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Capítulo 15

Plano Orçamentário

A base da Controladqria operacional é o processo de pla- le de resultados. Portanto, convém ressaltar que o plano
nejamento e controle orçamentário, também denomina- orçamentário não é apenas prever o que vai acontecer e
do planejamento e controle financeiro ou planejamento seu posterior controle. O ponto fundamental é o proces-
e controle de resultados. O orçamento é ferramenta de so de estabelecer e coordenar objetivos para todas as
controle por excelência de todo o processo operacional áreas da empresa, de forma tal que todos trabalhem
da empresa, pois envolve todos os setores da compa- sinergicamente em busca dos planos de lucros.
lúúa. Exemplos de propósitos gerais que devem estar con-
tidos no plano orçamentário podem ser:

15.1 Definição e Objetivos • Orçamento como sistema de autorização: O orça-


mento aprovado não deixa de ser um meio de libe-
Definição ração de recursos para todos os setores da empresa,
minimizando o processo de controle.
Orçamento "... nada mais é do que colocar na frente
aquilo que está acontecendo hoje".' • Um meio para projeções e planejamento: O con-
jimto das peças orçamentárias será utilizado para o
Uma outra definição que pode ser dada é que o orça-
processo de projeções e planejamento, permitindo,
mento é
inclusive, estudos para períodos posteriores.
"... a expressão quantitativa de um plano de
• Um canal de comunicação e coordenação: Incorpo-
ação e ajuda à coordenação e implementação
rando os dados do cenário aprovado e das preirús-
de um plano."^
sas orçamentárias, é instrumento para comimicar e
Orçar significa processar todos os dados constantes coordenar os objetivos corporativos e setoriais.
do sistema de informação contábil de hoje, introduzindo
• Um instrumento de motivação: Na linha de que o
os dados previstos para o próximo exercício, consideran-
orçamento é um sistema de autorização, ele permite
do as alterações já definidas para o próximo exercício.
um grau de liberdade de atuação dentro das linhas
Portanto, o orçamento não deixa de ser uma pura repe-
aprovadas, sendo instrumento importante para o
tição dos relatórios gerenciais atuais, só que com os
processo motivacional dos gestores operacionais.
dados previstos. Não há basicamente nada de especial
para se fazer o orçamento, bastando apenas colocar no • Um instrumento de avaliação e controle: Corisi-
sistema de informação contábil, no módulo orçamentá- derando também os aspectos de motivação e autori-
rio, os dados que deverão acontecer no futuro, dentro da zação, é lógica a utilização do orçamento como
melhor visão que a empresa tem no momento de sua instrumento de avaliação de desempenho dos gesto-
elaboração. res e controle dos objetivos setoriais e corporativos.
Contudo, convém lembrar que o orçamento tem outros
• Uma fonte de informação para tomada de deci-
objetivos, e estes devem ser buscados dentro de seu con-
são: Contendo os dados previstos e esperados, bem
junto, sendo ferramenta ideal para o processo de con-
gruência de diversos objetivos corporativos e setoriais. como os objetivos setoriais e corporativos, é imia
ferramenta essencial para decisões diárias sobre os
eventos económicos de responsabilidade dos ges-
Objetivos tores operacionais.

o orçamento pode e deve reuiiir diversos objetivos Os objetivos da corporação, genéricos, direcionam os
empresariais, na busca da expressão do plano e contro- objetivos das diversas áreas ou fxmções, que são os obje-

' PASSARELLI, João . Orçamento como instrumento gerencial. Caderno de Contabilidade, n. 1, v. 1, maio 1991. Depto. de Contabilidade
PUC/MG.
' STEDRY, A. C. In: Getting the tnostfrom budgeting. Keimedy, Alison e Dugdale, David. Management Accountíng. Londres. V.77,
n" 2, fevereiro/1999, p. 22.
190 CONTROIADGRIA ESTRATÉGia E OPERACIONAL

tívos específicos. Desta maneira, o processo de estabele- de planos operacionais até um instrumento de premia-
cer objetivos deve ser interativo, que coordena os obje- ção ou não pelo desempenho dos gestores responsáveis
tivos gerais com os específicos. Nessa linha de atuação, pelas diversas áreas e divisões da corporação.
o processo orçamentário deve permitir a participação Várias dessas funções podem ser conflitantes. Os con-
de toda a estrutura hierárquica com responsabilidade flitos são inerentes a qualquer sistema de gestão que en-
orçamentária, não devendo ser vim processo ditatorial volve delegação de responsabilidades e liberdade de ação
com uma única direção, de cima para Ibaixo. É certo por- nessas responsabilidades. Contudo, cabem ao controller e
tanto que, em última instância e em caso de dúvidas, aos executivos principais da empresa a administração
prevalecerão os critérios da corporação. e coordenação das múltiplas funções do orçamento e
Todos os „ envolvidos no processo orçamentário de seus conflitos, sempre tendo como norte a missão de
•devem ser ouvidos. Esse envolvimento permitirá uma empresa, onde estão seus objetivos principais.
gestão participativa^ çompatívelcom a estrutura de
delegação de responsabilidades^e^enrútirá o compro-
metiniento de todos os gestores dos setores específicos.
Orçamento Participativo X Ditatorial
Só assim será possível a gestão adequada da etapa final Como já vimos, o orçamento deve necessariamente ter o
do plano orçamentário, que é o controle orçamentário, envolvimento dos gestores com responsabilidade sobre
com a análise das variações e do desempenho indivi- peças orçamentárias. Portanto, um processo de orça-
dual dos gestores. mento de cima para baixo (top down), de forma imposi-
Diante dessas colocações, podemos listar alguns prin- tiva, sem nenhuma participação dos gestores - gestores
cípios gerais para a estruturação do plano orçamentário: estes que levarão a cabo os objetivos e o cvunprimento
• Orientação para objetivos: O orçamento deve se das metas operacionais - , tende a produzir resultados
direcionar para que os objetivos da empresa e dos inferiores do que sob outra proposta 3é^nHuçaõ~do
setores específicos sejam atingidos eficiente e efi- sistema orçamentário. ~
cazmente. Por outro lado, o processo orçamentário conduzido
de forma totalmente democrática (bottom up) traz tam-
• Envolvimento dos gestores: Todos os gestores res- bém os problemas inerentes a esta política de condução
ponsáveis por um orçamento específico devem de negócios. Existe a possibilidade de que os desejos,
participar ativamente dos processos de planeja- necessidades e objetivos setoriais não estejam, num pri-
mento e controle, para obtermos o seu comprome- meiro momento, coerentes com os objetivos maiores da
timento. organização. Não é incomum nesse procedimento que
• Comunicação integral: Compatibilização entre o algims gestores, menos pragmáticos, estipulem metas e
sistema de informações, o processo de tomada de objetivos exagerados, tanto no lado de incremento
decisões e a estrutura organizacional. como de redução do volvmie de atividades etc.
Em termos de tempo de execução do plano orçamen-
• Expectativas realísticas: Para que o sistema seja
tário, o modelo ditatorial é muito mais rápido, pois pou-
motivador, deve apresentar objetivos gerais e
cas pessoas fazem parte do processo de planejamento e
específicos, que sejam desafiadores, dentro da
mensviração dos programas. O orçamento totalmente
melhor visão da empresa, mas passíveis de serem
democrático, por outro lado, despende muito mais
cumpridos.
tempo, pois envolve um número razoável de idas e vin-
• Aplicação flexível: O sistema orçamentário não é das dos papéis de cálculo dos pré-orçamentos.
um instrumento de dominação. O valor do sistema Ambas as posturas, de forma extremada, fatalmente
está no processo de produzir os planos, e não nos levarão a problemas de comprometimento, motivação,
planos erh si. Assim, o sistema deve permitir corre- coordenação de objetivos e até, talvez, incorreção na
ções, ajustes, revisões de valores e planos. merisviração dos planos setoriais e gerais.
Como já salientamos, em algvim momento poderá
• Reconhecimento dos esforços individuais e de
haver necessidade de se tomar uma decisão. E em uma
grupos: O sistema orçamentário é lun dos princi-
organização, o processo de decisão segue a estrutura
pais instrumentos de avaliação de desempenho etc.
hierárquica e sempre conduzirá a que algvmi gestor, no
subir da pirâmide orgaiuzacional, tenha de tomar uma
decisão que, eventualmente, possa estar em desacordo
Conflitos com o subordinado imediatamente inferior.
Pelos objetivos, princípios e propósitos do orçamento, Dessa forma, o sistema orçamentário oscilará entre
verifica-se que ele é vim instnmiento que se presta a esses dois extremos: democracia participativa e proces-
múltiplas funções, passando pela simples mensuração so impositivo. Mas riosso eiitendimento é que ele deve
Plano Orçamentário 191

conter o ináxiinoj>ossíveLded£nipCTa£Ía^ participação sados, e, em seguida, encontradas as soluções, nem que


para o comprometimento dos gestores setoriais, porém não sejam as ideais para o momento.
deve reservar aos responsáveis dos escalões mais altos O orçamento, que contém a mensuração económica
a possibilidade de ajustes dos objetivos setoriais aos dos planos operacionais da empresa, sempre é necessá-
objetivos maiores do empreendimento, através de pro- rio para o processo de planejamento, execução e contro-
cedimentos algo mandatórios. le. As frustrações que acontecem são frutos de planos
O ponto fundamental é que o orçamento deve estar orçamentários não desenvolvidos corretamente, desde
totalmente integrado com a ailtura empresarial. As a falta de objetivos claros, de uma clara definição de res-
organizações desenvolvem um conjimto de valores, prin- ponsabilidades, da competência para obtenção dos
cípios, regras e procedimentos ambientais, que formam dados, dos procedimentos de mensiu-ação etc.
sua ciiltura específica, onde os gestores, desde a sua
entrada na organização, devem parametrizar seu com-
portamento profissional, sob pena de terem seu desem-
Vantagens do Orçamento
penho comprometido. Nesse sentido, o orçamento deve Com isso, podemos resumir as maiores vantagens do
conter as doses adequadas de participação e/ou determi- orçamento:
nação, decorrentes de sua cultura, sem prejuízo do com-
prometimento deste ferramental de Controladoria. • A orçamentação compele os administradores a
pensar à fiente pela formalização de suas respoi\sa-
bílidades para planejamento.
Validade do Orçamento
• A orçamentação fornece expectativas definidas)que
Mais recentemente, temos visto críticas ao processo orça- representam a melhor estrutura para julgamento
mentário centradas basicamente nos seguintes pontos: de desempenho subsequente.

• Ferramental ineficiente para o processo de gestão e • A orçamentação ajuda os administradores na coor-


frustração com os resultados obtidos no processo. denação de seus esforços, de tal forma que os obje-
tivos da organização como um todo sejam corvfron-
• O orçamento engessa em demasia a empresa (o
tados com os objetivos de suas partes.
plano tem de ser seguido a qualquer custo!), impe-
dindo a criatividade e o empreendimento dos ges-
tores setoriais, provocando conformismo, medo
e/ou insatisfação.
Cultura Orçamentário
• Impossibilidade de utilização deste ferramental em Para que o sistema de orçamento sempre tenha sucesso,
situações de crónica variação de preços. é preciso a criação de vima cultura orçamentária, dentro
da cultura maior da empresa. Nas organizações onde o
• Extrema dificuldade de obtenção dos dados quan- sistema de orçamento já está corisolidado, poucas dúvi-
titativos para as previsões e volatilidade do futuro.
das existem, e os objetivos, o plano e o controle orça-
• Altamente consumidor de tempo e recursos e cria- mentário são aceitos normalmente, sendo o resultado
ção em excesso de rotinas contábeis. eficaz para a entidade.
Em outras empresas, onde é necessário fazer a
• Falta de cultura orçamentária.
implantação do sistema orçamentário, seja por se tratar
• Utilização de tecnologias de informação inadequa- de vim novo empreendimento, seja pelo fato de a em-
das etc. presa não ter um sistema orçamentário já desenvolvido,
o sucesso deste sistema dependerá de como o processo
Entendemos que esses pontos levantados são impor-
será conduzido, bem como do tempo transcorrido e da
tantes para os responsáveis pela conduta do sistema e
prática orçamentária.
do processo orçamentário, mas não invalidam, de
maneira algimia, este ferramental de Controladoria. A É esperado que no primeiro ano da implantação de
teoria contábil, a teoria da decisão, os métodos quanti- um sistema orçamentário surjam muitos problemas e
tativos já desenvolvidos, a tecnologia existente etc. dificuldades, tanto de ordem técnica de valores etc,
desde há muito têm dado as soluções para a maioria como de ordem de motivação e desempenho dos gesto-
dessas questões. res setoriais. Cada um dos problemas e das dificuldades
O plano orçamentário, como qualquer outro ferra- deve ser analisado, para que estes sejam eliminados ou
mental de Controladoria, é um exercício de aprendiza- minimizados para o próximo exercício.
do permanente e só pode ser desenvolvido e atingir um No segimdo ano, novas dificuldades ou problemas
grau de utilização eficaz se praticado. Os problemas ou ainda surgirão, se bem que em menor quantidade.
dificuldades que surgem do processo devem ser anali- Provavelmente, no terceiro ano, o sistema orçamentário
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deverá estar praticamente consolidado e passando a É possível o orçamento para mais de um próximo
fazer parte concretamente da cUltura da empresa. exercício, porém, dado o caráter formal de que se reves-
Estará então criada a cultura orçamentária. Nesta te, não é recomendável, pois exige vim trabalho signifi-
ocasião, os quesitos que eventualmente poderiam inva- cativo do pessoal de Controladoria.
lidar o orçamento já estarão sob controle, e o sistema
orçamentário será, como deve ser, vim dos grandes ins-
trvmientos da gestão do processo de gestão empresarial.
Projeção
Mensuração económica das previsões, planos e orça-
mentos já definidos. As projeções não têm todo o caráter
15.2 Terminologias
formal dos orçamentos, servem-se deles e dos planos e
No processo de planejamento, estratégico ou operacio- previsões para se obterem resultados também mais agre-
nal, bem como no processo de tomada de decisão, várias gados, em nível dos demonstrativos contábeis e finan-
metodologias de tratamento dos eventos futuros são ceiros, normalmente também de utilização da cúpula
passíveis de serem utilizadas, e é comum a utilização admiiustrativa. Exemplos: projeções de resultados,
desses procedimentos com a utilização de nomenclatura balanços, fluxo de caixa etc.
corvfusa. Para podermos direcionar nosso trabalho, ado-
taremos as seguintes terminologias, que serão associa-
Simulação Económico
das aos conceitos do tratamento contábil de eventos
futuros. Mensuração económica de alternativas de planos, pre-
visões ou eventos económicos futuros. O ponto central
da simulação é a mensuração de mais de vima alternati-
Planejamento
va. Quando se tem unia única alternativa, o conceito
Criação e estabelecimento de planos gerais ou específi- correto é o de projeção. Do processo de simulação das
cos, os quais não necessariamente têm vim único critério alternativas, o gestor decide por uma a ser adotada ou
de horizonte de tempo, podendo ser planos para 1 ano utilizada. Exemplos: simulação do fluxo de caixa de
ou mais (2, 3, 4, 5... anos). Em geral, a mensuração dos cenários otimistas, moderados e pessimistas, simulação
planos tende a ser de caráter sintético, ou seja, poucos e de vários resultados de eventos económicos para deci-
grandes números, formalizados apenas o suficiente são de execução (decidir sobre uma venda, uma com-
para os executivos de cúpula da empresa. Exemplo: pla- pra, uma aplicação financeira) etc.
nejamento estratégico, plano diretor, planejamento ope-
racional etc.
15.3 Conceitos de Orçamento
Não existe vima úrúca maneira de estruturar o orçamen-
Previsão
to e, consequentemente, de como fazer o processo de
Expectativas de acontecimentos ou desejabilidades avaliação e controle. Apresentaremos a seguir, resumi-
geralmente quantitativas. Via de regra, as previsões damente, os principais conceitos existentes, que são
antecedem ao programa orçamentário e são a base para importantes, pois dão fundamento para o processo de
elaboração das peças orçamentárias. Exemplos: previ- execução do plano orçamentário.
sões de quantidades a serem vendidas, estocadas etc.

Orçamento de Tendências
Orçamento
Uma prática orçamentária muito comum tem sido utili-
Expressão formal de planos de curto prazo (um ano), zar dados passados para projeções de situações futviras.
baseados nas estruturas empresariais existentes e/ou já Tal prática tem dado bons resultados, pois, de modo
programadas. Decorre dos planos operacionais, na geral, os eventos passados são decorrentes de estrutu-
parte que é relativa ao próximo exercício contábil, ou ras organizacionais já existentes e, por conseguinte, há
seja, a programação operacional. forte tendência de tais eventos se reproduzirem, consi-
O orçamento obedece rigidamente à estrutvura infor- derando a introdução dos novos elementos componen-
macional contábil, seja do plano de contas, seja do tes do planejamento operacional da empresa.
plano de departamentalização. Seria ingénuo imaginar uma simples reprodução em
As peças orçamentárias devem ser elaboradas para tendência dos eventos passados como se fossem replica-
cada gestor do menor nível de decisão da empresa, onde dos no futuro. Na execução do orçamento de tendências
há custos ou receitas controláveis por esses gestores. sempre existirão eventos passados de conhecimento da
Plano Orçamentário 193

empresa que não se repetirão e que, portanto, não serão bém determinarão o volume das demais atividades e
reproduzidos no orçamento. Da níTesma forma, existirão setores da empresa. O orçamento é considerado estático
eventos futuros - que deverão ser orçados de outra quando a administração do sistema não permite nenhu-
maneira - que não terão tim passado onde possam ser ma alteração nas peças orçamentárias.
baseadas novas estimativas. Caso a empresa, durante o período, considere que tais
volvunes não serão atingidos, parcela significativa das
peças orçamentárias tende a perder valor para o proces-
Orçamento Base Zero so de acompanhamento, controle e análise das varia-
Esta proposta conceituai de elaboração de orçamento ções, bem como base para projeções e simulações com os
apareceu em contraposição ao orçamento de tendên- dados orçamentários. Apesar de conter um elemento crí-
cias. A filosofia do orçamento base zero está em romper tico, que é a sua estaticidade e, portanto, sem flexibilida-
com o passado, em dizer que ele nunca deve partir da de, este tipo de orçamento é muito utilizado, principal-
observação dos dados anteriores, pois eles podem con- mente para grandes corporações, notadamente as que
ter ineficiências que o orçamento de tendências acaba operam em vários países. O motivo desta utilização é a
por perpetuar. grande necessidade de consolidação dos orçamentos de
todas as suas xmidades dispersas geograficamente em
A proposta do orçamento base zero está em rediscu-
um orçamento mestre)e único da corporação.
tir toda a empresa sempre que se elabora o orçamento,
e em questionar cada gasto, cada estrutura, buscando Este orçamento consolidado é vital para que a orga-
verificar a real necessidade dele. nização tenha uma visão geral de seus negócios e resul-
tados económicos esperados para o próximo ano, para
A questão fundamental permanente para o orçamento aprovação de sua diretoria máxima. Nesse sentido, o
base zero é a seguinte: não é porque aconteceu orçamento estático é importante, já que eventuais alte-
que deverá acontecer. rações de volume em alguma de suas divisões não
necessariamente impactarão de forma sigiúficatíva no
Nessa linha de pensamento, cada atividade da empre- total dos orçamentos.
sa será rediscutida, não em função de valores maiores ou Obviamente, quando os impactos de alterações de
menores, mas na razão ou não da sua existência. voliunes em todas as unidades da corporação forem sig-
Concluída a definição da existência da atividade, será nificativos, não há por que manter um orçamento estáti-
feito um estudo, partindo do zero, de quanto deveria ser co que não tenha validade para o processo decisorial.
o gasto para sua estruturação e manutenção daquela ati-
vidade e quais seriam suas metas e objetivos. Dessa
Orçamento Flexível
forma, podemos dizer que o orçamento base zero está
intimamente ligado ao conceito de custo padrão ideal. Para solucionar o problema do orçamento estático, sur-
Em nosso entendimento, o conceito de orçamento giu o conceito de orçamento flexível. Neste caso, em vez
base zero é precursor do conceito mais atual de reenge- de um úrúco niímero determinado jd£J^2?H5Í^J^Eí?'
nharia, ou seja, rediscutir a empresa a partir de seus dução ou vendas, ou volume de^tividade setorial, a
processos e da existência necessária deles. empresa admite urna faixa de nível de atividades, onde
tendencialmente se situarão tais volumes de produção
puj^ndas.
15.4 Tipos de Orçamento Basicamente, " O Orçamento Flexível é um conjimto
de orçamentos que podem ser ajustados a qualquer
Basicamente, há dois tipos clássicos de orçamento: o nível de atividades."'
estático e o flexível. A base para a elaboração do orçamento flexível é a
perfeita distinção entre custos fbcos e variáveis. Estes
seguirão o volimie de atividade, enquanto os custos
Orçamento Estático
fixos terão o tratamento tradicional.
É o mais comimi. Elaboram-se todas as peças orçamen- Apresentamos na tabela 15.1 um modelo de orça-
tárias a partir da fixação de determinado voltmie de mento flexível, de forma sintética, adaptado de
produção ou vendas. Estes volimies, por sua vez, tam- Homgren, Simdem e Stratton.*

'HORNGREN, Charles T. Introdução à contabilidade gerencial. 5» ed. Rio de Janeiro: Prentice-Hall, 1985, p. 137.
* HORNGREN, Charles T., SUNDEM, Gary L., STRATTON, William O. Introduction to management accountíng. 10» ed. Upper
Saddle River. New Jersey: Prentice-HaU, 1996, p. 296.
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Tabela 15.1 Orçamento flexível paro vários níveis de atividade de produção ou vendas

OrçaiiKirto por Uoidaik Dados


Urilms

Níveis de Atividades ~ EM Uiildodes (EnR$) 7.000 S.0O0 9.000

Vendas 31,00 217.000 248.000 279.000

Materiais e Componentes 21,00 147.000 168.000 189.000

Outros Custos e Despesas Variáveis 0,80 5.600 6.400 7.200

Somo - Custos e Despesas Variáveis 21,80 152.600 174.400 196.200

9,20 64.400 73.600 S2J00

Orçamento - Gastos Mensais

Custos Fixos de Monufoturo 37.000 37^0 37.000

Despesas Comerciais e Administrativas 33.000 33.000 33.000

Total Custos e Despesas Fixas 70.000 70.000 70.000

Resultado Operadood (5.600) 3.600 12J00

O enfoque do orçamento flexível é possível, então, Management - , podem elaborar seus orçamentos flexíveis
com os eventos que têm a possibilidade de uma mensu- considerando como quantidades ou nível de atividade
ração unitária, que correspondem aos dados variáveis, os dados quantitativos gerados pelos direcionadores de
como apresentado na primeira parte da Tabela 15.1. custo. Estes seriam considerados, para fins de orçamen-
Associando-se aos volumes possíveis, pode-se fazer to, como os dados variáveis, podendo-se, então, elaborar
quantos orçamentos flexíveis forem necessários ou dese- orçamentos para cada atividade, mesmo que tradicional-
jados. Os gastos fbcos continuam sendo apresentados mente de gastos indiretos, com o conceito de orçamento
dentro do enfoque tradicional do orçamento, que é o flexível por atividade.
orçamento estático, que corresponde à Parte 11 da tabela.
Um outro erifoque do orçamento flexível é não assu-
mir nenhuma faixa de quantidades ou nível de ativida-
Orçamento Ajustado
de esperado. É feito apenas o orçamento dos dados imi- É um conceito derivado do orçamento flexível, é um
tários, e as quantidades a serem assvimidas seriam as segvmdo orçamento, que passa a vigorar quando se
que realmente acontecem. Entendemos que, apesar de modifica o volume ou nível de atividade inicialmente
ser um conceito com algtuna apUcação, foge ao fimda- planejado, para um outro nível de volimie ou de ativi-
mento do orçamento, que é prever o que vai acontecer. dade, decorrente de um ajuste de plano. Em outras
Esse conceito dificulta, em muito, a continuidade do palavras, ele é o ajuste efetuado nos volxmies planeja-
processo orçamentário, que são as projeções dos dos dentro do conceito de orçamento estático ou inicial.
demonstrativos contábeis. É óbvio que sempre poderão ser feitos quantos orça-
mentos ajustados forem necessários. Em suma, sempre
Orçamento Flexível e Gestão por Atividades que houver necessidade de ajustar os volimies planeja-
dos para outro nível de volume, convém refazer o orça-
Os defensores dos conceitos de Gestão Estratégica de mento com as novas quantidades, o qual é chamado de
Custos, que têm como ferramentas básicas o Custeio orçamento ajustado, contrapondo-se ao primeiro, que
ABC - Activity Based Costing - e o ABM - Activity Based seria denominado orçamento original.

Orçamento Original (+/-) Ajustes de Volumes = Orçamento Ajustado


(Volumes Planejados) (Volumes Ajustados)
Plano Orçamentário 195

Orçamento Corrigido forem decorrentes de inflação e, principalmente, de


eventos pactuados contratualmente (cláusulas de rea-
o conceito de orçamento corrigido é o ajuste do orça- justes baseadas em índices de inflação futura) ou
mento original, de forma automática, sempre que houver impostas pelo governo através de suas taxas e preços
alteração de preços em função de irvflação. É importante administrados, é aceitável a adoção desse conceito
ressaltar que nem todas as empresas aceitam pacifica- de orçamento, já que não há uma possibilidade clara de
mente este conceito, já que, para muitas delas, as altera- controlabilidade pelo gestor do orçamento.
ções de preços são de responsabilidade dos gestores Outrossim, a correção automática de orçamentos por
setoriais, e elas devem fazer parte as variações orçamen- outras variações de preços, que não decorrentes de
tárias e justificadas, mesmo que ocasionadas por fenóme- cláusulas de reajustes ou preços impostos, onde cabe
no inflacionário. atuação e, portanto, controlabilidade do gestor, não
Nosso entendimento é que, se as alterações de preços deve ser incorporada automaticamente ao orçamento.

Orçamento Original (+/-) Variação de Preços = Orçamento Corrigido


(Preços Originais) por Inf lação (Preços Corrigidos)

Budget e Forecast lizado, o orçamento deverá ser elaborado também em


uma moeda forte. Esta deverá ser a moeda que a
A terminologia inglesa budget é a mais utilizada entre as empresa mais transacione ou que seja a mais comum
empresas transnacionais e se refere ao orçamento den- como linguagem de seus negócios.
tro do conceito estático. A terminologia/orerasí é utiliza- Nesses casos, é possível que seja muito dificultoso,
da para o conceito de projeções. até antieconômico, elaborar o orçamento em um grau
É muito comum, nas empresas transnacionais, cha- de detalhe muito grande de suas contas contábeis.
mar também de forecast à soma dos dados reais mensais Provavelmente, as peças orçamentárias deverão ser ela-
já acontecidos no período mais os dados restantes do boradas em contas mais sintéticas, dependendo, obvia-
orçamento a cumprir. Não deixa de ser também um mente, de cada peça orçamentária.
conceito de projeção para os dados do período todo. Quando há ocorrência de inflação, a gestão do custo
Neste conceito, as variações entre o orçamento e o real dos recursos e das receitas tende a ficar mais complexa
dos meses já acontecidos são desprezadas, prevalecen- e, com isso, há uma tendência de gerir a entidade com
do os dados reais, que são, então, somados aos meses números mais agregados, pois os dados detalhados,
restantes para cumprir o período orçamentário, fvmcio- que são transacionados na moeda fraca do país, tendem
nando esses dados como a melhor projeção para todo o a perder significância nos períodos seguintes.
período em questão. Contudo, convém reafirmar que, mesmo em caso de
ambiente inflacionário, o ferramental do orçamento
continua válido e tão imprescindível quanto em am-
15.5 Orçamento, Inflação e Moedas
biente de estabilidade monetária.
Uma questão que é sempre discutida é a validade ou
não do sistema orçamentário em ambientes económicos
sob condições de inflação crónica, com índices significa-
Orçamento Corrigido
tivos e variados de variação geral de preços. A técnica tradicional de ajustar o orçamento em decorrên-
Para nós, o sistema orçamentário é válido para qual- cia do fenómeno inflacionário é o orçamento corrigido,
quer entidade em qualquer situação conjuntural. que já explicamos anteriormente. Neste caso, admite-se
Para tanto, é necessário o entendimento dos efeitos di- naturalmente a correção das peças orçamentárias pelo
versos da inflação nos diversos segmentos do sistema índice de inflação específico de cada gasto ou receita,
orçamentário e tratar adequadamente cada peça orça- mantendo-se num orçamento original os valores irúcial-
mentária à luz dos efeitos específicos que a inflação e a mente orçados.
possível correção monetária causam a cada segmento
do orçamento.
Orçamento em Moeda Estrangeira
Orçamento e Inflação Independente do fenómeno inflacionário, o orçamento
Quando há inflação persistente, com índices variados em moeda estrangeira pode vir a ser necessário caso a
ou crescentes e, conjvmtamente, um processo de indexa- empresa faça parte de um grupo transnacional, que
ção ou correção monetária generalizado ou semigenera- deva consolidar seus demonstrativos projetados.
196 CONTROUDORIA ESTRATÉGICA E OPERACIONAL

Para empresas que não tenham essa obrigatoriedade Organização do Orçamento


organizacional, o orçamento em moeda estrangeira pode
vir a ser necessário para fins de comparabilidade com Compreende um conjunto de medidas e estruturas. A
concorrência externa, avaliação de investimento etc. seguir apresentamos um painel para a organização do
A estruturação do orçamento em moeda estrangeira processo orçamentário e de sua implantação anual e
está baseada nos seguintes critérios: execução, sem o objetivo de esgotar o assxmto.
• Mensuração anterior dos dados históricos em moe- • Comité orçamentário: Deve ser instalado um
da estrangeira, para parametrizar os dados a serem comité, que decidirá pela visão maior do orçamen-
incorporados no orçamento. to anual, composto normalmente das diretorias,
• Dados previstos passíveis de serem mensurados mais o controller e o responsável direto pelo proces-
em moeda estrangeira. so orçamentário.
• Premissas orçamentárias: Cabe ao comité orça-
• Previsão das taxas de câmbio para transformação
mentário a definição das regras maiores e gerais a
dos dados em moeda corrente previstos para moe-
vigorarem para o próximo orçamento, que são as
da estrangeira.
premissas orçamentárias.
• Adoção de um critério de transformação (taxas
• Modelo do processo orçamentário: Cabe também
mensal, média, diária etc).
ao conútê orçamentário a definição do modelo de
• Introdução dos critérios de transformação dos de- condução do processo orçamentário, modelo este
monstrativos contábeis em outras moedas. que deverá ser totalmente coerente com o subsiste-
ma institucional do sistema empresa, decorrente de
suas crenças e valores.

Orçamento em Moeda Corrente • Estrutura contábil: Cabe ao controller, corisideran-


do a missão e objetivos da empresa, estruturar e
Independente de qualquer situação de utiUzação de morútorar o sistema de informação contábil, que
orçamento em outro padrão monetário, há necessidade atenda a todos os princípios orçamentários defini-
da elaboração do orçamento em moeda corrente. Esta dos pela empresa. Neste tópico constam as seguin-
necessidade impõe-se porque, efetivamente, todas as tes necessidades:
transações são efetivadas na moeda corrente do país, . Definição dos critérios de contabiUzação
mesmo que tenham algum indexador (correção mone- das receitas e despesas.
tária, taxa de câmbio). . Definição dos critérios de distribuição de
Adicionalmente, as projeções dos demonstrativos gastos, se houver necessidade.
contábeis devem ser feitas necessariamente em moeda . Elaboração de manuais para os procedi-
corrente, tendo em vista que todos os aspectos tributá- mentos acima.
rios do país são medidos em moeda corrente e envol- . Estruturação da conta contábil.
vem todo o sistema orçamentário; as receitas e despesas .Defirúção das áreas de responsabilidade
financeiras, que sofrem também os efeitos inflacioná- para incorporação à conta contábil.
rios, só podem ser obtidas na moeda corrente.
. Definição e criação das tabelas de unidades
de negócios, centros de lucros e de custos e
suas respectivas Ugações hierárquicas.

15.6 Organização e Processo de Elaboração . Estruturação do plano de contas contábil.


• Sistemas de apoio: Cabe ao controller a definição
das tecnologias de informação e sistemas de apoio
o sistema orçamentário compreende o conjunto de pes-
para execução dos cálculos e lançamentos orça-
soas, tecnologia administrativa, sistemas de informação,
mentários no sistema de informação contábil.
recursos materiais disponibilizados e a administração
do sistema para execução dos planos orçamentários. • Relatórios: Cabe ao controller a definição dos relató-
Cabe ao controller a administração do sistema orça- rios orçamentários de preparação dos orçamentos,
mentário, que recebe esta delegação da cúpula da bem como dos relatórios para acompanhamento e
empresa, seja dos proprietários, seja da diretoria admi- controle.
rústrativa e financeira. Ele é quem deve liderar a orgaru- • Cronograma: Cabe ao controller a liderança da exe-
zação do processo orçamentário tanto na sua estrutiura cução do cronograma orçamentário em todas as
informacional como nos cronogramas de execução. suas etapas (previsão, reprojeção e controle).
Plano Orçamentário 197

Passos do Preparação do Plano Orçamentário A fase de previsão comporta todo o trabalho de cál-
culo propriamente dito em que se coloca no papel aqui-
Em linhas gerais, podemos generalizar os seguintes lo que a empresa espera e prevê que vá acontecer para
passos da execução do plano orçamentário:^ o próximo exercício. É a etapa de elaboração dos qua-
dros orçamentários.
• Estabelecer a missão e os objetivos corporativos.
Esta primeira fase deve ser iniciada ao redor de seis
• Estruturar as assimções ambientais; a partir destas,
meses antes do exercício a ser orçado, e é onde se verifi-
determinar o fator limitante, normalmente vendas
cam as condições atuais da conjimtura económica, das
(é possível que em determinados empreendimen-
políticas de controle de preços, estimativas de inflação
tos o fator limitante seja a produção, tipo jazidas etc. Em geral, é nesta etapa que são desenhados os cená-
minerais etc). rios económicos imagináveis ou possíveis, considerados
• Elaborar o orçamento a partir da função restritiva sempre dentro de condições probabilísticas. Informações
do fator limitante. como: tamanho e variação do PIB, tamanho do mercado,
• Elaborar os outros orçamentos coordenando-os participação da empresa no mercado, forças concorren-
com o fator limitante e os objetivos corporativos. ciais, consimio efetivo versus consumo teórico etc. devem
ser consideradas para o processo de previsão.
• Sintetizar todos os orçamentos para produzir o
Na segunda etapa, os dados orçados são submetidos
orçamento mestre.
aos setores responsáveis. Após o retomo das peças orça-
• Rever o orçamento mestre à Itiz dos objetivos cor- mentárias e respectivas críticas, será feito o acerto das
porativos. previsões iniciais. Esses dados deverão estar prontos
• Aceitar o orçamento mestre, ou, se este não estiver entre mn e dois meses antes do início do exercício, de
de acordo com os objetivos corporativos, voltar ao forma que os responsáveis por todas as áreas da empre-
segimdo passo e repetir o processo até o orçamen- sa já se programem para o ano que se iniciará.
to ficar aceitável. A etapa de controle é a última etapa, onde se verifica
• Monitorar os resultados reais contra os resultados se os objetivos previstos foram atingidos, através da
orçados e reportar variações. análise das variações, em que serão analisados o desem-
penho das áreas de responsabilidade e eventuais corre-
• Como resultado das variações: tomar ações correti-
ções necessárias a serem feitas.
vas para eliminar as variações ou revisar os orça-
mentos mestres ou subsidiários para acomodá-las.
Modelo do Processo Orçamentário
Processo de Elaboração o processo de elaboração apresentado anteriormente
pode ser considerado como genérico. Porém, a empresa
Em linhas gerais, o processo de elaboração corista de deve defirúr com precisão todas as etapas do processo,
três grandes fases: bem como, e o mais importante, a ordem delas, princi-
palmente para as fases de previsão e reprojeção.
• Previsão.
A seguir, apresentamos dois modelos: o primeiro
• Reprojeção. seguindo a linha geral já apresentada, e um outro, alter-
• Controle. nativo, de caráter mais participativo.

QMdro 15.1 Modelo genérico de processo orçamentário

BqMB Áreo Responsável

Etapa 1 - Preparação das peças orçamentários Controladoria

Etapa 2 - Aprovação inicial Comité Orçamentário

Etapa 3 - Remessa aos responsáveis Controladoria

Etapa 4 - Retorno das peças orçamentários Todos as áreas com responsáveis por

com as sugestões dos responsáveis peças orçamentários

Etqia 5 - Revisão dos orçamentos recebidos Controladoria e Comité Orçamentário

Etapa 6 - Ajuste dos sugestões em cimo dos reorientações do Comité Controladoria e Áreas Responsáveis
confinuo

'Adaptado de KENNEDY e DUGDALE. Op. cit., p. 22.


(

198 CONTROLADORIA ESTRATÉGICA E OPERACIONAL

Quadro 15.1 Continuação

Etapas AKaResponsóvol

Etapa 7 - Conclusão dos paços orçamentárias Controladoria

Etapa 8 - Elaboração do orçamento geral e Controladoria


Projeção dos Demonstrativos Contábeis

Etapa 9* - Controle Orçamentário Controladoria

Etapa 10*- Reporte das Variações Áreas Responsáveis

* Etapas mensais rotineiras do controle entre o real e o orçado, já em execução no período analisado.

Este modelo de processo orçameritário parte do pres- A crítica que se depara neste instante é de uma falta
suposto de que a Controladoria é o setor ideal para ela- de participação, trazendo conotação ditatorial ao pro-
borar a primeira versão dos orçamentos, porque ela cesso. Não temos esse entendimento, porque na Etapa 4
detém todas as informações e objetivos da corporação, os gestores setoriais terão todas as condições de fazer
tendo, portanto, mais condições de elaborar a primeira suas sugestões, agora já de posse de irvformações sobre
versão das peças orçamentárias. Essas informações e as premissas gerais para a empresa. Após a Etapa 6,
objetivos constam das premissas orçamentárias defini- haverá o consenso e o comprometimento dos gestores
das pelo Comité Orçamentário. setoriais, fortalecendo e dando a transparência necessá-
Nesta mesma linha, o segimdo pressuposto é que os ria para todo o processo.
gestores setoriais, por não terem todo o conjxmto de Algtms estudiosos sugerem um modelo totalmente
iriformações e objetivos da corporação, poderão elabo- participativo. Nesse sentido, o primeiro input deve ser
rar suas propostas de orçamento com base apenas nos dado pelos gestores setoriais e só posteriormente a dire-
objetivos setoriais, que, posteriormente, poderão não ção da empresa se manifestará. Apresentamos no Quadro
ser validados pela corporação. 15.2 um modelo alternativo claramente participativo.

Quadro 15.2 Modelo participativo de processo orçamentário

Etapas ÁnaRospwsável

Etapa 1 - Preparação dos peças orçamentárias Todas as áreas responsáveis por peças orçamentárias

Etapa 2 - Revisõo dos peças recebidas Controladoria

Etapa 3 - Discussão com os responsáveis Controlodorio e áreos responsáveis

Etapa 4 - Análise poro aprovação Controladoria e Comité Orçamentário

Etapa 5 - Retorno das peças orçamentários Controladoria

com os sugestões e determinações do Comité

Etapa 6 - Ajuste dos sugestões e determinações do Comité Controladoria e Áreas Responsáveis

Etapa 7 - Análise final poro aprovação Controladorio e Comité Orçamentário

Etapa 8 - Conclusão dos peças orçamentários Controladorio

Etapa 9 - Elaboração do orçamento geral e Projeção dos Controladoria


Demonstrativos Contábeis

Etapa 10 - Controle Orçamentário Controladoria

Etapa 11 - Reporte dos Variações Áreas Responsáveis


Piono Orçamentário 199

Este segundo modelo evidencia claramente maior


15.7 Construção de Cenários e Elaboração
participação. Em linhas gerais, o primeiro pode deman-
dar menos tempo para todo o processo, pois o dado ini-
de Premissas
cial tende a estar mais bem estruturado e coordenado
Duas tarefas são reservadas ao Comité Orçamentário
com os objetivos da corporação, já que é primeiramente
em conjunto com a Controladoria: a coristmção dos
elaborado pela Controladoria. A tendência do segundo
cenários e a defirúção das premissas para o próximo
é demorar mais tempo, pois é possível que os gestores exercício que será objeto do plano orçamentário.
setoriais tenham desejos ou metas que possam vir a
estar em desacordo com as premissas gerais da empre-
sa. Com isso, é possível que haja maiores divergências Construção de Cenários
por ocasião das sessões de ajustes, concorrendo mais
É uma etapa que se sucede à leitura do ambiente, confor-
uma vez para tempo maior.
me expiaremos no Capítulo 9. Enquanto a leitura do
De todo o modo, qualquer dos dois modelos será efi- ambiente tem imi caráter de maior permanência, já que
caz na cultura da empresa, e eles é que formarão a base não existe necessidade de que ela seja feita periodica-
da cultura orçamentária. É imprescindível que o sistema mente, a constmção de cenários deve ser realizada para
orçamentário seja vivo, motivador, útil para a empresa e o exercício em questão, se for necessário, e para o próxi-
tenha o comprometimento contínuo de todos. mo exercício, necessariamente, ou, no máximo, para os
dois próximos exercícios. O objetivo da constmção de
cenários é fundamentar as premissas orçamentárias.
Tanto a leitura do ambiente quanto a constmção de
Cronograma
cenários são iristrumentos para o Planejamento Estra-
tégico, pois Udam com iriformações sobre o macroam-
As etapas sugeridas nos modelos de processo orçamen-
biente, económico, político e social. Enquanto a leitura
tário podem e devem ser traduzidas em datas e, se for o
do ambiente deve abranger todas as variáveis e entida-
caso, com algimi detalhamento maior ainda. Desta des que afetam o sistema empresa, sejam internas ou
maneira, o controller e sua equipe deverão elaborar imn externas, a constmção de cenários é fundamentalmente
cronograma que compreenda todo o processo de elabo- ligada com o ambiente macroeconómico e suas implica-
ração do orçamento, desde o início das atividades da ções visíveis à empresa e seu setor.
primeira etapa até a data de execução dos lançamentos É^omumasjeinpi^^ especialistas ou
orçamentários no sistema de informação contábil. consultorias na área macroeconómica para esta tarefa. A
Na Tabela 15.2 damos imi exemplo de cronograma. maior parte das instituições financeiras e de investi-
mentos tem ima setor específico paira esta tarefa, bem
como também fornecem seus cenários elaborados para
seus cUentes, cabendo^lhes aceitar ou rião. Mesmo que a
Utilização do Tecnologia de Informação organização contrate esse serviço, é imprescindível que
o controller e os participantes do conútê orçamentário
A existência hoje de Sistemas de Suporte à Decisão, alia-
participem da leitura e do processo úe discussão das
do aos conceitos de bancos de dados tipo data warehou- variáveis encenadas.
sing, penrute facilitar, sobremaneira, o trabalho de orça- As fontes de dados para a constmção de cenários são
mentação de qualquer peça. Se a empresa tiver acesso a as existentes na mídia, nas publicações especializadas,
esse tipo de apUcativo, e este seja de fácil manuseio, nas associações de classe, entidades governamentais
facilitará sobremaneira todo o processo orçamentário. etc, que devem ser analisadas e transformadas em
Esses aplicativos permitem a extração de dados do informações que permitam indicar os caminhos mais
sistema contábil tradicional, para os cálculos e pré-orça- prováveis a serem seguidos.
mentos, com possibilidade de introdução de diversos A técrúca mais utilizada é traduzir as variáveis
modelos matemáticos e estatísticos para tratamento dos macroeconómicas em dois ou três cenários mais prová-
veis, que são decorrentes da leitura das perspectivas
dados, bem como o posterior retomo ao sistema contá-
baseadas no atual ambiente econôiiúco. As informações
bil para introdução das informações orçadas nos perío-
geradas constantes no cenário tido como o mais prová-
dos orçamentários.
vel deverão ser assumidas para direcionar as premissas
Todavia, ainda tem sido muito comum a utilização de do plano orçamentário para o próximo período.
idanilhas eletrônicas tipo Excel, com a núgração, através Na Tabela 15.3 apresentamos um quadro exemplifi-
de mídia eletrôiúca especializada, para o sistema de infor- cativo de cenários construídos. Em princípio, os dados
mação contábU, após o término de todas as peças orça- do cenário moderado deverão ser os que a empresa
mentárias sob a forma de lançamentos orçamentários. adote como mais prováveis.
Tabela 15.2 Cronograma do processo orçamentário

Etapas do Processo Orçamentário Responsável Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Plano em Afõo

1. Estabelecimento da Missão e Objetivos Corporativos Presidêncio


—— — —
2. Análise do Ambiente Diretoria
Controladoria

3. Construção dos Cenários Diretoria


Controladoria

4. Estabelecimento do Fator Limitante (volume de vendas/produção) Diretoria

5. Definição dos Premissas Orçamentários Gerois Controladorio


Diretoria

6. Definição dos Premissas Específicos (despesas etc.) Controladoria

7. Elaboração das pecos orçamentários Controladoria

8. Aprovação Inicial Comité


Orçamentário

9. Primeira Revisão Gestores
Responsáveis

10. Segunda Revisão Controladoria

11. Revisão Final Gestores


Controladoria

12. Aprovação do Plano Orçamentário Comité


Orçamentário

13. Conclusão das Peças Orçamentárias Controladorio

14. Projeção dos Demonstrativos Contábeis Controladoria

15. Validação Rnol Presidêncio


Diretoria

16. Remessa dos Peças aos Responsáveis Controladoria


— —
17. Controle Orçamentário Controladoria
Gestores
—— —
18. Reporte das Variações Gestores
Controladoria
Plano Orçamentário 201

Voriáveis II III
Otimista Hwannao PessMsta
(Em%) (EM%) (Eai%)

Probabilidade 25,0 50,0 25,0

PIB-Mundial-Variação 2,5 1,5 0,5

PIB-EUA-Variação 4,0 2,5 1,5

PIB - Europa - Variação 3,5 2,0 1,0

PIB - Jopão - Variação 3,0 1,5 0,5

PIB-Brasil-Variação 0,5 •2,0 -4,0

Balanço de Pagamentos - US$ bi 4,0 6,0 8,0

Reservas Internacionais - US$ bi 30,0 32,0 34,0

Déficit Público-% do PIB 4,0 4,5 5,0

Dívida Externa-USSbi 200 198 196

Juros Nominais 20,0 24,0 28,0

Taxo de Câmbio 5,0 7,0 9,0

Infloção onuol - IPC 12,0 10,0 8,0

Toxa Média Desemprego 7,5 8,5 9,5

Crescimento do Setor 10,0 5,0 -


Crescimento da Empresa 12,0 7,0 2,0

Crescimento do Unidade de Negócio 1 15,0 12,0 10,0

Crescimento da Unidade de Negócio 2 10,0 9,0 7,0

Premissas Orçamentárias investimentos e financiamentos, logística etc, são passí-


veis de ser asstmiidas em termos quantitativos.
Após a escolha do cenário mais provável, a Contro- Além disso, a direção da empresa já tem condições
ladoria deverá preparar o quadro de premissas para o de estabelecer outras prenússas, fmto das decisões de
plano orçamentário, que deverão, posteriormente, ser vendas e investimentos, bem como decorrentes de polí-
aprovadas pelo Comité Orçamentário e tomadas como ticas administrativas e financeiras, ou mesmo de caráter
o hmdamento para o processo de elaboração das peças discricionário, ou seja, impostas. Todo o conjimto de
do orçamento. premissas, que possam ser quantificáveis e sejam ele-
As premissas decorrem do cenário escolhido. Atra- mentos que devem ser trabalhados nas peças orçamen-
vés de informações e dados que já dispõem no seu Sis- tárias, deve ser explicitado.
tema de Irrformação de Acompanhamento do Negócio, Consideramos como premissas orçamentárias os
a cúpula diretiva tem conhecimento e percepção geral dados de ordem geral e que tendem a afetar, direta ou
do que deve acontecer com os negócios da empresa indiretamente, toda a empresa e que, depois de assu-
caso aconteça o cenário mais provável. Nesse sentido, midas, devem ser rigorosamente respeitadas sem dis-
as informações básicas para delinear o plano orçamen- cussão.
tário, tais como: comportamento das vendas, produção, O Quadro 15.3 é exemplificativo de premissas gerais
novos negócios e oportunidades, necessidades de para o processo de elaboração das peças orçamentárias.
202 CONTROLADORIA ESTRATÉGICA E OPERACIONAL

Quadro 15.3 Premissas orçamentárias gerois

Programo de Produção - Unidades/Ano 200.000

Número de Funcionários 4.500

Encargos Sociais Previstos - Médio 92,0%

Horas extras máximos 2,0%

Aumentos Salariais - Doto-Bose 4,0%

Aumentos de Mérito - % Mensal 0,2%

Taxo de Câmbio-% 7,0%

Taxo de US$ - Inicial R$ 1,65

Toxa de US$-Rnol RS 1,765

Inflação Anual-Pois-% 10,0%

Aumento de Listo de Preços - % 5,0%

Inflação Interna - % 7,6%

TJLP - Empréstimos Nocionois 15,0%

Taxo de Juros Médio - Empréstimos Btrangeiros 8,5% + Câmbio

Taxo de Juros Médio - Aplicações Rnonceiros 16,0%

IR Retido Fonte Aplicações Rnonceiros 15,0%

Investimentos Necessários RS 1.600.000

Política de Contas o Receber 50 dias

Politica de Estocogem 90 dias

Politica de Fornecedores 30 dias

Estratégia e Orçamento de Informação Contábil, para que, no próximo período,


tenhamos os relatórios de controle através de compara-
As premissas orçameritárias fazem parte do corijimto de ção com os dados reais.
iriformações do plariejamerito operaciorial. Os cenários Desta maneira, podemos evidenciar esse processo
fazem parte do conjunto de informações do Plane- imindo o Planejamento Estratégico e o Planejamento
jamento Estratégico. As premissas fundamentarão a Operacional, considerando os principais ii\stnmientos
construção do orçamento. Concluídas todas as peças or- informacionais que suportam esses processos dentro da
çamentárias, estas deverão ser incorporadas ao Sistema empresa.

I H
Planejamento Estratégico Ptonejamenio Operacional

Leitura e Análise .Construção de ...Rremissos LStemas de


, do Ambiente Cenários nentárias formações

Figura 15.1 Estratégia, plano orçamentário e sistemas de informações


Plano Orçamentário 203

15.8 Estrutura do Plano Orçamentário Orçamento de Investimentos e Financiamentos


Este segmento do plano orçamentário contém as se-
o plano orçamentário contempla três grandes segmentos:
guintes peças orçamentárias:
• O orçamento operacional.
• Orçamento de investimentos (aquisições de inves-
• O orçamento de investimentos e financiamentos. timentos, imobilizados e diferidos).
• A projeção dos demonstrativos contábeis (também • Orçamento de financiamentos e amortizações.
chamado de orçamento de caixa).
• Orçamento de despesas financeiras.
Via de regra, este segmento do plano orçamentário
fica restrito a algtmias pessoas, em geral da direção, o
Orçamento Operacional responsável pela Tesouraria e o controller.

É o que contém a maior parte das peças orçamentárias,


pois engloba todos os orçamentos específicos que atin- Projeção dos Demonstrativos Contábeis
gem a estrutura hierárquica da empresa, englobando as
É o segmento do plano orçamentário que consolida
áreas administrativa, comercial e de produção. O orça- todos os orçamentos. Parte do Balanço Patrimonial ini-
mento operacional equivale, na demoristração de resul- cial incorpora o orçamento operacional e o orçamento
tados da empresa, às informações que evidenciam o de investimentos e financiamentos, projeta as demais
Lucro Operacional, ou seja: vendas, custo dos produtos, contas e conclui com mn Balanço Patrimonial final.
despesas administrativas e comerciais. Compreende as seguintes peças orçamentárias:
O orçamento operacional compreende as seguintes
• Projeção de outras receitas operacionais e não-ope-
peças orçamentárias:
racionais e despesas não-operacionais.
• Orçamento de vendas. • Projeção das receitas financeiras.
• Orçamento de produção. • Projeção da Demonstração de Resultados do perío-
do orçamentário.
• Orçamento de compras de materiais e estoques.
• Projeção do Balanço Patrimonial ao fim do período
• Orçamento de despesas departamentais.
orçamentário.
O orçamento de despesas departamentais, ou por • Projeção do Fluxo de Caixa.
centro de custo, inclui as despesas de cada setor com • Projeção da Demonstração das Origens e Aplica-
um responsável dentro da empresa por gastos controlá- ções dos Recursos.
veis e inclui: • Análise financeira dos demonstrativos projetados.

• consimio de materiais indiretos pelo centro de Identicamente ao orçamento de investimentos e


custo; financiamentos, este segmento do plano orçamentário
fica restrito à cúpula diretiva e ao controller.
• despesas com mão-de-obra direta;
Nos próximos cinco capítulos trataremos de todos
• despesas com mão-de-obra indireta; esses orçamentos com maior grau de detalhamento.
• gastos gerais do centro de custo; E na Figura 15.2 apresentamos xim resvimo do esquema
geral de um plano orçamentário e suas peças principais.
• depreciações do centro de custo.
204 CONTROLADORIA ESTRATÉGICA E OPERACIONAL

JtçQfnento de
íj'^rodução
Orçamento
J
ento de
Operacional
Ifirçamento de
s-Compras

mento de
umo de
:|'Materiais
í ; Custo dos
I jf--Produtos
Orçamento de t-',;. Vfendidos
^ j Despesas
D^portamentois

PfO|f!ÇMí' do
iwnstração do
Resultados

Orçamento de T Projeção dos
Investimentos e :!OíÇa'Tiento de ito de Investimentos e
Despesos !'•Receitas Demonstrativos
Financiamentos
f:;-' Financeiras Rnonceiros
Pi'j|(.V 10 do Contábeis
Balanço
r.. Patrimonial
Orçamenio dc; •.OrçíiFi"-nto de ..Orçamento de
• Investimentos "ílnanciamenlos . Caixa

Figura 15.2 Esquema geral do plano orçamentário

Questões e Exercícios 5 Coloque nos espaços em branco as letras que corres-


pondem a cada conceito de orçamento.
1 o que é orçamento e quais os principais objetivos de a) feito a partir da rediscussão da necessidade ou não
lun plano orçamentário? de cada gasto
2 Quais são os segmentos do plano orçamentário? ( ) Orçamento Flexível
Discorra sobre cada imi deles. b) Orçamento feito a partir de determinado volume
3 Existem questionamentos sobre a validade de se ela- de produção/vendas
borar um plano orçamentário em economias com infla- ( ) Orçamento de Tendências
ção crôruca. Apresente algims argiunentos contra e
c) Orçamento feito considerando diversos níveis de
outros a favor de se fazer orçamento em ambiente infla-
volxmie de produção
cionário. Dê sua opinião sobre o assimto.
( ) Orçamento Base Zero
4 Caso uma empresa, tendo em vista um ambiente infla-
d) Orçamento feito a partir de observação de dados
cionário no país, deseje fazer o plano orçamentário em
moeda forte, isto toma desnecessária a feitura do orça- passados
mento na moeda corrente do país? Justifique. ( ) Orçamento Estático
Plano Orçamentário 205

6 Analise o atual ambiente empresarial e elabore três dos cenários construídos no exercício anterior, elabore
cenários possíveis (otimista, moderado e pessimista). vim quadro de premissas gerais para conduzir vim pro-
Faça suas ponderações sobre os dados e as variáveis cesso orçamentário para o ano seguinte. Apresente o
consideradas. máximo possível de dados e variáveis, justificando
cada uma delas.
7 Tome como referência a empresa em que trabalha ou
qualquer outra corúiecida, e, partindo da adoção de um

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