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A genética

O que é genética?

É a parte da biologia que se dedica ao estudo da variabilidade dos caracteres individuais e


da sua transmissão à geração seguinte. Está relacionada com a genética comportamental,
que é um ramo da psicologia que investiga as influências hereditárias no modo de ser e de
reagir dos indivíduos.

Na genética, a transmissão de informação envolve quatro elementos básicos, a diversidade


de estruturas celulares com inúmeras formas especificando aspetos diferentes do
organismo, um mecanismo de replicação que copia a informação e repassa à prole, a
capacidade de mutação para que haja maior variabilidade e a capacidade da prole em
traduzir as informações herdadas em proteínas.

O método genético fundamental para o estudo dos fenômenos biológicos é a diferença


genética entre os indivíduos ou variação genética. Essa variabilidade pode ser de
ocorrência natural entre os indivíduos da mesma espécie, caracterizando o polimorfismo
genético. Mas também pode ser causada por mutações, onde cada gene mutante revelará
um componente genético do processo.

O estudo da genética abrange desde as moléculas até as populações. São nas moléculas
de ADN, parte estrutural dos cromossomos, que se localizam os genes. São os genes que
trazem as informações necessárias para a síntese de proteínas. A partir da observação das
variantes dos genes é possível investigar as propriedades biológicas dos organismos de
forma geral.

As variações de uma mesma característica, as ações do ambiente sobre os indivíduos e


outros padrões tais como taxa de reprodução, mutações e até seleção natural são objeto de
estudo para os geneticistas analisarem a composição genética em uma população.

A genética é também base para a nossa compreensão da evolução. A evolução observada


nas populações é a consequência das diferentes quantidades de reprodução, mutação,
migração e seleção, tornando herdáveis as novas características. Sendo assim, grande
parte das explicações evolutivas são também genéticas.
Os agentes responsáveis pela transmissão das características genéticas

A hereditariedade corresponde ao conjunto de processos que asseguram que cada ser vivo
recebe informações genéticas através da reprodução. As células reprodutoras são
responsáveis por essa transmissão de informações genéticas. Da combinação das células
reprodutoras resulta o ovo ou zigoto que é o organismo unicelular que carrega a herança
genética dos progenitores. Esta informação genética está contida nos 46 cromossomas do
conjunto de cromossomas humano. Durante a formação das células sexuais, os gâmetas,
através de um processo de divisão celular (a meiose), sofrem uma redução para metade do
número de cromossomas, deste modo, garante-se que a soma dos cromossomas dos dois
gâmetas (óvulo e espermatozoide) forma um zigoto que mantém os 46 cromossomas do
conjunto cromossómico do ser humano. O processo de desenvolvimento do zigoto, que
origina um novo organismo, acontece por divisão celular, através da mitose, que consiste
numa divisão celular que mantém os 46 cromossomas em cada uma das células restantes
da divisão. Cada um dos 46 cromossomas contém milhares de genes que, em conjunto,
formam o ADN. Os genes formam pares em que cada um dos seus elementos é herdado de
um dos progenitores. Designam-se por alelos os genes que codificam, num mesmo par,
uma característica genética. Os alelos, que são formas alternativas de um dado gene, são
homozigóticos, quando a informação é igual num par de genes e heterozigóticos quando a
informação é diferente. Podem ainda ser recessivos, no qual se manifestam apenas em
homozigose, ou dominantes, no qual o gene dominante contido no alelo revela-se
invariavelmente. Chamam-se mendelianas às características que estão codificadas apenas
num par de genes. Quando uma característica está codificada em vários pares de genes,
essa característica é poligénica.

As influências genéticas e ambientais no comportamento

O genótipo ou genoma refere-se ao conjunto de todos os genes que constituem o


património hereditário de cada indivíduo. Está inscrito nos cromossomas e pode ou não se
exprimir, de acordo com as leis da hereditariedade e as particularidades do meio. O fenótipo
corresponde ao conjunto de características observáveis do genótipo, tais como aspetos
morfológicos ou bioquímicos, e a presença ou ausência de uma doença ou condição
particular. Resulta quer de fatores hereditários quer das condições do meio ambiente – por
isso, dois gémeos monozigóticos (idênticos) têm à partida fenótipos diferentes, embora
tenham genótipos iguais, pois o meio contribui na diferenciação dos seus fenótipos.

Para compreender de que forma o genótipo e o meio influenciam o nosso comportamento,


os geneticistas comportamentais focam-se na hereditariedade individual –património
genético que encerra as particularidades de cada indivíduo (como a cor do cabelo ou dos
olhos) ou as predisposições para certas características. A psicologia evolutiva concentra-se
na hereditariedade específica – conjunto de genes que caracterizam uma determinada
espécie (por exemplo, o facto de o ser humano saber andar em pé).

A relação entre a complexidade do ser humano e o seu inacabamento biológico

O longo processo evolutivo de uma espécie, desde a sua origem até ao seu estado atual,
designa-se filogénese. O estudo da história da evolução humana, nomeadamente a
constituição dos seres humanos como sujeitos cognitivos, permitiu compreender que o
desenvolvimento do nosso cérebro foi único entre os seres vivos. Esse desenvolvimento
resultou de um conjunto de alterações anatómicas e de descobertas técnicas. O
desenvolvimento do ser humano, desde a sua fecundação até à morte, chama-se
ontogénese.

Segundo o preformismo, teoria ainda hoje desacreditada, o ser humano estaria formado
desde o embrião, sendo o processo evolutivo essencialmente uma questão de incremento
de tamanho. Designa-se por epigénese a teoria que se opõe ao determinismo preformista e
que defende que o ser humano resulta da relação entre as suas características genéticas e
o meio ambiente.

O ser humano nasce frágil e precoce, com um inacabamento biológico, precisando de


cuidados de outros para continuar o seu desenvolvimento. A sua incompletude à nascença
e a necessidade do prolongamento da infância designa-se por neotenia. Foi a neotenia
humana que fez de nós sistemas mais flexíveis e abertos às influências do meio. A
fragilidade biológica humana à nascença converteu-se, assim, na melhor resposta
adaptativa da nossa espécie.
Conclusão

Após este tema ser apresentado é possível chegar à conclusão que todos os avanços
genéticos conquistados durante os anos possibilitaram um melhor entendimento sobre
doenças genéticas e hereditárias, como, por exemplo, o cancro, em que o gene pode ser
herdado dos progenitores. Com esses avanços, hoje é possível investigar alguns genes
específicos e aprimorar a prevenção das doenças hereditárias. As descobertas em pesquisa
genética nos permitem aplicá-la em áreas distintas como a da saúde (genética médica,
terapia genética, aconselhamento genético), em ecologia (melhoramento genético de
espécies, preservação de espécies ameaçadas de extinção), zoologia, dentre outras
(taxonomia molecular de microrganismos, genética forense, toxicogenética, epidemiologia
genética). Mas ainda há muito a ser pesquisado e, é sempre necessário avaliar quais são
os reais benefícios e os possíveis reveses da aplicação desses novos conhecimentos no
nosso dia a dia.
Webgrafia:

Genética – Wikipédia, a enciclopédia livre (wikipedia.org)

Genética. Genética e a hereditariedade - Biologia Net

Conceito de genética - O que é, Definição e Significado

Introdução à genética e hereditariedade - RTP Ensina

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