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Teoria da Comunicação

Umberto Eco
Professora Raquel Lobão
Sobre o estruturalismo
Estrutura - um todo no qual as partes só ganham sentido em relação
umas às outras.
Ferdinand Saussure ---- Barthes ----- Umberto Eco

A corrente teórica estruturalista ganhou força nas décadas seguintes,


sobretudo no período de 1950 e 1960, em oposição ao existencialismo
de Jean-Paul Sartre, teoria dominante durante as décadas de 1940 e
1950, tendo como um de seus principais fundamentos exatamente a
recusa à razão, hegemônica naquele momento, alijando o sujeito
do lugar privilegiado que ele ocupava.
Sobre o estruturalismo

“Mais um método de análise, que consiste em construir modelos


explicativos de realidade, chamados estruturas. Por estrutura
entende-se um sistema abstrato em que seus elementos são
interdependentes e que permite, observando-se os fatos e
relacionando diferenças, descrevê-los em sua ordenação e
dinamismo”
(Salatiel, 2008)
Contribuição para a
Comunicação
As pesquisas e análises de textos culturais veiculados nos mass media,
apoiadas na linguística saussureana, com a conceituação do sistema
sígnico na vida social, é uma das mais expressivas, abrangendo análises
de filmes, telenovelas, matérias jornalísticas, discursos políticos,
comerciais de televisão, livros didáticos.
Umberto Eco, crítico e estudioso da
cultura, acreditava ser a “cultura massiva” a
forma cultural por excelência do “homem
moderno”. Para ele, não há como separar
cultura e fenômenos de Comunicação. Em
sua obra Apocalípticos e Integrados (1965),
ele reúne uma série de ensaios sobre a
questão da cultura de massas na era
tecnológica.
Coletânea de estudos sobre HQs, música pop e televisão, cuja
primeira constatação é:
a cultura de massa é parte do cotidiano e pode
ser criticada, mas não evitada.
Apocalípticos

1) Elabora teorias sobre a decadência da sociedade em função da


indústria cultural e da cultura de massa.
2) Difunde ideias sobre as MCMs como alienadoras da sociedade
sobre os quais fazem severas críticas.
3) Nem todos estão preparados para ter acesso à cultura. A
ideia de uma cultura para as massas é uma contradição.
4) Valores humanos são deixados de lado, enquanto futilidades
são tratadas como arte e política.
5) Na IC, os artistas passam a ser operários.
Integrados
1) A cultura de massa permitiu o acesso de mais pessoas a
bens culturais antes restritos
2) Cultura não é mais uma coisa erudita e distante
3) As informações dos MCMs podem contribuir para a
própria formação intelectual do público
4) A padronização de gosto gerada pelos MCMs funciona
como um elemento unificador das sensibilidades dos
diferentes grupos
5) Os MCMs não seriam característicos apenas da sociedade
capitalista, mas de toda sociedade democrática.
Uma das características recorrentes da narrativa
contemporânea é a correspondência da
expectativa do leitor. Todos esperam que o
bandido seja preso ou mesmo morto no final da
trama, que o herói consiga salvar o mundo e que
termine nos braços da garota.

O super-homem de massa é o grande protagonista


dessas narrativas e se constitui em um modelo
capaz de corresponder aos anseios de sua
audiência. É um personagem carismático,
geralmente, um indivíduo, que pode atuar à
margem da sociedade, um “fora da lei”, sobretudo
para resolver as contradições e trazer a justiça (ou
um sentimento de justiça) e restaurar a ordem ou o
sistema (a estrutura social) ao seu ponto de partida.
“O mito do Super-homem” trata do processo de
identificação do herói com os leitores através da análise
semiótica. O autor mostra a influência exercida pelo
personagem dos quadrinhos no comportamento do leitor ou
telespectador através de um olhar semiótico. Segundo Eco, o
receptor da mensagem do desenho se torna um mero fantoche
dominado pela propaganda e o poder da força americana
ilustrada na imagem do super-herói.
A imagem de Clark Kent se assemelha ao cidadão comum
com desejo de ascensão. Muitas vezes, Clark se sente
impotente em resolver seus dilemas e frustrações, que que
guarda embaixo de suas roupas comuns, o brasão em forma
de S e a capa vermelha do homem de aço indestrutível que
voa e corre na velocidade da luz. Seus poderes podem ser
relacionados às aspirações de ascensão social do
cidadão. Afinal, o Super-Homem não deixa nada para
depois e tudo se resolve agora ou no mesmo dia.
O sujeito receptor dessa mensagem que tem
aspirações de status, de nível social, perde sua
identidade. A figura do Super-Homem se insere na mente
de seus espectadores da mesma maneira que as campanhas
publicitárias. O “super” é também um homem. O herói se
identifica com os humanos pois se parece com eles com seus
defeitos, dúvidas e medos como também em seus desejos de
poder e de ser amado. Deixar de ser medíocre para ser um
destaque. Deixar de ser esnobado para ser desejado (Lois
esnoba Clark, mas ama o Super-Homem).
Ser um símbolo de idealização e realização como o
super-herói.
Pontos finais (resumo)
1) Não se pode pensar a sociedade moderna sem os MCMs. Preocupação: que
tipo de ação cultural deve ser estimulada para que os MCMs realmente
veiculem valores culturais num determinado contexto histórico?
2) Eco critica as duas concepções. Apocalípticos estariam equivocados por
considerarem a cultura de massa ruim simplesmente por seu caráter
industrial. Integrados estariam errados por esquecerem que, normalmente,
a cultura de massa é produzida por grupos de poder econômico com fins
lucrativos, o que significa a tentativa de manutenção dos interesses desses
grupos.
3) O uso indiscriminado do conceito de Indústria Cultural implica na
incapacidade de aceitar esses eventos históricos, e a perspectiva de uma
humanidade que saiba operar sobre a história. Colocar-se em relação
dialética, ativa e consciente com os condicionamentos da indústria
Pontos finais (resumo)
1) Não se pode pensar a sociedade moderna sem os MCMs. Preocupação: que
tipo de ação cultural deve ser estimulada para que os MCMs realmente
veiculem valores culturais num determinado contexto histórico?
2) Eco critica as duas concepções. Apocalípticos estariam equivocados por
considerarem a cultura de massa ruim simplesmente por seu caráter
industrial. Integrados estariam errados por esquecerem que, normalmente,
a cultura de massa é produzida por grupos de poder econômico com fins
lucrativos, o que significa a tentativa de manutenção dos interesses desses
grupos.
3) O uso indiscriminado do conceito de Indústria Cultural implica na
incapacidade de aceitar esses eventos históricos, e a perspectiva de uma
humanidade que saiba operar sobre a história. Colocar-se em relação
dialética, ativa e consciente com os condicionamentos da indústria

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