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Avaliação Individual - Bioquímica

1 - A aspirina é um ácido com pKa = 3. Para ser absorvida pelo organismo, ela precisa ser
absorvida pela parede do trato digestivo. Sabe-se que moléculas eletricamente neutras
atravessam esta parede mais facilmente do que moléculas carregadas. Dessa forma, em
que região do trato digestivo (esôfago / estômago / intestino) se dá a absorção da maior
parte das moléculas de aspirina? Justifique sua resposta.

Resposta - Para encontrar onde a aspirina obterá a maior absorção de suas moléculas é
preciso conhecer sobre ela e suas características, a aspirina é um ácido fraco, portanto
possui um poder tamponante vindo do seu ácido carboxílico e esse fator é de extrema
importância para obter a melhor condição de absorção da aspirina, onde ela possui carga
neutra e está totalmente protonada pois é a situação cujo as moléculas atravessam a
parede celular com maior facilidade, para encontrarmos onde a aspirina se encaixa nessas
situações, é preciso analisar seu valor de pKa, cujo valor é 3 e a curva de tamponamento
sendo +1 e -1 do valor de pKa, portanto o seu pH varia entre 2 e 4, dentro do aspecto da
absorção da aspirina, ela possuirá as melhores condições de absorção em pH abaixo de 2,
estando totalmente protonada e eletricamente neutra, com essas informações sobre a
aspirina precisamos analisar os pH’s das regiões do trato digestivo para conseguirmos
verificar qual fornecerá melhor situação para sua absorção, com isso, obtemos que o pH do
esôfago é de 7, o estômago é de 1 e o intestino é de 8, dentro desses pH’s, conseguimos
concluir que no estômago a aspirina será melhor absorvida, pois em meio ácido, neste caso
o estômago, terá maior concentração do íon H+, que fará a aspirina deslocar seu equilíbrio
para a esquerda, se aproximando de onde suas cargas estão neutras, e com isso, a
aspirina estará protonada e neutra, na melhor condição para sua absorção. Referentes às
outras áreas do trato digestivo, como seus pH 's são mais alcalinos, a aspirina estaria
desprotonada e com carga -1 e portanto, dificultando a passagem de suas moléculas.

6 - As margarinas são feitas a partir de óleos vegetais que, originalmente, se apresentam


em estado líquido à temperatura ambiente. Como você explica a consistência sólida deste
produto?

Resposta - Para explicar como a consistência líquida dos óleos vegetais passam a serem
pastosos/sólidos na produção de margarinas, é preciso saber o que altera em ambas
situações, que são as insaturações dos ácidos graxos (ligações duplas na cadeia carbônica
das moléculas lipídicas), ou seja, os óleos vegetais que são compostos de ácidos graxos e
são usados para produção de manteiga são líquidos à temperatura ambiente, pois possuem
muitas insaturações em suas cadeias carbônicas e com isso, menor ponto de fusão,
consequentemente sua situação contrária seria, quanto menor a quantidade de
insaturações, mais sólido ele será, e possuirá maior ponto de fusão. Na produção da
margarina, os óleos vegetais (com diversas insaturações) são submetidos a um processo
de hidrogenação catalítica, uma hidrogenação parcial nos óleos vegetais, onde são
adicionados hidrogênios com auxílio de um catalisador, neste momento, as ligações duplas
(insaturações) são quebradas/desfeitas pois ao adicionar hidrogênio, ele se ligará aos
carbonos que tem dupla ligação, tornando-se ligações simples e por causa dessa mudança
nas ligações, que torna a molécula menos “torta”, e com isso que ocorre a transformação
dos óleos vegetais líquidos em gordura vegetal hidrogenada pastosa/sólida e
consequentemente aumentando seu ponto de fusão, tornando a manteiga pastosa na
temperatura ambiente de 25°C.

7 - As membranas de bactérias crescidas a 20°C tendem a ter uma maior proporção de


ácidos graxos insaturados que as bactérias crescidas a 37°C. Sugira uma explicação para
isso.

Resposta - Para compreender o que altera a composição de ácidos graxos saturados e/ou
insaturados das membranas de bactérias, precisamos analisar primeiro a estrutura dos
ácidos graxos. Os ácidos graxos insaturados (duplas ligações na conformação cis) possuem
uma conformação não linear devido suas insaturações, que a torna uma cadeia
torta/dobrada, resultando em uma menor interação de Van der Waals entre as cadeias de
hidrocarbonetos, diminuindo seu ponto de fusão e aumentando sua fluidez na membrana.
Já os ácidos graxos saturados possuem cadeia linear com “livres” interações de Van der
Waals, sem impedimentos das insaturações, que colaboram com uma estrutura molecular
mais rígida e com isso, maior ponto de fusão e menor fluidez na membrana, ao comparar
com o ácido graxo insaturado.
Devido a esses fatores, é possível concluir que as membranas de bactérias
crescidas a 20°C, possuem maior proporção de ácidos graxos insaturados e possuem
menor ponto de fusão, demonstrando que o metabolismo celular se regula de acordo com a
necessidade de uma fluidez ideal para a membrana das bactérias, realizando suas
atividades biológicas, e consequentemente, as membranas crescidas a 37°C possuem
menos ácidos graxos insaturados, e maior ponto de fusão, demonstrando também a
regulação do metabolismo celular, com isso, observamos o fator que diferencia ambas
membranas, que são as necessidades de possuírem maior ou menor fluidez e ponto de
fusão de acordo com as situações do meio em questão e isso influenciando diretamente na
sua temperatura de crescimento e sua composição estrutural.

8 - O milho recém colhido apresenta um sabor adocicado, devido à presença de uma


grande quantidade de glicose no interior de suas sementes. No entanto, este sabor
adocicado é perdido ao longo dos dias seguintes, à medida que estas moléculas de glicose
são paulatinamente convertidas em amido. Para preservar o sabor doce do milho, este é
submetido a um processo conhecido como “branqueamento”, que consiste em mergulhar as
espigas recém colhidas em água fervente por alguns minutos. Explique as bases
bioquímicas que levam à preservação do sabor doce do milho, através deste processo.

Respostas - Quando o milho recém colhido é submetido ao processo de branqueamento,


ocorre uma mudança brusca em sua temperatura, na qual aumenta substancialmente.
Neste processo, as enzimas responsáveis pela polimerização são desnaturadas pelo calor,
tal polimerização que é a responsável por converter o carboidrato (glicose) em amido por
meio das reações enzimáticas, é importante ter ciência que o carboidrato é quem fornece o
sabor adocicado ao milho e quando ele é polimerizado este sabor é perdido parcialmente.
Esse procedimento da perda de sua função das enzimas é conhecido como desnaturação
enzimática, que é a sua base bioquímica. Devido a isso, ao realizar o branqueamento, onde
o milho que é submetido a altas temperaturas por um curto período de tempo, as enzimas
presentes nele são desnaturadas pela mudança de temperatura momentânea, deformando
sua conformação nativa tridimensional, afastando as interações entre as cadeias laterais e
os resíduos de aminoácidos e consequentemente rompendo sua estrutura e assim
impedindo que realize sua função biológica de catalização enzimática, e como
consequência, bloqueando a conversão do carboidrato (glicose) em amido, preservando
seu sabor adocicado ao milho branqueado.

9 - Explique, sumariamente, como o aumento da temperatura pode levar à desnaturação de


uma proteína.

Resposta - As proteínas possuem uma conformação nativa bem definida, sendo sua
estrutura tridimensional, que mantém as propriedades da proteína, e portanto, qualquer
fator que a altere/destrua sua estrutura, seja a secundária, terciária e/ou quaternária, faz
com que ela desnature e perca sua funcionalidade/atividade, podendo ser uma
desnaturação reversível ou não.
Um dos fatores que influenciam as estruturas das proteínas e as desnatura é a temperatura,
sendo neste caso, uma desnaturação irreversível. Cada proteína possui uma temperatura
máxima suportada, quando esta temperatura é ultrapassada, a sua estrutura sofre com uma
desorganização das cadeias peptídicas, rompendo suas ligações/interações, por mais que
essas ligações fracas mantenham a estrutura tridimensional da proteína juntas, elas não
possuem resistência contra mudanças que ocorram em seu meio, consequentemente
rompendo as ligações caso algo o altere, por isso, quando ocorre uma mudança em seu
meio, neste caso de temperatura, ocorre uma quebra das ligações que mantém a estrutura
tridimensional da proteína, quebra que acontece por afastamento devido a intensa vibração
em altas temperaturas, e isso as leva a alterações na sua conformação nativa por completo,
deformando a estrutura tridimensional e consequentemente perdendo sua funcionalidade,
sendo o nome para o fator que a muda/destrói de desnaturação proteica por temperatura .

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