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Processos no 0700368-13.2021.8.07.0017
ALEGAÇÕES FINAIS
Em virtude dos fatos e fundamentos jurídicos a seguir:
I – DOS FATOS
O condutor foi ouvido e relatou, no que importa que: “informados via COPOM
acerca de um furto de um veículo PARATI, de cor branca e placa JNW1H39/DF,
que havia sido furtado na data de hoje no núcleo bandeirantes e estava sendo
acompanhado por um popular, até o Riacho Fundo, tendo o perdido de vista no
balão próximo ao Recanto das Emas; Passaram então a fazer diligências nas
proximidades do local indicado, quando então avistaram ao veículo acima
descrito na altura da QN05C, Conjunto 07, Riacho Fundo II/DF; Ao perceber a
presença da PMDF, o condutor do veículo empreendeu fuga, vindo a parar na
QN 05C, Conjunto 09, em frente ao Lote 02, do Riacho Fundo; O veículo era
conduzido pela pessoa que foi identificada como sendo JOSIAS ALVES
BARBOSA; Em revista no interior do veículo foi encontrada um cigarro de
maconha; JOSIAS foi conduzido até esta Delegacia, onde conformou que havia
furtado o veículo, alegando que iria dar apenas uma volta”.
II – DO DIREITO
a) Da Nulidade dos Reconhecimentos Realizados em Sede Administrativa. Da
violação ao artigo 226, do Código de Processo Penal.
1 – Após análise dos autos, verifica-se que estamos diante de hipótese de
declaração de nulidade dos reconhecimentos pessoais produzidos em sede
inquisitiva, eis que não atenderam aos ditames do artigo 226, do CPP,
devendo-se, por corolário, desentranhá-los do processo, conforme
mandamento irrevogável do artigo 157, caput, do CPP.
2 – Bem sabido que, para que uma prova seja considerada legal, ela deve ser
produzida de acordo com o ordenamento jurídico vigente, a fim de que o
magistrado possa proceder à sua avaliação e valoração dentro do cotejo
probatório sob o manto do livre convencimento motivado (artigo 155, caput, do
CPP).
3 – O reconhecimento pessoal, de coisas (não previsto no ordenamento
processual penal [meio de prova anômala]), para surtir efeitos endo
processuais, deve estrita obediência à legalidade, neste caso, ser realizado sob
o procedimento previsto no artigo 226, do CPP, que funciona da seguinte
forma:
outra influência, não diga a verdade em face da pessoa que deve ser
reconhecida, a autoridade providenciará para que esta não veja aquela;
II – DO DIREITO
Da Absolvição do acusado (art. 386, V e VII, CPP). Da aplicação da
regra in dubio pro reo/favor rei.
16 – Além dos parcos reconhecimentos (que por óbvio, não gozam de força
probatória autônoma), nada mais há nos autos que demande certeza sobre a
autoria do acusado no crime sub judice.
17 – A versão produzida em juízo pela vítima Felipe não traz certeza absoluta
acerca da participação do acusado na empreitada criminosa. Durante seu
depoimento, não há, em momento algum, declaração precisa e indubitável que
comprometa o acusado. A vítima narrou a dinâmica do evento e, por
conseguinte, explicou como fora feito o “reconhecimento” na delegacia.
18 – A vítima Samuel e Felipe, em juízo, asseverou ter reconhecido o
assaltante cabelo grisalho e com idade entre 40 a 50 anos, que era JOSIAS ,
e não tendo certeza absoluta que este teria lhe furtado seu veiculo .
19– Assim, o Ministério público não se atentou para as disposições de
Nosso Código de Processo Penal, especialmente aos comandos constantes do
artigo 386, inciso IV, que determina seja decretada a absolvição do réu,
desde que o Juiz reconheça (V) não existir prova de ter o réu concorrido
para a infração penal.
20 - Afastou-se a Insigne Promotora de Justiça da certeza imanente ao
julgamento penal, ou seja, a verdade real, já que na justiça penal tudo deve ser
claro e preciso, como uma equação algébrica, de onde, na falta de, via de
consequência, impõe-se a absolvição do réu.
21 – Assim, a absolvição é medida que se impõe, nos termos do artigo 386,
incisos V e VII, do CPP, por ser medida mais adequada ao caso concreto.
III – SUBSIDIARIAMENTE
a) Dos cálculos de Pena. Da fixação de regime inicial. Do Sursis da pena.
Da pena restritiva de direitos. Do valor mínimo para reparação de danos.
25– Subsidiariamente, caso este juízo entenda pela condenação do acusado,
a defesa requesta pela aplicação da pena no mínimo legal em favor de todos,
tendo em vista que as condições pessoais lhes são favoráveis, bem como as
circunstâncias do delito são normais à espécie, sob pena de violação aos
artigos 59 e 68, ambos do CP, bem como aos princípios da individualização,
proporcionalidade e razoabilidade da pena, previstos no artigo 5º,
inciso XLVI, CF/88.
OAB n° UF
BRASILIA( dia), (mês),(Ano)