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RISCOS DOS

INVESTIMENTOS
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LIQUIDEZ
É a facilidade com que um ativo pode ser convertido em dinheiro. Ativos com baixo volume de
negociação, normalmente, possuem baixa liquidez e vice versa.
Exemplo: Investimentos em Tesouro Selic (LFT) possuem maior liquidez que os investimentos
em imóveis.

RISCO DE UM INVESTIMENTO
Pode ser definido como a probabilidade de se obter uma rentabilidade diferente da esperada.
Normalmente, quanto maior for o risco de um determinado investimento, maior tende a ser a
possibilidade de ganho e também a possibilidade de perda para o investidor.
A teoria econômica se baseia em dois princípios sobre o investidor:
• Quanto maior a rentabilidade do investimento, melhor
• Quanto menor o seu risco, melhor

Risco versus Retorno


Considerando que os investidores são racionais, concluímos que os mesmos só estarão
dispostos a correrem maior risco em uma aplicação financeira para ir em busca de maiores
retornos.
Segundo o princípio da dominância, entre dois investimentos de mesmo retorno, o investidor
prefere o de menor risco e entre dois investimentos de mesmo risco, o investidor prefere o de
maior rentabilidade.

RISCO
PRAZO MÉDIO RETORNO
(VOLATILIDADE)

↑ ↑ ↑
↓ ↓ ↓

Principais riscos encontrados nos investimentos:


• Risco de Crédito
• Risco de Liquidez
• Risco de Mercado

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Risco de Crédito
O risco de crédito está associado a possíveis perdas que um credor possa ter pelo não
pagamento por parte do devedor dos compromissos assumidos em uma data acertada, seja
este compromisso os juros (cupons) ou o principal. Existem vários tipos de risco de crédito:
um investidor, ao comprar um título, sempre estará incorrendo em um ou mais destes tipos de
risco de crédito.
As empresas normalmente contratam as agências especializadas (agências de rating)
como Standard & Poor’s e Moody’s para que elas classifiquem o risco de crédito referente
às obrigações que vão lançar no mercado (e que serão adquiridas por investidores), como
debêntures (bonds), commercial papers, securitizações, etc.
O rating depende da probabilidade de inadimplência da empresa devedora, assim como das
características da dívida emitida.

FITCH STANDARD &


MOODY'S SIGNIFICADO
RATINGS POOR'S
Aaa AAA AAA Mais alta qualidade
Aa AA AA Alta qualidade
A A A Qualidade média-alta
Baa BBB BBB Qualidade média
Ba BB BB Predominantemente especulativo
B B B especulativo, baixa classificação
Caa CCC CCC inadimplemento próximo
C C C Mais baixa qualidade, sem interesse
DDD DDD Inadimplemente, em atraso, questionável
DD DD Inadimplemente, em atraso, questionável
D D Inadimplemente, em atraso, questionável

Quanto pior for o rating atribuído, maior será a taxa de juros exigida como retorno pelo
investidor.
Exemplo: Uma debênture com classificação AA oferece menor risco do que uma com rating BBB,
logo, a segunda (de maior risco) deverá pagar um juros superior, comparado com a primeira.
Quando uma empresa emite debêntures e não consegue honrar seus pagamentos, seus
investidores estão sujeitos a terem perdas financeiras devidas o risco de crédito existente.

IMPORTANTE:
Aplicações em ações NÃO possuem RISCO DE CRÉDITO,
apenas risco de mercado e de liquidez

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RISCO DO SPREAD DE CRÉDITO


É quando há a variação no spread de crédito de um título devido à mudança de percepção de
risco da instituição emissora deste título pelo mercado.
Com essa variação de taxa o preço atual do papel flutua para se ajustar a esta mudança de
percepção.
Exemplo: Em um momento em que a taxa de juros está em 6% e você possui um CRA prefixado
com remuneração de 8% ao ano, nesse momento, você já possui um certo prêmio de risco em
relação a taxa de juros. Se a percepção de risco aumentar sobre esse CRA, a taxa do título
irá aumentar e o preço do título irá cair. Ao cair o preço do título, se você tentar realizar a
venda do título no mercado, irá verificar que ocorreu uma variação negativa caso a marcação a
mercado fique abaixo do preço na curva do título.

Marcação na curva é a rentabilidade com base na taxa contratada,


sendo levada até o vencimento.

Do ano de 2019 ao ano 2020, com a queda da taxa de juros básica da economia e dos juros
futuros, houve um grande movimento de venda de títulos privados. Esse movimento
combinado com uma selic extremamente baixa, fez com que a oferta e demanda realizasse um
aumento das taxas dos títulos, gerando um aumento do spread de crédito.
Abaixo há um gráfico ilustrando a média do spread de crédito entre as debêntures incentivadas
IPCA+ sobre as NTN-Bs.

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Esse ajuste ocorreu também em virtude da percepção de rentabilidade sobre os títulos. Imagine
um fundo de renda fixa com taxa de administração de 1%, CDI a 1,9% e uma carteira de títulos
pagando 100% do CDI. Nesse cenário, descontando a taxa de administração o fundo renderia
0,9% ao ano, ou seja, aproximadamente 47% do CDI, não fazendo jus ao risco de crédito de
se investir no fundo. Em virtude disso os títulos acabaram sofrendo com o spread de crédito,
somado a outros eventos.
Abaixo um exemplo em que até mesmo fundos de renda fixa tiveram rentabilidade negativa.

Fonte: Vérios

RISCO DE CONTRAPARTE
É um tipo de risco de crédito, porém nesse caso, não existe o título de crédito. É uma operação
realizada entre duas partes, onde uma das partes não honra com a sua obrigação.
• A contratação de seguros prestamistas em operações de créditos, tem como objetivo
minimizar esse tipo de risco.
• Nas operações de mercado futuro, como a bolsa de valores exige margem de garantia, a
mesma assume o Risco de Contraparte.
Exemplo: dar uma ordem de compra de uma ação e o operação não executar imediatamente,
executando-a apenas quando preço do papel subiu, acarretando prejuízo.
Frequentemente, o risco de contraparte está associado ao mercado de derivativos de balcão.
A perda pelo risco de contraparte pode ser parcial (normalmente) ou total.
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Formas de mitigar o risco de contraparte:


• Avaliar o crédito da contraparte
• Aprovar linhas de crédito para as contrapartes
• Utilização de clearings (câmaras de compensação)
• Utilizar margem de garantia

RISCO SOBERANO
É o risco de um país não honrar um empréstimo ou outros compromissos devido à mudanças
em sua política nacional
Exemplos:
• Não pagamento de uma dívida
• Proibir envio de recursos ao exterior
• Nacionalizar empresas
Quando uma agência de rating avalia a capacidade de pagamento de um país, atribuindo uma
nota aos títulos públicos, esse risco é chamado de risco soberano.
Justifica-se o nome pelo fato do governo federal ser a “instituição” mais sólida dentre todas que
existem naquele país, logo, espera-se que a melhor nota de crédito seja atribuída a seus títulos.

RISCO DE LIQUIDEZ
O risco de liquidez trata-se da impossibilidade de vender um determinado ativo pelo preço e
no momento desejado. A realização da operação, se ela for possível, implica numa alteração
substancial nos preços do mercado.
Caracteriza-se quando o ativo possui muitos vendedores e poucos compradores.
Investimento em imóveis é um exemplo de uma aplicação com alto risco de liquidez.

RISCO DE MERCADO
Risco de mercado é a potencial oscilação dos valores de um ativo durante um período de
tempo. O preço dos ativos oscila por natureza. Uns mais, outros menos; A isso chamamos de
volatilidade, que é uma medida dessa oscilação. Assim, os preços das ações são mais voláteis
(oscilam mais) que os preços dos títulos de renda fixa. O Risco de Mercado é representado
pelos desvios (ou volatilidade) em relação ao resultado esperado.
Risco de mercado, volatilidade e desvio padrão, na prática podem ser utilizados como
sinônimos.

O Desvio padrão é a principal medida de risco de mercado.

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Exemplo: se esperarmos que um determinado fundo de investimento entregue um retorno


de 25% ao ano, a expectativa de que ao aplicarmos R$ 100, obteremos um retorno de R$ 25.
Quaisquer rentabilidades observadas acima ou abaixo são consideradas risco de mercado.

Algumas fontes de risco de mercado:


• Macroeconômico e política econômica
• Taxa de juros e inflação
• Câmbio
• Relação com outros países
• Político: variação de acordo com política liberal ou social
• Social: meio ambiente, desastres naturais, produtos que caem em desuso

RISCO SISTEMÁTICO
Risco sistemático afeta todos os ativos do mercado, sendo normalmente originados por grandes
eventos no mercado, tais como:
• Eleições presidenciais
• Recessão global
• Pandemias
• Impeachment
• Guerra

O risco sistemático não é diversificável.

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RISCO NÃO SISTEMÁTICO


O Risco não sistemático é também conhecido como: risco setorial, risco específico, risco
diversificável, Risco Único.
Quando o investidor compra apenas uma ação em sua carteira, fica refém desse tipo de risco,
pois caso aconteça algo especificamente com aquela companhia ou com aquele setor da
economia, sua carteira como um todo será impactada.
Risco não sistemático é aquele que tem origem em características específicas da empresa. Por
exemplo:
• Capacidade gerencial
• Tipo de produto
• Mercado consumidor e fornecedor
• Endividamento
• Tecnologia utilizada

DIVERSIFICAÇÃO
A diversificação, no mundo dos investimentos, é como o investidor divide seus recursos nos
diversos ativos financeiros e reais, como: colocar 10% do seu dinheiro na poupança, 50% em
fundos de renda fixa, 20% em fundo imobiliário e 20% em ações.
A diversificação ajuda a reduzir os riscos de perdas. É o velho ditado: “não coloque todos os
ovos na mesma cesta”. Desta forma, quando um investimento não estiver indo muito bem, os
outros podem acabar compensando, de forma que na média não tenha perdas mais expressivas.
Deve-se ter em mente, entretanto, que a diversificação não é capaz de eliminar todo o risco
de mercado de um investimento. Isso devido ao fato de que no mercado existem riscos que
afetam todos os ativos no mesmo sentido, seja positivo ou negativo. A expectativa de uma
recessão econômica, por exemplo, muito provavelmente levará a uma queda nos preços de
todos os ativos. A isso chamamos de risco sistemático ou não diversificável. A diversificação
consegue reduzir apenas o risco Não Sistemático.
No gráfico abaixo conseguimos verificar os efeitos da diversificação em uma carteira de ações.

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RISCO DE LIQUIDAÇÃO
O risco de liquidação é o ato de finalizar uma operação. Se for de venda, entrega do ativo e
recebimento do dinheiro. Se for de compra, o processo inverso. O risco de liquidação ocorre
quando esta troca não ocorre.
Esse risco é mitigado graças a presença das clearing houses (B3, Selic, etc)
Na tabela abaixo é possível ver os prazos de liquidação de alguns ativos.

MERCADO LIQUIDAÇÃO
Derivativos (opções, futuros) D+1
Ações, ETF D+2
Títulos Privados D+0 ou D+1
Tesouro Direto (Títulos Públicos) D+1

RISCO LEGAL
É a possibilidade de um investidor ou uma instituição financeira (ou empresa não financeira)
enfrentar problemas relativos à legislação e, com isso, experimentar perdas financeiras.
Em risco legal também podemos considerar a impossibilidade de se executar os termos de
um contrato, incluindo os riscos provenientes de documentação insuficiente, falta de poderes
dos representantes da contraparte para assumir o compromisso, desconhecimento de algum
aspecto jurídico relevante, gerando a incapacidade de se implementar uma cobrança, por falta
de amparo legal
Exemplo: empréstimo de recursos, a clientes que possuem garantias amplas, porém, com a
documentação da operação não calçada em instrumentos em instrumentos legais corretos, ou
com a documentação incompleta, ou com falta de assinaturas, ou as pessoas que assinaram
não são os reais representantes, no caso do tomador ser uma empresa.
Exemplo:
• Risco de Litígio: Ocorre em função de direitos não respeitados.
• Risco Regulatório: alteração de legislação ou legislação “excessiva” de diversas origens.
Também falta de conhecimento sobre legislação (outros países).
• Risco de Fraude: falta de segurança jurídica em determinados investimentos (ex.:
“pirâmides” financeiras).
• Risco Tributário: volume de legislação e potenciais conflitos entre Federação, Estados e
Municípios.

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Risco Geopolítico
Ocorre fundamentalmente nas disputas entre nações que podem ser por razões comerciais,
bélicas, de influência política, territoriais, religiosas que provocam desequilíbrios e aumento de
risco no cumprimento de obrigações.
Exemplos:
• Disputa comercial EUA e China
• Crescimento bélico da Coreia do Norte
• Conflitos nas regiões petrolíferas
• Saída do Reino Unido da União Europeia
Outros Tipos de Risco que Influenciam o Mercado
• Operacional: falhas de processamento e controle de operações
• Risco cambial: risco oriundo da oscilação das taxas de câmbio
• Taxa de Juros: marcação a mercado
• Maior o prazo até o vencimento, maior o risco da taxa de juros
• Maior a taxa de cupom, menor o risco de taxa de juros, pois quanto antes o investidor
receber o seu rendimento, menor a flutuação do preço

Risco de Imagem (Reputação)


O risco de imagem de refere ao impacto negativo da opinião pública sobre as operações/
atividades da instituição. O risco de imagem pode danificar o negócio de uma instituição de
muitas formas, como por exemplo: queda no valor das ações, perda do apoio da clientela e
desaparecimento de oportunidades de negócios.
Exemplo: Operação lava jato, ações da Petrobrás, valor da ação saiu de mais de R$ 23,00 em
2014 (início das denúncias contra a empresa) e chegou a pouco mais de R$ 4,00 no início de
2016, conforme mostra o gráfico abaixo:

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VALUE AT RISK (VAR)


O VaR indica o Valor em Risco, sendo um método de se obter o valor esperado da máxima
perda dentro de um horizonte de tempo (dia, mês, ano) com um intervalo de confiança.
O VaR é composto por três elementos:
• Perda máxima esperada
• Em um período de tempo
• Grau de confiança
Exemplo de um fundo de investimento que possui em sua Lâmina de Informações
Complementares:
“VAR de 1% para 1 dia e 95% de confiança”
Significa que, para o dia seguinte, há 95% de chances de o valor da perda da carteira não ser
maior que 1% do Patrimônio Líquido do fundo.
O valor real da perda pode ser maior que 1%, pois há 5% de chances de a estimativa ser
ultrapassada.

BACK TESTING
Qualquer modelo de VAR deve ser testado para aferir a sua precisão. O Back Testing é uma
ferramenta utilizada para este teste. Ou seja, o modelo é alimentado com dados históricos, e o
número de violações (ocorridas no passado) do limite de VAR é medido, de modo a verificar se
estão dentro do nível de confiança estabelecido.
Normalmente o Back Testing é utilizado para testar modelos derivados através de simulações.

STOP LOSS
O Stop Loss é a ferramenta utilizada quando os limites de VAR são ultrapassados. Por exemplo,
seja um fundo que tenha um limite, definido em estatuto, de VAR de 1% em um dia, com 95%
de confiança. Ou seja, o gestor deste fundo não pode posicionar sua carteira de modo que
possa perder mais que 1% do seu valor em um dia, com 95% de chances.
Digamos que, um determinado momento, a volatilidade dos mercados aumente de maneira
generalizada. Utilizando esta nova volatilidade, o gerente de risco descobre que o fundo está
correndo o risco de perder 2% em um dia, com 95% de chances.
Neste momento, o gestor é obrigado a se desfazer de posições, de modo que o risco de perdas
diminua para 1% em um dia, com 95% de chances. A este movimento de reversão de posições
para diminuição do risco chamamos Stop Loss.

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Portanto, no contexto do VAR, o stop loss não necessariamente “corta” um prejuízo, mas
apenas diminui posições de risco.

STRESS TEST
O VAR estará correto 95% do tempo, e errado 5% das vezes (outros graus de confiança são
possíveis). Como podemos avaliar qual a perda máxima que uma instituição financeira ou um
fundo de investimento pode sofrer?
O VAR não fornece a informação de quanto pode chegar a perda máxima. Por exemplo, quando
dizemos que o VAR é de 1%, não conseguimos imaginar se a perda máxima, que pode acontecer
com probabilidade menor do que de 5%, será 2%, 10% ou 50%.
Para saber até onde a perda de valor de uma carteira pode chegar temos que usar a técnica
chamada de stress test.
O stress test mede quanto um portfólio pode perder em uma situação hipotética de Stress
macroeconômico, chamado cenário de stress.
O Stress Test normalmente é utilizado como um complemento do VAR, com o objetivo de
medir as perdas quando o grau de confiança (normalmente 95%) é ultrapassado. São, em
geral, situações de stress de mercado, conhecidas como fat tail (cauda grossa), que é uma
referência à “ponta” da distribuição normal dos retornos, e que pode assumir valores muito
altos, imprevisíveis se apenas o VAR for utilizado. 

ÍNDICE DE SHARPE
Calcula a rentabilidade de um ativo, considerando seu risco. (Risco x Retorno)
O índice sharpe se faz necessário em decisões quando estamos comparando investimentos
similares e uma das opções possui maior retorno enquanto a outra possui menor risco, como
o exemplo a seguir:

EXEMPLO
Retorno Risco Nesse exemplo, nenhum dos ativos domina o outro,
já que um possui maior retorno e o outro menor risco.
Fundo A 23% 5%
Para definirmos qual a melhor opção de investimento é
Fundo B 20% 3% necessário calcular o índice Sharpe.

Mede quanto de prêmio é recebido por risco assumido:

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Onde,
• E (R risco): rentabilidade esperada de um investimento com risco maior que zero.
• R sem risco: rentabilidade de um investimento sem risco
• σ risco: volatilidade ou desvio-padrão do investimento com risco.
Calculando o Índice Sharpe, considerando uma taxa livre de risco de 13% (Selic):

Assim, para cada 1% de risco assumido no ativo A, tem-se 2% de retorno, enquanto esse mesmo
1% de risco assumido no ativo B, retorna 2,33%. Logo, a melhor relação risco retorno é de B.
Quanto maior o Índice Sharpe, melhor a relação risco x retorno e melhor o desempenho do fundo.
Quanto menor o Índice Sharpe, pior é a relação risco x retorno e pior o desempenho do fundo.
Existe também o Índice Sharpe Modificado, em que a única diferença está em considerar o
benchmark do fundo ao invés da taxa livre de risco.

IMPORTANTE:
O Índice Sharpe não pode assumir valor negativo

Aplicação do Índice Sharpe em gráfico de risco x retorno:

A e B possuem o mesmo retorno, porém B possui menor risco que A, logo:


Índice Sharpe de B é maior que o Índice Sharpe de A.
A e C possuem o mesmo risco, porém A possui maior retorno que C, logo:
Índice Sharpe de A é maior que o Índice Sharpe de C.

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ÍNDICE DE TREYNOR
Se considerarmos que uma carteira de ações possui diversas ações de diversos segmentos,
logo chegamos a conclusão que a mesma é bem diversificada, eliminando o seu risco não
sistemático, sobrando apenas o risco sistemático. Nesse caso, talvez seja mais interessante
utilizar como medida de risco o coeficiente beta da carteira ao invés do desvio padrão.
Por esse motivo foi criado o Índice Treynor, que é uma medida similar ao Índice de Sharpe, com
a diferença de que, em vez de usar como medida de risco o desvio-padrão ou semi-desvio, usa
o coeficiente Beta. Além disso, ela é uma medida de excesso de retorno em relação ao risco
sistemático. O risco de ativos individuais ou de um pequeno grupo de ativos pode ser melhor
descrito pelo seu co-movimento com o mercado (Beta). Assim, o Índice de Treynor parece ser
particularmente útil para essa tarefa, quando a carteira do investidor é uma de muitas carteiras
incluídas num grande fundo.

RESUMO SHARPE X TREYNOR


ÍNDICES CÁLCULO
Retorno fundo-taxa livre risco (Selic)
ÍNDICE SHARPE
Desvio Padrão do Fundo
Retorno fundo-benchmark do fundo
ÍNDICE SHARPE MODIFICADO
Desvio Padrão do Fundo
Retorno fundo-taxa livre risco (Selic)
ÍNDICE TREYNOR
Coeficiente beta da carteira

BETA (β)
Em relação ao coeficiente Beta (b), este tornou-se uma medida popular de risco, pois simplifica
o problema quando relaciona a variabilidade do retorno da carteira a do retorno da carteira de
mercado. Beta é a volatilidade da performance média relativa ao mercado.

Uma carteira de mercado, Ibovespa ou IBrX por exemplo, possui diversas ações de diversos
setores diferentes. Logo, presumimos que a mesma não sofre com riscos não sistemáticos,
por ser diversificada. Como as suas oscilações são afetadas apenas pelo risco sistemático,
assumimos que suas oscilações representam 100% desse risco, logo, o coeficiente beta dessa
carteira será sempre igual a 1. (100% = 100/100 = 1)

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Já o Beta de uma ação pode assumir vários valores, como:

• Se b > 1, a carteira de ativos oscila mais que a carteira de mercado, ou seja, tem um risco
maior se comparada ao risco do mercado. Então, se o mercado está em alta, o retorno da
carteira de ativos é maior do que o retorno da carteira de mercado. Se o mercado está em
baixa, o retorno da carteira de ativos é menor do que o retorno da carteira de mercado. Em
outras palavras, ou o ativo “sobe mais” ou “cai mais”. O ativo também se caracteriza por ser
agressivo.
• Se b = 1, a carteira de ativos tem o mesmo risco que a carteira de mercado.
• Se b < 1, a carteira de ativos é menos arriscada do que a carteira de mercado e o ativo se
caracteriza por ser defensivo.
Caso o investidor deseje obter um retorno próximo ao Ibovespa ou ao IBr-X sem precisar
comprar todas as ações da carteira, deverá procurar ações que façam parte do índice e que
tenham o coeficiente beta próximo de 1.
O coeficiente β é usado para medir o risco não-diversificável.

DURATION DE MACAULAY
A duration de Macaulay é o prazo médio ponderado do título de renda fixa.
Também conhecida como:
• Macaulay Duration tambem
• Duração de Macaulay
• Duration
• Duração
O prazo médio calculado pela duration de Macaulay permite supor um título sintético que
possua apenas um cash flow no futuro com prazo de vencimento igual à própria duration.
Em geral, quanto maior a duration mais cairá o preço do título, se a taxa de juros aumentar.

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Como calcular o Duration de um título:


Como exemplo, vamos considerar um título com prazo de seis anos, preço de R$ 1.000 e cupom
anual de 10%.

TEMPO (N) FLUXO (VF) VP VR N x VR


1 100,00 90,90 0,0909 0,090
2 100,00 82,64 0,0826 0,165
3 100,00 75,13 0,0751 0,225
4 100,00 68,30 0,0683 0,273
5 100,00 62,09 0,0620 0,310
6 1.100,00 620,92 0,6209 3,725
TOTAL 1.000,00 1 4,788

VP: Valor presente, descontado na calculadora HP - 12C a taxa de 10%


VR: Valor obtido dividindo a coluna “VP” pelo valor do investimento, neste caso 1.000
T x VR: Multiplicando a coluna Tempo pelo VR. O somatório desta coluna é o duration do título
em questão.
Assim o valor do duration deste título é de 4,788 anos.
Resumo sobre Duration:
• Títulos do tipo zero cupom: Duration é igual ao vencimento do título
• Títulos com cupom: Duration é inferior ao vencimento
• Quanto maior a quantidade de cupons, menor a duration
• Quanto maior a taxa de cupons de juros, menor a duration
• Quanto maior a amortização de principal, menor a duration
• Quanto maior o prazo do título, maior a duration
• Quando maior a taxa de retorno do título, menor a duration

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CONVEXIDADE:
Por si só, a duration não possibilita a estimativa precisa por não modelar precisamente a
curvatura existente entre a variação percentual do valor da carteira e a variação percentual da
taxa de juros de mercado.
Quanto maior a convexidade de um título, menor será seu efeito de mudanças em seu preço
decorrente de variações da taxa de juros e vice-versa.

DURATION MODIFICADA
A Duração Modificada mede a sensibilidade do preço de um título quando ocorre uma mudança
na taxa de juros (YTM).
YTM = Yield to Maturity: Taxa até o vencimento
Fórmula para calcular a Duração Modificada (MD):

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Exemplo:
Título de 10 anos com TIR de 10%.

Nesse caso:
• Curva de juros sobe 100 bps, P.U. cai 9,09%.
• Curva de juros cai 100 bps, P.U. sobe 9,09%.
Dito isso, quanto maior o prazo (duration) do título, maior será a variação de P.U.
em caso de oscilação da curva de juros.

RISCO DE REINVESTIMENTO
O risco de reinvestimento ocorre quando você possui um título que paga cupons ou amortização.
Exemplo:
Investiu em um título prefixado com pagamento de juros semestral.
No momento da aplicação o CDI estava em 12% ao ano e seu título pagando 14% ao ano.
Após dois anos o CDI cai a 2% ao ano e você não consegue reinvestir os juros nas mesmas
condições anteriores (14% ao ano).

RISCO DE RESGATE ANTECIPADO


O risco de resgate antecipado se deve ao momento em que a companhia que você investiu
resolve saldar a dívida e devolver o seu dinheiro. Semelhante ao cenário anterior onde você
contrata uma taxa elevada e no momento de receber o recurso antecipadamente pode acabar
não conseguindo investir nas mesmas taxas que possuía anteriormente.

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FUNDOS DE
INVESTIMENTOS
FUNDOS DE
INVESTIMENTOS

FUNDOS DE INVESTIMENTO

CONCEITO
Um fundo de investimento pode ser comparado a um condomínio, pois reúne recursos de um
conjunto de investidores, que podem ser PF e/ou PJ, com o objetivo de obter ganhos financeiros
a partir da aquisição de uma carteira de títulos ou valores mobiliários. Os fundos permitem
a todos os tipos de investidores terem acesso a melhores condições de mercado, contar
com uma gestão profissional dos recursos e ter em muitas vezes um custo inferior que gerir
a carteira por conta própria. Além disso tornam possível a diversificação dos investimentos,
através da aplicação em suas diferentes classes de ativos, visando a diminuição do risco e o
aumento potencial de retorno. Há também os Fundos de Investimentos em Cotas (FIC), que são
fundos que investem em cotas de outros fundos, aumentando ainda mais sua diversificação.
Atualmente os fundos funcionam sob a autorização da Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), órgão responsável por sua regulação e fiscalização, buscando a proteção do investidor.
A instrução CVM nº. 555, de 17/12/14, e suas alterações regem os fundos de investimentos.
Vale ressaltar também que os recursos dos fundos não se misturam aos da instituição
administradora, ou seja, os recursos alocados em fundos de uma instituição não podem servir
como funding para concessão de operações de crédito.

TIPOS DE FUNDOS: ABERTOS E FECHADOS


Os fundos podes ser constituídos sob as seguintes formas:
• Fundo Aberto: Os cotistas podem solicitar o resgate de suas cotas a qualquer momento.
• Fundo Fechado: As cotas somente poderão ser resgatadas após o término do prazo de
duração do fundo previsto em seu regulamento ou em sua liquidação.
A cota de fundo aberto não pode ser objeto de cessão ou transferência, exceto nos casos de:
I. decisão judicial ou arbitral;
II. operações de cessão fiduciária;
III. execução de garantia;
IV. sucessão universal;
V. dissolução de sociedade conjugal ou união estável por via judicial ou escritura pública que
disponha sobre a partilha de bens; e

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VI. transferência de administração ou portabilidade de planos de previdência.


Quando se trata de fundo fechado e seus direitos de subscrição, podem ser transferidos,
mediante termo de cessão e transferência, assinado pelo cedente e pelo cessionário, ou por
negociação em mercado organizado (bolsa ou balcão) onde as cotas do fundo sejam admitidas
à negociação.

FUNDOS RESTRITOS E EXCLUSIVOS


Os Fundos de Investimento Restritos recebem investimentos de um grupo restrito de cotistas,
normalmente empresas do mesmo grupo econômico ou membros de uma mesma família. Esse
grupo restrito possui objetivos em comum na aplicação de seus recursos. Em muitos casos os
fundos restritos também são caracterizados como fundos exclusivos.
Fundo Exclusivo é um fundo de investimento destinado a investidores profissionais,
constituídos para receber aplicações exclusivamente de um único cotista. Nos Fundos
Exclusivos, o prospecto e a marcação a mercado são facultativos e na emissão e no resgate
de cotas do fundo exclusivo, poderá ser utilizado o valor de cota de fechamento ou abertura,
conforme o regulamento. Esta regra não se aplica caso o fundo exclusivo tenha como cotista
outro fundo de investimento que não esteja autorizado a escolher o tipo de cota a ser utilizado.
Também não se aplicam os limites de concentração por emissor e por modalidade de ativo
estabelecidos na ICVM 555 aos fundos destinados a estes investidores.

INVESTIDORES QUALIFICADOS
Investidores Qualificados são aqueles que, segundo o órgão regulador, tem mais condições
do que o investidor comum de entender o mercado financeiro. A vantagem de se tornar um
Investidor Qualificado é a possibilidade de ingressar em alguns fundos considerados fundos
restritos.

São considerados INVESTIDORES QUALIFICADOS:


1. Investidores Profissionais.
2. Pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a R$
1.000.000,00 e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor qualificado
mediante termo próprio;
3. As pessoas naturais que tenham sido aprovadas em exames de qualificação técnica
ou possuam certificações aprovadas pela CVM como requisitos para o registro de agentes
autônomos de investimento, administradores de carteira, analistas e consultores de valores
mobiliários, em relação a seus recursos próprios.

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INVESTIDORES PROFISSIONAIS
Investidores Profissionais são os únicos que podem constituir Fundos Exclusivos.
São considerados INVESTIDORES PROFISSIONAIS:
1. Pessoas físicas ou jurídicas que possuam investimentos financeiros em valor superior a
R$ 10.000.000,00 e que, adicionalmente, atestem por escrito sua condição de investidor
qualificado mediante termo próprio;
2. Instituições financeiras, companhias seguradoras e sociedades de capitalização.
3. Fundos de Investimento;
4. Entidades abertas e fechadas de previdência complementar;
5. Administradores de carteira e consultores de valores mobiliários autorizados pela CVM em
relação a seus recursos próprios.

FUNDOS DESTINADOS A INVESTIDORES QUALIFICADOS


Os fundos para investidores qualificados têm várias regras diferenciadas em razão de serem
destinados a investidores com maior grau de entendimento das regras de mercado. A ICVM
555, estabelece, por exemplo, que os fundos destinados a investidores qualificados ficam
dispensados até mesmo da elaboração de lâmina.
O fundo destinado exclusivamente a investidores qualificados, desde que previsto em seu
regulamento, pode:
I. admitir a utilização de ativos financeiros na integralização e resgate de cotas, com o
estabelecimento de critérios detalhados e precisos para adoção desses procedimentos;
II. dispensar, na distribuição de cotas de fundos fechados, a elaboração de prospecto e a
publicação de anúncio de início e de encerramento de distribuição;
III. cobrar taxas de administração e de performance, conforme estabelecido em seu
regulamento;
IV. estabelecer prazos para conversão de cota e para pagamento dos resgates diferentes
daqueles previstos nesta Instrução;
V. prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar–se de qualquer outra forma, em nome do fundo,
relativamente a operações direta ou indiretamente relacionadas à carteira do fundo, sendo
necessária a concordância de cotistas representando, no mínimo, dois terços das cotas emitidas
pelo fundo.

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FUNDOS DESTINDOS A INVESTIDORES PROFISSIONAIS


Os fundos destinados exclusivamente a investidores profissionais também apresentam regras
diferenciadas.
Podem ser admitidos como cotistas de um fundo para investidores profissionais:
I. os empregados ou sócios das instituições administradoras ou gestoras deste fundo ou
empresas a ela ligadas, desde que expressamente autorizados pelo diretor responsável da
instituição perante a CVM; e
II. investidores relacionados a investidor profissional por vínculo familiar ou vínculo societário
familiar, desde que no mínimo 90% das cotas do fundo em que se pretenda ingressar sejam
detidas por tais investidores.
Esses fundos podem, desde que previsto em seu regulamento, utilizar–se das faculdades
descritas acima para investidores qualificados e, ainda, das seguintes:
I. não observância das limitações de modalidades de ativo financeiro e os limites de
concentração por emissor; e
II. aplicação de forma ilimitada no exterior, desde que incluam em sua denominação o sufixo
“Investimento no Exterior”;
III. não observância das responsabilidades dos administradores sobre a divulgação das
informações periódicas (Art. 56 ICVM 555); e
IV. aplicação dos seus recursos em qualquer fundo de investimento registrado na CVM.

TIPOS DE GESTÃO: DISCRICIONÁRIA E NÃO


DISCRICIONÁRIA
A gestão de uma carteira de investimentos, ou seja, escolha de quais ativos comprar ou vender,
pode ser feita de duas maneiras:
• Gestão Discricionária: Onde o cliente decide apenas qual percentual será alocado
nos diversos ativos dos mercados financeiros, seus padrões de risco e delega para o
administrador a gestão da carteira, por meio de uma política de investimentos pré–
estabelecida. É conhecida também como Carteira Administrada.
• Gestão Não–Discricionária: Esse tipo de gestão é mais indicada para os clientes que
preferem tomar suas próprias decisões de investimento e que priorizam as informações
e o suporte de uma estrutura composta por profissionais especializados no mercado
financeiro.

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FUNDOS ATIVOS E PASSIVOS

Fundo Ativo
O fundo ativo é o que escolhe uma gestão ativa para os investimentos, ou seja, que empregam
estratégias ativas para superar o benchmark a médio e longo prazo, aproveitando–se de
ineficiências do mercado em relação a preços de diversos ativos. O objetivo desse tipo de fundo
é gerar alfa (diferença entre o retorno obtido pelo fundo e o retorno do índice de referência).
Fundos ativos possuem tendência de se deslocar da performance do indicador de referência
(maior possibilidade de volatilidade ou tracking error).

Fundo Passivo
A carteira desse tipo de fundo é referenciada a um benchmark. O objetivo desse tipo de fundo
é acompanhar o comportamento de um indicador de referência. A carteira desses fundos
acaba sendo muito parecida com a composição do índice escolhido, quando isso é possível.
Algumas estratégias para manter aderência a um determinado benchmark:
• Compra dos mesmos ativos, nas mesmas proporções do indicador de referência
• Utilização de derivativos
• Compra de papéis que representam ativos para simulação do índice

DIREITOS E OBRIGAÇÕES DOS COTISTAS


As cotas de um fundo conferem direitos e obrigações iguais a todos cotistas, independentemente
do valor investido e da quantidade de cotas. Todos têm os mesmos direitos e deveres enquanto
cotistas de fundos de investimento.
Embora não exista uma distinção entre classes de cotistas nos fundos regulamentados pela
instrução CVM 555, há exceções para outros tipos de fundos. Um exemplo são os fundos de
investimento em direitos creditórios (FIDCs). Nesses casos as cotas podem ser classificadas
em sênior ou subordinada. A cota de classe subordinada é aquela que se subordina à cota da
classe sênior para efeito de amortização ou resgate. Dessa forma, o cotista que detém cotas da
classe subordinada receberá o pagamento pelo resgate ou amortização de suas cotas, somente
depois que o cotista de classe sênior já tiver recebido.
Principais direitos dos cotistas:
• Participar e votar na Assembleia Geral de Cotistas.
• Receber a remuneração proporcionada pelo fundo nos termos do respectivo regulamento;
Uma das principais obrigações dos cotistas é a responsabilidade por eventual patrimônio
líquido negativo do fundo, ou seja, eles assumem o prejuízo do fundo, tendo inclusive que
aportar recursos nesse caso.
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O administrador e o gestor, serão responsáveis perante os cotistas pela inobservância da política


de investimento ou dos limites de concentração previstos em regulamento. A responsabilidade
solidária do administrador e dos seus contratados, por prejuízos decorrentes de atos e
omissões na administração de um fundo de investimento, está regulamentada na ICVM 555.
Trata–se de relevante proteção aos investidores que confiaram seus recursos a empresas de
gestão de recursos de terceiros.

RESPONSABILIDADES DOS PRESTADORES


DE SERVIÇOS DO FUNDO
Existem cinco funções principais que podem ser segregadas no que diz respeito aos prestadores
de serviço nos fundos de investimento: administrador, gestor, custodiante, distribuidor e
auditor independente. Eventualmente algumas funções podem ser exercidas por uma mesma
instituição, com exceção do auditor independente.

Administrador
A administração do fundo compreende o conjunto de serviços relacionados direta ou
indiretamente ao funcionamento e à manutenção do fundo, que podem ser prestados pelo
próprio administrador ou por terceiros por ele contratados em nome do fundo. É o responsável
legal pela constituição do fundo e prestação de informações à CVM. O administrador tem
poderes para representar e administrar o fundo nos termos do Regulamento.

Gestor
Os gestores são profissionais especializados que acompanham o mercado e possuem como
principal responsabilidade definir os melhores ativos para compra ou venda, assim como o
momento mais adequado para tal. Importante lembrar que a seleção dos papéis e alocação,
ocorrem de acordo com a política de investimento do fundo. A gestão profissional deve ser
desempenhada por pessoa natural ou jurídica credenciada como administradora de carteira de
valores mobiliários pela CVM.

Obrigações do Administrador e do Gestor


I. diligenciar para que sejam mantidos, às suas expensas, atualizados e em perfeita ordem:
a. o registro de cotistas;
b. o livro de atas das assembleias gerais;
c. o livro ou lista de presença de cotistas;
d. os pareceres do auditor independente;
e. os registros contábeis referentes às operações e ao patrimônio do fundo; e
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f. a documentação relativa às operações do fundo.


II. solicitar, se for o caso, a admissão à negociação das cotas de fundo fechado em mercado
organizado;
III. pagar a multa cominatória, nos termos da legislação vigente, por cada dia de atraso no
cumprimento dos prazos previstos nesta Instrução;
IV. elaborar e divulgar as informações sobre o fundo;
V. manter atualizada junto à CVM a lista de prestadores de serviços contratados pelo fundo,
bem como as demais informações cadastrais;
VI. custear as despesas com elaboração e distribuição do material de divulgação do fundo,
inclusive da lâmina, se houver;
VII. manter serviço de atendimento ao cotista, responsável pelo esclarecimento de dúvidas e
pelo recebimento de reclamações, conforme definido no regulamento do fundo;
VIII. observar as disposições constantes do regulamento;
IX. cumprir as deliberações da assembleia geral; e
X. fiscalizar os serviços prestados por terceiros contratados pelo fundo.
O administrador também pode contratar, em nome do fundo, com terceiros devidamente
habilitados e autorizados, os seguintes serviços para o fundo, além do serviço obrigatório de
auditoria independente:
• A gestão da carteira do fundo;
• A consultoria de investimentos;
• As atividades de tesouraria, de controle e processamento dos títulos e valores mobiliários;
• A distribuição de cotas;
• A escrituração da emissão e resgate de cotas;
• Custódia de ativos financeiros;
• Classificação de risco por agência de classificação de risco de crédito; e
• Formador de mercado.
O administrador e o gestor devem, em conjunto, adotar políticas, procedimentos e controles
internos necessários para que a liquidez da carteira do fundo (exceto fundos fechados) seja
compatível com:
• o cumprimento das obrigações do fundo.
• os prazos previstos no regulamento para pagamento dos pedidos de resgate; e
Caso o fundo invista em cotas de outros fundos de investimento, o administrador e o gestor,
devem, em conjunto e diligentemente avaliar a liquidez do fundo investido, considerando, no
mínimo:

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• o volume investido;
• as regras de pagamento de resgate do fundo investido; e
• os sistemas e ferramentas de gestão de liquidez utilizados pelo administrador e gestor do
fundo investido.

Normas de Conduta
A Instrução da CVM 555, em seu artigo 92, estabelece as seguintes Normas de Conduta
aplicáveis aos administradores e gestores:
I. exercer suas atividades buscando sempre as melhores condições para o fundo, empregando
o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma dispensar à administração
de seus próprios negócios, atuando com lealdade em relação aos interesses dos cotistas e do
fundo, evitando práticas que possam ferir a relação fiduciária com eles mantida, e respondendo
por quaisquer infrações ou irregularidades que venham a ser cometidas sob sua administração
ou gestão;
II. exercer, ou diligenciar para que sejam exercidos, todos os direitos decorrentes do patrimônio
e das atividades do fundo, ressalvado o que dispuser a política relativa ao exercício de direito
de voto do fundo; e
III. empregar, na defesa dos direitos do cotista, a diligência exigida pelas circunstâncias,
praticando todos os atos necessários para assegurá–los, e adotando as medidas judiciais
cabíveis.
Ressalvada a remuneração que lhes é devida na qualidade de prestadores de serviços do fundo,
o administrador e o gestor devem transferir ao fundo qualquer benefício ou vantagem que
possam alcançar em decorrência de sua condição.
Também é vedado ao administrador, ao gestor e ao consultor o recebimento de qualquer
remuneração, benefício ou vantagem, direta ou indiretamente por meio de partes relacionadas,
que potencialmente prejudique a independência na tomada de decisão de investimento pelo
fundo, exceto nos seguintes casos:
• investimentos realizados por fundo de investimento em cotas de fundo de investimento
que invista mais de 95% de seu patrimônio em um único fundo de investimento; ou
• fundos de investimento exclusivamente destinados a investidores profissionais, desde que
a totalidade dos cotistas assine termo de ciência.
É vedado ao administrador e ao gestor, no que aplicável, praticar os seguintes atos em nome
do fundo:
• receber depósito em conta corrente;
• contrair ou efetuar empréstimos, salvo em modalidade autorizada pela CVM;

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• prestar fiança, aval, aceite ou se coobrigar sob qualquer outra forma, exceto se o fundo
for destinado exclusivamente a investidores qualificados, previsto em seus regulamentos e
haja concordância de, no mínimo, dois terços das cotas emitidas pelo fundo;
• vender cotas à prestação, sem prejuízo da integralização a prazo de cotas subscritas;
• prometer rendimento predeterminado aos cotistas;
• realizar operações com ações fora de mercado organizado, ressalvadas as hipóteses de
distribuições públicas, de exercício de direito de preferência e de conversão de debêntures
em ações, exercício de bônus de subscrição, negociação de ações vinculadas a acordo de
acionistas e nos casos em que a CVM tenha concedido prévia e expressa autorização;
• utilizar recursos do fundo para pagamento de seguro contra perdas financeiras de cotistas;
e
• praticar qualquer ato de liberalidade.
Os fundos de investimento podem utilizar seus ativos para prestação de garantias de operações
próprias, bem como emprestar e tomar ativos financeiros em empréstimo, desde que tais
operações de empréstimo sejam cursadas exclusivamente por meio de serviço autorizado pelo
Banco Central do Brasil ou pela CVM.

Substituição do Administrador e do Gestor


Segundo o art. 93 da ICVM 555, o administrador e o gestor da carteira do fundo devem ser
substituídos nas hipóteses de:
I. descredenciamento para o exercício da atividade de administração de carteiras de valores
mobiliários, por decisão da CVM;
II. renúncia; ou
III. destituição, por deliberação da assembleia geral.
Nas hipóteses de renúncia ou descredenciamento, fica o administrador obrigado a convocar
imediatamente assembleia geral para eleger seu substituto, a se realizar no prazo de até 15
dias, sendo também facultado aos cotistas que detenham ao menos 5% das cotas emitidas, em
qualquer caso, ou à CVM, nos casos de descredenciamento, a convocação da assembleia geral.
No caso de renúncia, o administrador deve permanecer no exercício de suas funções até sua
efetiva substituição, que deve ocorrer no prazo máximo de 30 dias, sob pena de liquidação
do fundo pelo administrador. Já no caso de descredenciamento, a CVM deve nomear
administrador temporário até a eleição de nova administração.

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Custodiante
O custodiante é uma pessoa jurídica credenciada na CVM para o exercício da atividade de
prestador de serviço de custódia fungível (custódia na qual os valores mobiliários depositados
podem não ser os mesmos quando de sua saída, embora sejam das mesmas espécies,
quantidade e qualidade). É responsável pelo registro, liquidação e exercício dos direitos e
obrigações dos ativos que compõem a carteira.
Serviços compreendidos na atividade de custódia:
• guarda dos ativos;
• liquidação física e financeira dos ativos;
• liquidação financeira de derivativos, contratos de permutas de fluxos financeiros (swaps) e
operações a termo
• administração e informação de proventos associados a esses ativos

Distribuidor
O distribuidor é a instituição financeira que vende as cotas dos fundos de investimentos.
Os principais distribuidores de fundos de investimento são os bancos de varejo, corretoras
e distribuidoras de títulos e valores mobiliários, bancos de atacado e até mesmo o próprio
administrador. A distribuição de cotas de um fundo aberto independe de prévio registro na
CVM e será realizada por instituições intermediárias integrantes do sistema de distribuição de
valores mobiliários. Já a distribuição de cotas de fundo fechado não destinadas a investidores
qualificados depende de prévio registro na CVM e só pode ser feita por instituições integrantes
do sistema de distribuição de valores mobiliários.

Auditor Independente
O auditor independente é perito (contador) que presta serviços de auditoria independente
e que exerce atividade no âmbito do mercado de valores mobiliários, por isso está sujeito ao
registro na CVM. Podendo ser pessoa física ou jurídica, sociedade profissional, constituída sob
a forma de sociedade limitada.
A CVM mantém cadastro dos responsáveis técnicos autorizados a emitir e assinar o parecer do
auditor, em nome de cada empresa, no âmbito do mercado de valores mobiliários. A auditoria
independente é o exame analítico da escrituração contábil de uma empresa, realizada de
forma independente, sem nenhum vínculo com a empresa. Esta avaliação busca dar maior
credibilidade às informações divulgadas, bem como maior segurança aos cotistas.

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Documentos elaborados pelo auditor:


• Relatório de auditoria sobre as demonstrações financeiras examinadas, opinando sobre
sua adequação aos princípios fundamentais de contabilidade;
• Relatório atestando o cumprimento de normas operacionais estabelecidas em lei e
dispositivos regulamentares, evidenciando as irregularidades encontradas. Seu relatório
se baseia nos registros contábeis e operacionais, em documentos de terceiros (bancos e
fornecedores) e em normas e procedimentos de controle interno da empresa. Desta forma,
o auditor independente é imprescindível à credibilidade do mercado, representando um
instrumento de proteção para o investidor, na medida em que sua função é zelar pela
confiabilidade das demonstrações financeiras dos fundos de investimento.

OBJETIVO DO FUNDO E POLÍTICA DE INVESTIMENTO


Cada fundo possui seu próprio objetivo que estabelece basicamente seu perfil de risco
e retorno, direcionado assim a um público–alvo, com perfil adequado para este tipo de
investimento. Este objetivo, que é determinado pela instituição financeira administradora do
fundo, é balizado pela determinação de uma política de investimentos.
A política de investimentos define os parâmetros de atuação do gestor pela determinação de
regras e referências para a composição e alocação de uma carteira, procurando facilitar a busca
pelo objetivo estabelecido para o fundo.
A legislação classifica os fundos e estabelece limites e orientação para alocação, conforme a
composição do seu patrimônio:
• renda fixa
• multimercado
• ações
• cambial
Embora existam parâmetros pré–estabelecidos, é importante lembrar que o talento e habilidade
do gestor atribuem o diferencial e o atrativo de cada fundo, definindo sua personalidade e
impactando no seu resultado. O objetivo e a política de investimentos são essenciais para
transparência e escolha adequada dos fundos pelo investidor. Na denominação do fundo não
podem ser acrescidos termos ou expressões que induzam interpretação indevida quanto a seus
objetivos, sua política de investimento, ou seu público–alvo.

DIVULGAÇÃO DE INFORMAÇÕES PARA VENDA E


DISTRIBUIÇÃO
A correta divulgação de informações é considerada essencial no processo de distribuição e
eventual prestações de contas do que ocorre no fundo. Regulamentadas pela CVM, o

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Regulamento, o Prospecto, a Lâmina de Informações Essenciais e o Termo de Adesão e Ciência


de Risco estão entre os principais documentos que devem ser analisados pelo investidor. A
política de divulgação deverá ser idêntica para todos os cotistas, consultores de investimento,
agências classificadoras e demais interessados, sendo certo que a alteração da política de
divulgação deverá ser divulgada como fato relevante.
REGULAMENTO: é um dos documentos mais importantes do fundo de investimento, é nele que
estão estabelecidas as regras básicas de funcionamento do fundo.

Ele deve, obrigatoriamente, dispor sobre:


• Qualificação do administrador do fundo e do custodiante com informação sobre os seus
registros perante a CVM;
• Quando for o caso, referência à qualificação do gestor da carteira do fundo com informação
sobre os seus registros perante a CVM;
• Espécie do fundo (aberto ou fechado);
• Prazo de duração (determinado ou indeterminado);
• Política de investimento, de forma a caracterizar a classe do fundo.
Essa política deverá ter informações sobre:
• percentual máximo de aplicação em ativos financeiros de emissão do administrador,
gestor ou de empresa a eles ligada, observados os demais limites expressos na ICVM
555;
• percentual máximo de aplicação em cotas de fundos de investimento administradas
pelo administrador, gestor ou empresa a eles ligada;
• percentual máximo de aplicação de ativos financeiros de um mesmo emissor,
observados os demais limites expressos na Instrução CVM 555;
• a possibilidade, se for o caso, de o fundo realizar operações em valor superior ao seu
patrimônio, com a indicação de seus níveis de alavancagem.
• Taxa de administração, fixa e expressa em percentual anual do patrimônio líquido (base
252 dias);
• Taxas de performance, de ingresso e de saída (observadas disposições sobre a cobrança da
taxa de performance constantes da Instrução CVM 555);
• Taxa máxima de custódia, expressa em percentual anual do patrimônio líquido do fundo;
• Demais despesas do fundo;
• Condições para a aplicação e o resgate de cotas, inclusive quando se tratar de fundos
com cota de abertura;
• Distribuição de resultados, compreendendo os prazos e condições de pagamento;
• Público–alvo;

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• Intervalo para a atualização do valor da cota, quando for o caso;


• Exercício social do fundo;
• Identificação dos riscos assumidos pelo fundo; e
• A forma de comunicação que será utilizada pelo administrador (física ou eletrônica).
PROSPECTO: é o documento que apresenta as informações relativas à política de investimento
do fundo e aos riscos envolvidos, bem como os principais direitos e responsabilidades dos
cotistas e do administrador.
Deve estar atualizado e à disposição dos investidores potenciais durante o período de
distribuição, nos locais em que esta for realizada, em número suficiente de exemplares. Com
a ICVM 555, ele ficou dispensado para os Fundos nela regulamentados, porém, ainda é
mandatório nos demais fundos como FIDC e FII.
LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS: deve ser elaborada pelo administrador de fundo
aberto que não seja destinado exclusivamente a investidores qualificados. Nela deve conter
algumas informações básicas:
Público–alvo: descrição do público–alvo e as restrições de investimento.
Objetivos do fundo: descrição resumida dos objetivos do fundo. É importante que o investidor
tenha um entendimento da natureza e dos riscos envolvidos no investimento.
Condições de investimento: descrição dos investimentos mínimos iniciais, investimentos
adicionais, resgates, horário para aplicação e resgate, valor mínimo para permanência, prazo de
carência, conversão de cotas, pagamento dos resgates, taxas de administração, taxa de entrada,
taxa de saída, taxa de performance e taxa total de despesas.
Composição da carteira: descrição do patrimônio líquido do fundo (%) e as espécies de ativos
em que ele concentra seus investimentos.
Risco: nota de classificação dada pelo administrador dos fundos, numa escala de 1 a 5, de
acordo com o risco envolvido na estratégia de investimento de cada um deles.
Histórico de rentabilidade ou Simulação de desempenho:
• Histórico de rentabilidade para todos os fundos, exceto os estruturados.
• Inserção das seguintes informações: “A rentabilidade obtida no passado não representa
garantia de resultados futuros.”
• Rentabilidade acumulada nos últimos 5 anos: ano, rentabilidade (líquida de despesas, mas
não de impostos), variação percentual do índice de referência (quando houver).
• Em fundos que possuem índice de referência: incluir a contribuição em relação ao índice de
referência (rentabilidade do fundo – rentabilidade do índice de referência)
Exemplo comparativo: comparação de custos e benefícios de investimentos em fundos como
rentabilidade, período de resgates, dedução de imposto de renda, custos com taxa de ingresso,
taxa de saída, performance individual e despesas.
Política de distribuição: descrição resumida da política de distribuição, que deve abranger:

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• descrição da forma de remuneração dos distribuidores;


• se o principal distribuidor oferta, para o público–alvo do fundo, preponderantemente
fundos geridos por um único gestor, ou por gestores ligados a um mesmo grupo econômico;
e
• qualquer informação que indique a existência de conflito de interesses no esforço de venda.
Simulação de despesas: comparação de despesas em períodos mais longos de investimento
entre diversos fundos.
Serviço de atendimento ao cotista:
• Telefone.
• Página na rede mundial de computadores.
• Reclamações: endereço eletrônico e demais canais disponíveis.
Supervisão e fiscalização:
• Comissão de Valores Mobiliários – CVM.
• Serviço de Atendimento ao Cidadão – www.cvm.gov.br.
TERMO DE ADESÃO E CIÊNCIA DE RISCO: é o documento onde o investidor atesta formalmente
que concorda e está ciente dos riscos do fundo. Deve ser assinado pelo investidor cotista,
ao subscrever cotas de um fundo de investimento, ciente da política de investimento, da
possibilidade de ocorrência de patrimônio negativo, de sua responsabilidade por aportes
adicionais de recursos, das taxas de administração, do risco do investimento e de que tenha
tido acesso ao inteiro teor do regulamento e lâmina.

PRESTAÇÃO DE CONTAS AOS COTISTAS


Divulgação de Cotas e Rentabilidade
Todo material de divulgação do fundo deve:
• Ser consistente com o regulamento e com a lâmina, se houver.
• Ser elaborado em linguagem serena e moderada, advertindo seus leitores para os riscos do
investimento.
• Ser identificado como material de divulgação.
• Mencionar a existência da lâmina, quando houver, bem como os endereços na internet nos
quais tais documentos podem ser obtidos.
• Ser apresentado em conjunto com a lâmina, se houver.
• Conter informações sobre supervisão e fiscalização do fundo, se a lâmina não for
obrigatória.

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• Atender aos requisitos sobre informações estabelecidos na instrução ICVM 555.


A divulgação de informação sobre os resultados do fundo pode ser feita por qualquer meio,
após um período de carência de seis meses a partir da data da primeira emissão de cotas. Toda
informação divulgada por qualquer meio, na qual seja incluída referência à rentabilidade do
fundo, deve obrigatoriamente:
• mencionar a data do início de seu funcionamento;
• contemplar, adicionalmente à informação divulgada, a rentabilidade mensal e a
rentabilidade acumulada nos últimos 12 meses, não sendo obrigatória, neste caso, a
discriminação mês a mês, ou no período decorrido desde a sua constituição, se inferior;
• ser acompanhada do valor do patrimônio líquido médio mensal dos últimos 12 meses
ou desde a sua constituição, se mais recente;
• divulgar a taxa de administração e a taxa de performance, se houver, expressa no
regulamento vigente nos últimos 12 meses ou desde sua constituição, se mais recente;
• destacar o público–alvo do fundo e as restrições quanto à captação, de forma a ressaltar
eventual impossibilidade, permanente ou temporária, de acesso ao fundo por parte de
investidores em geral.

Balancetes e Demonstrações Contábeis


Conforme o art. 59 da Instrução CVM 555, o administrador deve remeter, através do Sistema
de Envio de Documentos, disponível na página da CVM na internet, os seguintes documentos,
conforme modelos disponíveis na referida página:
I. informe diário, no prazo de 1 dia útil;
II. mensalmente, até 10 dias após o encerramento do mês a que se referirem:
a. balancete;
b. demonstrativo da composição e diversificação de carteira;
c. perfil mensal; e
d. lâmina de informações essenciais, se houver;
III. revogado.
IV. anualmente, no prazo de 90 dias contado a partir do encerramento do exercício a que se
referirem, as demonstrações contábeis acompanhadas do parecer do auditor independente.
V. formulário padronizado com as informações básicas do fundo, sempre que houver alteração
do regulamento, na data do início da vigência das alterações deliberadas em assembleia.

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Assembleias Gerais: competência, convocação e deliberações


Compete privativamente à assembleia geral de cotistas decidir sobre:
• as demonstrações contábeis apresentadas pelo administrador;
• a substituição do administrador, gestor ou custodiante do fundo;
• a fusão, a incorporação, a cisão, a transformação ou a liquidação do fundo;
• o aumento da taxa de administração, da taxa de performance ou das taxas máximas de
custódia;
• a alteração da política de investimento do fundo;
• a emissão de novas cotas, no fundo fechado;
• a amortização e o resgate compulsório de cotas, caso não estejam previstos no regulamento;
e
• a alteração do regulamento, ressalvo se a alteração:
• decorrer exclusivamente da necessidade de atendimento a normas legais ou
regulamentares, exigências expressas da CVM, de entidade administradora de
mercados organizados onde as cotas do fundo sejam admitidas à negociação, ou de
entidade autorreguladora, nos termos da legislação aplicável e de convênio com a
CVM;
• for necessária em virtude da atualização dos dados cadastrais do administrador ou dos
prestadores de serviços do fundo; e
• envolver redução das taxas de administração, de custódia ou de performance (deve ser
imediatamente comunicada aos cotistas).
A convocação da assembleia geral deve ser encaminhada a cada cotista e disponibilizada
nas páginas do administrador e do distribuidor na internet, deve ser feita com 10 dias de
antecedência, no mínimo, da data de sua realização e deve constar, obrigatoriamente, dia,
hora e local em que será realizada. A assembleia geral se instala com a presença de qualquer
número de cotistas.
As deliberações da assembleia geral serão tomadas por maioria de votos, cabendo a cada cota
1 voto. O regulamento poderá estabelecer também quórum qualificado para as deliberações.
Não podem votar nas assembleias gerais, a não ser que sejam os únicos cotistas do fundo:
• Seu administrador e seu gestor;
• Os sócios, diretores e funcionários do administrador ou do gestor;
• Empresas ligadas ao administrador ou gestor, seus sócios, diretores, funcionários; e
• Os prestadores de serviços do fundo, seus sócios, diretores e funcionários.

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Esta vedação não se aplica quando:


• Os únicos cotistas forem, no momento de seu ingresso no fundo, as pessoas mencionadas
anteriormente; ou
• Houver aquiescência expressa da maioria dos demais cotistas presentes à assembleia,
manifestada na própria assembleia, ou em instrumento de procuração que se refira
especificamente à assembleia em que se dará a permissão de voto.
Composição e Diversificação da Carteira
O patrimônio do fundo deve se manter aplicado em títulos e valores mobiliários, ativos
financeiros e modalidades operacionais disponíveis no mercado financeiro e de capitais, nos
termos estabelecidos em seu regulamento. Caso o fundo possua posições ou operações em
curso que possam vir a ser prejudicadas pela sua divulgação, o demonstrativo da composição
da carteira pode omitir sua identificação e quantidade, registrando somente o valor e a
percentagem sobre o total da carteira.
As operações omitidas devem ser divulgadas no prazo máximo de:
• 30 dias – 30 dias, improrrogáveis, nos fundos da classe Renda Fixa Curto Prazo, Referenciado
e Simples.
• 90 dias – Nos demais casos, 90 dias após o encerramento do mês, podendo ser prorrogado
uma única vez, em caráter excepcional, e com base em solicitação fundamentada submetida
à aprovação da CVM, até o prazo máximo de 180 dias.
Disclaimers e Avisos Obrigatórios
O administrador do fundo é responsável por:
• calcular e divulgar o valor da cota e do patrimônio líquido do fundo aberto:
• diariamente; ou
• para fundos que não ofereçam liquidez diária a seus cotistas, em periodicidade
compatível com a liquidez do fundo, desde que expressamente previsto em seu
regulamento;
• disponibilizar aos cotistas, mensalmente ou no período previsto no regulamento para
cálculo e divulgação da cota, extrato de conta contendo:
• nome do fundo e o número de seu registro no CNPJ;
• nome, endereço e número de registro do administrador no CNPJ;
• nome do cotista;
• saldo e valor das cotas no início e no final do período e a movimentação ocorrida ao
longo do mês;
• rentabilidade do fundo auferida entre o último dia útil do mês anterior e o último dia
útil do mês de referência do extrato;
• data de emissão do extrato da conta; e

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• o telefone, o correio eletrônico e o endereço para correspondência do serviço de


atendimento ao cotista, conforme definido no regulamento do fundo.
• disponibilizar as informações do fundo, inclusive as relativas à composição da carteira, à
periodicidade, prazo e teor das informações, de forma equânime entre todos os cotistas;
• disponibilizar aos cotistas dos fundos não destinados exclusivamente a investidores
qualificados a demonstração de desempenho do fundo até o último dia útil de fevereiro de
cada ano; e
• divulgar, em lugar de destaque na sua página na internet e sem proteção de senha, a
demonstração de desempenho do fundo relativo:
• aos 12 meses findos em 31 de dezembro, até o último dia útil de fevereiro de cada ano;
e
• aos 12 meses findos em 30 de junho, até o último dia útil de agosto de cada ano.

Atos ou Fatos Relevantes


O administrador é obrigado a divulgar imediatamente a todos os cotistas na forma prevista
no regulamento do fundo e por meio do Sistema de Envio de Documentos disponível na
página da CVM, e para a entidade administradora de mercado organizado onde as cotas
estejam admitidas à negociação, qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado ao
funcionamento do fundo ou aos ativos financeiros integrantes de sua carteira. Considera–se
relevante qualquer ato ou fato que possa influir de modo considerável no valor das cotas ou na
decisão dos investidores de adquirir, alienar ou manter tais cotas.
Qualquer ato ou fato relevante ocorrido ou relacionado ao funcionamento do fundo ou aos
ativos financeiros integrantes de sua carteira deve ser:
• divulgado por meio do Sistema de Envio de Documentos disponível na página da CVM; e
• mantido nas páginas na rede mundial de computadores do administrador e do distribuidor
do respectivo fundo.

Fatores que Afetam o Valor das Cotas

Marcação a Mercado
O patrimônio líquido do fundo e o valor da cota do fundo aberto devem ser calculados e
divulgados diariamente, ou, para fundos que não ofereçam liquidez diária a seus cotistas, em
periodicidade compatível com a liquidez do fundo, desde que expressamente previsto em seu
regulamento. A Marcação a Mercado tem como objetivo garantir que os ativos integrantes
das carteiras dos fundos sejam valorizados a preços de mercado, na periodicidade adequada
e de acordo com as melhores metodologias e práticas de mercado. Além disso, ela evita a
transferência de riqueza entre cotistas.

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Assim, os fundos abertos com resgates diários devem ter seus ativos valorizados dia a dia,
através do conceito de Marcação a Mercado – MaM, estando proibida a chamada Marcação na
Curva.
Podem deixar de marcar a mercado os fundos em que os cotistas tenham intenção em
preservar volume de aplicações compatíveis com a manutenção dos ativos até o vencimento,
desde que sejam observadas, cumulativamente, as seguintes condições:
• fundo destinado a um único investidor (Fundos Exclusivos), a investidores pertencentes
ao mesmo conglomerado ou grupo econômico–financeiro ou a investidores qualificados;
• haja solicitação formal de todos os cotistas, na qual deve constar declaração de que
possuem capacidade financeira para levar ao vencimento os ativos classificados nesta
categoria;
• todos os cotistas que ingressarem no fundo a partir da classificação nesta categoria
assinem o termo de adesão ao regulamento, sua capacidade financeira e anuência à
classificação de títulos e valores mobiliários integrantes da carteira do fundo na categoria
ativos mantidos até o vencimento.

Taxa de Administração, Taxa de Performance


e Outras Despesas

Taxa de Administração
É o percentual cobrado sobre o patrimônio líquido do fundo de investimento,
independentemente do desempenho do fundo. É a remuneração dos prestadores de serviço
do fundo, da instituição administradora pelo serviço de gestão, operacionalização e custódia
dos recursos. Cumpre ao administrador zelar para que as despesas com a contratação de
terceiros prestadores de serviços não excedam o montante total da taxa de administração
fixada no regulamento.
Nos fundos abertos, as taxas de administração e de performance devem ser provisionadas por
dia útil, sempre como despesa do fundo e apropriadas conforme estabelecido no regulamento.
Quanto mais conservador o fundo, mais importantes para sua rentabilidade. Por exemplo, num
fundo referenciado DI a taxa de administração é um fator importante na sua rentabilidade
em comparação com seus concorrentes. Já em um fundo de ações, a taxa de administração
é menos importante porque a volatilidade do fundo é muito maior, o que faz com que uma
diferença de um pequeno % ao ano seja irrelevante frente a uma estratégia eficiente do gestor.
Cálculo da Variação da Cota de um Fundo:
A taxa de administração de determinado fundo é de 2% ao ano e inicia o dia com patrimônio
de R$ 100 milhões e 200.000 cotas. Calcule o valor da cota a vigorar no início do dia seguinte
(D+1), sendo que, ao longo do dia (D+0):
• os ativos do fundo tenham se valorizado 0,15%;
• não houve movimentações (resgates ou aportes).

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Resolução:
1ª etapa: Cálculo do patrimônio a partir da valorização dos ativos.
O novo patrimônio do fundo, por conta da valorização dos ativos, será de:
100.000.000 x (1 + 0,0015) = 100.150.000,00.
2ª etapa: Descontar a taxa de administração.
Para calcular a taxa diária de administração a ser cobrada, deve–se dividir 2 por 252, o que
equivale a 0,0079365%. Logo, devemos aplicar esse porcentual ao patrimônio do fundo:
10.003.300 x 0,011905% = 7.948,40. Então, o patrimônio do fundo líquido da taxa de
administração em D+1 será de R$ 100.142.051,60
3ª etapa: Cálculo da cota.
Como não houve movimentações, o fundo iniciará D+1 com 200.000 cotas. Dessa forma, o
valor de cada cota será: 100.142.051,60 / 200.000 = R$ 500,71. Como a cota em D+0 era de
100.000.000 / 200.000 = 500,00, o fundo registrou valorização de 0,142% ({[500,71 /500,00] –
1)} x 100) nesse período (um dia).

Taxa de Performance
Além da taxa de administração, alguns gestores também podem cobrar uma taxa pelo
seu desempenho (baseada no resultado do fundo). As taxas de performance devem
obrigatoriamente estar atreladas ao benchmark do fundo. Os fundos de renda fixa normalmente
adotam o CDI ou o IGP–M como benchmark, os fundos cambiais usam o dólar e os fundos de
renda variável o índice IBOVESPA.
É vedada a cobrança de taxa de performance nos fundos classificados como Renda Fixa (exceto
Longo Prazo e Dívida Externa), a não ser que sejam destinados a investidores qualificados.
Para estes, os fundos podem cobrar taxa de performance de acordo com o que dispuser o seu
regulamento.
A cobrança da taxa de performance para as demais classes de fundos deve obedecer às
seguintes regras:
• É cobrada sobre a parcela da rentabilidade do fundo que excede a variação de um índice
pré–determinado (benchmark) compatível com a política de investimento do fundo;
• Vedação da vinculação da taxa de performance a percentuais inferiores a 100% do indicador
de referência;
• Cobrança após a dedução de todas as despesas, inclusive da taxa de administração;
• Cobrança por período, no mínimo semestral.
• Deve–se observar o conceito de Linha d’Água.
De acordo com o conceito de Linha d’Água, a cobrança de taxa de performance não é permitida
caso o valor da cota do fundo seja inferior ao seu valor por ocasião da última cobrança efetuada.

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Um fundo cobra taxa de performance de 20% do que ultrapassar a variação do Ibovespa.


Rentabilidade abaixo do benchmark:
Rendimento do fundo: 10%
Variação do Ibovespa: 11%
A taxa de performance não pode ser aplicada porque o fundo não superou o indicador.
Rentabilidade acima do benchmark:
Rendimento do fundo: 11%
Variação do Ibovespa: 10%
Superação do indicador: 1,0%
Neste caso o valor da taxa de performance é de 0,25%, visto que a rentabilidade do fundo foi de
1% acima do benchmark e essa rentabilidade já inclui a cobrança de taxa de performance. Ou
seja, o fundo teria rendido 11,25% se não houvesse performance, mas como ele cobra 20% do
que ultrapassa o benchmark (20% de 1,25% = 0,25%) tira–se 0,25% de performance, fazendo
com que a rentabilidade do fundo fique em 11%.
Atente sempre para o valor da cota da última cobrança da taxa de performance. Pode acontecer,
por exemplo, de um fundo superar o benchmark e cobrar a taxa. Naquele momento, vamos
supor que a cota valesse R$ 10,00. No semestre seguinte, uma forte queda do fundo leva a
cota a R$ 8,00. No próximo semestre, o fundo se recupera e volta a superar o benchmark,
mas o valor da cota no último dia útil desse período atingiu R$ 9,80. Nesse caso, apesar do
desempenho positivo, o valor da cota estava abaixo daquele registrado quando da última
cobrança (R$ 10,00) e, por isso, não haverá incidência da taxa de performance, conceito de
Linha d’Água.
O regulamento do fundo deve prever quanto será o percentual cobrado relativo à taxa de
administração e performance. Em relação a mudanças nas taxas de administração, o seguinte
processo ocorre:
• Aumentos só podem ser realizados após aprovação da Assembleia Geral dos fundos;
• Reduções podem ocorrer de forma unilateral pelo administrador desde que notifique de
imediato à CVM, à entidade administradora do mercado organizado onde as cotas sejam
admitidas à negociação e aos cotistas, promovendo a devida alteração no regulamento e
na lâmina, se houver.
Os fundos de investimento têm outras despesas que também impactam as cotas que podem
ser:
• custos de auditoria;
• taxas CVM;
• taxas de registro no SELIC, dentre outros.
Algumas dessas taxas são fixas e independem do patrimônio líquido do fundo, o que faz com
que fundos de patrimônio pequeno muitas vezes sejam inviáveis.

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As seguintes despesas também podem ser debitadas diretamente do fundo:


• taxas, impostos ou contribuições federais, estaduais, municipais ou autárquicas, que
recaiam ou venham a recair sobre os bens, direitos e obrigações do fundo;
• despesas com o registro de documentos em cartório, impressão, expedição e publicação.

Alavancagem e Riscos para os Investidores


Diversas estratégias de gestão podem ser implementadas, podendo variar desde aquelas que
procuram agregar valor em mercados específicos (abordadas em itens anteriores de renda fixa
e variável) dentro de uma alocação mais balanceada (podendo ser estratégica ou tática), ou
abordando estratégias envolvendo mercados múltiplos, arbitragens, uso de ativos de caixa e
derivativos, posições long/short, situações de estresse, alavancagens, entre outros.
A alavancagem em fundos de investimento consiste em utilizar derivativos não apenas na
proteção da carteira, mas também para abrir posições ativas, que podem resultar até mesmo
em exposição superior ao patrimônio líquido do fundo.

DINÂMICA DE APLICAÇÃO E RESGATE


Aplicação de recursos e compra de ativos por parte dos gestores
Sempre que houver aplicações em fundos de investimento, o gestor deverá utilizar esses
recursos para aquisição de títulos e valores mobiliários, respeitando as regras do regulamento
do fundo e seguindo as diretrizes da política de investimento. Cabe então a ele, observando
essas limitações, decidir que ativo comprar, em qual quantidade e em que momento.
Cota do Dia (D+0) e Cota do Dia Seguinte ao da Data de Aplicação (D+1)
As cotas do fundo correspondem a frações ideais de seu patrimônio, as quais conferem iguais
direitos e deveres aos seus cotistas, sendo escriturais e nominativas, ou seja, funcionam como
uma conta corrente, onde os valores são lançados a débito ou a crédito dos acionistas, não
havendo movimentação física de documentos.
O valor da cota do dia é resultante da divisão do valor do patrimônio líquido (ativos – passivos)
pelo número de cotas do fundo, apurados, ambos, no encerramento do dia, ou seja, no horário
de fechamento dos mercados em que o fundo atue (cota de fechamento). Todos os fundos
devem ter suas cotas calculadas pelo conceito de cota de fechamento. Os Fundos de Renda
fixa (exceto Longo Prazo e Dívida Externa), Exclusivos e Previdenciários poderão optar por ter
o valor da cota do dia calculado a partir do patrimônio líquido do dia anterior, devidamente
atualizado por um dia (cota de abertura) ou de fechamento.
Cálculo da Cota, considerando Despesas:
Calcular a cota do seguinte fundo em D+1 com os seguintes dados:
Cota D+0= 1,00

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Número de cotas: 200.000


Não houve ingresso de recursos no fundo em D+1
• valorização dos ativos de D+0 para D+1: 2% (R$ 4.000,00)
• despesas de taxa de administração: 2% a.a. (base 252)
• despesas com auditoria diária: R$ 50,00
• despesas de corretagem diária: R$ 300,00
O valor da cota do fundo em D+1 será:
• O PL de abertura é R$ 200.000,00, soma–se ao PL a valorização e a partir daí calcula–se a
taxa de administração:
• Taxa de Adm = (1,00 * 200.000 + 4.000)*((2/100+1)1/252–1) = 16,03
• A cota será calculada do PL de abertura somado da valorização e da subtração das
despesas (Taxa de Adm, Auditoria e Corretagem):
• Cota (D+1) = (200.000 + 4.000 – (16,03+50,00+300,00))/100.000 = 1,018169 (divulgação
de cotas com pelo menos 6 casas decimais)
A taxa de administração pode ser calculada de forma linear ou exponencial. Isso não está
definido em regulamentação e pode variar de instituição para instituição. Os fundos classificados
como Renda Fixa, assim como os Exclusivos ou Previdenciários, poderão ter o valor da cota do
dia calculado a partir do patrimônio líquido do dia anterior, devidamente atualizado por um dia
(cota de abertura). Estes fundos têm a opção de terem cota de abertura ou de fechamento.
Quando se tratar de fundo que atue em mercados no exterior, o encerramento do dia poderá
ser considerado como o horário de fechamento do mercado indicado no regulamento. Para
as cotas de abertura, os eventuais ajustes decorrentes das movimentações ocorridas durante
o dia deverão ser lançados contra as aplicações ou regates dos cotistas que efetuaram essas
movimentações ou, ainda, contra o patrimônio do fundo, conforme dispuser o regulamento.
Resgate de Cotas: Pagamento, Prazos e Carência
O resgate de recursos e a venda de ativos também são feitos pelos gestores. Sempre que
houver resgates em fundos de investimento, o gestor deverá vender ativos e levantar valor
suficiente para fazer frente ao resgate.
O momento da venda depende da existência de caixa disponível no fundo para pagamento
do resgate e ainda de restrições relacionadas ao prazo de carência e ao processamento da
venda do ativo. Carência é o período em que se fixam penalidades para o investidor que decidir
resgatar seu investimento antes do prazo pré–estipulado.
O prazo de carência também é conhecido como data de aniversário da cota e compreende um
prazo pré–determinado de dias que se renova automaticamente a cada final de intervalo de
dias.

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Caso haja resgate no intervalo de vigência do prazo de carência, o valor da cota para resgate
será aquele da data inicial de vigência do período de carência, e o investidor perde assim a
rentabilidade do período. Portanto, os fundos sem carência são aqueles que não estipulam
prazo de carência para crédito da rentabilidade das cotas.
Prazo de cotização: conceito (prazo de conversão de cotas na aplicação e no resgate) Com a
Instrução CVM 555, entrou em vigor a cota de fechamento para os fundos cambiais, multimercado,
renda fixa longo prazo e os de dívida externa, como já ocorria com os fundos de ações. Essa cota
reflete o valor da carteira do fundo após o fechamento do mercado financeiro, procedimento que é
especialmente importante nos fundos de maior risco, nos quais os preços dos ativos que integram
suas carteiras estão sujeitos a oscilações mais significativas ao longo do dia.
Com esse procedimento, evita–se que investidores com informações atualizadas sobre a
evolução do mercado realizem movimentações de aplicações ou resgates que eventualmente
os beneficiem em relação aos demais cotistas desses fundos. Em contrapartida, o crédito
dos resgates solicitados nesses fundos ocorre, no mínimo, no dia seguinte ao da solicitação
e somente após a liberação e o cadastramento da cota. Isso ocorre porque, em muitos casos,
a finalização da apuração da cota de fechamento e consequentemente o seu cadastramento
acontecem somente no dia seguinte, após o fechamento do mercado financeiro.

Taxa de ingresso e taxa de saída


Os termos “taxa de aplicação e taxa de resgate” equivalem à taxa de entrada e de saída,
respectivamente. A sua utilização pelos administradores está relacionada a incentivar o cotista
a permanecer certo período de tempo no fundo a fim de que as estratégias de investimento
do administrador possam ser desenvolvidas sem a pressão do resgate das cotas. Caso haja
uma taxa de entrada, o valor será deduzido da importância a ser convertida em cotas, em
sendo uma taxa de saída, o valor incidirá quando do resgate das cotas. Diferentemente das
demais taxas, a taxa de entrada ou de saída não está computada no valor da cota do fundo
dificultando, portanto, o cálculo da rentabilidade do fundo.

Fechamento dos Fundos para Resgates e Aplicações


Um fundo de investimento pode fechar para novas aplicações e também para saques, desde que
isto seja adotado para todos os cotistas. O principal objetivo disso seria preservar a viabilidade
da sua estratégia de investimento. Isso porque um aumento significativo no patrimônio do
fundo pode inviabilizar as suas estratégias de gestão, o que resulta em comprometimento da
rentabilidade. Um fundo de investimento com um volume de patrimônio em descompasso com
a liquidez do mercado em que atua pode aumentar desnecessariamente o risco para o cotista.
O gestor tem autonomia para fechar o fundo para novas aplicações quando achar viável. A
situação é bem distinta no caso de fechamento para resgate dos cotistas. Essa é uma estratégia
bem pontual, utilizada para driblar períodos de extrema falta de liquidez do mercado. O seu
objetivo visa não prejudicar os cotistas remanescentes, aqueles que não solicitaram resgate.
Em casos excepcionais de iliquidez dos ativos componentes da carteira do fundo, inclusive em
decorrência de pedidos de resgates incompatíveis com a liquidez existente, ou que possam
implicar alteração do tratamento tributário do fundo ou do conjunto dos cotistas, em prejuízo
destes últimos, o administrador pode declarar o fechamento do fundo para a realização de
resgates.
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Neste caso, ele deve proceder à imediata divulgação de fato relevante, tanto por ocasião do
fechamento, quanto da reabertura do fundo. O fechamento do fundo para resgate deve, em
qualquer caso, ser imediatamente comunicado à CVM. O fundo deve permanecer fechado para
aplicações enquanto perdurar o período de suspensão de resgates.
Caso o fundo permaneça fechado por período superior a 5 dias consecutivos, o administrador
deve obrigatoriamente, além da divulgação de fato relevante por ocasião do fechamento,
convocar no prazo máximo de 1 dia, para realização em até 15 dias, assembleia geral
extraordinária para deliberar sobre as seguintes possibilidades:
• substituição do administrador, do gestor ou de ambos;
• reabertura ou manutenção do fechamento do fundo para resgate;
• liquidação do fundo.
O administrador responderá aos cotistas remanescentes pelos prejuízos que lhes tenham sido
causados em decorrência da não utilização dos poderes conferidos neste artigo.

CLASSIFICAÇÃO CVM DOS FUNDOS DE INVESTIMENTO


A Instrução CVM 555 classifica os fundos em quatro classes principais:
1. Renda Fixa
2. Multimercado
3. Ações
4. Cambial
Estas classes admitem sufixos que classificam os fundos em subcategorias conforme abaixo:

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FUNDO DE RENDA FIXA


Os fundos de Renda Fixa devem possuir, no mínimo, 80% da carteira em ativos relacionados
diretamente, ou sintetizados via derivativos, à variação da taxa de juros doméstica ou de
índice de preços, ou ambos. Os fundos de renda fixa admitem cotas de abertura (exceto os
Longo Prazo e Dívida Externa), mas não permitem cobrança de taxa de performance, exceto se
destinados a investidores qualificados.
Os sufixos a seguir podem ser adicionados ao nome do fundo conforme abaixo:

Simples
Os fundos classificados como Renda Fixa Simples são constituídos sob a forma de condomínio
aberto e têm no mínimo 95% de seu patrimônio líquido, isolada ou cumulativamente,
composto por:
• Títulos da dívida pública federal.
• Títulos de renda fixa de emissão ou coobrigação de instituições financeiras que possuam
classificação de risco atribuída pelo gestor, no mínimo, equivalente àqueles atribuídos aos
títulos da dívida pública federal (baixo risco de crédito).
• Operações compromissadas lastreadas em títulos da dívida pública federal ou em títulos
de responsabilidade, emissão ou coobrigação de instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil, desde que, na hipótese de lastro em títulos de responsabilidade
de pessoas de direito privado, a instituição financeira, contraparte do fundo na operação,
possua classificação de risco atribuída pelo gestor, no mínimo, equivalente àquela atribuída
aos títulos da dívida pública federal.
Outras características do Fundo Simples são:
• Utiliza derivativos exclusivamente para fins de proteção da carteira (hedge).
• Tem limite de concentração de 50% em papéis privados.
• Prevê, em seu regulamento, que todos os documentos e informações a ele relacionados
sejam disponibilizados aos cotistas preferencialmente por meios eletrônicos.
• Deve adotar estratégia de investimento que proteja o fundo de riscos de perdas e
volatilidade.
• Sua lâmina de informações essenciais deve comparar a performance do fundo com a
performance da taxa SELIC.
Ficam vedadas as seguintes condições (Fundo Simples):
• Cobrança de taxa de performance
• Realização de investimentos no exterior;
• A concentração em créditos privados;

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• Transformação do fundo em fundo fechado;


• Qualquer transformação ou mudança de classificação do fundo.
Os investidores que ingressarem neste fundo ficam dispensados da assinatura do termo de
adesão, e da verificação da adequação do investimento no fundo ao perfil do cliente (dispensada
análise de suitability).

Referenciado
Os fundos classificados como referenciados devem apresentar em sua denominação o seu
indicador de desempenho, em função da estrutura dos ativos financeiros integrantes das
respectivas carteiras, desde que atendidas, cumulativamente, as seguintes condições:
• Ter 80%, no mínimo, de seu patrimônio líquido representado, isolada ou cumulativamente,
por:
• títulos da dívida pública federal;
• ativos financeiros de renda fixa considerados de baixo risco de crédito pelo gestor.
• Estipular que 95%, no mínimo, da carteira seja composta por ativos financeiros deforma a
acompanhar, direta ou indiretamente, a variação do indicador de desempenho (benchmark)
escolhido.
• Restringir a respectiva atuação nos mercados de derivativos com a realização de operações
com o objetivo de proteger posições detidas à vista, até o limite dessas.

Dívida Externa
Os fundos classificados como Dívida Externa deverão aplicar, no mínimo, 80% de seu
patrimônio líquido em títulos representativos da dívida externa de responsabilidade da
União; e no máximo 20% do patrimônio líquido em outros títulos de crédito transacionados no
mercado internacional. A aquisição de cotas de outros fundos classificados como Dívida Externa
não está sujeita a incidência de limites de concentração por emissor. Os recursos porventura
remanescentes (após atendimento dos 80% mínimos) podem ser direcionados à realização de
operações em mercados organizados de derivativos no exterior e no país.
Relativamente aos títulos de crédito transacionados no mercado internacional, o total de
emissão ou coobrigação de uma mesma pessoa jurídica, de seu controlador, de sociedades por
ele(a) direta ou indiretamente controladas e de suas coligadas sob controle comum não pode
exceder 10% do patrimônio líquido do fundo.

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Fundos Curto Prazo e Longo Prazo


Os fundos de curto prazo deverão aplicar seus recursos exclusivamente em títulos públicos ou
privados pré–fixados ou indexados à taxa SELIC ou a outra taxa de juros, ou títulos indexados
a índices de preços, com prazo máximo a decorrer de 375 dias, e prazo médio da carteira do
fundo inferior a 60 dias. Os títulos privados deverão ser considerados de baixo risco de crédito
pelo gestor. São permitidas a utilização de derivativos somente para proteção da carteira e a
realização de operações compromissadas lastreadas em títulos públicos federais. Os fundos
curto prazo admitem cotas de abertura, mas é vedada a cobrança de taxa de performance
(exceto se forem destinados a investidores qualificados).
Os fundos de investimentos poderão ser adicionalmente classificados como Longo Prazo
quando dispuserem em seu regulamento que têm o compromisso de obter o tratamento fiscal
destinado a fundos de longo prazo previsto na regulamentação fiscal vigente e que atendem às
condições previstas na referida regulamentação.
Estes fundos são obrigados a:
• incluir a expressão “Longo Prazo” na denominação do fundo.
• atender às condições previstas na referida regulamentação de forma a obter o referido
tratamento fiscal.
O fundo Longo Prazo deve ter prazo médio da carteira superior a 365 dias corridos e não ter
restrição quanto ao prazo máximo dos títulos de sua carteira.
Importante atentar que os fundos de longo prazo para efeito tributário e de legislação têm que
ter prazo médio superior a 365 dias corridos. Já o prazo máximo de maturação dos títulos que
podem compor os fundos classificados como Curto Prazo pela ICVM 555 é de 375 dias.

FUNDO DE AÇÕES
Os fundos classificados como ações deverão possuir, no mínimo, 67% da carteira investida
nos seguintes ativos admitidos à negociação em mercado de bolsa ou balcão organizado:
• Ações.
• Bônus ou recibos de subscrição e certificados de depósito de ações.
• Cotas de fundos de ações e cotas dos fundos de índice de ações.
• BDRs níveis II e III.
O principal fator de risco da carteira de um fundo classificado como ações deve ser a variação
de preços de ações admitidas à negociação no mercado de balcão organizado.

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Mercado de Acesso
Fundos de ações cuja política de investimento preveja que, no mínimo, 2/3 do patrimônio
líquido sejam investidos em ações de companhias listadas em segmento de negociação de
valores mobiliários voltado ao mercado de acesso, instituído por bolsa de valores ou por
entidade do mercado de balcão organizado, que assegure, por meio de vínculo contratual,
práticas diferenciadas de governança corporativa.
Para que o valor das cotas desses fundos não fique defasado face ao valor das companhias
fechadas, a Instrução CVM 549 estabelece que companhias fechadas investidas por fundos de
ações Mercado de Acesso sejam avaliadas, a cada 12 meses, a valor justo. No âmbito da B3, o
segmento de acesso é atualmente representado pelo Bovespa Mais.
BDR Nível I
São fundos com investimento mínimo de 67% do PL composto pelos mesmos ativos do Fundo
de Ações, incluindo os BDR Nível I. Ou seja, se incluir os BDR classificados como Nível I, o fundo
deve usar a designação “Ações – BDR Nível I”.

FUNDO CAMBIAL
Fundos que aplicam pelo menos 80% de sua carteira em ativos relacionados diretamente
ou sintetizados, via derivativos, à variação de preços de moeda estrangeira ou à variação do
cupom cambial.
Se a entidade for associada à ANBIMA e aderir a sua classificação de fundos, os recursos
remanescentes em caixa devem estar investidos em cotas de Fundos Renda Fixa – Duração Baixa
– Grau de Investimento ou Soberano, ou em ativos permitidos a estes fundos, não admitindo
alavancagem. O montante não aplicado em ativos relacionados direta ou indiretamente ao
dólar ou ao euro deve ser aplicado somente em títulos e operações de Renda Fixa (pré ou pós–
fixadas a CDI/Selic). Não admitem alavancagem.

FUNDO MULTIMERCADO
Os fundos classificados como multimercado devem possuir políticas de investimento que
envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de concentração em nenhum fator em
especial ou em fatores diferentes das demais classes mencionadas anteriormente.
Caso obedeçam às regras estabelecidas nestas categorias, estes fundos podem adotar os
seguintes sufixos:
• Longo Prazo;
• Crédito Privado;
• Dívida Externa;
• Investimentos no Exterior.

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Crédito Privado
Os fundos de investimento classificados como Renda Fixa, Cambial ou Multimercado que
realizarem aplicações em quaisquer ativos ou modalidades operacionais de responsabilidade
de pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, exceto em ações e assemelhados, ou de
emissores públicos diferentes da União Federal que, em seu conjunto, excedam o percentual de
50% de seu patrimônio líquido, devem observar as seguintes regras, cumulativamente àquelas
previstas para sua classe:
• Incluir na sua denominação o sufixo “Crédito Privado”.
• Incluir os destaques necessários no termo de adesão e ciência de risco.
Essas regras também se aplicam aos fundos de investimento em cotas de fundos de
investimento.

Fundos de Investimentos em Cotas (FIC)


Os fundos de investimentos em cotas de fundos de investimentos deverão ter no mínimo 95%
de seu patrimônio investido em cotas de fundos de investimento de uma mesma classe,
exceto os fundos de investimento em cotas classificados como Multimercado, que podem
investir em cotas de fundos de classes distintas.
Os 5% restantes do patrimônio do fundo poderão ser mantidos em depósitos à vista ou
aplicados em:
• Títulos públicos federais;
• Títulos de renda fixa de emissão de instituição financeira;
• operações compromissadas;
• cotas de fundos de índice que reflitam as variações e a rentabilidade de índices de renda
fixa; e
• cotas de fundos de investimento classificados como “Renda Fixa” Curto Prazo, Referenciado
(o benchmark escolhido deve ser a variação do CDI ou SELIC) e Simples.
Os percentuais referidos anteriormente deverão ser cumpridos diariamente, com base no
patrimônio líquido do fundo do dia imediatamente anterior.
Os fundos de investimento em cotas classificados como Renda Fixa e Multimercado podem
investir, até o limite de 20% do patrimônio líquido, em cotas de fundo de investimento
imobiliário, de FIDC e de fundos de investimento em cotas de FIDC, desde que previsto em seus
regulamentos.

Ativos Financeiros no Exterior


O fundo poderá manter em sua carteira ativos financeiros negociados no exterior, até o limite
de:

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FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL

As aplicações em ativos financeiros no exterior não são cumulativamente consideradas no


cálculo dos correspondentes limites de concentração por emissor e por modalidade de ativo
financeiro aplicáveis aos ativos domésticos.

Limites por Emissor e por Modalidade de Ativo Financeiro


É também importante saber que os fundos de investimentos deverão observar os seguintes
limites de concentração por emissor sobre o seu patrimônio líquido:
• Até 20% – quando o emissor for instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco
Central do Brasil;
• Até 10% – quando o emissor for companhia aberta;
• Até 10% – quando o emissor for fundo de investimento;
• Até 5% – quando o emissor for pessoa física ou pessoa jurídica de direito privado que não
seja companhia aberta ou instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco Central
do Brasil; e
• Não há limites quando o emissor for a União Federal.
O fundo não poderá deter mais de 20% de seu patrimônio líquido em títulos ou valores
mobiliários de emissão do administrador, do gestor ou de empresas a eles ligadas, observando–
se, ainda, cumulativamente, que:
I. É vedada a aquisição de ações de emissão do administrador, exceto no caso do fundo cuja
política de investimento consista em buscar e reproduzir índice de mercado do qual as ações do
administrador ou de companhias a ele ligadas façam parte, caso em que tais ações poderão ser
adquiridas na mesma proporção de sua participação no respectivo índice; e
II. O regulamento deverá dispor sobre o percentual máximo de aplicação em cotas de fundos
de investimento administrados por seu administrador, gestor ou empresa a eles ligada.

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FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL

O disposto no inciso I acima não é aplicável aos fundos, cuja política de investimento for
investir no mínimo, 95% de seu patrimônio líquido em ações ou certificados de depósito de
ações do próprio administrador ou gestor do fundo, ou de empresas ligadas, ocasião em que o
administrador deve adotar medidas que garantam o correto entendimento pelos investidores
acerca do risco de concentração.
O valor das posições do fundo em contratos derivativos será considerado no cálculo dos limites
estabelecidos, cumulativamente, em relação ao emissor do ativo subjacente; e à contraparte,
quando se tratar de derivativos sem garantia de liquidação por câmaras ou prestadores de
serviços de compensação e de liquidação autorizados a funcionar pelo Banco Central ou pela
CVM.
Cumulativamente aos limites por emissor, o fundo observará os seguintes limites de
concentração por modalidades de ativo financeiro:
I. Até 20% do patrimônio líquido do fundo, para o conjunto dos seguintes ativos:
a. Cotas de fundos de investimento e cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de
investimento registrados com base na ICVM nº 555;
b. Cotas de Fundos de Investimento Imobiliário – FII;
c. Cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – FIDC;
d. Cotas de Fundos de Investimento em Fundos de Investimento em Direitos Creditórios – FIC–
FIDC;
e. Cotas de fundos de índice admitidos à negociação em mercado organizado;
f. Certificados de Recebíveis Imobiliários – CRI; e
g. outros ativos financeiros não previstos abaixo (casos em que não há limite de concentração
por modalidade de ativo financeiro), desde que permitidos pela ICVM 555.
II. dentro do limite de que trata o inciso I, até 5% do patrimônio líquido do fundo, para o
conjunto dos seguintes ativos:
a. cotas de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Não–Padronizados – FIDC–NP;
b. cotas de Fundos de Investimento em Fundos de Investimento em Direitos Creditórios Não–
Padronizados – FIC–FIDC–NP;
c. cotas de fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores profissionais
registrados com base nesta Instrução; e
d. cotas de fundos de investimento em cotas de fundos de investimento destinados
exclusivamente a investidores profissionais registrados com base nesta Instrução.
Os limites estabelecidos nos incisos I e II acima são computados em dobro nos fundos de
investimento destinados a investidores qualificados e Fundos Previdenciários.
III. não há limite de concentração por modalidade de ativo financeiro para o investimento em:
a. títulos públicos federais e operações compromissadas lastreadas nestes títulos;
b. ouro, desde que adquirido ou alienado em negociações realizadas em mercado organizado;

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FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL

c. títulos de emissão ou coobrigação de instituição financeira autorizada a funcionar pelo Banco


Central do Brasil;
d. valores mobiliários diversos daqueles previstos no inciso I, desde que objeto de oferta pública
registrada na CVM;
e. notas promissórias, debêntures e ações, desde que tenham sido emitidas por companhias
abertas e objeto de oferta pública; e
f. contratos derivativos, exceto se referenciados nos ativos listados nos incisos I e II.
Os Fundos de Ações Mercado de Acesso terão o prazo de 180 dias para atingir os limites de
concentração por emissor e por modalidade de ativo estabelecidos em seus regulamentos,
sejam eles fechados ou abertos.
Os fundos de investimento poderão ultrapassar o limite de concentração por modalidades
de ativo financeiro de até 20% em cotas de fundos de investimento; cotas de fundos de
investimento em cotas de fundos de investimento (registrados com base nas determinações
previstas na ICVM 555); e cotas de fundos de índice admitidos à negociação em mercado
organizado, desde que:
• o fundo de investimento em cotas que adquirir e as cotas de fundos que cobrem taxa
de performance atendam às condições estipuladas na Instrução CVM nº 555, ou seja,
destinadas exclusivamente a investidores qualificados;
• o regulamento e a lâmina, se houver, do fundo de investimento em cotas, especifiquem o
percentual máximo do patrimônio que pode ser aplicado em um só fundo de investimento;
• o regulamento do fundo de investimento em cotas especifique o percentual máximo do
patrimônio que pode ser aplicado em um só fundo de investimento.
Os limites de concentração por emissor e por modalidades de ativos financeiros são
computados em dobro nos fundos de investimento destinados exclusivamente a investidores
qualificados (fundos restritos).
O administrador responde pela inobservância dos limites de composição e concentração de
carteira e de concentração em fatores de risco estabelecidos na ICVM 555 e no regulamento.
Sem prejuízo da responsabilidade do gestor, o administrador deverá informá–lo, e à CVM, da
ocorrência de desenquadramento, até o final do dia seguinte à data do desenquadramento.
O administrador e o gestor, se contratado, devem acompanhar o enquadramento aos limites
referidos anteriormente, que devem ser cumpridos diariamente, com base no patrimônio
líquido do fundo com, no máximo, 1 dia útil de defasagem.
O regulamento pode reduzir, mas não pode aumentar os limites máximos estabelecidos na
Instrução CVM nº 555. A exceção a esta regra é quando o descumprimento for causado por
desenquadramento passivo, decorrente de fatos exógenos e alheios a sua vontade, que causem
alterações imprevisíveis e significativas no patrimônio líquido do fundo ou nas condições gerais
do mercado de capitais, desde que tal desenquadramento não ultrapasse o prazo máximo de 15
dias consecutivos e não implique alteração do tratamento tributário conferido ao fundo ou aos
cotistas do fundo. Contudo, o administrador deve comunicar à CVM, depois de ultrapassado o
prazo de 15 dias, a ocorrência de desenquadramento, com as devidas justificativas, informando
ainda o reenquadramento da carteira, no momento em que ocorrer.

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FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL

O administrador e o gestor não estão sujeitos às penalidades aplicáveis pelo desenquadramento


passivo dos limites de concentração por emissor no período de desinvestimento previsto no
regulamento dos fundos fechados ou conforme deliberação da assembleia geral de cotistas.

OUTROS FUNDOS DE INVESTIMENTO

FUNDO DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO


O fundo de investimento imobiliário é uma comunhão de recursos, captados por meio
de sistema de distribuição de títulos e valores mobiliários, e destinados à aplicação em
empreendimentos imobiliários. Os fundos imobiliários são regulamentados pela Lei
8.668/1993, pela Lei 9.779/1999 e pelas Instruções CVM nº 472/08 e nº 478/09.
O objetivo do fundo é auferir ganhos mediante locação, arrendamento ou alienação das
unidades do empreendimento adquirido pelo fundo. Este tipo de fundo é constituído sob a
forma de condomínio fechado, no qual o resgate de cotas não é permitido.
Fundos imobiliários podem investir nos seguintes ativos:
• quaisquer direitos reais sobre bens imóveis;
• ações, debêntures, bônus de subscrição, seus cupons, direitos, recibos de subscrição e
certificados de desdobramentos, certificados de depósito de valores mobiliários, cédulas
de debêntures, cotas de fundos de investimento, notas promissórias, e quaisquer outros
valores mobiliários, desde que se trate de emissores registrados na CVM e cujas atividades
preponderantes sejam permitidas aos FII;
• ações ou cotas de sociedades cujo único propósito se enquadre entre as atividades
permitidas aos FIIs;
• letras de crédito imobiliário (LCI);
• letras hipotecárias (LH);
• cotas de outros FII;
• certificados de potencial adicional de construção (CEPAC);
• certificados de recebíveis imobiliários (CRI);
• letra imobiliária garantida (LIG) e
• cotas de fundos de investimento em participações (FIP) que tenham como política de
investimento, exclusivamente, atividades permitidas aos FII ou de fundos de investimento
em ações que sejam setoriais e que invistam exclusivamente em construção civil ou no
mercado imobiliário.

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FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL

Qualquer pessoa pode investir em um fundo de investimento imobiliário, desde que possua
recursos no montante mínimo para o investimento. Já a administração do fundo de investimento
imobiliário compete, exclusivamente a:
• bancos comerciais;
• bancos múltiplos com carteira de investimento ou carteira de crédito imobiliário;
• bancos de investimento;
• sociedades corretoras ou sociedades distribuidoras de valores mobiliários;
• sociedades de crédito imobiliário e caixas econômicas.
O fundo deverá distribuir aos seus cotistas, no mínimo, 95% dos lucros auferidos, apurados
segundo o regime de caixa, com base em balanço ou balancete semestral encerrado em 30
de junho e 31 de dezembro de cada ano. Esses rendimentos e ganhos de capital deverão ser
distribuídos pelos fundos de investimento imobiliário, sob qualquer forma e a qualquer que
seja o beneficiário.

Tributação
De acordo com a Lei nº 8.668/93 e alterações:
• Os rendimentos e ganhos de capital auferidos pelos Fundos de Investimento Imobiliário,
cujas cotas sejam admitidas à negociação exclusivamente em bolsas de valores ou no
mercado de balcão organizado, quando distribuídos a qualquer beneficiário, assim como
na alienação de cotas, sujeitam–se à incidência do imposto de renda na fonte, à alíquota de
20%.
• A pessoa física estará isenta da incidência de IR somente sobre as distribuições pagas
pelo fundo, desde que:
• o cotista beneficiado tenha menos de 10% das cotas do fundo;
• o fundo tenha, no mínimo, 50 cotistas;
• as cotas do fundo sejam negociadas exclusivamente em bolsa ou mercado de balcão
organizado.
No caso de ganho de capital na alienação das cotas, sempre será devido imposto de renda, à
alíquota de 20% sobre o ganho.
• Será tributado também à alíquota de 20% o fundo que aplicar recursos em empreendimento
imobiliário e que tiver como incorporador, construtor ou sócio quotista pessoa física titular
de cotas que representem 10% ou mais da totalidade das cotas emitidas pelo Fundo de
Investimento Imobiliário ou cujas cotas lhe derem direito ao recebimento de rendimento
superior a 10% do total de rendimentos auferidos pelo fundo.

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FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL

Fundo de Investimento em Participações (FIP)


FIPs são fundos regulamentados pelas Instruções CVM 578/2016. O FIP é caracterizado,
principalmente, pela participação ativa nas empresas ou nos negócios em que investe.
Esse tipo de fundo é bastante utilizado na estruturação de fundos de private equity no Brasil,
sendo somente disponíveis para investidores qualificados. Após a ICVM 554, estes fundos
passaram a não ter um valor mínimo de subscrição.
Sua estruturação é extremamente flexível, permitindo a composição de interesses dos
participantes. O funcionamento dos FIPs depende de seu prévio registro na CVM. As cotas a
serem emitidas pelo FIP devem ter a forma nominativa, sendo que os aportes de capital pelos
quotistas poderão ser efetivados por meio de um instrumento particular entre cada cotista e o
FIP, por meio do qual os investidores fiquem obrigados a integralizar determinado valor (capital
comprometido) no fundo, na medida em que o administrador do FIP fizer chamadas.
Poderão ser emitidas uma ou mais classes de cotas, de acordo com o disposto nas regras do
fundo. O regulamento poderá também atribuir às diferentes classes de cotas existentes direitos
políticos especiais para as matérias que especificar ou, ainda, distintos direitos econômico–
financeiros, exclusivamente quanto à fixação das taxas de administração e de performance, e
respectivas bases de cálculo.
Os FIPs devem ser constituídos sob a forma de condomínio fechado e devem manter, no
mínimo, 90% de seu patrimônio líquido investido em ações, bônus de subscrição, debêntures
simples, outros títulos e valores mobiliários conversíveis ou permutáveis em ações de emissão
de companhias, abertas ou fechadas, bem como títulos e valores mobiliários representativos
de participação em sociedades limitadas. O fundo deve participar do processo decisório da
sociedade investida, com efetiva influência na definição de sua política estratégica e na sua
gestão.
A participação do fundo no processo decisório da sociedade investida pode ocorrer:
• pela detenção de ações que integrem o respectivo bloco de controle;
• pela celebração de acordo de acionistas; ou
• pela celebração de qualquer contrato, acordo, negócio jurídico ou adoção de outro
procedimento que assegure ao fundo efetiva influência na definição de sua política
estratégica e na sua gestão, inclusive por meio da indicação de membros do conselho de
administração.
Fica dispensada a participação do fundo no processo decisório da sociedade investida quando:
• o investimento do fundo na sociedade for reduzido a menos da metade do percentual
originalmente investido e passar a representar parcela inferior a 15% do capital social da
sociedade investida; ou
• o valor contábil do investimento tiver sido reduzido a zero e houver deliberação dos
cotistas reunidos em assembleia geral mediante aprovação da maioria das cotas subscritas
presentes, caso o regulamento não estipule um quórum mais elevado.

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FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL

É vedado ao fundo a realização de operações com derivativos, exceto quando tais operações:
• forem realizadas exclusivamente para fins de proteção patrimonial; ou
• envolverem opções de compra ou venda de ações das companhias que integram a carteira
do fundo com o propósito de:
• ajustar o preço de aquisição da companhia com o consequente aumento ou a
diminuição futura na quantidade de ações investidas; ou
• alienar essas ações no futuro como parte da estratégia de desinvestimento.

Perfil do Investidor
Os FIPs se constituem como fundos fechados e geralmente o prazo de carência para que se
possa resgatar a aplicação é de no mínimo cinco anos. Destinados aos investidores qualificados
que buscam retorno no longo prazo, os FIPs apresentam riscos de mercado, de liquidez,
operacional e crédito quando contraírem empréstimos.
O investimento por meio dos FIPs vem se mostrando atrativo aos estrangeiros que buscam
aplicações de longo prazo devido ao seu tratamento fiscal diferenciado, dentre outras razões.

Tributação
Os rendimentos e ganhos líquidos auferidos pelo FIP nos casos de alienação, liquidação, resgate,
cessão ou repactuação dos títulos, aplicações financeiras e valores mobiliários integrantes
da sua carteira estão isentos do Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Como regra geral, os rendimentos auferidos a partir do FIP
sujeitam–se ao Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF) à alíquota de 15%.
Os FIPs podem ser um bom instrumento de planejamento sucessório, uma vez que é possível
fazer transações de maiores valores, tais como negociar participações em empresas, e pagar
Imposto de Renda somente quando os cotistas solicitarem o resgate, caso haja ganho de capital.

Classificação de FIPs
Os FIPs devem ser classificados nas seguintes categorias quanto à composição de suas
carteiras:
I. Capital Semente – devem ter receita bruta anual de até R$ 16.000.000,00 apurada no exercício
social encerrado em ano anterior ao primeiro aporte do fundo, sem que tenha apresentado
receita superior a esse limite nos últimos 3 exercícios sociais.
II. Empresas Emergentes – devem ter receita bruta anual de até R$ 300.000.000,00 apurada
no exercício social encerrado em ano anterior ao primeiro aporte do fundo, sem que tenha
apresentado receita superior a esse limite nos últimos 3 exercícios sociais.
III. Infraestrutura (FIP–IE) e Produção Econômica Intensiva em Pesquisa, Desenvolvimento
e Inovação (FIP–PD&I) – devem manter seu patrimônio líquido investido em ações, bônus
de subscrição, debêntures, conversíveis ou não em ações, ou outros títulos de emissão de
sociedades anônimas, de capital aberto ou

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FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL

fechado, que desenvolvam, respectivamente, novos projetos de infraestrutura ou de produção


econômica intensiva em pesquisa, desenvolvimento e inovação no território nacional, nos
setores de: energia, transporte, água e saneamento básico e outras áreas tidas como prioritárias
pelo Poder Executivo Federal.
IV. Multiestratégia – não se classifica nas demais categorias por admitir o investimento
em diferentes tipos e portes de sociedades investidas. FIP – Multiestratégia destinado
exclusivamente a investidores profissionais pode investir até 100% de seu capital em ativos
emitidos ou negociados no exterior, desde que:
• haja previsão expressa em seu regulamento quanto à possibilidade de investimento em
ativos no exterior e o respectivo percentual máximo do capital subscrito que poderá
ser alocado;
• o seu regulamento seja explícito no que se refere à exclusiva participação de
investidores profissionais; e
• utilize o sufixo “Investimento no Exterior” em sua denominação.

Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC)


Os FIDCs são fundos regulamentados pelas Instruções CVM 356/2001 e suas modificações.
Trata–se de uma comunhão de recursos que, após 90 dias do início de suas atividades, destina
parcela preponderante de patrimônio líquido, isto é, aquela que excede 50% do patrimônio
líquido do fundo, para aplicação em Direitos Creditórios.
O remanescente do patrimônio líquido pode ser aplicado em:
• Títulos de emissão do Tesouro Nacional;
• Títulos de emissão do Banco Central do Brasil;
• Créditos securitizados pelo Tesouro Nacional;
• Títulos de emissão de estados e municípios;
• Certificados e recibos de depósito bancário; e
• Demais títulos, valores mobiliários e ativos financeiros de renda fixa, exceto cotas do Fundo
de Desenvolvimento Social (FDS).
É facultado ao fundo, ainda:
• Realizar operações compromissadas; e
• Realizar operações em mercados de derivativos, desde que com o objetivo de proteger
posições detidas à vista, até o limite dessas.
São considerados Direitos Creditórios:
• direitos e títulos representativos de crédito originários de operações realizadas nos
segmentos financeiro, comercial, industrial, imobiliário, de hipotecas, de arrendamento
mercantil e de prestação de serviços;

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FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL

• aplicações do fundo em warrants e em contratos mercantis de compra e venda de produtos,


mercadorias e/ou serviços para entrega ou prestação futura, bem como em títulos ou
certificados representativos desses contratos, desde que com garantia de instituição
financeira ou sociedade seguradora;
• direitos e títulos representativos de créditos de natureza diversa, desde que reconhecidos
pela CVM.
Os FIDCs possuem as seguintes características:
• serão constituídos na forma de condomínios aberto ou fechado;
• somente poderão receber aplicações, bem como ter cotas negociadas no mercado
secundário, quando o subscritor ou o adquirente das cotas for investidor qualificado; e
• serão classificados ou terão os seus ativos classificados por agência classificadora de risco
em funcionamento no país.
É importante ressaltar que, segundo a ICVM 555, somente os fundos classificados como
Renda Fixa ou Multimercados podem adquirir cotas desses fundos até o limite de 20% dos seus
respectivos patrimônios líquidos, sendo que isso tem que estar claramente permitido em seus
regulamentos.
As cotas de um FIDC podem ser classificadas em:
• Sênior – não se subordinam às demais cotas para fins de amortizações e resgates. Nos
fundos fechados, podem ser subdivididas em séries diferentes, de acordo com prazos e
valores para amortização, resgate e remuneração distintos.
• Subordinadas – subordinam–se às demais cotas para fins de amortizações e resgates,
podendo ser subdivididas em subclasses. As cotas subordinadas não podem ser resgatadas
ou amortizadas antes do resgate das cotas seniores.
As cotas subordinadas podem ser amortizadas ou resgatadas em direitos creditórios. Esse
procedimento não pode ser aplicado às cotas seniores, ressalvada a hipótese de liquidação
antecipada do fundo. As cotas de todas as classes e séries destinadas à colocação pública
devem ser classificadas por agência classificadora de risco em funcionamento no Brasil.
A administração desses fundos pode ser exercida por banco múltiplo, banco comercial, banco
de investimento, pela Caixa Econômica Federal, por sociedade de crédito, financiamento
e investimento, por sociedade corretora de títulos e valores mobiliários ou por sociedade
distribuidora de títulos e valores mobiliários.

Tributação
A tributação de FIDCs é a mesma que se aplica aos fundos Renda Fixa. Se aberto há come
cotas, pode ser de longo ou de curto prazo em função do prazo médio de vencimento dos
ativos (com a particularidade de que os recebíveis não entram no cálculo desse prazo médio).
Se fechado não há come cotas e sobre as amortizações e resgates (no final do prazo de duração
do Fundo), incidirá IR nos termos da tabela regressiva.

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FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL

Fundo de Investimento em Índice de Mercado


(Fundos de Índice ou ETF)

ETF de Ações
Exchange Traded Fund (ETF) é um fundo de investimento em índice, com cotas negociáveis
em bolsa, semelhante às ações. O ETF busca obter desempenho semelhante à performance de
determinado índice de mercado e, para tanto, sua carteira replica a composição desse índice,
de acordo com regras determinadas pela Instrução CVM nº 359/2002 e suas alterações.
O fundo deve manter 95%, no mínimo, de seu patrimônio aplicado em valores mobiliários ou
outros ativos de renda variável autorizados pela CVM, na proporção em que estes integram o
índice de referência, ou em posições compradas no mercado futuro do índice de referência,
de forma a refletir a variação e a rentabilidade de tal índice. Os recursos excedentes da
aplicação mínima podem ser investidos em: títulos públicos, títulos de renda fixa de emissão de
instituições financeiras, cotas de FIF, operações compromissadas, etc.
Ao investir em um ETF, aplica–se, ao mesmo tempo, em uma carteira de ações com papéis
de diferentes companhias que, juntas, reproduzem um determinado índice, diminuindo, dessa
forma, a probabilidade e o risco de perda que se corre quando se opta por negociar um título
em especial, pois há diversificação de risco.
O custo da operação torna–se menor, uma vez que investir nas ações que compõem o índice
exigiria comprar, nas devidas proporções, os componentes daquele índice, com os custos de
negociação de cada operação. Além disso, para manter a mesma posição do índice, gerir, de
forma bastante dinâmica, as proporções de seus componentes.
O investidor pode comprar ou vender o ETF no mercado secundário da mesma forma que faz
com suas ações, ou solicitar a emissão ou o resgate de ETFs, desde que tais operações sejam
realizadas com os papéis que compõem a carteira teórica daquele índice ao qual o ETF é
vinculado e de acordo com o regulamento específico de cada produto. Como valores mobiliários
listados em bolsa, os ETFs propiciam aos investidores benefícios que não estão disponíveis para
investidores em fundos de investimento não listados.
O preço de negociação do ETF flutuará com base na oferta e na demanda dos ETFs que, por
sua vez, refletirão as condições do mercado das ações que integram a carteira do Fundo, a
conjuntura econômica e as expectativas gerais dos investidores. Nesse sentido, poderá ser
diferente do valor de referência do ETF.
A liquidação de ETFs ou Fundos de Índices é a mesma do mercado à vista de ações, D+2 a
partir da data de negociação.

ETF de Renda Fixa


O ETF de Renda Fixa é fundo negociado em Bolsa que busca refletir as variações e a rentabilidade,
antes de taxas e despesas, de índices de renda fixa cujas carteiras teóricas são compostas,
majoritariamente, por títulos públicos ou títulos privados. Como índice de referência do ETF,
admite–se qualquer índice de renda fixa reconhecido pela CVM.

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FUNDOS DE INVESTIMENTOS | EA BANKING SHOOL

O processo de integralização das cotas, através de um agente autorizado, requer:


I. a entrega da cesta de ativos ao administrador, em troca do lote mínimo das cotas do ETF
(modelo In Kind); ou
II. entrega de moeda corrente nacional, em troca do lote mínimo das cotas do ETF (modelo In
Cash).
O processo de resgate das cotas, solicitado pelo investidor através de um agente autorizado,
requer a entrega de pelo menos um lote mínimo de cotas do ETF de Renda Fixa ao administrador,
em troca
I. da cesta de ativos (modelo In Kind); ou
II. de moeda corrente nacional (modelo In Cash).

Tributação
No momento da venda das cotas de ETFs de renda variável, incide imposto de renda à alíquota
de 15% sobre o ganho de capital auferido do investidor (diferença positiva entre o valor da venda
e o custo de aquisição das cotas). O recolhimento do imposto de renda é de responsabilidade
do próprio investidor.
Os ETFs de renda fixa são tributados de acordo com o prazo médio dos títulos em carteira.
Os rendimentos ou ganhos de capital auferidos pelo investidor em ETFs de renda fixa estão
sujeitos ao Imposto de Renda que é cobrado no momento do resgate da aplicação, pagamento
de rendimentos ou alienação do ativo no mercado secundário e direto na fonte.
A alíquota de IR pode variar entre 15%, 20% ou 25%, já que os ETFs de renda fixa possuem
tributação conforme o prazo médio de repactuação (duration) dos títulos que os compõem:

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INVESTIMENTOS
NO EXTERIOR
INVESTIMENTOS
NO EXTERIOR

INVESTIMENTOS NO EXTERIOR

O que antes era uma possibilidade que ficava restrita a investidores com grande patrimônio,
hoje possui diversas opções de investimento que dão acesso ao mercado internacional a
investidores de todas as classes. Porém, é importante entender que a maioria dos ativos
disponíveis no varejo ainda não se tratam especificamente do ativo internacional e sim de
ativos que são distribuídos no Brasil, mas com exposição em ativos internacionais. Como
exemplo temos os COEs, Fundos de Investimento e BDRs. O foco desta disciplina é tratar dos
investimentos no exterior na sua origem.
Os dois principais motivos pelos quais um investidor deveria iversificar sua carteira
internacionalmente são:
• Redução de Risco.
• Otimização dos retornos.
Como veremos também em outras disciplinas ao longo do curso, a diversificação de risco não
sistêmico só é possível através da combinação de ativos com baixa correlação, logo acessar
mercados diferentes do nosso, são fundamentais nesse processo.

TÍTULOS DE RENDA FIXA


Títulos Públicos Norte-Americanos:
treasury bills, notes, bonds, TIPS
Assim como no Brasil, o governo norte-americano também emite títulos de renda fixa para
financiar suas operações, projetos e manter a máquina pública funcionando. Os títulos do
Tesouro Americano (treasury) são considerados internacionalmente como ativos livres de risco,
principalmente pela sua alta liquidez e pela grande capacidade de pagamento do governo,
proporcionando baixíssimo risco de crédito.
Podemos dividir os Treasuries em três grupos, de acordo com o prazo:
Treasury Bills (até um ano), Treasury Notes (de um a dez anos) e Treasury Bonds (dez anos ou
de prazo mais longo).
Treasury Bills (T-bills): São obrigações de dívida do governo americano de curto prazo, com
prazo de um ano, ou menos, e emitidas com desconto sobre o seu valor de face (não paga
cupom, ou seja, é do tipo zero cupom). As T-bills são negociadas sem o pagamento de cupom
devido ao curto prazo (juros implícitos no valor de compra). Os preços são cotados como uma
percentagem do valor de face, como R$ 99.150, o que significa um pagamento de R$ 99.150 por
uma emissão de R$ 100.000. No vencimento, as T-bills pagam um valor de face de R$ 100.000.
Dessa forma, o investidor ganharia R$ 850 com esse investimento.

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

Os CDs são assegurados pelo FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation), por bancos ou por
uniões de crédito. Portanto são também considerados como ativos praticamente livres de risco.
O CD tem um termo específico, fixo (frequentemente três meses, seis meses, ou um a cinco
anos) e, normalmente, uma taxa fixa de juros. A intenção do emissor é que o CD seja mantido
até a maturidade pelo investidor, quando o dinheiro pode ser resgatado junto com os juros
acumulados.
Commercial Papers
Os Commercial Papers (CPs), semelhantes às Notas Promissórias aqui no Brasil, apesar de serem
geralmente emitidos por empresas, também podem ser emitidos por bancos e governos. Sua
emissão destina-se à obtenção de recursos no mercado, a um custo inferior às taxas praticadas
pelos bancos.
O Commercial Paper é utilizado principalmente para captar recursos de curto prazo, das
empresas, como pagamento de impostos, aquisição de matéria-prima e eventuais imprevistos
de caixa.
Suas principais características são:
• Não necessita garantias: apenas empresas já estabelecidas costumam emitir esse tipo de
título.
• Flexibilidade: livre pactuação de juros e prazos entre as partes.
• Não há um mercado secundário ativo de CPs, porque a maioria dos compradores fica com
os papéis até o vencimento.
• Geralmente são pré-fixados, negociados com deságio, assim como as T-bills, devido ao seu
curto prazo (grande parte dos CPs tem prazos entre 2 e 90 dias).
• Não são registrados no SEC (Securities Exchange Commission) por terem prazo inferior a
270 dias.

Eurobonds
São títulos de longo prazo emitidos em diversos países. São títulos não registrados e sua emissão
não é regulamentada por um país específico, podendo ser feita em dólares ou outras moedas.
Normalmente, os Eurobonds são vendidos com desconto do valor de face e pagamento de
cupom semestral. São vendidos a investidores de fora do país de origem da moeda usada, ou
seja, são lançados no exterior em moeda diferente daquela do mercado em que foi emitida.Um
exemplo de Eurobonds seriam títulos emitidos pelo governo ou por empresas brasileiras no
mercado Internacional. Importante atentar que o termo “Eurobond”, não tem qualquer relação
com a região da Europa. O mercado de eurobonds é uma importante fonte de capital para
empresas multinacionais e governos, de qualquer lugar do mundo.
Este tipo de título também costuma ser chamado de acordo com a moeda de emissão,
acrescentando-se a moeda como sufixo:
Eurodollar, Euroyen, Eurosterling bonds, etc. Podendo ser emitidos com taxa de juros pré (Fixed
Rate) ou pós-fixadas (Floating Rate).

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

O termo Eurodollar se refere a depósitos denominados tão somente em dólares americanos


em bancos estrangeiros ou nas agências estrangeiras de bancos americanos. Ou seja, não há
correspondência do termo Eurodollar com a moeda Euro. Os depósitos em Eurodollar não
atendem aos requisitos a serem cobertos pela Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC). Os
investidores que atuam no mercado de Eurodollar estão sujeitos ao risco país onde acolhidos
os depósitos em face de eventuais restrições à livre circulação de capitais, notadamente por
escassez de dólares.
Global Bonds são um tipo de título que pode ser negociado dentro ou fora do mercado
americano. É um título emitido e negociado fora do país onde a moeda do título é denominada
por países e empresas.
Os high-yield bonds são títulos de renda fixa com crédito baixo que pagam juros mais altos
devido ao maior risco. Esses títulos têm um risco mais alto de inadimplência ou outros eventos
adversos de crédito, mas oferecem rendimentos mais altos que os títulos de melhor qualidade,
a fim de torná-los atraentes para os investidores.

Cláusulas de Put e Call


Títulos de renda fixa podem conter opções venda ou de compra embutidas na negociação.
As opções embutidas nos termos de um financiamento podem possibilitar as seguintes
transações:
• Put: o investidor tem a opção de vender o título se o preço do mesmo cair abaixo do preço
de exercício preestabelecido na cláusula de put. Se as taxas de juros subirem ou o risco do
papel aumentar, o seu preço cairá. Esta cláusula protege o investidor.
• Call: o emissor tem a opção de pré-pagamento (resgate antecipado dos títulos) se
atendidos os pré-requisitos da cláusula contratual (após um certo prazo, se a taxa de juros
estiver abaixo de um certo patamar preestabelecido, etc.). Isso ocorre quando as taxas de
juros caem e os emissores têm interesse em refinanciar seus empréstimos a uma taxa mais
favorável. Esta cláusula beneficia o emissor e costuma tornar o título mais barato.

MERCADO DE AÇÕES
Assim como no Brasil, os mercados internacionais podem ser divididos em mercados primário e
secundário. O mercado primário compreende o lançamento de novas ações ou títulos de dívida
no mercado, com aporte de recursos à companhia. As empresas recorrem ao mercado primário
para completar os recursos de que necessitam, visando financiar seus projetos de expansão ou
seu emprego em outras atividades.
No mercado primário as empresas podem emitir novas ações de duas formas:
• Public Offering: Os títulos são oferecidos ao público em geral, com a ajuda de um
intermediário financeiro (Investment Bank).
• Private Placement: As ações são vendidas por um banco de investimento para poucos
investidores institucionais (não é necessário registro no SEC).

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

Um IPO (Initial Public Offering) ocorre quando uma empresa abre seu capital pela primeira vez
(se torna pública). Já as seasoned issues (lotes secundários) são novas emissões de empresas já
públicas.
No mercado secundário ocorre a negociação dos títulos adquiridos no mercado primário,
proporcionando a liquidez necessária e informação contínua para precificação de ativos aos
investidores. Ao mesmo tempo, oferece maior facilidade para levantar fundos para o emissor
no mercado primário. Como exemplos de mercados secundários podemos citar as bolsas de
valores e mercados de balcão (Over-the-Counter ou OTC).
As principais bolsas mundiais para negociações de ações são:
• New York Stock Exchange (NYSE)
• London Stock Exchange (LSE
• Tokyo Stock Exchange (TSE)
• NASDAQ

Classificação de Ações:
Common stock (Ações Ordinárias):
• Representam a maioria das ações negociadas.
• Possuem direito ao voto.
• Podem ser classificadas por:
Setores (Industrial, utilities, transportations, e financial institutions);
Doméstica ou Estrangeira.
Preferred stock (Ações Preferenciais):
• Ações que pagam dividendos fixos trimestrais ou semestrais (avaliadas como títulos de
renda fixa).
• Menor volume (liquidez) se comparadas às common stocks.
• Têm prioridade em caso de liquidação da empresa.
• Geralmente não possuem direito a voto.
• Não apresentam o potencial de apreciação das common stocks.
Classificação de Ações por Qualidade e por Capitalização
Uma outra forma de classificar as ações leva em consideração seu potencial de crescimento e
sua qualidade de crédito:
• Ações Blue-chip: ações de empresas de grande porte, bem estabelecidas e estáveis, com
elevado poder financeiro e alta liquidez no mercado de ações. Ex.: Apple, Exxon Mobil,
General Eletric, Chevron Corp e IBM

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

• Ações em Crescimento (Growth stocks): ações de empresas cujas vendas e cujo faturamento
expandem mais rápido do que a economia em geral e a média do setor no qual atua.
• Ações Defensivas: são empresas resistentes à recessão (empresas de serviço público,
tabaco, alimentos, etc.).
• Ações Cíclicas: são empresas nas quais o faturamento varia com o ciclo de negócio (aço,
cimento, automóveis, etc.).

DEPOSITARY RECEIPTS (DR’s)


São títulos negociados em um país que têm como lastro ações de uma empresa que está
instalada fora deste país. Do ponto de vista do Brasil, DRs são recibos de depósitos lançados
por empresas brasileiras que desejam (e podem) colocar ações no mercado internacional. Estes
recibos têm como lastro as ações destas mesmas empresas.
ADR’s (American Depositary Receipts
São DR’s lançadas no Estados Unidos da América, cujo lastro são ações de outros país, nosso
caso poderíamos usar como exemplo as ações da Petrobras, Vale, etc. Os ADRs são comprados
e vendidos nos mercados norte-americanos, assim como os outros títulos regulares emitidos/
financiados nos EUA, por um banco ou corretora. A diferença é que eles são lastreados a
empresas estrangeiras!
Existem três tipos de ADR’s:
Nível 1: É o mais básico, em que empresas estrangeiras não têm qualificações ou não desejam
ser listadas em bolsa. ADRs Nível 1 são encontrados no mercado de balcão e são fáceis e baratas
de avaliar o seu interesse na América do Norte. Eles também têm os requisitos mais flexíveis da
Securities and Exchange Commission (SEC). Não pode haver oferta pública nos Estados Unidos.
Nível 2: É listado em bolsa ou cotados na Nasdaq. ADRs Nível 2 têm um pouco mais de
exigências da SEC, mas também têm um maior volume de trade. Não pode haver oferta pública
nos Estados Unidos. As demonstrações financeiras devem estar de acordo com os US GAAP –
United States Generally.
Nível 3: É o mais prestigiado dos três tipos, quando uma empresa lança uma emissão de
oferta pública na bolsa. ADRs Nível 3 são capazes de levantar capital e ganhar visibilidade
substancial nos mercados financeiros dos EUA. Emitido com base em ações novas emitidas pela
companhia. As demonstrações financeiras devem estar de acordo com os US GAAP – United
States Generally.

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

FUNDOS DE INVESTIMENTO
Fundos de investimento (mutual funds), ou fundos mútuos, são equivalentes aos fundos de
investimentos no Brasil. No mercado de fundos norte-americano, existem mais de 10.000 tipos
de fundos e assim como aqui eles podem ser open-end (abertos) ou closed-end (fechados),
com relação ao formato de negociação das cotas. Closed-end funds ou CEF (fundo fechado),
são aqueles nos quais as cotas são negociadas no mercado de balcão e são listadas em bolsas
de valores. Estes fundos geralmente não emitem novas cotas após a abertura de capital inicial,
ou seja, sua capitalização é fixa após a primeira emissão uma vez que não se adiciona ativos
ao fundo. Suas cotas também não são resgatáveis, o que dá grande flexibilidade de gestão ao
gestor do fundo (não se preocupa com reserva de liquidez para resgates). Isso ajuda no retorno
do fundo uma vez que se pode investir em ativos menos líquidos e com maior rentabilidade.
O número de cotas que compõe os open-end funds é variável, conforme a compra e venda
de cotas do fundo por investidores. Já nos closed-end funds o número de cotas do fundo
permanece fixo.
Classificações dos Mutuals Funds:
Money Market Funds (Fundos de Curto Prazo): são fundos que investem em papéis de
curto prazo (menos de um ano) emitidos pelo governo (Treasury Bills) e agências norte-
americanas, assim como bancos e corporações.
As cotas são fixadas em US$1 e oferecem algumas vantagens aos investidores em relação à
poupança e CDs (Certificate of Deposits):
• Baixo Risco: fundos compostos de títulos com baixo risco como Treasury Bills e geralmente
são fundos com seguros.
• Alta liquidez: não há multas para saque/resgate
• Retorno atrativo: média de 4 a 6% ao ano, oferecendo taxa superior à da poupança e
similar ao retorno oferecido por CDs (impõe altas multas para resgate adiantado).
Bonds Funds (Fundos de Renda Fixa): possuem risco superior que os fundos Money Market,
mas também produzem mais receita e são utilizados para diversificação.
Podem ser classificados como:
• Municipal Bond Funds: títulos isentos de impostos emitidos por governos locais e estaduais.
• Corporate Bond Funds: títulos emitidos por corporações americanas.
• Mortgage-Backed Securities Funds: títulos lastreados por financiamentos imobiliários
residenciais.
• U.S. Government Bond Funds: títulos emitidos pelo Governo norte-americano.
Outra forma comum de classificação desses fundos é por vencimento dos papéis, ou a data a
qual o emissor devolverá o empréstimo inicial: short-term bonds, intermediate-term bonds ou
long-term bonds.

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

Balanced funds: são fundos que investem num mix de títulos de renda fixa, ações preferenciais
e ordinárias. Estes fundos têm como objetivo conservar o investimento inicial do investidor,
gerar receitas e ajudar o crescimento a longo prazo de ambos: principal e receita. No nosso país
são conhecidos como fundos multimercados.
Equity Funds (Fundos de Ações): representam a maior categoria de fundos mútuos. São
considerados mais arriscados que fundos de renda fixa, apesar de alguns fundos de renda fixa
também possuírem risco elevado. São utilizados com o objetivo de ganho de capital no longo
prazo. Os fundos de ações oferecem maior retorno no longo prazo e podem ser classificados
por estratégia ou pelo tamanho das empresas.
Classificação por estratégia:
• Growth Funds: investem em empresas com forte crescimento de lucros, receitas e
fluxos de caixa em relação ao mercado. Estes fundos raramente pagam dividendos e são
considerados de alto risco.
• Value Funds: investem em empresas consideradas subvalorizadas, de alta qualidade, mas
que, por qualquer motivo, são vistas desfavoravelmente no mercado. Estas ações possuem
baixo P/L e Preço/valor patrimonial e alto dividend yield.
• Blend Funds: combinação de ações growth e value.
• Market-neutral funds: fundo que tem como objetivo obter retornos superiores ao do
mercado com risco inferior. Estes gestores compram ações com perspectivas de alta e
fazem hedge com venda a descoberto de um valor equivalente de ações com perspectiva
de baixa. Os gestores também geram receitas (juros) sobre o dinheiro depositado como
margem da venda descoberta em contas de money market. O objetivo destes fundos é
atingir retornos consistentes, variando de 3 a 6% acima da TLR (nos Estados Unidos a taxa
das T-Bills), após taxas, em mercados de alta ou baixa.
Classificação pelo tamanho das empresas:
• Large-Cap Funds: investem em empresas com alto valor de mercado (número de ações
emitidas X atual valor de mercado), geralmente maior que US$5 bilhões. São chamados
de fundos “blue-chip” por investirem em empresas bem estabelecidas e tendem a pagar
dividendos.
• Mid-Cap Funds: investem em empresas de médio porte, cujo valor de mercado varia de
US$1 a 5 bilhões.
• Small-Cap Funds: Investem em empresas de pequeno porte (emergentes), cujo valor de
mercado seja inferior a US$1 bilhão.
Há também fundos setoriais que focam em empresas de determinado setor da economia,
assim como fundos internacionais, de mercados emergentes, de países específicos, etc. Os
fundos setoriais focam em empresas de determinado setor da economia, como de tecnologia
ou de energia.
Os Global Funds são fundos que investem em ações de empresas no mundo todo, inclusive
empresas localizadas no país local.

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

Taxas
Os gestores de open-end funds podem cobrar uma taxa para os investidores no momento da
compra (front-end load ou comissão de vendas) ou de resgate (back-end load). Às vezes, a taxa
de back-end poderá diminuir ao longo do tempo a fim de incentivar períodos de investimentos
mais longos para os cotistas. Os prêmios, loads e taxas de resgate são, em essência, formas de
recompensa pelos esforços de vendas e marketing.

INVESTIMENTOS ALTERNATIVOS

HEDGE FUNDS
Os Hedge Fundos são fundos em que a estratégia principal é a proteção dos ativos de perdas
financeiras, enquanto ao mesmo tempo procuram por elevados retornos. No Brasil, o tipo de
fundo com estratégias que mais se assemelham (com diversas restrições legais) desse modelo
são os Fundos Multimercados.
O surgimento dos Hedge Funds se deu em meados de 1949, criados por Alfred Jones. Seu
objetivo era incrementar o rendimento do fundo, com a estratégia de fazer operações para
proteger outras operações contratadas. Jones comprava ações que tinham as melhores
perspectivas e se protegia do risco de oscilações negativas nos preços dos papeis com a
venda a descoberto de outras ações para as quais as perspectivas eram piores. Sua estratégia,
quando confirmada as perspectivas, permitia que ganhasse nas duas operações: com a alta
das ações compradas, porque já as detinha, e com a queda das vendidas a descoberto, porque
podia adquiri-las agora por valor inferior para entrega. Os fundos administrados por Alfred
Jones tinham rendimento bem mais atraente que os Mutual Funds tradicionais, mesmo em
momentos de queda nas bolsas.
Desde 1980, o número desses fundos nos Estados Unidos cresce a taxas anuais expressivas.
A participação dos hedge funds na indústria não é tão expressiva porque esses são fundos de
acesso restrito. O investimento mínimo pedido por esses fundos para pessoas físicas varia entre
US$ 200 mil a US$ 1 milhão. Como não se recomenda que o investidor tenha mais de 10% do
seu patrimônio nesses fundos, estamos falando de pessoas físicas com fortunas de mais de US$
10 milhões. Atualmente, seus maiores investidores são clientes institucionais como fundos de
pensão, seguradoras, dentre outras.
Esses fundos oferecem expressivos ganhos aos seus gestores, uma vez que estes recebem uma
participação nos resultados. Por isso tendem a atrair os melhores e mais criativos profissionais.
Na prática, esse gestor encontra dois limitadores: o primeiro é que ele, como pessoa física
é obrigado a ser cotista do fundo, e desse modo participará também das perdas que suas
estratégias provocarem. A outra é que, em caso de falência do fundo, ele responderá com seu
próprio patrimônio investido, da mesma forma que o cotista.
Como resultado da administração diferenciada por esses profissionais, mesmo com a cobrança
de taxa de administração (normalmente 1% sobre o PL do fundo) e de taxa de performance mais
altas, os hedge funds têm superado os fundos mútuos em rentabilidade e retorno ajustado ao
risco.

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

Principais características dos Hedge Funds:


• São intencionalmente estruturados para evitar a regulamentação, que lhes permitam ser
menos transparente na comunicação das suas estratégias de investimento (sua política de
investimento não é regulamentada pelo SEC);
• Tendem a usar estratégias normalmente não vistas em investimentos mais tradicionais, tais
como o uso extensivo de derivativos, alavancagem, e técnicas de venda a descoberto;
• Podem ou não utilizar operações de hedge para reduzir;
• Objetivam aumentar retornos em todos cenários econômicos;
• Têm sua publicidade regulada (restrita), assim como número máximo de investidores
estabelecido;
• Nos últimos anos, seus índices de Sharpe, que medem a relação de recompensa pelo risco,
foram consistentemente mais elevados do que para a maioria dos investimentos em ações,
e têm sido comparáveis aos dos investimentos de renda fixa;
• Há uma baixa correlação entre o desempenho dos hedge funds e investimentos
convencionais. Essa correlação tende a ser menor em mercados acionários em baixa e
maior em mercados em alta.
Gestão e Estrutura Legal
Os Hedge Funds têm uma liberdade grande do ponto de vista regulatório (não se submetendo
à regulação da SEC). Eles podem fazer quase todo tipo de operação financeira, a qualquer
momento, em todos os mercados, em qualquer parte do mundo e sem nenhuma restrição
quanto a volumes financeiros. Podem investir em suas estratégias de forma alavancada de
maneira bastante arrojada. Assim o fundo poderá ter lucro ou prejuízos bastante elevados. É
por embutir esses riscos que esses fundos são reservados, por legislação, apenas a investidores
qualificados que conhecem os riscos a que estão expondo seu capital.
Nos Estados Unidos são considerados investidores qualificados (em inglês, accredited investor)
as pessoas físicas com um patrimônio líquido de no mínimo US$ 1.000.000,00 ou que tenham
renda mínima anual de US$ 200.000,00 nos últimos dois anos e a expectativa de atingir a
mesma renda no ano atual. Para empresas e bancos serem considerados qualificados, os ativos
investidos devem ser superiores a US$ 5.000.000,00.
Classificação de Hedge Funds
Além das estratégias de long/short e de maior alavancagem, existem outras que podem ser
adotadas de forma isolada ou conjunta pelos hedge funds. Alguns exemplos são arbitragem
entre ativos ou mercados, venda a descoberto, investimentos em ações de empresas próximas
à falência (distressed securities) ou em mercados emergentes, e aplicação de curto prazo em
oportunidades (novas ofertas de ações, por exemplo).

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

Principais estratégias usadas pelos Hedge Funds:


• Global Macro: tomam posições compradoras ou vendedoras em diversos mercados a partir
de antecipações sobre a evolução das grandes variáveis econômicas (PIB, taxas de juros,
taxas de câmbio). São tipicamente alavancados e fazem alto uso de derivativos.
• Discretionary macro: ao invés de geradas por um software, as decisões de investimentos
são feitas pelo gestor.
• Systematic macro: as ordens são geradas por um software de modelos matemáticos e
não há intervenção humana no processo (fora a criação do software).
• Multi-strategy: o fundo utiliza uma combinação de estratégias.
• Directional: Investimentos hedgeados com exposição ao mercado acionário (equity hedge).
• Long/Short Equities: constituem posições compradoras em ações hedgeadas com
posições de venda descoberta de outras ações. Formam a maior classe de hedge funds
medida em valores dos ativos. Buscam maiores lucros nas posições compradas que
vendidas.
• Emerging Markets: investem em ativos financeiros de mercados emergentes (China,
Índia, Brasil) ao redor do mundo.
• Sector Funds: se especializam em setores como tecnologia, energia, etc.
• Short Bias: se beneficiam de quedas no mercado acionário mantendo uma posição
líquida mais vendida no mercado (diferente da Market Neutral que fica zerada).
• Relative Value (Arbitrage): exploram ineficiências de preços entre ativos relacionados
precificados incorretamente.
• Equity Market Neutral: são um tipo de fundo long-short, que neutralizam o Beta para
zerar a exposição da carteira ao risco mercado. A expectativa é de que os “papéis”
tenham uma performance superior ao contrato futuro, que será somada à apropriação
da base (diferença) entre o valor do contrato futuro e do índice à vista.
• Covertible Arbitrage: procuram ganhar com a compra de debêntures conversíveis,
aliada à venda de ações da mesma empresa para fins de proteção.
• Fixed Income Arbitrage: buscam explorar anomalias entre instrumentos de renda fixa
relacionados, porém, com reduzido risco de variação das taxas de juros.
• Event Driven: capitalizam as oportunidades geradas por possíveis flutuações de cotações
devido a eventos corporativos específicos como a reorganização (Special Situations), as
fusões/aquisições (Merger Arbitrage), a falência de uma sociedade (Distressed Securities),
especializadas em Private equities (Regulation D), empresas envolvidas em grandes
processos legais (Legal Catalysts).
• Managed Futures: também chamados de CTAs (Commodity Trading Advisors), esses
fundos fazem posições em futuros financeiros e de commodities.

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

Performance de Hedge Funds


Como não há uma padronização na classe de ativos que compõe a carteira de cada fundo é
bastante difícil precisar um indicador de acompanhamento preciso a respeito desse grupo
de fundos. Embora existam inúmeros índices que medem a performance histórica dos hedge
funds, como eles não são obrigados a reportar performance publicamente, apenas os fundos
que optarem por reportar seus resultados são inclusos nos índices.
Variáveis importantes:
• Há uma baixa correlação entre as performances de hedge funds e investimentos
tradicionais. Esta correlação tende a diminuir em mercados acionários em queda e
aumentar em mercados acionários em alta.
• Hedge funds têm demonstrado um perfil de risco mais baixo que os investimentos de ações
tradicionais, medidos pelo desvio padrão.
• Nos anos mais recentes, o índice Sharpe dos hedge funds tem sido consistentemente mais
alto que os de investimentos em ações, e comparáveis aos de renda fixa.
• Atraente nível de trade-off entre risco e retorno.
• Possuem baixas correlações com o tradicional mercado acionário e de renda fixa, fazendo
deles uma ótima opção para diversificação de carteiras institucionais.
• As desvantagens dos hedge funds incluem seu elevado risco e investimento inicial alto.
Riscos de Hedge Funds
Hedge Funds são considerados investimentos de risco bastante elevado, pois assumem uma
política de investimentos orientada para aplicações de caráter fortemente especulativo. Os
principais riscos envolvidos são:
• Baixa regulamentação e transparência: muitos fundos encontram-se sediados em zonas
geográficas onde a regulamentação é inexistente ou menos exigente do que nos Estados
Unidos e, por norma, não se encontram também sujeitos a qualquer supervisão por
entidade competente, resultando em menor proteção dos investidores.
• Estratégias de Investimento: a utilização de certas estratégias de investimento pelos Hedge
Funds costuma influenciar na performance e por consequência na volatilidade do fundo de
maneira bastante acentuada. Mecanismos de alavancagem, venda a descoberto, utilização
de diferenciais bancários e a utilização de instrumentos derivativos, impactam em riscos
consideráveis nos investimentos, dado o fator de incerteza dos investimentos.
• Alavancagem: seguem estratégias de investimento muito específicas nos mercados
financeiros, utilizando instrumentos e técnicas financeiras complexas e pouco acessíveis aos
investidores individuais. Algumas destas técnicas, podem alavancar as posições assumidas
pelos fundos, ampliam os ganhos, mas também as perdas, no caso de a estratégia não dar
certo.
• Baixa Liquidez: os investimentos efetuados pelos Hedge Funds têm liquidez reduzida, o
que dificulta a desmobilização do capital a qualquer momento. Os derivativos, comumente
utilizados pelos gestores de hedge funds, também diminuem a flexibilidade de negociação
dos gestores.
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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

• Potenciais erros de precificação: os investimentos em papéis mais exóticos, com baixa


liquidez, apresentam maior dificuldade para determinar seu valor de mercado. Broker-
dealers que financiam tais papéis tendem a ser mais conservadores nos seus valuations,
aumentando assim a margem de depósito dos hedge funds.
• Risco de Contraparte (Crédito): os Broker-dealers estão envolvidos na maioria das
negociações feitas por hedge funds, criando-se um risco de contraparte significativo para
os fundos.
• Chamada de margem: quando ocorrem em carteiras altamente alavancadas pode resultar
na venda forçada de ativos, ocasionando possíveis perdas.
• Vendas a descoberto: utilizadas com alta frequência nas estratégias destes fundos. Os
gestores correm o risco de terem que cobrir suas posições e recomprarem as ações a um
preço mais alto em relação ao preço que foram vendidas.
Além dos riscos referidos anteriormente, quando se fala em investir no exterior pode-se ter
risco cambial, risco de taxa de juros, dos mercados acionistas em geral, riscos políticos, fiscais
e legais, assumindo igualmente risco de crédito relativamente às posições assumidas pelos
fundos onde ele investe.

Índices de Hedge Funds no Brasil


IHFA – Índice de Hedge Funds ANBIMA
O IHFA (Índice de Hedge Funds ANBIMA) é um índice representativo da indústria de hedge
funds no Brasil, criado como parâmetro de acompanhamento da evolução deste segmento.
O seu valor é reflexo, em moeda corrente, da evolução de uma aplicação hipotética em cotas
de uma cesta de fundos selecionados a partir de critérios específicos predefinidos. O índice
é constituído com data-base em 31/3/08 e valor igual a 1.000. Com o objetivo de preservar
a representatividade do indicador, sua composição teórica é revista trimestralmente e tem
vigência para os seguintes períodos: janeiro a março, abril a junho, julho a setembro e outubro
a dezembro.

Índices de Hedge Funds no Exterior


Credit Suisse Hedge Fund Index
O Credit Suisse Hedge Fund Index foi o primeiro índice criado, e continua a ser bastante utilizado,
índice de hedge funds ponderado por ativos da indústria. Ponderação por ativos, ao contrário
de índices sem ponderação, fornece uma representação mais precisa de um investimento nesta
classe de ativos. A família de índices Credit Suisse Hedge Fund Index também inclui índices de
estratégias específicas, conhecidos como Credit Suisse Hedge Fund Strategy Indexes.
Fundos dentro do Credit Suisse Hedge Fund Index são separados em dez subcategorias com
base na sua estratégia de investimento. Eles representam pelo menos 85% da AUM em cada
categoria do universo do índice. A metodologia analisa o percentual de recursos investidos
em cada subcategoria e seleciona os fundos para o índice com base nesses percentuais,
combinando com o formato do índice com o do conjunto total de fundos analisados. O índice
é calculado e rebalanceado mensalmente. Os fundos são selecionados trimestralmente,
conforme necessário.
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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

HFRX Global Hedge Fund Index


O HFRX Global Hedge Fund Index é projetado para representar o universo total de hedge funds.
Ele é calculado pelo Hedge Fund Research, Inc. (“HFR”) e é composto por todas as estratégias
de hedge funds elegíveis; incluindo, mas não se limitando, a convertible arbitrage, distressed
securities, equity hedge, equity market neutral, event driven, macro, merger arbitrage, e
relative value arbitrage. As estratégias são ponderadas por ativos com base na composição de
ativos na indústria de hedge funds. A metodologia é baseada em regras predeterminadas e
definidas.

Morningstar Broad Hedge Fund Index


O Morningstar Broad Hedge Fund Index é um índice de hedge funds de ampla base, não
investível contendo mais de 500 fundos.

PRIVATE EQUITY FUNDS


O termo private equity faz referência às ações que não são listadas em bolsa ou mercado de
balcão e, portanto, ainda estão em mãos de acionistas individuais. Estes fundos compram
participações minoritárias nestas empresas, que devem efetuar a abertura técnica de seu
capital através de oferta de ações, que são compradas pelo próprio fundo.
Este mercado se estrutura com os investimentos equity (o valor das empresas que são
propriedade dos seus acionistas, ou seja, os ativos menos os passivos, com exclusão do capital
acionista) ou near equity (direitos de opção e/ou preferenciais sobre futuras ações e/ou outros
títulos – warrants).
Em virtude dos investimentos dessa natureza serem compostos por securities (ações e outros
títulos) não registrados (privados) que não podem ser adquiridos ou vendidos no mercado
secundário (baixíssima liquidez). O investimento nestas empresas obriga, muitas vezes, a
uma profunda investigação (due diligence) por parte dos potenciais investidores porque
normalmente a informação pública disponível é escassa, e há riscos únicos.
São investimentos de altos retornos devido à sua iliquidez e alto risco. Onde o investidor
assume um risco significativo na procura por valorizações de capital no longo prazo. Os recursos
de um fundo de Private Equity são investidos em participações de controle em empresas
com alto potencial de crescimento ou que apresentam oportunidades de reorganização ou
reestruturação financeira. Estes fundos são dedicados a investidores qualificados, delegando,
entretanto, a administração, gestão e a prospecção de novos negócios aos gestores do fundo.
Em geral, o horizonte de investimento do fundo varia na maior parte das vezes entre três e
oito anos, depois do que o fundo vende sua participação com lucro. Na maioria das vezes, se
concentram em empresas de médio porte, ao contrário dos fundos de venture capital que se
concentram em empresas iniciantes, em estágio inicial de desenvolvimento, e por isto mesmo
têm perfil de risco maior.

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

As principais características de investimentos em Private Equity:


• Falta de liquidez: capacidade dos investidores para saída do investimento está vinculada a
um IPO bem-sucedido, o que provavelmente não ocorrerá no curto prazo, ou uma venda
para um investidor estratégico, que também possui baixa liquidez.
• Horizonte de investimento de longo prazo: as condições de mercado devem ser propícias
para uma abertura de capital, e a empresa deve apresentar lucros para que os investidores
reconheçam retorno sobre seus investimentos.
• Dificuldade na avaliação: devido à singularidade de cada investimento, há poucos ativos
comparáveis, com um volume de negociação significativo, para comparações de valor de
mercado.
• Informações limitadas: não há muitas informações históricas de risco e retorno comparáveis,
nem informações de base para estimar fluxos de caixa futuros e estimativas de lucro. Há
também informações insuficientes sobre as ideias ou produtos concorrentes que outros
empresários possam estar desenvolvendo.
• Inadequação de empresas com sua gestão: empreendedores com boas ideias nem sempre
evoluem a bons gestores com o crescimento da empresa.
• Erros de incentivos aos gestores do fundo: o incentivo primário para os gestores de fundos
deve ser a performance, não o seu tamanho do fundo ou outros critérios.
• Tempo do ciclo de negócios: condições de mercado são um dos principais fatores do
momento de entrada no mercado e de estratégias de saída.
• Requisitos de análise operacional extensiva: um gestor bem-sucedido de private equity
deve agir como um consultor financeiro e operacional para a empresa.
• Avaliar e medir o desempenho de um investimento em private equity é muito difícil
devido à grande probabilidade de insucesso e a incerteza sobre o montante a ser
recebido e quando ocorrerão os fluxos de caixa.
• Os três fatores mais importantes que devem ser avaliados são: o montante esperado
na saída, a data de saída, e a probabilidade de insucesso ou fracasso. Antes de sair,
deve-se fazer a avaliação do desempenho do investimento, embora a medida precisa
seja um desafio.
• As dificuldades incluem avaliações precisas, escolha de benchmarks, e a falta de
medidas confiáveis de desempenho.
• Correlação: os investimentos em Private Equity podem ser uma maneira eficiente
de diversificação de carteiras, uma vez que sua correlação com o mercado de ações
tende a ser relativamente baixa. Além disso, pelo fato de comprar participações em
empresas que passam por dificuldades financeiras, por exemplo, os papéis podem
registrar elevada valorização, como efeito das medidas impostas pelo gestor do fundo,
justamente num momento em que o mercado esteja em baixa ou sem tendência,
proporcionando assim uma boa oportunidade de diversificação da carteira de um
investidor.

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Tipos
A carteira de um fundo Private Equity pode ser diversificada de três maneiras:
• Setores industriais
• Estágios de desenvolvimento das empresas
• Regiões geográficas

Estágio do Investimento
Os fundos de Private Equity podem se encontrar em um dos seguintes estágios:
• Estágios iniciais:
• Seed financing – fundos para pesquisa e desenvolvimento de novas ideias ou produtos.
• Start-up financing – fundos necessários para desenvolver/finalizar o produto e
marketing. Tipicamente destinados a empresas que ainda não venderam seus produtos
e serviços comercialmente.
• First-stage financing – fundos necessários para iniciar produção e vendas.
• Financiamento para expansão:
• Second-stage financing – fundos para expansão de uma empresa existente, lucrativa
ou não.
• Third-stage financing – fundos para grande expansão.
• Mezzanine ou Bridge financing – fundos necessários para abertura de capital da
empresa (dentro de aproximadamente 1 ano).
Os Fundos de Private Equity também podem ser usados para situações especiais como:
O capital de risco ou venture capital é co-investido com o empreendedor para financiar uma
operação de early stage (seed e start-up) ou expansão inicial. O elevado risco do investidor
contrapõe-se à expectativa de obtenção de uma rentabilidade acima da média. Após o ciclo
de expansão da empresa, o investidor se desfaz de sua participação no negócio, vendendo-a a
outros investidores ou empresas.
• Turnarounds – empresas que estão perdendo market-share e estão próximas à falência
precisarão de uma injeção de capital e mudança da gestão ou estratégia da empresa para
reverter o quadro e torná-la lucrativa.
• Management Buyout – um buyout no qual a equipe de gestão da empresa-alvo adquire
uma área de negócio ou a própria empresa aos acionistas com o apoio de uma sociedade
ou fundo de Private Equity.
• Leveraged Buyouts – um grupo de investidores ou um fundo usa capital emprestado para
comprar a empresa dos proprietários atuais. Os ativos da empresa são geralmente usados
como garantia para o empréstimo.

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• Spin-off – é uma transação onde divisões ou unidades de uma empresa tornam-se uma
entidade de negócios separada, com ativos, funcionários, tecnologia, propriedade
intelectual próprios.

Estratégias de Saída
Normalmente, estratégias de saída de investidores de Private Equity contemplam:
• venda por meio de uma oferta inicial de ações (IPO);
• venda para um comprador estratégico;
• venda para um comprador financeiro; ou
• recompra de ações por parte do empreendedor, sócio da private equity na empresa-alvo.
Administradores de Private Equity normalmente vêm a possibilidade de fazer um IPO como
a opção de desinvestimento mais atrativa, mas vários fatores externos, não diretamente
relacionados com a situação econômica e financeira da companhia, impactam o resultado
final de uma oferta pública — o interesse do público investidor nas ações da companhia é um
exemplo. Adicionalmente, um processo de IPO é caro e mais aplicável a empresas de grande
porte, com maior capacidade de atrair a atenção de investidores.
Vendas a compradores estratégicos são as formas de saída mais utilizadas no Brasil, uma vez
que um comprador estratégico provavelmente oferecerá uma avaliação mais favorável aos
acionistas de uma companhia competidora, considerando as sinergias identificadas entre as
empresas e a intenção do comprador de aumentar a participação de mercado e obter acesso
a um novo mercado para seus produtos (no caso de empresas internacionais ou empresas
brasileiras expandindo para diferentes áreas geográficas dentro do Brasil), bem como acesso a
novas tecnologias, direitos de propriedade intelectual e empregados chaves.
As saídas por meio de vendas a compradores financeiros, por outro lado, são cada vez
mais presentes no mercado brasileiro de Private Equity. Obviamente, os motivadores da
decisão de um comprador financeiro para investir em uma empresa são diferentes daqueles
de um comprador estratégico, uma vez que compradores financeiros estão preocupados
principalmente com o retorno do seu investimento, e não necessariamente com as sinergias
entre empresas e outras vantagens competitivas. Considerando, assim, o foco dos compradores
financeiros nos resultados financeiros dos investimentos, a avaliação da empresa geralmente
tende a ser menos atraente do que aquela oferecida pelos compradores estratégicos. De
qualquer forma, o processo de M&A para a venda de ações da companhia para um comprador
financeiro não é materialmente diferente de uma venda para um comprador estratégico.
Finalmente, a recompra de ações consiste na venda da participação da firma de Private Equity
em uma empresa a seus acionistas remanescentes, geralmente os controladores originais da
empresa que negociaram o investimento pelo fundo de Private Equity em primeiro lugar. Tal
venda normalmente ocorre mediante o exercício, pelos acionistas originais, de seu direito de
preferência ou direito de primeira oferta de aquisição de ações da companhia, ou, ainda, por
meio do exercício de opções de compra e venda acordadas nos termos do acordo de acionistas
à época que o fundo de Private Equity foi admitido na empresa.

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Performance
Os retornos em investimentos de Private Equity tipicamente variam entre 40% a 60%
anualmente. Entretanto, investimentos de longo prazo variam de acordo com o tipo de empresa
onde o capital foi investido. Assim como um fundo mútuo possui várias ações em sua carteira,
um fundo de Private Equity possui várias empresas. Destas empresas, apenas 10 a 15% serão
extremamente bem-sucedidas. As demais empresas poderão gerar lucros ou perdas.

REAL ESTATE INVESTMENT TRUSTS (REITS)


Conhecidos pela sigla REITs (Real Estate Investment Trust), os FIIs americanos foram criados na
década de 1960 (no Brasil, a maior parte começou a ser negociada em Bolsa a partir de 2008).
A maioria (93%) corresponde aos chamados “equity REITs”, equivalentes aos nossos fundos de
tijolos, nos quais a empresa imobiliária detém ou administra uma propriedade voltada para
a geração de renda. Este formato de fundo é um tipo de corporação permitido pelas regras
fiscais dos EUA, que reduz ou elimina os impostos sobre os lucros. Os REITs foram criados de
forma a possibilitar aos investidores em bens imobiliários uma estrutura próxima da disponível
aos investidores em títulos mobiliários, via fundos de investimento. Em troca, os REITs são
obrigados a distribuir 90% dos seus resultados líquidos, sendo que esse rendimento é sujeito
a impostos. Os REITs podem ser cotados em bolsas de valores, e como mencionado acima,
possuem dividend yields elevados.

EXCHANGE TRADED FUNDS (ETF)


O ETF é um tipo de investimento negociado na bolsa de valores ou mercado de balcão organizado
que tem como objetivo refletir a performance financeira de um conjunto pré-determinado de
ativos, permitindo que os aplicadores adotem novas estratégias de investimento. Apesar de
serem conhecidos no Brasil como fundos de índice, os ETFs podem ter diversas modalidades
de investimento. Os ETFs mais populares são o Spyder SPDR (SPY), que segue o índice S&P 500,
o Nasdaq 100 (QQQ), que segue o índice Nasdaq 100 e o Diamond, que replica o índice Dow
Jones.
Estes fundos se proliferaram nos últimos anos e hoje podem ser classificados em:
• ETFs de Índices: seguem a performance de um índice
• ETFs de Commodities: investem em commodities como metais preciosos e futuros
• ETFs de Câmbio ou Moeda: seguem a variação de moedas diversas (Currency Shares).
• ETFs com gestão Ativa
• ETFs alavancados
Esse tipo de fundo proporciona alguns benefícios que seus similares, os fundos mútuos, não são
capazes de proporcionar. Diferentemente dos fundos abertos, os ETFs podem ser negociados
ao longo do dia e nas vendas a descoberto e oferecem ainda vantagens tributárias em relação
aos outros fundos.

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Os ETFs podem ser negociados ao longo do dia porque utilizam um sistema de preços bastante
diferente do utilizado pelos fundos mútuos, cujo preço é estabelecido apenas uma vez ao dia
com base nos preços de fechamento dos valores repartidos pelos fundos. Já os preços das cotas
de ETFs sobem e descem de acordo com as negociações em tempo real na bolsa, da mesma
forma como são definidos os preços das ações ordinárias.
Nos fundos mútuos, as vendas realizadas pelos investidores obrigam o fundo a vender ações,
sendo os lucros líquidos pagos aos investidores no final do ano. ETFs não possuem este
problema de gestão de caixa, portanto, apresentam melhor performance que as dos fundos
mútuos semelhantes. Essa “distribuição” pode ser tributada como ganho de capital. Contudo,
uma vez que a negociação com ETFs não obriga a venda de nenhum valor do fundo, tais
distribuições jamais ocorrem, e não há cobrança de imposto.
Os ETFs também possuem uma taxa de administração menor que as dos fundos mútuos. Por
exemplo, a taxa de administração de um fundo SPDR é 12 basis points (0,12%) enquanto a de
um fundo mútuo varia em torno de 18 basis points. Como os investidores geralmente negociam
ETFs no mercado secundário, por intermédio de um broker, pagam uma taxa de comissão
pela negociação. Uma vez que os ETFs pretendem replicar a evolução de um índice (gestão
passiva), os lucros/prejuízos derivados deste ativo correspondem ao desempenho desse índice.
O ETF pode ainda pagar dividendos da mesma forma que os fundos tradicionais ou optar pelo
reinvestimento desses rendimentos.

INDICADORES E ÍNDICES DE REFERÊNCIA

Libor
A taxa LIBOR (London Interbank Offered Rate) é a taxa de juros média utilizada por um grupo
representativo de bancos (no mercado monetário de Londres) nos empréstimos mútuos sem
garantia. Ela é utilizada globalmente como benchmark de taxa de juros de curto prazo.
J.P. Morgan Emerging Markets Bond Index +
O EMBI + é um índice desenvolvido pelo banco JP Morgan, baseado nos bônus emitidos pelos
maiores países latino americanos e outros emergentes (Brasil, Argentina, México, Bulgária,
Marrocos, Filipinas, Nigéria, Polônia, Rússia e África do Sul) para medir a capacidade do país
de saldar o montante dos títulos da sua dívida. Ele mede o retorno de instrumentos de dívida
externa de mercados emergentes ativamente negociados. Para a maioria das carteiras, a data
base (um número-índice igual a 100) é 31 de dezembro de 1993, quando foi iniciado o cálculo
do EMBI+. O rendimento da carteira em determinado período corresponde à variação do índice
entre a data inicial e a final. O EMBI+ é construído como uma composição de três tipos de
instrumentos da dívida dos países emergentes: bradies, eurobônus e empréstimos externos de
entidades soberanas.
Calcula-se inicialmente o retorno diário para cada instrumento individual, e a partir daí calcula-
se a média aritmética dos retornos diários ponderada pelo valor de mercado para cada tipo de
dívida. Finalmente, estima-se a média aritmética dos retornos diários médios dos quatro tipos
de instrumentos, ponderada pelos respectivos valores de mercado.

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O cálculo do spread é simplesmente a diferença entre o rendimento de cada papel até o


vencimento (o yield to maturity) e o rendimento de ponto correspondente na curva de papéis
do Tesouro norte-americano, e é expresso em pontos-base. Considerando-se o spread para
o índice como um todo, utiliza-se o mesmo procedimento de cálculo, mas adicionando-se
os fluxos de caixa dos papéis que compõem a carteira do índice. Além do EMBI+ total, são
divulgados sub-índices para cada país, região e tipo de instrumento de dívida (atualmente
Bradies e eurobônus).

Hedge Fund Research Index (HFR)


O HFRX Global Hedge Fund Index é projetado para representar o universo total de hedge funds.
Ele é calculado pelo Hedge Fund Research, Inc. (“HFR”) e é composto por todas as estratégias
de hedge funds elegíveis; incluindo, mas não se limitando a convertible arbitrage, distressed
securities, equity hedge, equity market neutral, event driven, macro, merger arbitrage, e
relative value arbitrage. As estratégias são ponderadas por ativos com base na composição de
ativos na indústria de hedge funds. A metodologia é baseada em regras pré-determinadas e
definidas.

Event Driven
O investimento orientado a eventos é uma estratégia de investimento de fundos de hedge que
busca explorar as ineficiências de preços que podem ocorrer antes ou depois de um evento
corporativo, como uma chamada de lucros, falência, fusão, aquisição ou cisão . Em tempos
mais recentes, os profissionais de mercado expandiram esta definição para incluir eventos
adicionais, como desastres naturais e ações iniciadas por ativistas de acionistas. No entanto,
a arbitragem de fusões continua sendo a estratégia de investimento mais conhecida dentro
deste grupo.
As estratégias de investimento orientadas a eventos são normalmente usadas apenas por
investidores sofisticados, como fundos de hedge e firmas de private equity . Isso porque os
investidores em ações tradicionais, incluindo gestores de fundos mútuos de ações, não possuem
a experiência necessária ou acesso às informações necessárias para analisar adequadamente
os riscos associados a muitos desses eventos corporativos.

Dow Jones
É o mais importante indicador do desempenho da Bolsa de Valores de Nova York. Foi
introduzido em 1896 por Charles H. Dow, sendo a mais antiga medida utilizada continuamente
no mercado acionário. Este índice compreende 30 ações que representam empresas líderes em
grandes setores, ponderadas pelos preços nominais. Essas ações são amplamente compradas
pelo mercado e são todas Blue-Chips. O Dow Jones está atrelado à velha economia, embora
também haja empresas de tecnologia na sua composição.

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NASDAQ Composite
O NASDAQ Composite é um índice do mercado de ações que inclui quase todas as ações listadas
na Nasdaq. Junto com o Dow Jones Industrial Average e o S&P 500 Index, é um dos três índices
do mercado de ações mais seguidos nos Estados Unidos. A composição do NASDAQ Composite
é fortemente voltada para empresas do setor de tecnologia da informação. O NASDAQ-100 ,
que inclui 100 das maiores empresas não financeiras do Nasdaq Composite, é responsável por
mais de 90% do movimento do NASDAQ Composite.

NASDAQ-100
Restringe-se às ações de empresas listadas na bolsa eletrônica Nasdaq. Sua carteira teórica
abrange todas as ações de todas as mais de 3.300 empresas ali negociadas, ponderadas
segundo o valor de mercado.

S&P 500
Desenvolvido em 1923 pela agência classificadora de risco Standard & Poor’s. A carteira
teórica deste índice contém ações de 500 empresas, respeitadas certas participações setoriais.
A ponderação é proporcional ao valor de mercado da empresa. O S&P 500 também pode
conter ações listadas em diferentes bolsas de valores norte-americanas. Assim, o S&P 500 é
um dos índices mais abrangentes, ao compreender 500 empresas das mais representativas em
termos de capitalização da economia norte-americana e, por isso é mais utilizado para medir a
performance das chamadas Large-Caps (empresas com alto valor de mercado e maduras) nos
EUA.

Chicago Board Options Exchange Volatility Index (VIX)


É o ticker do Chicago Board Options Exchange Volatility Index, a medida oficial da volatilidade
implícita das opções sobre o índice S&P 500. Um valor elevado corresponde a um mercado
mais volátil. O VIX mede o custo do uso de opções como hedge para um declínio no S&P 500. Se
os investidores preveem um risco alto de alteração nos preços, exigem um prêmio maior para
vender opções que funcionem como seguro.
Vulgarmente designado o “índice do medo”, representa uma medida das expectativas do
mercado em relação à volatilidade dos 30 dias seguintes, numa base anualizada. Ele
mede a aversão ao risco dos investidores. O VIX é calculado e disseminado em tempo real pela
CBOE. No seu cálculo, é usada uma mistura ponderada dos preços de um conjunto de opções
sobre o S&P 500.
A fórmula usa preços do mês mais próximo e do mês seguinte. O objetivo é estimar a
volatilidade implícita do S&P 500 nos 30 dias seguintes. Por exemplo, se o VIX está nos 20%,
isso representa uma variação anual de 20%, por isso podemos inferir que o mercado de opções
espera que o S&P 500 se mova para cima ou para baixo 5,77% (20% / √12 meses) nos próximos
30 dias. Ou seja, se o S&P estiver cotado a 1000, as opções sobre o índice estão precificadas
num pressuposto de que existe uma probabilidade de 68% (1 desvio-padrão) de que a variação
nos próximos 30 dias esteja dentro de um intervalo de [-57,7; +57,7] pontos.

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CDS (Credit Default Swap Index)


Um índice de swap de crédito é um derivativo de crédito usado para cobrir o risco de crédito
ou para assumir uma posição em uma cesta de entidades de crédito. Ao contrário de um swap
de crédito , que é um derivativo de crédito de balcão, um índice de swap de crédito é um título
de crédito completamente padronizado e pode, portanto, ser mais líquido e negociar em um
spread menor de oferta. Isso significa que pode ser mais barato fazer o hedge de uma carteira
de credit default swaps ou títulos com um índice CDS do que comprar muitos CDS de nome
único para obter um efeito semelhante. Os índices de swap de crédito são referências para
proteger os investidores que possuem títulos contra a inadimplência, e os negociantes os usam
para especular sobre mudanças na qualidade do crédito.

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DERIVATIVOS
DERIVATIVOS

DERIVATIVOS

Derivativos são ativos financeiros cujos valores e características de negociação estão atrelados
aos ativos que lhes servem de referência. A palavra derivativo vem do fato que o preço do ativo
é derivado de outro ativo.
Ex.: Opção de Vale, o preço desta opção é derivado do ativo “ação da Vale”.
O valor de um derivativo depende de outras variáveis básicas.
É uma forma de transferência de risco a outros agentes econômicos.
Como surgiu: Da necessidade do produtor rural garantir um preço mínimo para sua safra.
• Derivativos agropecuários: têm como ativo-objetivo commodities agrícolas, como café,
boi, milho, soja e outros;
• Derivativos financeiros: têm seu valor de mercado referenciado em alguma taxa ou índice
financeiro, como taxa de juro, taxa de inflação, taxa de câmbio, índice de ações e outros;
• Derivativos de energia e climáticos: têm como objeto de negociação energia elétrica, gás
natural, créditos de carbono e outros.

Tipos de transações no Mercado Futuro:


• Mercado de Opções; (negociado na Bovespa e na BM&F);
• Mercado futuro
• Mercado a termo
• Mercado de Swap.

Participantes
Hedger: opera nesse mercado buscando proteção contra oscilações de preços dos ativos.
Esse participante possui determinado bem ou ativo financeiro.
Especulador: assumem o risco da operação com o objetivo de auferir ganhos com a oscilação
dos preços. Esse participante entra e sai rapidamente no mercado fazendo apostas.

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Opção de Venda (put) In-The-Money (ITM): O preço do ativo adjacente é inferior ao preço de
exercício da opção.
Opção de Venda (put) Out-of-The-Money(OTM): O preço do ativo adjacente é superior ao
preço de exercício da opção.
Opção de compra (call) ou Opção de Venda (put) At-The-Money (ATM): O preço do ativo
subjacente é igual ao preço de exercício da opção.

OPÇÕES TITULAR LANÇADOR


Compra a opção; Vende a opção;
Paga o prêmio; Recebe o prêmio;
Possui o DIREITO de comprar uma Possui a OBRIGAÇÃO de vender uma
Opção de compra
determinada quantidade de ações a determinada quantiade de ações a
(CALL) um preço pré determinado; um preço determinado;
Expectativa de alta. Expectativa de queda.
Compra a opção; Vende a opção;
Paga o prêmio; Recebe o prêmio;
Possui o DIREITO de vender uma Possui a OBRIGAÇÃO de comprar
Opção de Venda
determinada quantidade de ações a uma determinada quantidade de
(PUT) um preço pré determinado; ações a um preço pré determinado;
Expectativa de queda. Expectativa de alta;

Vencimentos de uma opção


As opções negociadas em bolsa têm seus vencimentos sempre na terceira segunda-feira de
cada mês.

OPÇÃO
VENCIMENTO
COMPRA VENDA
A M Janeiro
B N Fevereiro
C O Março
D P Abril
E Q Maio
F R Junho
G S Julho
H T Agosto
I U Setembro
J V Outubro
K W Novembro
L X Dezembro

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IMPORTANTE:
Se uma ação-objeto, durante o período de vigência da opção, distribuir dividendos,
juros sobre o capital próprio ou qualquer outro provento em dinheiro, o valor líquido
recebido será deduzido do preço de exercício da série, a partir do primeiro dia de
negociação ex-direito. Exemplo: se o preço de exercício é de R$ 200,00, e ocorre a
distribuição de juros sobre o capital próprio no montante líquido de R$ 20,00, o preço
de exercício será ajustado para R$ 180,00.

Valor intrínseco de uma call:


Valor Intrínseco = Preço corrente (à vista) – Preço de Exercício.
Prêmio = Valor Intrínseco + Valor Tempo.
O valor intrínseco de uma opção não pode ser menor que zero.
Valor intrínseco de uma put:
Valor Intrínseco = Preço de Exercício – Preço Corrente.

Garantias:
Para o titular de Opções: O titular no Mercado de Opções está isento de prestar garantias, pois
o risco máximo que pode correr é ele não exercer sua posição e perder o prêmio pago.
Para o Lançador de Opções: Somente das posições lançadoras é exigida a prestação de
garantias, e a finalidade da garantia é assegurar o cumprimento da obrigação assumida.
• Lançador Coberto: Deposita os títulos relativos a Opção
• Lançador Descoberto: Depositar margem em dinheiro ou os mesmos ativos aceitos no
mercado a termo, conforme cálculo efetuado pela Clearing. A margem depositada é o
resultado da soma dos seguintes componentes: margem de prêmio (prêmio de fechamento
do dia) e margem de risco (maior prejuízo potencial projetado para o dia seguinte).

Operação de financiamento
Termo usado no mercado acionário que caracteriza uma operação envolvendo a compra de
ação no mercado à vista, e venda desses mesmos ativos em um dos mercados à prazo.
Operação pela qual um investidor compra à vista um lote de ações e o revende imediatamente
em um dos mercados a prazo. A diferença entre os dois preços é a remuneração da aplicação
pelo prazo do financiamento. É a operação em que um investidor vende uma ação à vista e
compra uma opção de compra sobre essa ação.

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Operação de box 4 pontas


Estratégia envolvendo 4 posições no mercado de opções (uma titular de opção de compra
e lançadora de opção de venda com o mesmo preço de exercício; uma lançadora de opção
de compra e titular de opção de venda com o mesmo preço de exercício), sobre o mesmo
ativo-objeto, mesma quantidade e mesma data de vencimento. As séries de opções devem
apresentar sempre o mesmo lote-padrão0.
Exemplo:
C 1 PETRF98 + V 1 PETRR98 + C 1 PETRR96 + V 1 PETRF96
• Compra 1 lote de PETRE PN 19,91
• Venda 1 lote PETRE PN 19,91
• Compra 1 lote PETRE PN
• Venda 1 lote PETRE PN 37,91

Opções Exóticas
Opções que representem variações sobre os tipos básicos. Dão ao portador o direito, após
determinado período de tempo, escolher se ela será uma put (venda) ou uma call (compra). Opções
exóticas também podem podem ter um prazo específico, diferente do tradicional das opções.

Financiamento de Opções
Um tema bem interessante para os investidores, principalmente de longo prazo, que visam obter
uma remuneração extra para a carteira e ainda conseguir uma certa proteção em caso de queda.
O financiamento de opções, também conhecido como lançamento coberto, é uma operação
realizada em duas etapas:
O investidor compra uma quantidade de ações de uma determinada empresa no mercado
à vista e, simultaneamente, vende o equivalente no mercado de opções. Ao fechar esta
transação, o investidor está comparando a diferença entre o desembolsado hoje com o que irá
receber no vencimento das opções.
Com isso, o titular da ação ou lançador da opção se compromete a vender o ativo objeto da
opção pelo preço de exercício da opção (strike) até a data limite da série lançada (sempre a
terceira segunda feira do mês – salvo exceções definidas pela Bovespa). Para clarificar a
operação vou exemplificar abaixo.
• Compra: 1000 VALE3 @ R$ 50,00 = R$ 50.000,00
• Venda: 1000 VALED52 @ R$ 0,50 = R$ 500,00
Custo para montagem do trade: R$ 49.500,00
Ao fazer isso, me comprometo com o comprador das opções a vender as 1000 VALE3 até a data
do vencimento da série D por R$ 52,00 / ação que dá um total de R$ 52.000,00.
Lucro apurado caso a opção seja exercida: R$ 52.000,00 – R$ 49.50000 = R$ 2.500,00 ou 5,05%.

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DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL

Gráficos de uma opção


Os gráficos em alguns momentos acabam sendo cobrados em prova, então você pode optar
por decorar ou simplesmente entender o funcionamento de cada um deles. Os gráficos abaixo
ilustram call e put da ótica do lançador e titular da opção.

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Mercado a termo
Compra-se ou vende-se um ativo com vencimento em determinada data futura (mínimo: 16 e
máximo de 999 dias corridos), por um preço previamente estabelecido em mercado, resultado
em um acordo/contrato entre as partes.
O preço a termo, que é fixado na abertura do negócio, é formado pelo preço à vista mais uma
taxa de juros, que varia conforme o prazo da transação.

Formas de liquidação
Por decurso de prazo;
Antes do decurso: os compradores podem solicitar o encerramento antes do decurso, mas isso
não vai alterar o valor do preço.
Direitos e proventos:
Os direitos e proventos distribuídos às ações-objeto do contrato a termo pertencem ao
comprador e serão recebidos, juntamente com as ações objeto, na data de liquidação ou
segundo normas específicas da CBLC.
Os direitos a recebimento de dividendo, bonificação em dinheiro ou qualquer outro provento
em dinheiro e à subscrição de valores mobiliários não alterarão o respectivo preço do contrato.
Contudo, o vendedor repassará o valor equivalente ao provento devido em dinheiro, na data da
efetiva distribuição.
Garantias:
São exigidas de ambos os participantes:
• Vendedor: Cobertura, que é o depósito da totalidade dos títulos objeto da operação.
• Comprador: Margem, que é o depósito de numerário e/ou ativos autorizados, em um valor
estabelecido pela Bovespa e CBLC.

Termo flexível
É a operação a termo em que o comprador pode substituir as ações-objeto do contrato.
Nesse caso, o comprador vende à vista as ações adquiridas a termo (antes do final da operação)
e com esse recurso pode adquirir outras ações à vista.
Se dá o nome flexível, justamente pela questão do comprador ter a “flexibilidade” de conseguir
alterar as ações que foram compradas no contrato.

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Mercado futuro
• Além de mercadorias, são negociados ativos financeiros;
• A liquidação dos contratos pode ser física ou financeira. Predomina a liquidação financeira
(apenas 2% dos contratos são liquidados com a entrega física do ativo negociado);
• Os contratos são PADRONIZADOS (quantidade, peso, vencimento, local de entrega). Por
isso, são menos flexíveis que os contratos no mercado a termo.
• Ajustes diários: agregam maior garantia às operações
• Exige uma “margem de garantia
• Negociação em bolsa de valores
• Possibilidade de liquidação antes do prazo de vencimento
• Risco de contraparte é da Bolsa de Valores

IMPORTANTE:
No mercado futuro de ações, caso um contrato NÃO tenha sido liquidado até a data
do seu vencimento, o mesmo deverá ser liquidado mediante a entrega física das
ações correspondentes.

Formação de Preço Futuro – Índice de Ações


A formação do preço futuro de um índice de ações tem como base o valor do índice no
mercado à vista, capitalizado pela taxa de juros prefixada em reais, considerando o número
de dias úteis entre a data da operação e a data do vencimento do contrato futuro.

Ajuste diário
Preço de ajuste de hoje 3,55
Preço de ajuste de ontem 3,75
Diferença -0,20
Investidores "comprados" Pagam 0,20 por unidade de contrato
Investidores "vendidos" Recebem 0,20 por unidade de contrato

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Exemplo de uma operação no mercado futuro


Exemplo: Contrato de venda de 100 sacas de milho a R$ 50,00 cada, no dia 19/11/17 com
liquidação prevista em 19/11/18. Investimento de R$ 5.000,00.

DIA COTAÇÃO DIFERENÇA VENDEDOR COMPRADOR


19.11.19 52,00 2,00 X 100 = R$ 200,00 (R$ 200,00) R$ 200,00
20.11.19 54,00 2,00 X 100 = R$ 200,00 (R$ 400,00) R$ 400,00
21.11.19 51,50 -2,50 X 100 = (R$ 250,00) (R$ 150,00) R$ 150,00
19.11.20 40,00 -10,00 X 100 = (R$ 1.000,00) R$ 1.000,00 (R$ 1.000,00)

Comprador paga R$ 5.000,00 + R$ 1.000,00 ajustes feitos em D+1.

Lembre-se que no mercado a termo, pode haver a entrega física do objeto negociado
em alguns casos, apesar desse tipo de negócio pouco acontecer, é permitido.

Tempo

Data de vencimento

Observação: No vencimento dos contratos como o preço futuro é igual ao preço à


vista, a BASE será igual a zero.

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IMPORTANTE:
Em dia de feriado, que impossibilite a coleta dos preços para cálculo dos indicadores
agropecuários, será utilizado o mesmo indicador do dia anterior.

Principais contratos futuros negociados


Boi Gordo
Tipo: bovinos machos, castrados, bem acabados (carcaça convexa), em pasto ou confinamento.
Peso: vivo individual entre o mínimo de 450 quilos e máximo de 550, verificado na balança do
local de entrega.
Idade Máxima: 42 meses.
Unidade de negociação: 330 arrobas líquidas.
Meses de vencimento: Todos os meses.

Açúcar Cristal Especial


Objeto de negociação: Açúcar cristal especial, com mínimo de 99,7 graus de polarização,
máximo de 0,08% de umidade.
Cotação: Dólares dos Estados Unidos da América por saca de 50 quilos líquidos, com duas casas
decimais, livres de quaisquer encargos, tributários ou não.
Unidade de negociação: 270 sacas de 50 quilos líquidos.
Meses de vencimento: Fevereiro, abril, julho, setembro e novembro.
Número de vencimentos em aberto: No mínimo sete, conforme autorização da bolsa.

Café arábica
Objeto de negociação: Café cru, em grão, de produção brasileira, café arábica, tipo 4-25 (4,5)
ou melhor, bebida dura ou melhor, para entrega no Município de São Paulo, SP, Brasil.
Cotação: Dólares dos Estados Unidos da América por saca de 60 quilos líquidos, com duas
casas decimais. Variação mínima de apregoação US$ 0,05 (cinco centavos de dólar dos Estados
Unidos da América) por saca de 60 quilos líquidos.
Unidade de negociação: 100 sacas de 60 quilos líquidos ou 6.000 quilos líquidos.
Meses de vencimento: Março, maio, julho, setembro e dezembro.

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Milho
Objeto de negociação: Milho em grão a granel, amarelo, de odor e aspectos normais, em bom
estado de conservação, livre de bagas de mamona, bem como de outras sementes prejudiciais,
e de insetos vivos, duro ou semiduro, proveniente da última safra e de produção brasileira, em
condições adequadas de comercialização e próprio para consumo animal
Cotação: Reais por saca de 60 quilos líquidos cada, correspondentes a 27 toneladas métricas de
milho em grão a granel.
Meses de vencimento: Janeiro, março, maio, julho, agosto, setembro e novembro.

Soja
Objeto de negociação: Soja brasileira, tipo exportação. A metodologia para classificação
e análise dos grãos atenderá às estipulações do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento.
Cotação: Dólares dos Estados Unidos da América por saca de 60 quilos, com duas casas
decimais. A cotação é livre de quaisquer encargos, tributários ou não-tributários.
Unidade de negociação: 27 toneladas métricas ou 450 sacas de 60 quilos de soja em grão a
granel.
Meses de vencimento: Março, abril, maio, julho, agosto, setembro e novembro.

Etanol
Objeto de negociação: Álcool anidro carburante (etanol)
Cotação: Dólares dos Estados Unidos da América por metro cúbico (1.000 litros) de etanol,
conforme as especificações definidas no item 2, com duas casas decimais, livres de quaisquer
encargos, tributários ou não-tributários.
Unidade de negociação: 30 metros cúbicos (30.000 litros) a 20ºC (Celsius).
Meses de vencimento: Todos os meses.

Índice – IBOVESPA
Objeto de negociação: O Ibovespa.
Cotação: Pontos de índice, sendo cada ponto equivalente ao valor em reais estabelecido pela
BM&F..
Unidade de negociação (tamanho do contrato): Ibovespa futuro multiplicado pelo valor em
reais de cada ponto, estabelecido pela BM&F.

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Meses de vencimento: Meses pares. A BM&F poderá, a seu critério, quando as condições de
mercado assim exigirem, autorizar a negociação de vencimentos em meses ímpares.

Câmbio
Objeto de negociação: Taxa de câmbio de reais por dólar dos Estados Unidos da América, para
entregar pronta.
Cotação: Reais por US$ 1.000,00, com até três casas decimais.
Tamanho do contrato: US$ 50.000,00.
Meses de vencimento: Todos os meses.

Taxa de Juros – CDI


Objeto de negociação: A taxa de juro efetiva até o vencimento do contrato, definida para
esse efeito pela acumulação das taxas diárias de DI no período compreendido entre a data de
negociação, inclusive, e o último dia de negociação do contrato, inclusive.
Cotação: Taxa de juro efetiva anual, base 252 dias úteis, com até três casas decimais.
Unidade de negociação (tamanho do contrato): PU multiplicado pelo valor em reais de cada
ponto, estabelecido pela BM&F.
Meses de negociação: Os quatro primeiros meses subsequentes ao mês em que a operação for
realizada e, a partir daí, os meses que se caracterizarem como de início de trimestre.

Aluguel de ações – BTC


É uma operação através da qual os acionistas disponibilizam suas ações para empréstimos e os
investidores interessados as tomam mediante aporte de garantias.
É uma forma extra de remuneração para quem deseja construir uma carteira de médio-longo
prazo, pois o aluguel é cobrado mediante uma taxa de juros ao ano (que é pago de acordo com
o período que a ação foi efetivamente alugada).
O cliente faz essa operação por meio das corretoras, devendo depositar uma margem de
garantia na CBLC, por meio de agentes de compensação, que são os responsáveis pelas
operações.

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O minicontrato refere-se a produtos cujo tamanho não ultrapassa um décimo dos


contratos-padrão. Inicialmente, são autorizadas operações com futuros de Ibovespa
e de boi gordo. No primeiro, cada ponto custa R$ 0,30 contra R$ 3,00 do Ibovespa
futuro-padrão.
No caso do minicontrato de boi gordo, o contrato é de 33 arrobas (no padrão, são 330
arrobas).
As ordens são colocadas diretamente pelo cliente, por meio de site na internet da
corretora por ele escolhida.

Webtrading
Sistema de negociação de mini contratos pela internet, operado pela Bolsa de Mercadorias
e Futuros – B3 S.A., em que mercados futuros poderão ser negociados diretamente por
investidores pessoas físicas e jurídicas não-financeiras.
O sistema conta:
a) com a pré-margem, ou depósito prévio de recursos para cobrir as margens de garantia e os
ajustes diários.
b) com o arbitrador, participante que deverá dar liquidez aos produtos, operando tanto nos
minicontratos quanto nos contratos futuros-padrão.

Swap
Swap se refere basicamente a uma troca, servindo como uma ferramenta de hedge.
Consiste em operações que envolvem a troca de:
• Moedas
• Índices
• Taxas de juros
Exemplo 1: Aplicação em CDB com rendimentos atrelados ao dólar ou a variação do índice da
poupança. Na verdade, o cliente adquiriu um CDB prefixado e trocou o índice de remuneração.
Os contratos de swap são liquidados em D+1
A melhor data para renovar um contrato de Swap, para que o investidor não fique nenhum dia
desprotegido é um dia antes do seu vencimento (D-1).

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Quem faz uma operação de swap está procurando se proteger contra surpresas do
mercado financeiro.

Principais ativos negociados no Mercado de Derivativos

Financeiros de Pregão Financeiros de Balcão Commodities de Pregão


Futuros e opções Swaps Futuros e opções
1. Ibovespa e IBRX – 50 1. Taxas de juro 1. Açúcar cristal
2. IPCA e IGP-M 2. Taxas de Câmbio 2. Álcool anidro
3. Taxa de juros de Depósitos
3. Ínidices de preços 3. Algodão
Interfinanceiros – DI
4. Taxa de Câmbio dólar/real 4. Índices de ações 4. Bezerro
5. Taxa de Câmbio euro/real 5. Boi Gorda
6. Cupom CAMBIAL 6. Café arábico
7. Cupom de IPCA e do IGP-M 7. Café canillon
8. Swap cambial com ajuste
8. Milho
diário
9. Dívida soberana (A-Bond, US
9. Ouro
Treasury Note, Global)
10. Soja

Tributação no mercado de derivativos


Tributação sobre investimentos em opções
Responsável pelo recolhimento: Contribuinte. Essas apurações devem ser feitas para cada
ativo isoladamente, porém o recolhimento poderá ser feito por um único DARF. O imposto de
renda é apurado em períodos mensais e pago até o último dia útil do mês subsequente ao da
apuração, através de DARF específico, de código 6015.
Fato gerador: Ganho líquido auferido na negociação/liquidação.
Alíquota: 15%.
Isenção: Não há, independente do tipo da operação.
Compensação: Para fins de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os ganhos líquidos,
as perdas incorridas poderão ser compensadas com ganhos líquidos auferidos, no próprio mês
ou nos meses subsequentes, em outras operações realizadas nos mercados de bolsa.
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Imposto retido na fonte: Haverá a incidência do IRF à alíquota de 0,005% sobre os seguintes
valores: Nos mercados de opções será sobre o resultado, se positivo, da soma algébrica dos
prêmios pagos e recebidos no mesmo dia.
Retenção na fonte: Intermediadora.

Tributação sobre investimento no mercado à termo


Responsável pelo recolhimento: Contribuinte. O recolhimento será apurado em períodos
mensais e pago até o último dia útil do mês subsequente ao da apuração, através de DARF
específico, de código 6015.
Fato gerador: Ganho líquido auferido na negociação/liquidação de contratos a termo
Alíquota: 15%.
Isenção: Não há.
Compensação: Às perdas incorridas poderão ser compensadas com os ganhos líquidos
auferidos, no próprio mês ou nos meses subsequentes, em outras operações realizadas nos
demais mercados de bolsa.

O ganho obtido pelo vendedor coberto nas operações de financiamento realizadas no


mercado a termo com ações é tributado como aplicação de renda fixa.

Imposto retido na fonte: Haverá a incidência do IRF à alíquota de 0,005%, sobre os seguintes
valores:
Nos mercados a termo:
• Quando houver a previsão de entrega do ativo objeto na data do seu vencimento; a
diferença se positiva, entre o preço a termo e o preço à vista na data da liquidação
• Com liquidação exclusivamente financeira; o valor da liquidação previsto no contrato.
Retenção na fonte: instituição intermediadora.
Haverá isenção do recolhimento do imposto de renda na fonte sobre essas novas incidências,
caso o valor do imposto, somando-se todas as operações realizadas no mês, seja igual ou
inferior a R$ 1,00.

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Tributação sobre investimento no mercado futuro


Responsável pelo recolhimento: Contribuinte. O recolhimento do Imposto de Renda é apurado
em períodos mensais e pago, pelo investidor, até o último dia útil do mês subsequente, através
de DARF específico, de código 6015.
Alíquota: 15%
Isenção: Não há
Compensação: Às perdas incorridas poderão ser compensadas com os ganhos líquidos
auferidos, no próprio mês ou nos meses subsequentes, em outras operações realizadas nos
demais mercados de bolsa.
Imposto retido na fonte: Haverá a incidência do IRF à alíquota de 0,005%, sobre os seguintes
valores:
Nos mercados futuros (abrange os contratos de swap SCC e SC3): a soma algébrica dos ajustes
diários, se positiva, apurada por ocasião do encerramento da posição, antecipadamente ou no
seu vencimento.
Retenção na fonte: Instituição intermediadora.
Haverá isenção do recolhimento do imposto de renda na fonte sobre essas novas incidências,
caso o valor do imposto, somando-se todas as operações realizadas no mês, seja igual ou
inferior a R$ 1,00.

Tributação operações de swap


Alíquota: Conforme tabela regressiva do Imposto de Renda (22,5% até 15%) conforme o prazo
de permanência na operação.
Responsabilidade/recolhimento: O imposto será retido pela pessoa jurídica que efetuar o
pagamento do rendimento, na data da liquidação ou cessão do respectivo contrato.
Prazo para recolhimento: Até o terceiro dia útil da semana subsequente à da ocorrência do
fato gerador.

FAQ – Tributação renda variável


1. É permitida a compensação de perdas com ganhos em operações de renda variável?
Sim. Para fins de apuração e pagamento do imposto mensal sobre os ganhos líquidos, as perdas
incorridas nas operações de renda variável nos mercados à vista, de opções, futuros, a termos
e assemelhados, poderão ser compensados com os ganhos líquidos auferidos, no próprio mês
ou nos meses subsequentes, em outras operações realizadas em qualquer das modalidades
operacionais previstas naqueles mercados, operações comuns

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DERIVATIVOS | EA BANKING SHOOL

2. O resultado negativo ou perda apurado em um mês pode ser compensado com ganho
auferido em meses anteriores?
Não se pode compensar resultados negativos de um mês com ganhos auferidos em meses
anteriores, pois a base de cálculo do imposto é apurada mensalmente.
São imunes do imposto de renda:
• Os templos de qualquer culto
• Os partidos políticos, inclusive suas fundações, e as entidades sindicais de trabalhadores,
sem fins lucrativos

Exceção
Art. 38 (IN 1.022 da Receita Federal). São também tributados como aplicações financeiras de
renda fixa os rendimentos auferidos:
• Nas operações conjugadas que permitam a obtenção de rendimentos predeterminados,
tais como as realizadas:
• Nos mercados de opções de compra e venda em bolsa de valores, de mercadorias e de
futuros (box)
• No mercado a termo nas bolsas de que trata a alínea “a”, em operações de venda
coberta sem ajustes diários
• No mercado de balcão.

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INVESTIMENTOS
NO EXTERIOR
INVESTIMENTOS
NO EXTERIOR

INVESTIMENTOS NO EXTERIOR

O que antes era uma possibilidade que ficava restrita a investidores com grande patrimônio,
hoje possui diversas opções de investimento que dão acesso ao mercado internacional a
investidores de todas as classes. Porém, é importante entender que a maioria dos ativos
disponíveis no varejo ainda não se tratam especificamente do ativo internacional e sim de
ativos que são distribuídos no Brasil, mas com exposição em ativos internacionais. Como
exemplo temos os COEs, Fundos de Investimento e BDRs. O foco desta disciplina é tratar dos
investimentos no exterior na sua origem.
Os dois principais motivos pelos quais um investidor deveria iversificar sua carteira
internacionalmente são:
• Redução de Risco.
• Otimização dos retornos.
Como veremos também em outras disciplinas ao longo do curso, a diversificação de risco não
sistêmico só é possível através da combinação de ativos com baixa correlação, logo acessar
mercados diferentes do nosso, são fundamentais nesse processo.

TÍTULOS DE RENDA FIXA


Títulos Públicos Norte-Americanos:
treasury bills, notes, bonds, TIPS
Assim como no Brasil, o governo norte-americano também emite títulos de renda fixa para
financiar suas operações, projetos e manter a máquina pública funcionando. Os títulos do
Tesouro Americano (treasury) são considerados internacionalmente como ativos livres de risco,
principalmente pela sua alta liquidez e pela grande capacidade de pagamento do governo,
proporcionando baixíssimo risco de crédito.
Podemos dividir os Treasuries em três grupos, de acordo com o prazo:
Treasury Bills (até um ano), Treasury Notes (de um a dez anos) e Treasury Bonds (dez anos ou
de prazo mais longo).
Treasury Bills (T-bills): São obrigações de dívida do governo americano de curto prazo, com
prazo de um ano, ou menos, e emitidas com desconto sobre o seu valor de face (não paga
cupom, ou seja, é do tipo zero cupom). As T-bills são negociadas sem o pagamento de cupom
devido ao curto prazo (juros implícitos no valor de compra). Os preços são cotados como uma
percentagem do valor de face, como R$ 99.150, o que significa um pagamento de R$ 99.150 por
uma emissão de R$ 100.000. No vencimento, as T-bills pagam um valor de face de R$ 100.000.
Dessa forma, o investidor ganharia R$ 850 com esse investimento.

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

Os CDs são assegurados pelo FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation), por bancos ou por
uniões de crédito. Portanto são também considerados como ativos praticamente livres de risco.
O CD tem um termo específico, fixo (frequentemente três meses, seis meses, ou um a cinco
anos) e, normalmente, uma taxa fixa de juros. A intenção do emissor é que o CD seja mantido
até a maturidade pelo investidor, quando o dinheiro pode ser resgatado junto com os juros
acumulados.
Commercial Papers
Os Commercial Papers (CPs), semelhantes às Notas Promissórias aqui no Brasil, apesar de serem
geralmente emitidos por empresas, também podem ser emitidos por bancos e governos. Sua
emissão destina-se à obtenção de recursos no mercado, a um custo inferior às taxas praticadas
pelos bancos.
O Commercial Paper é utilizado principalmente para captar recursos de curto prazo, das
empresas, como pagamento de impostos, aquisição de matéria-prima e eventuais imprevistos
de caixa.
Suas principais características são:
• Não necessita garantias: apenas empresas já estabelecidas costumam emitir esse tipo de
título.
• Flexibilidade: livre pactuação de juros e prazos entre as partes.
• Não há um mercado secundário ativo de CPs, porque a maioria dos compradores fica com
os papéis até o vencimento.
• Geralmente são pré-fixados, negociados com deságio, assim como as T-bills, devido ao seu
curto prazo (grande parte dos CPs tem prazos entre 2 e 90 dias).
• Não são registrados no SEC (Securities Exchange Commission) por terem prazo inferior a
270 dias.

Eurobonds
São títulos de longo prazo emitidos em diversos países. São títulos não registrados e sua emissão
não é regulamentada por um país específico, podendo ser feita em dólares ou outras moedas.
Normalmente, os Eurobonds são vendidos com desconto do valor de face e pagamento de
cupom semestral. São vendidos a investidores de fora do país de origem da moeda usada, ou
seja, são lançados no exterior em moeda diferente daquela do mercado em que foi emitida.Um
exemplo de Eurobonds seriam títulos emitidos pelo governo ou por empresas brasileiras no
mercado Internacional. Importante atentar que o termo “Eurobond”, não tem qualquer relação
com a região da Europa. O mercado de eurobonds é uma importante fonte de capital para
empresas multinacionais e governos, de qualquer lugar do mundo.
Este tipo de título também costuma ser chamado de acordo com a moeda de emissão,
acrescentando-se a moeda como sufixo:
Eurodollar, Euroyen, Eurosterling bonds, etc. Podendo ser emitidos com taxa de juros pré (Fixed
Rate) ou pós-fixadas (Floating Rate).

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

O termo Eurodollar se refere a depósitos denominados tão somente em dólares americanos


em bancos estrangeiros ou nas agências estrangeiras de bancos americanos. Ou seja, não há
correspondência do termo Eurodollar com a moeda Euro. Os depósitos em Eurodollar não
atendem aos requisitos a serem cobertos pela Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC). Os
investidores que atuam no mercado de Eurodollar estão sujeitos ao risco país onde acolhidos
os depósitos em face de eventuais restrições à livre circulação de capitais, notadamente por
escassez de dólares.
Global Bonds são um tipo de título que pode ser negociado dentro ou fora do mercado
americano. É um título emitido e negociado fora do país onde a moeda do título é denominada
por países e empresas.
Os high-yield bonds são títulos de renda fixa com crédito baixo que pagam juros mais altos
devido ao maior risco. Esses títulos têm um risco mais alto de inadimplência ou outros eventos
adversos de crédito, mas oferecem rendimentos mais altos que os títulos de melhor qualidade,
a fim de torná-los atraentes para os investidores.

Cláusulas de Put e Call


Títulos de renda fixa podem conter opções venda ou de compra embutidas na negociação.
As opções embutidas nos termos de um financiamento podem possibilitar as seguintes
transações:
• Put: o investidor tem a opção de vender o título se o preço do mesmo cair abaixo do preço
de exercício preestabelecido na cláusula de put. Se as taxas de juros subirem ou o risco do
papel aumentar, o seu preço cairá. Esta cláusula protege o investidor.
• Call: o emissor tem a opção de pré-pagamento (resgate antecipado dos títulos) se
atendidos os pré-requisitos da cláusula contratual (após um certo prazo, se a taxa de juros
estiver abaixo de um certo patamar preestabelecido, etc.). Isso ocorre quando as taxas de
juros caem e os emissores têm interesse em refinanciar seus empréstimos a uma taxa mais
favorável. Esta cláusula beneficia o emissor e costuma tornar o título mais barato.

MERCADO DE AÇÕES
Assim como no Brasil, os mercados internacionais podem ser divididos em mercados primário e
secundário. O mercado primário compreende o lançamento de novas ações ou títulos de dívida
no mercado, com aporte de recursos à companhia. As empresas recorrem ao mercado primário
para completar os recursos de que necessitam, visando financiar seus projetos de expansão ou
seu emprego em outras atividades.
No mercado primário as empresas podem emitir novas ações de duas formas:
• Public Offering: Os títulos são oferecidos ao público em geral, com a ajuda de um
intermediário financeiro (Investment Bank).
• Private Placement: As ações são vendidas por um banco de investimento para poucos
investidores institucionais (não é necessário registro no SEC).

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

Um IPO (Initial Public Offering) ocorre quando uma empresa abre seu capital pela primeira vez
(se torna pública). Já as seasoned issues (lotes secundários) são novas emissões de empresas já
públicas.
No mercado secundário ocorre a negociação dos títulos adquiridos no mercado primário,
proporcionando a liquidez necessária e informação contínua para precificação de ativos aos
investidores. Ao mesmo tempo, oferece maior facilidade para levantar fundos para o emissor
no mercado primário. Como exemplos de mercados secundários podemos citar as bolsas de
valores e mercados de balcão (Over-the-Counter ou OTC).
As principais bolsas mundiais para negociações de ações são:
• New York Stock Exchange (NYSE)
• London Stock Exchange (LSE
• Tokyo Stock Exchange (TSE)
• NASDAQ

Classificação de Ações:
Common stock (Ações Ordinárias):
• Representam a maioria das ações negociadas.
• Possuem direito ao voto.
• Podem ser classificadas por:
Setores (Industrial, utilities, transportations, e financial institutions);
Doméstica ou Estrangeira.
Preferred stock (Ações Preferenciais):
• Ações que pagam dividendos fixos trimestrais ou semestrais (avaliadas como títulos de
renda fixa).
• Menor volume (liquidez) se comparadas às common stocks.
• Têm prioridade em caso de liquidação da empresa.
• Geralmente não possuem direito a voto.
• Não apresentam o potencial de apreciação das common stocks.
Classificação de Ações por Qualidade e por Capitalização
Uma outra forma de classificar as ações leva em consideração seu potencial de crescimento e
sua qualidade de crédito:
• Ações Blue-chip: ações de empresas de grande porte, bem estabelecidas e estáveis, com
elevado poder financeiro e alta liquidez no mercado de ações. Ex.: Apple, Exxon Mobil,
General Eletric, Chevron Corp e IBM

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

• Ações em Crescimento (Growth stocks): ações de empresas cujas vendas e cujo faturamento
expandem mais rápido do que a economia em geral e a média do setor no qual atua.
• Ações Defensivas: são empresas resistentes à recessão (empresas de serviço público,
tabaco, alimentos, etc.).
• Ações Cíclicas: são empresas nas quais o faturamento varia com o ciclo de negócio (aço,
cimento, automóveis, etc.).

DEPOSITARY RECEIPTS (DR’s)


São títulos negociados em um país que têm como lastro ações de uma empresa que está
instalada fora deste país. Do ponto de vista do Brasil, DRs são recibos de depósitos lançados
por empresas brasileiras que desejam (e podem) colocar ações no mercado internacional. Estes
recibos têm como lastro as ações destas mesmas empresas.
ADR’s (American Depositary Receipts
São DR’s lançadas no Estados Unidos da América, cujo lastro são ações de outros país, nosso
caso poderíamos usar como exemplo as ações da Petrobras, Vale, etc. Os ADRs são comprados
e vendidos nos mercados norte-americanos, assim como os outros títulos regulares emitidos/
financiados nos EUA, por um banco ou corretora. A diferença é que eles são lastreados a
empresas estrangeiras!
Existem três tipos de ADR’s:
Nível 1: É o mais básico, em que empresas estrangeiras não têm qualificações ou não desejam
ser listadas em bolsa. ADRs Nível 1 são encontrados no mercado de balcão e são fáceis e baratas
de avaliar o seu interesse na América do Norte. Eles também têm os requisitos mais flexíveis da
Securities and Exchange Commission (SEC). Não pode haver oferta pública nos Estados Unidos.
Nível 2: É listado em bolsa ou cotados na Nasdaq. ADRs Nível 2 têm um pouco mais de
exigências da SEC, mas também têm um maior volume de trade. Não pode haver oferta pública
nos Estados Unidos. As demonstrações financeiras devem estar de acordo com os US GAAP –
United States Generally.
Nível 3: É o mais prestigiado dos três tipos, quando uma empresa lança uma emissão de
oferta pública na bolsa. ADRs Nível 3 são capazes de levantar capital e ganhar visibilidade
substancial nos mercados financeiros dos EUA. Emitido com base em ações novas emitidas pela
companhia. As demonstrações financeiras devem estar de acordo com os US GAAP – United
States Generally.

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

FUNDOS DE INVESTIMENTO
Fundos de investimento (mutual funds), ou fundos mútuos, são equivalentes aos fundos de
investimentos no Brasil. No mercado de fundos norte-americano, existem mais de 10.000 tipos
de fundos e assim como aqui eles podem ser open-end (abertos) ou closed-end (fechados),
com relação ao formato de negociação das cotas. Closed-end funds ou CEF (fundo fechado),
são aqueles nos quais as cotas são negociadas no mercado de balcão e são listadas em bolsas
de valores. Estes fundos geralmente não emitem novas cotas após a abertura de capital inicial,
ou seja, sua capitalização é fixa após a primeira emissão uma vez que não se adiciona ativos
ao fundo. Suas cotas também não são resgatáveis, o que dá grande flexibilidade de gestão ao
gestor do fundo (não se preocupa com reserva de liquidez para resgates). Isso ajuda no retorno
do fundo uma vez que se pode investir em ativos menos líquidos e com maior rentabilidade.
O número de cotas que compõe os open-end funds é variável, conforme a compra e venda
de cotas do fundo por investidores. Já nos closed-end funds o número de cotas do fundo
permanece fixo.
Classificações dos Mutuals Funds:
Money Market Funds (Fundos de Curto Prazo): são fundos que investem em papéis de
curto prazo (menos de um ano) emitidos pelo governo (Treasury Bills) e agências norte-
americanas, assim como bancos e corporações.
As cotas são fixadas em US$1 e oferecem algumas vantagens aos investidores em relação à
poupança e CDs (Certificate of Deposits):
• Baixo Risco: fundos compostos de títulos com baixo risco como Treasury Bills e geralmente
são fundos com seguros.
• Alta liquidez: não há multas para saque/resgate
• Retorno atrativo: média de 4 a 6% ao ano, oferecendo taxa superior à da poupança e
similar ao retorno oferecido por CDs (impõe altas multas para resgate adiantado).
Bonds Funds (Fundos de Renda Fixa): possuem risco superior que os fundos Money Market,
mas também produzem mais receita e são utilizados para diversificação.
Podem ser classificados como:
• Municipal Bond Funds: títulos isentos de impostos emitidos por governos locais e estaduais.
• Corporate Bond Funds: títulos emitidos por corporações americanas.
• Mortgage-Backed Securities Funds: títulos lastreados por financiamentos imobiliários
residenciais.
• U.S. Government Bond Funds: títulos emitidos pelo Governo norte-americano.
Outra forma comum de classificação desses fundos é por vencimento dos papéis, ou a data a
qual o emissor devolverá o empréstimo inicial: short-term bonds, intermediate-term bonds ou
long-term bonds.

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

Balanced funds: são fundos que investem num mix de títulos de renda fixa, ações preferenciais
e ordinárias. Estes fundos têm como objetivo conservar o investimento inicial do investidor,
gerar receitas e ajudar o crescimento a longo prazo de ambos: principal e receita. No nosso país
são conhecidos como fundos multimercados.
Equity Funds (Fundos de Ações): representam a maior categoria de fundos mútuos. São
considerados mais arriscados que fundos de renda fixa, apesar de alguns fundos de renda fixa
também possuírem risco elevado. São utilizados com o objetivo de ganho de capital no longo
prazo. Os fundos de ações oferecem maior retorno no longo prazo e podem ser classificados
por estratégia ou pelo tamanho das empresas.
Classificação por estratégia:
• Growth Funds: investem em empresas com forte crescimento de lucros, receitas e
fluxos de caixa em relação ao mercado. Estes fundos raramente pagam dividendos e são
considerados de alto risco.
• Value Funds: investem em empresas consideradas subvalorizadas, de alta qualidade, mas
que, por qualquer motivo, são vistas desfavoravelmente no mercado. Estas ações possuem
baixo P/L e Preço/valor patrimonial e alto dividend yield.
• Blend Funds: combinação de ações growth e value.
• Market-neutral funds: fundo que tem como objetivo obter retornos superiores ao do
mercado com risco inferior. Estes gestores compram ações com perspectivas de alta e
fazem hedge com venda a descoberto de um valor equivalente de ações com perspectiva
de baixa. Os gestores também geram receitas (juros) sobre o dinheiro depositado como
margem da venda descoberta em contas de money market. O objetivo destes fundos é
atingir retornos consistentes, variando de 3 a 6% acima da TLR (nos Estados Unidos a taxa
das T-Bills), após taxas, em mercados de alta ou baixa.
Classificação pelo tamanho das empresas:
• Large-Cap Funds: investem em empresas com alto valor de mercado (número de ações
emitidas X atual valor de mercado), geralmente maior que US$5 bilhões. São chamados
de fundos “blue-chip” por investirem em empresas bem estabelecidas e tendem a pagar
dividendos.
• Mid-Cap Funds: investem em empresas de médio porte, cujo valor de mercado varia de
US$1 a 5 bilhões.
• Small-Cap Funds: Investem em empresas de pequeno porte (emergentes), cujo valor de
mercado seja inferior a US$1 bilhão.
Há também fundos setoriais que focam em empresas de determinado setor da economia,
assim como fundos internacionais, de mercados emergentes, de países específicos, etc. Os
fundos setoriais focam em empresas de determinado setor da economia, como de tecnologia
ou de energia.
Os Global Funds são fundos que investem em ações de empresas no mundo todo, inclusive
empresas localizadas no país local.

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Taxas
Os gestores de open-end funds podem cobrar uma taxa para os investidores no momento da
compra (front-end load ou comissão de vendas) ou de resgate (back-end load). Às vezes, a taxa
de back-end poderá diminuir ao longo do tempo a fim de incentivar períodos de investimentos
mais longos para os cotistas. Os prêmios, loads e taxas de resgate são, em essência, formas de
recompensa pelos esforços de vendas e marketing.

INVESTIMENTOS ALTERNATIVOS

HEDGE FUNDS
Os Hedge Fundos são fundos em que a estratégia principal é a proteção dos ativos de perdas
financeiras, enquanto ao mesmo tempo procuram por elevados retornos. No Brasil, o tipo de
fundo com estratégias que mais se assemelham (com diversas restrições legais) desse modelo
são os Fundos Multimercados.
O surgimento dos Hedge Funds se deu em meados de 1949, criados por Alfred Jones. Seu
objetivo era incrementar o rendimento do fundo, com a estratégia de fazer operações para
proteger outras operações contratadas. Jones comprava ações que tinham as melhores
perspectivas e se protegia do risco de oscilações negativas nos preços dos papeis com a
venda a descoberto de outras ações para as quais as perspectivas eram piores. Sua estratégia,
quando confirmada as perspectivas, permitia que ganhasse nas duas operações: com a alta
das ações compradas, porque já as detinha, e com a queda das vendidas a descoberto, porque
podia adquiri-las agora por valor inferior para entrega. Os fundos administrados por Alfred
Jones tinham rendimento bem mais atraente que os Mutual Funds tradicionais, mesmo em
momentos de queda nas bolsas.
Desde 1980, o número desses fundos nos Estados Unidos cresce a taxas anuais expressivas.
A participação dos hedge funds na indústria não é tão expressiva porque esses são fundos de
acesso restrito. O investimento mínimo pedido por esses fundos para pessoas físicas varia entre
US$ 200 mil a US$ 1 milhão. Como não se recomenda que o investidor tenha mais de 10% do
seu patrimônio nesses fundos, estamos falando de pessoas físicas com fortunas de mais de US$
10 milhões. Atualmente, seus maiores investidores são clientes institucionais como fundos de
pensão, seguradoras, dentre outras.
Esses fundos oferecem expressivos ganhos aos seus gestores, uma vez que estes recebem uma
participação nos resultados. Por isso tendem a atrair os melhores e mais criativos profissionais.
Na prática, esse gestor encontra dois limitadores: o primeiro é que ele, como pessoa física
é obrigado a ser cotista do fundo, e desse modo participará também das perdas que suas
estratégias provocarem. A outra é que, em caso de falência do fundo, ele responderá com seu
próprio patrimônio investido, da mesma forma que o cotista.
Como resultado da administração diferenciada por esses profissionais, mesmo com a cobrança
de taxa de administração (normalmente 1% sobre o PL do fundo) e de taxa de performance mais
altas, os hedge funds têm superado os fundos mútuos em rentabilidade e retorno ajustado ao
risco.

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Principais características dos Hedge Funds:


• São intencionalmente estruturados para evitar a regulamentação, que lhes permitam ser
menos transparente na comunicação das suas estratégias de investimento (sua política de
investimento não é regulamentada pelo SEC);
• Tendem a usar estratégias normalmente não vistas em investimentos mais tradicionais, tais
como o uso extensivo de derivativos, alavancagem, e técnicas de venda a descoberto;
• Podem ou não utilizar operações de hedge para reduzir;
• Objetivam aumentar retornos em todos cenários econômicos;
• Têm sua publicidade regulada (restrita), assim como número máximo de investidores
estabelecido;
• Nos últimos anos, seus índices de Sharpe, que medem a relação de recompensa pelo risco,
foram consistentemente mais elevados do que para a maioria dos investimentos em ações,
e têm sido comparáveis aos dos investimentos de renda fixa;
• Há uma baixa correlação entre o desempenho dos hedge funds e investimentos
convencionais. Essa correlação tende a ser menor em mercados acionários em baixa e
maior em mercados em alta.
Gestão e Estrutura Legal
Os Hedge Funds têm uma liberdade grande do ponto de vista regulatório (não se submetendo
à regulação da SEC). Eles podem fazer quase todo tipo de operação financeira, a qualquer
momento, em todos os mercados, em qualquer parte do mundo e sem nenhuma restrição
quanto a volumes financeiros. Podem investir em suas estratégias de forma alavancada de
maneira bastante arrojada. Assim o fundo poderá ter lucro ou prejuízos bastante elevados. É
por embutir esses riscos que esses fundos são reservados, por legislação, apenas a investidores
qualificados que conhecem os riscos a que estão expondo seu capital.
Nos Estados Unidos são considerados investidores qualificados (em inglês, accredited investor)
as pessoas físicas com um patrimônio líquido de no mínimo US$ 1.000.000,00 ou que tenham
renda mínima anual de US$ 200.000,00 nos últimos dois anos e a expectativa de atingir a
mesma renda no ano atual. Para empresas e bancos serem considerados qualificados, os ativos
investidos devem ser superiores a US$ 5.000.000,00.
Classificação de Hedge Funds
Além das estratégias de long/short e de maior alavancagem, existem outras que podem ser
adotadas de forma isolada ou conjunta pelos hedge funds. Alguns exemplos são arbitragem
entre ativos ou mercados, venda a descoberto, investimentos em ações de empresas próximas
à falência (distressed securities) ou em mercados emergentes, e aplicação de curto prazo em
oportunidades (novas ofertas de ações, por exemplo).

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Principais estratégias usadas pelos Hedge Funds:


• Global Macro: tomam posições compradoras ou vendedoras em diversos mercados a partir
de antecipações sobre a evolução das grandes variáveis econômicas (PIB, taxas de juros,
taxas de câmbio). São tipicamente alavancados e fazem alto uso de derivativos.
• Discretionary macro: ao invés de geradas por um software, as decisões de investimentos
são feitas pelo gestor.
• Systematic macro: as ordens são geradas por um software de modelos matemáticos e
não há intervenção humana no processo (fora a criação do software).
• Multi-strategy: o fundo utiliza uma combinação de estratégias.
• Directional: Investimentos hedgeados com exposição ao mercado acionário (equity hedge).
• Long/Short Equities: constituem posições compradoras em ações hedgeadas com
posições de venda descoberta de outras ações. Formam a maior classe de hedge funds
medida em valores dos ativos. Buscam maiores lucros nas posições compradas que
vendidas.
• Emerging Markets: investem em ativos financeiros de mercados emergentes (China,
Índia, Brasil) ao redor do mundo.
• Sector Funds: se especializam em setores como tecnologia, energia, etc.
• Short Bias: se beneficiam de quedas no mercado acionário mantendo uma posição
líquida mais vendida no mercado (diferente da Market Neutral que fica zerada).
• Relative Value (Arbitrage): exploram ineficiências de preços entre ativos relacionados
precificados incorretamente.
• Equity Market Neutral: são um tipo de fundo long-short, que neutralizam o Beta para
zerar a exposição da carteira ao risco mercado. A expectativa é de que os “papéis”
tenham uma performance superior ao contrato futuro, que será somada à apropriação
da base (diferença) entre o valor do contrato futuro e do índice à vista.
• Covertible Arbitrage: procuram ganhar com a compra de debêntures conversíveis,
aliada à venda de ações da mesma empresa para fins de proteção.
• Fixed Income Arbitrage: buscam explorar anomalias entre instrumentos de renda fixa
relacionados, porém, com reduzido risco de variação das taxas de juros.
• Event Driven: capitalizam as oportunidades geradas por possíveis flutuações de cotações
devido a eventos corporativos específicos como a reorganização (Special Situations), as
fusões/aquisições (Merger Arbitrage), a falência de uma sociedade (Distressed Securities),
especializadas em Private equities (Regulation D), empresas envolvidas em grandes
processos legais (Legal Catalysts).
• Managed Futures: também chamados de CTAs (Commodity Trading Advisors), esses
fundos fazem posições em futuros financeiros e de commodities.

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Performance de Hedge Funds


Como não há uma padronização na classe de ativos que compõe a carteira de cada fundo é
bastante difícil precisar um indicador de acompanhamento preciso a respeito desse grupo
de fundos. Embora existam inúmeros índices que medem a performance histórica dos hedge
funds, como eles não são obrigados a reportar performance publicamente, apenas os fundos
que optarem por reportar seus resultados são inclusos nos índices.
Variáveis importantes:
• Há uma baixa correlação entre as performances de hedge funds e investimentos
tradicionais. Esta correlação tende a diminuir em mercados acionários em queda e
aumentar em mercados acionários em alta.
• Hedge funds têm demonstrado um perfil de risco mais baixo que os investimentos de ações
tradicionais, medidos pelo desvio padrão.
• Nos anos mais recentes, o índice Sharpe dos hedge funds tem sido consistentemente mais
alto que os de investimentos em ações, e comparáveis aos de renda fixa.
• Atraente nível de trade-off entre risco e retorno.
• Possuem baixas correlações com o tradicional mercado acionário e de renda fixa, fazendo
deles uma ótima opção para diversificação de carteiras institucionais.
• As desvantagens dos hedge funds incluem seu elevado risco e investimento inicial alto.
Riscos de Hedge Funds
Hedge Funds são considerados investimentos de risco bastante elevado, pois assumem uma
política de investimentos orientada para aplicações de caráter fortemente especulativo. Os
principais riscos envolvidos são:
• Baixa regulamentação e transparência: muitos fundos encontram-se sediados em zonas
geográficas onde a regulamentação é inexistente ou menos exigente do que nos Estados
Unidos e, por norma, não se encontram também sujeitos a qualquer supervisão por
entidade competente, resultando em menor proteção dos investidores.
• Estratégias de Investimento: a utilização de certas estratégias de investimento pelos Hedge
Funds costuma influenciar na performance e por consequência na volatilidade do fundo de
maneira bastante acentuada. Mecanismos de alavancagem, venda a descoberto, utilização
de diferenciais bancários e a utilização de instrumentos derivativos, impactam em riscos
consideráveis nos investimentos, dado o fator de incerteza dos investimentos.
• Alavancagem: seguem estratégias de investimento muito específicas nos mercados
financeiros, utilizando instrumentos e técnicas financeiras complexas e pouco acessíveis aos
investidores individuais. Algumas destas técnicas, podem alavancar as posições assumidas
pelos fundos, ampliam os ganhos, mas também as perdas, no caso de a estratégia não dar
certo.
• Baixa Liquidez: os investimentos efetuados pelos Hedge Funds têm liquidez reduzida, o
que dificulta a desmobilização do capital a qualquer momento. Os derivativos, comumente
utilizados pelos gestores de hedge funds, também diminuem a flexibilidade de negociação
dos gestores.
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• Potenciais erros de precificação: os investimentos em papéis mais exóticos, com baixa


liquidez, apresentam maior dificuldade para determinar seu valor de mercado. Broker-
dealers que financiam tais papéis tendem a ser mais conservadores nos seus valuations,
aumentando assim a margem de depósito dos hedge funds.
• Risco de Contraparte (Crédito): os Broker-dealers estão envolvidos na maioria das
negociações feitas por hedge funds, criando-se um risco de contraparte significativo para
os fundos.
• Chamada de margem: quando ocorrem em carteiras altamente alavancadas pode resultar
na venda forçada de ativos, ocasionando possíveis perdas.
• Vendas a descoberto: utilizadas com alta frequência nas estratégias destes fundos. Os
gestores correm o risco de terem que cobrir suas posições e recomprarem as ações a um
preço mais alto em relação ao preço que foram vendidas.
Além dos riscos referidos anteriormente, quando se fala em investir no exterior pode-se ter
risco cambial, risco de taxa de juros, dos mercados acionistas em geral, riscos políticos, fiscais
e legais, assumindo igualmente risco de crédito relativamente às posições assumidas pelos
fundos onde ele investe.

Índices de Hedge Funds no Brasil


IHFA – Índice de Hedge Funds ANBIMA
O IHFA (Índice de Hedge Funds ANBIMA) é um índice representativo da indústria de hedge
funds no Brasil, criado como parâmetro de acompanhamento da evolução deste segmento.
O seu valor é reflexo, em moeda corrente, da evolução de uma aplicação hipotética em cotas
de uma cesta de fundos selecionados a partir de critérios específicos predefinidos. O índice
é constituído com data-base em 31/3/08 e valor igual a 1.000. Com o objetivo de preservar
a representatividade do indicador, sua composição teórica é revista trimestralmente e tem
vigência para os seguintes períodos: janeiro a março, abril a junho, julho a setembro e outubro
a dezembro.

Índices de Hedge Funds no Exterior


Credit Suisse Hedge Fund Index
O Credit Suisse Hedge Fund Index foi o primeiro índice criado, e continua a ser bastante utilizado,
índice de hedge funds ponderado por ativos da indústria. Ponderação por ativos, ao contrário
de índices sem ponderação, fornece uma representação mais precisa de um investimento nesta
classe de ativos. A família de índices Credit Suisse Hedge Fund Index também inclui índices de
estratégias específicas, conhecidos como Credit Suisse Hedge Fund Strategy Indexes.
Fundos dentro do Credit Suisse Hedge Fund Index são separados em dez subcategorias com
base na sua estratégia de investimento. Eles representam pelo menos 85% da AUM em cada
categoria do universo do índice. A metodologia analisa o percentual de recursos investidos
em cada subcategoria e seleciona os fundos para o índice com base nesses percentuais,
combinando com o formato do índice com o do conjunto total de fundos analisados. O índice
é calculado e rebalanceado mensalmente. Os fundos são selecionados trimestralmente,
conforme necessário.
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HFRX Global Hedge Fund Index


O HFRX Global Hedge Fund Index é projetado para representar o universo total de hedge funds.
Ele é calculado pelo Hedge Fund Research, Inc. (“HFR”) e é composto por todas as estratégias
de hedge funds elegíveis; incluindo, mas não se limitando, a convertible arbitrage, distressed
securities, equity hedge, equity market neutral, event driven, macro, merger arbitrage, e
relative value arbitrage. As estratégias são ponderadas por ativos com base na composição de
ativos na indústria de hedge funds. A metodologia é baseada em regras predeterminadas e
definidas.

Morningstar Broad Hedge Fund Index


O Morningstar Broad Hedge Fund Index é um índice de hedge funds de ampla base, não
investível contendo mais de 500 fundos.

PRIVATE EQUITY FUNDS


O termo private equity faz referência às ações que não são listadas em bolsa ou mercado de
balcão e, portanto, ainda estão em mãos de acionistas individuais. Estes fundos compram
participações minoritárias nestas empresas, que devem efetuar a abertura técnica de seu
capital através de oferta de ações, que são compradas pelo próprio fundo.
Este mercado se estrutura com os investimentos equity (o valor das empresas que são
propriedade dos seus acionistas, ou seja, os ativos menos os passivos, com exclusão do capital
acionista) ou near equity (direitos de opção e/ou preferenciais sobre futuras ações e/ou outros
títulos – warrants).
Em virtude dos investimentos dessa natureza serem compostos por securities (ações e outros
títulos) não registrados (privados) que não podem ser adquiridos ou vendidos no mercado
secundário (baixíssima liquidez). O investimento nestas empresas obriga, muitas vezes, a
uma profunda investigação (due diligence) por parte dos potenciais investidores porque
normalmente a informação pública disponível é escassa, e há riscos únicos.
São investimentos de altos retornos devido à sua iliquidez e alto risco. Onde o investidor
assume um risco significativo na procura por valorizações de capital no longo prazo. Os recursos
de um fundo de Private Equity são investidos em participações de controle em empresas
com alto potencial de crescimento ou que apresentam oportunidades de reorganização ou
reestruturação financeira. Estes fundos são dedicados a investidores qualificados, delegando,
entretanto, a administração, gestão e a prospecção de novos negócios aos gestores do fundo.
Em geral, o horizonte de investimento do fundo varia na maior parte das vezes entre três e
oito anos, depois do que o fundo vende sua participação com lucro. Na maioria das vezes, se
concentram em empresas de médio porte, ao contrário dos fundos de venture capital que se
concentram em empresas iniciantes, em estágio inicial de desenvolvimento, e por isto mesmo
têm perfil de risco maior.

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As principais características de investimentos em Private Equity:


• Falta de liquidez: capacidade dos investidores para saída do investimento está vinculada a
um IPO bem-sucedido, o que provavelmente não ocorrerá no curto prazo, ou uma venda
para um investidor estratégico, que também possui baixa liquidez.
• Horizonte de investimento de longo prazo: as condições de mercado devem ser propícias
para uma abertura de capital, e a empresa deve apresentar lucros para que os investidores
reconheçam retorno sobre seus investimentos.
• Dificuldade na avaliação: devido à singularidade de cada investimento, há poucos ativos
comparáveis, com um volume de negociação significativo, para comparações de valor de
mercado.
• Informações limitadas: não há muitas informações históricas de risco e retorno comparáveis,
nem informações de base para estimar fluxos de caixa futuros e estimativas de lucro. Há
também informações insuficientes sobre as ideias ou produtos concorrentes que outros
empresários possam estar desenvolvendo.
• Inadequação de empresas com sua gestão: empreendedores com boas ideias nem sempre
evoluem a bons gestores com o crescimento da empresa.
• Erros de incentivos aos gestores do fundo: o incentivo primário para os gestores de fundos
deve ser a performance, não o seu tamanho do fundo ou outros critérios.
• Tempo do ciclo de negócios: condições de mercado são um dos principais fatores do
momento de entrada no mercado e de estratégias de saída.
• Requisitos de análise operacional extensiva: um gestor bem-sucedido de private equity
deve agir como um consultor financeiro e operacional para a empresa.
• Avaliar e medir o desempenho de um investimento em private equity é muito difícil
devido à grande probabilidade de insucesso e a incerteza sobre o montante a ser
recebido e quando ocorrerão os fluxos de caixa.
• Os três fatores mais importantes que devem ser avaliados são: o montante esperado
na saída, a data de saída, e a probabilidade de insucesso ou fracasso. Antes de sair,
deve-se fazer a avaliação do desempenho do investimento, embora a medida precisa
seja um desafio.
• As dificuldades incluem avaliações precisas, escolha de benchmarks, e a falta de
medidas confiáveis de desempenho.
• Correlação: os investimentos em Private Equity podem ser uma maneira eficiente
de diversificação de carteiras, uma vez que sua correlação com o mercado de ações
tende a ser relativamente baixa. Além disso, pelo fato de comprar participações em
empresas que passam por dificuldades financeiras, por exemplo, os papéis podem
registrar elevada valorização, como efeito das medidas impostas pelo gestor do fundo,
justamente num momento em que o mercado esteja em baixa ou sem tendência,
proporcionando assim uma boa oportunidade de diversificação da carteira de um
investidor.

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Tipos
A carteira de um fundo Private Equity pode ser diversificada de três maneiras:
• Setores industriais
• Estágios de desenvolvimento das empresas
• Regiões geográficas

Estágio do Investimento
Os fundos de Private Equity podem se encontrar em um dos seguintes estágios:
• Estágios iniciais:
• Seed financing – fundos para pesquisa e desenvolvimento de novas ideias ou produtos.
• Start-up financing – fundos necessários para desenvolver/finalizar o produto e
marketing. Tipicamente destinados a empresas que ainda não venderam seus produtos
e serviços comercialmente.
• First-stage financing – fundos necessários para iniciar produção e vendas.
• Financiamento para expansão:
• Second-stage financing – fundos para expansão de uma empresa existente, lucrativa
ou não.
• Third-stage financing – fundos para grande expansão.
• Mezzanine ou Bridge financing – fundos necessários para abertura de capital da
empresa (dentro de aproximadamente 1 ano).
Os Fundos de Private Equity também podem ser usados para situações especiais como:
O capital de risco ou venture capital é co-investido com o empreendedor para financiar uma
operação de early stage (seed e start-up) ou expansão inicial. O elevado risco do investidor
contrapõe-se à expectativa de obtenção de uma rentabilidade acima da média. Após o ciclo
de expansão da empresa, o investidor se desfaz de sua participação no negócio, vendendo-a a
outros investidores ou empresas.
• Turnarounds – empresas que estão perdendo market-share e estão próximas à falência
precisarão de uma injeção de capital e mudança da gestão ou estratégia da empresa para
reverter o quadro e torná-la lucrativa.
• Management Buyout – um buyout no qual a equipe de gestão da empresa-alvo adquire
uma área de negócio ou a própria empresa aos acionistas com o apoio de uma sociedade
ou fundo de Private Equity.
• Leveraged Buyouts – um grupo de investidores ou um fundo usa capital emprestado para
comprar a empresa dos proprietários atuais. Os ativos da empresa são geralmente usados
como garantia para o empréstimo.

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

• Spin-off – é uma transação onde divisões ou unidades de uma empresa tornam-se uma
entidade de negócios separada, com ativos, funcionários, tecnologia, propriedade
intelectual próprios.

Estratégias de Saída
Normalmente, estratégias de saída de investidores de Private Equity contemplam:
• venda por meio de uma oferta inicial de ações (IPO);
• venda para um comprador estratégico;
• venda para um comprador financeiro; ou
• recompra de ações por parte do empreendedor, sócio da private equity na empresa-alvo.
Administradores de Private Equity normalmente vêm a possibilidade de fazer um IPO como
a opção de desinvestimento mais atrativa, mas vários fatores externos, não diretamente
relacionados com a situação econômica e financeira da companhia, impactam o resultado
final de uma oferta pública — o interesse do público investidor nas ações da companhia é um
exemplo. Adicionalmente, um processo de IPO é caro e mais aplicável a empresas de grande
porte, com maior capacidade de atrair a atenção de investidores.
Vendas a compradores estratégicos são as formas de saída mais utilizadas no Brasil, uma vez
que um comprador estratégico provavelmente oferecerá uma avaliação mais favorável aos
acionistas de uma companhia competidora, considerando as sinergias identificadas entre as
empresas e a intenção do comprador de aumentar a participação de mercado e obter acesso
a um novo mercado para seus produtos (no caso de empresas internacionais ou empresas
brasileiras expandindo para diferentes áreas geográficas dentro do Brasil), bem como acesso a
novas tecnologias, direitos de propriedade intelectual e empregados chaves.
As saídas por meio de vendas a compradores financeiros, por outro lado, são cada vez
mais presentes no mercado brasileiro de Private Equity. Obviamente, os motivadores da
decisão de um comprador financeiro para investir em uma empresa são diferentes daqueles
de um comprador estratégico, uma vez que compradores financeiros estão preocupados
principalmente com o retorno do seu investimento, e não necessariamente com as sinergias
entre empresas e outras vantagens competitivas. Considerando, assim, o foco dos compradores
financeiros nos resultados financeiros dos investimentos, a avaliação da empresa geralmente
tende a ser menos atraente do que aquela oferecida pelos compradores estratégicos. De
qualquer forma, o processo de M&A para a venda de ações da companhia para um comprador
financeiro não é materialmente diferente de uma venda para um comprador estratégico.
Finalmente, a recompra de ações consiste na venda da participação da firma de Private Equity
em uma empresa a seus acionistas remanescentes, geralmente os controladores originais da
empresa que negociaram o investimento pelo fundo de Private Equity em primeiro lugar. Tal
venda normalmente ocorre mediante o exercício, pelos acionistas originais, de seu direito de
preferência ou direito de primeira oferta de aquisição de ações da companhia, ou, ainda, por
meio do exercício de opções de compra e venda acordadas nos termos do acordo de acionistas
à época que o fundo de Private Equity foi admitido na empresa.

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Performance
Os retornos em investimentos de Private Equity tipicamente variam entre 40% a 60%
anualmente. Entretanto, investimentos de longo prazo variam de acordo com o tipo de empresa
onde o capital foi investido. Assim como um fundo mútuo possui várias ações em sua carteira,
um fundo de Private Equity possui várias empresas. Destas empresas, apenas 10 a 15% serão
extremamente bem-sucedidas. As demais empresas poderão gerar lucros ou perdas.

REAL ESTATE INVESTMENT TRUSTS (REITS)


Conhecidos pela sigla REITs (Real Estate Investment Trust), os FIIs americanos foram criados na
década de 1960 (no Brasil, a maior parte começou a ser negociada em Bolsa a partir de 2008).
A maioria (93%) corresponde aos chamados “equity REITs”, equivalentes aos nossos fundos de
tijolos, nos quais a empresa imobiliária detém ou administra uma propriedade voltada para
a geração de renda. Este formato de fundo é um tipo de corporação permitido pelas regras
fiscais dos EUA, que reduz ou elimina os impostos sobre os lucros. Os REITs foram criados de
forma a possibilitar aos investidores em bens imobiliários uma estrutura próxima da disponível
aos investidores em títulos mobiliários, via fundos de investimento. Em troca, os REITs são
obrigados a distribuir 90% dos seus resultados líquidos, sendo que esse rendimento é sujeito
a impostos. Os REITs podem ser cotados em bolsas de valores, e como mencionado acima,
possuem dividend yields elevados.

EXCHANGE TRADED FUNDS (ETF)


O ETF é um tipo de investimento negociado na bolsa de valores ou mercado de balcão organizado
que tem como objetivo refletir a performance financeira de um conjunto pré-determinado de
ativos, permitindo que os aplicadores adotem novas estratégias de investimento. Apesar de
serem conhecidos no Brasil como fundos de índice, os ETFs podem ter diversas modalidades
de investimento. Os ETFs mais populares são o Spyder SPDR (SPY), que segue o índice S&P 500,
o Nasdaq 100 (QQQ), que segue o índice Nasdaq 100 e o Diamond, que replica o índice Dow
Jones.
Estes fundos se proliferaram nos últimos anos e hoje podem ser classificados em:
• ETFs de Índices: seguem a performance de um índice
• ETFs de Commodities: investem em commodities como metais preciosos e futuros
• ETFs de Câmbio ou Moeda: seguem a variação de moedas diversas (Currency Shares).
• ETFs com gestão Ativa
• ETFs alavancados
Esse tipo de fundo proporciona alguns benefícios que seus similares, os fundos mútuos, não são
capazes de proporcionar. Diferentemente dos fundos abertos, os ETFs podem ser negociados
ao longo do dia e nas vendas a descoberto e oferecem ainda vantagens tributárias em relação
aos outros fundos.

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

Os ETFs podem ser negociados ao longo do dia porque utilizam um sistema de preços bastante
diferente do utilizado pelos fundos mútuos, cujo preço é estabelecido apenas uma vez ao dia
com base nos preços de fechamento dos valores repartidos pelos fundos. Já os preços das cotas
de ETFs sobem e descem de acordo com as negociações em tempo real na bolsa, da mesma
forma como são definidos os preços das ações ordinárias.
Nos fundos mútuos, as vendas realizadas pelos investidores obrigam o fundo a vender ações,
sendo os lucros líquidos pagos aos investidores no final do ano. ETFs não possuem este
problema de gestão de caixa, portanto, apresentam melhor performance que as dos fundos
mútuos semelhantes. Essa “distribuição” pode ser tributada como ganho de capital. Contudo,
uma vez que a negociação com ETFs não obriga a venda de nenhum valor do fundo, tais
distribuições jamais ocorrem, e não há cobrança de imposto.
Os ETFs também possuem uma taxa de administração menor que as dos fundos mútuos. Por
exemplo, a taxa de administração de um fundo SPDR é 12 basis points (0,12%) enquanto a de
um fundo mútuo varia em torno de 18 basis points. Como os investidores geralmente negociam
ETFs no mercado secundário, por intermédio de um broker, pagam uma taxa de comissão
pela negociação. Uma vez que os ETFs pretendem replicar a evolução de um índice (gestão
passiva), os lucros/prejuízos derivados deste ativo correspondem ao desempenho desse índice.
O ETF pode ainda pagar dividendos da mesma forma que os fundos tradicionais ou optar pelo
reinvestimento desses rendimentos.

INDICADORES E ÍNDICES DE REFERÊNCIA

Libor
A taxa LIBOR (London Interbank Offered Rate) é a taxa de juros média utilizada por um grupo
representativo de bancos (no mercado monetário de Londres) nos empréstimos mútuos sem
garantia. Ela é utilizada globalmente como benchmark de taxa de juros de curto prazo.
J.P. Morgan Emerging Markets Bond Index +
O EMBI + é um índice desenvolvido pelo banco JP Morgan, baseado nos bônus emitidos pelos
maiores países latino americanos e outros emergentes (Brasil, Argentina, México, Bulgária,
Marrocos, Filipinas, Nigéria, Polônia, Rússia e África do Sul) para medir a capacidade do país
de saldar o montante dos títulos da sua dívida. Ele mede o retorno de instrumentos de dívida
externa de mercados emergentes ativamente negociados. Para a maioria das carteiras, a data
base (um número-índice igual a 100) é 31 de dezembro de 1993, quando foi iniciado o cálculo
do EMBI+. O rendimento da carteira em determinado período corresponde à variação do índice
entre a data inicial e a final. O EMBI+ é construído como uma composição de três tipos de
instrumentos da dívida dos países emergentes: bradies, eurobônus e empréstimos externos de
entidades soberanas.
Calcula-se inicialmente o retorno diário para cada instrumento individual, e a partir daí calcula-
se a média aritmética dos retornos diários ponderada pelo valor de mercado para cada tipo de
dívida. Finalmente, estima-se a média aritmética dos retornos diários médios dos quatro tipos
de instrumentos, ponderada pelos respectivos valores de mercado.

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O cálculo do spread é simplesmente a diferença entre o rendimento de cada papel até o


vencimento (o yield to maturity) e o rendimento de ponto correspondente na curva de papéis
do Tesouro norte-americano, e é expresso em pontos-base. Considerando-se o spread para
o índice como um todo, utiliza-se o mesmo procedimento de cálculo, mas adicionando-se
os fluxos de caixa dos papéis que compõem a carteira do índice. Além do EMBI+ total, são
divulgados sub-índices para cada país, região e tipo de instrumento de dívida (atualmente
Bradies e eurobônus).

Hedge Fund Research Index (HFR)


O HFRX Global Hedge Fund Index é projetado para representar o universo total de hedge funds.
Ele é calculado pelo Hedge Fund Research, Inc. (“HFR”) e é composto por todas as estratégias
de hedge funds elegíveis; incluindo, mas não se limitando a convertible arbitrage, distressed
securities, equity hedge, equity market neutral, event driven, macro, merger arbitrage, e
relative value arbitrage. As estratégias são ponderadas por ativos com base na composição de
ativos na indústria de hedge funds. A metodologia é baseada em regras pré-determinadas e
definidas.

Event Driven
O investimento orientado a eventos é uma estratégia de investimento de fundos de hedge que
busca explorar as ineficiências de preços que podem ocorrer antes ou depois de um evento
corporativo, como uma chamada de lucros, falência, fusão, aquisição ou cisão . Em tempos
mais recentes, os profissionais de mercado expandiram esta definição para incluir eventos
adicionais, como desastres naturais e ações iniciadas por ativistas de acionistas. No entanto,
a arbitragem de fusões continua sendo a estratégia de investimento mais conhecida dentro
deste grupo.
As estratégias de investimento orientadas a eventos são normalmente usadas apenas por
investidores sofisticados, como fundos de hedge e firmas de private equity . Isso porque os
investidores em ações tradicionais, incluindo gestores de fundos mútuos de ações, não possuem
a experiência necessária ou acesso às informações necessárias para analisar adequadamente
os riscos associados a muitos desses eventos corporativos.

Dow Jones
É o mais importante indicador do desempenho da Bolsa de Valores de Nova York. Foi
introduzido em 1896 por Charles H. Dow, sendo a mais antiga medida utilizada continuamente
no mercado acionário. Este índice compreende 30 ações que representam empresas líderes em
grandes setores, ponderadas pelos preços nominais. Essas ações são amplamente compradas
pelo mercado e são todas Blue-Chips. O Dow Jones está atrelado à velha economia, embora
também haja empresas de tecnologia na sua composição.

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

NASDAQ Composite
O NASDAQ Composite é um índice do mercado de ações que inclui quase todas as ações listadas
na Nasdaq. Junto com o Dow Jones Industrial Average e o S&P 500 Index, é um dos três índices
do mercado de ações mais seguidos nos Estados Unidos. A composição do NASDAQ Composite
é fortemente voltada para empresas do setor de tecnologia da informação. O NASDAQ-100 ,
que inclui 100 das maiores empresas não financeiras do Nasdaq Composite, é responsável por
mais de 90% do movimento do NASDAQ Composite.

NASDAQ-100
Restringe-se às ações de empresas listadas na bolsa eletrônica Nasdaq. Sua carteira teórica
abrange todas as ações de todas as mais de 3.300 empresas ali negociadas, ponderadas
segundo o valor de mercado.

S&P 500
Desenvolvido em 1923 pela agência classificadora de risco Standard & Poor’s. A carteira
teórica deste índice contém ações de 500 empresas, respeitadas certas participações setoriais.
A ponderação é proporcional ao valor de mercado da empresa. O S&P 500 também pode
conter ações listadas em diferentes bolsas de valores norte-americanas. Assim, o S&P 500 é
um dos índices mais abrangentes, ao compreender 500 empresas das mais representativas em
termos de capitalização da economia norte-americana e, por isso é mais utilizado para medir a
performance das chamadas Large-Caps (empresas com alto valor de mercado e maduras) nos
EUA.

Chicago Board Options Exchange Volatility Index (VIX)


É o ticker do Chicago Board Options Exchange Volatility Index, a medida oficial da volatilidade
implícita das opções sobre o índice S&P 500. Um valor elevado corresponde a um mercado
mais volátil. O VIX mede o custo do uso de opções como hedge para um declínio no S&P 500. Se
os investidores preveem um risco alto de alteração nos preços, exigem um prêmio maior para
vender opções que funcionem como seguro.
Vulgarmente designado o “índice do medo”, representa uma medida das expectativas do
mercado em relação à volatilidade dos 30 dias seguintes, numa base anualizada. Ele
mede a aversão ao risco dos investidores. O VIX é calculado e disseminado em tempo real pela
CBOE. No seu cálculo, é usada uma mistura ponderada dos preços de um conjunto de opções
sobre o S&P 500.
A fórmula usa preços do mês mais próximo e do mês seguinte. O objetivo é estimar a
volatilidade implícita do S&P 500 nos 30 dias seguintes. Por exemplo, se o VIX está nos 20%,
isso representa uma variação anual de 20%, por isso podemos inferir que o mercado de opções
espera que o S&P 500 se mova para cima ou para baixo 5,77% (20% / √12 meses) nos próximos
30 dias. Ou seja, se o S&P estiver cotado a 1000, as opções sobre o índice estão precificadas
num pressuposto de que existe uma probabilidade de 68% (1 desvio-padrão) de que a variação
nos próximos 30 dias esteja dentro de um intervalo de [-57,7; +57,7] pontos.

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INVESTIMENTOS NO EXTERIOR | EA BANKING SHOOL

CDS (Credit Default Swap Index)


Um índice de swap de crédito é um derivativo de crédito usado para cobrir o risco de crédito
ou para assumir uma posição em uma cesta de entidades de crédito. Ao contrário de um swap
de crédito , que é um derivativo de crédito de balcão, um índice de swap de crédito é um título
de crédito completamente padronizado e pode, portanto, ser mais líquido e negociar em um
spread menor de oferta. Isso significa que pode ser mais barato fazer o hedge de uma carteira
de credit default swaps ou títulos com um índice CDS do que comprar muitos CDS de nome
único para obter um efeito semelhante. Os índices de swap de crédito são referências para
proteger os investidores que possuem títulos contra a inadimplência, e os negociantes os usam
para especular sobre mudanças na qualidade do crédito.

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PLANEJAMENTO FISCAL
PLANEJAMENTO FISCAL

TRILHA 01

Sejam bem–vindos a disciplina de planejamento fiscal, meu nome é Nathalia Fujiwara, sou
advogada, contadora, especialista em direito tributário e well management. Vou estar com
vocês nas próximas horas para tentar desmistificar direito tributário e passar pelas principais
nuances importantes para que vocês possam fazer os seus próprios planejamentos tributários
posteriormente.

Normas
Primeiro vamos passar pelas normas e pela constituição das normas de direito tributário.
Apesar dessa aula ser um pouco cansativa e teórica, ela é extremamente importante para
que a gente consiga entender como os tributos vem, porque eles vêm e quais as limitações ao
poder de tributar. Primeira norma de hierarquia superior temos a constituição federal, qual o
principal papel da constituição federal, ela delimita o campo de competência tributária de cada
ente federativo. Ela dispõe o papel de cada um desses entes e, além disso, ela dispõe a forma
que aquela norma tem que ser produzida para que ela seja válida. É uma norma de hierarquia
maior e, portanto, deve ser respeitada. Ela não traz o tributo em si. Ela traz quais os tributos e
como eles tem que vir ao ordenamento jurídico.
É por meio de lei complementar e tem um complemento, aquilo que está faltando na
constituição federal. A lei complementar precisa de aprovação da maioria absoluta do congresso
nacional e essa lei vai complementar aquilo que a constituição federal não trouxe. Então ela vai
delimitar o poder de tributar e regular algumas normas gerais do direito tributário. Exemplo de
legislação complementar é o próprio código tributário nacional.
Depois de complementadas essas regras pela lei complementar vem abaixo a lei ordinária, esta
ela precisa estar completamente subordinada a lei complementar e constituição. Ela tem que
estar de acordo com o que essas duas leis de hierarquia superior trouxeram. A lei ordinária,
diferentemente da lei complementar, não precisa de maioria absoluta para ser aprovada. Ela
vai instituir o tributo, ela pode também majorar o tributo, ela que efetivamente traz o tributo
ao nosso ordenamento jurídico.
Abaixo dela vem regulamentação, a regulamentação do que já está em lei ode vir por meio
de decreto. No caso da receita federal, uma instrução normativa. A regulamentação não pode
trazer nenhuma matéria ova, ela aí regulamentar o que já foi trazido por lei. Um exemplo que
podemos dar de uma regulamentação é uma instrução normativa que vai alterar o código
de recolhimento DARF de um tributo. Seria extremamente moroso se precisa de uma lei de
votação para tanto. Não é nada que altera, nenhum conteúdo, é pura e simplesmente uma
regulamentação daquele tributo que está inserido. Portanto pode ser feito por meio de decreto,
instrução normativo no caso da receita.

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loucura porque a partir do exercício seguinte os tributos poderiam ser cobrados. Janeiro já é
exercício seguinte. Então para evitar esse tipo de surpresa ao contribuinte a constituição federal
foi emendada, surgiu a anterioridade nonagesimal. O que ela significa? Que após a instituição
da lei, existe a necessidade de uma vacância de 90 dias para que esse tributo possa ser cobrado.
Então vamos a um exemplo prático. Dia 31 de dezembro foi majorado um tributo, de acordo
com a anterioridade nonagesimal, só posso cobrar esse tributo após 90 dias de vacância, ou
seja, em meados de marco de 2021 eu poderia cobrar esse tributo e aí eu estaria respeitando
tanto a anterioridade nonagesimal quanto a anual.
Qual tributo que não precisa respeitar a anterioridade nonagesimal? Imposto de renda. Para
manter a base de cálculo em todo ano calendário, o imposto de renda só precisa respeitar a
anterioridade anual.
Qual tributo não precisa respeitar a anterioridade anual? IPI, também é uma exceção. Princípio
da capacidade contributiva, é aquele princípio que trata da progressividade, essencialidade
dos bens, ou seja, quem ganha mais paga mais. Se você tem capacidade contributiva, maior
patrimônio você vai pagar mais tributo. Conforme você tem mais, você paga mais. O princípio
da isonomia, todos têm que ser tratados de forma igual. Igualdade par aos iguais, desigualdade
para os desiguais. Tem que ter uma equivalência entre os contribuintes, então a renda de um
contribuinte que tem uma profissão x tem que ser tributada igual a renda da profissão y e
assim por diante, respeitando a capacidade contributiva mas tem que ter equivalência entre os
contribuintes.
E por fim, tem o princípio do não confisco, o que não pode, o estão não pode tributar os
recursos do contribuinte de maneira exagerada, não pode ter uma tributação maior do que
o próprio patrimônio. Esse princípio do não confisco é usado para o patrimônio, mas não
necessariamente utilizado para multas, por exemplo. E aí como eu já trouxe para vocês, tem a
exceção ao princípio da legalidade e anterioridade os tributos extrafiscais, porque uma exceção
a legalidade e anterioridade? Porque os tributos extrafiscais como o próprio nome diz, eles
têm uma função, além da arrecadação. Usualmente eles tentam organizar alguma situação ou
operação. Por exemplo, se quero evitar maior importação eu preciso naquele momento majorar
o IPI, se eu preciso majorar naquele momento e se eu respeitar a legalidade e a anterioridade
vai demorar muito tempo para eu conseguir majorar, ele não vai mais ser valido naquela
situação especifica em que o estado, em que o governo precisa majorar o IPI. A mesma coisa o
IOS se eu quero controlar uma situação de cambio, eu quero majorar o IOF por meio de decreto
e assim por diante. Como os tributos extrafiscais não são meramente arrecadatórios, eles
buscam regulamentar essas situações, intervir como atividade do estado, intervir na economia
eles não estão sujeitos nem a legalidade e anterioridade.

Espécies Tributárias
Existem cinco tipos de espécies tributarias. Primeiro a gente começa com os impostos, eles não
têm destinação especifica, isso mesmo, você paga sem contraprestação nenhuma da atividade
do estado. Você não paga imposto porque o estado fez alguma coisa para vocês. Você paga
imposto para que o estado continue a atuar, para que ele tenha dinheiro para funcionar. Você
paga tributo ou imposto para a máquina estatal funcionar, todo mundo paga imposto. Claro,
respeitando a capacidade contributiva de cada um.

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Taxas, diferentemente do imposto, é intimamente ligada a atividade estatal, você está


remunerando um serviço público. Tendo em vista que o estado está servindo, prestando uma
atividade para você, você tem que pagar ele, essa contraprestação é uma atividade estatal.
Por exemplo, a taxa do lixo, aqueles contribuintes específicos que precisam daquele serviço do
estado vão ter que remunerar o estado e pagar essa taxa.

Contribuição de Melhoria
As contribuições de melhoria existem devido a uma obra pública que teve uma melhoria em um
imóvel, por exemplo. Você tem um imóvel no bairro x e teve uma obra pública. Por causa dessa
obra pública, o seu imóvel valorizou, bairro valorizou, ou seja, você particular especificamente
teve uma melhora. Você teve uma melhora graças a uma obra, portanto você deve contribuição
de melhoria.
Empréstimos compulsórios eles vêm em uma situação de guerra, iminência de guerra, calamidade
pública e o que posso citar como exemplo a barragem de Brumadinho, podia ter sido instituto
empréstimo compulsório pois teve calamidade pública extremamente relevante. Então naquele
momento o estado poderia ter requerido. E por fim, temos as contribuições sociais, elas não têm
nenhuma vinculação com a atividade estatal e são destinadas a ordem social.

Hipótese de Incidência Tributária


Como funciona a hipótese de incidência tributária, aqui eu trouxe a regra matriz de incidência
tributária que é extremamente simples. São alguns critérios, mais especificamente, cinco
critérios que respondem como funciona.
Então o critério material vamos analisar o IR, qual o critério material? Qual a matéria? Auferir renda,
ou seja, a resposta é auferir uma nova renda. Onde? Tendo em vista o critério da universalidade
do brasil em qualquer lugar do mundo onde auferir renda em que tributar renda aqui no brasil se
você for residente fiscal. Quando? No momento que auferir renda. Aí tem o critério pessoal que
vai trazer o sujeito ativo e passivo e quantitativa, qual a base e calculo desse tributo e qual vai ser
alíquota aplicável. Então você respondendo tudo isso ocorre a incidência tributária. Vamos citar
como exemplo a alienação de um carro, o fato gerador foi a alienação, não especificamente de um
carro porque é difícil ter um ganho de capital na venda de um carro. A partir do momento que você
tira ele dá concessionaria ele já desvaloriza. Mas a alienação de um bem qualquer, de uma obra de
arte, você alienou um bem e auferiu ganho de capital, fato gerador, você auferiu renda, obrigação
tributária pagar imposto de renda sobre o ganho de capital. Aí tem o lançamento que você faz o
recolhimento de ganho de capital ou lança na sua declaração de ajuste anual e aquele momento
em que o fisco tem condições de saber o que aconteceu e te cobrar isso. A partir do lançamento
você tem os institutos da decadência e da prescrição. Como funcionam? A partir deste momento
do recolhimento, da declaração o fisco tem cinco anos para lançar esse tributo devido e constituir o
credito. Se ele lançou ele tem cinco anos para cobrar sob pena de prescrição. Então esse momento,
esse lançamento é extremamente importante porque é ele que vai ser o início da contagem de
prazo para a decadencial ou prescrição, ou seja, às vezes, apesar de lançado o tributo o fisco perdeu
o prazo de cinco anos para uma execução fiscal. Você vai ficar refém o resto da vida desse tributo
que você deveria ter pago? Não. Cinco anos para prescrição.
Por hoje é só. Agradeço que vocês vieram. Espero que vocês tenham gostado. Até a próxima.
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TRILHA 02

Sejam bem–vindos a aula de Planejamento Fiscal. Meu nome é Nathalia Fujiwara, sou advogada,
contadora, especialista em direito tributário e well management e hoje na trilha 2 vamos tratar
sobre imposto de renda pessoa física. É um tema extremamente importante e relevante para
todo planejamento fiscal que for feito. É aqui em que a gente consegue ver quais as condições
de cada lançamento, ou seja, tipos de aplicações financeiras, como você tem recebido seus
rendimentos do trabalho dividendos, salario, JCP, então vamos lá.

Considerações Iniciais – Renda


Primeiro, código tributário nacional no seu art. 43 dispõe sobre renda. Que a renda é entendida
sobre o produto de capital do trabalho ou combinação de ambos e também incide IR sobre
proventos de qualquer natureza a ser entendidos como acréscimos patrimoniais. Ou seja, o
conceito de renda ele tem que ser mensurado em dois momentos. O momento um eu tenho
zero, no momento dois trinta. Eu tenho trinta de renda. Assim é tributado pelo IR tanto os
rendimentos, acréscimo patrimonial e ganho de capital. Quais são os princípios que norteiam
o IR pessoa física? Generalidade, o que é esse princípio? Ele simplesmente veda o privilegio
e exclui a seletividade. Princípio da universalidade independentemente de onde essa renda
foi auferida ela vai ser tributada, se você é residente fiscal no brasil, e auferiu uma renda na
Itália, você vai ter que tributar essa renda aqui no Brasil, esse é o princípio da universalidade.
Princípio da progressividade que é aquele princípio da capacidade contributiva que já falamos
na aula anterior, ou seja, quanto mais renda auferir maior vai ser a sua tributação.

Imposto de Renda
No imposto de renda pessoa física a gente tem duas formas de recolhimento que são as
antecipações e tributação exclusiva ou definitiva. O que isso significa. Se você tem um ganho
de capital e você aliena um bem você vai tributar sobre as alíquotas de 15% a 22,5%e essa
tributação é definitiva, nada mais vai acontecer. JCP, se você recebe JCP a tributação é exclusiva
e definitiva em 15%, além de ser uma despesa dedutível do lucro real da pessoa jurídica e
quando você lançar isso na declaração de IR não vai aumentar o quanto você tem de tributo a
pagar. A mesma coisa a aplicação de rendimentos no mercado financeiro, elas são tributações
exclusivas e definitivas. Apesar de você ter que lançar ela no seu IR, na sua declaração de ajuste
anual elas não vão alterar o quanto você tem que pagar. Diferentemente das antecipações. Por
exemplo, a retenção na fonte, se você recebe um salário de uma pessoa jurídica, ela vai e retém
na fonte o IR sobre seu salário, quando você jogar o seu salário na sua declaração de ajuste
anual vai ter alguma alteração. A mesma coisa no carne leão, recebeu aluguel, royalties carne
leão.

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Tabela Progressiva Mensal


Nesse sentido, as antecipações elas estão sujeitas as alíquotas da tabela progressiva mensal,
se você ganha até R$ 1.903,98 você não paga nada, se você ganha desse valor R$ 1.903,98 a
R$ 2.826, 65 você vai pagar alíquota de 7,5%. Se você ganha de 2.826,00 a R$ 3.751 a alíquota
de 15% e assim por diante. Só que o que acontece aqui, é uma tributação progressiva, sendo
progressiva se você ganhasse acima de R$ 4.664,00 que é os 27,5% você ia ter que tributar por
faixas, ou seja, o que você ganhou de R$ 1.903,00 a R$ 2.826,00 você ia ter que tributar 7,5%.
O que você ganhou R$ 2.826 até R$ 3.751 você ia ter que tributar 15% e assim por diante para
achar o total de tributos que você tem que pagar. A Receita Federal, para facilitar um pouco
a nossa vida, criou a terceira coluna que é a parcela a deduzir. Portanto. O seu único trabalho
é achar onde seu rendimento se encaixa. Vamos supor que você ganha 4 mil reais por mês,
então está aqui na alíquota de 22,5%. Então você vai fazer R$ 4 mil x 22,5% e tirar essa parcela
a deduzir e dessa forma você já está respeitando a progressividade de cada faixa. Aqui eu
coloquei um exemplo. Se tem um recebimento de dez mil reais, os dez mil reais vão estar nessa
faixa de 27,5%. Ou seja, você vai aplicar os 27,5% sobre os dez mil reais que vai dar R$ 2.750,00
e você vai tirar essa parcela a deduzir aqui. Portanto, é isso aqui que dá no final R$ 1.880,64.

Obrigatoriedade de apresentação
Agora a gente vai tratar de quem são as pessoas obrigadas a apresentar a declaração de imposto
de renda pessoa física. Se você tem rendimentos isentos a partir de 40 mil reais ou você tem
rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559, operações de ganho de capital, operações na bolsa
de valores, se você teve atividade rural com a receita bruta maior que R$ 142.798,00 ou se você
teve prejuízo nessa atividade rural e você vai querer utilizar esse prejuízo nos anos seguintes. Se
você também teve uma alienação de um imóvel em que você vai utilizar a isenção da tributação
que seja naqueles 180 dias para comprar outro imóvel ou imóvel de até R$ 440.000,00 você
também é obrigada. Então você estando dentro dessa obrigatoriedade você tem duas opções,
apresentar declaração simplificada ou completa. Qual a diferença?
A declaração completa é aquela em que você tem a possibilidade de dedução de despesa,
claro, aquelas despesas que a lei permite. Então você tem todos os rendimentos, desses
rendimentos você pode tirar, deduzir algumas despesas e custos que a lei permite e no final
vai ter a base de cálculo do imposto. Diferentemente da declaração simplificada. Ela não tem
dedução de despesas, trabalha com presunção de até 20% dos rendimentos tributáveis, ou
seja, automaticamente ela vai tirar R$ 16.756,34 do máximo da sua base tributada. Ou ela vai
tirar 20% da sua base tributável ou até 16.754,00. É uma presunção, é uma maneira de deduzir
20% ou 16.754, o que for menor.

Principais rendimentos tributáveis


Aqui eu trouxe os principais rendimentos tributáveis, aqueles que costumamos mais ver no
dia a dia do cliente. Trabalho assalariado que já tem a retenção na fonte pela pessoa jurídica,
pensões e benefícios de previdência privada e aquelas pessoas ausentes no exterior que estão
prestando serviço para o Brasil também vão estar nessa retenção. Já os rendimentos tributáveis
sujeitos a carne leão que é aquela antecipação são alugueis, arrendamento, royalties, alimentos,
pensões e trabalho não assalariado, que é aquele feito pelo autônomo. Sobre aquela renda que
você auferiu você tem que fazer o recolhimento do carnê leão que é de zero a 27,5% dentro
daquela faixa da tabela anterior.
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PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL

Principais deduções – Despesas


Falando em declaração, lembrando que a gente tem tanto a completa quanto a simples. Na
completa a gente tem algumas despesas dedutíveis. Quais são as principais? Contribuições
previdenciárias e previdência complementar, são limitadas a 12% dos rendimentos que você
tem na sua declaração. Não adianta pagar um milhão de reais em PGBL e achar que você
vai poder deduzir um milhão de reais, você não vai poder deduzir, são limitadas a 12% dos
rendimentos.
Despesas medicas não tem limite de dedução. Pode deduzir tudo, lembrando que despesas
medicas precisam de comprovação em hipótese de as autoridades fiscais quererem fiscalizar
sua declaração, elas vão pedir recibos, provas idôneas para que você comprova a veracidade
das suas deduções. Despesas com educação tem limite anual de R$ 3.561,50. O que isso quer
dizer? Que se eu gastei dois mil reais, eu vou deduzir dois mil, o meu limite é R$ 3.561,50. Não
quer dizer que eu posso deduzir tudo isso, é até esse valor. Também posso deduzir as despesas
com educação até esse limite para os meus dependentes, então eu posso deduzir esse limite
por CPF. Então se tenho os meus dependentes, tenho três dependentes e paguei 5 mil reais de
instrução para eles, eu posso deduzir três vezes R$ 3.561,50. Dedução por dependente, cada
dependente seu você pode deduzir R$ 2.275,08, por CPF de dependente. Pensão alimentícia,
lembrado que é aquele valor homologado por sentença judicial. Se o valor homologado foi
R$2.500 não adianta pagar quatro mil e achar que você vai deduzir quatro. Então é no limite
daquilo que foi homologado por sentença judicial.
Proventos e pensões para maiores de 65 anos. Também são despesas dedutíveis só que tem que
respeitar esse limite R$ 24.751,74. E para as pessoas que realizam trabalho não assalariado, os
autônomos existe o livro caixa. É um livro em que você pode deduzir as despesas necessárias,
claro, necessárias e possíveis por lei daquele seu trabalho. Ou seja, você auferiu renda e precisa
alugar uma sala, você precisa de uma funcionária, então você pode deduzir essas despesas
do seu trabalho assalariado através do livro caixa, somente para autônomos, para quem tem
trabalho não assalariado. Você, assalariado, não pode se utilizar do livro caixa.

Principais isenções
Rendimentos isentos, aqueles que não são tributáveis vão entrar na sua declaração, tem que
ser informados, mas não vão causar impacto algum, são meramente para informação ao fisco.
Lucros e dividendos recebidos por acionistas, pensão, pecúlio, indenização por aviso prévio,
rescisão de contrato de trabalho, alienação de bem ou direito de pequeno valor, ou seja,
qualquer alienação de bem de até 35 mil é isento de imposto de renda. Então você alienou um
carro por 32 mil reais vai ser isento de imposto de renda. Um quadro, uma joia, enfim, qualquer
bem. Lembrando que essa isenção é por natureza de bem. Ou seja, se você alienar dois carros,
e a alienação ultrapassar 35 mil você vai ter que recolher.

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Exemplo de DAA
Aqui eu trouxe para vocês um exemplo de declaração de ajuste anual onde o indivíduo
estava em dúvida se ele faria a declaração simplificada ou completa. Aqui eu trouxe como
rendimento salario, aluguel, dividendo, decimo terceiro, JCP e aqui as despesas dele. Esse
cálculo é meramente exemplificativo porque é um cálculo que o programa da Receita Federal
de declaração de ajuste anual já faz automaticamente e ele já te dá a opção pela declaração
completa ou simplificada já com os valores a pagar ou a restituir. Então na declaração completa
todos os rendimentos dele totalizaram R$ 368 mil. Desse valor quais as despesas dedutíveis
que ele teve? INSS, ele teve um dependente, então ele lançou o valor por dependente, a
educação ele gastou R$ 3.561,50 com a educação dele, com a educação do dependente gastou
dois mil reais, então só tirou os dois mil mesmo, com saúde tem com despesa medica 20 mil
reais em nota e o total de dedução deu R$ 36.393,00. Enquanto na declaração simplificada ele
não poderia aproveitar nenhuma dessas despesas, mas já existe a presunção da dedução de
20% dos rendimentos tributáveis, limitados a R$ 16.754,34. Portanto 20% de R$ 368.000,00
é muito mais que dezesseis mil, mas ele só pode deduzir dezesseis mil. Quanto deu a base
de cálculo nessas duas declarações? Na completa deu R$ 331.000, 00 ou seja, teve muitas
despesas dedutíveis que ele pode aproveitar que foram maiores do que essa presunção de
20% da declaração simplificada que deu R$ 351.000,00 de base de cálculo. Aplicando a alíquota
de 27,5% menos aquela terceira coluna de rendimentos dedutíveis quanto deu? R$ 80 mil
de imposto na declaração completa enquanto na declaração simplificada deu R$ 86.160,00.
Aqui eu fiz um cálculo da alíquota efetiva que significa quanto ele pagou de imposto dividido
por quanto ele tem de rendimento. Ou seja, a gente pode ver que na declaração completa
ele pagou menos imposto. Como eu sei o que é melhor para mim, se você não tem despesas
dedutíveis, com certeza vai ser melhor para você a declaração simplificada porque você já tem
uma presunção de 20% ao limite máximo de R$ 16.754,00. Agora se você tem um monte de
despesa dedutível provavelmente a declaração completa vai ser melhor para você e a sua base
tributável vai ser menor. Como a gente pode ver aqui, a alíquota efetiva da declaração completa
foi bem menor.

Rendimentos sujeitos à tributação


Exclusiva ou Definitiva
Aqui rendimentos sujeitos à tributação exclusiva ou definitiva, eu trouxe os principais para
vocês, já falei que são aqueles rendimentos que são definitivos, não vão impactar nada a sua
declaração de imposto de renda quando vocês jogarem eles lá, só que vocês têm o dever de
informar.
Os principais rendimentos de tributação exclusiva ou definitiva são os rendimentos de
aplicação financeira, alienações a prazo, JCP que é aquela alíquota de 15% que é inclusive é
uma despesa dedutível do lucro real, do imposto de renda pessoa jurídica também faz parte
de um planejamento que vamos falar posteriormente, decimo terceiro salário, loteria, sorteio,
título de capitalização, ou seja, ganhou, vai ter que tributar, pelo menos vai ser uma tributação
definitiva, ela não vai alterar em nada na sua declaração de ajuste anual.

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Ganho de Capital
O ganho de capital é aquela diferença positiva entre o valor de alienação menos o custo de
aquisição de um bem. O ganho de capital é uma tributação definitiva, a pessoa física tem uma
tabela progressiva, então você vai tributar 15% nas alienações até 5 milhões, 17,5% quando o
ganho de capital for maior que 5 milhões e menor que 10 milhões. 20% quando for maior que
dez milhões e menor que 30 milhões e 22,5% quando for acima de trinta milhões. Lembrando
que bens de pequeno valor, ou seja, avaliações até 35 mil reais não estão sujeitos ao ganho
de capital. São alienações isentas, mas e se eu alienar um imóvel e receber a prazo, como
funciona? Então aqui trouxe dois exemplos para vocês. O exemplo de uma alienação a vista, eu
tinha o custo de aquisição 50 mil reais e eu alienei a um milhão de reais. Qual foi meu ganho de
capital? Alienação menos custo de aquisição, então meu ganho foi R$ 950.000,00. Como está
dentro da tabela anterior, a alíquota é de 15%. Então 950 mil vezes 15%, 142.500,00 é o que eu
vou pagar.
Agora e se eu recebi a prazo, como funciona? Eu coloquei o mesmo exemplo com recebimento
a prazo. Então aqui foi um imóvel com custo de aquisição de 50 mil reais, foi alienado por um
milhão, só que dessa vez o recebimento foi em dez parcelas de 100 mil. O que eu faço, eu
tive um ganho de capital, mesmo valor de 950 mil só que vou receber em dez parcelas. Se
vou receber em 10 parcelas e a tributação de pessoa física é caixa, ou seja, disponibilidade
econômica, momento do recebimento, como eu faço? Aqui primeiro você precisa fazer
proporção do ganho. Então meu ganho de capital foi de R$ 950 mil de um milhão, a minha
proporção de ganho foi 95%. Cada parcela tem o ganho de 95%, se são dez parcelas de cem mil
reais, o ganho de cada parcela é 95 mil, ou seja, tenho que aplicar os 15% que é a alíquota de IR
sobre ganho de capital sobre o ganho de cada parcela, 15% dos R$ 95 mil vai dar R$ 14.250,00
e eu vou recolher toda vez que eu receber a parcela porque estou respaldada pelo regime de
caixa que é o regime aplicado a pessoa física. Vocês viram que não mudou nada, os valores
são os mesmos, só que aqui vou recolher na proporção do meu ganho e do recebimento das
parcelas.

Antecipação v.s Ajuste Anual


Aqui eu montei para vocês uma estrutura de um desenho de como funciona a declaração de
ajuste anual. Aqui eu estou no dia 1 de janeiro do x e aqui dia 30 de dezembro do x, o ultimo
dia. Dentro desse mesmo ano calendário o que vou ter, antecipações, tributação exclusiva na
fonte ou definitiva, então posso receber JCP, alienar um bem e recolher ganho de capital, ter
meus rendimentos de aplicação financeira, tudo definitiva, só que também posso ter minhas
antecipações, um carne leão de um aluguel, de um royalties, minha retenção na fonte de
salário, o que a PJ que paga meu salário reteve na fonte, se eu tiver alguma atividade rural.
Então aqui vou ter minhas antecipações, o que é tributado na fonte, dentro desse mesmo ano
calendário e aqui em 30 de abril no ano posterior eu vou ter que informar à Receita Federal por
meio da declaração de ajuste anual e é aqui que toda essa base de cálculo é ajustada e eu vejo
se tive ganho e vou ter que recolher imposto a maior ou não, ou se já recolhi a maior e vou ter
uma restituição.

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Declaração de Saída Definitiva


Eu acho que a gente passou pelas principais nuances da declaração de ajuste anual e agora a
gente vai começar a declaração de saída definitiva. Eu, brasileiro, residente fiscal, resolvi sair do
Brasil, não quero mais ser residente no Brasil, o que tenho que fazer? Entregar a declaração de
saída definitiva, como funciona? Primeiro, até o último dia útil de fevereiro, no caso usualmente
até dia 28 de fevereiro você entrega uma comunicação de saída definitiva a Receita Federal
e em 30/4 que é no mesmo prazo da entrega da declaração de ajuste anual, você tem que
entregar uma declaração de saída definitiva, ela é idêntica a declaração de ajuste anual. Tem o
campo de bens e direitos, rendimentos, tributação exclusiva e definitiva.
O que acontece aqui, se eu sair esse ano do Brasil, eu preciso informar para a Receita até o dia
que saí o que aconteceu com meu patrimônio, então se saio agora em julho, o ano que vem até
fevereiro preciso avisar a Receita que saí em julho e aí em 30 de abril do ano que vem eu vou
informar tudo que tive de rendimento, ganho ou alienação até 30 de julho por meio da minha
declaração de saída definitiva que como eu já disse ela é idêntica a declaração de ajuste anual
só que tem uma informação a mais, você precisa apontar um procurador no Brasil que é aquele
que vai ser responsável por você aqui, ou seja, se você precisar ser intimado, acontecer alguma
coisa, tem que ter alguém pra receber as citações, que seja responsável por você. Como eu
falei, na declaração de saída definitiva existe a possibilidade de redução do ano fiscal porque
vou receber pelo meu patrimônio até o aquele mês que fiquei no Brasil, no caso, no exemplo
que dei em julho e se eu não entregar a declaração de saída definitiva? Vou ser considerado
residente fiscal para sempre no Brasil? Não. A partir do decimo terceiro mês consecutivo da
sua ausência em território nacional você é considerado não residente. Qual o problema?
Durante esses doze meses em que você ainda vai ser considerado residente você ainda está
sob regime de tributação brasileira, ou seja, princípio da universalidade, o que você auferir
em qualquer lugar do mundo, por qual você saiu, você também deve tributar aqui, ou seja, de
extrema importância entregar a declaração de saída definitiva. A declaração de saída definitiva
é elaborada no mesmo programa da declaração de ajuste anual, tem um item especifico que
você vai clicar se você vai querer fazer uma declaração de ajuste anual ou uma declaração de
saída definitiva e alguns pontos muito importante sobre a declaração de saída definitiva. Você,
deixando de ser residente fiscal, você não pode mais manter uma conta de residente fiscal,
então você precisa fechar suas contas, dar baixa nas aplicações financeiras porque basicamente
se você quiser voltar a aplicar no Brasil ou voltar a aplicar no Brasil você vai ter que fazer isso
como não residente fiscal.
Então é importante ter um planejamento prévio, antes da sua saída definitiva para que você
fechar suas contas nos bancos, até existem contas para não residentes só que são contas
primeiro é muito difícil encontrar bancos que queiram fazer essas contas e depois com
valores altíssimos de manutenção. Então se você não vai ter essa conta especifica para não
residente, você tem que fechar suas contas, dar abaixa em aplicações, você precisar dar
baixa em empréstimos, mútuos, você pode manter imóvel aqui porque se você for alugar um
imóvel tem como a pessoa que vai te pagar o aluguel fazer o IR em fonte, ela já remete o valor
liquido e recolhe aqui no Brasil o valor de IR referente a esse aluguel. Além disso, você como
não residente não pode ser administrador de empresas, então tem várias nuances que com
certeza não podem estar dentro da sua declaração de saída definitiva. É sempre bom consultar
especialista que vá analisar a situação do cliente e ver o que ele pode manter no Brasil e o que
não pode manter.

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Existem alguns clientes que fazem uma holding patrimonial porque querem manter uma
vida no Brasil mas não são mais residentes, não tem mais o animus definitivo de vir aqui mas
querem por exemplo, poder pagar despesas da casa, do carro, funcionário, então eles mantem
uma holding patrimonial e ela pode como uma pessoa jurídica brasileira ter contas em banco,
mas lembrando que, por exemplo, pra aplicação financeira ao invés de ser aquela tabela que
é pra pessoa física de até 22,5% vai ser 34% para pessoa jurídica, então não é uma boa para
aplicação financeira mas se o cliente precisa manter uma conta aqui ou tem um patrimônio
que quer manter aqui ele pode, por exemplo, dar uma saída definitiva mas manter uma holding
patrimonial e aí na declaração de imposto de renda ele pode manter a participação societária
dessa holding patrimonial.

Declaração de espólio
Em hipótese de falecimento, o que acontece com o patrimônio do falecido. Vai para inventario,
mas quanto tempo pode durar um inventario? A gente sabe que aqui no Brasil é bem devagar e
a gente sabe que um inventario pode durar anos. Para isso existe a declaração de espólio. Ela vai
ter todo patrimônio do falecido, quem é responsável pela apresentação dela, o inventariante,
cônjuge, meeiro, se não tiver inventariante e ela é entregue no mesmo prazo da declaração de
ajuste anual e também pelo mesmo programa da declaração de ajuste anual.
Então tem alguns tipos da declaração de espolio, tem a inicial que vai ser feita no ano do
falecimento, faleceu em 2019, essa declaração agora que vai ser entregue em 2020 vai ser
a declaração inicial. O espolio tem direitos, bens, deveres, vai ser uma declaração normal,
com patrimônio normal. Se o espolio receber rendimentos de aplicação financeira, vai estar
lá. E se ele alienou alguma coisa para pagar dívidas da empresa do espolio, vai ter o ganho
de capital se não tiver nos bens de pequeno valor, vai ter que recolher, a vida do patrimônio
continua até que o inventario termine. O primeiro ano é a declaração do espolio inicial, tem
a declaração intermediaria, pode ter mais de uma declaração intermediaria se durar muito
tempo e a declaração final é aquela entregue no ano calendário da decisão judicial em transito
da partilha. Então no ano que acabou a partilha, tudo se resolveu, sabe o que vai para quem
temos a declaração final.
Na declaração final você informa quem são os herdeiros, o CPF, e basicamente a declaração
finalmente é zerada e aí não existe mais o que fazer. Simplesmente não há mais continuidade
na declaração do espolio.

Penalidades
Aqui eu trouxe as penalidades em hipótese em hipótese de atraso na entrega na declaração
de ajuste anual. A multa ela pode variar de 1% sobre o imposto devido por mês ou uma fração
só que o mínimo que você vai pagar é uma guia no valor de R$ 165,74 e o máximo é 20% do
imposto devido. Você tem a mora que é 0,33% ao dia limitado a 20% também do tributo não
recolhido e aí tem o juro SELIC que é a atualização daquele dinheiro no tempo que vai ser a
SELIC mensal aplicada no mês mais 1% aplicada no último mês de pagamento.

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E se houve fiscalização e a receita te multa por alguma coisa que ela não concordou, uma
empresa que ela entende que não é dedutível, você vai pagar 75% de multa sobre aquele tributo
devido, mas também tem a multa qualificada que é o dobro 150%. Quando ela é aplicada,
em hipótese de fraude, quando o fisco entende que aquele lançamento, aquela declaração
ou alguma informação foi fraudada. E aí como houve dolo ele aplica uma multa qualificada
de 150%. E tem a multa de oficio agravada. O que é essa multa? É quando o contribuinte não
auxilia na fiscalização, não responde, não presta esclarecimentos ou as vezes até atrapalha,
então vai se uma multa qualifica a maior porque pode ser 112,5% ou 225% que no caso é uma
bela de uma multa.
Por hoje é só, eu agradeço e espero que vocês tenham aproveitado a aula.
Até logo

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TRILHA 03

Sejam bem–vindos e bem–vindas a mais uma aula de planejamento fiscal. Meu nome é Nathalia
Fujiwara, sou advogada, contadora, especialista em Direito Tributário e Well Management e
hoje vamos tratar sobre tributação de produtos financeiros.
Sabendo que vocês já tiveram aulas específicas sobre produtos financeiros, fundos, renda fixa e
variável, vou tentar tratar dessa matéria de uma matéria breve e repassar os principais pontos
para não ser muito repetitiva para vocês.

Tributação de Renda Fixa


Aqui a tributação de renda fixa, na pessoa física. Primeiro, o que é renda fixa? Aqueles títulos
que remuneram o dinheiro com valores predeterminados fixados ou suscetíveis de serem
conhecidos pelo investidor. Ou seja, você não corre muito risco, você já sabe quanto vai ganhar
out em uma ideia, desde o começo. Como funciona essa tributação? É feita por retenção na
fonte pela instituição pagadora, pelo administrador, para onde o seu dinheiro está, aquela
pessoa vai ser responsável por reter o tributo sobre os seus rendimentos. Quais as alíquotas da
renda fixa?
Alíquotas regressivas, aqui está escrito progressiva, mas na verdade é regressiva, quanto maior
o tempo da aplicação financeira, menor vai ser a alíquota. Lembrando que antes de iniciar o
cálculo de quanto você vai pagar no rendimento da aplicação de renda fixa, você precisa se
perguntar se aquele rendimento é isento ou não de imposto de renda. Por exemplo, a poupança
é isenta, debentures de infraestrutura isento, títulos imobiliários de agronegócio, LCI, LCA são
rendimentos isentos de imposto de renda. Então quando você se deparar com um deles, você
já sabe que não precisa calcular o IR.
Aqui tem essa tabela regressiva que quanto menor o tempo, maior a tributação, então
rendimentos de aplicação de até 180 dias maior alíquota, 22,5%. De 181 dias a 360, 20% de
alíquota. De 361 a 720 dias, 17,5% e assim o restante mais de 720 dias você tem a menor
alíquota aplicável que é de 15%. Qual o fato gerador? Vai ser o rendimento que você auferir
no vencimento, juros, conversão de debenture em ação, repactuação, cessão, enfim, é aquele
momento em que você vai ter o rendimento em si. O recolhimento, como já dito, é uma
retenção na fonte e o cálculo do imposto de renda incide após o IOF TVM.

Tributação de Renda Fixa


Aqui lembrando a tabela de IOF TVM que é uma tabela de trinta dias. Então, nos 30 primeiros
dias da sua aplicação, se você resolver resgatar ela você vai ter que resgatar IOF. Começa em
96% e no 30º dia vai para 0%. Então aplicações acima de 30 dias não tem IOF TVM. Lembrando,
e se eu resolvo aplicar num fundo de renda fixa que tem come cotas obrigatoriamente e come
cotas vai incidir dos 30 dias de aplicação, o que eu faço? O IOF tem que ser aplicado antes do
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IR, então você faz o IOF virtual. O que é isso? Se a minha aplicação tem 18 dias, por exemplo,
vou aplicar o IOF fictício de 40% sobre o rendimento, tirar ficticiamente da base de cálculo e
depois o come cotas vai incidir dessa base de cálculo liquida de IOF. Lembrando também que
antes de fazer a aplicação dessa tabela você também tem que verificar se de repente o título ou
rendimento da sua aplicação de renda fixa é alíquota zero ou não, porque você for alíquota zero
não precisa nem consultar seu IOF.

Exemplo Prático
Aqui eu trouxe um exemplo prático para vocês de uma aplicação. O investidor, neste caso,
aplicou R$ 50 mil em um CDB e resolveu resgatar com 20 dias. E após 20 dias, foi uma aplicação
ótima, ele resgatou R$ 51 mil, ou seja, teve mil reais de rendimento. Então, primeiro de tudo,
antes de IR tenho que aplicar o IOF. O IOF, dentre os 29 dias, ele tem alíquota daquela tabela
anterior, 20 dias, 33% de IOF. Então eu vou aplicar sobre o rendimento mil reais 33%, R$ 330,00
de IOF. O IR a base de cálculo dele é rendimento líquido de IOF, então R$ 1.000,00 menos R$
330,00 = R$ 670,00 de rendimento para fins de base de cálculo de IR. Vou aplicar o que, tendo
em vista que eu resgate em 20 dias, ou seja, menor de 180 dias, vou aplicar a alíquota de 22,5%
que vai totalizar o IR de R$ 150,75. Nesse caso quando o investidor resgatar o que vai vir liquido
para ele, R$ 50.519,25 que já é o valor do principal e o rendimento líquido do IOF TVM e do IR
que foi retido pela fonte pagadora.

Rendimento isento vs CDB


Aqui eu trouxe para vocês uma tabela muito conhecida no dia a dia que é para você conseguir
comparar um rendimento isento com um não isento de IR. Então se você quiser comparar qual
é o CDI de um rendimento isento comparado com o CDI de um CDB. Aqui você tem as tabelas
de dia normalmente assim como as alíquotas da tabela regressiva respeitando os dias. O que
você tem que fazer, tem que aplicar a taxa de CDI, dividida por 1– a alíquota, ou seja, taxa bruta
de 122,58. Isso aqui costuma ser utilizado para você conseguir faze3r um comparativo dentro
da sua carteira de investimento. De quanto um rendimento que é isento de outro que não
é isento eles estão rendendo efetivamente, então você consegue comparar os dois por meio
disso que é muito simples, como vocês puderam ver. E aí você consegue chegar no CDI efetivo
daquela aplicação financeira.

Renda Variável
Depois dessa rápida passada pela renda fixa a gente vai começar a renda variável. Qual o
conceito de renda variável? Diferentemente da renda fixa são aquelas aplicações que é
impossível ter conhecimento sobre qual vai ser o seu rendimento. Se você compra uma ação
vocês não sabem quanto ela vai te render, você não tem ideia nem se ela vai te render. Nesses
casos isso a gente chama de variável, não é predeterminado, não tem como conhecer nem ter

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ideia do que aquilo vai render. A tributação da renda variável é dividida em duas partes: a renda
variável day trade e não day trade.
Então o que é day trade, primeiro de tudo, são aquelas operações realizadas no mesmo dia, pela
mesma pessoa, com o mesmo ativo, na mesma instituição financeira. É aquela especulação,
você compra e venda aquela ação. A Receita Federal pune esse tipo de investidor, então as
alíquotas são maiores. As operações day trade tem a alíquota de 20% de IR e 1% do dedo duro,
o que é isso? Famoso dedo duro é aquele imposto retido na fonte pela instituição financeira
que é para avisar a Receita que aquela operação foi feita. Depois você pode se compensar desse
dedo duro na hora de recolher os 20%. Então esses 20% é você que vai recolher, investidor e 1%
quem recolhe é a instituição financeira.
Se não é operação daytrade é uma regra geral, normal, alíquota de 15% e o dedo duro de
0,0005% novamente dedo duro recolhido pela instituição financeira que está realizando aquela
operação está dedurando a operação para as autoridades fiscais e 15% auto recolhimento.
Lembrando que tem isenção de alienações de até 20 mil reais por mês por CPF não englobam
operação daytrade. Para o investidor especulador não tem essa isenção. E compensação sim,
pode compensar eventuais prejuízos respeitando a natureza do ativo.

Fundos de Investimento – Renda Fixa


São segregados em dois tipos. Os de curto prazo que são os fundos de investimento de até 180
dias, 22,5% e acima de 180 dias, 20%. E os fundos de investimento de longo prazo, estes têm a
tabela similar a aplicação de renda fixa, a aplicação até 180 dias 22,5%, aplicação de 181 a 360
20%, aplicação de 361 a 720 17,5% e mais de 720 dias 15%. Além disso, os fundos de renda
fixa têm famoso come cotas, duas vezes por ano, mais especificamente, em maio e novembro
existe uma tributação automática independentemente da vontade ou não do investidor que é
o come cotas.
Eles são aplicados as menores alíquotas, dependendo do seu tipo de fundo, então se você tem
um fundo de curto prazo, seu come cotas vai ser de 20% e se tiver de longo prazo vai ser de
15%. Aqui eu trouxe um exemplo de como funciona o come cotas, o nosso investidor tinha
10 mil cotas em janeiro a um real, aí chegou em maio as dez mil cotas valorizaram, estavam
a R$ 1,5 então ele tinha dez mil reais e quinhentos, quinhentos de rendimento. É sobre esses
quinhentos reais que vai vir o come cotas. Tendo em vista que o fundo dele era de curto prazo
a menor alíquota é 20%, então o que eu vou fazer, vou aplicar 20% sobre R$ 500,00 e o come
cotas vai ser de R$ 100,00. Só que não posso diminuir o valor das minhas cotas do fundo. Por
isso vou continuar com cotas de R$ 1,5. E ao invés de dez mil cotas eu vou ter 9905 cotas que
vão totalizar R$ 10.400 porque já estão liquidas do meu valor de come cotas, então em junho as
minhas cotas de R$ 1,5 na verdade vão diminuir.

Fundos de Investimento – Considerações


Os fundos de ação e clubes de investimentos são bem mais simples que os fundos de renda
fixa, afinal é uma alíquota só 15% e não tem come cotas. Aqui os fundos de investimento em
participações. Os fundos de investimentos em participações primeiro têm alguns benefícios
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fiscais que estão expostos na Lei nº 12.431. Como funciona a tributação deles? A alíquota de
resgate e amortização vai depender da constituição do seu fundo, se ele é diversificado vai ser
15%, se não é diversificado vai ser 15 a 22,5%. Agora quando a gente trata do investidor pessoa
física falando existe a presunção de que esse Fipe é diversificado, então a alíquota vai ser 15%
para alienação em bolsa. Mas e se eu alienar fora da bolsa as minhas cotas do Fipe? Se eu
alienar para meu irmão? Aí eu aplico ganho de capital normal de 15% a 22,5%, aquela tabela
progressiva.

Compensação de perdas
Tive prejuízo nos meus investimentos, e agora? É possível realizar a compensação de perdas
quando os fundos têm o mesmo regime tributário. O que isso significa? Prejuízo de fundo de
ação com lucro de fundo de ação, fundo de renda fixa curto prazo com fundo de renda fixa
curto prazo. Fundo de renda fixa longo prazo com fundo de renda fixa longo prazo. Cada um
tem duas cestas de tributação e você só pode compensar seus lucros com prejuízos de mesma
natureza tributária. Eles também têm que ser administrados pela mesma pessoa jurídica e você
tem o prazo de até o ano seguinte para realizar a compensação. Então como eu já disse, tantos
fundos de ação precisam respeitar regras de compensar com fundos de ação e fundo de renda
fixa com fundos de renda fixa. Cada qual com seu cada qual.

Fundos de Investimento Imobiliário


Fundos de Investimento Imobiliário costumam ser extremamente atrativos para as pessoas
físicas. Porque eles têm rendimentos isentos quando eles respeitam aquilo que a legislação
pede, ou seja, que o fundo tenha no mínimo cinquenta cotistas, que suas cotas sejam
negociadas na bolsa ou balcão e que nenhum cotista pessoa física tenha mais de dez por cento
das cotas do fundo ou receba mais de 10% dos dividendos totais do fundo.
A distribuição desse tipo de fundo tem que ser de 95% do lucro semestralmente, ou seja, duas
vezes ao ano, 95% do lucro desses fundos tem que ser distribuídos.
Respeitadas todas essas regras, temos bonitinho um rendimento isento. Esse não forem
respeitadas essas regras? A amortização do rendimento 20% de IR retido na fonte pelo
administrador e em hipótese de alienação do fundo de investimento imobiliário também
tem a aplicação da alíquota de 20% e quem recolhe é o próprio investidor por meio de DARF
específica. Esses fundos também tem a possibilidade de compensação de lucros com prejuízos
pelo investidor. Portanto, lembrando, sempre a mesma natureza do fundo de investimento.

Fundos Fechados
Os fundos fechados eles não têm come cotas, a alienação na bolsa vai depender da composição
desses fundos, ou seja, 15% ou tabela regressiva na hipótese de renda fixa. E alienação fora de

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bolsa de 15% a 22,5% normal ganho de capital como se tivesse alienando um carro, um quadro.
E a amortização novamente, depende da composição do fundo.
Por hoje é só, agradeço muito e espero que vocês tenham aproveitado essa aula. Tentei ser
breve porque eu sei que vocês já tiveram essa matéria e procurei repassar aquilo para fixar os
conceitos.
Até a próxima.

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TRILHA 04

Sejam bem–vindos e bem–vindas a mais uma aula de planejamento fiscal. Meu nome é Natalia
Fujiwara, sou advogada, contadora, especialista em Direito Tributário e well management. Hoje
vamos tratar sobre tributação de rendimento no exterior e obrigações acessórias.

Elemento de Conexão
Primeiro, para tratar de direito tributário internacional nós precisamos passar por quatro
elementos que soa os elementos de conexão. Esses a gente precisa sempre analisar para
verificar se haverá tributação e onde haverá.
O primeiro elemento de conexão é a residência fiscal. Portanto, se você é residente fiscal no
Brasil você está sujeito ao princípio da universalidade, ou seja, não importa onde sua renda é
auferida, ela vai ser tributada aqui no Brasil. Portanto, sempre lembrando que a residência está
sujeita ao princípio da universalidade.
A segunda que a gente tem como elemento de conexão é a fonte de produção do rendimento.
Ou seja, no local em que aquele rendimento foi auferido vai ser um local de tributação que seria
o princípio da territorialidade. Esse princípio também é aplicado no caso de imóvel que gera a
renda. Por exemplo, você, um estrangeiro, tem um imóvel no Brasil e aluga ele, como vai ser o
tratamento. Você mora na Itália mas aluga esse imóvel aqui. Pelo princípio da territorialidade
esse imóvel estando em solo brasileiro vai ser tributado aqui pela retenção na fonte. Entoa no
momento da remessa esse rendimento vai ser tributado aqui e enviado a você liquido.
Por fim, temos como último elemento de conexão a fonte pagadora da renda, ou seja, você um
estrangeiro, está prestando um serviço aqui no Brasil e está sendo pago por uma fonte aqui no
Brasil. Pelo princípio da fonte pagadora, esse rendimento vai ser tributável aqui também tendo
em vista que a fonte pagadora está em território nacional.
É sempre importante identificar onde esses elementos de conexão se encaixam para verifica
onde é que essa renda vai ser tributada.

Bitributação
Trazendo esse assunto em pauta, a gente trata de bitributação e a diferença entre tributação
jurídica para a econômica. A bitributação econômica é aquela bitributação em que os
contribuintes são diferentes, então primeiro houve uma tributação da empresa e depois no
recebimento da pessoa física. Tributou–se a mesma renda, mas com contribuintes diferentes, é
só uma bitributação econômica.
Já a bitributação jurídica não, nós temos que ter todos os elementos similares. A mesma renda
durante o mesmo período de tempo, pelo mesmo fato gerador e mesmo contribuinte. Tudo
isso tem que acontecer junto para que haja a bitributação jurídica. Esta usualmente pode ser
feita compensação, a econômica não porque na verdade você não tem o mesmo contribuinte.

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Na bitributação a gente primeiro precisa analisar se existe ou não tratado entre esses países
que estão realizando essa operação conjunto para verificar como será tributada ou não essa
renda. Então na hipótese de haver tratado é preciso seguir o que está no tratado e usualmente
realizará a compensação entre essas tributações nos dois países.
Se houver reciprocidade, ela é quando os países não têm tratado entre si. Por exemplo, Brasil e
EUA não tem tratado nenhum. Ah, mas já ouvi falar que é possível realizar a compensação entre
os tributos federais brasileiros e americanos, é verdade, é possível. Mas apesar de não existir
tratado só é possível porque há reciprocidade, ou seja, esses dois países tratam reciprocamente
da mesma forma e aceitam a compensação entre eles. Aquele tributo em que você residente
fiscal auferiu um tributo de rendimento assalariado no exterior, ele também é tributado no
Brasil devido a universalidade.
Entretanto, os tributos federais que você já recolheu nos EUA você pode fazer a compensação
aqui na sua declaração de ajuste anual devido a reciprocidade. Mas e se não houve nem
reciprocidade nem tratado, neste caso não há alternativa, haverá a bitributação.

Remessas ao exterior
Aqui a gente vai dar breve passada sobre como funcionam as remessas ao exterior. Você,
brasileiro, vai realizar uma remessa para pagamento de alguma coisa, de alguém, como
funciona a tributação. Usualmente a gente tem uma alíquota de IR retido na fonte, ou seja,
haverá retenção aqui no Brasil de 15%. Então esse dinheiro já vai sair daqui líquido desses 15%,
é uma retenção na fonte. Mas e se você remeter esse dinheiro para paraísos fiscais.
O que são paraísos fiscais? São aqueles lugares em que há uma tributação reduzida, usualmente
em que é abaixo de 20%. O que nós brasileiros tratamos tributariamente, de majorar a alíquota
no caso de remessas, então para paraísos fiscais, para evitar essa remessa para paraísos fiscais
que tem tributação menor, são países que também são sigilosos quanto as pessoas que tem
dinheiro, essa alíquota de remessa é majorada para tentar evitar que esses contribuintes
mandem dinheiro para esses lugares. E aí no caso de remessa ao exterior, se você tiver
remetendo para algum país que efetivamente tenha tratado com o Brasil deverá ser conforme
o tratamento tributário dessa remessa.

Ganho de Capital em moeda estrangeria


Agora o ganho de capital em moeda estrangeira, como funciona? As alíquotas aplicáveis ao
ganho de capital em moeda estrangeira são as mesmas aplicadas ao ganho de capital de 15
a 22,5%, é aquela tabela progressiva. 15% dos rendimentos até 5 milhões, rendimentos de 5
milhões a 10 milhões 17,5% e assim por diante. Pois bem, se as alíquotas são iguais, qual é a
diferença?
A gente precisa analisar duas situações, na verdade esse ganho de capital pode ter sido auferido
originalmente em moeda nacional ou estrangeira. Dependendo de como essa aplicação será
tratada vai ser como vai ser tratada a parte da variação cambial. Explico.

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O rendimento em moeda nacional, quando temos um rendimento em moeda nacional agente


vá ter que fazer essa variação em reais, ou seja, o ganho de capital vai ser o valor de alienação
em reais, ou seja, quantidade de dólares vezes a taxa cambial de dólar de hoje, dia da alienação
menos custo de aquisição, quantidade de dólares vezes a taxa cambial da data de aquisição.
Então aqui o ganho de capital a gente vai ter essa diferença em reais, este tipo de tratamento
acaba expondo uma tributação maior da variação cambial porque você vai fazer a diferença em
reais de quanto você comprou em reais menos quanto você vendeu em reais. Já o rendimento
originalmente em moeda estrangeira que é aquele rendimento que você auferiu caso você
tenha morado fora.
Morou fora fez uma aplicação, é um dinheiro que não saiu do Brasil. Esse rendimento não, você
vai fazer a diferença em dólares. Então, qual o valor em dólar que você alienou menos qual o
valor em dólar que você tinha de custo, e aí você vai chegar em uma diferença em dólares. Com
essa diferença em dólares você vai multiplicar vezes o dólar de hoje, data em que você alienou
o ativo. Então só para ficar claro, a gente acaba tributando uma variação cambial muito maior
aqui no rendimento originalmente em moeda nacional, principalmente que o dólar está com
uma valorização tão alta.
Entretanto este tipo de tratamento não é você que escolhe, é exatamente como é que foi
aplicado esse dinheiro, como ele surgiu. Se você mandou esse dinheiro daqui do Brasil para
fora é originariamente moeda nacional.

Investimento no exterior – Pessoa Física


Agora vamos falar um pouco sobre os investimentos no exterior da pessoa física. Esse é um
ponto que sempre tem muita pergunta, questionamento. Como funciona o tratamento de você
residente fiscal no Brasil quando tem rendimentos lá fora no exterior? Existe a conta corrente
não remunerada. O que é? É aquela que você vai colocar cem dólares e para o resto da vida é
cem dólares, não vai cair nada de juros de nada. Ela não é remunerada.
Essa conta não é tributável, nem para fins de variação cambial, você vai sempre manter ela
no seu IR com o valor em dólares dela que teoricamente não deve mudar porque ela não é
remunerada e sempre ao dólar de 31 de dezembro do ano que você está fazendo.
Então você sempre vai fazer a quantidade de dólares vezes a taxa de dólar em 31 de dezembro
para fins do IR e não vai ser tributável. Pode ser que você tenha ganho de variação cambial não
é tributável.
Recebimento de juros, e se você tem uma conta corrente que é remunerada, ou uma aplicação
financeira que te paga juros, nesse caso você precisa tributar, mas eu recebo juros todo mês,
eu preciso tributar todo mês? Sim. Todo mês você vai tributar esse recebimento de juros de
15 a 22,5% ganho de capital. Como funciona a taxa de cambio aplicável? A taxa de cambio
aplicável para rendimentos é a taxa de câmbio do 15º dia do mês anterior ao recebimento do
rendimento. Então você vai pegar a taxa de cambio, aplicar pelos juros recebidos e recolher
seu ganho de capital mensalmente. Isso se for juros está gente, porque no recebimento de
dividendos é carne leão de 0 a 27,5% também recolhido mensalmente.
Como eu já falei anteriormente para vocês, essas aplicações financeiras têm que ser declaradas
no IR, as aplicações financeiras têm que ser declaradas pelo custo, então se você comprou
uma aplicação de cem dólares quando o dólar estava dois reais, sua aplicação financeira vai
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PLANEJAMENTO FISCAL | EA BANKING SHOOL

ficar no IR por 200 reais o resto da vida, até o momento em que você resolver alienar ela.
Diferentemente da conta corrente não remunerada, que você todo ano vai aplicar a taxa do
dólar do dia 31 de dezembro e mesmo assim ela não é tributável. Os recebimentos de juros
e dividendos é um auto recolhimento, tem que ser tributados conforme são recebidos, pelo
próprio contribuinte e também informados na declaração de ajuste anual.

Offshore
A estão falando offshore, aqui vamos tratar do que seria uma offshore e por que ela é tão
interessante para alguns investidores. É uma empresa usualmente dentro de um paraíso fiscal
ou ano e ela pode ter aplicações financeiras, dinheiro, imóveis, tudo bem. Mas por que ela é
tão interessante? Porque ela tem diferimento fiscal, ou seja, sabe aqueles rendimentos do slide
anterior que você tem que tributar mensalmente os juros e os dividendos que você recebe?
Aqui não, aqui você não tributa. Todos os rendimentos e dividendos recebidos vão ficar dentro
da offshore com diferimento fiscal até que ele seja retirado pela pessoa física acionista da
offshore. A tributação vai ser pelo IR pessoa física e o IOF no caso em que ela trouxer o dinheiro
de volta. Ah, mas como funciona se eu só tirar o dinheiro da offshore para gastar, você vai ter
que tributar se for uma distribuição de dividendos pelo IRPF a 0 até 27,5%.
Ah, mas se usei o cartão de credito? Cartão de credito que estava no nome da offshore, também
precisa tributação, afinal de contas, você está gastando, é uma renda consumida. Você está
tirando você, pessoa física, da offshore, para gastar esse dinheiro. Então se houver o câmbio
0,38 se não houver o câmbio e for só uma distribuição de dividendos de 0 a 27,5%.
Importante, a offshore também está sujeita a esse tratamento de originalmente em moeda
nacional ou em moeda estrangeira. Inclusive na época da repatriação teve muita discussão se
a repatriação permitia com que esse dinheiro fosse tido em moeda estrangeira tendo em vista
que ele nascia, era originado naquele momento de declaração e não importava a origem do
dinheiro.
Uma coisa muito importante para ser ressaltada é o ganho de capital. O que é isso? É quando
você aliena uma parte da offshore. Esse ganho de capital vai ser 15 a 22,5%, não é uma
distribuição de dividendos. Como você sabe a diferença disso? As offshore têm que ter balanço
e nele você tem o dinheiro, aplicações, toda parte contábil e a partir do que for maior que isso
começa a ser lucro. Lucros são dividendos, os dividendos que são distribuídos ao acionista têm
de 0 a 27,5%. Mas se você é acionista e quiser fazer um retorno de capital, ou seja, você quer
retornar de capital uma parte do dinheiro que foi capitalizado na offshore, você está alienando
uma parte da offshore. O tratamento é de 15 a 22,5% e isso, claro, é sempre um ponto de
discussão muito grande na Receita Federal que, de acordo com umas condições de consulta,
diz que o rendimento tem que ser sempre tratado de 0 a 27,5%, inclusive, em hipótese de
alienação da offshore. Mas a letra da lei diz que ganho de capital, ou seja, alienação de capital
tem que ser tratado dos 15 a 22,5%.
Além das offshore, umas partes importantes são as PICS. Você tem diversas aplicações ou
offshores e algumas tem lucro e outras prejuízos. Como se aproveitar do prejuízo, se você
consolidar tudo na PIC que é um tipo de offshore que é especifico para essa consolidação,
você consegue fazer essa compensação de lucros com prejuízos e distribuir somente a parte de
lucros. É muito interessante para quem tem diversificação maior porque primeiro você tem o
controle de quando vai ser distribuído e o que vai ser distribuído.

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Diferentemente de quando você está naquela pessoa física e toda vez que você Recber um
dividendo ou rendimento você vai ter que tributar mensalmente, enquanto em alguns outros
tipos de investimento você está lá com o prejuízo. Então se você tem uma diversificação maior
vale a pena ter uma PIC porque além de você compensar os prejuízos com os lucros, você faz
essa distribuição dos dividendos e tributa somente no momento que você quiser.

American Depositary Receipts


Aqui eu trouxe o famoso ADR porque na verdade ele tem um tratamento bem diferente para
o investidor brasileiro e estrangeiro. O investidor brasileiro vai pagar 27,5%, carne leão no
rendimento de 0 a 27% e o ganho de capital de 15 a 22,5%. Enquanto o investidor estrangeiro
paga 15% sobre o rendimento e zero por centro para o ganho de capital. Porque esse tipo de
aplicação financeira foi feito para estimular efetivamente o investidor estrangeiro a investir
aqui no Brasil porque é uma aplicação que é lastreada em empresas brasileiras.
Então para o brasileiro isso é um investimento normal e aqui a gente tem um benefício para
o investidor estrangeiro para fomentar investidor estrangeiro traga o seu dinheiro e invista
mesmo que indiretamente nas nossas empresas.

DCBE
Bom, se você, investidor com investimento no exterior tem mais de cem mil dólares você é
obrigado a entregar a DCBE, declaração de capitais brasileiros no exterior. Diferentemente da
declaração de IR onde todas as aplicações financeiras a valor de custo, a DCBE não, ela sempre
vai informar o valor de mercado, ou seja, em 31 de dezembro de 2020 eu vou informar todo meu
patrimônio no exterior se eu tiver mais de cem mil dólares com o câmbio de 31 de dezembro.
Isso é porque na verdade o Banco Central não quer sabe qual seu custo, ele quer acompanhar a
sua evolução. É uma declaração extremamente importante.
A multa pela não entrega pode chegar a R$ 250 mil. É extremamente alta, e, além disso, se
você não entrega e nem informa o seu capital no exterior você está atentando contra a ordem
tributária, ou seja, você pode responder no âmbito penal, com crime contra ordem tributária
que é evasão de divisas, que é a saída ou manutenção de moeda no exterior sem autorização
legal, sem que as autoridades fiscais, Banco Central saiba ou lavagem de dinheiro que é quando
você converte esses ativos de origem ilícita para ativos lícitos.
Então se atentem caso você tenha um cliente com mais de cem mil reais, você tem que informar
para que ele faça a entrega da DCBE, que ele informe bonitinho na declaração de IR dos ativos
dele sob pena de uma senhora multa e além disso, sob pena de responsabilidade penal.
Bom por hoje é só, espero que vocês tenham gostado, até a próxima.

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TRILHA 05

Bem–vindos e bem–vindas a mais uma aula de planejamento fiscal, meu nome é Nathalia
Fujiwara, sou advogada, contadora, especialista em direito tributário e Well management e
hoje nós vamos tratar de tributação de pessoas jurídicas e imóveis.

Regimes de Tributação de Pessoa Jurídica


Aqui eu trouxe os tipos de regime de tributação da pessoa jurídica e vou tentar explicar da
forma mais simples possível para vocês. Primeiro temos o Simples nacional que é um tipo de
tributação que buscou efetivamente ser simples e simplificar a vida do investidor. O Simples
Nacional é dividido em MEI, ME e EPP. O MEI é o microempresário individual é aquele que
fatura até R$ 81 mil por ano, é um faturamento baixo, mas ele buscou tirar aqueles empresários
pequenos da informalidade para que eles paguem tributo. Já a microempresa tem que faturar
menos de R$ 360 mil por ano e a Empresa de Pequeno Porte pode faturar até R$ 4.800.000,00
por ano.
O Simples Nacional, a tributação dele é feita de uma forma simples, em uma única guia se
faz o recolhimento de todos os tributos, tanto os federais, municipais e estaduais. Busca
efetivamente simplificar a vida, mas só pode optar pelo simples aqueles que tem até R$
4.800.000,00 de faturamento por ano. Caso você não se enquadre no Simples, você está sujeito
ao lucro presumido ou ao lucro real.
O lucro presumido é um tipo de regime de tributação que é opcional, você pode optar por
ele caso você não esteja obrigado a estar no lucro real. Já o lucro arbitrado nem é um tipo de
regime de tributação, ele é, na verdade, uma “punição” para os empresários que não mantém
a contabilidade em dia, ou seja, chega um fiscal que vai arbitrar quanto ele acha que aquela
empresa teve de lucro porque as vezes ela teve uma enchente, pegou fogo, não está com
a contabilidade em dia ou não tem como informar ou chegar em um número, então isso é
arbitrado por um fiscal.
A adoção de qualquer um desses regimes, seja simples, real ou presumido é irretratável durante
todo ano calendário. E como você faz essa opção? Pelo código de recolhimento da primeira
DARF que você recolhe no ano.

Alíquotas aplicáveis – LR e LP
Aqui eu trouxe para vocês as alíquotas aplicáveis no lucro real e no lucro presumido. Lembrando
que o simples é aquele tem uma guia só com todos os tributos. O lucro real e o presumido não,
eles têm o imposto de renda pessoa jurídica, o IRPF que usualmente as pessoas falam que é
25%, mas é só para simplificar, na verdade é 15% e mais um adicional de 10%. Caso você aufira
mais de R$ 20 mil ao mês ou no caso do trimestre R$ 60 mil ou R$ 240 mil ao ano. Parece difícil
né, mas não é.
Por exemplo, você vai pegar uma empresa trimestral, tanto do lucro real quanto do presumido
a parte da aplicabilidade é igual. Você pega uma empresa que no trimestre auferiu R$ 300 mil

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de faturamento. Então sobre esse valor você aplica 15% aí você pega os R$ 300 mil menos R$
60 mil ao trimestre que vai dar R$ 240 mil e sobre esse valor você aplica os 10% de adicional.
Já a CSLL a contribuição social sobre o lucro líquido é mais simples. Você aplica 9% diretamente
sobre aquilo que você teve de receita. O PIS COFINS para o lucro real e o lucro presumido são
diferentes. Vão ser cumulativos ou não cumulativos. Nos próximos slides a gente vai tratar
melhor do lucro real e do lucro presumido. Só trouxe as alíquotas para vocês entenderem que o
cálculo é igual, o cálculo do tributo. Mas o cálculo da base de cálculo é que vai ser o diferencial
e é isso que a gente vai ver nos próximos slides.

Lucro Real – Da obrigatoriedade


Primeiro o lucro real, que é aquele regime obrigatório. O lucro real é obrigatório para quem?
Para pessoa jurídica que tenha uma receita superior a R$ 78 milhões ao ano, ou seja, se você
aufere mais que isso ao ano você só está sujeito ao lucro real. Não pode optar pelo lucro
presumido. Depende também da atividade que você desenvolve, a instituição financeira
factoring, esses tipos de atividades estão obrigados ao lucro real, se você tem alguma utilização
de benefício fiscal ou isenção de imposto você também está obrigado ao lucro real. Se você
quer se aproveitar de um prejuízo fiscal que você teve, você também só pode optar pelo lucro
real. Caso você tenha algum rendimento do exterior ou ganho de capital do exterior você
também é obrigado ao lucro real.

Lucro Real
O lucro real tem dois tipos de período de apuração, trimestral, ou seja, você vai pegar aqueles
três meses e durante ele você vai apurar o que teve de lucro ou prejuízo ou o anual. O lucro real
basicamente é o lucro líquido ajustado de adições, exclusões e compensações autorizadas pela
legislação tributária. Mas para ficar um pouco mais simples para vocês, você tem aquilo que
você recebeu, as suas receitas e você tem algumas despesas dedutíveis que são as deduções
de despesas ou custos que são autorizadas pela lei e extremamente necessárias para aquela
atividade.
Então você pega sua receita menos esses custos e essas despesas e você chega no seu lucro.
Chegando no lucro você pode se utilizar da compensação de prejuízos que teve nos anos
anteriores. Entretanto a legislação fala que você precisa se utilizar dessas compensações de
prejuízo com uma trava de 30%, ou seja, não importa quanto você tenha de prejuízo acumulado,
você só pode pegar 30% do seu lucro para se compensar.
Aqui o PIS COFINS é não cumulativo, são umas alíquotas mais altas, essa parte tem que decorar.
É a alíquota de 1,65% e 7,65% que, somando, vai dar 9,25. Esse PIS COFINS não cumulativo é
aquele que busca um credito na entrada e um debito na saída das despesas.
Agora vou dar um exemplo, como saber se é mais interessante escolher um período de apuração
trimestral ou anual. Aquele período trimestral é aquele em que no trimestre você vai ver as
suas despesas. Mas e se for uma atividade sazonal, por exemplo, uma empresa que vende

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produtos de natal. Vocês concordam que durante o ano ela não vai ter muito lucro? Isso se
não tiver prejuízo. E no final do ano, em dezembro, ela vai ter muito lucro pois é uma empresa
cuja atividade é sazonal. Nesse caso, muitas vezes, vale a pena você escolher um período de
tributação anual porque você vai conseguir abater todos os prejuízos que você teve ao longo
dos meses. Você vai conseguir abater seu aluguel, salários dos empregados que você tem que
manter, produção que precisa acontecer. Então vale muito a pena você analisar caso a caso para
verificar se sua empresa vale mais a pena ser trimestral ou anual. É claro que se for trimestral
e você tiver prejuízos trimestrais, você vai poder carregar esses prejuízos só que lembrando,
que depois você pode compensar com a trava dos 30%, então as vezes vale a pena fazer uma
apuração anual onde você consegue se aproveitar de tudo aquilo que aconteceu nesse período
todo, todas as despesas e, como nesse caso que informei para vocês da atividade sazonal.

Lucro Presumido – Considerações


Então lembrando que no lucro real você pode utilizar as despesas dedutíveis assim como na
declaração de imposto de renda pessoa física você pode optar pela completa e também deduzir
algumas despesas dedutíveis.
Já no lucro presumido é igual a declaração de imposto de renda simplificada. Tem uma
presunção de renda, ou seja, cada tipo de atividade tem uma alíquota de presunção de renda.
Se você, prestador de serviço, presta serviço, o que o lucro presumido fala. Bom eu imagino
que você, prestador de serviço, não tem muitas despesas, não tem que comprar insumo, não
tem que ter estoque, você presta serviço. Então sua alíquota de presunção de lucro é de 33%,
entanto você indústria tem muitas despesas, agua, luz, empregados, estoque, então imagino
que sua presunção de lucro é bem menor. Você deve lucrar em 8%. Então o que acontece, a
legislação criou uma tabela com presunção de lucros, assim como na declaração de imposto de
renda pessoa física a gente tem uma presunção de 20% limitada a aquele teto, aqui também
tem uma presunção de lucro. Como a gente tem uma presunção de lucro, assim como no
imposto de renda pessoa física, impossibilidade de dedução de despesas. Você vai ter aquela
presunção de lucro, mas não pode deduzir nada.
Aqui a apuração é só semestral e o regime pode ser tanto de caixa quanto de competência. O
PIS COFINS é cumulativo, as alíquotas são bem mais baixas, são 3,65%. Quando a pessoa jurídica
tem mais de um tipo de atividade, ela vai ter que aplicar para cada uma das suas receitas a
sua respectiva alíquota de dedução e nesse caso a impossibilidade de usufruir de incentivo ao
benefício fiscal e também não pode abater o prejuízo.

Alíquotas de Presunção
Aqui eu trouxe para vocês as alíquotas de presunção. O IR tem as alíquotas de presunção em
combustível 1.6%, indústria e comercio 8%, prestação de serviços 32% e transporte 16%. Já a
contribuição social sobre o lucro líquido tem só duas alíquotas, 12% para indústria e comercio
e 32% para serviços. Então aqui vamos pegar um exemplo. Se tem uma prestadora de serviços
que fatura R$ 200 mil. Então para você calcular a base de cálculo do lucro presumido. Veja, é a
base de cálculo do lucro presumido, não é o imposto a pagar.

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É R$ 200 mil que é o que ele faturou vezes 32% que é a prestação de serviço, alíquota dos dois.
Então a base de cálculo vai ser R$ 64 mil. Em cima dessa base de cálculo eu vou aplicar os meus
15% de IR mais 10% de adicional de IR sobre os R$ 4 mil mais 9% de CS sobre o R$ 64 mil.

Demais Receitas – tratamento


E as receitas que na verdade não estão no meu objeto social, elas não estão sujeitas a essas
alíquotas de presunção. Então você vai colocar elas integralmente sobre os 34%, 25% de IR mais
9% da CS. Rendimento de aplicação financeira, variação cambial, rendimento de mutuo, ganho
de capital quando for ativo imobilizado e alugueis quando for uma receita não operacional, ou
seja, aquela receita que não é atividade da empresa.

Exemplo de Cálculo
Aqui eu trouxe para vocês um exemplo de cálculo de como funciona o lucro real e o presumido
e no caso para esse contribuinte, qual é o mais interessante. Aqui eu trouxe uma contabilidade
em que esse contribuinte teve receita de venda, serviço, financeira, locação sendo que a
atividade dele não é de locação e teve de custos de produção e serviço R$ 450 mil e salários R$
93 mil. Então como funciona esse cálculo no lucro real.
A receita de venda a gente coloca integralmente, a receita de serviço integralmente, financeira
e locação integralmente, mas o custo de produção e serviços e salario são dedutíveis para
base de cálculo do lucro real. Então tirando essas despesas, eu tenho um lucro antes da
compensação de R$ 1.562.000,00. Desse valor eu tinha prejuízos acumulados e eu posso utilizar
esses prejuízos fiscais acumulados na trava de 30% do lucro que eu calculei. Calculei um lucro
de R$ 1.562.000,00 30% desse valor vai dar R$ 468.660,00. Como eu tenho R$ 550.000,00 de
prejuízos eu posso utilizar os R$ 468.600,00. Utilizando esse prejuízo fiscal eu vou chegar num
lucro após a compensação de R$ 1.093.400,00 onde aplicando o IR e o adicional eu vou chegar
em R$ 249.350,00 para fins de imposto de renda.
Já essa mesma empresa, se fosse fazer o cálculo pelo lucro presumido, uma receita de vendas
de um milhão, vocês se lembram que a alíquota é 8% então minha base de cálculo vai ser R$ 80
mil. A receita de serviços a alíquota de presunção naquela tabela anterior é 32%. Portanto R$
288.000,00.

Demais receitas – tratamento


Receita financeira, como já informei para vocês outras receitas que não são da atividade
própria da empresa entram integralmente. Então R$ 75 mil integralmente e o R$ 130.000,00
integralmente. O que vai dar uma base de cálculo de R$ 573.000,00 que eu não vou poder
deduzir nada nem compensar prejuízo nenhum porque o lucro presumido não presume porque
ele já dá um benefício de uma alíquota de presunção.

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Se eu fizer o mesmo cálculo de IR e adicional eu vou ter R$ 119.250,00, ou seja, para essa
empresa, essa contabilidade, para fins de imposto de renda é muito mais vantajoso o lucro
presumido.

Tributação de imóveis
Agora vamos começar a tratar da tributação de imóveis, tanto para pessoa física quanto jurídica.
Atualmente, como funciona essa tributação de imóveis para pessoa física? Se uma pessoa física
quiser fazer uma exploração imobiliária, no aluguel ela vai pagar o carnê leão de 0–27,5% e na
alienação ela vai pagar as alíquotas de 15% a 22,5% respeitando a progressividade do ganho.

Isenção de Ganho de Capital – PF


Lembrando que tem aquelas isenções de ganho de capital para pessoa física. Então se você
tem um único imóvel cujo valor de alienação é até R$ 440.000,00 e você não utilizou ainda esse
benefício nos últimos cinco anos, você pode se aproveitar dessa isenção de ganho de capital,
quando tem mais de um coproprietário esse limite é considerado para cada coproprietário.
Outro limite de isenção que tem é aqueles 180 dias, ou seja, você alienou um imóvel,
residencial e você tem 180 dias para comprar outro imóvel residencial ou outros imóveis, não
tem quantidade exata. Se você gastar todo dinheiro que você auferiu nesse ganho de capital
na alienação desse imóvel residencial para adquirir outros imóveis residências em 180 dias
você não vai pagar nada de ganho de capital. Lembrando que isso não se aplica a terreno, não
adianta você alienar e comprar terrenos, para terrenos não se aplica essa isenção. E você só
pode se beneficiar disso uma vez a cada cinco anos. Então tirando essas duas hipóteses de
ganho de capital na pessoa física, a tributação é 0–27,5% de aluguel e 15–22,5% de ganho de
capital.

Tributação de Imóveis – PJ
Aqui eu trouxe para vocês a tributação de imóveis na pessoa jurídica. Neste caso, neste
exemplo de tributação é uma pessoa jurídica que tem atividade preponderante imobiliária, ou
seja, a receita dela é de pelo menos 50 mais 1 %, pelo menos 51% da receita e da atividade
imobiliária, está no lucro presumido e a contabilização só imóveis para alienação está correta
e para o aluguel está correto. Então caso estejamos falando de uma holding imobiliária que
tem o objeto de locação, receita preponderantemente imobiliária e contabilização correta dos
imóveis, como é a tributação da locação? Vai ser 14,53% contra os 0–27,5% da pessoa física.

E no caso de alienação o imóvel que está no estoque vai ser alienado a 6,73 e dessa vez não
é sobre o ganho de capital e sim sobre o lucro integral do imóvel, ou seja, se você alienou um
imóvel de R$ 300.000,00 por um milhão, você vai pagar 6,73 sobre um milhão e não sobre a
diferença. Já na pessoa física é só sobre a diferença, só sobre o ganho de capital.

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Contabilização – Holding Imobiliária


Uma coisa muito importante sobre a holding imobiliária, ela tem essas alíquotas excelentes na
alocação 14,63 e na venda 6,73, mas isso é para que? Para contabilização correta, ou seja, os
imóveis que estão na locação eles têm que estar como não circulante, a contabilização no não
circulante. Os imóveis que estão para venda têm que estar contabilizados no estoque e quando
você decide isso, no momento em que você está integralizando os imóveis é que você tem que
decidir a destinação desses imóveis para se aproveitar dessas alíquotas. Caso contrário, se você
aliene um imóvel que está no não circulante você vai pagar 34%, assim como se você locar um
imóvel que está no estoque como será que isso pode ser entendido pela receita? Será que
vai ser como receita não operacional? Se for como receita não operacional, lembrando, seria
os 34% mais o PIS COFINS. Então uma das partes mais importantes para esse planejamento
imobiliária é a contabilização correta e isso sempre tem que falar com um contador, analisar a
intenção com aquele imóvel.
E lembrando que para integralizar em uma empresa que tenha atividade imobiliária, que
vai desenvolver uma atividade imobiliária, você tem que pagar o ITBI, vai incidir sobre a
transferência dos imóveis na capitalização dessa empresa que tem essa atividade imobiliária,
e você vai ter que pagar o ITBI sobre o valor de mercado de cada imóvel. Então tem que fazer
essa conta, tem que sempre ver se vale a pena.

Exemplo – Imóveis destinados à venda


Aqui eu trouxe um exemplo de imóveis destinados à venda. Então a gente está falando de
um imóvel que foi vendido a 2 milhões de reais. Só que o custo de aquisição que estava na
declaração de imposto de renda era de 300 mil reais. Então o contribuinte calculou um ganho
de capital de R$ 1.700.000,00 que vai entrar na alíquota de 15% e vai dar R$250.000,00 de
tributo a pagar. Agora nesse caso se esse mesmo imóvel fosse alienado pela holding imobiliária
ele foi alienado por R$ 2 milhões, neste caso vocês se lembram de você não tributa o ganho de
capital e sim o valor total da renda 6,63 sobre valor total da renda deu R$ 134.600,00. Então
a gente conclui que a alienação pela holding é muito eficiente tributariamente. Quando que
não vale a pena alienar um imóvel pela holding? Quando o custo de aquisição da pessoa física
é muito próximo ao valor de venda, então o ganho de capital vai ser muito baixo. Ou quando a
pessoa física vai se aproveitar daquela isenção de R$ 440.000,00 ou vai utilizar todo dinheiro
para comprar mais imoveis. Nessas hipóteses vale a pena, tem que sempre analisar o caso a
caso.

Imóveis destinados à aluguel


Aqui eu fiz a mesma simulação de um aluguel recebido pela pessoa física e um valor de aluguel
recebido pela holding imobiliária. Veja que deu quase 50%, R$ 137.500 contra R$ 72.650. Então
é bem eficiente, a holding imobiliária é um ótimo instrumento para imóveis, mas você sempre
tem que fazer a conta de que você precisa constitui–la, via ter que fazer a contabilidade dela,

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se o seu custo de aquisição na declaração de imposto de renda é muito bom talvez o valor que
você vai pagar de tributo não vale a pena. Tem diversas coisas que você precisa analisar caso a
caso.
Bom pessoal, é isso aí, por hoje é só. Agradeço a presença de vocês e até a próxima.

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