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Danita Luís Maluleque

Dulce Saia
Énio Laundi Phaca
Linda Sansão Nganhane
Zelia Cristina Constantino Cumbe

A Gestão Física de stocks

Licenciatura em Ensino Básico com habilidades de supervisão e Inspecção da


Escola Básica

III - Grupo

4° Ano

Universidade Save
Gaza
Extensão – Chongoene
2021
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Danita Luís Maluleque


Dulce Saia
Énio Laundi Phaca
Linda Sansão Nganhane
Zelia Cristina Constantino Cumbe

A Gestão Física de Stocks

Trabalho de Investigação Científica a ser


apresentado no Departamento de Ciências de
Educação e Psicologia, no Curso de Ensino
Básico, na cadeira de Aprovisionamento da
Educação, para fins avaliativos sob
orientação do Msc. José Cuna
Universidade Save
Gaza
Extensão – Chongoene
2021
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Índice
1. Introdução................................................................................................................................................2

2. Objectivos................................................................................................................................................3

3. Metodologia............................................................................................................................................3

4. Conceptualização.....................................................................................................................................4

4.1. Conceito de Gestão de Stock............................................................................................................4

4.2. Importância de manter Stock............................................................................................................6

5. Características dos Stocks........................................................................................................................7

5.1. Gestão de materiais...............................................................................................................................7

5.2. Gestão administrativa.......................................................................................................................7

5.3. Gestão económica.............................................................................................................................8

6. Classificação ABC...................................................................................................................................8

6.1. Categoria A.......................................................................................................................................9

6.2. Categoria B...........................................................................................................................................9

6.3. Categoria C.......................................................................................................................................9

7. Controlo Interno de Stocks..................................................................................................................9

11. Conclusão............................................................................................................................................11

12. Bibliografia..........................................................................................................................................12
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1. Introdução
Com a evolução do mercado global, é preciso acompanhar as tendências de produtos, estratégias
de vendas, resulta dos financeiros, modernização nas formas de administração e produção de
bens e serviços. Porém, mudanças são necessárias para o acompanhamento destas tendências. A
criatividade e ousadia dos administradores é o ponto-chave que fará a diferença para aqueles que
se tornarão vencedores e conquistarão o mercado. As mudanças na economia mundial e regional
podem gerar fortes impactos e originar profunda transformação nas empresas, obrigando-as a
gerenciar seus stocks de maneira ampla e consolidada. Assim, o processo contínuo de melhoria
(FERREIRA et al., 2008) utilizado pelas empresas para traçar suas diretrizes gerenciais, torna-se
uma questão de sobrevivência frente a este mercado competitivo. Esse processo ganha suporte
por meio da gestão de stocks e conceitos que identificam toda a cadeia. Dentro deste contexto a
gestão de stocks nas empresas tem grande importância para um fluxo de materiais enxutos, onde
seja garantido o bom atendimento ao cliente final sem que haja desperdícios e estoques em
excesso ao longo da cadeia, focando sempre a lucratividade organizacional. O stock se destaca
como um processo para reduções de custos porque, além de ser uma parcela relevante destes
custos, tem um grande impacto sobre o retorno do investimento dos empresários ou acionistas.
Enquanto as taxas de juros e a escassez de recursos pressionam os estoques para baixo a
incerteza da demanda força as empresas a manterem um estoque de segurança, a fim de evitar
problemas com estoque, e garantir a sobrevivência no momento de pico.
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2. Objectivos
2.1. Geral

 Compreender a gestão física de stocks .

2.2. Específicos

 Explicar a importância de manter o stock;

 Caracterizar os stocks;

 Classificar os materiais ABC.

3. Metodologia
O trabalho é fruto de uma pesquisa bibliográfica que segundo Lakatos e Marconi (1996:66),
“(…) abrange toda bibliografia já tornada pública em relação ao tema em estudo”.

Para tal efeito o grupo efectuou consultas, análise e interpretação de algumas fontes
bibliográficas e outros documentos considerados importantes para o tema de estudo. Os
conteúdos foram seleccionados a luz dos teóricos para enquadramento lógico com o tema.
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4. Conceptualização

4.1. Conceito de Gestão de Stock


Por stock pode-se entender todas as matérias subsidiárias, matérias-primas, mercadorias,
produtos em vias de fabrico ou produtos acaba dos, de uma forma mais geral. Stock refere-se aos
materiais que se tem em estado ocioso ou incompleto aguardando futura venda, uso ou
transformação (Tersine, 1994). É de notar que, muitas das vezes numa empresa, ao stock dá-se o
nome de inventário.

Gestão de stocks é uma área da administração das empresas, pois o desempenho nesta área tem
reflexos imediatos nos resultados comer ciais e financeiros da empresa (Francischini et
al., 2002).

O indicador económico stock out, mede quantas vezes ou quantos dias um dado produto em
stock, atinge o saldo zero.

O objectivo da gestão de stocks envolve a determinação de três decisões principais:

 Quanto encomendar;
 Quando encomendar;
 Quantidade de stock de segurança que se deve manter para que cada artigo assegure um
nível de serviço satisfatório para o cliente.

Estas decisões assumem uma dinâmica repetitiva ao longo do tempo, e tornam-se complexas
devido ao enorme leque de factores envolvidos na tomada das mesmas.

Para resolver este problema utiliza-se procedimentos matemáticos e estatísticos entre eles:

 Classificação dos itens estocados, em destaque a classificação ABC (Análise de Pareto)


(Francischini et al., 2002, p. 97-102).
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 Estimativas de demandas, classificadas em dependente e independente.


 Estimativas de parâmetros como Stock Máximo, Stock De Segurança (Francischini et al.,
2002, p. 152-157), Ponto De Encomenda (Francischini et al., 2002, p. 159).

Todas as organizações, seja qual for o sector de actividade em que operem, partilham a seguinte
dificuldade: como efectuar a manutenção e controle do stock. Este problema não reside apenas
nas empresas mas também em instituições grossistas, retalhistas, mas também em escolas,
igrejas, prisões e em todo o tipo de estabelecimentos comerciais. Apesar deste problema existir
desde sempre, apenas no século XX se começaram a estudar e a desenvolver técnicas no sentido
de lidar com esta questão, que se tornou mais relevante depois da Segunda Guerra Mundial, onde
a incerteza era constante e que levou a que se dessem, de um a forma mais ou menos secreta, os
primeiros passos na gestão de stocks. Se teoricamente, a gestão de stocks é a área das operações
organizacionais mais desenvolvida, a prática mostra precisamente o contrário.
Fazer com que um produto em stock esteja constantemente pronto a dar resposta a uma
encomenda de um cliente será uma boa definição para gestão de stocks. A sua boa gestão passa
por satisfazer a exigência, satisfazendo também a componente económica.

Segundo Tersine (1994) o controlo e manutenção de stocks é um problema comum a todas as


organizações, quer sejam com ou sem fins lucrativos, de qualquer sector da economia.

Para Accioly (2008) os stocks têm algumas funções principais dentro da organização para
garantir o abastecimento da produção. São elas:

a) Melhorar suprimento de materiais da organização;


b) Diminuir a atraso e a falta de componentes para produção;
c) Garantir a produção programada da empresa;
d) Redução de valores em estoques por meio de compras em lotes menores;
e) Flexibilidades na alteração de mix de produção;
f) Rapidez e eficiência no atendimento de pedidos dos clientes.
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A gestão de stocks constitui-se em gerir recursos detentores de valor econômico e destinado ao


fornecimento das necessidades futuras de materiais numa organização. “O controlo de stocks
envolve as tarefas de coordenação dos fornecedores, condições físicas s, armazenamento e
registro das existências de todas as mercadorias” (GUR GEL, 2000, p.350).
Ching (2001, p.44) referencia que “ [...] auxilia a controlar a quantidade adicional do estoque,
necessária como proteção contra oscilação na demanda e no tempo de ressuprimento”. Por isso o
gerenciamento de stocks é muito importante no que se refere a uma estimativa organizacional, já
que stocks em excesso incidem em custos elevados de mão-de-obra e várias outras
consequências que não colaboram com o objetivo principal que é minimizar o desperdício e
aumentar o lucro.

4.2. Importância de manter Stock


As empresas têm necessidade de manter stock por diversas razões, sendo as mais vulgares a
necessidade de satisfazer atempadamente a procura, a de evitar ruturas no processo de produção,
a de absorver flutuações na procura prevista ou mesmo a de beneficiar de preços especiais ao
encomendar uma grande quantidade (Gomes & Lisboa, 2008).

A satisfação dos clientes é um fator de grande importância, pois o sucesso de grandes


superfícies comerciais depende do facto de terem disponíveis os produtos que os clientes
procuram. As empresas que fabricam para stock também competem entre si com base na rapidez
de resposta à solicitação dos clientes. A falta de resposta neste tipo de empresas pode originar a
perda de clientes, tornando-se mui to importante saber equilibrar o nível de stock (Gomes &
Lisboa, 2008).

Eliminar a dependência de terceiros, é outro factor de grande relevância, pois no dia-a-dia podem
acontecer factos aleatórios que influenciam, diretamente ou indiretamente, o bom funcionamento
de uma empresa, como por exemplo o atraso de um fornecedor, uma greve nas empresas
abastecedoras de um produto essencial, uma avaria inesperada numa máquina. Nestes casos
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manter stock é desejável, pois os acontecimentos inesperados acabam por não influenciar o bom
funcionamento (Gomes & Lisboa, 2008).

Mas, a quantidade que se tem em stock deve partir de uma tomada de decisão e não de uma
acumulação aleatória de produtos sem qualquer racionalidade, pois se existe excesso de stock
numa empresa é porque foram tomadas más decisões e estas levam a que haja um aumento dos
custos associados à posse do stock (Gomes & Lisboa, 2008). Assim, segundo Costa et al. (2010),
a gestão dos stocks não pode ser deixada de parte das outras atividades da empresa, como por
exemplo, as compras, a produção, o marketing, entre outras. A grande finalidade da gestão de
stocks é encontrar um equilíbrio entre os diversos objetivos conflituosos das diferentes atividades
da empresa, sendo que, o ideal seria manter um nível mais baixo possível de stocks ao longo de
toda a cadeia de aprovisionamento, por forma a diminuir os custos diretos.

5. Características dos Stocks


O objetivo da gestão de stocks é ter as quantidades adequadas de materiais no lugar certo, na
hora certa e com um baixo custo. Assim, segundo Gomes & Lisboa (2008), são três os tipos de
problemas que podem ser levantados quando se faz uma abordagem à gestão de stocks, sendo
eles:

5.1. Gestão de materiais


A gestão de materiais está relacionada com a forma como os stocks, quer sejam produtos
acabados, produtos em vias de fabrico, mercadorias ou matérias-primas, estão armazenados,
nomeadamente com o seu acondicionamento, com a proteção contra roubos e com a sua
movimentação no armazém (Gomes & Lisboa, 20 08).

 5.2. Gestão administrativa

A gestão administrativa diz respeito a todo o suporte informático que tem como objetivo dar a
conhecer os níveis de stock em armazém, e também o fornecimento de toda informação a todos
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os sectores dentro da empresa, para que haja um controlo da circulação do mesmo (Gomes &
Lisboa, 2008).

  

5.3. Gestão económica

 A gestão económica tem como objetivo racionalizar e sistematizar o seu reaprovisionamento, de


forma a satisfazer a procura a um custo mínimo (Gomes & Lis boa, 2008). Estes custos estão
relacionados com operações de um sistema de gestão de stocks, sendo o resultado d e ações ou
falta das mesmas por parte da administração, para manter um bom sistema de stocks (Tersine,
1994). De acordo com Costa et al., (2010) os custos associados à gestão de stocks são os
seguintes:

 Custo de posse;
 Custo de encomendar ou de preparação (set-up);

 Custo de escassez, falta ou rutura.

6. Classificação ABC
O controlo e a gestão de stocks das empresas, por vezes, envolvem milhares de produtos,
tornando-se impensável fazer um controlo rigoroso de todos eles. Para que a gestão possa ser
eficaz, torna-se viáveis os responsáveis pela mesma concentrarem a sua atenção nos produtos
que a merecem e fazer um controlo mais ligeiro nos produtos menos “importantes” (Gomes &
Lisboa, 2008).

A classificação ABC consiste precisamente em classificar os produtos para que a atenção a dar a
cada um deles possa ser diferenciada em função do seu valor e das quantidades (Carvalho, 2004).
É frequente nas empresas haver um pequeno grupo de produtos que é responsável por uma
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elevada percentagem do valor total dos stocks, tornando-se desnecessário despender tempo e
dinheiro para controlar da mesma forma produtos que não contribuem de uma forma
significativa para o valor total dos stocks (Gomes & Lisboa, 2008).

De acordo com Carvalho (2004), tradicionalmente a classificação é feita em três categorias:

6.1. Categoria A

Estão incluídos os produtos com valor monetário mais alto e que também são os mais usados, ou
seja, são os produtos que representam a maior parte do investimento, entre 75% a 80%, e uma
pequena percentagem do stock total, entre 15% a 20 %.

6.2. Categoria B
Estão agrupados os produtos que são menos importantes que os considerados na categoria A, isto
é, aqueles que não contribuem mais que 10% a 15% para a totalidade dos consumos, ma s que
representam entre 20% a 25% do total dos produtos usados pela empresa.

6.3. Categoria C
Encontram-se todos os restantes produtos que não estão considerados nas outras duas, ou seja,
aqueles produtos que contribuem muito pouco, entre 5 % a 10%, para o total do stock da
empresa, mas que no entanto, são os que estão em maior quantidade, representando entre 60% a
65 % do total dos produtos usados.

7. Controlo Interno de Stocks


Os stocks são, cada vez mais, uma componente muito importante na gestão de qualquer empresa,
não só pelo facto de imobilizarem capital, mas também porque trazem outros custos. Assim
torna-se imprescindível que haja um controlo interno da gestão dos stocks nas empresas, para
que se consigam reduzir, sem prejudicar o nível de serviço da empresa (Carvalho & Guedes,
2010).

O controlo dos stocks numa empresa é feito através da contagem física, quer a empresa utilize
um sistema de inventário permanente ou um sistema de inventário periódico, com o objetivo de
confirmar que a realidade física está de acordo com a realidade informatizada (Costa, 2010).
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Quando uma empresa usa o sistema de inventário periódico é obrigatório que ocorra um a
contagem física no final do ano, para além das que se devem fazer de uma forma cíclica ao longo
do ano, pois este sistema de inventário por si só proporciona um controlo interno bastante fraco.

Pelo contrário uma empresa que possua um sistema de inventário permanente não necessita de
fazer uma contagem física no final do ano, pois tal sistema, permite que se tenha conhecimento,
em qualquer momento, das quantidades em armazém e a respetiva valorização. Ainda assim,
deve haver uma certificação de que a informação apresentada pelo sistema bate certo com a
realidade física. É portanto fundamental que se estabeleça um programa de contagens cíclicas ao
longo do ano, privilegiando os itens mais valiosos que fazem parte da categoria A, para que
sejam contados mais que uma vez durante o ano (Costa, 2010).
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11. Conclusão
A gestão de Stocks é um processo fulcral em qual quer organização, uma gestão inadequada e
ineficaz dos stocks pode ser prejudicial para a gestão global da organização. As razões para que
se faça uma gestão de stock nas empresas são mais que muitas e ver á que essa capacidade ajuda
a evitar imprevistos no futuro, bem como permite efetuar a compra de produtos ou matérias-
primas de forma mais responsável.

Aumento da produtividade: ter um relatório online sempre atualizado com o stock da empresa
numa ferramenta de gestão;

Gestão de espaço: saber quais os produtos que são escoados mais rapidamente ajuda a criar uma
dinâmica de compras muito mais eficaz;

Investimento responsável: saber quais os produtos que são vendidos e os que estão em prateleira
há muito tempo;

Rigor nas encomendas: sabendo o que precisa comprar e em que quantidades;

Fidelização de clientes: ter sempre ao dispor os produtos que mais se vendem.

Após todas estas análises pode-se concluir que a gestão de stocks de manda que todas as
atividades envolvidas no processo estejam unidas num sistema em quantias e valores, e a
tendência é que se trabalhe focalizado em um pensamento enxuto dentro da organização, onde
não haja falta e nem desperdício.
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12. Bibliografia

CARVALHO, J. M. e GUEDES, A. P. (2010), Logística e Gestão da Cadeia de Abastecimentos,


Lisboa, Silabo.

COSTA, J. P., D IAS, J. M, GODINHO, P. (2010), Logística, Coimbra, Imprensa da


Universidade de Coimbra.

ACCIOLY, Felipe et al, Gestão de estoques. 1. Edição, Rio de Janeiro, FGV Editora, 2008.

ARNOLD, J.R.T, Administração de Materiais, um a introdução, São Paulo, Atlas, 1999.

CHING, Hong Yuh, Gestão de estoques na cadeia logística integrada. 2 ed., São Paulo, Atlas,
2001.

FRANCISCHINI, Paulino G., GURGE L, Floriano do Amaral, Administração de materiais e do


patrimônio, São Paulo, Thomson Pioneira, 2002, ISBN 978-85-221-0261-7.

Internet: Wikipédia, https://pt.wikipedia.org/wiki/Gest%C3%A3o_de_stocks, Acesso em 10 de


Junho de 2020.

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