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CURSOS ON-LINE – CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS P/ CÂMARA –

ANALISTA - TÉCNICO EM MATERIAIS E PATRIMÔNIO


PROFESSOR JOSÉ CARLOS
Olá guerreiros!

Sobreviveram à pesadíssima aula passada? Espero que sim!

Conforme combinamos, estaremos estudando hoje sobre os temas


relacionados a estoques, que são: Previsão e Controle de estoques,
determinação de níveis de estoque, tempo de ressuprimento e estoques
de segurança e, por fim, métodos de avaliação de estoques.

Vamos lá?

Continuamos ressaltando que infelizmente não será possível utilizar


apenas questões da Fundação Carlos Chagas (FCC) nesta aula. Como
não encontramos um vasto material sobre os assuntos a serem
abordados elaborados por esta banca, para que seu estudo não seja
prejudicado, usaremos questões de bancas com o mesmo estilo da FCC
para fins de complemento.

Vale ressaltar que se trata de material de uso pessoal, não podendo ser
repassado a terceiros, em caráter gratuito ou oneroso, seja impresso,
por e-mail ou qualquer outro meio de transmissão sob risco de violação
do estabelecido na Lei n. º 9.610/1998 e no Código Penal. Desde já
agradecemos a compreensão e estamos abertos para qualquer dúvida
ou pendência, tanto sobre o material quanto para qualquer outro
assunto relacionado ao concurso em questão.
Informamos, ainda, que o material baseia-se na obra MARTINS, Petrônio
Garcia & ALT, Paulo Renato Campos. Administração de Materiais e
Recursos Patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2006, e, ainda, POZO,
Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais – Editora
Atlas – 4ª Edição, que você pode adquirir em qualquer livraria caso
deseje aprofundar-se no assunto.

Aula 04 – Administração de Estoques

Sumário:

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1. Previsão e Controle de Estoques: planejamento, processos e políticas de administração
de estoques.......................................................................................................................... 2
1.1. Razões para manter estoques:...................................................................................... 3
1.2. Política de estoque ....................................................................................................... 6
1.3. Custo de estoque.......................................................................................................... 7
1.4. Sistema de planejamento de estoques........................................................................ 13
1.5. Lotes econômicos de compra e fabricação ................................................................ 14
1.6. Previsão de estoques.................................................................................................. 16
2. Determinação de níveis de estoque .............................................................................. 23
2.1. Tempo de Reposição (TR)......................................................................................... 24
2.2. Ponto de Pedido (PP)................................................................................................. 24
2.3. Lote de compra .......................................................................................................... 25
2.4. Estoque Máximo........................................................................................................ 25
3. Estoques de Segurança ................................................................................................. 27
4. Métodos de avaliação de estoques................................................................................ 31
5. Questões de Concursos Anteriores ............................................................................... 37
6. Gabarito ........................................................................................................................ 43
7. Bibliografia:.................................................................................................................. 46

1. Previsão e Controle de Estoques: planejamento, processos e


políticas de administração de estoques

Indubitavelmente, uma das mais importantes funções da


administração de materiais está relacionada com o controle dos níveis
de estoques. Lógica e racionalidade podem ser aplicadas com sucesso
nas ações de resolução de problemas que afetam os estoques. É notório
que todas as organizações de transformação devem preocupar-se com o
controle de estoques, visto que desempenham e afetam de maneira
bem definida o resultado da empresa.
O termo controle de estoques dentro da logística, é em função da
necessidade de estipular os diversos níveis de materiais e produtos que
a organização deve manter, dentro de parâmetros econômicos. Esses
materiais e produtos que compõem os estoques são: matéria-prima,
material auxiliar, material de manutenção, material de escritório,
material e peças em processos e produtos acabados. E a razão pela que
é preciso tomar uma decisão acerca das quantidades dos materiais a
serem mantidos em estoques está relacionada com os custos associados
tanto ao processo como aos custos de estocar. Devemo-nos preocupar e
determinar quais são os níveis para cada item que poderemos manter
economicamente.

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Portanto, a função principal da administração de estoques é
maximizar o uso de recursos envolvidos na área logística da empresa, e
com grande efeito dentro dos estoques. O administrador, porém, irá
deparar-se com um terrível dilema, que é o causador da inadequada
gestão de materiais, percebida em inúmeras empresas, e que cria
terríveis problemas quanto à necessidade de capital de giro da empresa,
bem como seu custo.
Por um lado, procura-se manter um volume de materiais e
produtos em estoque para atender à demanda de mercado, bem como
suas variações, servindo o estoque como um pulmão e, por outro lado,
buscar a minimização dos investimentos nos vários tipos de estoques,
reduzindo assim os investimentos nesse setor. Sabemos que quando
temos estoques elevados, para atender plenamente à demanda, ela
acarreta a necessidade de elevado capital de giro e, que produzem
elevados custos. No entanto, baixos estoques podem acarretar, se não
forem adequadamente administrados, custos difíceis de serem
contabilizados em face de atrasos de entrega, replanejamento do
processo produtivo, insatisfação do cliente e, principalmente, a perda do
cliente.
Uma das razões porque muitas empresas mantêm estoques
elevados, aos padrões modernos, é que essa atitude permite a firma
comprar e produzir em lotes econômicos, que é a visão ultrapassada da
produtividade. No entanto, qualquer que sejam os níveis de estoques,
eles incorrem na análise de vários custos que estão correlacionados.
A boa administração de materiais significa coordenar a
movimentação de suprimentos com as exigências de produção. Isso
significa aplicar o conceito de custo total às atividades de suprimento
logístico de modo a obter vantagem da contraposição da curva de custo,
ou seja, o objetivo maior da administração de materiais é prover o
material certo, no local de produção certo, no momento e em condição
utilizável ao custo mínimo para a plena satisfação do cliente e dos
acionistas.

1.1. Razões para manter estoques:

A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exige


investimento por parte da organização. O ideal seria a perfeita
sincronização entre oferta e demanda, de maneira a tornar a
manutenção de estoques desnecessária. Entretanto, como é impossível
conhecer exatamente a demanda futura e como nem sempre os
suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, deve-se acumular

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estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias e minimizar os
custos totais de produção e distribuição.
Na verdade, estoques servem para uma série de finalidades:

ƒ Melhoram o nível de serviço:


Estoques auxiliam a função de marketing a vender os produtos da
empresa. Estes podem ser localizados mais próximos aos pontos de
venda e com qualidades mais adequadas. Isto é vantajoso para
clientes que precisam de disponibilidade imediata ou tempos de
ressuprimento pequenos.

ƒ Incentivam economias na produção:


O mínimo custo unitário de produção geralmente ocorre para grandes
lotes de fabricação com o mesmo tamanho. Estoques agem como
amortecedores entre oferta e demanda, possibilitando uma produção
mais constante, que não oscila com as flutuações de vendas. A força
de trabalho pode ser mantida em níveis estáveis e os custos de
preparação de lotes podem ser diminuídos.

ƒ Permitem economias de escala nas compras e no transporte:


Muitas vezes, pequenos lotes de compra são gerados para satisfazer
necessidades de produção ou para abastecer diretamente clientes a
partir da manufatura. Isto implica maiores custos de frete, pois não
há volume suficiente para obter os descontos oferecidos aos lotes
maiores. Entretanto, uma das finalidades do estoque é possibilitar
desconto no transporte pelo emprego de grandes lotes equivalentes à
capacidade dos veículos e gerar, portanto, fretes unitários menores.
De modo similar, menores preços podem ser obtidos na compra de
mercadorias com o uso de lotes maiores que as demandas imediatas.

ƒ Agem como proteção contra aumentos de preços:


Bens comprados em mercados abertos tem seus preços ditados pelas
curvas de oferta e demanda. Minérios, produtos agrícolas e petróleo
são bons exemplos. Compras podem ser antecipadas em função de
aumentos previstos nos preços. Isto acabaria criando estoques que,
de alguma forma, deve ser administrado.

ƒ Protegem a empresa de incerteza na demanda e no tempo de


ressuprimento:

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Na maioria das ocasiões, não é possível conhecer com certeza as
demandas de produtos ou os tempos de ressuprimento no sistema
logístico. Para garantir disponibilidade do produto, deve-se manter
um estoque adicional (estoque de segurança). Estoques de segurança
são adicionais aos estoques regulares para atender as necessidades
de produção ou do mercado.

ƒ Servem como segurança contra contingências:


Greves, incêndios e inundações são apenas algumas das
contingências que podem atingir uma empresa. Manter estoques de
reserva é uma maneira de garantir o fornecimento normal nessas
ocasiões.

Importante: A manutenção de estoque traz vantagens e desvantagens


às empresas. Vantagens no que se refere ao pronto atendimento aos
clientes, e desvantagens no que se refere aos custos decorrentes de sua
manutenção. Compete ao administrador de materiais encontrar o ponto
de equilíbrio adequado à empresa em certo momento, embora os
benefícios do pronto atendimento sejam mais difíceis de ser avaliados
do que os custos decorrentes.

Analise a questão elaborada pela FCC para o concurso do TRE do Piauí


para o concurso de analista judiciário em 2002:

Questão 1: (FCC – TRE-Piauí – Analista Judiciário – 2002) Dentre os


fatores que influenciam os investimentos em estoque, o que mantém
um alto nível de produção, diminuindo custos, justificando a
manutenção de um maior volume de produtos em estoque é:
a) Projeção de vendas
b) Economia de escala
c) Natureza do produto
d) Processo produtivo
e) Preço unitário

Conforme estudamos, a economia de escala nos traz o benefício de


conseguir preços melhores através da compra de maiores quantidades.
A resposta é a letra “b”.

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1.2. Política de estoque

A função de planejar e controlar estoque são fator primordial


numa boa administração do processo produtivo. Preocupa-se com os
problemas quantitativos e financeiros dos materiais, sejam eles
matérias-primas, materiais auxiliares, materiais em processo ou
produtos acabados.
Cabe a esse setor o controle das disponibilidades e das
necessidades totais do processo produtivo, envolvendo não só os
almoxarifados de matérias-primas e auxiliares, como também os
intermediários e os produtos acabados. Seu objetivo não é deixar faltar
material ao processo de fabricação, evitando alta imobilização aos
recursos financeiros. Embora isso pareça contraditório, as modernas
filosofias japonesas mostram-nos como conciliar perfeitamente tal
situação.
Nosso objetivo é demonstrar quão importante é o planejamento
de estoque para o resultado financeiro de uma empresa,e visualizar seu
alto impacto no custo do produto. Dentro das múltiplas atuações do
planejamento dos estoques e pelo fato de sua atual configuração estar
acompanhando pari passu os volumes e projeções de vendas e o
processo de manufatura, é imperioso que o sistema seja atualizado
constantemente e que tenha a flexibilidade para acompanhar as
constantes mudanças de mercado.
A seguir, uma lista usual e simplificada dos objetivos do
planejamento e controle de estoque.
• Assegurar o suprimento adequado de matéria-prima,
material auxiliar, peças e insumos ao processo de
fabricação;
• Manter o estoque o mais baixo possível para atendimento
compatível às necessidades vendidas;
• Identificar os itens obsoletos e defeituosos em estoque,
para eliminá-los;
• Não permitir condições de falta ou excesso em relação à
demanda de vendas;
• Prevenir-se contra perdas, danos, extravios ou mau uso;
• Manter as quantidades em relação às necessidades e aos
registros;
• Fornecer bases concretas para a elaboração de dados ao
planejamento de curto, médio e longo prazos, das
necessidades de estoque;

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• Manter os custos nos níveis mais baixos possíveis, levando
em conta os volumes de vendas, prazos, recursos e seu
efeito sobre o custo de venda do produto.

1.3. Custo de estoque


É usual ouvirmos “estoque custa dinheiro”. A afirmativa é bem
verdadeira. A necessidade de manter estoques acarreta uma série de
custos às empresas. Os japoneses, pioneiros do estudo do just-in-time,
consideram os estoques uma forma de desperdício.
Podemos classificar os custos de manter estoques em três
grandes categorias: custos diretamente proporcionais à quantidade
estocada; inversamente proporcionais à quantidade estocada e
independente da quantidade estocada.

Os custos diretamente proporcionais ocorrem quando os


custos crescem com o aumento da quantidade média estocada. Do
mesmo modo, quanto maior a quantidade de itens armazenados, maior
a área necessária e maior o custo de aluguel.
Outros exemplos:

Manuseio quanto mais estoque mais pessoas e equipamentos


necessários para manusear os estoques mais custo de mão-de-obra
e de equipamentos.
Perdas quanto mais estoque maiores as chances de perdas
mais custo decorrente de perdas.
Obsolescência quanto mais estoque maiores as chances dos
matérias se tornarem obsoletos mais custo decorrentes de materiais
que não mais serão utilizados.
Furtos e roubos quanto mais estoques maiores as chances de
materiais serem furtados e/ou roubados mais custos decorrentes.

Por todos esses fatores de custos serem decorrentes da necessidade de


manter ou carregar os estoques, eles também são chamados de custos
de carregamento dos estoques. Assim, os custos de carregamento
incluem os custos de oportunidade, estocagem e manuseio do material,
taxas e seguros, perdas e furtos, obsolescência e o mais importante, o
custo do capital investido.

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É também bastante usual a divisão desses custos em duas


subcategorias: custo de capital, correspondendo ao custo do capital
investido, e custo de armazenagem, compreendendo o somatório de
todos os demais fatores de custos, como a própria armazenagem, o
manuseio e as perdas. Representando por i a taxa de juros e por P o
preço de compra do item de estoque, quando fornecido por terceiros, ou
o custo de fabricação, quando produzido internamente, podemos
escrever:

Custo do capital = i x P

Se CA indicar o somatório de custos relacionados à armazenagem, como


manuseio e obselescência, seguros, etc, ou seja:

Custo de armazenagem = CA

O custo de carregamento dos estoques será:

Cc = CA + i x P

Exemplo: Um item tem custo de armazenagem anual total de $ 0,60


por unidade e preço de compra unitário de $ 2,00. Considerando uma
taxa de juros de 12% ao ano, calcular o custo de carregamento do
estoque desse item.
Cc = 0,60 + 0,12 x 2
Cc = 0,84/unidade.ano
Isso significa que uma unidade estocada durante um ano custa $ 0,84.

A grande dificuldade é a avaliação correta desses vários fatores de


custos, tais como o de armazenagem, em que devemos atribuir um
valor para o aluguel dos almoxarifados. No caso do manuseio, devemos
atribuir um valor para o aluguel dos almoxarifados. No caso do
manuseio, devemos atribuir um custo de depreciação para os
equipamentos, como empilhadeiras, carrinhos manuais, etc. Por meio de
um sistema de custeio adequado, esses custos podem ser avaliados com
boa precisão.

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Os custos inversamente proporcionais são os custos que diminuem


com o aumento do estoque médio, isto é, quanto mais elevados os
estoques médios, menores serão tais custos (ou vice-versa). São os
denominados custos de obtenção, no caso dos itens comprados, e
custos de preparação, no caso de itens fabricados internamente.
Para um dado consumo (D) anual constante, se a compra for efetuada
uma única vez por ano, o lote (Q) deverá ser de D unidades, e o
estoque médio correspondente será de Q/2. Assim, podemos ter:

Número de vezes Tamanho do lote Estoque médio


que a compra é
efetuada por ano
1 Q=D EM = Q = D
2 2
2 Q=D EM = Q = D
2 2 4

3 Q=D EM = Q = D
3 2 6
4 Q=D EM = Q = D
4 2 8

Quanto mais vezes se comprar ou se preparar a fabricação, menores


serão os estoques médios e maiores serão os custos decorrentes do
processo tanto de compras como de preparação.
Assim, os custos de compras e preparação são inversamente
proporcionais aos estoques médios.

Exemplo: A empresa Capital, com base nos dados do ano anterior,


computou todas as despesas do departamento de compras, como custo
de mão-de-obra e encargos, materiais de escritório, aluguel das salas,
correio, telefone e fax, chegando a um valor médio de $ 15,00 por
emissão de pedido de compras. Determinar os custos que serão
incorridos na obtenção de um item de estoque cujo consumo anual é de
12.000 unidades para as seguintes políticas:
a) comprar uma única vez por ano;
b) comprar duas vezes por ano;
c) comprar 10 vezes por ano.

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Custo do pedido = 15,00
Custo de obtenção = número de pedidos por período x custo do pedido
no período
a) Comprando uma vez por ano = lote = 12.000 unidades
Custo de obtenção = 1 pedido/ano x $ 15,00/pedido - $ 15,00/ano
b) Comprando duas vezes por ano = lote = 6.000 unidades
Custo de obtenção = 2 pedido/ano x $ 15,00/pedido - $ 30,00/ano
c) Comprando 10 vezes por ano = lote = 1.200 unidades
Custo de obtenção = 10 pedido/ano x $ 15,00/pedido - $
150,00/ano

Os estoques médios (Q/2) decorrentes serão, em cada um desses casos,


6.000 unidades, 3.000 unidades e 600 unidades. Veja a relação entre
custos de obtenção e o estoque médio mantido:

Custo de obtenção ($) Estoque Médio (unidade)


15,00 6.000
30,00 3.000
150,00 600

Percebemos a proporcionalidade inversa, isto é, quanto menor o


estoque, maior o custo de obtenção.

Os custos independentes são aqueles que independem do estoque


médio mantido pela empresa, como, por exemplo, o custo de aluguel de
um galpão. Ele geralmente é um valor fixo, independente da quantidade
estocada. Como os custos fixos independem da quantidade estocada,
sua unidade dimensional é medida em unidades monetárias por unidade
de tempo, como $/mês ou dólares/ano e serão representadas por CI.

CT = custos diretamente proporcionais + custos inversamente


proporcionais + custos independentes + custos do material comprado

Vejamos outra forma utilizada para analisar os custos de


estoque: custo de pedido, custo de manutenção de estoque e
custo por falta de estoque.

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Custo de pedido

Cada vez que uma requisição ou um pedido é emitido, incorrem


custos fixos e variáveis referentes a esse processo. Os custos fixos são
os associados aos salários do pessoal envolvido na emissão dos pedidos
e não são afetados pela política existente de estoque. Os custos
variáveis consistem nas fichas de pedidos e nos processos de enviar
esses pedidos aos fornecedores, bem como, todos os recursos
necessários para tal procedimento. Portanto, o custo de pedido está
diretamente determinado com base no volume das requisições ou
pedidos que ocorrem no período.

Custo de manutenção de estoque

É óbvio que as empresas preferem manter os estoques mínimos.


Freqüentemente, verificamos que, em tempos difíceis ou em
dificuldades de capital de giro, as empresas começam a fazer cortes em
seus estoques. Por que isso ocorre? A resposta é que os estoques são
investimentos, o capital da empresa está imobilizado em materiais e
bens, e se esse capital estiver disponível para uso alternativo e não em
estoques, por exemplo, a empresa aplicará no mercado financeiro. Os
custos de manutenção de estoque incorporam também as despesas de
armazenamento, tais como: altos volumes, demasiados controles,
enormes espaços físicos, sistemas de armazenagem e movimentação e
pessoal alocado, equipamentos e sistemas de informações específicos.
Temos também custos associados aos impostos e aos seguros de
incêndio e roubo decorrentes do material estocado. Além disso, os itens
estão sujeitos a perdas, roubos e obsolescência, aumentando ainda mais
os custos de mantê-los em estoques. Conforme Ballou, o custo total
para a manutenção dos estoques, nas empresas dos Estados Unidos,
gira em torno de 25% do valor médio de seus produtos.

Custo por falta de estoque

Como vimos, os materiais imobilizados em estoque oneram


drasticamente uma empresa e têm custo elevado e, em razão disso, as
empresas buscam reduzir ao máximo seus estoques que poderá fazer
com que ela não cumpra o prazo de entrega de seu produto, o que
proporcionará possivelmente uma multa por atraso ou, o que é pior

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ainda, o cliente cancela o pedido. E, se mesmo com o atraso, o cliente
não cancelar o pedido, a imagem da empresa estará desgastando-se e
isso tem um custo elevado e difícil de medir. Tal fato, normalmente,
ocorre por falta de um adequado planejamento e controle de estoque.
Não entregar ou atrasar um produto por falta de um item causa
enormes transtornos ao cliente (imagem, custos, confiabilidade,
concorrência etc.).

Temos, portanto, que dimensionar adequadamente as


necessidades de estoques em relação à demanda, às oscilações de
mercado, às negociações com os fornecedores e à satisfação do cliente,
otimizando-se os recursos disponíveis e minimizando os estoques e
custos. E se os estoques forem mínimos, a empresa poderá usar esse
capital não para especular no sistema financeiro e estagnar, mas para
aprimorar seus recursos nos processos de manufatura, na aquisição de
novos equipamentos ou adicionais, para expandir ou diversificar sua
produção, tornando-se mais eficaz e competitiva.

Vejamos como esse assunto pode ser abordado em nossa prova:

Questão 2: (NCE/UFRJ – TBG – Brasil – Analista de Suprimento –


2006) Os estoques são necessários, mas a questão importante é quanto
estoque manter. Quando mantemos estoques, certos custos são
reduzidos. Os custos a seguir são reduzidos quando mantemos
estoques, EXCETO:
(A) custos de manutenção de estoques;
(B) custos de emissão do pedido;
(C) custos do stockout (redução a zero do nível de estoque de um
material);
(D) custos de aquisição;
(E) custos da qualidade na partida (start up).

A questão está tratando dos custos inversamente proporcionais, que são


os custos que diminuem com o aumento do estoque médio, isto é,
quanto mais elevados os estoques médios, menores serão tais custos
(ou vice-versa). São os denominados custos de obtenção, no caso dos
itens comprados, e custos de preparação, no caso de itens fabricados
internamente. Os custos de emissão do pedido, do stockout, da
aquisição e da qualidade na partida são custos inversamente
proporcionais.

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Os custos de manutenção de estoques estão associados a todos os
custos necessários para manter certa quantidade de mercadorias por
um período de tempo. Na realidade, é uma expressão usada para
representar uma série de custos diferentes. Há, em primeiro lugar, o
custo de oportunidade do capital. Estoque imobiliza capital que poderia
ser empregado de forma diferente dentro ou fora da firma. Em segundo
lugar, existem custos associados aos impostos e aos seguros. Os custos
de armazenagem física propriamente dita são o terceiro tipo. São
aqueles relacionados com a quantidade de estoque mantido. Existem,
finalmente, os custos associados ao risco de manter o estoque. São os
custos de perdas devidas a deterioração, obsolescência, dano e furto.
Assim, os custos de manutenção de estoques são diretamente
proporcionais, ou seja, ocorrem quando os custos crescem com o
aumento da quantidade média estocada.
Desta forma, a resposta é a letra “A”.

1.4. Sistema de planejamento de estoques

A razão de manter estoques está relacionada com a previsão de seu uso


em um futuro imediato. E sabemos que é praticamente impossível
conhecer a demanda futura; torna-se necessário manter determinado
nível de estoque, para assegurar a disponibilidade de produtos às
demandas, bem como minimizar os custos de produção, movimentação
e estoques.

Existem diversas maneiras e métodos de planejar e controlar estoques,


alguns muito simples, outros complexos. Cada método tem sua
aplicação diferenciada e que não pode ser utilizada indistintamente por
todo o sistema.

Devemos avaliar os objetivos do estoque, que podem ser de


custo ou de nível de serviço.

Objetivo do custo

Dentro dessa visão, o volume de estoque e sua localização são


apenas uma das ações do sistema logístico. Devemos buscar um
balanceamento dos custos de armazenagem, de pedidos e de falta para
melhor atender à demanda de mercado e aos anseios dos acionistas. É
perfeitamente compreensível que esses custos são conflitantes, pois

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quanto maior a quantidade estocada, maior será seu custo de
manutenção. Maior estoque requer menor quantidade de pedidos, com
lotes de compras maiores, o que implica menor custo de aquisição e
menores problemas de falta ou atraso e, conseqüentemente, menores
custos também. Somando-se os três tipos de custos que incorrem no
planejamento de estoque, iremos obter uma curva de custos. O objetivo
é minimizar o custo total, que é a somatória dos três custos que incidem
sobre a manutenção do estoque.

Objetivo de nível de Serviço

Esse procedimento visa atender às necessidades do cliente em


relação a datas e à presteza de entrega dos pedidos. Com esse modelo,
procura-se considerar os estoques para atender à qualquer solicitação
do mercado, definindo-se um percentual de grau de atendimento. Por
exemplo, manter estoques para atender a 90, 95, 98 ou 100%, levando
os custos a valores insuportáveis para a empresa.

1.5. Lotes econômicos de compra e fabricação

O estudo dos lotes econômicos de compra e de fabricação são


tópicos tradicionais do estudo da administração de materiais. Embora
estejam perdendo sua importância no novo contexto industrial, em que
se procura a produção em lotes cada vez menores (one piece flow),
ainda assim fazem parte do programa de administração de materiais,
pois trazem consigo a preocupação, sempre presente, de minimização
de custos.
A sua aplicação de forma adequada, com a utilização dos
recursos hoje disponíveis em qualquer software de gestão de estoques,
que mantém uma base de dados a ser consultada instantaneamente,
permitindo o cálculo das quantidades econômicas de compra e de
fabricação, dependendo do caso, pode trazer benefícios às empresas.

Lote econômico de compras


É a quantidade que deve ser comprada para que o custo total
seja mínimo – quando se compra o lote econômico, os custos
decorrentes de manter estoques são os mais baixos possíveis.

LEC = QLEC = 2CP x D

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(CA + i x P)

Onde,
CP = custo de preparação, ou de obtenção
D = demanda
CA = Custo de armazenagem
i = taxa de juros
P = preço de compra do item de estoque

A solução dessa equação leva ao valor do lote Q que minimiza o


custo total (CT). É esse o Q (QLEC) que recebe o nome de lote econômico
de compras, ou LEC.

Lote econômico de fabricação


É a quantidade que deve ser fabricada para que o custo total seja
mínimo – quando se fabrica o lote econômico, os custos decorrentes de
manter estoques são os mais baixos possíveis.
Seu estudo é muito semelhante ao do LEC. A diferença é que no
LEC, assume-se que todo o lote é entregue de uma só vez e
instantaneamente, isto é, nada é consumido enquanto o lote esá sendo
entregue.
O lote de fabricação se aplica quando uma empresa,
normalmente manufatureira, fabrica internamente itens, peças ou
componentes utilizados em outra parte do processo produtivo. Assim,
podemos considerar três casos: V > D, V = D e V < D.
Quando V > D, a velocidade (V) com que a peça é fabricada,
também chamada de cadência de fabricação, é maior que a demanda
(D), que é a velocidade com que é consumida. Nesse caso há um
acúmulo de peças fabricadas e justifica-se o lote de fabricação.
Quando V = D, a velocidade com que a peça é fabricada é igual à
demanda com que é consumida. Nesse caso não há um acúmulo de
peças produzidas e, conseqüentemente, não há sentido em se falar em
lote de fabricação.
Quando V < D, a velocidade com que a peça é fabricada é menor
que a velocidade com que é consumida. Evidentemente não haverá

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formação de lote de fabricação; muito pelo contrário, a empresa deverá
comprar de terceiros a peça que será utilizada na montagem do produto
final.

LEF = QEF = 2 x CP x D .
(CA + i x P) x ( 1 – D)
V

Críticas ao LEC

São várias as críticas à aplicação dos cálculos dos lotes


econômicos de compra (LEC) e fabricação (LEF). Primeiro, o
relacionamento entre o pessoal de compras da empresa e dos
fornecedores dá-se mais em função das parcerias estabelecidas e seus
interesses recíprocos do que em função de eventuais vantagens de
compras em lotes econômicos. Segundo, a tendência das empresas é
fabricar o estritamente necessário para uso imediato. Com base no just-
in-time, o lote ideal é aquele de uma única peça, e não o econômico.
A tendência atual é que as empresas invistam na melhoria de
seus esquemas de distribuição justamente para que possam trabalhar
com menores estoques e, portanto, menores lotes de compras. Além
disso, o modelo de lote econômico pressupõe demanda constante
durante o intervalo de tempo de estudo e a avaliação dos custos de
carregamento, como aluguel da área ocupada pelo item que utiliza
critérios de rateio discutíveis, sendo que a avaliação dos custos de
obsolescência, de furtos e roubos e quebras de material é muito difícil.

1.6. Previsão de estoques

A previsão de estoques, normalmente, é fundamentada nos


informes fornecidos pela área de vendas onde são elaborados os valores
de demandas de mercado e providenciados os níveis de estoque. Muitas
vezes, porém, o setor de Logística, em específico a Administração de
Estoques, necessita prover os fornecedores dos volumes precisos para
atender a uma demanda que ainda não foi definida ou acertada pela
área de vendas, mas que o sistema de suprimentos necessita processar.

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Então, caberá ao administrador de estoque prever a demanda e
informar aos fornecedores de materiais para que o processo produtivo
não sofra processo de descontinuidade e, assim, possamos atender a
nossos clientes. A previsão das quantidades que o mercado irá
necessitar é uma tarefa importantíssima no planejamento empresarial,
e, em função disso, devemos alocar métodos e esforços adequados em
seu diagnóstico. A previsão deve levar sempre em consideração os
fatores que mais afetam o ambiente e que tendem a mobilizar os
clientes. Informações básicas e confiáveis de toda a dinâmica de
mercado deverão ser utilizadas para decidirmos quais as quantidades e
prazos a serem estabelecidos. No processo de previsão, como nos
apresenta Dias, devemos considerar duas categorias de informações a
se utilizarem: quantitativas e qualitativas.
As informações quantitativas são referentes a volumes e
decorrentes de condições que podem afetar a demanda, tais como:
• Influência da propaganda;
• Evolução das vendas no tempo;
• Variações decorrentes de modismos;
• Variações decorrentes da situação econômica;
• Crescimento populacional.

As informações qualitativas são referentes às fontes de obtenção


de dados para serem obtidos valores confiáveis de variáveis que podem
afetar a demanda. É a busca de informes mediante pessoas com grande
conhecimento do assunto e especialistas, tais como:
• Opinião de gerentes;
• Opinião de vendedores;
• Opinião de compradores;
• Pesquisa de mercado.

Em face do exposto anteriormente, as informações, tanto


qualitativas quanto quantitativas, por si sós não são suficientes, e é
necessária a utilização, em conjunto, de modelos matemáticos que nos
levarão a uma melhor precisão dos dados desejados, na busca de
minimizar os custos envolvidos e otimizar os resultados pretendidos. A
previsão de demanda é a tentativa de acertar o desejo do mercado num
futuro bem próximo, e os gráficos de demanda também nos ajudam
muito. Antes de entrarmos em detalhes acerca das técnicas de
previsões, iremos analisar a evolução de demanda de mercado.

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Evolução de Consumo Constante (ECC)

Nesse caso, o volume de consumo permanece constante, sem


grandes variações no decorrer do tempo, e não sofre influências
conjunturais, ambientais e mercadológicas, mantendo-se um valor
médio no decorrer do tempo. Como exemplo, estão todas as empresas
que se mantêm com suas vendas estáveis, seja lá qual for seu produto,
mercado ou competidores, como mostrado na figura 2.3.

Evolução de Consumo Sazonal (ECS)

Nesse caso, o volume de consumo passa por oscilações regulares


no decorrer de certo período ou do ano, e é influenciado por fatores
culturais e ambientais, acarretando desvios de demanda superiores a
30% de valores médios. Como exemplo, podemos citar produtos tais
como sorvetes, cervejas, enfeites de natal, fogos de artifícios.

Evolução de consumo de Tendência (ECT)

Nesse caso, o volume de consumo aumenta ou diminui


drasticamente no decorrer de um período ou do ano, e é influenciado
por fatores culturais, ambientais, conjunturais e econômicos,
acarretando desvios de demanda positiva ou negativamente. Como
exemplo, podemos citar desvios negativos, produtos que ficam
ultrapassados no mercado (enceradeira, máquinas de escrever) ou que
sofrem forte ação dos concorrentes, perdendo mercado (globalização)
ou por motivos financeiros, fazendo com que a empresa perca seu
crédito e passe a reduzir sua produção. Como desvios positivos, temos
as indústrias de hardware e software (computadores).
Na vida prática das empresas, podem ocorrer as combinações
dos diversos modelos de evolução de demanda, em função das variáveis
que as influenciam, mas muito mais em função da qualidade da
administração empresarial efetivada.

Conhecendo a evolução da demanda, fica mais fácil elaborarmos


a previsão futura de demanda, e para isso podemos utilizar os diversos
modelos disponíveis; todavia, neste compêndio o faremos com os mais
justificáveis à atualidade empresarial que vivenciamos. Iremos utilizar

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os seguintes métodos: Método do Último Período(1), Método da Média
Aritmética (2), Método da Média Ponderada(3), Método da Média com
Ponderação Exponencial (4) e Método dos Mínimos Quadrados (5).

1) Método do último período (MUP)

É o método mais simples de todos e sem fundamento


matemático e consiste em simplesmente utilizar como previsão para o
próximo período o valor real do período anterior. Esse modelo é
bastante utilizado por empresas pequenas e por administradores sem
maior conhecimento técnico.
Exemplo: A empresa fabricadora de peças S.A. teve neste ano o
seguinte volume de vendas para seu produto “Bomba Injetora YZ”:
Janeiro, 2.500; fevereiro 2.200; março, 2.650; abril, 2.800; maio,
2.850; junho, 2.900; e julho, 3.000. Calcule a previsão de demanda
para agosto.

Pagosto (MUP) = O último período foi julho, 3.000 unidades.: A


previsão para agosto será de 3.000 unidades.

O procedimento é pegar a demanda do último mês e utilizar para


o mês seguinte;no caso, a demanda do último mês (julho) foi de 3.000
unidades, e é o que utilizaremos para agosto: 3.000 unidades.

2) Método da Média Aritmética (MMA)

Nesse método, a previsão do próximo período é obtida por meio


do cálculo da média aritmética do consumo dos períodos anteriores. O
resultado desse modelo nos mostrará valores menores que os ocorridos
caso o consumo tenha a tendência crescente, e maiores se o consumo
tiver tendência decrescente nos últimos períodos. Esse modelo também
é bastante utilizado por empresas pequenas e por administradores sem
maior conhecimento técnico.

PPP (MMA) = (C1 + C2 + C3 + …. + Cn) : n


Onde:
PPP (MMA) = Previsão próximo período – Método da Média Aritimética

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C1, C2,, C3, Cn = Consumo nos períodos anteriores
n = número de pedidos

Utilizando o mesmo exemplo anterior, teremos:

Pagosto (MMA) = 2.500 + 2.200 + 2.650 + 2.850 + 2.900 + 3000


7
Pagosto (MMA) = 2.700
A previsão para agosto será de 2.700 unidades.

3) Método da média ponderada (MMP)

Nesse método, a previsão do próximo período é obtida por meio da


ponderação dada a cada período, sendo que o período mais próximo
recebe peso maior e, vamos reduzindo os pesos para os períodos mais
distantes. A soma da ponderação deve ser sempre 100%. Os valores
das ponderações como regra geral devem ter um peso de 40 a 60%
para o período mais recente e para o último período, 5%. Essa alocação
será sempre em função da sensibilidade do administrador em relação às
variáveis e mudanças de mercado.

PPP (MMP) = (C1 x P1) + (C2 x P2) + (C3 x P3) + … + (Cn x Pn)

Onde:
PPP (MMP) = Previsão próximo período – Método da Média Ponderada
C1, C2,, C3, Cn = Consumo nos períodos anteriores
P1, P2,, P3, Pn = Ponderação dada a cada período

Obs: As ponderações são fundamentadas nos fatores que estão


influenciando o mercado e, portanto, elas dependerão desses fatos e do
sentimento do administrador. A soma das ponderações deverá ser 100%
e, sempre, o valor da maior ponderação será para o último período, ou
seja, o anterior ao que será calculado.

Nos exemplos anteriores temos sete períodos e daremos as seguintes


ponderações para cada mês, sendo a ponderação maior para o período

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mais recente: julho, 40%, junho, 20%, maio 15%, abril, 8%, março,
7%, fevereiro, 5% e janeiro, 5/%.

Pagosto (MMP) = (3.000 x 0,4) + (2.900 x 0,2) + (2.850 x 0,15) + (2.800


x 0,08) + (2.650 x 0,07) + (2.200 x 0,05) + (2.500 x 0,05)
Pagosto (MMA) = 2.852
A previsão para agosto será de 2.852 unidades.

4) Método da Média Exponencialmente Ponderada (MMEP)

Nesse método, também conhecido como Método da Média com


Suavização Exponencial (MMSE), a previsão do próximo período é obtida
mediante a ponderação dada ao último período, e teremos que utilizar
também a previsão do último período. Esse modelo procura eliminar as
variações exageradas que ocorreram em períodos anteriores. É um
modelo simples de usar e, além disso, necessita de poucos dados
acumulados e é auto-adaptável, corrigindo-se constantemente de
acordo com as mudanças dos volumes das vendas. A ponderação
utilizada é denominada constante de suavização exponencial, que tem o
símbolo (@) e pode variar de 1≥@≥0. Na utilização prática, nas
empresas @ tem geralmente um valor que varia de 0,1 a 0,3,
dependendo dos fatores que estão afetando a demanda.

PPP (MMEP) = [(Ra x @) + (1 - @) x Pa]

Onde:
PPP (MMEP) = Previsão próximo período – Método da Média
Exponencialmente ponderada
Ra = Consumo real no período anterior
Pa = Previsão do período anterior
@ = constante de suavização Exponencial

Exemplo: A empresa fabricadora de peças S.A. teve neste ano o


seguinte volume de vendas para seu produto “Bomba Injetora YZ”:
Janeiro, 2.500; fevereiro 2.200; março, 2.650; abril, 2.800; maio,
2.850; junho, 2.900; e julho, 3.000. Sabendo que a previsão de julho

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foi de 3.100 unidades, calcule a previsão de demanda para agosto com
uma constante de suavização exponencial de 0,15.

Pagosto (MMEP) = [ (3.000 x 0,15) + (1 – 0,15) x 3.100]


Pagosto (MMEP) = 3.085
A previsão para agosto será de 3.085 unidades.

O Método da média de suavização exponencial permite que obtenhamos


padrão de condução das previsões com valores bem próximos da
realidade. Assim, as vendas reais e as previsões seguem uma tendência
que facilita as projeções do administrador. É um bom modelo quando
somente trabalhamos com ele.

5) Método da Média dos Mínimos Quadrados

Esse modelo é o que melhor nos orienta para fazermos uma


previsão, pois é um processo de ajuste que tende a aproximar-se dos
valores existentes, minimizando as distâncias entre cada consumo
realizado. A vantagem desse modelo está em razão de ele basear-se na
equação da reta (Y = a + bx) para calcular a previsão de demanda, e
isso permite que tracemos uma tendência bem realista do que poderá
ocorrer, com a projeção da reta. Usando a equação da reta, temos que
calcular os valores de a, b e x.

PPP (MMMQ) = a + bx

Não se desespere... as questões elaboradas pela FCC costumam ser


mais teóricas do que matemáticas... Ou, quando são matemáticas,
normalmente possuem cálculos bem simples! Veja como esse assunto
foi abordado na prova do TRE do Piauí em 2002:

Questão 3: (FCC – TRE-Piauí – Analista Judiciário – 2002) Ao trabalhar


com a média móvel exponencialmente ponderada (MMEP), valorizam-se
os dados mais recentes e há menor manuseio de informações passadas.
Três fatores são necessários para gerar a previsão do próximo período.

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Além da demanda (ou consumo) ocorrida no último período e da
constante que determina o valor ou ponderação dada aos valores mais
recentes, é necessária a:

a) Previsão do último período


b) Previsão do próximo período
c) Previsão de três últimos períodos
d) Previsão de três próximos períodos
e) Demanda (consumo) ocorrida nos três últimos períodos.

Conforme estudamos, ao trabalhar com o MMEP, também conhecido


como Método da Média com Suavização Exponencial (MMSE), a previsão
do próximo período é obtida mediante a ponderação dada ao último
período, e teremos que utilizar também a previsão do último período.
Desta forma, a resposta é a letra “a”.

2. Determinação de níveis de estoque

Um problema importante é a determinação do nível de estoque


mais econômico possível para a empresa. Sabemos que os custos de
estoques são influenciados por diversos fatores, tais como volume,
disponibilidade, movimentação, mão-de-obra e o próprio recurso
financeiro envolvido e, dependendo da situação, cada variável tem
pesos que podem ter diversas magnitudes em razão da situação
específica. Uma das técnicas utilizadas é o enfoque da dimensão do lote
econômico para manutenção de níveis de estoques satisfatórios e que
denominamos de sistema máximo – mínimo.
O funcionamento do sistema máximo-mínimo tem a seguinte
ação: cada produto ou material receberá quatro informes básicos –
estoque mínimo que se deseja manter (Emin), o momento em que
novas quantidades da peça devem ser compradas (PP), tempo
necessário para repor a peça (LC), e quando este lote comprado chega à
fábrica, temos o estoque máximo (Emax). E isto nos possibilita a
manutenção dos níveis de estoques estabelecidos e que configurem um
sistema automático de suprimentos da manutenção de estoques onde
novas ordens são emitidas, em função das variações do próprio nível de
estoque. Assim, toda vez que o estoque fique abaixo do nível de ponto

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de pedido é emitida uma requisição de compras para a peça em
específico.

Para podermos trabalhar e administrar adequadamente o sistema


máximo – mínimo, é necessário calcularmos o tempo de reposição, o
ponto de pedido, o lote de compra e o estoque de segurança.

2.1. Tempo de Reposição (TR)

Quando emitimos um pedido de compra, decorre um espaço de


tempo que vai desde o momento de sua solicitação no almoxarifado,
colocação do pedido de compra e passando pelo processo de fabricação
em nosso fornecedor até o momento em que o recebemos e o lote
estiver liberado para produção em nossa fábrica. Portanto, o TR é
composto de três elementos, conforme a seguir:
1. tempo para elaborar e confirmar o pedido junto ao
fornecedor;
2. tempo que o fornecedor leva para processar e entregar-nos
o pedido;
3. tempo para processar a liberação do pedido em nossa
fábrica.

TR = 1 + 2 + 3

Como podemos perceber, duas variáveis do TR (1 e 3) são


dependentes de ações de nossa empresa, e que poderemos reduzi-lo ao
máximo possível , tendendo-a a zero. Quanto ao item 2, variável de
nosso fornecedor, é dependente de uma boa negociação que devemos
manter com ele para, também, reduzi-lo ao menor tempo possível.

2.2. Ponto de Pedido (PP)

É a quantidade de peças que temos em estoque e que garante o


processo produtivo para que não sofra problemas de continuidade,
enquanto aguardamos a chegada do lote de compra, durante o tempo
de reposição. Isso quer dizer que quando um determinado item de

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estoque atinge seu ponto de pedido deveremos fazer o ressuprimento
de seu estoque, colocando-se um pedido de compra. Para calcular o
Ponto de Pedido utiliza-se a fórmula abaixo:

O Modelo do Ponto de Pedido também é conhecido como modelo do


Ponto de Reposição, modelo do estoque mínimo ou modelo de
reposição contínua.

PP = (C x TR) + ES

Ou

PP = (D x TA) + ES

Onde: PP = Ponto de Pedido


C = Consumo normal da peça (ou demanda)
TR = Tempo de Reposição (ou tempo de atendimento do
fornecedor)
ES = Estoque de segurança

Para melhor compreender o cálculo, veja esse exemplo:


Exemplo: Determinada peça é consumida em 2.500 unidades
mensalmente e sabemos que seu tempo de reposição é de 45 dias.
Então, qual é seu Ponto de Pedido (PP), uma vez que seu estoque de
segurança é de 400 unidades?
PP = (2.500 x 1,5 mês) + 400
PP = 4.150 unidades

2.3. Lote de compra

É a quantidade de peças especificadas no pedido de compra, que


estará sujeita à política de estoque de cada empresa.

2.4. Estoque Máximo

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É o resultado da soma do estoque de segurança mais o lote de
compra. O nível máximo de estoque é normalmente determinado de
forma que seu volume ultrapasse a somatória da quantidade do estoque
de segurança com o lote em um valor que seja suficiente para suportar
variações normais de estoque em face da dinâmica de mercado,
deixando margem que assegure, a cada novo lote, que o nível máximo
de estoque não cresça e onere os custos de manutenção de estoque.

Emax = ES + LC

O modelo de estoque máximo também é conhecido como modelo do


intervalo padrão ou modelo de reposição periódica.
Exemplo: Qual é o estoque máximo de uma peça cujo lote de compra é
de 1.000 unidades e o estoque de segurança é igual à metade do lote de
compra?

Emax = (1.000 : 2) + 1.000


Emax = 500 + 1.000 = 1.500 unidades

Tente resolver a questão elaborada pela FCC para p concurso da


Agência Reguladora do Ceará em 2006:

Questão 4: (FCC – ARCE - Analista de Regulação – 2006) Considere as


seguintes afirmações:
- Estoque de segurança = 80 unidades
- Demanda = 500 unidades por mês
- tempo de atendimento do fornecedor = 5 dias
- Mês = 20 dias úteis
O ponto de pedido ou reposição é igual a:
a) 100 unidades
b) 116 unidades
c) 205 unidades
d) 225 unidades
e) 305 unidades

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O ponto de pedido ou reposição (PP) pode ser determinado pelo
resultado da multiplicação entre o tempo de atendimento (TA) –
também chamado de tempo de ressuprimento, ou lead time – e
demanda (D), somado ao estoque de segurança.

PP = (TA x D) + ES

A questão diz que a demanda é de 500 unidades por mês e que o mês
tem 20 dias úteis. Assim, dividindo 500 por 20 chegamos à demanda
que é de 25 unidades.

Aplicando a fórmula...

PP = (5 x 25) + 80
PP = 125 + 80
PP = 205 unidades
Resposta: C

3. Estoques de Segurança

Também conhecido por estoque mínimo ou estoque


reserva, é uma quantidade mínima de peças que tem que existir no
estoque com a função de cobrir as possíveis variações do sistema, que
podem ser: eventuais atrasos no tempo de fornecimento (TR) por nosso
fornecedor, rejeição do lote de compra ou aumento na demanda do
produto.
Sua finalidade é não afetar o processo produtivo e,
principalmente, não acarretar transtornos aos clientes por falta de
material e, conseqüentemente, atrasar a entrega de nosso produto ao
mercado.
Um fato importante a ser explanado é referente ao valor do
estoque de segurança, visto que o ideal é termos esse estoque igual a
zero, porém, sabemos que dentro de uma organização, os materiais não
são utilizados em uma taxa uniforme, e que, também, o tempo de
reposição para qualquer produto não é fixo e garantido por nossos
fornecedores em razão das variáveis de mercado. Sob esses aspectos,
fica muito difícil estabelecer como zero o estoque de segurança, porém
não impossível.

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Então, como estamos envolvidos com a realidade das
organizações e as variáveis ambientais, necessitamos estabelecer um
estoque de segurança que garanta a continuidade do processo produtivo
em razão dos fatos anteriormente enumerados. Por exemplo, uma
empresa que tem em determinado produto o consumo mensal de 3.000
unidades e o tempo de reposição de sua matéria-prima seja de 20 dias e
seu estoque de segurança igual a zero, e, se esse processo fosse
sempre constante, a empresa colocaria um pedido de 3.000 unidades
quando seu estoque estivesse com saldo de 2.000 unidades, e o novo
pedido chegaria no momento exato em que o estoque chegasse a zero,
que seria, nesse caso específico, o estoque de segurança, que é o ideal.
Na realidade, porém, o que ocorre é bem diferente. Pode
acontecer de determinado pedido atrasar 10 dias, e a empresa ficaria
1/3 do mês sem material para produzir seu produto e atrasaria sua
entrega ao cliente. Também pode ocorrer o aumento da demanda, por
exemplo, em 20% e novamente teríamos atrasos na entrega do
produto; em ambos os casos, teríamos aumento dos custos,
prejudicando assim nossa imagem no mercado.
A situação mais cômoda é adotar um estoque de segurança que
supra toda e qualquer variação do sistema; porém, isso implicará custos
elevadíssimos e que talvez a empresa poderá não suportar. Então, a
solução é determinar um estoque de segurança que possa otimizar os
recursos disponíveis e minimizar os custos envolvidos. Assim, teremos
um estoque de segurança que irá atender a fatos previsíveis dentro de
seu plano global de produção e sua política de grau de atendimento.
Para definirmos o nível de estoque de segurança, existem alguns
modelos matemáticos para essa finalidade. Iremos abordar três desses
métodos.

Antes de estudarmos os métodos, veja como esse assunto foi


abordado pela FCC em outra questão do concurso do TRE do Piauí:

Questão 5: (FCC – TRE-Piauí – Analista Judiciário – 2002) Quando se


trata de estoques, na maioria das ocasiões, não é possível conhecer as
demandas de produtos ou os tempos de ressuprimento no sistema
logístico. Para garantir disponibilidade do produto, deve-se manter um
estoque adicional (estoque de segurança) que tem de ser adicionado ao
estoque regular para atender as necessidades de produção, manuseio
ou de mercado e que possibilita absorver eventualidades é conhecida.
Trata-se de
a) Controle de qualidade

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b) ruptura de estoque
c) estoque mínimo
d) estoque médio
e) estoque máximo

Conforme acabamos de estudar, a resposta é a letra “c” – estoque


mínimo, também conhecido como estoque de segurança, ou estoque
reserva.

Vamos aos métodos:

1) Método do Grau de Risco (MGR)

Este é o modelo mais simples e fácil de utilizar, e não requer


nenhum conhecimento profundo de matemática. Tal modelo usa um
fator de risco dado em porcentagem, que é definido pelo administrador
em função de sua sensibilidade de mercado e informações que colhe
junto a vendas e a suprimentos.

ES = C x K
Onde:
ES = Estoque de segurança
C = Consumo médio no período
K = coeficiente de grau de risco

Exemplo: Uma empresa necessita definir o Estoque de segurança


de determinado produto que tem uma demanda média mensal de 600
unidades e, para tanto, o gerente de logística definiu um grau de risco
de 35%. Nesse caso, qual seria o estoque de segurança?

ES = 600 x 0,35 = 210 unidades

2) Método com Variação de Consumo e/ou Tempo de


Reposição (MVC)

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Este modelo somente é utilizado quando as variações de


demanda e/ou o tempo de reposição forma maiores que os dados
definidos, ou seja, quando houver atrasos na entrega do pedido e/ou
aumento nas vendas.

ES = (Cm – Cn) + Cm x Ptr)

Onde:
Cm = Consumo maior previsto do produto
Cn = Consumo normal do produto
Ptr = Porcentagem de atraso no tempo de reposição

Exemplo: Uma empresa necessita definir o estoque de segurança


de determinado produto que tem uma demanda média mensal de 600
unidades e o gerente de logística está prevendo um aumento de
demanda de 25% e recebeu informações de seu fornecedor que haverá
um atraso de 10 dias na entrega do pedido, cujo prazo normal é de um
mês. Qual será o estoque de segurança?
Cm = 600 x 1,25 = 750
TR = 1 mês = 30 dias
Ptr = 10 dias / 30 dias = 33,3%
ES = [750 – 600] + (750 x 0,333)
ES = 400 unidades

3) Método com Grau de Atendimento Definido (MGAD)

Este modelo visa determinar um estoque de segurança baseado


em um consumo médio do produto durante certo período e um
atendimento da demanda não em sua totalidade, mas em determinado
grau de atendimento. Por esse método, podemos comprar em termos
percentuais e financeiros as diversas alternativas de grau de
atendimento, decidindo pelo que melhor atenda às políticas da empresa
e o que causará menor impacto negativo para a empresa por não
entregar todos os pedidos. Para efetuarmos o cálculo do estoque de
segurança, é necessário utilizarmos três etapas, que são:

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1. Calcular o consumo médio (Cmd)

2. Calcular o desvio padrão (δ)


3. Calcular o estoque de segurança (ES)

1. Fórmula do consumo médio: Cmd= (∑ C):n

2. Fórmula do desvio – padrão: δ = ∑ (C – Cmd)2


N-1

3. Fórmula do estoque de segurança: ES = δ x k

Onde: Cmd = Consumo Médio Mensal


C = Consumo Mensal
n =Número de Períodos
δ = Desvio–padrão
k = coeficiente de risco

4. Métodos de avaliação de estoques

A gestão de estoque tem além da preocupação com quantidade, a busca


constante da redução dos valores monetários de seus estoques, atuando
para mantê-los os mais baixos e dentro de níveis de segurança, tanto
financeiro, quando aos volumes para atender à demanda. Mesmo não
sendo uma função executiva, tal função constitui, sem dúvida, uma das
atividades mais importantes de uma empresa de manufatura. Muitas
empresas chegam à falência por imobilizar elevadas somas de capital
em estoques, faltando-lhes recursos financeiro para capital de giro. Uma
atividade importante dentro do conjunto da gestão de estoque é prever
o valor do estoque em intervalo adequado e gerenciá-lo, comparado-o
no planejamento, e tomar as devidas ações quando houver desvios de
rota. Os fatores justificam a avaliação de estoques são:

a) assegurar que o capital imobilizado em estoques seja o mínimo


possível:
b) assegurar que estejam de acordo com a política da empresa;

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c) garantir que a valorização do estoque reflita exatamente seu
conteúdo;
d) o valor desse capital seja uma ferramenta de tomada de decisão;
e) evita desperdícios como obsolescência, roubos e extravios etc.

Portanto, torna-se imperiosa avaliação financeira do estoque para


proporcionar informações exatas e atualizadas das matérias-primas e
produtos em estoques sob responsabilidade da empresa. Essa avaliação
é feita com base nos preços dos itens em estoque. O valor real do
estoque que dispomos é feito por dois processos; um por meio das
fichas de controle de cada item de estoque, e o segundo por meio de
inventario físico. No primeiro, a empresa o utiliza para estipular o preço
de seu produto e valorização continua de seu estoque e, também, para
controlar a gestão integrada da empresa. Nesse procedimento, podemos
avaliar os estoques pelos métodos de custo médio, Peps ou Fifo e Ueps
ou Lifo, conforme descritos a seguir:

CUSTO MÉDIO
A avaliação por esse método é muito freqüente, pois seu procedimento
é simples e ao mesmo tempo age como um moderador de preços,
eliminando as flutuações que possam ocorrer. Esse processo tem por
metodologia a fixação de preço médio entre todas as entradas e saídas.
O procedimento de baixa dos itens de estoque é feito normalmente pela
quantidade da própria ordem de fabricação e os valores finais de saldo
são dados pelo preço médio dos produtos.

FIFO (First In, First Out) ou Peps (Primeiro a Entrar, Primeiro a


Sair)

Este método é baseado na cronologia das entradas e saídas. O


procedimento de baixa dos itens de estoques é feito para ordem de
entrada do material na empresa, o primeiro que entrou que sairá, e
assim utilizarmos seus valores na contabilização.
Então, avaliando-se o estoque pelo método Primeiro a entrar, Primeiro a
sair (PEPS), analisa-se o estoque pela ordem cronológica das entradas
dos materiais. Sai o material que foi estocado em primeiro lugar, sendo
substituindo pela mesma ordem cronológica em que foi recebido. Nessa
avaliação, aplica-se o custo real do material. Conseqüentemente, os
estoques, por esse método, são mantidos com valores aproximados dos
preços atuais de mercado.

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Lifo (Last In, Firts Out) ou Ueps (Ultimo a Entrar, Primeiro a


Sair)
Esse método também é baseado na cronologia das entradas e saídas, e
considera que o primeiro a sair deve ser o ultimo que entrou em
estoque, portanto, sempre teremos uma valorização do saldo baseada
nos últimos preços. É um procedimento muito utilizado em economias
inflacionarias, facilitando a contabilização dos produtos para definição de
preços de venda e refletindo custos mais próximos da realidade de
mercado.

Então, utilizando-se o método Ultimo a entrar, Primeiro a sair (UEPS)


para a analise de estoques, considera-se que devem em primeiro lugar
sair às últimas peças que entraram no estoque, o que faz com que o
saldo do estoque seja avaliado pelo preço das ultimas entradas. É o
método mais adequado em período inflacionário, pois uniformiza o preço
dos produtos em estoque para a venda no mercado consumidor.

Seja qual for o método utilizado, PEPS ou UEPS, seu emprego está
condicionado ao tipo da empresa, porque a avaliação do estoque final
influi diretamente no custo dos bens vendidos ou das matérias-primas
utilizadas na produção. Qualquer variação no valor do estoque repercute
de imediato nos custos operacionais e conseqüentemente no lucro.

Embora a empresa possa efetuar analises gerenciais sobre as duas


formas, a Secretaria da Receita Federal impõe os critérios de avaliação
dos estoques e, conseqüentemente, a forma de apuração do custo da
mercadoria vendida pelo Custo Médio.

Veja como esse assunto pode ser cobrado:

Questão 6: (Cesgranrio – Transpetro – Assistente Técnico de


Suprimento – 2006) Assinale a opção que apresenta o método de
avaliação de estoque que, num processo inflacionário, subavalia o valor
do estoque final dos bens adquiridos para venda (mercadorias)
a) preço específico
b) saldo médio móvel

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c) saldo médio fixo
d) PEPS
e) UEPS
O UEPS é o método mais adequado em período inflacionário, pois
uniformiza o preço dos produtos em estoque para a venda no mercado
consumidor. Resposta: E

CURVA ABC

O principio da Curva ABC foi elaborado, inicialmente, por Vilfredo


Pareto, na Itália, no fim do século passado, quando por volta do ano de
1987 elaborava um estudo de distribuição de renda e riqueza local.
Nesse estudo, Pareto notou que grande porcentagem da renda total
concentrava-se nas mãos de uma pequena parcela da população de
aproximadamente 80% e 20% respectivamente, ou seja, que 80% da
riqueza local estava concentrada com 20% da população. Esse princípio
geral foi difundido para outras atividades e passou a ser uma
ferramenta muito útil para os administradores.

Nesse enfoque, na área administrativa, a Curva do ABC tornou-se


utilidade ampla nos mais diversos setores em que se necessita decisões
envolvendo grande volume de dados e a ação torna-se urgente. A Curva
do ABC é constantemente usada para avaliação de estoques, produção,
vendas, salários e outros. A Curva do ABC é um método que pode ser
utilizado para qualquer atividade ou trabalho, porem, no controle de
estoque, foi aplicada pela primeira vez na General Eletric, por F. Deixie
e, através dos anos, tem siso uma ferramenta útil e de fácil aplicação
dos princípios de controle de estoque. Sua grande eficácia está na
diferenciação dos princípios dos itens de estoques com vistas a seu
controle e, principalmente, a seu custo. Na metodologia utilizada
inicialmente por Dixie, os itens “A”, embora representam apenas 8%
dos itens de estoque, correspondiam a 75% do valor de todo o estoque.
Os itens “B” representam 25% dos itens de estoque, porem, somente
20% do custo estoque e, os itens “C”, embora representassem 67% de
todos os itens de estoque, correspondiam a tão somente 55 do seu valor
total de estoque. O grande mérito do uso da Curva do ABC é a
classificação dos itens de estoque em critérios ou classes A, B e C, em
vista de seus custos e quantidades. Os itens mais importantes são em
pequenos números e de alto valor, e devem ser controlados
rigidamente. Isto é possível, visto que um controle rígido é oneroso,
porém o faremos sobre uma variedade mínima, reduzida, de itens sobre

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a qual o controle rígido atuará, embora sobre uma parcela diminuta de
itens, porém sobre um valor elevadíssimo do estoque.

A utilização da Curva do ABC é extremamente vantajosa, porque se


pode reduzir as imobilizações em estoques sem prejudicar a segurança,
pois ela controla mais rigidamente os itens da classe A e, mais
superficialmente, os de classe C. A classificação ABC é usada em relação
a varias unidades de medidas como peso, tempo, volume, custo unitário
etc.

Dentro da logística empresarial e mais especificamente na administração


de materiais, a Curva ABC tem seu uso mais especifico para estudos de
estoques de acabado, vendas, prioridades de programação da produção,
tomada de preço em suprimentos e dimensionamento de estoque. Toda
a sua ação tem como fundamento primordial tomar uma decisão e ação
rápida que possa levar seu resultado a um grande impacto positivo da
empresa. A Curva do ABC assim é chamada em razão de dividirmos os
dados obtidos em três categorias distintas, denominadas classes A, B e
C.

Itens da classe A

São os itens mais importantes e que devem receber toda a atenção no primeiro momento
do estudo. É nos itens dessa classe que iremos tomar as primeiras decisões sobre os dados
levantados e correlacionados em razão de sua importância monetária. Os dados aqui
classificados correspondem, em media, a 80% do valor monetário total e no máximo de
20% dos itens estudados (esses valores são orientativos e não são regra).

Itens da classe B

São os itens intermediários que deverão ser tratados logo após as medidas tomadas
sobre os itens da classe A; são os segundos em importância. Os dados aqui classificados
correspondem, em média, a 15% do valor monetário total do estoque e no máximo 30%
dos itens estudados (esses valores são orientativos, e não são regra).

Itens da classe C

São os itens de menor importância, embora volumosos em quantidades, mas com valor
monetário reduzidíssimo, permitindo maior espaço de tempo para sua análise e tomada
de ação. Deverão ser tratados, somente, após todo os itens das classes A e B terem sido
avaliados. Em geral, somente 5% do valor monetário total representam esta classe,
porém, mais de 50% dos itens formam sua estrutura (esse valores são orientativos, e não
são regras). www.pontodosconcursos.com.br 35
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A montagem da Curva ABC processa-se em quatro passos, as seguinte


forma;

1. inicialmente, deveremos levantar todos os itens do problema a ser


resolvido, com os dados de suas quantidades, preços unitários e
preços totais;

2. o segundo passo é colocar todos os itens em uma tabela em ordem


decrescente de preços totais e sua somatória total. Essa tabela deve
estar composta das seguintes colunas: item, nome ou número de
peça, preço unitário, preço total do item, preço acumulado e
porcentagem;
3. o próximo passo é dividir cada valor total de cada item pela
somatória total de todos os itens e colocar a porcentagem obtida em
sua respectiva coluna;
4. finalmente, deveremos dividir todos os itens em classe A, B e C de
acordo com nossa prioridade e tempo disponível para tomar decisão
sobre o problema.

Exemplo de gráfico da curva ABC:

Valor em R$
acumulado

A B C

Quantidade de ítens

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5. Questões de Concursos Anteriores

Como de costume, primeiramente vamos refazer as questões estudadas


em aula.

Questão 1: (FCC – TRE-Piauí – Analista Judiciário – 2002) Dentre os


fatores que influenciam os investimentos em estoque, o que mantém
um alto nível de produção, diminuindo custos, justificando a
manutenção de um maior volume de produtos em estoque é:
a) Projeção de vendas
b) Economia de escala
c) Natureza do produto
d) Processo produtivo
e) Preço unitário

Questão 2: (NCE/UFRJ – TBG – Brasil – Analista de Suprimento –


2006) Os estoques são necessários, mas a questão importante é quanto
estoque manter. Quando mantemos estoques, certos custos são
reduzidos. Os custos a seguir são reduzidos quando mantemos
estoques, EXCETO:
(A) custos de manutenção de estoques;
(B) custos de emissão do pedido;
(C) custos do stockout (redução a zero do nível de estoque de um
material);
(D) custos de aquisição;
(E) custos da qualidade na partida (start up).

Questão 3: (FCC – TRE-Piauí – Analista Judiciário – 2002) Ao trabalhar


com a média móvel exponencialmente ponderada (MMEP), valorizam-se
os dados mais recentes e há menor manuseio de informações passadas.
Três fatores são necessários para gerar a previsão do próximo período.
Além da demanda (ou consumo) ocorrida no último período e da
constante que determina o valor ou ponderação dada aos valores mais
recentes, é necessária a:

a) Previsão do último período


b) Previsão do próximo período
c) Previsão de três últimos períodos

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d) Previsão de três próximos períodos
e) Demanda (consumo) ocorrida nos três últimos períodos.

Questão 4: (FCC – ARCE - Analista de Regulação – 2006) Considere as


seguintes afirmações:
- Estoque de segurança = 80 unidades
- Demanda = 500 unidades por mês
- tempo de atendimento do fornecedor = 5 dias
- Mês = 20 dias úteis
O ponto de pedido ou reposição é igual a:
a) 100 unidades
b) 116 unidades
c) 205 unidades
d) 225 unidades
e) 305 unidades

Questão 5: (FCC – TRE-Piauí – Analista Judiciário – 2002) Quando se


trata de estoques, na maioria das ocasiões, não é possível conhecer as
demandas de produtos ou os tempos de ressuprimento no sistema
logístico. Para garantir disponibilidade do produto, deve-se manter um
estoque adicional (estoque de segurança) que tem de ser adicionado ao
estoque regular para atender as necessidades de produção, manuseio
ou de mercado e que possibilita absorver eventualidades é conhecida.
Trata-se de
a) Controle de qualidade
b) ruptura de estoque
c) estoque mínimo
d) estoque médio
e) estoque máximo

Questão 6: (Cesgranrio – Transpetro – Assistente Técnico de


Suprimento – 2006) Assinale a opção que apresenta o método de
avaliação de estoque que, num processo inflacionário, subavalia o valor
do estoque final dos bens adquiridos para venda (mercadorias)
a) preço específico
b) saldo médio móvel

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c) saldo médio fixo
d) PEPS
e) UEPS

Vamos agora resolver novas questões:

Para responder às próximas duas questões, considere os dados de


movimentação de estoque dos itens abaixo:

7. (FCC – Prefeitura Municipal de Santos – Administrador –


2005) Dentro do conceito da curva “ABC”, classifica-se como “A”
a) os itens meia e lenço
b) o item meia
c) os itens terno e camisa
d) o item lenço
e) o item terno

8. (FCC – Prefeitura Municipal de Santos – Administrador –


2005) O valor do saldo de estoque do ítem camisa, pelo cálculo
do custo médio, é:
a) R$ 2.000,00
b) R$ 2.400,00
c) R$ 5.000,00
d) R$ 5.500,00
e) R$ 6.000,00

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9. (FCC – TRE-Piauí – Analista Judiciário – 2002) O método que


classifica os itens de estoque por ordem decrescente de
importância é o:
a) LEC
b) MRP
c) JIP
d) ABC
e) IFO
10. (FCC – ARCE - Analista de Regulação – 2006) Os estoques
têm a função de funcionar como reguladores do fluxo de
materiais. Quando a velocidade de entrada dos itens é maior que
a saída, ou quando o número de unidades recebidas é maior do
que o número de unidades expedidas, o nível de estoque:
a) Não se altera
b) Diminui
c) Aumenta
d) É nulo
e) É sazonal

11. (FCC – ARCE - Analista de Regulação – 2006) A empresa


União consome diariamente 450 unidades do material XPTO.
Esse material é comprado de terceiros e usado na montagem do
produto final da empresa. Sabendo-se que, em uma semana útil
de 5 dias, a empresa recebeu dois lotes de 2.500 unidades do
material XPTO, a variação do estoque desse material nessa
semana foi de
a) 2.050 unidades
b) 2.250 unidades
c) 2.500 unidades
d) 2.600 unidades
e) 2.750 unidades

12. (Ministério Público/RS – Assessor – 2001) Qual dos itens


abaixo NÃO faz parte dos fatores que justificam a avaliação de
estoques?

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A. assegurar que estejam de acordo com a política da organização
B. evitar desperdícios como obsolescência, roubos, extravios, etc
C. assegurar que o capital imobilizado em estoques seja o maior
possível
D. garantir que a valorização do estoque reflita exatamente seu
conteúdo
E. o valor deste capital seja uma ferramenta de tomada de decisão.

13. (NCE/UFRJ – TBG – Brasil – Analista de Suprimento – 2006)


Em relação aos estoques NÃO é correto afirmar que:
(A) o estoque pode ocorrer em diversos pontos dentro de uma
operação;
(B) os estoques são usados para uniformizar as diferenças entre
fornecimento e demanda;
(C) alguns tipos de operação, como os serviços profissionais, manterão
níveis baixos de estoque, enquanto que outras, como as operações de
varejo ou armazéns, vão manter grandes quantidades de estoque;
(D) o estoque ocorre em operações produtivas porque os ritmos de
fornecimento e demanda sempre casam;
(E) o estoque é usualmente gerenciado através de sistemas de
informações computadorizados sofisticados, que têm algumas funções,
como atualização dos registros de estoque, geração de pedidos etc.

14. (ESAF – Prefeitura de Recife - Analista de Compras – 2003)


Com base no gráfico acima, identifique os valores que se seguem
e selecione a opção correta.

I. tempo de pedido
II. tempo de reposição

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III. intervalo de ressuprimento
IV. nível máximo de estoque
V. nível mínimo de estoque
VI. ponto de pedido

a) 20/10/30/140/20/70
b) 10/30/70/160/20/50
c) 20/20/30/160/50/70
d) 10/30/70/140/50/70
e) 20/10/30/140/20/50

15. (Cesgranrio - Empresa de Pesquisa energética – Adm –


2006) A Empresa X utiliza o sistema de reposição periódica de
estoque. O pedido de reposição da peça M34 é feito no dia 20 dos
meses pares do ano. O estoque existente no dia do pedido é de
1.250 unidades. O estoque da peça não pode ultrapassar 3.500
unidades. A quantidade a ser pedida, em unidades, é de:
(A) 2.250
(B) 2.350
(C) 2.450
(D) 2.650
(E) 2.700

16. (ESAF – Prefeitura de Recife - Analista de Compras – 2003)


Dois itens são classificados por um sistema ABC de valor/ano
que, adicionalmente, utiliza critérios de falta e obsolescência.
Observe a classificação de cada um deles e indique a opção que
expressa corretamente a análise de prioridade de material.

( ) O segundo item não deve faltar; em compensação, é moderado em


termos de participação no valor total do estoque.
( ) O primeiro é prioritário, embora o segundo deva ser observado no
que diz respeito a falta e obsolescência.
( ) Os dois itens são prioritários, pois possuem a classificação "A" em
pelo menos um quesito de classificação.
( ) O segundo é mais importante que o primeiro pois possui dois “A”.

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( ) O item II é moderado em valor, e não poderá causar a interrupção
do processo de produção.
a) E-C-C-E-C
b) C-E-C-C-E
c) C-E-C-C-C
d) C-C-E-E-E
e) E-C-E-C-C
6. Gabarito

7. Resp: E
Essa questão assusta pelo tamanho do quadro, mas é simples. O item
terno é o item de maior valor monetário (R$250,00).

8. Resp: D
As entradas do item camisa foram: 200 + 100 = 300
As saídas foram: 25 + 25+ 25 + 25 + 60 + 40 = 200
Assim, o saldo final é de 100 unidades.

Foram feitas duas compras no período nos valores de R$ 50,00 e


R$ 60,00. Desta forma, o custo médio é R$ 55,00. (50+60 dividido por
2)
Desta forma, o saldo em estoque do item camisa, pelo cálculo do custo
médio é 100 x R$ 55,00 = R$ 5.500,00.

9. Resposta: D – Método ABC

Vamos analisar as outras alternativas?


a) LEC – significa “Lote econômico de compras”. É a quantidade que
deve ser comprada para que o custo total seja mínimo – quando
se compra o lote econômico, os custos decorrentes de manter
estoques são os mais baixos possíveis.
b) MRP - O materials requirement planning (MRP) ou planejamento
das necessidades de materiais é uma técnica que permite
determinar as necessidades de compras dos materiais que serão
utilizadas na fabricação de um certo produto.
c) JIP – Acredito que a intenção foi confundir o aluno com “JIT” que é
o sistema just-in-time.

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e) IFO – Da mesma forma que a letra “c” a intenção era confundir...
IFO não existe, existe “LIFO” que é sinônimo de “UEPS”, que é o
método de análise de estoque “último a entrar, primeiro a sair”.
Considera-se que devem em primeiro lugar sair as últimas peças
que entram no estoque, o que faz com que o saldo do estoque
seja avaliado pelo preço das últimas entradas.

10. Resposta: C
Os estoques têm a função de agir como reguladores do fluxo de
negócios. Como a velocidade com que as mercadorias são recebidas –
unidades recebidas por unidade de tempo ou entradas – é usualmente
diferente da velocidade com que serão utilizadas – unidades consumidas
por unidade de tempo ou saídas -, há a necessidade de um estoque,
funcionando como um amortecedor (buffer).
Quando a velocidade de entrada dos itens é maior que a de saída, ou
quando o número de unidades recebidas é maior do que o número de
unidades expedidas, o nível de estoque aumenta. Se ao contrário, mais
itens saem (são consumidos), do que entram, o estoque diminui. E se a
quantidade que é recebida é igual a que é despachada, o estoque
mantém-se constante. Conseguir essa igualdade é o grande objetivo da
filosofia just-in-time aplicada à gestão dos estoques, em que os
estoques podem ser nulos.

11. Resposta: E

A questão nos informa que a empresa consome 450 unidades por dia.
Como nosso objetivo é descobrir a variação do estoque na semana,
precisamos multiplicar 450 por 5 (está informado que a semana útil é de
5 dias), e assim, chegaremos ao consumo mensal de 2.250 unidades do
material XPTO.
Na semana, a empresa recebeu dois lotes de 2.500 unidades do
material, ou seja, 5.000 unidades.
Se o estoque da semana é 5.000 e o consumo 2.250, diminuindo 5000
de 2.250, chegamos a variação do estoque desse material nessa
semana de 2.750.

12. Resp: C
A letra “c” está errada porque deveria ser: assegurar que o capital
imobilizado em estoques seja o menor possível.

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13. Resp: D
É exatamente o contrário. O estoque ocorre porque a demanda e o
fornecimento raramente casam.

14. Resp: E
I. tempo de pedido – podemos observar no gráfico que, ao atingir 50
unidades, um novo pedido é feito. Observando a abscissa do gráfico,
ocorreu de 0 a 20 dias, e depois, de 30 a 50 dias, ou seja, o tempo de
pedido foi de 20 dias.
II. tempo de reposição – foi o tempo entre o pedido de compra (dia 20)
e o dia em que houve a reposição (dia 30), ou seja, 10 dias.
III. intervalo de ressuprimento – Foram 30 dias até que o estoque fosse
reposto.
IV. nível máximo de estoque – Vemos no gráfico que a quantidade
máxima em estoque é 140.
V. nível mínimo de estoque – O gráfico nos mostra que o nível mínimo
que o estoque chega é de 20 unidades. Nuca menos que isso.
VI. ponto de pedido (PP) é de 50 unidades, conforme os pontos
marcados no gráfico.

15. Resp: a
O modelo de reposição periódica, também chamado de modelo de
intervalo padrão ou modelo do estoque máximo, consiste em emitir os
pedidos de compras em lotes em intervalos de tempo fixos.
Os lotes serão iguais à diferença entre o Estoque máximo (EMáx) e o
estoque disponível no dia da emissão do pedido de compras.
Assim, Lote = 3.500 – 1.250 = 2.250

16. Resp:D
( Certo ) O segundo item não deve faltar; em compensação, é
moderado em termos de participação no valor total do estoque. Está
certo, uma vez que a importância é B.
( certo ) O primeiro é prioritário, embora o segundo deva ser observado
no que diz respeito a falta e obsolescência. É prioritário porque tem
maior importância monetária.
( errado ) Os dois itens são prioritários, pois possuem a classificação "A"
em pelo menos um quesito de classificação. É prioritário o que tem
maior importância monetária.
( errado ) O segundo é mais importante que o primeiro pois possui dois
“A”. Está errado pelo mesmo motivo do anterior: É prioritário o que tem
maior importância monetária.

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( errado ) O item II é moderado em valor, e não poderá causar a
interrupção do processo de produção. O item II poderá causar
interrupção no processo de produção porque sua prioridade de falta é A.

7. Bibliografia:

CHIAVENATO, Idalberto. Administração Geral e Pública. Rio de Janeiro:


Elsevier, 2006.
Manual de Aquisição da Câmara,
Decreto 3.931/2001 que trata sobre o Sistema de Registro de Preços,
Decreto 2.271/1997 sobre contratação de serviços pela Administração
Pública Federal direta, autárquica e fundacional,
Atos da Mesa da Câmara dos Deputados nº 34/2003, 63/1997 e
76/1997.
MOREIRA, Daniel A. Administração da Produção e Operações. São
Paulo: Pioneira Thomson Learning. 2004.
MARTINS, Petrônio Garcia & ALT, Paulo Renato Campos. Administração
de Materiais e Recursos Patrimoniais. São Paulo: Saraiva, 2006
PISCITELLI, Roberto Bocaccio, TIMBÓ, Maria Zuleide Farias & ROSA,
Maria Berenice. Contabilidade Pública. São Paulo: Editora Atlas, 2004 –
8ª Edição.
Manual de Orientação do Gestor Público do Governo do Estado do Rio de
Janeiro
www.esao.ensino.eb.br
http://disciplinas.ea.ufrgs.br/ADM01010
Lei de Licitações e Contratos – Lei nº 8.666/93.
Manual de Aquisição da Câmara,
Decreto 3.931/2001 que trata sobre o Sistema de Registro de Preços,
Decreto 2.271/1997 sobre contratação de serviços pela Administração
Pública Federal direta, autárquica e fundacional,
Atos da Mesa da Câmara dos Deputados nº 34/2003, 63/1997 e
76/1997.
POZO, Hamilton. Administração de Recursos Materiais e Patrimoniais.
São Paulo – Editora Atlas: 2007 – 4ª Edição
BALLOU, Ronald H. Logística Empresarial. São Paulo – Editora Atlas –

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1993 – 17ª Tiragem.

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