (quem faz o
quê);

 Número de operadores trabalhando sucessivamente em


cada posto e regras de sucessão (horários, turnos, modos
de alternância das equipes);
Como são os Equipamentos
 Estrutura geral;
 Dimensões características (croqui, fluxograma de
produção);
 Órgãos de comando;
 Órgãos de sinalização;
 Princípios de funcionamento da máquina (mecânica,
elétrico hidráulico, pneumático, eletrônico etc..)
 Problemas aparentes;
 Aspectos evidentes.
Como são as Ações de Operação

 Ações imprevistas ou não programadas;


 Principais gestos realizados pelos operadores;
 Principais posturas;
 Principais deslocamentos realizados pelos
operadores;
 Grandes categorias de tratamento de informações;
 Principais decisões a serem tomadas pelos
operadores;
 Principais ações dos operadores sobre as máquinas
as entradas e as saídas.
Como é o Meio Ambiente de Trabalho

 Espaço e locais de trabalho em confronto com


dados antropométricos e biomecânicos;
 Ambiente térmico;
 Ambiente sonoro;
 Ambiente luminoso;
 Ambiente vibratório (intensidade, amplitude,
freqüência);
 Ambiente tóxico (concentração de partículas e
gases tóxicos).
Exigências dos órgãos sensoriais

Visão:
 Campo visual do operador e localização dos
sinais;
 Tempo disponível para acomodação visual;
 Riscos de ofuscamento;
 Acuidade visual exigida pela tomada de
informação;
 Sensibilidade às diferenças de iluminâncias;
 Rapidez de percepção de sinais visuais;
 Sensibilidade às diferenças de cores;
 Duração da solicitação do sistema visual.
Exigências dos órgãos sensoriais

Audição:
 Acuidade auditiva exigida para recepção
dos sinais sonoros;
 Riscos de problemas de audição;
 Sensibilidade às comunicações verbais em
ambientes ruidosos;
 Sensibilidade às diferenças de sons (altura,
freqüência, timbre, tempo de exposição)
Como operam os Dispositivos de
Sinais e Comandos:

 Número e variedade de comandos das máquinas;


 Posição, distância relativa dos sinais e dos comandos
associados;
 Grau de precisão da ação do operador sobre o
comando das máquinas;
 Intervalo entre o aparecimento do sinal e o início da
ação;
 Rapidez e freqüência das ações realizadas pelo
operador;
 Grau de complexidade nos movimentos de diferentes
comandos manobrados seqüencialmente ou
simultaneamente;
 Grau de realismo dos comandos
Como são as Operações
 Exigências antropométricas: posição dos
comandos em relação às zonas de alcance
das mãos e dos pés;

 Posturas ou gestos do operador envolvidos


pelos diferentes comandos da máquina;

 Ações simultâneas das mãos e dos pés


ANÁLISE ERGONÔMICA DOS POSTOS DE TRABALHO

Análise da demanda

Análise da tarefa

Análise das atividades


Estudo de Casos a partir da ANÁLISE ERGONÔMICA
DOS POSTOS DE TRABALHO

Análise da demanda: é a definição do problema a ser


estudado, a partir do ponto de vista dos diversos atores
sociais envolvidos;

Análise da tarefa

Análise das atividades


ANÁLISE ERGONÔMICA DOS POSTOS DE TRABALHO

O estudo ergonômico do posto de trabalho comporta três fases:

Análise da demanda: é a definição do problema a ser


estudado, a partir do ponto de vista dos diversos atores sociais
envolvidos;
Análise da tarefa: análise das condições ambientais, técnicas
e organizacionais de trabalho;

Análise das atividades


Estudo de Casos a partir da ANÁLISE ERGONÔMICA
DOS POSTOS DE TRABALHO

O estudo ergonômico do posto de trabalho comporta três fases:

Análise da demanda: é a definição do problema a ser


estudado, a partir do ponto de vista dos diversos atores sociais
envolvidos;
Análise da tarefa: análise das condições ambientais, técnicas
e organizacionais de trabalho;
Análise das atividades: análise dos comportamentos do ser
humano no trabalho (gestuais, informacionais, regulatórios e
cognitivos).
Torcer o pescoço
Monitor muito baixo

Monitor muito alto


Enquanto comportamento, o que poderia ser
identificado imediatamente?
Como Garantir Melhorias?
SST: Estratégia e Efetividade
Organizacional

Há uma forte relação entre planejamento,


estratégia e avaliação:

1. Efetividade pressupõe Estratégia

2. Efetividade pressupõe uma determinada


capacidade para executar a Estratégia
SST: Estratégia e Efetividade
Organizacional
1. Efetividade pressupõe uma estratégia

Estratégia define objetivos e organiza as ações.


Pode ser formal ou intuitivo

Toda Estratégia parte da análise da realidade


em toda a sua extensão e se direciona para as
Melhorias, projetadas em um Plano de Ações.
SST: Estratégia e Efetividade
Organizacional
2. A Efetividade pressupõe uma determinada
capacidade para executar a estratégia

Para estratégia converter-se em resultados é


necessário:
– Converter as estratégias em ações;
Plano de Ações
– Ações transformadas em atendimento aos nossos
objetivos
SST: Estratégia e Efetividade
Organizacional

Precisamos acompanhar o Plano de Ações e


garantir o alinhamento desse à Estratégia

O Plano de Ações redunda em um Sistema


de Gestão, responsável pela execução da
estratégia para alcançar a efetividade
Como melhorar as Objetivos
Ambiente de Trabalho Organizacionais
alinhado aos objetivos
organizacionais?

Processos

Estratégia

Pessoas,
Estrutura,
Recursos, Meios e
Infraestrutura
Objetivos
Organizacionais

Processos

Estratégia

Pessoas,
Recursos, Meios e
Infraestrutura
Novos
Objetivos
Organizacionais
Ergonomia,
Segurança e Saúde
Efetividade
dos Processos
Saúde das(os)
Trabalhadoras(es)
Estratégia
Responsável

Pessoas,
Recursos, Meios e Segurança dos
Infraestrutura
Processos
Precisamos de Entendimento Necessário:

UMA NECESSÁRIA GESTÃO


ORGANIZACIONAL EM SST PRESSUPÕE
UMA COMBINAÇÃO DE AÇÕES
ESPECÍFICAS PARA OS PROCESSOS DE
ROTINA E DE PROJETOS!!!
Gerenciamento de
Processos

ROTINA PROJETOS

Estabelecer e manter Ações temporárias,


conformidade aos padrões. constituídas por equipes, para
realizar tarefas específicas sob
Atuar metodicamente na causa restrições de tempo.
fundamental dos problemas * As melhorias são sempre
para garantir que não haverá feitas a partir da situação
reincidência. vigente e por etapas
(gradualmente).

Confiabilidade Disponibilidade
Paradigma tradicional de Gestão
da Segurança
 Define-se as atividades a serem realizadas
 Identifica-se a maior parte dos riscos de
acidentes
 Prescreve-se medidas de controle capazes de
prevenir acidentes
 Trabalhadores são estimulados a aplicar as
medidas de controle através de punições e
prêmios
Paradigma tradicional de Gestão
da Segurança
 Baseado em teorias mono-causais:
– Exemplo: Atos e condições inseguras
 Seres humanos são vistos como a parte não
confiável do sistema
– Erro humano, negligência, imprudência,
incompetência, distração, etc.
 Necessidade de definir responsáveis cria uma
pesada estrutura burocrática
 Muitos incidentes ou acidentes não são
relatados
Novo paradigma: baseado em conceitos
da Engenharia de Resiliência
 Ambiente de trabalho é complexo e dinâmico
 Existem múltiplas causas de acidentes que
interagem
 Seres humanos adaptam-se ao ambiente onde
trabalham (Rasmussen, 1997):
– Pressões de natureza gerencial (por exemplo, prazos e
custos)
– Tendência natural dos indivíduos de realizarem tarefas com
menor esforço
 Riscos emergem: não é possível prever todos os
riscos antecipadamente
Novo paradigma: baseado em conceitos
da Engenharia de Resiliência

 Erro humano deve ser entendido como um


sintoma ou conseqüência, e não como causa, e
representa o ponto de partida para uma
investigação (Woods et al., 1994)
 Pessoas são falíveis: erros aconteçam mesmo nas
organizações consideradas com desempenho de
excelência
 Acidente deve ser encarado como uma perda de
controle organizacional
Novo paradigma: baseado em conceitos
da Engenharia de Resiliência

 Erro humano deve ser entendido como um


sintoma ou conseqüência, e não como causa, e
representa o ponto de partida para uma
investigação (Woods et al., 1994)
 Pessoas são falíveis: erros aconteçam mesmo nas
organizações consideradas com desempenho de
excelência
 Acidente deve ser encarado como uma perda de
controle organizacional
Novo paradigma: baseado em conceitos
da Engenharia de Resiliência

 Erro humano deve ser entendido como um


sintoma ou conseqüência, e não como causa, e
representa o ponto de partida para uma
investigação (Woods et al., 1994)
 Pessoas são falíveis: erros aconteçam mesmo nas
organizações consideradas com desempenho de
excelência
 Acidente deve ser encarado como uma perda de
controle organizacional
Consequências da Engenharia de
Resiliência na Gestão da Segurança

 Integração da gestão da segurança ao


planejamento e controle dos processos

 Análise da implementação de indicadores de


incidentes e quase-acidentes

 Avaliação das melhores práticas de gestão de


segurança em empresas
Indicadores de desempenho mais
utilizados

 Indicadores reativos: taxa de frequência, taxa de


gravidade (exigências legais)
 Indicadores de conformidade às normas
 Indicadores de aplicação de práticas: treinamento,
inspeções, etc.
 Indicadores de incidentes (por exemplo, quase-
acidentes)
 Indicadores de eficácia do sistema de gestão da
segurança
Problemas na medição de desempenho
na Gestão da Segurança
 Fortemente baseada em indicadores reativos
– Números de acidentes
– Número de horas perdidas
 Muitas empresas utilizam indicadores relacionados à aplicação
de práticas de prevenção fáceis de serem mensuradas
– Número de horas de treinamento
– Número de inspeções de segurança
 Alguns dados disponíveis não são utilizados
 Indicadores são utilizados de forma isolada, sem entender
claramente as relações entre estes
 Não há controle de doenças causadas pelo trabalho – NEXO
CAUSAL
Índices de não conformidade em
relação às exigências legais
 Enfoque tradicional tende a ser útil em ambientes
caracterizados por elevadas taxas de acidentes associados a
problemas básicos de segurança:

– Dispositivos de segurança de máquina

– Uso de equipamentos de proteção coletiva

– Etc.
Requisitos adicionais para melhorar os Sistemas de
Medição de Desempenho para Gestão da
Segurança
 Necessidade de vários mecanismos para monitorar riscos:
– Descentralizados
– Diferentes pontos de vista
– Próximo à execução do processo (consideração da incerteza
e interdependências)
 Monitoramento conjunto de diferentes dimensões de
efetividade da organização
– Outros sistemas fornecem informações relevantes para a
segurança (por exemplo, análise de restrições)
– Possibilita a análise de cruzamentos (trade-offs)
 Controle em tempo real
– Curto tempo entre monitoramento e ação
Requisitos adicionais para melhorar os Sistemas de
Medição de Desempenho para Gestão da
Segurança
 Monitoramento de vários tipos de vulnerabilidades

– Identificar se a organização está trabalhando próximo do


limite do trabalho seguro (incluindo rotinas)

 Combinação de dados quantitativos e qualitativos

– Entender as múltiplas causas das falhas e estratégias para


realizar trabalho seguro e saudável

 Adaptação a mudanças no contexto e nos riscos existentes


(resiliência)

 Equilíbrio entre abrangência e facilidade de uso (baixo custo)


Para Reflexão:
Questões de Concepção
Vida e Ciclo de Vida: Riscos e SST
Quem sofre pressões e as
consequências são
Trabalhadoras e
Trabalhadores Qual Conformidade no
Ciclo de Vida?

Novo uso
ou Descarte
Vida e Equação Sistêmica: Riscos e SST
(lucro) Valor da Mercadoria - Trabalho Incorporado
Agregação de Valor = f(capital, trabalho)  Adam Smith / Séc. XVIII
 Karl Marx
Agregação de Valor = f(capital, trabalho, tecnologia)  hoje
(lucro) 20% capital e trabalho
80% tecnologia

Quem sofre pressões e as


consequências são
Trabalhadoras e Valor das
Trabalhadores Valor Agregado Coisas

Materia Prima + Salário + Lucro + Tecnologia = Preço

Ambiente Subsistência
Conhecimento
Natural Fisiológica
(David Ricardo)
Expropriação do trabalho = Mais Valia
(Karl Marx)
Vida na Pandemia: Riscos e SST
Entre os 84,4 milhões de trabalhadores do país, cerca de 19,0
milhões estavam afastados do trabalho e, entre estes, 9,7
milhões estavam sem sua remuneração, o equivalente a 11,5%
da população ocupada em maio de 2020. Nesse mês, cerca de
16,8% dos trabalhadores do Nordeste e 15,0% do Norte
estavam sem remuneração.
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-
noticias/releases/28039-pnad-covid19-9-7-milhoes-de-trabalhadores-ficaram-sem-
remuneracao-em-maio

O grupo de pessoas que gostaria de trabalhar, mas não procurou emprego devido à pandemia ou
por falta de trabalho na localidade em que vive ficou em 18,6 milhões.
A pesquisa também mostra que a taxa de informalidade recuou para 32,5% na terceira semana
de julho, frente a anterior. Isso corresponde a 26,6 milhões de pessoas. No início de maio, 29,9
milhões (35,7%) estavam na informalidade.

A taxa de desocupação ficou em 13,1%, atingindo 12,3 milhões de pessoas sem trabalho. A
ocupação pouco variou na terceira semana de julho, em relação à anterior, somando 81,8
milhões de pessoas, mas esse número é menor que o da primeira semana de maio (83,9
milhões). Menos da metade da população (48,0%) estava trabalhando na terceira semana de
julho.
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/28513-cai-para-6-2-milhoes-numero-de-trabalhadores-
afastados-pela-pandemia-na-3-semana-de-julho
Saúde para Trabalhadoras(es) e Segurança nos Processos 3:
Saúde e Segurança em Pandemia / COVID-19
Curso de Extensão FAGRO / UFRGS

Aula 4. Revisão I
setembro/2020

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