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PENSAMENTO SISTÊMICO
1
SUMÁRIO
Introdução ................................................................................................ 3
A Cibernética .................................................................................. 12
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 32
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NOSSA HISTÓRIA
2
Introdução
3
O pensamento sistêmico é uma nova forma de abordagem que
compreende o desenvolvimento humano sobre a perspectiva da complexidade,
para percebê-lo, a abordagem sistêmica lança seu olhar não somente para o
indivíduo isoladamente, considera também seu contexto e as relações aí
estabelecidas.
4
epistemológico da simplicidade, há a crença de que ao separar o complexo
em partes é possível conhecê-lo e, nessa direção, as pesquisas científicas
estabelecem uma "atitude de análise e busca de relações causais lineares"
(Vasconcellos, 2010, p. 69).
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está em processo dinâmico de transformações. Desse modo, integra a
indeterminação dos fenômenos e consequente imprevisibilidade (Vasconcellos,
2010, 2012).
6
A imagem da espiral tem como propósito representar tanto o
desenvolvimento histórico, quanto o desenvolvimento epistemológico do PS,
relacionando-os ao conceito de recursividade. Quanto ao desenvolvimento
histórico, a espiral simboliza a não linearidade em que ocorrem os evento são
longo da história e a relação recursiva entre eles.
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desenvolvida com Francisco Varela e a Biologia-Cultural, elaborada com
Ximena Dávila Yánez.
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Bertalanffy confere importância ao Pensamento Sistêmico como um
movimento científico por meio de suas concepções de sistema aberto e de sua
Teoria Geral dos Sistemas. De acordo com o autor, organismos vivos são
sistemas abertos que não podem ser descritos pela termodinâmica clássica, que
trata de sistemas fechados em estado de equilíbrio térmico ou próximo dele. Os
sistemas abertos podem se alimentar de um contínuo fluxo de matéria e de
energia extraídas e devolvidas ao meio ambiente. Mantêm-se, portanto,
afastados do equilíbrio em um estado quase estacionário ou em equilíbrio
dinâmico (Capra, 2006).
Sendo assim, o todo emerge além da existência das partes e "as relações
são o que dá coesão ao sistema todo, conferindo-lhe um caráter de totalidade
ou globalidade, uma das características definidoras do sistema" (Vasconcellos,
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2008, p.199). Os conceitos básicos de sua teoria são: globalidade, não-
somatividade, homeostase, morfogênese, circularidade e equifinalidade
(Vasconcellos, 2010). Segue abaixo uma breve descrição de cada um desses
conceitos.
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não queria se afastar do referencial da ciência tradicional e por isso manteve-se
preso ao pressuposto de objetividade. Ele acreditava em um mundo
hierarquicamente organizado, em uma realidade independente do observador
(Capra, 2006).
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realimentada e autogerenciada gera um sistema cujo funcionamento é
independente da substância concreta dos elementos que a formam. Dessa
forma, elementos podem ser substituídos sem dano ao todo, o que caracteriza o
processo de autorregulação, no qual o todo assume as tarefas da parte que
falhou (Vasconcellos, 2010).
A Cibernética
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a execução do projeto, Wiener e Bigelow criaram o conceito de feedback,
também chamado de realimentação ou retroação (como já mencionado
anteriormente), o qual foi desenvolvido para explicar de que forma pode-se
corrigir desvios a máquinas computadorizadas, os quais eram essenciais para a
guerra e se fazia analogia entre o funcionamento do sistema nervoso e o
funcionamento das máquinas de computação (Vasconcellos, 2010).
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controle em geral. Portanto, considerava que a mensagem era o elemento
central, tanto na comunicação quanto no controle, ou seja, quando nos
comunicamos enviamos uma mensagem e, da mesma forma, quando
comandamos. A mensagem pode ser transmitida por meios elétricos, mecânicos
ou nervosos e é considerada uma sequência de eventos mensuráveis,
distribuídos no tempo (Vasconcellos, 2010). Por esta razão, o antropólogo
Gregory Bateson, que também participava das conferências Macy, desenvolve
a Teoria da Comunicação que contribui de forma significativa para a melhoria
das máquinas Cibernéticas. A Teoria da Cibernética divide-se em Cibernética de
1ª ordem e de 2ª ordem. A Cibernética de 1ª ordem se subdivide em 1ª e 2ª
Cibernética.
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a indeterminação e, por isso, alguns fenômenos são imprevisíveis e irreversíveis,
e, portanto, incontroláveis (Vasconcellos, 2010).
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epistemologia da ciência novo-paradigmática; para que seja novo-
paradigmático, é necessário que tenha os três pressupostos mencionados
acima, quais sejam, complexidade, instabilidade e intersubjetividade.
A Teoria da Comunicação
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metacomunicação (comunicação sobre a comunicação) e o uso de mensagens
congruentes ou incongruentes (Watzlawick, Beavin, & Jackson, 1973).
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objetiva, independente do observador (Vasconcellos, 2010), conforme já
explicitado no pressuposto da intersubjetividade. A compreensão dos padrões
comunicacionais que possibilitam ou dificultam as relações são de suma
importância para aqueles que trabalham dentro do paradigma sistêmico. A
seguir, serão destacados os principais requisitos para a formulação do
Pensamento Sistêmico.
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Desse modo, a Biologia do Conhecer caracteriza-se como uma
epistemologia, enquanto reflexão sobre o conhecer e o conhecimento e,
também, como uma ampla reflexão sobre as relações e experiências humanas.
A utopoiese é o fundamento primordial da Biologia do Conhecer e trouxe
contribuições importantes à ciência, sendo considerada uma das noções
científicas de maior impacto para a ciência no século XX (Capra & Luise,
2014).
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O pressuposto da instabilidade aparece na consideração da
contingência, da eventualidade, ou seja, da possibilidade de que algo aconteça
ou não. Assim, na base da Biologia da Cognição, está a consideração de
que o fenômeno do conhecer está invariavelmente atrelado à estrutura
humana e não a algo que está fora e é captado pela mente.
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escola de pensamento reflexivo, científico e filosófico, com sede em
Santiago, no Chile, e seguem, atualmente, ministrando cursos e conferências
em diversos países, inclusive no Brasil.
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O pensamento é contextual, pois a análise das propriedades das partes
não explica o todo. É ambientalista porque considera o contexto. A ênfase está
nas relações e não nos objetos, ou seja, os próprios objetos são redes de
relações, embutidas em redes maiores. O mundo vivo é entendido como uma
rede de relações. O conhecimento científico é tido como uma rede de
concepções e de modelos sem fundamentos firmes e sem que um deles seja
mais importante do que outros. O mundo material é visto como uma teia dinâmica
de eventos inter-relacionados (Vasconcellos, 2010).
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Checkland (1994), ao referir-se à existência de diversas versões
sistêmicas, sugere que o que dá coerência ao movimento sistêmico é o
compartilhamento do conceito de sistema. Sintetiza os principais elementos
constitutivos do conceito sistema do seguinte modo:
Complexidade organizada
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As primeiras definições apresentadas a seguir basicamente destacam
essa característica do conceito de sistema. Sistemas são definidos como partes
ou elementos inter- relacionados.
24
O que é comum no tratamento dado aos problemas em ambos os
extremos, pela ciência clássica, é o uso de técnicas quantitativas (Flood &
Carlson, 1988). No caso de um pequeno número de variáveis isso é feito
concentrando-se em atributos específicos dos elementos, utilizando as técnicas
da matemática analítica. Quando se trata de uma grande quantidade de
elementos, geralmente, são calculadas as propriedades médias dos atributos de
milhares de elementos agregados, utilizando as técnicas estatísticas (Weaver,
1948; Flood & Carlson, 1988).
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fenômenos físicos, são sempre “situações percebidas por pessoas” (op. cit., p.
20).
26
Segundo o modelo acima, as chamadas ciências sistêmicas ‘duras’, que
abordam basicamente temas relacionados a sistemas naturais e sistemas físicos
construídos pelo homem, trabalham somente na ‘linha de Weaver’ (ver Figura
2.1). No Quadro 2.1 a ‘linha de Weaver’ corresponde à complexidade relacionada
ao ‘sistema’.
Organização sistêmica
27
Embora ausente da maioria das definições, a organização é uma noção
central desde as primeiras formulações do movimento sistêmico contemporâneo.
Alguns autores, entretanto, referem essa noção em suas definições:
28
Também Rapoport (1968) assinalou que a cibernética, ao revelar que o
comportamento proposital em máquinas complexas é determinado pela sua
lógica organizacional, possibilitou estabelecer paralelos com os comportamentos
propositais e inteligentes em sistemas vivos. Segundo o autor, isso tornou
possível a “[...] generalização do conceito de ‘organismo’ para o conceito de
‘sistema organizado’” (op. cit., p. XX).
29
O sistema como totalidade ou unidade complexa
30
características relacionadas à retroação de informação, ausente no
determinismo clássico. Relações cíclicas e circulares são assim responsáveis
por formas de comportamento e propriedades que sistemas descritos por
relações de causa e efeito simples (não-cíclicas e não-circulares) não possuem
(Rapoport & Horvath, 1959).
31
REFERÊNCIAS
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