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PLANO ORÇAMENTÁRIO

WELLINGTON TROGLIO
PLANO ORÇAMENTÁRIO

A base da Controladoria Operacional é o processo de planejamento e controle


orçamentário, cujo orçamento constitui na ferramenta de controle por excelência
de todo o processo operacional, pois envolve todos os setores da empresa.

Orçamento é “... nada mais é do que colocar na frente aquilo que está
acontecendo hoje “.

Orçamento é a expressão quantitativa de um plano de ação e ajuda à coordenação


e implantação de um plano.

Planejamento

Orçamento Controle
Coordenação
PLANO ORÇAMENTÁRIO

Orçar significa processar todos os dados constantes do sistema de informação


contábil atual, introduzindo os dados previstos para o próximo exercício, assim
como suas alterações.

O Orçamento pode e deve reunir diversos objetivos empresariais, na busca da


expressão do plano e controle de resultados. Portanto, o plano orçamentário não
serve apenas para prever o que vai acontecer e seu controle.

O ponto fundamental é o processo de estabelecer e coordenar objetivos para


todas as áreas da empresa, de forma tal que todos trabalhem sinergicamente em
busca dos planos de lucros.
PLANO ORÇAMENTÁRIO
Exemplos de propósitos gerais que devem estar contidos no plano orçamentário:
• Orçamento como sistema de autorização: orçamento aprovado significa
liberação de recursos (aprovação) para todos os setores da empresa
minimizando o processo de controle.

• Meio para projeções e planejamento: conjunto das peças orçamentárias será


utilizado para o processo de projeções e planejamento.

• Canal de comunicação e coordenação: instrumento para comunicar e


coordenar os objetivos corporativos e setoriais.

• Instrumento de motivação: os gestores operacionais sentem-se motivados com


o orçamento liberado (aprovado).
PLANO ORÇAMENTÁRIO
• Instrumento de avaliação e controle: considerando os aspectos de motivação e
autorização, é lógica a utilização do orçamento como instrumento de avaliação
de desempenho dos gestores e controle dos objetivos setoriais e corporativos.

• Fonte de informação para tomada de decisão: contendo os dados previstos e


esperados, bem como os objetivos setoriais e corporativos, é uma ferramenta
essencial para decisões diárias sobre os eventos econômicos de
responsabilidade dos gestores operacionais.

Motivação Autorização
Projeção

Comunicação ORÇAMENTO Planejamento

Coordenação Avaliação Controle


VANTAGENS DO ORÇAMENTO

A seguir as maiores vantagens do orçamento:

• A orçamentação compele os administradores a pensar à frente pela


formalização de suas responsabilidades para o planejamento;

• A orçamentação fornece expectativas definidas que representam a melhor


estrutura para julgamento de desempenho subsequente;

• A orçamentação ajuda os administradores na coordenação de seus esforços, de


tal forma que seus objetivos na organização como um todo sejam confrontados
com os objetivos de suas partes.
TIPOS DE ORÇAMENTOS
Basicamente, há dois tipos clássicos de orçamentos: o estático e o flexível.
Orçamento Estático
É o mais comum. Elaboram-se todas as peças orçamentárias com a fixação de
determinado volume de produção ou vendas. Esses volumes determinarão o
volume das demais atividades e setores da empresa.

O orçamento é considerado estático quando a administração do sistema não


permite nenhuma alteração nas peças orçamentárias.

Apesar de conter um elemento crítico (estaticidade) é muito utilizado nas grandes


corporações devido a necessidade de consolidar os orçamentos de todas as
unidades, geralmente dispersas geograficamente.
TIPOS DE ORÇAMENTOS
O orçamento consolidado (estático) é vital para que a organização tenha uma visão
geral de seus negócios e resultados econômicos esperados para o próximo ano,
para aprovação da diretoria máxima.

Nesse sentido o orçamento estático é importante, já que eventuais alterações de


volume em alguma de suas divisões, não necessariamente impactarão de forma
significativa no total dos orçamentos.

Orçamento Flexível
Neste caso, em vez de um único número determinado de produção ou vendas, ou
volume de atividade setorial, a empresa admite uma faixa de nível de atividades,
em que tendencialmente se situarão tais volumes de produção ou vendas.
TIPOS DE ORÇAMENTOS
Basicamente, o orçamento flexível é um conjunto de orçamentos que podem ser
ajustados a qualquer nível de atividades.

A base para a elaboração do orçamento flexível é a perfeita distinção dos custos


fixos e variáveis. O enfoque do orçamento variável é possível com eventos que têm
a possibilidade de uma mensuração unitária, que correspondem aos dados
variáveis. (vide tabela 1)

Um outro enfoque do orçamento flexível é não assumir nenhuma faixa de


quantidades (apenas orçamento dos dados unitários) e as quantidades a serem
assumidas seriam as que realmente acontecem. Esse conceito dificulta a
continuidade do processo orçamentário, que são as projeções dos demonstrativos
contábeis.
ORÇAMENTO FLEXÍVEL – TABELA 1

Níveis de Atividades R$ (unitário) 7.000 8.000 9.000


Vendas 31,00 217.000 248.000 279.000
Materiais 21 147.000 168.000 189.000
Variável
Desp. Variáveis 0,80 5.600 6.400 7.200
Soma – CDV 21,80 152.600 174.400 196.200
Margem Contribuição 9,20 64.400 73.600 82.800
Custos Fixos 37.000 37.000 37.000
Fixo
Desp. Comerc. e Adm 33.000 33.000 33.000
Soma – CDF 70.000 70.000 70.000
Resultado Operacional (5.600) 3.600 12.800
TIPOS DE ORÇAMENTOS
Orçamento Ajustado
É um conceito derivado do orçamento flexível, é um segundo orçamento que
passa a vigorar quando se modifica o volume ou nível de atividade inicialmente
planejado.

É o ajuste efetuado nos volumes planejados dentro do conceito de orçamento


estático ou inicial. Sempre que houver necessidade de ajustar os volumes
planejados para outro nível de volume, convém refazer o orçamento com as novas
quantidades, o qual é chamado de orçamento ajustado.

ORÇAMENTO
ORIGINAL
± AJUSTES DE
VOLUMES = ORÇAMENTO
AJUSTADO
TIPOS DE ORÇAMENTOS

Orçamento Corrigido
O conceito de orçamento corrigido é o ajuste do orçamento original, de forma
automática, sempre que houver alterações de preços em função da inflação.

As alterações de preços decorrentes da inflação, e principalmente, de eventos


pactuados contratualmente ou impostas pelo governo, por meio de suas taxas e
preços administrados, é aceitável a adoção desse conceito de orçamento.

VARIAÇÃO
ORÇAMENTO
ORIGINAL
± PREÇO PELA = ORÇAMENTO
CORRIGIDO
INFLAÇÃO
ORGANIZAÇÃO – PLANO ORÇAMENTÁRIO

O sistema orçamentário compreende o conjunto de pessoas, tecnologia


administrativa, sistemas de informação, recursos materiais disponibilizados e
administração do sistema para execução dos planos orçamentários.

Cabe ao controller a administração do sistema orçamentário, que recebe esta


delegação da cúpula da empresa.

O Controller é quem deve liderar a organização do processo orçamentário tanto na


sua estrutura informacional como nos cronogramas de execução.

Em linhas gerais, podemos generalizar os seguintes passos da execução


(preparação) do plano orçamentário:
ORGANIZAÇÃO – PLANO ORÇAMENTÁRIO

• Estabelecer a missão e os objetivos corporativos;

• Estruturar as assunções ambientais, e com base nestas, determinar o fator


limitante (produção, vendas, etc);

• Elaborar o orçamento com base na função restritiva do fator limitante;

• Sintetizar todos os orçamentos para produzir o orçamento mestre;

• Rever o orçamento mestre à luz dos objetivos corporativos;

• Monitorar os resultados reais contra os resultados orçados e reportar as


variações;

• Como resultado das variações: tomar ações corretivas para eliminar as


variações ou revisar os orçamentos mestres ou subsidiários para acomodá-las.
PROCESSO DE ELABORAÇÃO – PLANO ORÇAMENTÁRIO
Em geral consta de três grandes fases: previsão, reprojeção e controle.
Previsão:
A fase de previsão comporta todo o trabalho de cálculo propriamente dito em que
se coloca no papel aquilo que a empresa espera e prevê que vá acontecer para o
próximo exercício. É a etapa de elaboração dos quadros orçamentários.

Geralmente nesta etapa que são desenhados os cenários econômicos,


considerados sempre dentro das condições probabilísticas.

Contém informações como: tamanho e variação do PIB, tamanho do mercado,


participação da empresa no mercado, forças concorrentes, consumo efetivo versus
consumo teórico, etc... devem ser consideradas no processo de previsão.
PROCESSO DE ELABORAÇÃO – PLANO ORÇAMENTÁRIO
Reprojeção:
Nesta etapa, os dados orçados são submetidos aos setores responsáveis para
devidas críticas. Após o retorno das peças orçamentárias, será feito o acerto das
previsões iniciais.

Controle:
A última etapa verifica se os objetivos previstos foram atingidos por meio da
análise das variações, em que serão analisados o desempenho das áreas de
responsabilidade e eventuais correções necessárias a serem feitas.

A seguir apresentamos dois modelos de elaboração de peças orçamentárias.


MODELO DE ELABORAÇÃO DE PLANO ORÇAMENTÁRIO
MODELO DE ELABORAÇÃO DE PLANO ORÇAMENTÁRIO
Planejamento Estratégico Planejamento Operacional

Análise de Análise de Premissas Sistemas de


Ambiente Cenários Orçamentárias Orçamento Informações

CRONOGRAMA – PLANO ORÇAMENTÁRIO

As etapas sugeridas nos modelos de processos orçamentários podem e devem ser


traduzidas em datas, (se necessário, com detalhamento maior).

Dessa maneira, o controller e sua equipe deverão elaborar um cronograma que


compreenda todo o processo de elaboração do orçamento, desde o início da
primeira etapa, até os lançamentos orçamentários no sistema de informação
contábil.
CRONOGRAMA – PLANO ORÇAMENTÁRIO
ESTRUTURA DO PLANO ORÇAMENTÁRIO
O plano orçamentário contempla três grandes segmentos:
• Orçamento Operacional;
• Orçamento de Investimentos e Financiamentos;
• Projeção dos demonstrativos contábeis.

Orçamento Operacional
É o que contém a maior parte das peças orçamentárias, pois engloba todos os
orçamentos específicos que atingem a estrutura hierárquica da empresa,
englobando as áreas administrativas, comercial e de produção.

O orçamento operacional equivale, na DRE, as informações que evidenciam o lucro


operacional da empresa: vendas, custos dos produtos, despesas administrativas e
comerciais.
ESTRUTURA DO PLANO ORÇAMENTÁRIO
O orçamento operacional compreende as seguintes peças orçamentárias:
• Orçamento de vendas;
• Orçamento de produção;
• Orçamento de compras de materiais e estoque;
• Orçamentos de despesas departamentais.

O orçamento de despesas departamentais (centro de custos) inclui as despesas de


cada setor e inclui:
• Consumo de materiais indiretos por centro de custo;
• Despesas com mão de obra direta;
• Gastos gerais com centro de custo;
• Depreciações do centro de custo.
ESTRUTURA DO PLANO ORÇAMENTÁRIO
Orçamento de Investimentos e Financiamentos
Este segmento do plano orçamentário contém as seguintes peças orçamentárias:
• Orçamento dos investimentos (aquisições de investimentos, imobilizados, etc);
• Orçamentos de financiamentos e amortizações;
• Orçamentos de despesas financeiras.

Via de regra, este segmento do plano orçamentário fica restrito a algumas pessoas
da direção, o responsável pela tesouraria e o controller.

Projeção dos demonstrativos Contábeis


É o segmento do plano orçamentário que consolida todos os orçamentos. Parte do
balanço patrimonial incorpora o orçamento operacional e o orçamento de
investimentos e financiamentos.
ESTRUTURA DO PLANO ORÇAMENTÁRIO

Projeta as demais contas e conclui com o balanço patrimonial final. Compreende as


seguintes peças orçamentárias:
• Projeção de outras receitas e despesas não operacionais;
• Projeção das receitas financeiras;
• Projeção da DRE no período orçamentário;
• Projeção do Balanço Patrimonial ao fim do período orçado;
• Projeção do fluxo de caixa;
• Análise financeira dos demonstrativos projetados.

Identicamente ao orçamento de investimentos e financiamentos, este segmento


fica restrito à cúpula diretiva e ao controller.
ESTRUTURA DO PLANO ORÇAMENTÁRIO

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