Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INVESTIMENTOS
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
LIQUIDEZ
É a facilidade com que um ativo pode ser convertido em dinheiro. Ativos com baixo volume de
negociação, normalmente, possuem baixa liquidez e vice versa.
Exemplo: Investimentos em Tesouro Selic (LFT) possuem maior liquidez que os investimentos
em imóveis.
RISCO DE UM INVESTIMENTO
Pode ser definido como a probabilidade de se obter uma rentabilidade diferente da esperada.
Normalmente, quanto maior for o risco de um determinado investimento, maior tende a ser a
possibilidade de ganho e também a possibilidade de perda para o investidor.
A teoria econômica se baseia em dois princípios sobre o investidor:
• Quanto maior a rentabilidade do investimento, melhor
• Quanto menor o seu risco, melhor
RISCO
PRAZO MÉDIO RETORNO
(VOLATILIDADE)
↑ ↑ ↑
↓ ↓ ↓
4
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Risco de Crédito
O risco de crédito está associado a possíveis perdas que um credor possa ter pelo não
pagamento por parte do devedor dos compromissos assumidos em uma data acertada, seja
este compromisso os juros (cupons) ou o principal. Existem vários tipos de risco de crédito:
um investidor, ao comprar um título, sempre estará incorrendo em um ou mais destes tipos de
risco de crédito.
As empresas normalmente contratam as agências especializadas (agências de rating)
como Standard & Poor’s e Moody’s para que elas classifiquem o risco de crédito referente
às obrigações que vão lançar no mercado (e que serão adquiridas por investidores), como
debêntures (bonds), commercial papers, securitizações, etc.
O rating depende da probabilidade de inadimplência da empresa devedora, assim como das
características da dívida emitida.
Quanto pior for o rating atribuído, maior será a taxa de juros exigida como retorno pelo
investidor.
Exemplo: Uma debênture com classificação AA oferece menor risco do que uma com rating BBB,
logo, a segunda (de maior risco) deverá pagar um juros superior, comparado com a primeira.
Quando uma empresa emite debêntures e não consegue honrar seus pagamentos, seus
investidores estão sujeitos a terem perdas financeiras devidas o risco de crédito existente.
IMPORTANTE:
Aplicações em ações NÃO possuem RISCO DE CRÉDITO,
apenas risco de mercado e de liquidez
5
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Do ano de 2019 ao ano 2020, com a queda da taxa de juros básica da economia e dos juros
futuros, houve um grande movimento de venda de títulos privados. Esse movimento
combinado com uma selic extremamente baixa, fez com que a oferta e demanda realizasse um
aumento das taxas dos títulos, gerando um aumento do spread de crédito.
Abaixo há um gráfico ilustrando a média do spread de crédito entre as debêntures incentivadas
IPCA+ sobre as NTN-Bs.
6
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Esse ajuste ocorreu também em virtude da percepção de rentabilidade sobre os títulos. Imagine
um fundo de renda fixa com taxa de administração de 1%, CDI a 1,9% e uma carteira de títulos
pagando 100% do CDI. Nesse cenário, descontando a taxa de administração o fundo renderia
0,9% ao ano, ou seja, aproximadamente 47% do CDI, não fazendo jus ao risco de crédito de
se investir no fundo. Em virtude disso os títulos acabaram sofrendo com o spread de crédito,
somado a outros eventos.
Abaixo um exemplo em que até mesmo fundos de renda fixa tiveram rentabilidade negativa.
Fonte: Vérios
RISCO DE CONTRAPARTE
É um tipo de risco de crédito, porém nesse caso, não existe o título de crédito. É uma operação
realizada entre duas partes, onde uma das partes não honra com a sua obrigação.
• A contratação de seguros prestamistas em operações de créditos, tem como objetivo
minimizar esse tipo de risco.
• Nas operações de mercado futuro, como a bolsa de valores exige margem de garantia, a
mesma assume o Risco de Contraparte.
Exemplo: dar uma ordem de compra de uma ação e o operação não executar imediatamente,
executando-a apenas quando preço do papel subiu, acarretando prejuízo.
Frequentemente, o risco de contraparte está associado ao mercado de derivativos de balcão.
A perda pelo risco de contraparte pode ser parcial (normalmente) ou total.
7
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
RISCO SOBERANO
É o risco de um país não honrar um empréstimo ou outros compromissos devido à mudanças
em sua política nacional
Exemplos:
• Não pagamento de uma dívida
• Proibir envio de recursos ao exterior
• Nacionalizar empresas
Quando uma agência de rating avalia a capacidade de pagamento de um país, atribuindo uma
nota aos títulos públicos, esse risco é chamado de risco soberano.
Justifica-se o nome pelo fato do governo federal ser a “instituição” mais sólida dentre todas que
existem naquele país, logo, espera-se que a melhor nota de crédito seja atribuída a seus títulos.
RISCO DE LIQUIDEZ
O risco de liquidez trata-se da impossibilidade de vender um determinado ativo pelo preço e
no momento desejado. A realização da operação, se ela for possível, implica numa alteração
substancial nos preços do mercado.
Caracteriza-se quando o ativo possui muitos vendedores e poucos compradores.
Investimento em imóveis é um exemplo de uma aplicação com alto risco de liquidez.
RISCO DE MERCADO
Risco de mercado é a potencial oscilação dos valores de um ativo durante um período de
tempo. O preço dos ativos oscila por natureza. Uns mais, outros menos; A isso chamamos de
volatilidade, que é uma medida dessa oscilação. Assim, os preços das ações são mais voláteis
(oscilam mais) que os preços dos títulos de renda fixa. O Risco de Mercado é representado
pelos desvios (ou volatilidade) em relação ao resultado esperado.
Risco de mercado, volatilidade e desvio padrão, na prática podem ser utilizados como
sinônimos.
8
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
RISCO SISTEMÁTICO
Risco sistemático afeta todos os ativos do mercado, sendo normalmente originados por grandes
eventos no mercado, tais como:
• Eleições presidenciais
• Recessão global
• Pandemias
• Impeachment
• Guerra
9
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
DIVERSIFICAÇÃO
A diversificação, no mundo dos investimentos, é como o investidor divide seus recursos nos
diversos ativos financeiros e reais, como: colocar 10% do seu dinheiro na poupança, 50% em
fundos de renda fixa, 20% em fundo imobiliário e 20% em ações.
A diversificação ajuda a reduzir os riscos de perdas. É o velho ditado: “não coloque todos os
ovos na mesma cesta”. Desta forma, quando um investimento não estiver indo muito bem, os
outros podem acabar compensando, de forma que na média não tenha perdas mais expressivas.
Deve-se ter em mente, entretanto, que a diversificação não é capaz de eliminar todo o risco
de mercado de um investimento. Isso devido ao fato de que no mercado existem riscos que
afetam todos os ativos no mesmo sentido, seja positivo ou negativo. A expectativa de uma
recessão econômica, por exemplo, muito provavelmente levará a uma queda nos preços de
todos os ativos. A isso chamamos de risco sistemático ou não diversificável. A diversificação
consegue reduzir apenas o risco Não Sistemático.
No gráfico abaixo conseguimos verificar os efeitos da diversificação em uma carteira de ações.
10
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
RISCO DE LIQUIDAÇÃO
O risco de liquidação é o ato de finalizar uma operação. Se for de venda, entrega do ativo e
recebimento do dinheiro. Se for de compra, o processo inverso. O risco de liquidação ocorre
quando esta troca não ocorre.
Esse risco é mitigado graças a presença das clearing houses (B3, Selic, etc)
Na tabela abaixo é possível ver os prazos de liquidação de alguns ativos.
MERCADO LIQUIDAÇÃO
Derivativos (opções, futuros) D+1
Ações, ETF D+2
Títulos Privados D+0 ou D+1
Tesouro Direto (Títulos Públicos) D+1
RISCO LEGAL
É a possibilidade de um investidor ou uma instituição financeira (ou empresa não financeira)
enfrentar problemas relativos à legislação e, com isso, experimentar perdas financeiras.
Em risco legal também podemos considerar a impossibilidade de se executar os termos de
um contrato, incluindo os riscos provenientes de documentação insuficiente, falta de poderes
dos representantes da contraparte para assumir o compromisso, desconhecimento de algum
aspecto jurídico relevante, gerando a incapacidade de se implementar uma cobrança, por falta
de amparo legal
Exemplo: empréstimo de recursos, a clientes que possuem garantias amplas, porém, com a
documentação da operação não calçada em instrumentos em instrumentos legais corretos, ou
com a documentação incompleta, ou com falta de assinaturas, ou as pessoas que assinaram
não são os reais representantes, no caso do tomador ser uma empresa.
Exemplo:
• Risco de Litígio: Ocorre em função de direitos não respeitados.
• Risco Regulatório: alteração de legislação ou legislação “excessiva” de diversas origens.
Também falta de conhecimento sobre legislação (outros países).
• Risco de Fraude: falta de segurança jurídica em determinados investimentos (ex.:
“pirâmides” financeiras).
• Risco Tributário: volume de legislação e potenciais conflitos entre Federação, Estados e
Municípios.
11
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Risco Geopolítico
Ocorre fundamentalmente nas disputas entre nações que podem ser por razões comerciais,
bélicas, de influência política, territoriais, religiosas que provocam desequilíbrios e aumento de
risco no cumprimento de obrigações.
Exemplos:
• Disputa comercial EUA e China
• Crescimento bélico da Coreia do Norte
• Conflitos nas regiões petrolíferas
• Saída do Reino Unido da União Europeia
Outros Tipos de Risco que Influenciam o Mercado
• Operacional: falhas de processamento e controle de operações
• Risco cambial: risco oriundo da oscilação das taxas de câmbio
• Taxa de Juros: marcação a mercado
• Maior o prazo até o vencimento, maior o risco da taxa de juros
• Maior a taxa de cupom, menor o risco de taxa de juros, pois quanto antes o investidor
receber o seu rendimento, menor a flutuação do preço
12
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
BACK TESTING
Qualquer modelo de VAR deve ser testado para aferir a sua precisão. O Back Testing é uma
ferramenta utilizada para este teste. Ou seja, o modelo é alimentado com dados históricos, e o
número de violações (ocorridas no passado) do limite de VAR é medido, de modo a verificar se
estão dentro do nível de confiança estabelecido.
Normalmente o Back Testing é utilizado para testar modelos derivados através de simulações.
STOP LOSS
O Stop Loss é a ferramenta utilizada quando os limites de VAR são ultrapassados. Por exemplo,
seja um fundo que tenha um limite, definido em estatuto, de VAR de 1% em um dia, com 95%
de confiança. Ou seja, o gestor deste fundo não pode posicionar sua carteira de modo que
possa perder mais que 1% do seu valor em um dia, com 95% de chances.
Digamos que, um determinado momento, a volatilidade dos mercados aumente de maneira
generalizada. Utilizando esta nova volatilidade, o gerente de risco descobre que o fundo está
correndo o risco de perder 2% em um dia, com 95% de chances.
Neste momento, o gestor é obrigado a se desfazer de posições, de modo que o risco de perdas
diminua para 1% em um dia, com 95% de chances. A este movimento de reversão de posições
para diminuição do risco chamamos Stop Loss.
13
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Portanto, no contexto do VAR, o stop loss não necessariamente “corta” um prejuízo, mas
apenas diminui posições de risco.
STRESS TEST
O VAR estará correto 95% do tempo, e errado 5% das vezes (outros graus de confiança são
possíveis). Como podemos avaliar qual a perda máxima que uma instituição financeira ou um
fundo de investimento pode sofrer?
O VAR não fornece a informação de quanto pode chegar a perda máxima. Por exemplo, quando
dizemos que o VAR é de 1%, não conseguimos imaginar se a perda máxima, que pode acontecer
com probabilidade menor do que de 5%, será 2%, 10% ou 50%.
Para saber até onde a perda de valor de uma carteira pode chegar temos que usar a técnica
chamada de stress test.
O stress test mede quanto um portfólio pode perder em uma situação hipotética de Stress
macroeconômico, chamado cenário de stress.
O Stress Test normalmente é utilizado como um complemento do VAR, com o objetivo de
medir as perdas quando o grau de confiança (normalmente 95%) é ultrapassado. São, em
geral, situações de stress de mercado, conhecidas como fat tail (cauda grossa), que é uma
referência à “ponta” da distribuição normal dos retornos, e que pode assumir valores muito
altos, imprevisíveis se apenas o VAR for utilizado.
ÍNDICE DE SHARPE
Calcula a rentabilidade de um ativo, considerando seu risco. (Risco x Retorno)
O índice sharpe se faz necessário em decisões quando estamos comparando investimentos
similares e uma das opções possui maior retorno enquanto a outra possui menor risco, como
o exemplo a seguir:
EXEMPLO
Retorno Risco Nesse exemplo, nenhum dos ativos domina o outro,
já que um possui maior retorno e o outro menor risco.
Fundo A 23% 5%
Para definirmos qual a melhor opção de investimento é
Fundo B 20% 3% necessário calcular o índice Sharpe.
14
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Onde,
• E (R risco): rentabilidade esperada de um investimento com risco maior que zero.
• R sem risco: rentabilidade de um investimento sem risco
• σ risco: volatilidade ou desvio-padrão do investimento com risco.
Calculando o Índice Sharpe, considerando uma taxa livre de risco de 13% (Selic):
Assim, para cada 1% de risco assumido no ativo A, tem-se 2% de retorno, enquanto esse mesmo
1% de risco assumido no ativo B, retorna 2,33%. Logo, a melhor relação risco retorno é de B.
Quanto maior o Índice Sharpe, melhor a relação risco x retorno e melhor o desempenho do fundo.
Quanto menor o Índice Sharpe, pior é a relação risco x retorno e pior o desempenho do fundo.
Existe também o Índice Sharpe Modificado, em que a única diferença está em considerar o
benchmark do fundo ao invés da taxa livre de risco.
IMPORTANTE:
O Índice Sharpe não pode assumir valor negativo
15
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
ÍNDICE DE TREYNOR
Se considerarmos que uma carteira de ações possui diversas ações de diversos segmentos,
logo chegamos a conclusão que a mesma é bem diversificada, eliminando o seu risco não
sistemático, sobrando apenas o risco sistemático. Nesse caso, talvez seja mais interessante
utilizar como medida de risco o coeficiente beta da carteira ao invés do desvio padrão.
Por esse motivo foi criado o Índice Treynor, que é uma medida similar ao Índice de Sharpe, com
a diferença de que, em vez de usar como medida de risco o desvio-padrão ou semi-desvio, usa
o coeficiente Beta. Além disso, ela é uma medida de excesso de retorno em relação ao risco
sistemático. O risco de ativos individuais ou de um pequeno grupo de ativos pode ser melhor
descrito pelo seu co-movimento com o mercado (Beta). Assim, o Índice de Treynor parece ser
particularmente útil para essa tarefa, quando a carteira do investidor é uma de muitas carteiras
incluídas num grande fundo.
BETA (β)
Em relação ao coeficiente Beta (b), este tornou-se uma medida popular de risco, pois simplifica
o problema quando relaciona a variabilidade do retorno da carteira a do retorno da carteira de
mercado. Beta é a volatilidade da performance média relativa ao mercado.
Uma carteira de mercado, Ibovespa ou IBrX por exemplo, possui diversas ações de diversos
setores diferentes. Logo, presumimos que a mesma não sofre com riscos não sistemáticos,
por ser diversificada. Como as suas oscilações são afetadas apenas pelo risco sistemático,
assumimos que suas oscilações representam 100% desse risco, logo, o coeficiente beta dessa
carteira será sempre igual a 1. (100% = 100/100 = 1)
16
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
• Se b > 1, a carteira de ativos oscila mais que a carteira de mercado, ou seja, tem um risco
maior se comparada ao risco do mercado. Então, se o mercado está em alta, o retorno da
carteira de ativos é maior do que o retorno da carteira de mercado. Se o mercado está em
baixa, o retorno da carteira de ativos é menor do que o retorno da carteira de mercado. Em
outras palavras, ou o ativo “sobe mais” ou “cai mais”. O ativo também se caracteriza por ser
agressivo.
• Se b = 1, a carteira de ativos tem o mesmo risco que a carteira de mercado.
• Se b < 1, a carteira de ativos é menos arriscada do que a carteira de mercado e o ativo se
caracteriza por ser defensivo.
Caso o investidor deseje obter um retorno próximo ao Ibovespa ou ao IBr-X sem precisar
comprar todas as ações da carteira, deverá procurar ações que façam parte do índice e que
tenham o coeficiente beta próximo de 1.
O coeficiente β é usado para medir o risco não-diversificável.
DURATION DE MACAULAY
A duration de Macaulay é o prazo médio ponderado do título de renda fixa.
Também conhecida como:
• Macaulay Duration tambem
• Duração de Macaulay
• Duration
• Duração
O prazo médio calculado pela duration de Macaulay permite supor um título sintético que
possua apenas um cash flow no futuro com prazo de vencimento igual à própria duration.
Em geral, quanto maior a duration mais cairá o preço do título, se a taxa de juros aumentar.
17
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
18
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
CONVEXIDADE:
Por si só, a duration não possibilita a estimativa precisa por não modelar precisamente a
curvatura existente entre a variação percentual do valor da carteira e a variação percentual da
taxa de juros de mercado.
Quanto maior a convexidade de um título, menor será seu efeito de mudanças em seu preço
decorrente de variações da taxa de juros e vice-versa.
DURATION MODIFICADA
A Duração Modificada mede a sensibilidade do preço de um título quando ocorre uma mudança
na taxa de juros (YTM).
YTM = Yield to Maturity: Taxa até o vencimento
Fórmula para calcular a Duração Modificada (MD):
19
RISCOS DOS INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Exemplo:
Título de 10 anos com TIR de 10%.
Nesse caso:
• Curva de juros sobe 100 bps, P.U. cai 9,09%.
• Curva de juros cai 100 bps, P.U. sobe 9,09%.
Dito isso, quanto maior o prazo (duration) do título, maior será a variação de P.U.
em caso de oscilação da curva de juros.
RISCO DE REINVESTIMENTO
O risco de reinvestimento ocorre quando você possui um título que paga cupons ou amortização.
Exemplo:
Investiu em um título prefixado com pagamento de juros semestral.
No momento da aplicação o CDI estava em 12% ao ano e seu título pagando 14% ao ano.
Após dois anos o CDI cai a 2% ao ano e você não consegue reinvestir os juros nas mesmas
condições anteriores (14% ao ano).
20
FUNDOS DE
INVESTIMENTOS
FUNDOS DE
INVESTIMENTOS
FUNDOS DE INVESTIMENTO
CONCEITO
Um fundo de investimento pode ser comparado a um condomínio, pois reúne recursos de um
conjunto de investidores, que podem ser PF e/ou PJ, com o objetivo de obter ganhos financeiros
a partir da aquisição de uma carteira de títulos ou valores mobiliários. Os fundos permitem
a todos os tipos de investidores terem acesso a melhores condições de mercado, contar
com uma gestão profissional dos recursos e ter em muitas vezes um custo inferior que gerir
a carteira por conta própria. Além disso tornam possível a diversificação dos investimentos,
através da aplicação em suas diferentes classes de ativos, visando a diminuição do risco e o
aumento potencial de retorno. Há também os Fundos de Investimentos em Cotas (FIC), que são
fundos que investem em cotas de outros fundos, aumentando ainda mais sua diversificação.
Atualmente os fundos funcionam sob a autorização da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), órgão responsável por sua regulação e fiscalização, buscando a proteção do investidor.
A instrução CVM nº. 555, de 17/12/14, e suas alterações regem os fundos de investimentos.
Vale ressaltar também que os recursos dos fundos não se misturam aos da instituição
administradora, ou seja, os recursos alocados em fundos de uma instituição não podem servir
como funding para concessão de operações de crédito.
3
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
INVESTIDORES QUALIFICADOS
Investidores Qualificados são aqueles que, segundo o órgão regulador, tem mais condições
do que o investidor comum de entender o mercado financeiro. A vantagem de se tornar um
Investidor Qualificado é a possibilidade de ingressar em alguns fundos considerados fundos
restritos.
4
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
INVESTIDORES PROFISSIONAIS
Investidores Profissionais são os únicos que podem constituir Fundos Exclusivos.
São considerados INVESTIDORES PROFISSIONAIS:
1. Pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a
R$ 10.000.000,00 e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor
qualificado mediante termo próprio;
2. Instituições financeiras, companhias seguradoras e sociedades de capitalização.
3. Fundos de Investimento;
4. Entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
5. Administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM em
relação a seus recursos próprios.
5
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
6
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Fundo Ativo
O fundo ativo é o que escolhe uma gestão ativa para os investimentos, ou seja, que empregam
estratégias ativas para superar o benchmark a médio e longo prazo, aproveitando–se de
ineficiências do mercado em relação a preços de diversos ativos. O objetivo desse tipo de fundo
é gerar alfa (diferença entre o retorno obtido pelo fundo e o retorno do índice de referência).
Fundos ativos possuem tendência de se deslocar da performance do indicador de referência
(maior possibilidade de volatilidade ou tracking error).
Fundo Passivo
A carteira desse tipo de fundo é referenciada a um benchmark. O objetivo desse tipo de fundo
é acompanhar o comportamento de um indicador de referência. A carteira desses fundos
acaba sendo muito parecida com a composição do índice escolhido, quando isso é possível.
Algumas estratégias para manter aderência a um determinado benchmark:
• Compra dos mesmos ativos, nas mesmas proporções do indicador de referência
• Utilização de derivativos
• Compra de papéis que representam ativos para simulação do índice
Administrador
A administração do fundo compreende o conjunto de serviços relacionados direta ou
indiretamente ao funcionamento e à manutenção do fundo, que podem ser prestados pelo
próprio administrador ou por terceiros por ele contratados em nome do fundo. É o responsável
legal pela constituição do fundo e prestação de informações à CVM. O administrador tem
poderes para representar e administrar o fundo nos termos do Regulamento.
Gestor
Os gestores são profissionais especializados que acompanham o mercado e possuem como
principal responsabilidade definir os melhores ativos para compra ou venda, assim como o
momento mais adequado para tal. Importante lembrar que a seleção dos papéis e alocação,
ocorrem de acordo com a política de investimento do fundo. A gestão profissional deve ser
desempenhada por pessoa natural ou jurídica credenciada como administradora de carteira de
valores mobiliários pela CVM.
9
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
• o volume investido;
• as regras de pagamento de resgate do fundo investido; e
• os sistemas e ferramentas de gestão de liquidez utilizados pelo administrador e gestor do
fundo investido.
Normas de Conduta
A Instrução da CVM 555, em seu artigo 92, estabelece as seguintes Normas de Conduta
aplicáveis aos administradores e gestores:
I. exercer suas atividades buscando sempre as melhores condições para o fundo, empregando
o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma dispensar à administração
de seus próprios negócios, atuando com lealdade em relação aos interesses dos cotistas e do
fundo, evitando práticas que possam ferir a relação fiduciária com eles mantida, e respondendo
por quaisquer infrações ou irregularidades que venham a ser cometidas sob sua administração
ou gestão;
II. exercer, ou diligenciar para que sejam exercidos, todos os direitos decorrentes do patrimônio
e das atividades do fundo, ressalvado o que dispuser a política relativa ao exercício de direito
de voto do fundo; e
III. empregar, na defesa dos direitos do cotista, a diligência exigida pelas circunstâncias,
praticando todos os atos necessários para assegurá–los, e adotando as medidas judiciais
cabíveis.
Ressalvada a remuneração que lhes é devida na qualidade de prestadores de serviços do fundo,
o administrador e o gestor devem transferir ao fundo qualquer benefício ou vantagem que
possam alcançar em decorrência de sua condição.
Também é vedado ao administrador, ao gestor e ao consultor o recebimento de qualquer
remuneração, benefício ou vantagem, direta ou indiretamente por meio de partes relacionadas,
que potencialmente prejudique a independência na tomada de decisão de investimento pelo
fundo, exceto nos seguintes casos:
• investimentos realizados por fundo de investimento em cotas de fundo de investimento
que invista mais de 95% de seu patrimônio em um único fundo de investimento; ou
• fundos de investimento exclusivamente destinados a investidores profissionais, desde que
a totalidade dos cotistas assine termo de ciência.
É vedado ao administrador e ao gestor, no que aplicável, praticar os seguintes atos em nome
do fundo:
• receber depósito em conta corrente;
• contrair ou efetuar empréstimos, salvo em modalidade autorizada pela CVM;
10
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
• prestar fiança, aval, aceite ou se coobrigar sob qualquer outra forma, exceto se o fundo
for destinado exclusivamente a investidores qualificados, previsto em seus regulamentos e
haja concordância de, no mínimo, dois terços das cotas emitidas pelo fundo;
• vender cotas à prestação, sem prejuízo da integralização a prazo de cotas subscritas;
• prometer rendimento predeterminado aos cotistas;
• realizar operações com ações fora de mercado organizado, ressalvadas as hipóteses de
distribuições públicas, de exercício de direito de preferência e de conversão de debêntures
em ações, exercício de bônus de subscrição, negociação de ações vinculadas a acordo de
acionistas e nos casos em que a CVM tenha concedido prévia e expressa autorização;
• utilizar recursos do fundo para pagamento de seguro contra perdas financeiras de cotistas;
e
• praticar qualquer ato de liberalidade.
Os fundos de investimento podem utilizar seus ativos para prestação de garantias de operações
próprias, bem como emprestar e tomar ativos financeiros em empréstimo, desde que tais
operações de empréstimo sejam cursadas exclusivamente por meio de serviço autorizado pelo
Banco Central do Brasil ou pela CVM.
11
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Custodiante
O custodiante é uma pessoa jurídica credenciada na CVM para o exercício da atividade de
prestador de serviço de custódia fungível (custódia na qual os valores mobiliários depositados
podem não ser os mesmos quando de sua saída, embora sejam das mesmas espécies,
quantidade e qualidade). É responsável pelo registro, liquidação e exercício dos direitos e
obrigações dos ativos que compõem a carteira.
Serviços compreendidos na atividade de custódia:
• guarda dos ativos;
• liquidação física e financeira dos ativos;
• liquidação financeira de derivativos, contratos de permutas de fluxos financeiros (swaps) e
operações a termo
• administração e informação de proventos associados a esses ativos
Distribuidor
O distribuidor é a instituição financeira que vende as cotas dos fundos de investimentos.
Os principais distribuidores de fundos de investimento são os bancos de varejo, corretoras
e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, bancos de atacado e até mesmo o próprio
administrador. A distribuição de cotas de um fundo aberto independe de prévio registro na
CVM e será realizada por instituições intermediárias integrantes do sistema de distribuição de
valores mobiliários. Já a distribuição de cotas de fundo fechado não destinadas a investidores
qualificados depende de prévio registro na CVM e só pode ser feita por instituições integrantes
do sistema de distribuição de valores mobiliários.
Auditor Independente
O auditor independente é perito (contador) que presta serviços de auditoria independente
e que exerce atividade no âmbito do mercado de valores mobiliários, por isso está sujeito ao
registro na CVM. Podendo ser pessoa física ou jurídica, sociedade profissional, constituída sob
a forma de sociedade limitada.
A CVM mantém cadastro dos responsáveis técnicos autorizados a emitir e assinar o parecer do
auditor, em nome de cada empresa, no âmbito do mercado de valores mobiliários. A auditoria
independente é o exame analítico da escrituração contábil de uma empresa, realizada de
forma independente, sem nenhum vínculo com a empresa. Esta avaliação busca dar maior
credibilidade às informações divulgadas, bem como maior segurança aos cotistas.
12
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
13
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
14
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
15
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
16
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
17
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
18
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
19
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Marcação a Mercado
O patrimônio líquido do fundo e o valor da cota do fundo aberto devem ser calculados e
divulgados diariamente, ou, para fundos que não ofereçam liquidez diária a seus cotistas, em
periodicidade compatível com a liquidez do fundo, desde que expressamente previsto em seu
regulamento. A Marcação a Mercado tem como objetivo garantir que os ativos integrantes
das carteiras dos fundos sejam valorizados a preços de mercado, na periodicidade adequada
e de acordo com as melhores metodologias e práticas de mercado. Além disso, ela evita a
transferência de riqueza entre cotistas.
20
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Assim, os fundos abertos com resgates diários devem ter seus ativos valorizados dia a dia,
através do conceito de Marcação a Mercado – MaM, estando proibida a chamada Marcação na
Curva.
Podem deixar de marcar a mercado os fundos em que os cotistas tenham intenção em
preservar volume de aplicações compatíveis com a manutenção dos ativos até o vencimento,
desde que sejam observadas, cumulativamente, as seguintes condições:
• fundo destinado a um único investidor (Fundos Exclusivos), a investidores pertencentes
ao mesmo conglomerado ou grupo econômico–financeiro ou a investidores qualificados;
• haja solicitação formal de todos os cotistas, na qual deve constar declaração de que
possuem capacidade financeira para levar ao vencimento os ativos classificados nesta
categoria;
• todos os cotistas que ingressarem no fundo a partir da classificação nesta categoria
assinem o termo de adesão ao regulamento, sua capacidade financeira e anuência à
classificação de títulos e valores mobiliários integrantes da carteira do fundo na categoria
ativos mantidos até o vencimento.
Taxa de Administração
É o percentual cobrado sobre o patrimônio líquido do fundo de investimento,
independentemente do desempenho do fundo. É a remuneração dos prestadores de serviço
do fundo, da instituição administradora pelo serviço de gestão, operacionalização e custódia
dos recursos. Cumpre ao administrador zelar para que as despesas com a contratação de
terceiros prestadores de serviços não excedam o montante total da taxa de administração
fixada no regulamento.
Nos fundos abertos, as taxas de administração e de performance devem ser provisionadas por
dia útil, sempre como despesa do fundo e apropriadas conforme estabelecido no regulamento.
Quanto mais conservador o fundo, mais importantes para sua rentabilidade. Por exemplo, num
fundo referenciado DI a taxa de administração é um fator importante na sua rentabilidade
em comparação com seus concorrentes. Já em um fundo de ações, a taxa de administração
é menos importante porque a volatilidade do fundo é muito maior, o que faz com que uma
diferença de um pequeno % ao ano seja irrelevante frente a uma estratégia eficiente do gestor.
Cálculo da Variação da Cota de um Fundo:
A taxa de administração de determinado fundo é de 2% ao ano e inicia o dia com patrimônio
de R$ 100 milhões e 200.000 cotas. Calcule o valor da cota a vigorar no início do dia seguinte
(D+1), sendo que, ao longo do dia (D+0):
• os ativos do fundo tenham se valorizado 0,15%;
• não houve movimentações (resgates ou aportes).
21
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Resolução:
1ª etapa: Cálculo do patrimônio a partir da valorização dos ativos.
O novo patrimônio do fundo, por conta da valorização dos ativos, será de:
100.000.000 x (1 + 0,0015) = 100.150.000,00.
2ª etapa: Descontar a taxa de administração.
Para calcular a taxa diária de administração a ser cobrada, deve–se dividir 2 por 252, o que
equivale a 0,0079365%. Logo, devemos aplicar esse porcentual ao patrimônio do fundo:
10.003.300 x 0,011905% = 7.948,40. Então, o patrimônio do fundo líquido da taxa de
administração em D+1 será de R$ 100.142.051,60
3ª etapa: Cálculo da cota.
Como não houve movimentações, o fundo iniciará D+1 com 200.000 cotas. Dessa forma, o
valor de cada cota será: 100.142.051,60 / 200.000 = R$ 500,71. Como a cota em D+0 era de
100.000.000 / 200.000 = 500,00, o fundo registrou valorização de 0,142% ({[500,71 /500,00] –
1)} x 100) nesse período (um dia).
Taxa de Performance
Além da taxa de administração, alguns gestores também podem cobrar uma taxa pelo
seu desempenho (baseada no resultado do fundo). As taxas de performance devem
obrigatoriamente estar atreladas ao benchmark do fundo. Os fundos de renda fixa normalmente
adotam o CDI ou o IGP–M como benchmark, os fundos cambiais usam o dólar e os fundos de
renda variável o índice IBOVESPA.
É vedada a cobrança de taxa de performance nos fundos classificados como Renda Fixa (exceto
Longo Prazo e Dívida Externa), a não ser que sejam destinados a investidores qualificados.
Para estes, os fundos podem cobrar taxa de performance de acordo com o que dispuser o seu
regulamento.
A cobrança da taxa de performance para as demais classes de fundos deve obedecer às
seguintes regras:
• É cobrada sobre a parcela da rentabilidade do fundo que excede a variação de um índice
pré–determinado (benchmark) compatível com a política de investimento do fundo;
• Vedação da vinculação da taxa de performance a percentuais inferiores a 100% do indicador
de referência;
• Cobrança após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa de administração;
• Cobrança por período, no mínimo semestral.
• Deve–se observar o conceito de Linha d’Água.
De acordo com o conceito de Linha d’Água, a cobrança de taxa de performance não é permitida
caso o valor da cota do fundo seja inferior ao seu valor por ocasião da última cobrança efetuada.
22
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
23
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
24
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
25
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Caso haja resgate no intervalo de vigência do prazo de carência, o valor da cota para resgate
será aquele da data inicial de vigência do período de carência, e o investidor perde assim a
rentabilidade do período. Portanto, os fundos sem carência são aqueles que não estipulam
prazo de carência para crédito da rentabilidade das cotas.
Prazo de cotização: conceito (prazo de conversão de cotas na aplicação e no resgate) Com a
Instrução CVM 555, entrou em vigor a cota de fechamento para os fundos cambiais, multimercado,
renda fixa longo prazo e os de dívida externa, como já ocorria com os fundos de ações. Essa cota
reflete o valor da carteira do fundo após o fechamento do mercado financeiro, procedimento que é
especialmente importante nos fundos de maior risco, nos quais os preços dos ativos que integram
suas carteiras estão sujeitos a oscilações mais significativas ao longo do dia.
Com esse procedimento, evita–se que investidores com informações atualizadas sobre a
evolução do mercado realizem movimentações de aplicações ou resgates que eventualmente
os beneficiem em relação aos demais cotistas desses fundos. Em contrapartida, o crédito
dos resgates solicitados nesses fundos ocorre, no mínimo, no dia seguinte ao da solicitação
e somente após a liberação e o cadastramento da cota. Isso ocorre porque, em muitos casos,
a finalização da apuração da cota de fechamento e consequentemente o seu cadastramento
acontecem somente no dia seguinte, após o fechamento do mercado financeiro.
Neste caso, ele deve proceder à imediata divulgação de fato relevante, tanto por ocasião do
fechamento, quanto da reabertura do fundo. O fechamento do fundo para resgate deve, em
qualquer caso, ser imediatamente comunicado à CVM. O fundo deve permanecer fechado para
aplicações enquanto perdurar o período de suspensão de resgates.
Caso o fundo permaneça fechado por período superior a 5 dias consecutivos, o administrador
deve obrigatoriamente, além da divulgação de fato relevante por ocasião do fechamento,
convocar no prazo máximo de 1 dia, para realização em até 15 dias, assembleia geral
extraordinária para deliberar sobre as seguintes possibilidades:
• substituição do administrador, do gestor ou de ambos;
• reabertura ou manutenção do fechamento do fundo para resgate;
• liquidação do fundo.
O administrador responderá aos cotistas remanescentes pelos prejuízos que lhes tenham sido
causados em decorrência da não utilização dos poderes conferidos neste artigo.
27
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Simples
Os fundos classificados como Renda Fixa Simples são constituídos sob a forma de condomínio
aberto e têm no mínimo 95% de seu patrimônio líquido, isolada ou cumulativamente,
composto por:
• Títulos da dívida pública federal.
• Títulos de renda fixa de emissão ou coobrigação de instituições financeiras que possuam
classificação de risco atribuída pelo gestor, no mínimo, equivalente àqueles atribuídos aos
títulos da dívida pública federal (baixo risco de crédito).
• Operações compromissadas lastreadas em títulos da dívida pública federal ou em títulos
de responsabilidade, emissão ou coobrigação de instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil, desde que, na hipótese de lastro em títulos de responsabilidade
de pessoas de direito privado, a instituição financeira, contraparte do fundo na operação,
possua classificação de risco atribuída pelo gestor, no mínimo, equivalente àquela atribuída
aos títulos da dívida pública federal.
Outras características do Fundo Simples são:
• Utiliza derivativos exclusivamente para fins de proteção da carteira (hedge).
• Tem limite de concentração de 50% em papéis privados.
• Prevê, em seu regulamento, que todos os documentos e informações a ele relacionados
sejam disponibilizados aos cotistas preferencialmente por meios eletrônicos.
• Deve adotar estratégia de investimento que proteja o fundo de riscos de perdas e
volatilidade.
• Sua lâmina de informações essenciais deve comparar a performance do fundo com a
performance da taxa SELIC.
Ficam vedadas as seguintes condições (Fundo Simples):
• Cobrança de taxa de performance
• Realização de investimentos no exterior;
• A concentração em créditos privados;
28
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Referenciado
Os fundos classificados como referenciados devem apresentar em sua denominação o seu
indicador de desempenho, em função da estrutura dos ativos financeiros integrantes das
respectivas carteiras, desde que atendidas, cumulativamente, as seguintes condições:
• Ter 80%, no mínimo, de seu patrimônio líquido representado, isolada ou cumulativamente,
por:
• títulos da dívida pública federal;
• ativos financeiros de renda fixa considerados de baixo risco de crédito pelo gestor.
• Estipular que 95%, no mínimo, da carteira seja composta por ativos financeiros deforma a
acompanhar, direta ou indiretamente, a variação do indicador de desempenho (benchmark)
escolhido.
• Restringir a respectiva atuação nos mercados de derivativos com a realização de operações
com o objetivo de proteger posições detidas à vista, até o limite dessas.
Dívida Externa
Os fundos classificados como Dívida Externa deverão aplicar, no mínimo, 80% de seu
patrimônio líquido em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da
União; e no máximo 20% do patrimônio líquido em outros títulos de crédito transacionados no
mercado internacional. A aquisição de cotas de outros fundos classificados como Dívida Externa
não está sujeita a incidência de limites de concentração por emissor. Os recursos porventura
remanescentes (após atendimento dos 80% mínimos) podem ser direcionados à realização de
operações em mercados organizados de derivativos no exterior e no país.
Relativamente aos títulos de crédito transacionados no mercado internacional, o total de
emissão ou coobrigação de uma mesma pessoa jurídica, de seu controlador, de sociedades por
ele(a) direta ou indiretamente controladas e de suas coligadas sob controle comum não pode
exceder 10% do patrimônio líquido do fundo.
29
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
FUNDO DE AÇÕES
Os fundos classificados como ações deverão possuir, no mínimo, 67% da carteira investida
nos seguintes ativos admitidos à negociação em mercado de bolsa ou balcão organizado:
• Ações.
• Bônus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações.
• Cotas de fundos de ações e cotas dos fundos de índice de ações.
• BDRs níveis II e III.
O principal fator de risco da carteira de um fundo classificado como ações deve ser a variação
de preços de ações admitidas à negociação no mercado de balcão organizado.
30
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Mercado de Acesso
Fundos de ações cuja política de investimento preveja que, no mínimo, 2/3 do patrimônio
líquido sejam investidos em ações de companhias listadas em segmento de negociação de
valores mobiliários voltado ao mercado de acesso, instituído por bolsa de valores ou por
entidade do mercado de balcão organizado, que assegure, por meio de vínculo contratual,
práticas diferenciadas de governança corporativa.
Para que o valor das cotas desses fundos não fique defasado face ao valor das companhias
fechadas, a Instrução CVM 549 estabelece que companhias fechadas investidas por fundos de
ações Mercado de Acesso sejam avaliadas, a cada 12 meses, a valor justo. No âmbito da B3, o
segmento de acesso é atualmente representado pelo Bovespa Mais.
BDR Nível I
São fundos com investimento mínimo de 67% do PL composto pelos mesmos ativos do Fundo
de Ações, incluindo os BDR Nível I. Ou seja, se incluir os BDR classificados como Nível I, o fundo
deve usar a designação “Ações – BDR Nível I”.
FUNDO CAMBIAL
Fundos que aplicam pelo menos 80% de sua carteira em ativos relacionados diretamente
ou sintetizados, via derivativos, à variação de preços de moeda estrangeira ou à variação do
cupom cambial.
Se a entidade for associada à ANBIMA e aderir a sua classificação de fundos, os recursos
remanescentes em caixa devem estar investidos em cotas de Fundos Renda Fixa – Duração Baixa
– Grau de Investimento ou Soberano, ou em ativos permitidos a estes fundos, não admitindo
alavancagem. O montante não aplicado em ativos relacionados direta ou indiretamente ao
dólar ou ao euro deve ser aplicado somente em títulos e operações de Renda Fixa (pré ou pós–
fixadas a CDI/Selic). Não admitem alavancagem.
FUNDO MULTIMERCADO
Os fundos classificados como multimercado devem possuir políticas de investimento que
envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em
especial ou em fatores diferentes das demais classes mencionadas anteriormente.
Caso obedeçam às regras estabelecidas nestas categorias, estes fundos podem adotar os
seguintes sufixos:
• Longo Prazo;
• Crédito Privado;
• Dívida Externa;
• Investimentos no Exterior.
31
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Crédito Privado
Os fundos de investimento classificados como Renda Fixa, Cambial ou Multimercado que
realizarem aplicações em quaisquer ativos ou modalidades operacionais de responsabilidade
de pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, exceto em ações e assemelhados, ou de
emissores públicos diferentes da União Federal que, em seu conjunto, excedam o percentual de
50% de seu patrimônio líquido, devem observar as seguintes regras, cumulativamente àquelas
previstas para sua classe:
• Incluir na sua denominação o sufixo “Crédito Privado”.
• Incluir os destaques necessários no termo de adesão e ciência de risco.
Essas regras também se aplicam aos fundos de investimento em cotas de fundos de
investimento.
32
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
33
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
O disposto no inciso I acima não é aplicável aos fundos, cuja política de investimento for
investir no mínimo, 95% de seu patrimônio líquido em ações ou certificados de depósito de
ações do próprio administrador ou gestor do fundo, ou de empresas ligadas, ocasião em que o
administrador deve adotar medidas que garantam o correto entendimento pelos investidores
acerca do risco de concentração.
O valor das posições do fundo em contratos derivativos será considerado no cálculo dos limites
estabelecidos, cumulativamente, em relação ao emissor do ativo subjacente; e à contraparte,
quando se tratar de derivativos sem garantia de liquidação por câmaras ou prestadores de
serviços de compensação e de liquidação autorizados a funcionar pelo Banco Central ou pela
CVM.
Cumulativamente aos limites por emissor, o fundo observará os seguintes limites de
concentração por modalidades de ativo financeiro:
I. Até 20% do patrimônio líquido do fundo, para o conjunto dos seguintes ativos:
a. Cotas de fundos de investimento e cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de
investimento registrados com base na ICVM nº 555;
b. Cotas de Fundos de Investimento Imobiliário – FII;
c. Cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – FIDC;
d. Cotas de Fundos de Investimento em Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – FIC–
FIDC;
e. Cotas de fundos de índice admitidos à negociação em mercado organizado;
f. Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRI; e
g. outros ativos financeiros não previstos abaixo (casos em que não há limite de concentração
por modalidade de ativo financeiro), desde que permitidos pela ICVM 555.
II. dentro do limite de que trata o inciso I, até 5% do patrimônio líquido do fundo, para o
conjunto dos seguintes ativos:
a. cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Não–Padronizados – FIDC–NP;
b. cotas de Fundos de Investimento em Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Não–
Padronizados – FIC–FIDC–NP;
c. cotas de fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores profissionais
registrados com base nesta Instrução; e
d. cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de investimento destinados
exclusivamente a investidores profissionais registrados com base nesta Instrução.
Os limites estabelecidos nos incisos I e II acima são computados em dobro nos fundos de
investimento destinados a investidores qualificados e Fundos Previdenciários.
III. não há limite de concentração por modalidade de ativo financeiro para o investimento em:
a. títulos públicos federais e operações compromissadas lastreadas nestes títulos;
b. ouro, desde que adquirido ou alienado em negociações realizadas em mercado organizado;
34
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
35
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
36
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Qualquer pessoa pode investir em um fundo de investimento imobiliário, desde que possua
recursos no montante mínimo para o investimento. Já a administração do fundo de investimento
imobiliário compete, exclusivamente a:
• bancos comerciais;
• bancos múltiplos com carteira de investimento ou carteira de crédito imobiliário;
• bancos de investimento;
• sociedades corretoras ou sociedades distribuidoras de valores mobiliários;
• sociedades de crédito imobiliário e caixas econômicas.
O fundo deverá distribuir aos seus cotistas, no mínimo, 95% dos lucros auferidos, apurados
segundo o regime de caixa, com base em balanço ou balancete semestral encerrado em 30
de junho e 31 de dezembro de cada ano. Esses rendimentos e ganhos de capital deverão ser
distribuídos pelos fundos de investimento imobiliário, sob qualquer forma e a qualquer que
seja o beneficiário.
Tributação
De acordo com a Lei nº 8.668/93 e alterações:
• Os rendimentos e ganhos de capital auferidos pelos Fundos de Investimento Imobiliário,
cujas cotas sejam admitidas à negociação exclusivamente em bolsas de valores ou no
mercado de balcão organizado, quando distribuídos a qualquer beneficiário, assim como
na alienação de cotas, sujeitam–se à incidência do imposto de renda na fonte, à alíquota de
20%.
• A pessoa física estará isenta da incidência de IR somente sobre as distribuições pagas
pelo fundo, desde que:
• o cotista beneficiado tenha menos de 10% das cotas do fundo;
• o fundo tenha, no mínimo, 50 cotistas;
• as cotas do fundo sejam negociadas exclusivamente em bolsa ou mercado de balcão
organizado.
No caso de ganho de capital na alienação das cotas, sempre será devido imposto de renda, à
alíquota de 20% sobre o ganho.
• Será tributado também à alíquota de 20% o fundo que aplicar recursos em empreendimento
imobiliário e que tiver como incorporador, construtor ou sócio quotista pessoa física titular
de cotas que representem 10% ou mais da totalidade das cotas emitidas pelo Fundo de
Investimento Imobiliário ou cujas cotas lhe derem direito ao recebimento de rendimento
superior a 10% do total de rendimentos auferidos pelo fundo.
37
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
38
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
É vedado ao fundo a realização de operações com derivativos, exceto quando tais operações:
• forem realizadas exclusivamente para fins de proteção patrimonial; ou
• envolverem opções de compra ou venda de ações das companhias que integram a carteira
do fundo com o propósito de:
• ajustar o preço de aquisição da companhia com o consequente aumento ou a
diminuição futura na quantidade de ações investidas; ou
• alienar essas ações no futuro como parte da estratégia de desinvestimento.
Perfil do Investidor
Os FIPs se constituem como fundos fechados e geralmente o prazo de carência para que se
possa resgatar a aplicação é de no mínimo cinco anos. Destinados aos investidores qualificados
que buscam retorno no longo prazo, os FIPs apresentam riscos de mercado, de liquidez,
operacional e crédito quando contraírem empréstimos.
O investimento por meio dos FIPs vem se mostrando atrativo aos estrangeiros que buscam
aplicações de longo prazo devido ao seu tratamento fiscal diferenciado, dentre outras razões.
Tributação
Os rendimentos e ganhos líquidos auferidos pelo FIP nos casos de alienação, liquidação, resgate,
cessão ou repactuação dos títulos, aplicações financeiras e valores mobiliários integrantes
da sua carteira estão isentos do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Como regra geral, os rendimentos auferidos a partir do FIP
sujeitam–se ao Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) à alíquota de 15%.
Os FIPs podem ser um bom instrumento de planejamento sucessório, uma vez que é possível
fazer transações de maiores valores, tais como negociar participações em empresas, e pagar
Imposto de Renda somente quando os cotistas solicitarem o resgate, caso haja ganho de capital.
Classificação de FIPs
Os FIPs devem ser classificados nas seguintes categorias quanto à composição de suas
carteiras:
I. Capital Semente – devem ter receita bruta anual de até R$ 16.000.000,00 apurada no exercício
social encerrado em ano anterior ao primeiro aporte do fundo, sem que tenha apresentado
receita superior a esse limite nos últimos 3 exercícios sociais.
II. Empresas Emergentes – devem ter receita bruta anual de até R$ 300.000.000,00 apurada
no exercício social encerrado em ano anterior ao primeiro aporte do fundo, sem que tenha
apresentado receita superior a esse limite nos últimos 3 exercícios sociais.
III. Infraestrutura (FIP–IE) e Produção Econômica Intensiva em Pesquisa, Desenvolvimento
e Inovação (FIP–PD&I) – devem manter seu patrimônio líquido investido em ações, bônus
de subscrição, debêntures, conversíveis ou não em ações, ou outros títulos de emissão de
sociedades anônimas, de capital aberto ou
39
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
40
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Tributação
A tributação de FIDCs é a mesma que se aplica aos fundos Renda Fixa. Se aberto há come
cotas, pode ser de longo ou de curto prazo em função do prazo médio de vencimento dos
ativos (com a particularidade de que os recebíveis não entram no cálculo desse prazo médio).
Se fechado não há come cotas e sobre as amortizações e resgates (no final do prazo de duração
do Fundo), incidirá IR nos termos da tabela regressiva.
41
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
ETF de Ações
Exchange Traded Fund (ETF) é um fundo de investimento em índice, com cotas negociáveis
em bolsa, semelhante às ações. O ETF busca obter desempenho semelhante à performance de
determinado índice de mercado e, para tanto, sua carteira replica a composição desse índice,
de acordo com regras determinadas pela Instrução CVM nº 359/2002 e suas alterações.
O fundo deve manter 95%, no mínimo, de seu patrimônio aplicado em valores mobiliários ou
outros ativos de renda variável autorizados pela CVM, na proporção em que estes integram o
índice de referência, ou em posições compradas no mercado futuro do índice de referência,
de forma a refletir a variação e a rentabilidade de tal índice. Os recursos excedentes da
aplicação mínima podem ser investidos em: títulos públicos, títulos de renda fixa de emissão de
instituições financeiras, cotas de FIF, operações compromissadas, etc.
Ao investir em um ETF, aplica–se, ao mesmo tempo, em uma carteira de ações com papéis
de diferentes companhias que, juntas, reproduzem um determinado índice, diminuindo, dessa
forma, a probabilidade e o risco de perda que se corre quando se opta por negociar um título
em especial, pois há diversificação de risco.
O custo da operação torna–se menor, uma vez que investir nas ações que compõem o índice
exigiria comprar, nas devidas proporções, os componentes daquele índice, com os custos de
negociação de cada operação. Além disso, para manter a mesma posição do índice, gerir, de
forma bastante dinâmica, as proporções de seus componentes.
O investidor pode comprar ou vender o ETF no mercado secundário da mesma forma que faz
com suas ações, ou solicitar a emissão ou o resgate de ETFs, desde que tais operações sejam
realizadas com os papéis que compõem a carteira teórica daquele índice ao qual o ETF é
vinculado e de acordo com o regulamento específico de cada produto. Como valores mobiliários
listados em bolsa, os ETFs propiciam aos investidores benefícios que não estão disponíveis para
investidores em fundos de investimento não listados.
O preço de negociação do ETF flutuará com base na oferta e na demanda dos ETFs que, por
sua vez, refletirão as condições do mercado das ações que integram a carteira do Fundo, a
conjuntura econômica e as expectativas gerais dos investidores. Nesse sentido, poderá ser
diferente do valor de referência do ETF.
A liquidação de ETFs ou Fundos de Índices é a mesma do mercado à vista de ações, D+2 a
partir da data de negociação.
42
FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL
Tributação
No momento da venda das cotas de ETFs de renda variável, incide imposto de renda à alíquota
de 15% sobre o ganho de capital auferido do investidor (diferença positiva entre o valor da venda
e o custo de aquisição das cotas). O recolhimento do imposto de renda é de responsabilidade
do próprio investidor.
Os ETFs de renda fixa são tributados de acordo com o prazo médio dos títulos em carteira.
Os rendimentos ou ganhos de capital auferidos pelo investidor em ETFs de renda fixa estão
sujeitos ao Imposto de Renda que é cobrado no momento do resgate da aplicação, pagamento
de rendimentos ou alienação do ativo no mercado secundário e direto na fonte.
A alíquota de IR pode variar entre 15%, 20% ou 25%, já que os ETFs de renda fixa possuem
tributação conforme o prazo médio de repactuação (duration) dos títulos que os compõem:
43
INVESTIMENTOS
NO EXTERIOR
INVESTIMENTOS
NO EXTERIOR
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR
O que antes era uma possibilidade que ficava restrita a investidores com grande patrimônio,
hoje possui diversas opções de investimento que dão acesso ao mercado internacional a
investidores de todas as classes. Porém, é importante entender que a maioria dos ativos
disponíveis no varejo ainda não se tratam especificamente do ativo internacional e sim de
ativos que são distribuídos no Brasil, mas com exposição em ativos internacionais. Como
exemplo temos os COEs, Fundos de Investimento e BDRs. O foco desta disciplina é tratar dos
investimentos no exterior na sua origem.
Os dois principais motivos pelos quais um investidor deveria iversificar sua carteira
internacionalmente são:
• Redução de Risco.
• Otimização dos retornos.
Como veremos também em outras disciplinas ao longo do curso, a diversificação de risco não
sistêmico só é possível através da combinação de ativos com baixa correlação, logo acessar
mercados diferentes do nosso, são fundamentais nesse processo.
3
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Os CDs são assegurados pelo FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation), por bancos ou por
uniões de crédito. Portanto são também considerados como ativos praticamente livres de risco.
O CD tem um termo específico, fixo (frequentemente três meses, seis meses, ou um a cinco
anos) e, normalmente, uma taxa fixa de juros. A intenção do emissor é que o CD seja mantido
até a maturidade pelo investidor, quando o dinheiro pode ser resgatado junto com os juros
acumulados.
Commercial Papers
Os Commercial Papers (CPs), semelhantes às Notas Promissórias aqui no Brasil, apesar de serem
geralmente emitidos por empresas, também podem ser emitidos por bancos e governos. Sua
emissão destina-se à obtenção de recursos no mercado, a um custo inferior às taxas praticadas
pelos bancos.
O Commercial Paper é utilizado principalmente para captar recursos de curto prazo, das
empresas, como pagamento de impostos, aquisição de matéria-prima e eventuais imprevistos
de caixa.
Suas principais características são:
• Não necessita garantias: apenas empresas já estabelecidas costumam emitir esse tipo de
título.
• Flexibilidade: livre pactuação de juros e prazos entre as partes.
• Não há um mercado secundário ativo de CPs, porque a maioria dos compradores fica com
os papéis até o vencimento.
• Geralmente são pré-fixados, negociados com deságio, assim como as T-bills, devido ao seu
curto prazo (grande parte dos CPs tem prazos entre 2 e 90 dias).
• Não são registrados no SEC (Securities Exchange Commission) por terem prazo inferior a
270 dias.
Eurobonds
São títulos de longo prazo emitidos em diversos países. São títulos não registrados e sua emissão
não é regulamentada por um país específico, podendo ser feita em dólares ou outras moedas.
Normalmente, os Eurobonds são vendidos com desconto do valor de face e pagamento de
cupom semestral. São vendidos a investidores de fora do país de origem da moeda usada, ou
seja, são lançados no exterior em moeda diferente daquela do mercado em que foi emitida.Um
exemplo de Eurobonds seriam títulos emitidos pelo governo ou por empresas brasileiras no
mercado Internacional. Importante atentar que o termo “Eurobond”, não tem qualquer relação
com a região da Europa. O mercado de eurobonds é uma importante fonte de capital para
empresas multinacionais e governos, de qualquer lugar do mundo.
Este tipo de título também costuma ser chamado de acordo com a moeda de emissão,
acrescentando-se a moeda como sufixo:
Eurodollar, Euroyen, Eurosterling bonds, etc. Podendo ser emitidos com taxa de juros pré (Fixed
Rate) ou pós-fixadas (Floating Rate).
5
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
MERCADO DE AÇÕES
Assim como no Brasil, os mercados internacionais podem ser divididos em mercados primário e
secundário. O mercado primário compreende o lançamento de novas ações ou títulos de dívida
no mercado, com aporte de recursos à companhia. As empresas recorrem ao mercado primário
para completar os recursos de que necessitam, visando financiar seus projetos de expansão ou
seu emprego em outras atividades.
No mercado primário as empresas podem emitir novas ações de duas formas:
• Public Offering: Os títulos são oferecidos ao público em geral, com a ajuda de um
intermediário financeiro (Investment Bank).
• Private Placement: As ações são vendidas por um banco de investimento para poucos
investidores institucionais (não é necessário registro no SEC).
6
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Um IPO (Initial Public Offering) ocorre quando uma empresa abre seu capital pela primeira vez
(se torna pública). Já as seasoned issues (lotes secundários) são novas emissões de empresas já
públicas.
No mercado secundário ocorre a negociação dos títulos adquiridos no mercado primário,
proporcionando a liquidez necessária e informação contínua para precificação de ativos aos
investidores. Ao mesmo tempo, oferece maior facilidade para levantar fundos para o emissor
no mercado primário. Como exemplos de mercados secundários podemos citar as bolsas de
valores e mercados de balcão (Over-the-Counter ou OTC).
As principais bolsas mundiais para negociações de ações são:
• New York Stock Exchange (NYSE)
• London Stock Exchange (LSE
• Tokyo Stock Exchange (TSE)
• NASDAQ
Classificação de Ações:
Common stock (Ações Ordinárias):
• Representam a maioria das ações negociadas.
• Possuem direito ao voto.
• Podem ser classificadas por:
Setores (Industrial, utilities, transportations, e financial institutions);
Doméstica ou Estrangeira.
Preferred stock (Ações Preferenciais):
• Ações que pagam dividendos fixos trimestrais ou semestrais (avaliadas como títulos de
renda fixa).
• Menor volume (liquidez) se comparadas às common stocks.
• Têm prioridade em caso de liquidação da empresa.
• Geralmente não possuem direito a voto.
• Não apresentam o potencial de apreciação das common stocks.
Classificação de Ações por Qualidade e por Capitalização
Uma outra forma de classificar as ações leva em consideração seu potencial de crescimento e
sua qualidade de crédito:
• Ações Blue-chip: ações de empresas de grande porte, bem estabelecidas e estáveis, com
elevado poder financeiro e alta liquidez no mercado de ações. Ex.: Apple, Exxon Mobil,
General Eletric, Chevron Corp e IBM
7
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
• Ações em Crescimento (Growth stocks): ações de empresas cujas vendas e cujo faturamento
expandem mais rápido do que a economia em geral e a média do setor no qual atua.
• Ações Defensivas: são empresas resistentes à recessão (empresas de serviço público,
tabaco, alimentos, etc.).
• Ações Cíclicas: são empresas nas quais o faturamento varia com o ciclo de negócio (aço,
cimento, automóveis, etc.).
8
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
FUNDOS DE INVESTIMENTO
Fundos de investimento (mutual funds), ou fundos mútuos, são equivalentes aos fundos de
investimentos no Brasil. No mercado de fundos norte-americano, existem mais de 10.000 tipos
de fundos e assim como aqui eles podem ser open-end (abertos) ou closed-end (fechados),
com relação ao formato de negociação das cotas. Closed-end funds ou CEF (fundo fechado),
são aqueles nos quais as cotas são negociadas no mercado de balcão e são listadas em bolsas
de valores. Estes fundos geralmente não emitem novas cotas após a abertura de capital inicial,
ou seja, sua capitalização é fixa após a primeira emissão uma vez que não se adiciona ativos
ao fundo. Suas cotas também não são resgatáveis, o que dá grande flexibilidade de gestão ao
gestor do fundo (não se preocupa com reserva de liquidez para resgates). Isso ajuda no retorno
do fundo uma vez que se pode investir em ativos menos líquidos e com maior rentabilidade.
O número de cotas que compõe os open-end funds é variável, conforme a compra e venda
de cotas do fundo por investidores. Já nos closed-end funds o número de cotas do fundo
permanece fixo.
Classificações dos Mutuals Funds:
Money Market Funds (Fundos de Curto Prazo): são fundos que investem em papéis de
curto prazo (menos de um ano) emitidos pelo governo (Treasury Bills) e agências norte-
americanas, assim como bancos e corporações.
As cotas são fixadas em US$1 e oferecem algumas vantagens aos investidores em relação à
poupança e CDs (Certificate of Deposits):
• Baixo Risco: fundos compostos de títulos com baixo risco como Treasury Bills e geralmente
são fundos com seguros.
• Alta liquidez: não há multas para saque/resgate
• Retorno atrativo: média de 4 a 6% ao ano, oferecendo taxa superior à da poupança e
similar ao retorno oferecido por CDs (impõe altas multas para resgate adiantado).
Bonds Funds (Fundos de Renda Fixa): possuem risco superior que os fundos Money Market,
mas também produzem mais receita e são utilizados para diversificação.
Podem ser classificados como:
• Municipal Bond Funds: títulos isentos de impostos emitidos por governos locais e estaduais.
• Corporate Bond Funds: títulos emitidos por corporações americanas.
• Mortgage-Backed Securities Funds: títulos lastreados por financiamentos imobiliários
residenciais.
• U.S. Government Bond Funds: títulos emitidos pelo Governo norte-americano.
Outra forma comum de classificação desses fundos é por vencimento dos papéis, ou a data a
qual o emissor devolverá o empréstimo inicial: short-term bonds, intermediate-term bonds ou
long-term bonds.
9
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Balanced funds: são fundos que investem num mix de títulos de renda fixa, ações preferenciais
e ordinárias. Estes fundos têm como objetivo conservar o investimento inicial do investidor,
gerar receitas e ajudar o crescimento a longo prazo de ambos: principal e receita. No nosso país
são conhecidos como fundos multimercados.
Equity Funds (Fundos de Ações): representam a maior categoria de fundos mútuos. São
considerados mais arriscados que fundos de renda fixa, apesar de alguns fundos de renda fixa
também possuírem risco elevado. São utilizados com o objetivo de ganho de capital no longo
prazo. Os fundos de ações oferecem maior retorno no longo prazo e podem ser classificados
por estratégia ou pelo tamanho das empresas.
Classificação por estratégia:
• Growth Funds: investem em empresas com forte crescimento de lucros, receitas e
fluxos de caixa em relação ao mercado. Estes fundos raramente pagam dividendos e são
considerados de alto risco.
• Value Funds: investem em empresas consideradas subvalorizadas, de alta qualidade, mas
que, por qualquer motivo, são vistas desfavoravelmente no mercado. Estas ações possuem
baixo P/L e Preço/valor patrimonial e alto dividend yield.
• Blend Funds: combinação de ações growth e value.
• Market-neutral funds: fundo que tem como objetivo obter retornos superiores ao do
mercado com risco inferior. Estes gestores compram ações com perspectivas de alta e
fazem hedge com venda a descoberto de um valor equivalente de ações com perspectiva
de baixa. Os gestores também geram receitas (juros) sobre o dinheiro depositado como
margem da venda descoberta em contas de money market. O objetivo destes fundos é
atingir retornos consistentes, variando de 3 a 6% acima da TLR (nos Estados Unidos a taxa
das T-Bills), após taxas, em mercados de alta ou baixa.
Classificação pelo tamanho das empresas:
• Large-Cap Funds: investem em empresas com alto valor de mercado (número de ações
emitidas X atual valor de mercado), geralmente maior que US$5 bilhões. São chamados
de fundos “blue-chip” por investirem em empresas bem estabelecidas e tendem a pagar
dividendos.
• Mid-Cap Funds: investem em empresas de médio porte, cujo valor de mercado varia de
US$1 a 5 bilhões.
• Small-Cap Funds: Investem em empresas de pequeno porte (emergentes), cujo valor de
mercado seja inferior a US$1 bilhão.
Há também fundos setoriais que focam em empresas de determinado setor da economia,
assim como fundos internacionais, de mercados emergentes, de países específicos, etc. Os
fundos setoriais focam em empresas de determinado setor da economia, como de tecnologia
ou de energia.
Os Global Funds são fundos que investem em ações de empresas no mundo todo, inclusive
empresas localizadas no país local.
10
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Taxas
Os gestores de open-end funds podem cobrar uma taxa para os investidores no momento da
compra (front-end load ou comissão de vendas) ou de resgate (back-end load). Às vezes, a taxa
de back-end poderá diminuir ao longo do tempo a fim de incentivar períodos de investimentos
mais longos para os cotistas. Os prêmios, loads e taxas de resgate são, em essência, formas de
recompensa pelos esforços de vendas e marketing.
INVESTIMENTOS ALTERNATIVOS
HEDGE FUNDS
Os Hedge Fundos são fundos em que a estratégia principal é a proteção dos ativos de perdas
financeiras, enquanto ao mesmo tempo procuram por elevados retornos. No Brasil, o tipo de
fundo com estratégias que mais se assemelham (com diversas restrições legais) desse modelo
são os Fundos Multimercados.
O surgimento dos Hedge Funds se deu em meados de 1949, criados por Alfred Jones. Seu
objetivo era incrementar o rendimento do fundo, com a estratégia de fazer operações para
proteger outras operações contratadas. Jones comprava ações que tinham as melhores
perspectivas e se protegia do risco de oscilações negativas nos preços dos papeis com a
venda a descoberto de outras ações para as quais as perspectivas eram piores. Sua estratégia,
quando confirmada as perspectivas, permitia que ganhasse nas duas operações: com a alta
das ações compradas, porque já as detinha, e com a queda das vendidas a descoberto, porque
podia adquiri-las agora por valor inferior para entrega. Os fundos administrados por Alfred
Jones tinham rendimento bem mais atraente que os Mutual Funds tradicionais, mesmo em
momentos de queda nas bolsas.
Desde 1980, o número desses fundos nos Estados Unidos cresce a taxas anuais expressivas.
A participação dos hedge funds na indústria não é tão expressiva porque esses são fundos de
acesso restrito. O investimento mínimo pedido por esses fundos para pessoas físicas varia entre
US$ 200 mil a US$ 1 milhão. Como não se recomenda que o investidor tenha mais de 10% do
seu patrimônio nesses fundos, estamos falando de pessoas físicas com fortunas de mais de US$
10 milhões. Atualmente, seus maiores investidores são clientes institucionais como fundos de
pensão, seguradoras, dentre outras.
Esses fundos oferecem expressivos ganhos aos seus gestores, uma vez que estes recebem uma
participação nos resultados. Por isso tendem a atrair os melhores e mais criativos profissionais.
Na prática, esse gestor encontra dois limitadores: o primeiro é que ele, como pessoa física
é obrigado a ser cotista do fundo, e desse modo participará também das perdas que suas
estratégias provocarem. A outra é que, em caso de falência do fundo, ele responderá com seu
próprio patrimônio investido, da mesma forma que o cotista.
Como resultado da administração diferenciada por esses profissionais, mesmo com a cobrança
de taxa de administração (normalmente 1% sobre o PL do fundo) e de taxa de performance mais
altas, os hedge funds têm superado os fundos mútuos em rentabilidade e retorno ajustado ao
risco.
11
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
12
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
13
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
16
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
17
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Tipos
A carteira de um fundo Private Equity pode ser diversificada de três maneiras:
• Setores industriais
• Estágios de desenvolvimento das empresas
• Regiões geográficas
Estágio do Investimento
Os fundos de Private Equity podem se encontrar em um dos seguintes estágios:
• Estágios iniciais:
• Seed financing – fundos para pesquisa e desenvolvimento de novas ideias ou produtos.
• Start-up financing – fundos necessários para desenvolver/finalizar o produto e
marketing. Tipicamente destinados a empresas que ainda não venderam seus produtos
e serviços comercialmente.
• First-stage financing – fundos necessários para iniciar produção e vendas.
• Financiamento para expansão:
• Second-stage financing – fundos para expansão de uma empresa existente, lucrativa
ou não.
• Third-stage financing – fundos para grande expansão.
• Mezzanine ou Bridge financing – fundos necessários para abertura de capital da
empresa (dentro de aproximadamente 1 ano).
Os Fundos de Private Equity também podem ser usados para situações especiais como:
O capital de risco ou venture capital é co-investido com o empreendedor para financiar uma
operação de early stage (seed e start-up) ou expansão inicial. O elevado risco do investidor
contrapõe-se à expectativa de obtenção de uma rentabilidade acima da média. Após o ciclo
de expansão da empresa, o investidor se desfaz de sua participação no negócio, vendendo-a a
outros investidores ou empresas.
• Turnarounds – empresas que estão perdendo market-share e estão próximas à falência
precisarão de uma injeção de capital e mudança da gestão ou estratégia da empresa para
reverter o quadro e torná-la lucrativa.
• Management Buyout – um buyout no qual a equipe de gestão da empresa-alvo adquire
uma área de negócio ou a própria empresa aos acionistas com o apoio de uma sociedade
ou fundo de Private Equity.
• Leveraged Buyouts – um grupo de investidores ou um fundo usa capital emprestado para
comprar a empresa dos proprietários atuais. Os ativos da empresa são geralmente usados
como garantia para o empréstimo.
18
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
• Spin-off – é uma transação onde divisões ou unidades de uma empresa tornam-se uma
entidade de negócios separada, com ativos, funcionários, tecnologia, propriedade
intelectual próprios.
Estratégias de Saída
Normalmente, estratégias de saída de investidores de Private Equity contemplam:
• venda por meio de uma oferta inicial de ações (IPO);
• venda para um comprador estratégico;
• venda para um comprador financeiro; ou
• recompra de ações por parte do empreendedor, sócio da private equity na empresa-alvo.
Administradores de Private Equity normalmente vêm a possibilidade de fazer um IPO como
a opção de desinvestimento mais atrativa, mas vários fatores externos, não diretamente
relacionados com a situação econômica e financeira da companhia, impactam o resultado
final de uma oferta pública — o interesse do público investidor nas ações da companhia é um
exemplo. Adicionalmente, um processo de IPO é caro e mais aplicável a empresas de grande
porte, com maior capacidade de atrair a atenção de investidores.
Vendas a compradores estratégicos são as formas de saída mais utilizadas no Brasil, uma vez
que um comprador estratégico provavelmente oferecerá uma avaliação mais favorável aos
acionistas de uma companhia competidora, considerando as sinergias identificadas entre as
empresas e a intenção do comprador de aumentar a participação de mercado e obter acesso
a um novo mercado para seus produtos (no caso de empresas internacionais ou empresas
brasileiras expandindo para diferentes áreas geográficas dentro do Brasil), bem como acesso a
novas tecnologias, direitos de propriedade intelectual e empregados chaves.
As saídas por meio de vendas a compradores financeiros, por outro lado, são cada vez
mais presentes no mercado brasileiro de Private Equity. Obviamente, os motivadores da
decisão de um comprador financeiro para investir em uma empresa são diferentes daqueles
de um comprador estratégico, uma vez que compradores financeiros estão preocupados
principalmente com o retorno do seu investimento, e não necessariamente com as sinergias
entre empresas e outras vantagens competitivas. Considerando, assim, o foco dos compradores
financeiros nos resultados financeiros dos investimentos, a avaliação da empresa geralmente
tende a ser menos atraente do que aquela oferecida pelos compradores estratégicos. De
qualquer forma, o processo de M&A para a venda de ações da companhia para um comprador
financeiro não é materialmente diferente de uma venda para um comprador estratégico.
Finalmente, a recompra de ações consiste na venda da participação da firma de Private Equity
em uma empresa a seus acionistas remanescentes, geralmente os controladores originais da
empresa que negociaram o investimento pelo fundo de Private Equity em primeiro lugar. Tal
venda normalmente ocorre mediante o exercício, pelos acionistas originais, de seu direito de
preferência ou direito de primeira oferta de aquisição de ações da companhia, ou, ainda, por
meio do exercício de opções de compra e venda acordadas nos termos do acordo de acionistas
à época que o fundo de Private Equity foi admitido na empresa.
19
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Performance
Os retornos em investimentos de Private Equity tipicamente variam entre 40% a 60%
anualmente. Entretanto, investimentos de longo prazo variam de acordo com o tipo de empresa
onde o capital foi investido. Assim como um fundo mútuo possui várias ações em sua carteira,
um fundo de Private Equity possui várias empresas. Destas empresas, apenas 10 a 15% serão
extremamente bem-sucedidas. As demais empresas poderão gerar lucros ou perdas.
20
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Os ETFs podem ser negociados ao longo do dia porque utilizam um sistema de preços bastante
diferente do utilizado pelos fundos mútuos, cujo preço é estabelecido apenas uma vez ao dia
com base nos preços de fechamento dos valores repartidos pelos fundos. Já os preços das cotas
de ETFs sobem e descem de acordo com as negociações em tempo real na bolsa, da mesma
forma como são definidos os preços das ações ordinárias.
Nos fundos mútuos, as vendas realizadas pelos investidores obrigam o fundo a vender ações,
sendo os lucros líquidos pagos aos investidores no final do ano. ETFs não possuem este
problema de gestão de caixa, portanto, apresentam melhor performance que as dos fundos
mútuos semelhantes. Essa “distribuição” pode ser tributada como ganho de capital. Contudo,
uma vez que a negociação com ETFs não obriga a venda de nenhum valor do fundo, tais
distribuições jamais ocorrem, e não há cobrança de imposto.
Os ETFs também possuem uma taxa de administração menor que as dos fundos mútuos. Por
exemplo, a taxa de administração de um fundo SPDR é 12 basis points (0,12%) enquanto a de
um fundo mútuo varia em torno de 18 basis points. Como os investidores geralmente negociam
ETFs no mercado secundário, por intermédio de um broker, pagam uma taxa de comissão
pela negociação. Uma vez que os ETFs pretendem replicar a evolução de um índice (gestão
passiva), os lucros/prejuízos derivados deste ativo correspondem ao desempenho desse índice.
O ETF pode ainda pagar dividendos da mesma forma que os fundos tradicionais ou optar pelo
reinvestimento desses rendimentos.
Libor
A taxa LIBOR (London Interbank Offered Rate) é a taxa de juros média utilizada por um grupo
representativo de bancos (no mercado monetário de Londres) nos empréstimos mútuos sem
garantia. Ela é utilizada globalmente como benchmark de taxa de juros de curto prazo.
J.P. Morgan Emerging Markets Bond Index +
O EMBI + é um índice desenvolvido pelo banco JP Morgan, baseado nos bônus emitidos pelos
maiores países latino americanos e outros emergentes (Brasil, Argentina, México, Bulgária,
Marrocos, Filipinas, Nigéria, Polônia, Rússia e África do Sul) para medir a capacidade do país
de saldar o montante dos títulos da sua dívida. Ele mede o retorno de instrumentos de dívida
externa de mercados emergentes ativamente negociados. Para a maioria das carteiras, a data
base (um número-índice igual a 100) é 31 de dezembro de 1993, quando foi iniciado o cálculo
do EMBI+. O rendimento da carteira em determinado período corresponde à variação do índice
entre a data inicial e a final. O EMBI+ é construído como uma composição de três tipos de
instrumentos da dívida dos países emergentes: bradies, eurobônus e empréstimos externos de
entidades soberanas.
Calcula-se inicialmente o retorno diário para cada instrumento individual, e a partir daí calcula-
se a média aritmética dos retornos diários ponderada pelo valor de mercado para cada tipo de
dívida. Finalmente, estima-se a média aritmética dos retornos diários médios dos quatro tipos
de instrumentos, ponderada pelos respectivos valores de mercado.
21
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Event Driven
O investimento orientado a eventos é uma estratégia de investimento de fundos de hedge que
busca explorar as ineficiências de preços que podem ocorrer antes ou depois de um evento
corporativo, como uma chamada de lucros, falência, fusão, aquisição ou cisão . Em tempos
mais recentes, os profissionais de mercado expandiram esta definição para incluir eventos
adicionais, como desastres naturais e ações iniciadas por ativistas de acionistas. No entanto,
a arbitragem de fusões continua sendo a estratégia de investimento mais conhecida dentro
deste grupo.
As estratégias de investimento orientadas a eventos são normalmente usadas apenas por
investidores sofisticados, como fundos de hedge e firmas de private equity . Isso porque os
investidores em ações tradicionais, incluindo gestores de fundos mútuos de ações, não possuem
a experiência necessária ou acesso às informações necessárias para analisar adequadamente
os riscos associados a muitos desses eventos corporativos.
Dow Jones
É o mais importante indicador do desempenho da Bolsa de Valores de Nova York. Foi
introduzido em 1896 por Charles H. Dow, sendo a mais antiga medida utilizada continuamente
no mercado acionário. Este índice compreende 30 ações que representam empresas líderes em
grandes setores, ponderadas pelos preços nominais. Essas ações são amplamente compradas
pelo mercado e são todas Blue-Chips. O Dow Jones está atrelado à velha economia, embora
também haja empresas de tecnologia na sua composição.
22
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
NASDAQ Composite
O NASDAQ Composite é um índice do mercado de ações que inclui quase todas as ações listadas
na Nasdaq. Junto com o Dow Jones Industrial Average e o S&P 500 Index, é um dos três índices
do mercado de ações mais seguidos nos Estados Unidos. A composição do NASDAQ Composite
é fortemente voltada para empresas do setor de tecnologia da informação. O NASDAQ-100 ,
que inclui 100 das maiores empresas não financeiras do Nasdaq Composite, é responsável por
mais de 90% do movimento do NASDAQ Composite.
NASDAQ-100
Restringe-se às ações de empresas listadas na bolsa eletrônica Nasdaq. Sua carteira teórica
abrange todas as ações de todas as mais de 3.300 empresas ali negociadas, ponderadas
segundo o valor de mercado.
S&P 500
Desenvolvido em 1923 pela agência classificadora de risco Standard & Poor’s. A carteira
teórica deste índice contém ações de 500 empresas, respeitadas certas participações setoriais.
A ponderação é proporcional ao valor de mercado da empresa. O S&P 500 também pode
conter ações listadas em diferentes bolsas de valores norte-americanas. Assim, o S&P 500 é
um dos índices mais abrangentes, ao compreender 500 empresas das mais representativas em
termos de capitalização da economia norte-americana e, por isso é mais utilizado para medir a
performance das chamadas Large-Caps (empresas com alto valor de mercado e maduras) nos
EUA.
23
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
24
DERIVATIVOS
DERIVATIVOS
DERIVATIVOS
Derivativos são ativos financeiros cujos valores e características de negociação estão atrelados
aos ativos que lhes servem de referência. A palavra derivativo vem do fato que o preço do ativo
é derivado de outro ativo.
Ex.: Opção de Vale, o preço desta opção é derivado do ativo “ação da Vale”.
O valor de um derivativo depende de outras variáveis básicas.
É uma forma de transferência de risco a outros agentes econômicos.
Como surgiu: Da necessidade do produtor rural garantir um preço mínimo para sua safra.
• Derivativos agropecuários: têm como ativo-objetivo commodities agrícolas, como café,
boi, milho, soja e outros;
• Derivativos financeiros: têm seu valor de mercado referenciado em alguma taxa ou índice
financeiro, como taxa de juro, taxa de inflação, taxa de câmbio, índice de ações e outros;
• Derivativos de energia e climáticos: têm como objeto de negociação energia elétrica, gás
natural, créditos de carbono e outros.
Participantes
Hedger: opera nesse mercado buscando proteção contra oscilações de preços dos ativos.
Esse participante possui determinado bem ou ativo financeiro.
Especulador: assumem o risco da operação com o objetivo de auferir ganhos com a oscilação
dos preços. Esse participante entra e sai rapidamente no mercado fazendo apostas.
3
DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL
Opção de Venda (put) In-The-Money (ITM): O preço do ativo adjacente é inferior ao preço de
exercício da opção.
Opção de Venda (put) Out-of-The-Money(OTM): O preço do ativo adjacente é superior ao
preço de exercício da opção.
Opção de compra (call) ou Opção de Venda (put) At-The-Money (ATM): O preço do ativo
subjacente é igual ao preço de exercício da opção.
OPÇÃO
VENCIMENTO
COMPRA VENDA
A M Janeiro
B N Fevereiro
C O Março
D P Abril
E Q Maio
F R Junho
G S Julho
H T Agosto
I U Setembro
J V Outubro
K W Novembro
L X Dezembro
5
DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL
IMPORTANTE:
Se uma ação-objeto, durante o período de vigência da opção, distribuir dividendos,
juros sobre o capital próprio ou qualquer outro provento em dinheiro, o valor líquido
recebido será deduzido do preço de exercício da série, a partir do primeiro dia de
negociação ex-direito. Exemplo: se o preço de exercício é de R$ 200,00, e ocorre a
distribuição de juros sobre o capital próprio no montante líquido de R$ 20,00, o preço
de exercício será ajustado para R$ 180,00.
Garantias:
Para o titular de Opções: O titular no Mercado de Opções está isento de prestar garantias, pois
o risco máximo que pode correr é ele não exercer sua posição e perder o prêmio pago.
Para o Lançador de Opções: Somente das posições lançadoras é exigida a prestação de
garantias, e a finalidade da garantia é assegurar o cumprimento da obrigação assumida.
• Lançador Coberto: Deposita os títulos relativos a Opção
• Lançador Descoberto: Depositar margem em dinheiro ou os mesmos ativos aceitos no
mercado a termo, conforme cálculo efetuado pela Clearing. A margem depositada é o
resultado da soma dos seguintes componentes: margem de prêmio (prêmio de fechamento
do dia) e margem de risco (maior prejuízo potencial projetado para o dia seguinte).
Operação de financiamento
Termo usado no mercado acionário que caracteriza uma operação envolvendo a compra de
ação no mercado à vista, e venda desses mesmos ativos em um dos mercados à prazo.
Operação pela qual um investidor compra à vista um lote de ações e o revende imediatamente
em um dos mercados a prazo. A diferença entre os dois preços é a remuneração da aplicação
pelo prazo do financiamento. É a operação em que um investidor vende uma ação à vista e
compra uma opção de compra sobre essa ação.
6
DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL
Opções Exóticas
Opções que representem variações sobre os tipos básicos. Dão ao portador o direito, após
determinado período de tempo, escolher se ela será uma put (venda) ou uma call (compra). Opções
exóticas também podem podem ter um prazo específico, diferente do tradicional das opções.
Financiamento de Opções
Um tema bem interessante para os investidores, principalmente de longo prazo, que visam obter
uma remuneração extra para a carteira e ainda conseguir uma certa proteção em caso de queda.
O financiamento de opções, também conhecido como lançamento coberto, é uma operação
realizada em duas etapas:
O investidor compra uma quantidade de ações de uma determinada empresa no mercado
à vista e, simultaneamente, vende o equivalente no mercado de opções. Ao fechar esta
transação, o investidor está comparando a diferença entre o desembolsado hoje com o que irá
receber no vencimento das opções.
Com isso, o titular da ação ou lançador da opção se compromete a vender o ativo objeto da
opção pelo preço de exercício da opção (strike) até a data limite da série lançada (sempre a
terceira segunda feira do mês – salvo exceções definidas pela Bovespa). Para clarificar a
operação vou exemplificar abaixo.
• Compra: 1000 VALE3 @ R$ 50,00 = R$ 50.000,00
• Venda: 1000 VALED52 @ R$ 0,50 = R$ 500,00
Custo para montagem do trade: R$ 49.500,00
Ao fazer isso, me comprometo com o comprador das opções a vender as 1000 VALE3 até a data
do vencimento da série D por R$ 52,00 / ação que dá um total de R$ 52.000,00.
Lucro apurado caso a opção seja exercida: R$ 52.000,00 – R$ 49.50000 = R$ 2.500,00 ou 5,05%.
7
DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL
8
DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL
Mercado a termo
Compra-se ou vende-se um ativo com vencimento em determinada data futura (mínimo: 16 e
máximo de 999 dias corridos), por um preço previamente estabelecido em mercado, resultado
em um acordo/contrato entre as partes.
O preço a termo, que é fixado na abertura do negócio, é formado pelo preço à vista mais uma
taxa de juros, que varia conforme o prazo da transação.
Formas de liquidação
Por decurso de prazo;
Antes do decurso: os compradores podem solicitar o encerramento antes do decurso, mas isso
não vai alterar o valor do preço.
Direitos e proventos:
Os direitos e proventos distribuídos às ações-objeto do contrato a termo pertencem ao
comprador e serão recebidos, juntamente com as ações objeto, na data de liquidação ou
segundo normas específicas da CBLC.
Os direitos a recebimento de dividendo, bonificação em dinheiro ou qualquer outro provento
em dinheiro e à subscrição de valores mobiliários não alterarão o respectivo preço do contrato.
Contudo, o vendedor repassará o valor equivalente ao provento devido em dinheiro, na data da
efetiva distribuição.
Garantias:
São exigidas de ambos os participantes:
• Vendedor: Cobertura, que é o depósito da totalidade dos títulos objeto da operação.
• Comprador: Margem, que é o depósito de numerário e/ou ativos autorizados, em um valor
estabelecido pela Bovespa e CBLC.
Termo flexível
É a operação a termo em que o comprador pode substituir as ações-objeto do contrato.
Nesse caso, o comprador vende à vista as ações adquiridas a termo (antes do final da operação)
e com esse recurso pode adquirir outras ações à vista.
Se dá o nome flexível, justamente pela questão do comprador ter a “flexibilidade” de conseguir
alterar as ações que foram compradas no contrato.
9
DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL
Mercado futuro
• Além de mercadorias, são negociados ativos financeiros;
• A liquidação dos contratos pode ser física ou financeira. Predomina a liquidação financeira
(apenas 2% dos contratos são liquidados com a entrega física do ativo negociado);
• Os contratos são PADRONIZADOS (quantidade, peso, vencimento, local de entrega). Por
isso, são menos flexíveis que os contratos no mercado a termo.
• Ajustes diários: agregam maior garantia às operações
• Exige uma “margem de garantia
• Negociação em bolsa de valores
• Possibilidade de liquidação antes do prazo de vencimento
• Risco de contraparte é da Bolsa de Valores
IMPORTANTE:
No mercado futuro de ações, caso um contrato NÃO tenha sido liquidado até a data
do seu vencimento, o mesmo deverá ser liquidado mediante a entrega física das
ações correspondentes.
Ajuste diário
Preço de ajuste de hoje 3,55
Preço de ajuste de ontem 3,75
Diferença -0,20
Investidores "comprados" Pagam 0,20 por unidade de contrato
Investidores "vendidos" Recebem 0,20 por unidade de contrato
10
DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL
Lembre-se que no mercado a termo, pode haver a entrega física do objeto negociado
em alguns casos, apesar desse tipo de negócio pouco acontecer, é permitido.
Tempo
Data de vencimento
11
DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL
IMPORTANTE:
Em dia de feriado, que impossibilite a coleta dos preços para cálculo dos indicadores
agropecuários, será utilizado o mesmo indicador do dia anterior.
Café arábica
Objeto de negociação: Café cru, em grão, de produção brasileira, café arábica, tipo 4-25 (4,5)
ou melhor, bebida dura ou melhor, para entrega no Município de São Paulo, SP, Brasil.
Cotação: Dólares dos Estados Unidos da América por saca de 60 quilos líquidos, com duas
casas decimais. Variação mínima de apregoação US$ 0,05 (cinco centavos de dólar dos Estados
Unidos da América) por saca de 60 quilos líquidos.
Unidade de negociação: 100 sacas de 60 quilos líquidos ou 6.000 quilos líquidos.
Meses de vencimento: Março, maio, julho, setembro e dezembro.
12
DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL
Milho
Objeto de negociação: Milho em grão a granel, amarelo, de odor e aspectos normais, em bom
estado de conservação, livre de bagas de mamona, bem como de outras sementes prejudiciais,
e de insetos vivos, duro ou semiduro, proveniente da última safra e de produção brasileira, em
condições adequadas de comercialização e próprio para consumo animal
Cotação: Reais por saca de 60 quilos líquidos cada, correspondentes a 27 toneladas métricas de
milho em grão a granel.
Meses de vencimento: Janeiro, março, maio, julho, agosto, setembro e novembro.
Soja
Objeto de negociação: Soja brasileira, tipo exportação. A metodologia para classificação
e análise dos grãos atenderá às estipulações do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.
Cotação: Dólares dos Estados Unidos da América por saca de 60 quilos, com duas casas
decimais. A cotação é livre de quaisquer encargos, tributários ou não-tributários.
Unidade de negociação: 27 toneladas métricas ou 450 sacas de 60 quilos de soja em grão a
granel.
Meses de vencimento: Março, abril, maio, julho, agosto, setembro e novembro.
Etanol
Objeto de negociação: Álcool anidro carburante (etanol)
Cotação: Dólares dos Estados Unidos da América por metro cúbico (1.000 litros) de etanol,
conforme as especificações definidas no item 2, com duas casas decimais, livres de quaisquer
encargos, tributários ou não-tributários.
Unidade de negociação: 30 metros cúbicos (30.000 litros) a 20ºC (Celsius).
Meses de vencimento: Todos os meses.
Índice – IBOVESPA
Objeto de negociação: O Ibovespa.
Cotação: Pontos de índice, sendo cada ponto equivalente ao valor em reais estabelecido pela
BM&F..
Unidade de negociação (tamanho do contrato): Ibovespa futuro multiplicado pelo valor em
reais de cada ponto, estabelecido pela BM&F.
13
DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL
Meses de vencimento: Meses pares. A BM&F poderá, a seu critério, quando as condições de
mercado assim exigirem, autorizar a negociação de vencimentos em meses ímpares.
Câmbio
Objeto de negociação: Taxa de câmbio de reais por dólar dos Estados Unidos da América, para
entregar pronta.
Cotação: Reais por US$ 1.000,00, com até três casas decimais.
Tamanho do contrato: US$ 50.000,00.
Meses de vencimento: Todos os meses.
14
DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL
Webtrading
Sistema de negociação de mini contratos pela internet, operado pela Bolsa de Mercadorias
e Futuros – B3 S.A., em que mercados futuros poderão ser negociados diretamente por
investidores pessoas físicas e jurídicas não-financeiras.
O sistema conta:
a) com a pré-margem, ou depósito prévio de recursos para cobrir as margens de garantia e os
ajustes diários.
b) com o arbitrador, participante que deverá dar liquidez aos produtos, operando tanto nos
minicontratos quanto nos contratos futuros-padrão.
Swap
Swap se refere basicamente a uma troca, servindo como uma ferramenta de hedge.
Consiste em operações que envolvem a troca de:
• Moedas
• Índices
• Taxas de juros
Exemplo 1: Aplicação em CDB com rendimentos atrelados ao dólar ou a variação do índice da
poupança. Na verdade, o cliente adquiriu um CDB prefixado e trocou o índice de remuneração.
Os contratos de swap são liquidados em D+1
A melhor data para renovar um contrato de Swap, para que o investidor não fique nenhum dia
desprotegido é um dia antes do seu vencimento (D-1).
15
DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL
Quem faz uma operação de swap está procurando se proteger contra surpresas do
mercado financeiro.
Imposto retido na fonte: Haverá a incidência do IRF à alíquota de 0,005% sobre os seguintes
valores: Nos mercados de opções será sobre o resultado, se positivo, da soma algébrica dos
prêmios pagos e recebidos no mesmo dia.
Retenção na fonte: Intermediadora.
Imposto retido na fonte: Haverá a incidência do IRF à alíquota de 0,005%, sobre os seguintes
valores:
Nos mercados a termo:
• Quando houver a previsão de entrega do ativo objeto na data do seu vencimento; a
diferença se positiva, entre o preço a termo e o preço à vista na data da liquidação
• Com liquidação exclusivamente financeira; o valor da liquidação previsto no contrato.
Retenção na fonte: instituição intermediadora.
Haverá isenção do recolhimento do imposto de renda na fonte sobre essas novas incidências,
caso o valor do imposto, somando-se todas as operações realizadas no mês, seja igual ou
inferior a R$ 1,00.
17
DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL
18
DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL
2. O resultado negativo ou perda apurado em um mês pode ser compensado com ganho
auferido em meses anteriores?
Não se pode compensar resultados negativos de um mês com ganhos auferidos em meses
anteriores, pois a base de cálculo do imposto é apurada mensalmente.
São imunes do imposto de renda:
• Os templos de qualquer culto
• Os partidos políticos, inclusive suas fundações, e as entidades sindicais de trabalhadores,
sem fins lucrativos
Exceção
Art. 38 (IN 1.022 da Receita Federal). São também tributados como aplicações financeiras de
renda fixa os rendimentos auferidos:
• Nas operações conjugadas que permitam a obtenção de rendimentos predeterminados,
tais como as realizadas:
• Nos mercados de opções de compra e venda em bolsa de valores, de mercadorias e de
futuros (box)
• No mercado a termo nas bolsas de que trata a alínea “a”, em operações de venda
coberta sem ajustes diários
• No mercado de balcão.
19
INVESTIMENTOS
NO EXTERIOR
INVESTIMENTOS
NO EXTERIOR
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR
O que antes era uma possibilidade que ficava restrita a investidores com grande patrimônio,
hoje possui diversas opções de investimento que dão acesso ao mercado internacional a
investidores de todas as classes. Porém, é importante entender que a maioria dos ativos
disponíveis no varejo ainda não se tratam especificamente do ativo internacional e sim de
ativos que são distribuídos no Brasil, mas com exposição em ativos internacionais. Como
exemplo temos os COEs, Fundos de Investimento e BDRs. O foco desta disciplina é tratar dos
investimentos no exterior na sua origem.
Os dois principais motivos pelos quais um investidor deveria iversificar sua carteira
internacionalmente são:
• Redução de Risco.
• Otimização dos retornos.
Como veremos também em outras disciplinas ao longo do curso, a diversificação de risco não
sistêmico só é possível através da combinação de ativos com baixa correlação, logo acessar
mercados diferentes do nosso, são fundamentais nesse processo.
3
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Os CDs são assegurados pelo FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation), por bancos ou por
uniões de crédito. Portanto são também considerados como ativos praticamente livres de risco.
O CD tem um termo específico, fixo (frequentemente três meses, seis meses, ou um a cinco
anos) e, normalmente, uma taxa fixa de juros. A intenção do emissor é que o CD seja mantido
até a maturidade pelo investidor, quando o dinheiro pode ser resgatado junto com os juros
acumulados.
Commercial Papers
Os Commercial Papers (CPs), semelhantes às Notas Promissórias aqui no Brasil, apesar de serem
geralmente emitidos por empresas, também podem ser emitidos por bancos e governos. Sua
emissão destina-se à obtenção de recursos no mercado, a um custo inferior às taxas praticadas
pelos bancos.
O Commercial Paper é utilizado principalmente para captar recursos de curto prazo, das
empresas, como pagamento de impostos, aquisição de matéria-prima e eventuais imprevistos
de caixa.
Suas principais características são:
• Não necessita garantias: apenas empresas já estabelecidas costumam emitir esse tipo de
título.
• Flexibilidade: livre pactuação de juros e prazos entre as partes.
• Não há um mercado secundário ativo de CPs, porque a maioria dos compradores fica com
os papéis até o vencimento.
• Geralmente são pré-fixados, negociados com deságio, assim como as T-bills, devido ao seu
curto prazo (grande parte dos CPs tem prazos entre 2 e 90 dias).
• Não são registrados no SEC (Securities Exchange Commission) por terem prazo inferior a
270 dias.
Eurobonds
São títulos de longo prazo emitidos em diversos países. São títulos não registrados e sua emissão
não é regulamentada por um país específico, podendo ser feita em dólares ou outras moedas.
Normalmente, os Eurobonds são vendidos com desconto do valor de face e pagamento de
cupom semestral. São vendidos a investidores de fora do país de origem da moeda usada, ou
seja, são lançados no exterior em moeda diferente daquela do mercado em que foi emitida.Um
exemplo de Eurobonds seriam títulos emitidos pelo governo ou por empresas brasileiras no
mercado Internacional. Importante atentar que o termo “Eurobond”, não tem qualquer relação
com a região da Europa. O mercado de eurobonds é uma importante fonte de capital para
empresas multinacionais e governos, de qualquer lugar do mundo.
Este tipo de título também costuma ser chamado de acordo com a moeda de emissão,
acrescentando-se a moeda como sufixo:
Eurodollar, Euroyen, Eurosterling bonds, etc. Podendo ser emitidos com taxa de juros pré (Fixed
Rate) ou pós-fixadas (Floating Rate).
5
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
MERCADO DE AÇÕES
Assim como no Brasil, os mercados internacionais podem ser divididos em mercados primário e
secundário. O mercado primário compreende o lançamento de novas ações ou títulos de dívida
no mercado, com aporte de recursos à companhia. As empresas recorrem ao mercado primário
para completar os recursos de que necessitam, visando financiar seus projetos de expansão ou
seu emprego em outras atividades.
No mercado primário as empresas podem emitir novas ações de duas formas:
• Public Offering: Os títulos são oferecidos ao público em geral, com a ajuda de um
intermediário financeiro (Investment Bank).
• Private Placement: As ações são vendidas por um banco de investimento para poucos
investidores institucionais (não é necessário registro no SEC).
6
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Um IPO (Initial Public Offering) ocorre quando uma empresa abre seu capital pela primeira vez
(se torna pública). Já as seasoned issues (lotes secundários) são novas emissões de empresas já
públicas.
No mercado secundário ocorre a negociação dos títulos adquiridos no mercado primário,
proporcionando a liquidez necessária e informação contínua para precificação de ativos aos
investidores. Ao mesmo tempo, oferece maior facilidade para levantar fundos para o emissor
no mercado primário. Como exemplos de mercados secundários podemos citar as bolsas de
valores e mercados de balcão (Over-the-Counter ou OTC).
As principais bolsas mundiais para negociações de ações são:
• New York Stock Exchange (NYSE)
• London Stock Exchange (LSE
• Tokyo Stock Exchange (TSE)
• NASDAQ
Classificação de Ações:
Common stock (Ações Ordinárias):
• Representam a maioria das ações negociadas.
• Possuem direito ao voto.
• Podem ser classificadas por:
Setores (Industrial, utilities, transportations, e financial institutions);
Doméstica ou Estrangeira.
Preferred stock (Ações Preferenciais):
• Ações que pagam dividendos fixos trimestrais ou semestrais (avaliadas como títulos de
renda fixa).
• Menor volume (liquidez) se comparadas às common stocks.
• Têm prioridade em caso de liquidação da empresa.
• Geralmente não possuem direito a voto.
• Não apresentam o potencial de apreciação das common stocks.
Classificação de Ações por Qualidade e por Capitalização
Uma outra forma de classificar as ações leva em consideração seu potencial de crescimento e
sua qualidade de crédito:
• Ações Blue-chip: ações de empresas de grande porte, bem estabelecidas e estáveis, com
elevado poder financeiro e alta liquidez no mercado de ações. Ex.: Apple, Exxon Mobil,
General Eletric, Chevron Corp e IBM
7
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
• Ações em Crescimento (Growth stocks): ações de empresas cujas vendas e cujo faturamento
expandem mais rápido do que a economia em geral e a média do setor no qual atua.
• Ações Defensivas: são empresas resistentes à recessão (empresas de serviço público,
tabaco, alimentos, etc.).
• Ações Cíclicas: são empresas nas quais o faturamento varia com o ciclo de negócio (aço,
cimento, automóveis, etc.).
8
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
FUNDOS DE INVESTIMENTO
Fundos de investimento (mutual funds), ou fundos mútuos, são equivalentes aos fundos de
investimentos no Brasil. No mercado de fundos norte-americano, existem mais de 10.000 tipos
de fundos e assim como aqui eles podem ser open-end (abertos) ou closed-end (fechados),
com relação ao formato de negociação das cotas. Closed-end funds ou CEF (fundo fechado),
são aqueles nos quais as cotas são negociadas no mercado de balcão e são listadas em bolsas
de valores. Estes fundos geralmente não emitem novas cotas após a abertura de capital inicial,
ou seja, sua capitalização é fixa após a primeira emissão uma vez que não se adiciona ativos
ao fundo. Suas cotas também não são resgatáveis, o que dá grande flexibilidade de gestão ao
gestor do fundo (não se preocupa com reserva de liquidez para resgates). Isso ajuda no retorno
do fundo uma vez que se pode investir em ativos menos líquidos e com maior rentabilidade.
O número de cotas que compõe os open-end funds é variável, conforme a compra e venda
de cotas do fundo por investidores. Já nos closed-end funds o número de cotas do fundo
permanece fixo.
Classificações dos Mutuals Funds:
Money Market Funds (Fundos de Curto Prazo): são fundos que investem em papéis de
curto prazo (menos de um ano) emitidos pelo governo (Treasury Bills) e agências norte-
americanas, assim como bancos e corporações.
As cotas são fixadas em US$1 e oferecem algumas vantagens aos investidores em relação à
poupança e CDs (Certificate of Deposits):
• Baixo Risco: fundos compostos de títulos com baixo risco como Treasury Bills e geralmente
são fundos com seguros.
• Alta liquidez: não há multas para saque/resgate
• Retorno atrativo: média de 4 a 6% ao ano, oferecendo taxa superior à da poupança e
similar ao retorno oferecido por CDs (impõe altas multas para resgate adiantado).
Bonds Funds (Fundos de Renda Fixa): possuem risco superior que os fundos Money Market,
mas também produzem mais receita e são utilizados para diversificação.
Podem ser classificados como:
• Municipal Bond Funds: títulos isentos de impostos emitidos por governos locais e estaduais.
• Corporate Bond Funds: títulos emitidos por corporações americanas.
• Mortgage-Backed Securities Funds: títulos lastreados por financiamentos imobiliários
residenciais.
• U.S. Government Bond Funds: títulos emitidos pelo Governo norte-americano.
Outra forma comum de classificação desses fundos é por vencimento dos papéis, ou a data a
qual o emissor devolverá o empréstimo inicial: short-term bonds, intermediate-term bonds ou
long-term bonds.
9
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Balanced funds: são fundos que investem num mix de títulos de renda fixa, ações preferenciais
e ordinárias. Estes fundos têm como objetivo conservar o investimento inicial do investidor,
gerar receitas e ajudar o crescimento a longo prazo de ambos: principal e receita. No nosso país
são conhecidos como fundos multimercados.
Equity Funds (Fundos de Ações): representam a maior categoria de fundos mútuos. São
considerados mais arriscados que fundos de renda fixa, apesar de alguns fundos de renda fixa
também possuírem risco elevado. São utilizados com o objetivo de ganho de capital no longo
prazo. Os fundos de ações oferecem maior retorno no longo prazo e podem ser classificados
por estratégia ou pelo tamanho das empresas.
Classificação por estratégia:
• Growth Funds: investem em empresas com forte crescimento de lucros, receitas e
fluxos de caixa em relação ao mercado. Estes fundos raramente pagam dividendos e são
considerados de alto risco.
• Value Funds: investem em empresas consideradas subvalorizadas, de alta qualidade, mas
que, por qualquer motivo, são vistas desfavoravelmente no mercado. Estas ações possuem
baixo P/L e Preço/valor patrimonial e alto dividend yield.
• Blend Funds: combinação de ações growth e value.
• Market-neutral funds: fundo que tem como objetivo obter retornos superiores ao do
mercado com risco inferior. Estes gestores compram ações com perspectivas de alta e
fazem hedge com venda a descoberto de um valor equivalente de ações com perspectiva
de baixa. Os gestores também geram receitas (juros) sobre o dinheiro depositado como
margem da venda descoberta em contas de money market. O objetivo destes fundos é
atingir retornos consistentes, variando de 3 a 6% acima da TLR (nos Estados Unidos a taxa
das T-Bills), após taxas, em mercados de alta ou baixa.
Classificação pelo tamanho das empresas:
• Large-Cap Funds: investem em empresas com alto valor de mercado (número de ações
emitidas X atual valor de mercado), geralmente maior que US$5 bilhões. São chamados
de fundos “blue-chip” por investirem em empresas bem estabelecidas e tendem a pagar
dividendos.
• Mid-Cap Funds: investem em empresas de médio porte, cujo valor de mercado varia de
US$1 a 5 bilhões.
• Small-Cap Funds: Investem em empresas de pequeno porte (emergentes), cujo valor de
mercado seja inferior a US$1 bilhão.
Há também fundos setoriais que focam em empresas de determinado setor da economia,
assim como fundos internacionais, de mercados emergentes, de países específicos, etc. Os
fundos setoriais focam em empresas de determinado setor da economia, como de tecnologia
ou de energia.
Os Global Funds são fundos que investem em ações de empresas no mundo todo, inclusive
empresas localizadas no país local.
10
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Taxas
Os gestores de open-end funds podem cobrar uma taxa para os investidores no momento da
compra (front-end load ou comissão de vendas) ou de resgate (back-end load). Às vezes, a taxa
de back-end poderá diminuir ao longo do tempo a fim de incentivar períodos de investimentos
mais longos para os cotistas. Os prêmios, loads e taxas de resgate são, em essência, formas de
recompensa pelos esforços de vendas e marketing.
INVESTIMENTOS ALTERNATIVOS
HEDGE FUNDS
Os Hedge Fundos são fundos em que a estratégia principal é a proteção dos ativos de perdas
financeiras, enquanto ao mesmo tempo procuram por elevados retornos. No Brasil, o tipo de
fundo com estratégias que mais se assemelham (com diversas restrições legais) desse modelo
são os Fundos Multimercados.
O surgimento dos Hedge Funds se deu em meados de 1949, criados por Alfred Jones. Seu
objetivo era incrementar o rendimento do fundo, com a estratégia de fazer operações para
proteger outras operações contratadas. Jones comprava ações que tinham as melhores
perspectivas e se protegia do risco de oscilações negativas nos preços dos papeis com a
venda a descoberto de outras ações para as quais as perspectivas eram piores. Sua estratégia,
quando confirmada as perspectivas, permitia que ganhasse nas duas operações: com a alta
das ações compradas, porque já as detinha, e com a queda das vendidas a descoberto, porque
podia adquiri-las agora por valor inferior para entrega. Os fundos administrados por Alfred
Jones tinham rendimento bem mais atraente que os Mutual Funds tradicionais, mesmo em
momentos de queda nas bolsas.
Desde 1980, o número desses fundos nos Estados Unidos cresce a taxas anuais expressivas.
A participação dos hedge funds na indústria não é tão expressiva porque esses são fundos de
acesso restrito. O investimento mínimo pedido por esses fundos para pessoas físicas varia entre
US$ 200 mil a US$ 1 milhão. Como não se recomenda que o investidor tenha mais de 10% do
seu patrimônio nesses fundos, estamos falando de pessoas físicas com fortunas de mais de US$
10 milhões. Atualmente, seus maiores investidores são clientes institucionais como fundos de
pensão, seguradoras, dentre outras.
Esses fundos oferecem expressivos ganhos aos seus gestores, uma vez que estes recebem uma
participação nos resultados. Por isso tendem a atrair os melhores e mais criativos profissionais.
Na prática, esse gestor encontra dois limitadores: o primeiro é que ele, como pessoa física
é obrigado a ser cotista do fundo, e desse modo participará também das perdas que suas
estratégias provocarem. A outra é que, em caso de falência do fundo, ele responderá com seu
próprio patrimônio investido, da mesma forma que o cotista.
Como resultado da administração diferenciada por esses profissionais, mesmo com a cobrança
de taxa de administração (normalmente 1% sobre o PL do fundo) e de taxa de performance mais
altas, os hedge funds têm superado os fundos mútuos em rentabilidade e retorno ajustado ao
risco.
11
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
12
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
13
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
16
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
17
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Tipos
A carteira de um fundo Private Equity pode ser diversificada de três maneiras:
• Setores industriais
• Estágios de desenvolvimento das empresas
• Regiões geográficas
Estágio do Investimento
Os fundos de Private Equity podem se encontrar em um dos seguintes estágios:
• Estágios iniciais:
• Seed financing – fundos para pesquisa e desenvolvimento de novas ideias ou produtos.
• Start-up financing – fundos necessários para desenvolver/finalizar o produto e
marketing. Tipicamente destinados a empresas que ainda não venderam seus produtos
e serviços comercialmente.
• First-stage financing – fundos necessários para iniciar produção e vendas.
• Financiamento para expansão:
• Second-stage financing – fundos para expansão de uma empresa existente, lucrativa
ou não.
• Third-stage financing – fundos para grande expansão.
• Mezzanine ou Bridge financing – fundos necessários para abertura de capital da
empresa (dentro de aproximadamente 1 ano).
Os Fundos de Private Equity também podem ser usados para situações especiais como:
O capital de risco ou venture capital é co-investido com o empreendedor para financiar uma
operação de early stage (seed e start-up) ou expansão inicial. O elevado risco do investidor
contrapõe-se à expectativa de obtenção de uma rentabilidade acima da média. Após o ciclo
de expansão da empresa, o investidor se desfaz de sua participação no negócio, vendendo-a a
outros investidores ou empresas.
• Turnarounds – empresas que estão perdendo market-share e estão próximas à falência
precisarão de uma injeção de capital e mudança da gestão ou estratégia da empresa para
reverter o quadro e torná-la lucrativa.
• Management Buyout – um buyout no qual a equipe de gestão da empresa-alvo adquire
uma área de negócio ou a própria empresa aos acionistas com o apoio de uma sociedade
ou fundo de Private Equity.
• Leveraged Buyouts – um grupo de investidores ou um fundo usa capital emprestado para
comprar a empresa dos proprietários atuais. Os ativos da empresa são geralmente usados
como garantia para o empréstimo.
18
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
• Spin-off – é uma transação onde divisões ou unidades de uma empresa tornam-se uma
entidade de negócios separada, com ativos, funcionários, tecnologia, propriedade
intelectual próprios.
Estratégias de Saída
Normalmente, estratégias de saída de investidores de Private Equity contemplam:
• venda por meio de uma oferta inicial de ações (IPO);
• venda para um comprador estratégico;
• venda para um comprador financeiro; ou
• recompra de ações por parte do empreendedor, sócio da private equity na empresa-alvo.
Administradores de Private Equity normalmente vêm a possibilidade de fazer um IPO como
a opção de desinvestimento mais atrativa, mas vários fatores externos, não diretamente
relacionados com a situação econômica e financeira da companhia, impactam o resultado
final de uma oferta pública — o interesse do público investidor nas ações da companhia é um
exemplo. Adicionalmente, um processo de IPO é caro e mais aplicável a empresas de grande
porte, com maior capacidade de atrair a atenção de investidores.
Vendas a compradores estratégicos são as formas de saída mais utilizadas no Brasil, uma vez
que um comprador estratégico provavelmente oferecerá uma avaliação mais favorável aos
acionistas de uma companhia competidora, considerando as sinergias identificadas entre as
empresas e a intenção do comprador de aumentar a participação de mercado e obter acesso
a um novo mercado para seus produtos (no caso de empresas internacionais ou empresas
brasileiras expandindo para diferentes áreas geográficas dentro do Brasil), bem como acesso a
novas tecnologias, direitos de propriedade intelectual e empregados chaves.
As saídas por meio de vendas a compradores financeiros, por outro lado, são cada vez
mais presentes no mercado brasileiro de Private Equity. Obviamente, os motivadores da
decisão de um comprador financeiro para investir em uma empresa são diferentes daqueles
de um comprador estratégico, uma vez que compradores financeiros estão preocupados
principalmente com o retorno do seu investimento, e não necessariamente com as sinergias
entre empresas e outras vantagens competitivas. Considerando, assim, o foco dos compradores
financeiros nos resultados financeiros dos investimentos, a avaliação da empresa geralmente
tende a ser menos atraente do que aquela oferecida pelos compradores estratégicos. De
qualquer forma, o processo de M&A para a venda de ações da companhia para um comprador
financeiro não é materialmente diferente de uma venda para um comprador estratégico.
Finalmente, a recompra de ações consiste na venda da participação da firma de Private Equity
em uma empresa a seus acionistas remanescentes, geralmente os controladores originais da
empresa que negociaram o investimento pelo fundo de Private Equity em primeiro lugar. Tal
venda normalmente ocorre mediante o exercício, pelos acionistas originais, de seu direito de
preferência ou direito de primeira oferta de aquisição de ações da companhia, ou, ainda, por
meio do exercício de opções de compra e venda acordadas nos termos do acordo de acionistas
à época que o fundo de Private Equity foi admitido na empresa.
19
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Performance
Os retornos em investimentos de Private Equity tipicamente variam entre 40% a 60%
anualmente. Entretanto, investimentos de longo prazo variam de acordo com o tipo de empresa
onde o capital foi investido. Assim como um fundo mútuo possui várias ações em sua carteira,
um fundo de Private Equity possui várias empresas. Destas empresas, apenas 10 a 15% serão
extremamente bem-sucedidas. As demais empresas poderão gerar lucros ou perdas.
20
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Os ETFs podem ser negociados ao longo do dia porque utilizam um sistema de preços bastante
diferente do utilizado pelos fundos mútuos, cujo preço é estabelecido apenas uma vez ao dia
com base nos preços de fechamento dos valores repartidos pelos fundos. Já os preços das cotas
de ETFs sobem e descem de acordo com as negociações em tempo real na bolsa, da mesma
forma como são definidos os preços das ações ordinárias.
Nos fundos mútuos, as vendas realizadas pelos investidores obrigam o fundo a vender ações,
sendo os lucros líquidos pagos aos investidores no final do ano. ETFs não possuem este
problema de gestão de caixa, portanto, apresentam melhor performance que as dos fundos
mútuos semelhantes. Essa “distribuição” pode ser tributada como ganho de capital. Contudo,
uma vez que a negociação com ETFs não obriga a venda de nenhum valor do fundo, tais
distribuições jamais ocorrem, e não há cobrança de imposto.
Os ETFs também possuem uma taxa de administração menor que as dos fundos mútuos. Por
exemplo, a taxa de administração de um fundo SPDR é 12 basis points (0,12%) enquanto a de
um fundo mútuo varia em torno de 18 basis points. Como os investidores geralmente negociam
ETFs no mercado secundário, por intermédio de um broker, pagam uma taxa de comissão
pela negociação. Uma vez que os ETFs pretendem replicar a evolução de um índice (gestão
passiva), os lucros/prejuízos derivados deste ativo correspondem ao desempenho desse índice.
O ETF pode ainda pagar dividendos da mesma forma que os fundos tradicionais ou optar pelo
reinvestimento desses rendimentos.
Libor
A taxa LIBOR (London Interbank Offered Rate) é a taxa de juros média utilizada por um grupo
representativo de bancos (no mercado monetário de Londres) nos empréstimos mútuos sem
garantia. Ela é utilizada globalmente como benchmark de taxa de juros de curto prazo.
J.P. Morgan Emerging Markets Bond Index +
O EMBI + é um índice desenvolvido pelo banco JP Morgan, baseado nos bônus emitidos pelos
maiores países latino americanos e outros emergentes (Brasil, Argentina, México, Bulgária,
Marrocos, Filipinas, Nigéria, Polônia, Rússia e África do Sul) para medir a capacidade do país
de saldar o montante dos títulos da sua dívida. Ele mede o retorno de instrumentos de dívida
externa de mercados emergentes ativamente negociados. Para a maioria das carteiras, a data
base (um número-índice igual a 100) é 31 de dezembro de 1993, quando foi iniciado o cálculo
do EMBI+. O rendimento da carteira em determinado período corresponde à variação do índice
entre a data inicial e a final. O EMBI+ é construído como uma composição de três tipos de
instrumentos da dívida dos países emergentes: bradies, eurobônus e empréstimos externos de
entidades soberanas.
Calcula-se inicialmente o retorno diário para cada instrumento individual, e a partir daí calcula-
se a média aritmética dos retornos diários ponderada pelo valor de mercado para cada tipo de
dívida. Finalmente, estima-se a média aritmética dos retornos diários médios dos quatro tipos
de instrumentos, ponderada pelos respectivos valores de mercado.
21
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
Event Driven
O investimento orientado a eventos é uma estratégia de investimento de fundos de hedge que
busca explorar as ineficiências de preços que podem ocorrer antes ou depois de um evento
corporativo, como uma chamada de lucros, falência, fusão, aquisição ou cisão . Em tempos
mais recentes, os profissionais de mercado expandiram esta definição para incluir eventos
adicionais, como desastres naturais e ações iniciadas por ativistas de acionistas. No entanto,
a arbitragem de fusões continua sendo a estratégia de investimento mais conhecida dentro
deste grupo.
As estratégias de investimento orientadas a eventos são normalmente usadas apenas por
investidores sofisticados, como fundos de hedge e firmas de private equity . Isso porque os
investidores em ações tradicionais, incluindo gestores de fundos mútuos de ações, não possuem
a experiência necessária ou acesso às informações necessárias para analisar adequadamente
os riscos associados a muitos desses eventos corporativos.
Dow Jones
É o mais importante indicador do desempenho da Bolsa de Valores de Nova York. Foi
introduzido em 1896 por Charles H. Dow, sendo a mais antiga medida utilizada continuamente
no mercado acionário. Este índice compreende 30 ações que representam empresas líderes em
grandes setores, ponderadas pelos preços nominais. Essas ações são amplamente compradas
pelo mercado e são todas Blue-Chips. O Dow Jones está atrelado à velha economia, embora
também haja empresas de tecnologia na sua composição.
22
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
NASDAQ Composite
O NASDAQ Composite é um índice do mercado de ações que inclui quase todas as ações listadas
na Nasdaq. Junto com o Dow Jones Industrial Average e o S&P 500 Index, é um dos três índices
do mercado de ações mais seguidos nos Estados Unidos. A composição do NASDAQ Composite
é fortemente voltada para empresas do setor de tecnologia da informação. O NASDAQ-100 ,
que inclui 100 das maiores empresas não financeiras do Nasdaq Composite, é responsável por
mais de 90% do movimento do NASDAQ Composite.
NASDAQ-100
Restringe-se às ações de empresas listadas na bolsa eletrônica Nasdaq. Sua carteira teórica
abrange todas as ações de todas as mais de 3.300 empresas ali negociadas, ponderadas
segundo o valor de mercado.
S&P 500
Desenvolvido em 1923 pela agência classificadora de risco Standard & Poor’s. A carteira
teórica deste índice contém ações de 500 empresas, respeitadas certas participações setoriais.
A ponderação é proporcional ao valor de mercado da empresa. O S&P 500 também pode
conter ações listadas em diferentes bolsas de valores norte-americanas. Assim, o S&P 500 é
um dos índices mais abrangentes, ao compreender 500 empresas das mais representativas em
termos de capitalização da economia norte-americana e, por isso é mais utilizado para medir a
performance das chamadas Large-Caps (empresas com alto valor de mercado e maduras) nos
EUA.
23
INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL
24
PLANEJAMENTO FISCAL
PLANEJAMENTO FISCAL
TRILHA 01
Sejam bem–vindos a disciplina de planejamento fiscal, meu nome é Nathalia Fujiwara, sou
advogada, contadora, especialista em direito tributário e well management. Vou estar com
vocês nas próximas horas para tentar desmistificar direito tributário e passar pelas principais
nuances importantes para que vocês possam fazer os seus próprios planejamentos tributários
posteriormente.
Normas
Primeiro vamos passar pelas normas e pela constituição das normas de direito tributário.
Apesar dessa aula ser um pouco cansativa e teórica, ela é extremamente importante para
que a gente consiga entender como os tributos vem, porque eles vêm e quais as limitações ao
poder de tributar. Primeira norma de hierarquia superior temos a constituição federal, qual o
principal papel da constituição federal, ela delimita o campo de competência tributária de cada
ente federativo. Ela dispõe o papel de cada um desses entes e, além disso, ela dispõe a forma
que aquela norma tem que ser produzida para que ela seja válida. É uma norma de hierarquia
maior e, portanto, deve ser respeitada. Ela não traz o tributo em si. Ela traz quais os tributos e
como eles tem que vir ao ordenamento jurídico.
É por meio de lei complementar e tem um complemento, aquilo que está faltando na
constituição federal. A lei complementar precisa de aprovação da maioria absoluta do congresso
nacional e essa lei vai complementar aquilo que a constituição federal não trouxe. Então ela vai
delimitar o poder de tributar e regular algumas normas gerais do direito tributário. Exemplo de
legislação complementar é o próprio código tributário nacional.
Depois de complementadas essas regras pela lei complementar vem abaixo a lei ordinária, esta
ela precisa estar completamente subordinada a lei complementar e constituição. Ela tem que
estar de acordo com o que essas duas leis de hierarquia superior trouxeram. A lei ordinária,
diferentemente da lei complementar, não precisa de maioria absoluta para ser aprovada. Ela
vai instituir o tributo, ela pode também majorar o tributo, ela que efetivamente traz o tributo
ao nosso ordenamento jurídico.
Abaixo dela vem regulamentação, a regulamentação do que já está em lei ode vir por meio
de decreto. No caso da receita federal, uma instrução normativa. A regulamentação não pode
trazer nenhuma matéria ova, ela aí regulamentar o que já foi trazido por lei. Um exemplo que
podemos dar de uma regulamentação é uma instrução normativa que vai alterar o código
de recolhimento DARF de um tributo. Seria extremamente moroso se precisa de uma lei de
votação para tanto. Não é nada que altera, nenhum conteúdo, é pura e simplesmente uma
regulamentação daquele tributo que está inserido. Portanto pode ser feito por meio de decreto,
instrução normativo no caso da receita.
3
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
loucura porque a partir do exercício seguinte os tributos poderiam ser cobrados. Janeiro já é
exercício seguinte. Então para evitar esse tipo de surpresa ao contribuinte a constituição federal
foi emendada, surgiu a anterioridade nonagesimal. O que ela significa? Que após a instituição
da lei, existe a necessidade de uma vacância de 90 dias para que esse tributo possa ser cobrado.
Então vamos a um exemplo prático. Dia 31 de dezembro foi majorado um tributo, de acordo
com a anterioridade nonagesimal, só posso cobrar esse tributo após 90 dias de vacância, ou
seja, em meados de marco de 2021 eu poderia cobrar esse tributo e aí eu estaria respeitando
tanto a anterioridade nonagesimal quanto a anual.
Qual tributo que não precisa respeitar a anterioridade nonagesimal? Imposto de renda. Para
manter a base de cálculo em todo ano calendário, o imposto de renda só precisa respeitar a
anterioridade anual.
Qual tributo não precisa respeitar a anterioridade anual? IPI, também é uma exceção. Princípio
da capacidade contributiva, é aquele princípio que trata da progressividade, essencialidade
dos bens, ou seja, quem ganha mais paga mais. Se você tem capacidade contributiva, maior
patrimônio você vai pagar mais tributo. Conforme você tem mais, você paga mais. O princípio
da isonomia, todos têm que ser tratados de forma igual. Igualdade par aos iguais, desigualdade
para os desiguais. Tem que ter uma equivalência entre os contribuintes, então a renda de um
contribuinte que tem uma profissão x tem que ser tributada igual a renda da profissão y e
assim por diante, respeitando a capacidade contributiva mas tem que ter equivalência entre os
contribuintes.
E por fim, tem o princípio do não confisco, o que não pode, o estão não pode tributar os
recursos do contribuinte de maneira exagerada, não pode ter uma tributação maior do que
o próprio patrimônio. Esse princípio do não confisco é usado para o patrimônio, mas não
necessariamente utilizado para multas, por exemplo. E aí como eu já trouxe para vocês, tem a
exceção ao princípio da legalidade e anterioridade os tributos extrafiscais, porque uma exceção
a legalidade e anterioridade? Porque os tributos extrafiscais como o próprio nome diz, eles
têm uma função, além da arrecadação. Usualmente eles tentam organizar alguma situação ou
operação. Por exemplo, se quero evitar maior importação eu preciso naquele momento majorar
o IPI, se eu preciso majorar naquele momento e se eu respeitar a legalidade e a anterioridade
vai demorar muito tempo para eu conseguir majorar, ele não vai mais ser valido naquela
situação especifica em que o estado, em que o governo precisa majorar o IPI. A mesma coisa o
IOS se eu quero controlar uma situação de cambio, eu quero majorar o IOF por meio de decreto
e assim por diante. Como os tributos extrafiscais não são meramente arrecadatórios, eles
buscam regulamentar essas situações, intervir como atividade do estado, intervir na economia
eles não estão sujeitos nem a legalidade e anterioridade.
Espécies Tributárias
Existem cinco tipos de espécies tributarias. Primeiro a gente começa com os impostos, eles não
têm destinação especifica, isso mesmo, você paga sem contraprestação nenhuma da atividade
do estado. Você não paga imposto porque o estado fez alguma coisa para vocês. Você paga
imposto para que o estado continue a atuar, para que ele tenha dinheiro para funcionar. Você
paga tributo ou imposto para a máquina estatal funcionar, todo mundo paga imposto. Claro,
respeitando a capacidade contributiva de cada um.
5
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
Contribuição de Melhoria
As contribuições de melhoria existem devido a uma obra pública que teve uma melhoria em um
imóvel, por exemplo. Você tem um imóvel no bairro x e teve uma obra pública. Por causa dessa
obra pública, o seu imóvel valorizou, bairro valorizou, ou seja, você particular especificamente
teve uma melhora. Você teve uma melhora graças a uma obra, portanto você deve contribuição
de melhoria.
Empréstimos compulsórios eles vêm em uma situação de guerra, iminência de guerra, calamidade
pública e o que posso citar como exemplo a barragem de Brumadinho, podia ter sido instituto
empréstimo compulsório pois teve calamidade pública extremamente relevante. Então naquele
momento o estado poderia ter requerido. E por fim, temos as contribuições sociais, elas não têm
nenhuma vinculação com a atividade estatal e são destinadas a ordem social.
TRILHA 02
Sejam bem–vindos a aula de Planejamento Fiscal. Meu nome é Nathalia Fujiwara, sou advogada,
contadora, especialista em direito tributário e well management e hoje na trilha 2 vamos tratar
sobre imposto de renda pessoa física. É um tema extremamente importante e relevante para
todo planejamento fiscal que for feito. É aqui em que a gente consegue ver quais as condições
de cada lançamento, ou seja, tipos de aplicações financeiras, como você tem recebido seus
rendimentos do trabalho dividendos, salario, JCP, então vamos lá.
Imposto de Renda
No imposto de renda pessoa física a gente tem duas formas de recolhimento que são as
antecipações e tributação exclusiva ou definitiva. O que isso significa. Se você tem um ganho
de capital e você aliena um bem você vai tributar sobre as alíquotas de 15% a 22,5%e essa
tributação é definitiva, nada mais vai acontecer. JCP, se você recebe JCP a tributação é exclusiva
e definitiva em 15%, além de ser uma despesa dedutível do lucro real da pessoa jurídica e
quando você lançar isso na declaração de IR não vai aumentar o quanto você tem de tributo a
pagar. A mesma coisa a aplicação de rendimentos no mercado financeiro, elas são tributações
exclusivas e definitivas. Apesar de você ter que lançar ela no seu IR, na sua declaração de ajuste
anual elas não vão alterar o quanto você tem que pagar. Diferentemente das antecipações. Por
exemplo, a retenção na fonte, se você recebe um salário de uma pessoa jurídica, ela vai e retém
na fonte o IR sobre seu salário, quando você jogar o seu salário na sua declaração de ajuste
anual vai ter alguma alteração. A mesma coisa no carne leão, recebeu aluguel, royalties carne
leão.
7
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
Obrigatoriedade de apresentação
Agora a gente vai tratar de quem são as pessoas obrigadas a apresentar a declaração de imposto
de renda pessoa física. Se você tem rendimentos isentos a partir de 40 mil reais ou você tem
rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559, operações de ganho de capital, operações na bolsa
de valores, se você teve atividade rural com a receita bruta maior que R$ 142.798,00 ou se você
teve prejuízo nessa atividade rural e você vai querer utilizar esse prejuízo nos anos seguintes. Se
você também teve uma alienação de um imóvel em que você vai utilizar a isenção da tributação
que seja naqueles 180 dias para comprar outro imóvel ou imóvel de até R$ 440.000,00 você
também é obrigada. Então você estando dentro dessa obrigatoriedade você tem duas opções,
apresentar declaração simplificada ou completa. Qual a diferença?
A declaração completa é aquela em que você tem a possibilidade de dedução de despesa,
claro, aquelas despesas que a lei permite. Então você tem todos os rendimentos, desses
rendimentos você pode tirar, deduzir algumas despesas e custos que a lei permite e no final
vai ter a base de cálculo do imposto. Diferentemente da declaração simplificada. Ela não tem
dedução de despesas, trabalha com presunção de até 20% dos rendimentos tributáveis, ou
seja, automaticamente ela vai tirar R$ 16.756,34 do máximo da sua base tributada. Ou ela vai
tirar 20% da sua base tributável ou até 16.754,00. É uma presunção, é uma maneira de deduzir
20% ou 16.754, o que for menor.
Principais isenções
Rendimentos isentos, aqueles que não são tributáveis vão entrar na sua declaração, tem que
ser informados, mas não vão causar impacto algum, são meramente para informação ao fisco.
Lucros e dividendos recebidos por acionistas, pensão, pecúlio, indenização por aviso prévio,
rescisão de contrato de trabalho, alienação de bem ou direito de pequeno valor, ou seja,
qualquer alienação de bem de até 35 mil é isento de imposto de renda. Então você alienou um
carro por 32 mil reais vai ser isento de imposto de renda. Um quadro, uma joia, enfim, qualquer
bem. Lembrando que essa isenção é por natureza de bem. Ou seja, se você alienar dois carros,
e a alienação ultrapassar 35 mil você vai ter que recolher.
9
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
Exemplo de DAA
Aqui eu trouxe para vocês um exemplo de declaração de ajuste anual onde o indivíduo
estava em dúvida se ele faria a declaração simplificada ou completa. Aqui eu trouxe como
rendimento salario, aluguel, dividendo, decimo terceiro, JCP e aqui as despesas dele. Esse
cálculo é meramente exemplificativo porque é um cálculo que o programa da Receita Federal
de declaração de ajuste anual já faz automaticamente e ele já te dá a opção pela declaração
completa ou simplificada já com os valores a pagar ou a restituir. Então na declaração completa
todos os rendimentos dele totalizaram R$ 368 mil. Desse valor quais as despesas dedutíveis
que ele teve? INSS, ele teve um dependente, então ele lançou o valor por dependente, a
educação ele gastou R$ 3.561,50 com a educação dele, com a educação do dependente gastou
dois mil reais, então só tirou os dois mil mesmo, com saúde tem com despesa medica 20 mil
reais em nota e o total de dedução deu R$ 36.393,00. Enquanto na declaração simplificada ele
não poderia aproveitar nenhuma dessas despesas, mas já existe a presunção da dedução de
20% dos rendimentos tributáveis, limitados a R$ 16.754,34. Portanto 20% de R$ 368.000,00
é muito mais que dezesseis mil, mas ele só pode deduzir dezesseis mil. Quanto deu a base
de cálculo nessas duas declarações? Na completa deu R$ 331.000, 00 ou seja, teve muitas
despesas dedutíveis que ele pode aproveitar que foram maiores do que essa presunção de
20% da declaração simplificada que deu R$ 351.000,00 de base de cálculo. Aplicando a alíquota
de 27,5% menos aquela terceira coluna de rendimentos dedutíveis quanto deu? R$ 80 mil
de imposto na declaração completa enquanto na declaração simplificada deu R$ 86.160,00.
Aqui eu fiz um cálculo da alíquota efetiva que significa quanto ele pagou de imposto dividido
por quanto ele tem de rendimento. Ou seja, a gente pode ver que na declaração completa
ele pagou menos imposto. Como eu sei o que é melhor para mim, se você não tem despesas
dedutíveis, com certeza vai ser melhor para você a declaração simplificada porque você já tem
uma presunção de 20% ao limite máximo de R$ 16.754,00. Agora se você tem um monte de
despesa dedutível provavelmente a declaração completa vai ser melhor para você e a sua base
tributável vai ser menor. Como a gente pode ver aqui, a alíquota efetiva da declaração completa
foi bem menor.
10
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
Ganho de Capital
O ganho de capital é aquela diferença positiva entre o valor de alienação menos o custo de
aquisição de um bem. O ganho de capital é uma tributação definitiva, a pessoa física tem uma
tabela progressiva, então você vai tributar 15% nas alienações até 5 milhões, 17,5% quando o
ganho de capital for maior que 5 milhões e menor que 10 milhões. 20% quando for maior que
dez milhões e menor que 30 milhões e 22,5% quando for acima de trinta milhões. Lembrando
que bens de pequeno valor, ou seja, avaliações até 35 mil reais não estão sujeitos ao ganho
de capital. São alienações isentas, mas e se eu alienar um imóvel e receber a prazo, como
funciona? Então aqui trouxe dois exemplos para vocês. O exemplo de uma alienação a vista, eu
tinha o custo de aquisição 50 mil reais e eu alienei a um milhão de reais. Qual foi meu ganho de
capital? Alienação menos custo de aquisição, então meu ganho foi R$ 950.000,00. Como está
dentro da tabela anterior, a alíquota é de 15%. Então 950 mil vezes 15%, 142.500,00 é o que eu
vou pagar.
Agora e se eu recebi a prazo, como funciona? Eu coloquei o mesmo exemplo com recebimento
a prazo. Então aqui foi um imóvel com custo de aquisição de 50 mil reais, foi alienado por um
milhão, só que dessa vez o recebimento foi em dez parcelas de 100 mil. O que eu faço, eu
tive um ganho de capital, mesmo valor de 950 mil só que vou receber em dez parcelas. Se
vou receber em 10 parcelas e a tributação de pessoa física é caixa, ou seja, disponibilidade
econômica, momento do recebimento, como eu faço? Aqui primeiro você precisa fazer
proporção do ganho. Então meu ganho de capital foi de R$ 950 mil de um milhão, a minha
proporção de ganho foi 95%. Cada parcela tem o ganho de 95%, se são dez parcelas de cem mil
reais, o ganho de cada parcela é 95 mil, ou seja, tenho que aplicar os 15% que é a alíquota de IR
sobre ganho de capital sobre o ganho de cada parcela, 15% dos R$ 95 mil vai dar R$ 14.250,00
e eu vou recolher toda vez que eu receber a parcela porque estou respaldada pelo regime de
caixa que é o regime aplicado a pessoa física. Vocês viram que não mudou nada, os valores
são os mesmos, só que aqui vou recolher na proporção do meu ganho e do recebimento das
parcelas.
11
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
12
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
Existem alguns clientes que fazem uma holding patrimonial porque querem manter uma
vida no Brasil mas não são mais residentes, não tem mais o animus definitivo de vir aqui mas
querem por exemplo, poder pagar despesas da casa, do carro, funcionário, então eles mantem
uma holding patrimonial e ela pode como uma pessoa jurídica brasileira ter contas em banco,
mas lembrando que, por exemplo, pra aplicação financeira ao invés de ser aquela tabela que
é pra pessoa física de até 22,5% vai ser 34% para pessoa jurídica, então não é uma boa para
aplicação financeira mas se o cliente precisa manter uma conta aqui ou tem um patrimônio
que quer manter aqui ele pode, por exemplo, dar uma saída definitiva mas manter uma holding
patrimonial e aí na declaração de imposto de renda ele pode manter a participação societária
dessa holding patrimonial.
Declaração de espólio
Em hipótese de falecimento, o que acontece com o patrimônio do falecido. Vai para inventario,
mas quanto tempo pode durar um inventario? A gente sabe que aqui no Brasil é bem devagar e
a gente sabe que um inventario pode durar anos. Para isso existe a declaração de espólio. Ela vai
ter todo patrimônio do falecido, quem é responsável pela apresentação dela, o inventariante,
cônjuge, meeiro, se não tiver inventariante e ela é entregue no mesmo prazo da declaração de
ajuste anual e também pelo mesmo programa da declaração de ajuste anual.
Então tem alguns tipos da declaração de espolio, tem a inicial que vai ser feita no ano do
falecimento, faleceu em 2019, essa declaração agora que vai ser entregue em 2020 vai ser
a declaração inicial. O espolio tem direitos, bens, deveres, vai ser uma declaração normal,
com patrimônio normal. Se o espolio receber rendimentos de aplicação financeira, vai estar
lá. E se ele alienou alguma coisa para pagar dívidas da empresa do espolio, vai ter o ganho
de capital se não tiver nos bens de pequeno valor, vai ter que recolher, a vida do patrimônio
continua até que o inventario termine. O primeiro ano é a declaração do espolio inicial, tem
a declaração intermediaria, pode ter mais de uma declaração intermediaria se durar muito
tempo e a declaração final é aquela entregue no ano calendário da decisão judicial em transito
da partilha. Então no ano que acabou a partilha, tudo se resolveu, sabe o que vai para quem
temos a declaração final.
Na declaração final você informa quem são os herdeiros, o CPF, e basicamente a declaração
finalmente é zerada e aí não existe mais o que fazer. Simplesmente não há mais continuidade
na declaração do espolio.
Penalidades
Aqui eu trouxe as penalidades em hipótese em hipótese de atraso na entrega na declaração
de ajuste anual. A multa ela pode variar de 1% sobre o imposto devido por mês ou uma fração
só que o mínimo que você vai pagar é uma guia no valor de R$ 165,74 e o máximo é 20% do
imposto devido. Você tem a mora que é 0,33% ao dia limitado a 20% também do tributo não
recolhido e aí tem o juro SELIC que é a atualização daquele dinheiro no tempo que vai ser a
SELIC mensal aplicada no mês mais 1% aplicada no último mês de pagamento.
13
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
E se houve fiscalização e a receita te multa por alguma coisa que ela não concordou, uma
empresa que ela entende que não é dedutível, você vai pagar 75% de multa sobre aquele tributo
devido, mas também tem a multa qualificada que é o dobro 150%. Quando ela é aplicada,
em hipótese de fraude, quando o fisco entende que aquele lançamento, aquela declaração
ou alguma informação foi fraudada. E aí como houve dolo ele aplica uma multa qualificada
de 150%. E tem a multa de oficio agravada. O que é essa multa? É quando o contribuinte não
auxilia na fiscalização, não responde, não presta esclarecimentos ou as vezes até atrapalha,
então vai se uma multa qualifica a maior porque pode ser 112,5% ou 225% que no caso é uma
bela de uma multa.
Por hoje é só, eu agradeço e espero que vocês tenham aproveitado a aula.
Até logo
14
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
TRILHA 03
Sejam bem–vindos e bem–vindas a mais uma aula de planejamento fiscal. Meu nome é Nathalia
Fujiwara, sou advogada, contadora, especialista em Direito Tributário e Well Management e
hoje vamos tratar sobre tributação de produtos financeiros.
Sabendo que vocês já tiveram aulas específicas sobre produtos financeiros, fundos, renda fixa e
variável, vou tentar tratar dessa matéria de uma matéria breve e repassar os principais pontos
para não ser muito repetitiva para vocês.
IR, então você faz o IOF virtual. O que é isso? Se a minha aplicação tem 18 dias, por exemplo,
vou aplicar o IOF fictício de 40% sobre o rendimento, tirar ficticiamente da base de cálculo e
depois o come cotas vai incidir dessa base de cálculo liquida de IOF. Lembrando também que
antes de fazer a aplicação dessa tabela você também tem que verificar se de repente o título ou
rendimento da sua aplicação de renda fixa é alíquota zero ou não, porque você for alíquota zero
não precisa nem consultar seu IOF.
Exemplo Prático
Aqui eu trouxe um exemplo prático para vocês de uma aplicação. O investidor, neste caso,
aplicou R$ 50 mil em um CDB e resolveu resgatar com 20 dias. E após 20 dias, foi uma aplicação
ótima, ele resgatou R$ 51 mil, ou seja, teve mil reais de rendimento. Então, primeiro de tudo,
antes de IR tenho que aplicar o IOF. O IOF, dentre os 29 dias, ele tem alíquota daquela tabela
anterior, 20 dias, 33% de IOF. Então eu vou aplicar sobre o rendimento mil reais 33%, R$ 330,00
de IOF. O IR a base de cálculo dele é rendimento líquido de IOF, então R$ 1.000,00 menos R$
330,00 = R$ 670,00 de rendimento para fins de base de cálculo de IR. Vou aplicar o que, tendo
em vista que eu resgate em 20 dias, ou seja, menor de 180 dias, vou aplicar a alíquota de 22,5%
que vai totalizar o IR de R$ 150,75. Nesse caso quando o investidor resgatar o que vai vir liquido
para ele, R$ 50.519,25 que já é o valor do principal e o rendimento líquido do IOF TVM e do IR
que foi retido pela fonte pagadora.
Renda Variável
Depois dessa rápida passada pela renda fixa a gente vai começar a renda variável. Qual o
conceito de renda variável? Diferentemente da renda fixa são aquelas aplicações que é
impossível ter conhecimento sobre qual vai ser o seu rendimento. Se você compra uma ação
vocês não sabem quanto ela vai te render, você não tem ideia nem se ela vai te render. Nesses
casos isso a gente chama de variável, não é predeterminado, não tem como conhecer nem ter
16
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
ideia do que aquilo vai render. A tributação da renda variável é dividida em duas partes: a renda
variável day trade e não day trade.
Então o que é day trade, primeiro de tudo, são aquelas operações realizadas no mesmo dia, pela
mesma pessoa, com o mesmo ativo, na mesma instituição financeira. É aquela especulação,
você compra e venda aquela ação. A Receita Federal pune esse tipo de investidor, então as
alíquotas são maiores. As operações day trade tem a alíquota de 20% de IR e 1% do dedo duro,
o que é isso? Famoso dedo duro é aquele imposto retido na fonte pela instituição financeira
que é para avisar a Receita que aquela operação foi feita. Depois você pode se compensar desse
dedo duro na hora de recolher os 20%. Então esses 20% é você que vai recolher, investidor e 1%
quem recolhe é a instituição financeira.
Se não é operação daytrade é uma regra geral, normal, alíquota de 15% e o dedo duro de
0,0005% novamente dedo duro recolhido pela instituição financeira que está realizando aquela
operação está dedurando a operação para as autoridades fiscais e 15% auto recolhimento.
Lembrando que tem isenção de alienações de até 20 mil reais por mês por CPF não englobam
operação daytrade. Para o investidor especulador não tem essa isenção. E compensação sim,
pode compensar eventuais prejuízos respeitando a natureza do ativo.
fiscais que estão expostos na Lei nº 12.431. Como funciona a tributação deles? A alíquota de
resgate e amortização vai depender da constituição do seu fundo, se ele é diversificado vai ser
15%, se não é diversificado vai ser 15 a 22,5%. Agora quando a gente trata do investidor pessoa
física falando existe a presunção de que esse Fipe é diversificado, então a alíquota vai ser 15%
para alienação em bolsa. Mas e se eu alienar fora da bolsa as minhas cotas do Fipe? Se eu
alienar para meu irmão? Aí eu aplico ganho de capital normal de 15% a 22,5%, aquela tabela
progressiva.
Compensação de perdas
Tive prejuízo nos meus investimentos, e agora? É possível realizar a compensação de perdas
quando os fundos têm o mesmo regime tributário. O que isso significa? Prejuízo de fundo de
ação com lucro de fundo de ação, fundo de renda fixa curto prazo com fundo de renda fixa
curto prazo. Fundo de renda fixa longo prazo com fundo de renda fixa longo prazo. Cada um
tem duas cestas de tributação e você só pode compensar seus lucros com prejuízos de mesma
natureza tributária. Eles também têm que ser administrados pela mesma pessoa jurídica e você
tem o prazo de até o ano seguinte para realizar a compensação. Então como eu já disse, tantos
fundos de ação precisam respeitar regras de compensar com fundos de ação e fundo de renda
fixa com fundos de renda fixa. Cada qual com seu cada qual.
Fundos Fechados
Os fundos fechados eles não têm come cotas, a alienação na bolsa vai depender da composição
desses fundos, ou seja, 15% ou tabela regressiva na hipótese de renda fixa. E alienação fora de
18
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
bolsa de 15% a 22,5% normal ganho de capital como se tivesse alienando um carro, um quadro.
E a amortização novamente, depende da composição do fundo.
Por hoje é só, agradeço muito e espero que vocês tenham aproveitado essa aula. Tentei ser
breve porque eu sei que vocês já tiveram essa matéria e procurei repassar aquilo para fixar os
conceitos.
Até a próxima.
19
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
TRILHA 04
Sejam bem–vindos e bem–vindas a mais uma aula de planejamento fiscal. Meu nome é Natalia
Fujiwara, sou advogada, contadora, especialista em Direito Tributário e well management. Hoje
vamos tratar sobre tributação de rendimento no exterior e obrigações acessórias.
Elemento de Conexão
Primeiro, para tratar de direito tributário internacional nós precisamos passar por quatro
elementos que soa os elementos de conexão. Esses a gente precisa sempre analisar para
verificar se haverá tributação e onde haverá.
O primeiro elemento de conexão é a residência fiscal. Portanto, se você é residente fiscal no
Brasil você está sujeito ao princípio da universalidade, ou seja, não importa onde sua renda é
auferida, ela vai ser tributada aqui no Brasil. Portanto, sempre lembrando que a residência está
sujeita ao princípio da universalidade.
A segunda que a gente tem como elemento de conexão é a fonte de produção do rendimento.
Ou seja, no local em que aquele rendimento foi auferido vai ser um local de tributação que seria
o princípio da territorialidade. Esse princípio também é aplicado no caso de imóvel que gera a
renda. Por exemplo, você, um estrangeiro, tem um imóvel no Brasil e aluga ele, como vai ser o
tratamento. Você mora na Itália mas aluga esse imóvel aqui. Pelo princípio da territorialidade
esse imóvel estando em solo brasileiro vai ser tributado aqui pela retenção na fonte. Entoa no
momento da remessa esse rendimento vai ser tributado aqui e enviado a você liquido.
Por fim, temos como último elemento de conexão a fonte pagadora da renda, ou seja, você um
estrangeiro, está prestando um serviço aqui no Brasil e está sendo pago por uma fonte aqui no
Brasil. Pelo princípio da fonte pagadora, esse rendimento vai ser tributável aqui também tendo
em vista que a fonte pagadora está em território nacional.
É sempre importante identificar onde esses elementos de conexão se encaixam para verifica
onde é que essa renda vai ser tributada.
Bitributação
Trazendo esse assunto em pauta, a gente trata de bitributação e a diferença entre tributação
jurídica para a econômica. A bitributação econômica é aquela bitributação em que os
contribuintes são diferentes, então primeiro houve uma tributação da empresa e depois no
recebimento da pessoa física. Tributou–se a mesma renda, mas com contribuintes diferentes, é
só uma bitributação econômica.
Já a bitributação jurídica não, nós temos que ter todos os elementos similares. A mesma renda
durante o mesmo período de tempo, pelo mesmo fato gerador e mesmo contribuinte. Tudo
isso tem que acontecer junto para que haja a bitributação jurídica. Esta usualmente pode ser
feita compensação, a econômica não porque na verdade você não tem o mesmo contribuinte.
20
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
Na bitributação a gente primeiro precisa analisar se existe ou não tratado entre esses países
que estão realizando essa operação conjunto para verificar como será tributada ou não essa
renda. Então na hipótese de haver tratado é preciso seguir o que está no tratado e usualmente
realizará a compensação entre essas tributações nos dois países.
Se houver reciprocidade, ela é quando os países não têm tratado entre si. Por exemplo, Brasil e
EUA não tem tratado nenhum. Ah, mas já ouvi falar que é possível realizar a compensação entre
os tributos federais brasileiros e americanos, é verdade, é possível. Mas apesar de não existir
tratado só é possível porque há reciprocidade, ou seja, esses dois países tratam reciprocamente
da mesma forma e aceitam a compensação entre eles. Aquele tributo em que você residente
fiscal auferiu um tributo de rendimento assalariado no exterior, ele também é tributado no
Brasil devido a universalidade.
Entretanto, os tributos federais que você já recolheu nos EUA você pode fazer a compensação
aqui na sua declaração de ajuste anual devido a reciprocidade. Mas e se não houve nem
reciprocidade nem tratado, neste caso não há alternativa, haverá a bitributação.
Remessas ao exterior
Aqui a gente vai dar breve passada sobre como funcionam as remessas ao exterior. Você,
brasileiro, vai realizar uma remessa para pagamento de alguma coisa, de alguém, como
funciona a tributação. Usualmente a gente tem uma alíquota de IR retido na fonte, ou seja,
haverá retenção aqui no Brasil de 15%. Então esse dinheiro já vai sair daqui líquido desses 15%,
é uma retenção na fonte. Mas e se você remeter esse dinheiro para paraísos fiscais.
O que são paraísos fiscais? São aqueles lugares em que há uma tributação reduzida, usualmente
em que é abaixo de 20%. O que nós brasileiros tratamos tributariamente, de majorar a alíquota
no caso de remessas, então para paraísos fiscais, para evitar essa remessa para paraísos fiscais
que tem tributação menor, são países que também são sigilosos quanto as pessoas que tem
dinheiro, essa alíquota de remessa é majorada para tentar evitar que esses contribuintes
mandem dinheiro para esses lugares. E aí no caso de remessa ao exterior, se você tiver
remetendo para algum país que efetivamente tenha tratado com o Brasil deverá ser conforme
o tratamento tributário dessa remessa.
21
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
ficar no IR por 200 reais o resto da vida, até o momento em que você resolver alienar ela.
Diferentemente da conta corrente não remunerada, que você todo ano vai aplicar a taxa do
dólar do dia 31 de dezembro e mesmo assim ela não é tributável. Os recebimentos de juros
e dividendos é um auto recolhimento, tem que ser tributados conforme são recebidos, pelo
próprio contribuinte e também informados na declaração de ajuste anual.
Offshore
A estão falando offshore, aqui vamos tratar do que seria uma offshore e por que ela é tão
interessante para alguns investidores. É uma empresa usualmente dentro de um paraíso fiscal
ou ano e ela pode ter aplicações financeiras, dinheiro, imóveis, tudo bem. Mas por que ela é
tão interessante? Porque ela tem diferimento fiscal, ou seja, sabe aqueles rendimentos do slide
anterior que você tem que tributar mensalmente os juros e os dividendos que você recebe?
Aqui não, aqui você não tributa. Todos os rendimentos e dividendos recebidos vão ficar dentro
da offshore com diferimento fiscal até que ele seja retirado pela pessoa física acionista da
offshore. A tributação vai ser pelo IR pessoa física e o IOF no caso em que ela trouxer o dinheiro
de volta. Ah, mas como funciona se eu só tirar o dinheiro da offshore para gastar, você vai ter
que tributar se for uma distribuição de dividendos pelo IRPF a 0 até 27,5%.
Ah, mas se usei o cartão de credito? Cartão de credito que estava no nome da offshore, também
precisa tributação, afinal de contas, você está gastando, é uma renda consumida. Você está
tirando você, pessoa física, da offshore, para gastar esse dinheiro. Então se houver o câmbio
0,38 se não houver o câmbio e for só uma distribuição de dividendos de 0 a 27,5%.
Importante, a offshore também está sujeita a esse tratamento de originalmente em moeda
nacional ou em moeda estrangeira. Inclusive na época da repatriação teve muita discussão se
a repatriação permitia com que esse dinheiro fosse tido em moeda estrangeira tendo em vista
que ele nascia, era originado naquele momento de declaração e não importava a origem do
dinheiro.
Uma coisa muito importante para ser ressaltada é o ganho de capital. O que é isso? É quando
você aliena uma parte da offshore. Esse ganho de capital vai ser 15 a 22,5%, não é uma
distribuição de dividendos. Como você sabe a diferença disso? As offshore têm que ter balanço
e nele você tem o dinheiro, aplicações, toda parte contábil e a partir do que for maior que isso
começa a ser lucro. Lucros são dividendos, os dividendos que são distribuídos ao acionista têm
de 0 a 27,5%. Mas se você é acionista e quiser fazer um retorno de capital, ou seja, você quer
retornar de capital uma parte do dinheiro que foi capitalizado na offshore, você está alienando
uma parte da offshore. O tratamento é de 15 a 22,5% e isso, claro, é sempre um ponto de
discussão muito grande na Receita Federal que, de acordo com umas condições de consulta,
diz que o rendimento tem que ser sempre tratado de 0 a 27,5%, inclusive, em hipótese de
alienação da offshore. Mas a letra da lei diz que ganho de capital, ou seja, alienação de capital
tem que ser tratado dos 15 a 22,5%.
Além das offshore, umas partes importantes são as PICS. Você tem diversas aplicações ou
offshores e algumas tem lucro e outras prejuízos. Como se aproveitar do prejuízo, se você
consolidar tudo na PIC que é um tipo de offshore que é especifico para essa consolidação,
você consegue fazer essa compensação de lucros com prejuízos e distribuir somente a parte de
lucros. É muito interessante para quem tem diversificação maior porque primeiro você tem o
controle de quando vai ser distribuído e o que vai ser distribuído.
23
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
Diferentemente de quando você está naquela pessoa física e toda vez que você Recber um
dividendo ou rendimento você vai ter que tributar mensalmente, enquanto em alguns outros
tipos de investimento você está lá com o prejuízo. Então se você tem uma diversificação maior
vale a pena ter uma PIC porque além de você compensar os prejuízos com os lucros, você faz
essa distribuição dos dividendos e tributa somente no momento que você quiser.
DCBE
Bom, se você, investidor com investimento no exterior tem mais de cem mil dólares você é
obrigado a entregar a DCBE, declaração de capitais brasileiros no exterior. Diferentemente da
declaração de IR onde todas as aplicações financeiras a valor de custo, a DCBE não, ela sempre
vai informar o valor de mercado, ou seja, em 31 de dezembro de 2020 eu vou informar todo meu
patrimônio no exterior se eu tiver mais de cem mil dólares com o câmbio de 31 de dezembro.
Isso é porque na verdade o Banco Central não quer sabe qual seu custo, ele quer acompanhar a
sua evolução. É uma declaração extremamente importante.
A multa pela não entrega pode chegar a R$ 250 mil. É extremamente alta, e, além disso, se
você não entrega e nem informa o seu capital no exterior você está atentando contra a ordem
tributária, ou seja, você pode responder no âmbito penal, com crime contra ordem tributária
que é evasão de divisas, que é a saída ou manutenção de moeda no exterior sem autorização
legal, sem que as autoridades fiscais, Banco Central saiba ou lavagem de dinheiro que é quando
você converte esses ativos de origem ilícita para ativos lícitos.
Então se atentem caso você tenha um cliente com mais de cem mil reais, você tem que informar
para que ele faça a entrega da DCBE, que ele informe bonitinho na declaração de IR dos ativos
dele sob pena de uma senhora multa e além disso, sob pena de responsabilidade penal.
Bom por hoje é só, espero que vocês tenham gostado, até a próxima.
24
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
TRILHA 05
Bem–vindos e bem–vindas a mais uma aula de planejamento fiscal, meu nome é Nathalia
Fujiwara, sou advogada, contadora, especialista em direito tributário e Well management e
hoje nós vamos tratar de tributação de pessoas jurídicas e imóveis.
Alíquotas aplicáveis – LR e LP
Aqui eu trouxe para vocês as alíquotas aplicáveis no lucro real e no lucro presumido. Lembrando
que o simples é aquele tem uma guia só com todos os tributos. O lucro real e o presumido não,
eles têm o imposto de renda pessoa jurídica, o IRPF que usualmente as pessoas falam que é
25%, mas é só para simplificar, na verdade é 15% e mais um adicional de 10%. Caso você aufira
mais de R$ 20 mil ao mês ou no caso do trimestre R$ 60 mil ou R$ 240 mil ao ano. Parece difícil
né, mas não é.
Por exemplo, você vai pegar uma empresa trimestral, tanto do lucro real quanto do presumido
a parte da aplicabilidade é igual. Você pega uma empresa que no trimestre auferiu R$ 300 mil
25
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
de faturamento. Então sobre esse valor você aplica 15% aí você pega os R$ 300 mil menos R$
60 mil ao trimestre que vai dar R$ 240 mil e sobre esse valor você aplica os 10% de adicional.
Já a CSLL a contribuição social sobre o lucro líquido é mais simples. Você aplica 9% diretamente
sobre aquilo que você teve de receita. O PIS COFINS para o lucro real e o lucro presumido são
diferentes. Vão ser cumulativos ou não cumulativos. Nos próximos slides a gente vai tratar
melhor do lucro real e do lucro presumido. Só trouxe as alíquotas para vocês entenderem que o
cálculo é igual, o cálculo do tributo. Mas o cálculo da base de cálculo é que vai ser o diferencial
e é isso que a gente vai ver nos próximos slides.
Lucro Real
O lucro real tem dois tipos de período de apuração, trimestral, ou seja, você vai pegar aqueles
três meses e durante ele você vai apurar o que teve de lucro ou prejuízo ou o anual. O lucro real
basicamente é o lucro líquido ajustado de adições, exclusões e compensações autorizadas pela
legislação tributária. Mas para ficar um pouco mais simples para vocês, você tem aquilo que
você recebeu, as suas receitas e você tem algumas despesas dedutíveis que são as deduções
de despesas ou custos que são autorizadas pela lei e extremamente necessárias para aquela
atividade.
Então você pega sua receita menos esses custos e essas despesas e você chega no seu lucro.
Chegando no lucro você pode se utilizar da compensação de prejuízos que teve nos anos
anteriores. Entretanto a legislação fala que você precisa se utilizar dessas compensações de
prejuízo com uma trava de 30%, ou seja, não importa quanto você tenha de prejuízo acumulado,
você só pode pegar 30% do seu lucro para se compensar.
Aqui o PIS COFINS é não cumulativo, são umas alíquotas mais altas, essa parte tem que decorar.
É a alíquota de 1,65% e 7,65% que, somando, vai dar 9,25. Esse PIS COFINS não cumulativo é
aquele que busca um credito na entrada e um debito na saída das despesas.
Agora vou dar um exemplo, como saber se é mais interessante escolher um período de apuração
trimestral ou anual. Aquele período trimestral é aquele em que no trimestre você vai ver as
suas despesas. Mas e se for uma atividade sazonal, por exemplo, uma empresa que vende
26
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
produtos de natal. Vocês concordam que durante o ano ela não vai ter muito lucro? Isso se
não tiver prejuízo. E no final do ano, em dezembro, ela vai ter muito lucro pois é uma empresa
cuja atividade é sazonal. Nesse caso, muitas vezes, vale a pena você escolher um período de
tributação anual porque você vai conseguir abater todos os prejuízos que você teve ao longo
dos meses. Você vai conseguir abater seu aluguel, salários dos empregados que você tem que
manter, produção que precisa acontecer. Então vale muito a pena você analisar caso a caso para
verificar se sua empresa vale mais a pena ser trimestral ou anual. É claro que se for trimestral
e você tiver prejuízos trimestrais, você vai poder carregar esses prejuízos só que lembrando,
que depois você pode compensar com a trava dos 30%, então as vezes vale a pena fazer uma
apuração anual onde você consegue se aproveitar de tudo aquilo que aconteceu nesse período
todo, todas as despesas e, como nesse caso que informei para vocês da atividade sazonal.
Alíquotas de Presunção
Aqui eu trouxe para vocês as alíquotas de presunção. O IR tem as alíquotas de presunção em
combustível 1.6%, indústria e comercio 8%, prestação de serviços 32% e transporte 16%. Já a
contribuição social sobre o lucro líquido tem só duas alíquotas, 12% para indústria e comercio
e 32% para serviços. Então aqui vamos pegar um exemplo. Se tem uma prestadora de serviços
que fatura R$ 200 mil. Então para você calcular a base de cálculo do lucro presumido. Veja, é a
base de cálculo do lucro presumido, não é o imposto a pagar.
27
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
É R$ 200 mil que é o que ele faturou vezes 32% que é a prestação de serviço, alíquota dos dois.
Então a base de cálculo vai ser R$ 64 mil. Em cima dessa base de cálculo eu vou aplicar os meus
15% de IR mais 10% de adicional de IR sobre os R$ 4 mil mais 9% de CS sobre o R$ 64 mil.
Exemplo de Cálculo
Aqui eu trouxe para vocês um exemplo de cálculo de como funciona o lucro real e o presumido
e no caso para esse contribuinte, qual é o mais interessante. Aqui eu trouxe uma contabilidade
em que esse contribuinte teve receita de venda, serviço, financeira, locação sendo que a
atividade dele não é de locação e teve de custos de produção e serviço R$ 450 mil e salários R$
93 mil. Então como funciona esse cálculo no lucro real.
A receita de venda a gente coloca integralmente, a receita de serviço integralmente, financeira
e locação integralmente, mas o custo de produção e serviços e salario são dedutíveis para
base de cálculo do lucro real. Então tirando essas despesas, eu tenho um lucro antes da
compensação de R$ 1.562.000,00. Desse valor eu tinha prejuízos acumulados e eu posso utilizar
esses prejuízos fiscais acumulados na trava de 30% do lucro que eu calculei. Calculei um lucro
de R$ 1.562.000,00 30% desse valor vai dar R$ 468.660,00. Como eu tenho R$ 550.000,00 de
prejuízos eu posso utilizar os R$ 468.600,00. Utilizando esse prejuízo fiscal eu vou chegar num
lucro após a compensação de R$ 1.093.400,00 onde aplicando o IR e o adicional eu vou chegar
em R$ 249.350,00 para fins de imposto de renda.
Já essa mesma empresa, se fosse fazer o cálculo pelo lucro presumido, uma receita de vendas
de um milhão, vocês se lembram que a alíquota é 8% então minha base de cálculo vai ser R$ 80
mil. A receita de serviços a alíquota de presunção naquela tabela anterior é 32%. Portanto R$
288.000,00.
28
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
Se eu fizer o mesmo cálculo de IR e adicional eu vou ter R$ 119.250,00, ou seja, para essa
empresa, essa contabilidade, para fins de imposto de renda é muito mais vantajoso o lucro
presumido.
Tributação de imóveis
Agora vamos começar a tratar da tributação de imóveis, tanto para pessoa física quanto jurídica.
Atualmente, como funciona essa tributação de imóveis para pessoa física? Se uma pessoa física
quiser fazer uma exploração imobiliária, no aluguel ela vai pagar o carnê leão de 0–27,5% e na
alienação ela vai pagar as alíquotas de 15% a 22,5% respeitando a progressividade do ganho.
Tributação de Imóveis – PJ
Aqui eu trouxe para vocês a tributação de imóveis na pessoa jurídica. Neste caso, neste
exemplo de tributação é uma pessoa jurídica que tem atividade preponderante imobiliária, ou
seja, a receita dela é de pelo menos 50 mais 1 %, pelo menos 51% da receita e da atividade
imobiliária, está no lucro presumido e a contabilização só imóveis para alienação está correta
e para o aluguel está correto. Então caso estejamos falando de uma holding imobiliária que
tem o objeto de locação, receita preponderantemente imobiliária e contabilização correta dos
imóveis, como é a tributação da locação? Vai ser 14,53% contra os 0–27,5% da pessoa física.
E no caso de alienação o imóvel que está no estoque vai ser alienado a 6,73 e dessa vez não
é sobre o ganho de capital e sim sobre o lucro integral do imóvel, ou seja, se você alienou um
imóvel de R$ 300.000,00 por um milhão, você vai pagar 6,73 sobre um milhão e não sobre a
diferença. Já na pessoa física é só sobre a diferença, só sobre o ganho de capital.
29
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
30
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
se o seu custo de aquisição na declaração de imposto de renda é muito bom talvez o valor que
você vai pagar de tributo não vale a pena. Tem diversas coisas que você precisa analisar caso a
caso.
Bom pessoal, é isso aí, por hoje é só. Agradeço a presença de vocês e até a próxima.
31
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
32
PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL
33