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CENTRO UNIVERSITÁRIO CIDADE VERDE

CURSO: PSICOLOGIA
DISCIPLINA: ESTÁGIO I: OBSERVAÇÃO CIENTÍFICA E ENTREVISTA
ACADÊMICOS(AS): Ana Claudia Cardoso 49358-2021
Geovanna de Moraes Ilkiu Adorno RA 83172-2022
Patrícia Suemi Tsukada 57718-2021
Sabrina Gabrielle Nack Bariviera 46990-2021

PRÉVIA DO RELATÓRIO DE ESTÁGIO: AGRESSIVIDADE NO CAMPO


ESCOLAR ENTRE ALUNOS DO 6º AO 9º ANO

Trabalho apresentado como parte do


processo avaliativo para a disciplina:
Estágio I: Observação Científica e
Entrevista.
Docente: Tamara Menezes

MARINGÁ
2022
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SUMÁRIO

SUMÁRIO 2

INTRODUÇÃO 3
DESENVOLVIMENTO 4
2.1 TEMA 4
2.2 LOCAL 5
2.3 TIPO DE OBSERVAÇÃO 5
REFERÊNCIAS 10
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INTRODUÇÃO

O presente trabalho é uma prévia do Relatório de Estágio que aborda a


Agressividade no campo escolar entre alunos do 6º ao 9º ano do colégio estadual.

São objetivos do trabalho compreender em que meio a violência e a agressão


principalmente verbais com efeito psicológico são evidenciadas na escola, como é o
processo de violência em ensino fundamental durante o momento de socialização e
quais os motivos mais frequentes para a realização deste fenômeno.

O método será a Técnica de coleta de dados, que consiste em não apenas


ver ou ouvir, mas em examinar fatos ou fenômenos através da observação
não-participante, que é aquela na qual o observador atua distante do observado,
sem integrar-se à situação em que está envolvido.

Neste método de estudos de observação, os pesquisadores não estão em


contato direto com os grupos a serem estudados. Acaba sendo menos comum, uma
vez que eles não estão convivendo com a população estudada, apenas observando
seus hábitos, problemas, relações e hierarquias de forma passiva.
O Comportamento Agressivo consiste na defesa dos direitos pessoais e
expressão dos pensamentos, sentimentos e opiniões de uma maneira inapropriada
e não positiva que transgride os direitos das outras pessoas. As consequências
deste tipo de comportamentos são sempre negativas.

DESENVOLVIMENTO
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2.1 TEMA
“A violência é inerente à existência humana e manifesta-se de
modo peculiar em espaços sociais distintos. Vista como
fenômeno complexo e multifacetado, atinge gama variada de
pessoas, grupos, instituições e povos.” (NESELLO, p.2, 2014)
Visando o pensamento de Nesello (2014) a proposta de observação será
compreender em que meio a violência e a agressão principalmente verbal com
efeito psicológico é evidenciado na escola durante o Fundamental anos iniciais dois.
A grande questão abordada se trata do questionamento, “o que é violência?”
seria um processo psicológico? de abordagem física? ou mesmo de dano aos
demais?
“Define-se violência como o uso intencional da força física ou
do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra
pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte
ou tenha grande possibilidade de resultar em lesão, morte,
dano psicológico, perturbação do desenvolvimento ou
privação.” (NESELLO, p.2, 2014)

Durante a observação será especificado entre violência verbal de caráter a


desenvolver certo dano psicológico e como é este movimento, visto que na maioria
das vezes o autor da violência também está em um processo de sofrimento, além de
observar como os outros sujeitos reagiriam a partir desse momento, não apenas
pensando nos alunos, porém nos trabalhadores daquele local.
Ademais, a pesquisa será dada para que se perceba a violência sendo em
alguns momentos ignorada na escola e como isso perpassa os alunos, de maneira
que a cultura forma o sujeito, “Passamos a compreender que as formas que
assumimos como identidades, personalidades e subjetividades são construídas
historicamente pela humanidade [...]” (BOCK, 2021, p.3)
Por conseguinte, o momento que se passa na escola, sendo uma instituição
que o sujeito se instala por pelo menos doze anos, que é a quantidade que o estado
brasileiro propõe como ensino básico, é o momento de socialização e de construção
da subjetividade por diversas culturas e ensinamentos teóricos.
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“Apesar de pouco percebida, a violência psicoescolalógica tem


prevalências e frequências altíssimas nas escolas. Ter sido
ameaçado, humilhado, desprezado ou vítima de bullying, foram
aspectos verificados por mais da metade dos estudos
realizados com alunos [...]”(NESELLO, p.15, 2014)

Evidenciando esses fatores o fenômeno de pesquisa será a violência


psicológica como verbalização de insultos direcionados a um sujeito ou grupo,
chacota, bullying e dano físico como empurrões, tapas, socos e entre outras ações
que possam causar dor em outro colega de maneira intencional.
A questão norteadora será definida por “Como é o processo de violência em
ensino fundamental durante o momento de socialização e quais os motivos mais
frequentes para a realização deste fenômeno? E como os responsáveis destes
alunos lidam com esta situação?”
Será organizado de maneira que a observação seja dada conjuntamente ao
momento de intervalo dos alunos, que é o momento em que eles têm maior
liberdade de socialização, sem o envolvimento de um responsável.

2.2 LOCAL
O local escolhido para observação foi uma escola onde existem estudantes do
ensino fundamental 6° ao 9° ano. Onde é possível analisar o tema escolhido com
clareza. A violência, verbal ou física se evidencia cada dia mais no âmbito escolar,
fazendo assim a nossa observação ser mais precisa.
Crianças não poupam palavras, são “sem filtro”. E como ainda estão em
processo de aprendizagem, tanto como conhecimento quanto de comportamento é
mais comum encontrar todos os aspectos de violência no convívio delas, sem pais,
apenas às crianças.

2.3 TIPO DE OBSERVAÇÃO


O tipo de observação escolhida foi a observação natural ou não participante,
que se traduz em um tipo de observação onde o observador não interfere no campo
observado nem nas atividades que observa, uma vez que não possui contato direto
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tampouco convivência com público em questão, dessa forma é possível visualizar,


sem que o público estudado perceba que está sendo observado, os fenômenos
sociais que se fazem presentes no ambiente, como os hábitos, os eventuais
problemas que podem surgir, relações, hierarquias, vínculos e os diferentes
contextos de forma passiva. Esse tipo de observação é muito frequente do
psicólogo, observar sem ser visto (observação oculta). Esses comportamentos
podem ser observados em locais públicos como em cafés, escolas, estações de
transporte público e shoppings, por exemplo.

2.4 ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO

O colégio estadual tem horário de funcionamento das 07:30 às 22:00 horas.


Os alunos que serão observados são estudantes do 6° ao 9° matriculados no
período matutino.

Considerando, que, as aulas são de segunda à sexta-feira, o planejamento se


divide em quinze minutos de observação antes da entrada dos alunos, quinze
minutos durante o intervalo e trinta minutos na saída do Colégio (período onde leva
mais tempo entre saída até o portão, uso de banheiro, tomar água, espera de
ônibus, retirada de bicicleta ou espera de quem vai buscá-los). É um momento em
que os alunos utilizam para conversar e alguns seguem juntos durante o percurso
para casa.

Contabilizando uma hora em cada dia da semana, transcorrendo duas


semanas totalizando dez horas programadas.

O método será a Técnica de coleta de dados, que não consiste em apenas


ver ou ouvir, mas em examinar fatos ou fenômenos através da observação
não-participante, que é aquela na qual o observador atua distante do observado,
sem integrar-se à situação em que está envolvido.

A observação é um Método de coleta de dados que pressupõe


a existência de um observador que utilize determinada técnica
ou método de observação (como por exemplo, a observação
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casual, observação direta, observação simulada, observação


sistemática, observação participante, etc.) dependendo do
contexto metodológico no qual se insere, a observação
normalmente requer certos cuidados a fim de que as
informações coletadas possuam validade e fidedignidade, tais
como buscar a objetividade e sempre que possível adotar um
registro quantitativo. (APPOLINÁRIO, 2011).

A observação naturalista caracteriza-se por, mesmo sistematizada, ocorrer


em um meio natural, em que o observador não faz parte do que é observado e
descreve as situações preocupando-se com os comportamentos e as ações
observadas.

Quanto ao grau de inferência: a observação pode ter um grau de inferência


fraco, quando o observador se preocupa em registrar fielmente o que foi observado;
ou um grau de inferência forte, quando o observador atribui a sua interpretação
sobre os acontecimentos em seus registros.

O período de observação será o matutino (de segunda a sexta-feira). Pela


fonte: Censo Escolar 2021, INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas. O
colégio estadual apresenta em sua infraestrutura:

> Acessibilidade

> Dependências com acessibilidade

> Sanitário com acessibilidade

> Alimentação fornecida

> Água filtrada

> Sanitário dentro da escola

> Biblioteca

> Cozinha

> Laboratório de Informática

> Laboratório de Ciências


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> Sala de Leitura

> Quadra de esportes

Entretanto, por se tratar de uma observação natural não participante, as


delimitações implícitas se restringem ao portão de entrada, o pátio, os corredores e
se possível quadra de esportes (caso ocasionalmente coincidir atividades no
período). De modo, que não ocorra interferência ou cause alterações no ambiente.

Assim, como observadores nos possibilita fazê-lo de forma neutra, ou seja,


permanecendo alheio aos dados colhidos, posicionando-se do lado de fora e se
mantendo como atento espectador.

O público a ser observado serão Estudantes do 6º ao 9º do colégio estadual.


O nível socioeconômico (NSE) sintetiza as características dos indivíduos em relação
à sua renda, ocupação e escolaridade, permitindo fazer análises de classes de
indivíduos semelhantes em relação a estas características. No QEdu, os indivíduos
foram agrupados apenas por escola.

O NSE 6 neste nível, os estudantes estão de meio a um desvio-padrão acima


da média nacional do Inse. Considerando a maioria dos estudantes, a
mãe/responsável e/ou o pai/responsável têm o ensino médio completo ou o ensino
superior completo.

A maioria possui uma geladeira, dois ou três ou mais quartos, um banheiro,


wi-fi, máquina de lavar roupas, freezer, um carro, garagem, forno de micro-ondas,
mesa para estudos e aspirador de pó. Parte dos estudantes deste nível passa a ter
também dois ou mais computadores e três ou mais televisões.

Fenômeno é tudo o que se observa na natureza e na observação é o


elemento básico da investigação. Considerando o tema da observação:
Agressividade no campo escolar entre alunos do 6º ao 9º ano. O fenômeno será a
Agressividade.

“De todas as tendências humanas, a agressividade, em


especial, é escondida, disfarçada, desviada, atribuída a
agentes externos, e quando se manifesta é sempre uma tarefa
difícil identificar suas origens” (WINNICOTT, 2005, p.94).
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A relevância do tema se deve porque a agressividade é constitucional e


necessária para a autoconservação da espécie, porque nos possibilita nos
posicionarmos nas situações e construirmos coisas. Ela está relacionada a ação.

Todos os seres humanos (e inclusive os animais trazem consigo um impulso


agressivo). É um comportamento emocional que faz parte da afetividade de todas as
pessoas. Portanto, é algo natural.

Na infância, a agressividade é uma forma encontrada pelas crianças para


chamar a atenção para si. É uma espécie de reação que adquire quando está à
frente de algum acontecimento que faz com que se sintam frágeis e inseguras.

Segundo Winnicott, a "agressividade" dos bebês logo no início da vida, a


chama de "voracidade teórica", "amor-apetite-primário", e dirá que ela é,
originalmente, parte do apetite e se expressa no comer e devorar. Como já foi
mencionado, trata-se de uma impulsividade que pode parecer cruel, dolorosa,
perigosa, mas só o é por acaso. "Talvez a palavra voracidade", diz o autor,
"expresse melhor do que qualquer outra a ideia da fusão original de amor e
agressão, " Esse impulso faz parte da busca de alívio instintual. "O objetivo do bebê
é a satisfação, a paz do corpo e do espírito" (1957 d, p. 92).

Na fase adulta, a agressividade se manifesta ainda como reação a fatos que


aparentemente induzem o indivíduo à disputa e ainda a sentimentos. A
agressividade é uma qualidade natural, humana ou animal, que tem a função de
defesa diante dos perigos enfrentados e dos ataques recebidos.

Podemos considerar como instituições sociais: a família, a escola, o trabalho,


a Igreja e o Estado. As instituições sociais atuam no processo de socialização,
visando a adequação de cada indivíduo no grupo social.

Pensando na agressividade no campo escolar, ou seja, indivíduos inseridos


em uma instituição social podemos analisar quando Winnicott começou escrever
seu artigo “Agressividade em Relação ao Desenvolvimento Emocional afirmou as
relações entre agressividade e sociedade, onde ele afirma:
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“A ideia central por trás deste estudo da agressividade é que,


se a sociedade se encontra em perigo, não é por causa da
agressividade do homem, mas em consequência da repressão
da agressividade pessoal nos indivíduos" (Winnicott, 1958b, p.
288).

Agressividade e medo são emoções fundamentais na sustentação de


processos decisórios. É uma forma de nos protegermos, de dar limites, em família
ou no trabalho. Mas a sua manifestação no campo escolar em maior ou menor
ocorrência pode nos fornecer dados para fundamentar essas observações e sua
relevância na observação científica.

REFERÊNCIAS
BOCK, Ana Mercês Bahia. Adolescência: uma concepção crítica. Disponível em <
https://docero.com.br/doc/nv51108>. Acessado em 12 de set. 2021.

DIAS, Elsa Oliveira. Winnicott: agressividade e teoria do amadurecimento.


Nat. hum.,São Paulo , v. 2, n. 1, p. 9-48, jun. 2000 . Disponível em
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151724302000000100
001&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em: 02/10/2022

GARCIA, Roseana Moraes et al: A agressividade na psicanálise


winnicottiana, São Paulo, p. 163, 2009. Disponível em:
<https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/1589/1/Roseana%20Moraes%20Garcia.
pdf>. Acessado em 02/10/2022

NESELLO, Francine. et al. Características da violência escolar no Brasil:


Revisão sistemática de estudos quantitativos. 14 (2). Rev. Brasil Saúde Matern
Infant., Recife, 119 - 136. Jun. 2014. Disponível em <
https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/nLZm37hjg3drFxsMSTTCLbm/?lang=pt&format=pdf >
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Acesso em 01 de out. de 2022.

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