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ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

SUMÁRIO

1. COMPRAS NAS ORGANIZAÇÕES


GESTÃO DE COMPRAS
ESTRATÉGIAS DE AQUISIÇÃO DE RECURSOS MATERIAIS E PATRIMONIAIS
VERTICALIZAÇÃO E HORIZONTALIZAÇÃO DA EMPRESA

2. COMPRAR / FAZER / ALUGAR


O CICLO DE COMPRAS
ESPECIFICAÇÕES DA COMPRA
FUNCIONABILIDADE E QUALIDADE
SELEÇÃO DE FORNECEDORES
 ESCOLHA DE FORNECEDORES
 IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DO(S) FORNECEDOR (ES)
 EVOLUÇÃO DO RELACIONAMENTO CLIENTE-FORNECEDOR
 AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES – VISÃO DE PETRÔNIO MARTINS
CONTRATOS DE FORNECIMENTO

3) COMPETÊNCIA DO DEPARTAMENTO DE COMPRAS

4) DEFINIR E PREVER ESTOQUES


CONTROLE DE COMPRAS E ESTOQUE

5) A ELABORAÇÃO DOS ORÇAMENTOS E PLANOS DE COMPRAS


OS ORÇAMENTOS DE COMPRAS
OS PLANOS DE COMPRAS
PLANO DE COMPRAS DE MERCADORIAS BÁSICAS
PLANO DE COMPRAS DE MERCADORIAS DE MODA OU DE EVENTOS
PLANO DE COMPRAS DE NOVIDADES
A INFLUÊNCIA DE PROMOÇÕES E LIQUIDAÇÕES NOS ORÇAMENTOS
PROMOÇÕES DE MERCADORIAS COM PREÇOS DIFERENCIADOS
AS LIQUIDAÇÕES
O ORÇAMENTO COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DOS COMPRADORES
A ÁREA TRADICIONAL E AS PERSPECTIVAS ATUAIS DA ÁREA DE COMPRAS
NOVAS FORMAS DE COMPRAR

6. LOTE ECONÔMICO
LOTE ECONÔMICO DE COMPRA

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ADM MAT – GESTÃ O DE COMPRAS - 02
1. COMPRAS NAS ORGANIZAÇÕES

GESTÃO DE COMPRAS

A gestão de aquisição – a conhecida função de compras – assume papel


verdadeiramente estratégico nos negócios de hoje em face do volume de recursos,
principalmente financeiros, envolvidos, deixando cada vez mais para trás a visão
preconceituosa de que era uma atividade burocrática e repetitiva, um centro de despesas e
não um centro de lucros.

O posicionamento atual da função aquisição é bem diferente do modo tradicional como


era tratada antigamente.

Depois, já na década de 70, devido principalmente à crise do petróleo, a oferta de


várias matérias-primas começou a diminuir enquanto o preço aumentava vertiginosamente.
Nesse cenário, saber o que, quanto, quando e como comprar começa a assumir condição de
sobrevivência e, assim, o departamento de compras ganha mais visibilidade dentro da
organização.

Hoje, a função compras é vista como parte do processo de logística das empresas, ou
seja, como parte integrante da cadeia de suprimentos (supply chain).

Por isso, muitas empresas passaram a usar a denominação gerenciamento da cadeia


de suprimentos ou simplesmente gerenciamento de suprimentos, um conceito voltado para o
processo, em vez do tradicional compras, voltado para as transações em si, e não para o
todo.

O gerenciamento da cadeia de suprimentos, ou supply chain, ou cadeia logística


integrada, nada mais é do que administrar o sistema de logística integrada da empresa, ou
seja, o uso de tecnologias avançadas, entre elas gerenciamento de informações e pesquisa
operacional, para planejar e controlar uma complexa rede de fatores visando produzir e
distribuir produtos e serviços para satisfazer o cliente.

Questão 01: (NUPPS – Cefet/Rn – Administrador – 2006) A gestão da cadeia de suprimentos


que estende a coordenação dos fluxos de materiais e de informações aos fornecedores e ao
cliente final é:

a) Logística empresarial.
b) Suplly Chain Managment (Cadeia Logística Integrada).
c) Gerenciamento de estoque.
d) Canais de distribuição.

Os componentes da cadeia de suprimentos devem ser preparados para juntos


maximizarem seu desempenho, adaptando-se naturalmente a mudanças externas e em
outros componentes.

Para isso é necessário um alto grau de integração entre fornecedor e cliente que, como

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parceiros, diminuem custos ao longo da cadeia (entre 10% e 30%) e tempo médio de
estocagem (cerca de 50%).

À área de compras também compete o cuidado com os níveis de estoque da empresa,


pois embora altos níveis de estoque possam significar poucos problemas com a produção,
acarretam um custo exagerado para uma manutenção.

Esses altos custos para mantê-los são resultantes de despesas com o espaço
ocupado, custo de capital, pessoas de almoxarifado e controles.

Baixos níveis de estoques, por outro lado, podem fazer com que a empresa trabalhe
num limiar arriscado, em que qualquer detalhe, por menor que seja, acabe prejudicando ou
parando a produção.

A empresa poderá enfrentar, por exemplo, reclamações de clientes, altos níveis de


estoque intermediários gerados por interrupções no processo produtivo.

A necessidade de adequação aos sistemas just-in-time (JIT) de muitas das empresas


levou a modificações importantes, entre elas a criação da nova função de suprimentos.

O chamado procurement envolve, além do relacionamento puramente comercial com


os fornecedores, também a pesquisa e o desenvolvimento desses relacionamentos, sua
qualificação e o suporte técnico durante o relacionamento entre as partes, e que leva à
necessidade de um aperfeiçoamento dos sistemas de informação.

Hoje, há uma integração total entre todos os setores internos da empresa, clientes e
fornecedores.

Alem de tudo o que já foi visto, o departamento de compras também pode assumir
vários outros papéis.

Um deles está relacionado com a negociação de preços com os fornecedores.

Essa negociação determinará o preço final dos produtos e, portanto, a competitividade


da empresa. Mas ela pode ir mais longe, já que o comportamento do comprador pode mexer
com vários aspectos da economia, como o nível de preços, o poder de compras do
consumidor e o relacionamento entre os setores.

Estratégias de Aquisição de Recursos Materiais e Patrimoniais

A definição de uma estratégia correta de compras pode dar à empresa uma grande
vantagem competitiva.

Se por um lado ela decidir produzir mais internamente, ganha independência, mas
perde flexibilidade.

Por outro lado, se decidir comprar mais de terceiros em detrimento da fabricação


própria, pode tornar-se dependente.

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Nesse caso, deve decidir também o grau de relacionamento que deseja com seus
parceiros.

Essa concepção está mudando com o desenvolvimento de parcerias estrangeiras nos


negócios.

Outra situação praticamente determinante é aquela em que a fabricação de um


componente exige altos investimentos, fora do alcance de eventuais fornecedores. Mesmo
assim, são usuais as situações em que um grande fabricante financia as instalações de um
futuro fornecedor, pois não interessa a ele produzir o referido componente.

Dica: Quando se tem uma demanda simultaneamente alta e estável, a fabricação dos
materiais necessários internamente pode ser uma boa opção.

Basicamente podemos ter duas estratégias operacionais que irão definir as estratégias
de aquisição dos bens materiais, a verticalização e a horizontalização.

Ambas têm vantagens e desvantagens e, de um modo geral, o que é vantagem em


uma passa a ser desvantagem na outra e vice-versa.

VERTICALIZAÇÃO E HORIZONTALIZAÇÃO DA EMPRESA

A decisão de comprar ou fazer na própria empresa, ou terceirizar tem caráter


estratégico pois pode provocar um menor envolvimento com problemas sociais não tendo que
demitir funcionários nos momentos de menor demanda.

Não ter que investir em novos equipamentos e poder exigir níveis de qualidade que
talvez não conseguissem obter.

Na verticalização se produz novos processos novas áreas com tecnologias diferentes o


objetivo é o de fazer todas as partes do processo dentro da própria empresa.

Na horizontalização o método é exatamente o oposto, ou seja, tentar fazer o máximo


possível de sub-partes em fornecedores externos.

A seguir se estabelecerá as vantagens e desvantagens nos dois métodos.

VERTICALIZAÇÃO
Vantagens Desvantagens

Independência de Maior Investimento


terceiros Perda de Foco
Maiores lucros Aumento da estrutura
Maior autonomia empresarial
Domínio da tecnologia
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HORIZONTALIZAÇÃO
Vantagens Desvantagens

Redução de Custos Menor controle


Maior flexibilidade e tecnológico
eficiência Deixa de ganhar o
Incorporação de novas lucro do fornecedor
Tecnologias Mais exposto
Foco no negócio principal
Questão 05: (Cesgranrio - Empresa de Pesquisa energética – Adm – 2006) As
empresas precisam ter estratégias para aquisição de bens materiais. Partes vitais do produto
final eram produzidas, na maioria das vezes, internamente, mas essa concepção está
mudando para parcerias estratégicas. Duas estratégias operacionais são empregadas para a
decisão das aquisições de bens materiais: a verticalização e a horizontalização. Esta última
significa:

(A) Independência de terceiros na composição do produto.


(B) Compra de terceiros dos itens que compõem o produto final.
(C) Domínio da tecnologia do produto final.
(D) Maior autonomia da elaboração do produto final.
(E) Aumento da estrutura organizacional da empresa.

2. COMPRAR / FAZER / ALUGAR

A decisão sobre comprar ou fazer segundo BAILY et al (2000), estão localizadas em


três amplos níveis: operacional, intermediário e estratégico.

Onde em cada um destes níveis serão necessárias análises sobre vantagens ou


desvantagens na terceirização de produtos ou serviços.

Para efeitos desta apostila será feita uma análise a respeito da terceirização baseada
nos custos fixos e variáveis, como demonstrado na figura abaixo.
COMPRAR X FABRICAR

CT = CF + Cv x q
$
Comprar CTc = CFc + Cvc x q

Fabricar CTf = CF f + Cv f x q
Qm
CTc = CFc + Cvc x q
0 P.Eq. Total Peças Qm
CTf = CF f + Cv f x q Pá gina 5
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0 CFc + Cvc x q = CF f + Cv f x q
CTc = CFc + Cvc x q
0
CTf = CF f + Cv f x q
O CICLO DE COMPRAS

São todas as partes que se fazem necessárias para dar andamento ao processo de
aquisição de materiais, sejam eles para compras de recursos materiais, quanto recursos
patrimoniais.

Este ciclo pode ser melhor observado conforme o diagrama abaixo:

ESPECIFICAÇÕES DA COMPRA

Na compra de um item ou serviço de um fornecedor, vários fatores estão incluídos,


devem ser considerados quando as especificações estão sendo desenvolvidas, podem ser
divididos em três categorias:

Exigências de quantidade.

A demanda de mercado é quem vai determinar a quantidade necessária a ser


adquirida, sendo que influenciará o modo como o produto será utilizado.

A quantidade adquirida terá influência direta no custo da produção do bem, se em


pequena escala ocorrerá um preço mínimo, se em grande escala, deverá ser projetado para
tirar proveito das economias de escala, satisfazendo assim às necessidades funcionais a um
preço melhor.
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Exigências de preço.

Representa o valor econômico em que o comprador atribui ao item, quanto se está


disposto a pagar, o qual tem relevância com a demanda de mercado. Na situação de um item
ser vendido a um preço baixo, o fabricante não esta disposto a pagar um preço muito pelo
item.

Segundo Arnold (1999, p 212) “O valor econômico atribuído ao item deve relacionar-se
com a utilização do item e com seu preço antecipado de venda.”

Exigências funcionais.

Relacionam-se com a forma final utilizada do item e seu desempenho esperado, é a


exigência mais importante, pois governa todas as categorias. Embora sejam mais difíceis de
serem definidas, seu sucesso depende da forma em que satisfazer a necessidade real do
item, sendo esta necessidade tendo seus aspectos estéticos e práticos (como serão
utilizados, ocasiões em que será utilizado, cor, estilo, etc.).

FUNCIONABILIDADE E QUALIDADE

As características funcionais de um item estão intimamente ligadas a qualidade do


produto, a qual gira em torno da satisfação das necessidades do usuário.

Para alcançar a tão almeja qualidade, o planejamento é o principal fundamento para se


obter os resultados esperados, para isto utiliza-se o projeto do produto, a forma de produção e
a utilização do produto.

Estudos mercadológicos contribuem para delimitar, o desempenho, a aparência, o


preço e o volume de vendas esperado.

A funcionabilidade do produto esta ligada ao desempenho do produto junto ao


consumidor final, o qual ditará o tipo de qualidade.

SELEÇÃO DE FORNECEDORES

A busca para produzir um produto de melhor qualidade e que esteja apto a concorrer
no mercado, faz-se necessário ter bons fornecedores, que atendam a necessidade da
empresa seja em qualidade da matéria oferecida, bem como prazo de entrega satisfatório e
preço acessível.

O departamento de compras tem a função primordial de aferir junto ao mercado de


fornecimento de materiais, quais são as melhores opções, para tal, são utilizados critérios que
exerçam reflexo direto na produção (baixo custo e qualidade).

Assim, o responsável, ou responsáveis, pela pasta compra, podem utilizar de fontes


que melhor se adaptam ao produto que se deseja produzir.

Tais fontes podem ser chamadas de: única, múltipla e simples.


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 Fonte única - fornecedor que atenda de forma exclusiva devido ao tipo de produto
patenteado, especificações técnicas, matéria-prima, localização.

 Fonte múltipla – são utilizados mais de um fornecedor, este tipo de fonte oferece
concorrência que ocasionam preços mais acessíveis ou melhores serviços.

 Fonte simples – esta é uma decisão mais elaborada, sendo planejada pela organização
com o intuito de selecionar um fornecedor para um item quando existem vários
fornecedores, ou seja, visa a criação de uma parceria à longo prazo.

 ESCOLHA DE FORNECEDORES
Levando em consideração de que o departamento de compras busca em sua função
preço e qualidade junto aos seus fornecedores, os mesmo devem atender a especificações
técnicas que dêem suporte ao que a empresa almeja para confeccionar seus produtos.

Quando da realização de uma possível compra, deve se levar em consideração se o


seu fornecedor tem uma estrutura adequada para atender a solicitação, para isto a habilidade
técnica para produzir ou fornecer a matéria-prima ou item deve ser questionada.

A capacidade de produção e confiabilidade com relação aos produtos que sejam


necessários deve ser cuidadosamente vistos pelo comprador, pois a produção do fornecedor
deve satisfazer as especificações do produto, com baixo índice de defeitos e com controle de
qualidade e quantidade exigidas, sendo assim desta forma cria-se um vínculo de
confiabilidade, cita-se ainda a escolha quando se escolhe um fornecedor, o mesmo deve ser
reputado e sólido monetariamente, isto para que o fornecimento seja devidamente garantido
dentro dos prazos firmados.

Outras características que devem ser lavadas em consideração são os serviços pôs-
venda (sistema de suporte), a localização do fornecedor (preferencialmente próximo do
comprador), sempre levar em consideração a redução de tempo de entrega a fim de evitar
falta de matéria-prima ou itens.

Podemos citar um exemplo que reflete todas as especificações que foram citadas para
este grande e complexo sistema, que seriam as grandes montadoras de veículos
automotores, seus fornecedores em sua grande maioria circundam ou estão a uma distância
relativamente pequena da área de produção.

 IDENTIFICAÇÃO E SELEÇÃO DO(S) FORNECEDOR (ES)


Inicialmente para efetuar a seleção de seus fornecedores, o departamento de compras
deve identificar através de catálogos, revistas especializadas, lista telefônica especializada ou
até mesmo de informação obtida junto ao pessoal de vendas, quais fornecedores se
enquadram no perfil do produto a ser produzido.

Para tal recomenda-se a utilização de um método de classificação e exclusão de


possíveis fornecedores.

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Nesta ferramenta de classificação, são atribuídos pontos de peso para cada
característica que devam fazer parte do controle de compras.

O método de classificação é uma tentativa de quantificar coisas que não podem ser
quantificadas naturalmente.

Ele procura aplicar valores com base em julgamento subjetivo. Ele não é um método
perfeito, mas leva a empresa compradora a considerar a importância de vários fatores.
(ARNOLD et al, 1999, p.221)

Diante do exposto, a identificação e seleção de fornecedores, devem ser apreciadas de


forma a ficar o mais próximo possível de um grau de confiabilidade, onde possa satisfazer a
necessidade da empresa, para tal, o método acima descrito, é apenas uma pequena parcela,
de como deve se proceder nesta seleção, outros métodos desenvolvidos pela empresa ou
adaptados a ela poderão ser usados, desde que sejam confiáveis.

 EVOLUÇÃO DO RELACIONAMENTO CLIENTE-FORNECEDOR


O relacionamento cliente-fornecedor passa por algumas fases características conforme
MARTINS e ALT (2005).

a) Ocorre nos primeiros contatos onde ambas as partes atuam como adversários e o que é
priorizado é o preço.

Nesta etapa existe grande desconfiança a respeito de qualidade, de aspectos


comerciais, tributários e também sobre as quantidades fornecidas, havendo inspeção em
100% dos lotes entregues. A avaliação do fornecedor é feita com bastante firmeza.

b) A partir do momento em que existe uma repetição dos níveis de qualidade conforme
especificações da empresa compradora o relacionamento adquire contornos de confiança
recíproca.

c) Com as etapas anteriores consolidadas o relacionamento evolui para a participação do


fornecedor junto aos processos da empresa compradora com a finalidade inclusive de
participar nos novos projetos.

Nesta fase poderá acontecer investimentos comuns em P&D (pesquisa e


desenvolvimento) havendo possibilidade do cliente receber financiamento para programas de
melhoria na qualidade.

d) O passo final no relacionamento é chamado de comakership, que vem a ser uma parceria
onde a atuação do fornecedor poderá se situar nos seguintes modos:

 Desenvolvimento de produtos e processos


 Engenharia simultânea
 Desdobramento da função qualidade (QFD)
 Fornecimentos programados e sincronizados

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 Qualidade assegurada
 Gerenciamento comum dos procedimentos e negócios
 Uma possível participação financeira no negócio
 Atuação conjunta na mesma planta

 AVALIAÇÃO DE FORNECEDORES – VISÃO DE PETRÔNIO MARTINS


A avaliação dos fornecedores é um item importante para que a empresa possa manter
os mais elevados níveis de qualidade.

Os quesitos avaliados dependem da ênfase que cada empresa dá aos seus processos.

CONTRATOS DE FORNECIMENTO

Atualmente muitas empresas efetuam suas compras mediante o uso de contratos de


fornecimento.

O objetivo é o de oferecer garantias e deveres para os dois lados. Pois caso ocorram
atrasos no suprimento de matérias primas a empresa poderá sofrer atrasos em seu
faturamento aos clientes e também ver sua marca “arranhada” em termos de prestígio.

Para o fornecedor o contrato “amarra” os pagamentos de uma forma mais forte e ao


mesmo tempo obriga seu cliente a receber as mercadorias compradas.

Em geral neste tipo de contrato são colocadas cláusulas de direitos e obrigações para
ambos os lados.

3) COMPETÊNCIA DO DEPARTAMENTO DE COMPRAS

“A arte de comprar está se tornando cada vez mais uma profissão e cada vez menos
um jogo de sorte”. Henry Ford

A função de comprar implica na aquisição de materiais na qualidade certa, na época


certa, ao preço certo, na quantidade certa e da fonte certa.

Um cadastro de fornecedores deverá ser mantido sempre atualizado de forma que nos
permita obter informações a tempo e à hora. Deverá conter todos os dados e a história do
fornecedor junto à empresa.

Devemos detectar e registrar o aparecimento de novos fornecedores e de novas


organizações prestadoras de serviço, que poderão vir nos atender no futuro.

As compras poderão ser de dois tipos básicos:

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a) adquiridas no mercado interno;
b) adquiridas no mercado externo (importação)

O setor de compras deverá manter estreita e intensa relação com os outros setores
administrativos da empresa, principalmente com a contabilidade geral para classificar os
produtos nas devidas contas.

O controle do transporte dos materiais adquiridos pelo setor de compras visa


acompanhar, mediante as notas de conhecimento, o percurso dos bens, desde a saída do
fornecedor até a recepção na empresa.

(Follow Up - “To Follow”= seguir, acompanhar; “Up”= na mosca, no mesmo instante).

Devemos levar em consideração as condições de segurança e, principalmente, o


rigoroso cumprimento das datas de entrega da mercadoria.

4) DEFINIR E PREVER ESTOQUES

Para a correta definição dos estoques, considere esses dois fatores: quanto menor o
estoque menor a necessidade de capital imobilizado e nunca deve faltar produto para venda.

Ou seja, se a empresa buscar o menor estoque, corre o risco de perder uma venda por
falta de produto, além disso, produtos diferentes possuem giros diferentes e sazonalidades
ocorrem em vários negócios.

Para equilibrar esse dois aspectos, um dos caminhos é a utilização intensa da


informação. A partir de históricos de vendas (giro de mercadorias), por produto, por época do
ano, etc, é possível ter uma aproximação dos estoques mínimos necessários para atender as
demandas.

Outro fator importante é o prazo de entrega dos fornecedores, quanto menores eles
forem, menores também podem ser os estoques.

Apesar de todo esforço, ainda não existe solução para grandes oscilações de
demanda, como as causadas por ondas de calor ou frio inesperadas, por exemplo.

CONTROLE DE COMPRAS E ESTOQUE

O gerenciamento das informações é o instrumento eficiente e eficaz que fundamenta o


processo decisivo da empresa.

Sem controles e, consequentemente, sem informações gerenciais, torna-se


impraticável decidir acertadamente e, no tempo necessário.

A administração de estoques tem o objetivo de permitir que a empresa consiga produzir


e comercializar seus produtos de forma eficiente e com a menor utilização do capital de giro.

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O planejamento de estoques é uma atividade de importância fundamental e deverá ser
integrado tanto com produção como também com as vendas, de modo a otimizar os volumes
das compras.

Para tal devem ser seguidos alguns requisitos imprescindíveis para esta atividade:

Mantenha constantemente atualizado o custo de cada produto;

Determine o período de compra e o tamanho de lote de cada produto para cada


fornecedor. Isto irá otimizar o planejamento dos estoques e, consequentemente, as
compras;
Estabeleça políticas de cobertura (estoque de segurança, mínimo e máximo) para cada
produto, dependendo do fator mais crítico para cada item;
Mantenha os controles para reduzir estoques ultrapassados/arcaicos;
Mantenha controle permanente sobre a disponibilidade do estoque para suprir as faltas
rapidamente;
Determine o custo de falta de cada produto e compare com o seu custo de estocagem;
Fique alerta para evitar estoques dormentes;
Mantenha controle rigoroso do estoque físico com os lançamentos diários;
Realize inventários físicos periódicos para conferi-lo com os dados do controle de
estoques;
Mantenha os itens fisicamente ordenados em prateleiras e devidamente classificados e
identificados por etiquetas;

Evite almoxarifados abertos;

Mantenha separação física entre a recepção e o almoxarifado;

Estabeleça uma codificação dos materiais para maior facilidade de consulta;

Mantenha sistemas de informações integrados para acesso e consulta imediata da


quantidade disponível de cada material em estoque.

Para a maioria das empresas comerciais e industriais, os estoques representam um


dos ativos mais expressivos.

Portanto, devem ser mantidos em bom estado, protegidos da ação do tempo, bem
como de ameaças menos naturais (furtos ou incêndios).

5) A ELABORAÇÃO DOS ORÇAMENTOS E PLANOS DE COMPRAS

É o processo, em conjunto com os planogramas das lojas, que auxilia as principais


decisões quanto ao sortimento da empresa, assim como criará metas de avaliação do
desempenho dos compradores.

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OS ORÇAMENTOS DE COMPRAS

Na primeira etapa de estabelecimento dos orçamentos, efetuam-se os cálculos que


permitem estabelecer os valores financeiros máximos que poderão ser gastos pelos
compradores para manter as categorias de mercadorias pelas quais são responsáveis, dentro
das políticas de atendimento previstas e dentro das restrições e objetivos financeiros do
planejamento estratégico da empresa.

Na segunda etapa, os valores mensais orçados são desdobrados em dois orçamentos:

Orçamento para compras de mercadorias básicas , isto é, mercadorias que terão sua
reposição previamente calculada. A execução deste orçamento terá pouca influência
do comprador, pois as mercadorias básicas tem comportamento de demanda com
pouca variabilidade dentro de um mesmo período de tempo.

Orçamento para compras de mercadorias de moda e de eventos , isto é, que serão


compradas para atender as vendas em períodos determinados e vendidas até o fim do
estoque adquirido, não entrando no conceito de reposição continuada. A execução
deste orçamento é grandemente influenciada pelo comprador, pois as mercadorias são
compradas para atendimento a períodos pequenos de demanda, e vão sendo
substituídas por novas ¨coleções¨ à medida que as estações ou eventos ocorrem.

OS PLANOS DE COMPRAS

Os planos de compras são baseados nos orçamentos de compra e, como esses são
também de dois tipos:

PLANO DE COMPRAS DE MERCADORIAS BÁSICAS

O plano de compras de mercadorias básicas é a própria dinâmica de programação


da reposição dos itens básicos mantidos em venda.

Tal dinâmica é suportada por sistemas computadorizados de gestão de estoques,


que utilizam diversos algoritmos de cálculo para comandar a reposição das lojas e dos
centros de distribuição.

Os valores mensais definidos no orçamento de compras devem sempre estar sendo


confrontados com os planos de compra gerados pelo sistema para que seja possível tomar
medidas de revisão orçamentária ou revisão nos parâmetros de planejamento de estoques
visando adaptá-los á dinâmica de suprimento x demanda.

PLANO DE COMPRAS DE MERCADORIAS DE MODA OU DE EVENTOS

Produtos de moda e muitas mercadorias vendidas em eventos, não podem ser


planejadas utilizando os algoritmos tradicionais de planejamento.
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Tendências da moda e comportamento do consumidor variam, impossibilitando, em
nível de sku (UNIDADE MANTIDA EM ESTOQUE (STOCK KEEPING UNIT - SKU) - É a referência que designa
cada item de acordo com sua forma de apresentação, tamanho, forma, cor ou outras caraterísticas. ) e até de
categorias, que utilizemos técnicas estatísticas para projetar vendas e compras de tais tipos
de itens.
É a perspicácia, conhecimento do mercado e alguma sorte que permite ao
comprador tomar boas decisões sobre mercadorias de moda ou de eventos que ele deve
comprar.

PLANO DE COMPRAS DE NOVIDADES

Mercadorias chamadas novidades são produtos inusitados que aparecem no


mercado.

Podem ser derivados de novas invenções ou mesmo serem o resultado de novas


“ondas” de consumo, causadas por fatos como o aparecimento do produto em novelas,
entrevistas com pessoas de grande influência nos costumes, etc..

As vendas de tais mercadorias não são possíveis de prever com antecedência e,


portanto, tais itens devem ser comprados com o máximo de cautela.

Como na maioria dos casos estes produtos têm um ciclo de demanda muito rápido
e preços iniciais com alta lucratividade, são rapidamente comercializadas pela maioria dos
canais de distribuição disponíveis no mercado.

Isto implica em um rápido atendimento da demanda e um efeito chicote muito


intenso, o que causa grandes estoques para os últimos varejistas entrantes no mercado.

Quem entra e sai rapidamente do mercado de tais itens, ganha bom dinheiro. Quem
entra tardiamente, normalmente fica com os encalhes.

A INFLUÊNCIA DE PROMOÇÕES E LIQUIDAÇÕES NOS ORÇAMENTOS

Atualmente a competição tornou muito comum a utilização de diversos esquemas


promocionais para aumentar o tráfego nas lojas e para eliminar os produtos de uma estação,
abrindo espaço para a entrada de novas coleções.

Uma recomendação para que seja possível analisar os impactos dessas promoções e
liquidações é que os históricos de vendas dos produtos promocionados sejam identificados
com o tipo e número seqüencial da promoção feita.

PROMOÇÕES DE MERCADORIAS COM PREÇOS DIFERENCIADOS

Dois tipos bastante comuns de promoções com preços diferenciados são os chamados
encartes promocionais e os preços líderes de categoria.

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A característica dos encartes promocionais é a veiculação de publicidade em jornais,
revistas, televisão, internet, etc., onde são comunicados conjuntos de produtos de uma ou de
várias categorias que terão seus preços “de oferta” durante um determinado período de
tempo.

Tais esforços promocionais visam a fazer com que o consumidor venha até a loja para
comprar as ofertas e, ao mesmo tempo, compre outros produtos aos preços normais.

Como tal atividade provoca aumentos significativos de demanda sobre os itens


ofertados, com reflexos em aspectos logísticos de estocagem e distribuição, além de impactos
na margem bruta de tais itens, é necessário elaborar calendários específicos para tais
promoções, e seus respectivos orçamentos de compra.

Esta é, portanto, uma atividade do planejamento estratégico de compras ao início de


cada exercício.

Tais orçamentos devem prever quais as mercadorias deverão ser inseridas nos
encartes e em que quantidades, de maneira a orientar os compradores no sentido de negociar
com antecedência com os fornecedores, preços e condições especiais para as mesmas.

É importante ainda que sejam revistas as previsões de demanda dos itens


promocionados após o período das ofertas, pois pode haver reduções de demanda dos
mesmos, face à venda forçada no período da promoção.

Os chamados “produtos de preço líder” são mercadorias que se mantém expostas de


maneira destacada nas áreas de sua categoria e que tem por objetivo chamar a atenção do
consumidor sobre aquela categoria ou área da loja.

Como os encartes, tais promoções devem ser objeto de planejamento antecipado para
que se identifique seus efeitos sobre margens e demandas assim como se estabeleça
objetivos específicos de negociação de tais itens com seus fornecedores.

AS LIQUIDAÇÕES

As mercadorias que encalham por erro de compra, as que sofrem desgaste pelo
tempo de exposição e aquelas que sobram ao final de uma estação são candidatas a serem
liquidadas através de processos de redução de preços.

Os processos de liquidação dos estoques indesejáveis podem ser realizados de


algumas maneiras como:

 Por acordo com fornecedores, que recebem as mercadorias encalhadas como


devolução e, as substituem por mercadorias mais vendáveis ou da nova estação.

 Por transferência da mercadoria para lojas especiais da rede. Estas lojas são
montadas especificamente para trabalhar com preços baixos e mercadorias
depreciadas como pontas de estoque, mercadorias fora de estação e até mercadorias
com pequenos defeitos.

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 Por revenda das mercadorias encalhadas para varejistas especializados em vendas de
saldos. Em tais casos as mercadorias são sempre vendidas a preços inferiores ao
custo.

 Por liquidações de fim de estação em que se aproveita a época em que as demais


lojas de um shopping ou de uma região da cidade veiculam grande volume de
propaganda chamando a atenção dos consumidores para as grandes liquidações de
fim de estação.

O ORÇAMENTO COMO INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DOS COMPRADORES

As projeções orçamentárias além de servirem como balizamento das atividades dos


compradores, permitem que se avalie continuadamente a gestão dos mesmos sobre as
categorias sob sua responsabilidade, principalmente em termos de margem bruta e geração
de estoques obsoletos ou de baixa movimentação.

A ÁREA TRADICIONAL E AS PERSPECTIVAS ATUAIS DA ÁREA DE COMPRAS

Segundo MARTINS e ALT (2005), a visão da área de compras sendo consideradas


perspectivas tradicional e atual.

Negociação: Compras atualmente faz parte


Preço, Prazo, Qualidade da cadeia de suprimentos
As 3 cotações eram feitas (Supply Chain). Ou seja, da
Via: Telefone / Fax. logística da empresa, onde o
Eram informados o CQ, foco é o processo.
o Contas a pagar etc. Preocupando-se também com
Com a chegada do material níveis de estoques. Onde a
após inspeção, se aprovado nova função recebe o nome
ia para o almoxarifado. Caso de procurement. Com
contrário o material era responsabilidades bem amplas
devolvido. indo do comercial a P& D.

Tradicionalmente Atualmente
Já do ponto de vista de mercado, houveram também mudanças acentuadas pois

P = Preço de Vendas
P=C+ L Onde: C = Custo Total
L = Lucro (Margem)
Significado da equação.
Antes O empresário impunha o preço do produto
Atualm. O mercado impõe o preço do produto Pá gina 16
ADM MAT – GESTÃ O DE COMPRAS - 02
NOVAS FORMAS DE COMPRAR

Pelas transformações ocorridas na área de materiais e também pelas mudanças em TI


(tecnologia da informação), a área de compras passou a atuar de forma bem diferente da que
vinha operando.

a utilização do EDI (Electronic Data Interchange) que pode ser visto na figura
abaixo.

(Saída) Conversores ANSI. X12


(Chegada)

Modens

Compras Fornecedor
(Cliente) (Sistema de
Rede de Telecomunicações
entrada de
ordens de
Na saída, converte o pedido de Compra em Compra).
informação digital, na chegada é feita a
reconversão do documento.

Consiste na transmissão de dados criptografados entre o cliente e o fornecedor.


Segundo MARTINS e ALT (2005, pg 71) , esta forma de comunicação pode interligar: A
empresa a seus clientes, fornecedores, banco, transportadora ou seguradora.

Ela já existe há bastante tempo e traz várias vantagens como:

 Rapidez, segurança e precisão do fluxo de informações;

 Redução significativa de custos;

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 Facilidade da colocação de pedidos, principalmente nos casos de contratos de
fornecimento com entregas mediante liberação do cliente, como acontece nas
transações entre montadoras e autopeças no Brasil e no resto do mundo;

Sedimenta o conceito de parcerias entre cliente e fornecedor.

A vantagem introduzida pelo EDI foi a automatizar lojista de um lado e fornecedores do


outro.

Sua utilização é bastante prática, pois poderá ser estabelecido um acordo entre o
fornecedor e a loja de forma tal que quando o nível de estoque atingir um nível pré-
estabelecido um novo embarque de mercadoria é despachado.

A utilização da Internet conforme apresentado na figura abaixo:

(Provedor) Modens

WEB
WWW
Fornecedores
LT
(Cliente) LT

LT
(Provedor)

O uso do e-mail tendo como anexo os mais diversos documentos; desenhos técnicos,
especificações, pedidos etc.

Todos eles “rodando” com os softwares; Excel, Word, Ms Project, Auto Cad, Primavera
entre outros.

O que possibilita transações extremamente interessantes com baixos investimentos e


podendo atingir toda a cadeia de abastecimento. A principal desvantagem é que poderá estar
sujeita a ataques de vírus.

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ADM MAT – GESTÃ O DE COMPRAS - 02
c) Cartão de crédito tipo empresa ou cartão comercial; a compra mediante o uso do cartão
traz para as empresas redução de custos, parcelamento dos valores e ainda o fornecimento
de relatórios gerenciais.

6. LOTE ECONÔMICO

A decisão de estocar ou não determinado item é básica para o volume de estoque em


qualquer momento. Ao tomar tal decisão, há dois fatores a considerar:

É econômico estocar o item?

É interessante estocar um item indicado como antieconômico a fim de satisfazer


um cliente e, portanto, melhorar as relações com ele?

O primeiro fator pode ser analisado matematicamente. Em geral, não é econômico


estocar um item se isso excede o custo de comprá-lo ou produzí-lo.

Também pode ser demonstrado que não é econômico estocar itens quando as
necessidades dos clientes, ou a média de consumo da produção, tenham um excesso
correspondente à metade da quantidade econômica do pedido.

Com a finalidade de prestar o melhor serviço ao cliente, mesmo em condições


antieconômicas para a empresa, torna-se necessário a criação de estoques de determinados
itens, com o intuito de não criar uma ruptura para o cliente.

Quanto deve ser comprado ou produzido de cada vez?

Existem custos que aumentam a medida que a quantidade do material pedido


aumenta, porque em média, considerando consumo uniforme, metade da quantidade pedida
estará em estoque. tais custos são aqueles vinculados a armazenagem dos materiais,
incluindo espaço, seguro, juros, etc.

Existem custos que diminuem a medida que a quantidade de material pedida aumenta,
com a distribuição dos custos fixos por quantidade maiores.

No gráfico abaixo podemos perceber um aumento dos custos de armazenagem à


medida que a quantidade dos produtos comprados ou produzidos aumenta, devido à maior
quantidade que deve ser armazenada.

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ADM MAT – GESTÃ O DE COMPRAS - 02
A curva mais baixa indica o custo total para encomendar material, o qual diminui à
medida que aumenta a quantidade de produtos pedidos de uma só vez.

Esta redução se deve ao fato de que poucos pedidos terão de ser emitidos durante
determinado espaço de tempo e, como resultado, haverá despesas menores de emissão de
pedidos de compra. a curva superior representa o custo total do estoque que é obtido
adicionando-se os custos de armazenagem aos custos de pedido.

LOTE ECONÔMICO DE COMPRA

Partiremos das seguintes condições:

a) O consumo mensal é determinístico e com uma taxa constante;


b) A reposição é instantânea quando os estoques chegam a nível zero.

Considerando um pedido de 1 ano (t); o custo total seria formado de três componentes:

CT = Custo unitário do item (ano) + custo do pedido (ano) + custo de armazenagem (ano).

Custo total do ano pode ser apresentado também da seguinte maneira.

CT = Custo total do período x número de períodos (ano)

O custo unitário por período é o custo de aquisição das q unidades, ou seja: p x q

Em que p é o preço unitário do item.

Em cada período se faz apenas uma compra, o custo de pedido é o custo de se fazer
uma compra, isto é, b.

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O estoque médio por período é . Então o custo de armazenagem por período é:

Sendo i = Custo de armazenagem em $/unidade/ ano.


t= Duração de um período (ano).

Então o custo total por período é:

Para um ano, a duração de um q um período é:

sendo o consumo do período

O número de pedido por ano é:

Substituindo a equação de custo total pelas duas equações anteriores temos:

onde: P = Preço unitário de compra.


C = Consumo do item.
B = Custo do pedido.
Q = Quantidade do lote.
I = Custo de armazenagem.
Quando vimos custo de armazenagem, foi dito que o índice “ i “ poderia ser indicado de
duas maneiras em percentual ao valor total do estoque ou em valor unitário.

Esta fórmula apresentada é para quando i for dado como valor unitário. para valor
percentual, teríamos a seguinte alteração:

Exemplo: Aplicação da formula do lote econômico de compras

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O consumo de determinada peça é de 20.000u/a. O custo de armazenagem por peça e
por ano é R$ 1,90 e o custo de pedido é de R$ 500,00. O preço unitário de compra é R$
2,00. determine:

a) O Lote econômico de compra;


b) O Custo total anual;
c) O Número de pedidos por ano;
d) A Duração entre os pedidos.

a) O Lote Econômico é:

Q=
√ √
2 BC 2 x500 x 20000
I
=
1 ,90
=√ 10.526 ,315=3 .245 , 42
peças por pedido

b) O Custo total anual é:

20000 3 .245 ,42


CT=2 x 20000+500. +1,90 .
3. 245 ,42 2
CT = 40.000 + 3.081,26 + 3.083,14

CT = R$ 46.164,40

c) O Número de Pedidos é:
C 20000
PEDIDOS= = =6 , 162. PEDIDOS / ANO
Q 3 . 245 , 42

d) O Intervalo Entre os Pedidos é:


Q 3 . 245 , 42
t= = =0 ,162 . ANOS
C 20000

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