Você está na página 1de 27

Problem Based Learning (PBL)

Aprendizagem Baseada em Problemas


1º ano, Fisioterapia
Introdução à Fisioterapia

Setembro 2022

Filipa Rebelo (frr@ess.ipp.pt)


Ciências Sociais e Humanas
ESS – P. Porto

1
Ao entrar em FT na ESS – P.Porto…

Novidades?

2
Contexto: Processo de Bolonha

Novidades?

2
Contexto: Processo de Bolonha

Novidades (entre outras):

– Espaço europeu de ensino superior

– ECTS (European Credit Transfer and Accumulation System)

– Currículo baseado no desenvolvimento de competências, e


não na transmissão de conhecimentos

3
Competências
• Competências genéricas/transversais e específicas (soft skills,
hard skills)

• Capacidades de “agir em situação”, que integram


conhecimentos, atitudes e habilidades

• Grande impacto no sistema de ensino-aprendizagem e nas


metodologias de avaliação

4
Ensino Superior em Portugal

• Em Portugal, vários autores têm estudado a transição, a


adaptação, o desenvolvimento psicossocial e o rendimento
académico dos estudantes no ES (e.g. Almeida & Ferreira,
1999; Almeida, Freitas, & Soares, 2004; Araújo & Almeida,
2003; Rosário, Almeida, Guimarães et al., 2001)

• Reportados problemas no ajustamento pessoal e social dos


alunos (Almeida, 2002b; Rosário, 1997; Biggs, 2000; Watkins,
1983)
PBL: História
Na ESS, 3 cursos (Ft., MN e TO) adoptam o PBL em resposta aos
desafios de Bolonha, implementando os novos currículos em
2008/2009

Em 2017/2018, SA inicia a implementação do PBL

Mas historicamente, o PBL nasce nos anos 60, no Canadá


(Universidade de McMaster), trazendo uma nova orientação à
educação médica

5
Vídeo explicativo:

https://www.youtube.com/watch?v=LMCZvGesRz8
Actividade profissional formação

Paradigma tradicional da racionalidade técnica


Repetir respostas e soluções anteriores

(Dores, Barreto & Bastos,


versus 2006; Sá-Chaves, 2005;
Alarcão, 1996)

• Aprendizagem ao longo da vida


• Auto-aprendizagem
• Investigação-acção
• Pensamento crítico
• Capacidade de gestão de contradições, dúvidas e incertezas
• Flexibilidade, autonomia e sentido de autoria nas práticas

(Leigh, Lee & Lindquist,1999;


Litecky, Arnett & Prabhakar,
2004)
A formação dos estudantes deve incluir…

Pensamento Integração de
Comunicação
crítico saberes

Trabalho em
Negociação Liderança
equipa

Adaptação Autonomia Criatividade


PBL: Princípios
Aprendizagem é realizada em torno de Problemas

A organização do currículo por Problemas substitui a anterior


organização por Disciplinas

Os Problemas simulam situações do dia-a-dia profissional com


elevada incidência

Tal como na realidade, os Problemas obrigam a decidir o que


estudar e o que aprender para compreender e gerir a situação
apresentada

6
PBL: Princípios
O Problema é usado para ajudar os estudantes a identificar as
suas necessidades de aprendizagem; procurar, sintetizar e
aplicar informação transferível ao Problema; e para
desenvolver a capacidade de aprender e trabalhar em grupo

O OBJECTIVO NÃO É A RESOLUÇÃO DO PROBLEMA: não se trata


da aplicação de conhecimento prévio, mas da identificação de
necessidades de aprendizagem; o Problema é um trigger, o
ponto de partida; diagnóstico de necessidades de
aprendizagem, mais do que diagnóstico da situação
apresentada

7
▪ Cada Unidade Curricular/Módulo - discussão de Problemas
(e.g., casos clínicos) durante 2 a 3 semanas em pequenos
grupos (8 a 11 elementos) - orientados por um Tutor

▪ Os Problemas simulam situações do dia-a-dia profissional


com elevada incidência

▪ Os Problemas obrigam a decidir o que estudar e o que


aprender para compreender e gerir a situação apresentada
(estudo individual/auto-dirigido)

▪papéis rotativos de Presidente e Secretário

▪participação de diversas áreas científicas com relevância


clínica e pedagógica

▪metodologia dos sete passos:


(Macedo, 2009; Cockrell et al., 2000; Duncan & Al-Nakeeb, 2006; Iochida, 2001; Walsh, 2005; Park, 2006)
Passo 1
Clarificar termos e conceitos não imediatamente compreensíveis

Passo 2
Definir o problema

Passo 3
Analisar o problema

Passo 4
Elaborar um inventário sistematizado das explicações inferidas a partir do passo 3

Passo 5
Formular metas de aprendizagem

Passo 6
Coligir informação adicional for a do grupo

Passo 7
Sintetizar e testar a nova informaçāo adquirida
PBL: Como se organiza?

O que
percebem
do horário O que
escolar? sabem até
ao
momento?
PBL: Como se organiza?

Sessões Tutoriais
Aulas Sessões Teórico-
Práticas
Sessões de
Recurso (teóricas)
PBL: Organização
Sessões Tutoriais (ST, OT):
• Pequenos grupos orientados por um Tutor
• O Tutor não é necessariamente um especialista
• O Problema é apresentado pelo Tutor, que funciona como um
facilitador do processo de aprendizagem do grupo,
assegurando o seu bom funcionamento dentro do âmbito
definido pelos objectivos de aprendizagem
• Sequência do trabalho: apresentação do Problema, geração de
ideias e discussão de princípios e conceitos generalizáveis,
identificação de necessidades de aprendizagem, estudo
individual, síntese e teste da informação adquirida no grupo,
avaliação

9
PBL: Organização
Vantagens?
Desvantagens?
Impacto?
Eficácia?
Vantagens do PBL
❑Motivação e envolvimento geralmente superiores
❑Diversidade de metodologias vai de encontro a diferentes
estilos de aprendizagem
❑Aprendizagem mais profunda e integrada
❑Aprendizagem a longo prazo (duradoura)
❑Estudantes sentem-se mais preparados para lidar com
problemas do âmbito profissional (aprendizagem relevante,
profissionalizante)
❑Favorece aprendizagem ao longo da vida e
desenvolvimento profissional contínuo
❑Desenvolve competências genéricas/transversais e
específicas
Riscos do PBL
- Esquema mais intensivo (trabalho contínuo)- menos
tempo livre – necessidade constante de gestão do
tempo

- Aprendizagem + dependente de competências


transversais

- Interdependência: tem de existir bom funcionamento


do grupo
- Fases de desenvolvimento do grupo
- Problemas típicos: o “calado”, o “pendura”, o
“dominador”, competição em vez de cooperação,
conflito permanente, etc.
Desafios ?
1● ADEQUAÇÃO DE NOVOS PAPÉIS
- Estudante – ator principal (maior envolvimento “aprender a aprender”)
- Professor – facilitador da aprendizagem

2● COMPROMISSO RESPONSÁVEL COM O PROCESSO DE ENSINO-


APRENDIZAGEM
- Trabalho autónomo
- Questionar
- Pesquisar
- Trabalhar em grupo

3● DIFERENTES RECURSOS DIDÁCTICOS


(Moodle; Forúns; aulas abertas…)
Ideias chave do PBL ?
Ideias chave do PBL

❑Aprendizagem contextualizada e integrada


❑Aprendizagem colaborativa em pequenos grupos
❑Elaboração de conhecimento através da interacção social
❑Aprendizagem auto-dirigida
❑Desenvolvimento de competências transversais (pensamento crítico; auto-
aprendizagem; resolução de problemas; pesquisa; trabalho em equipa;
comunicação; etc.) e específicas análogas às requeridas no exercício da
profissão
❑Aprender a aprender
Bibliografia
❑Albanese M. (2000). Problem based learning: why curricular are likely to show little effect on knowledge and clinical skills. Med Educ, V 34; 729-38.
❑Barrows, H. S. (1999). A taxonomy of problem-based learning methods. In J. Rankin (ed.), Handbook on problem-based learning. New York: Forbes Custom Publishing.
❑CNAVES (2009). A Declaração de Bolonha e o sistema de graus do ensino superior: Bases para uma discussão. Disponível em:
http://www.cnaves.pt/DOCS/Diversos/declaracaodebolonha.pdf
❑Davies, S. M., Rutledge, C. M., & Davies, T. C. (1997). The impact of student learning styles on interviewing skills and academic performance. Teaching and Learning in
Medicine, 9 (2), 131-135.
❑Dochy, F., Segers, M., Van den Bossche, P., & Gijbels, D. (2003). Effects of problem-based learning: a meta-analysis. Learning and Instruction, 13, 533-568.
❑Dores, A., Barreto, J. & Bastos, A. (2006). Promoção da reflexividade através do uso de diários: a perspectiva dos estudantes. In N. R. Santos, M. L. Lima, M. M. Melo, A. A.
Candeias, M. L. Grácio & A. A. Calado (Orgs.). Actas do VI Simpósio de Investigação em Psicologia. Évora: Universidade de Évora, 7, 29-48.
❑Dores, A. & Pires, T. (2009). A aplicação do PBL às tecnologias da saúde: um estudo exploratório. Apresentado no X Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da
Educação, UTAD, Bragança, Portugal.
❑Dores, A., Barreto, J., Fonte, R. & Prudêncio, C. (2009). Innovation needed: Problem Based Learning implementation in Allied Health Sciences undergraduate courses.
Educación Médica, 12 (2), p.S286. disponível em: http://www.educmed.net.
❑Heliker, D. (1994) Meeting the challenge of the curriculum revolution: problem-based learning in nursing education. Journal of Nursing Education, 33(1), 45-47.
❑Hmelo-Silver, C. E., Duncan, R. G., Chinn, C. A. (2007). Scaffolding and achievement in problem-based and inquiry learning: A response to Krischner, Sweller, and Clark
(2006). Educational Psychologist, 42(2),99 – 107.
❑Iochida, L. Ch. (2001). Os sete passos. São Paulo: Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de Medicina/Departamento de Medicina. Disponível em:
http://www.unifesp.br/centros/cedess/pbl/setep.pdf.
❑Kate, J. & Barut, M. (2003). Problem-based learning for production and operations management. Decision Sciences Journal of Innovative Education, 1 (1), 99-118.
❑Koh, G. Ch., Khoo, H.E., Wong, M.L. & Koh, D. (2008). The effects of problem-based learning during medical school on physician competency: a systematic review. CMAJ,
178 (1), pp. 34-41.
❑Leigh, W. A.; Lee, D. H. & Lindquist, M. A. (1999). Soft Skills Training: An Annotated Guide to Selected Programs. Washington: Joint Center for Political and Economic
Studies.
❑Litecky, Ch, R.; Arnett, K.P. & Prabhakar, B. (2004). The paradox of soft skills versus technical skills in is hiring. The Journal of Computer Information Systems.

Você também pode gostar