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Segundo Cassirer, muitos campos de conhecimento definiram o ser humano de

diferentes formas como resultado de seus diferentes focos e fluxo constante de


informações, tornando essas definições comparáveis umas às outras. Tal
autorreflexão humana coloca uma filosofia voltada para a autonomia. No
entanto, essa reflexão não é apenas uma questão teórica; é também uma
questão antropológica, ou seja, diz respeito à própria natureza do ser humano.
Esta questão era evidente tanto nas culturas antigas quanto nas
contemporâneas, por isso não demorou muito para que essas ideias fossem
rejeitadas. Como resultado, na história do pensamento, bem como nas culturas
antigas, surgiu a ideia de ordem cósmica tanto no ser humano quanto no
mundo natural.
Apesar do fato de que os seres humanos estão sujeitos à realidade, eles
devem reduzir a realidade a termos que lhes são compreensíveis, como fazem
ao interpretar o mundo. Cassirer nos diz que os seres humanos são "animais
simbólicos" porque são capazes de atribuir significado à realidade que eles
estão mais próximos devido à sua espontaneidade e liberdade.
O ser humano difere de outros animais não apenas porque ele ou ela tem um
"logos", mas também porque é o único animal que reflete o significado das
coisas, pratica-os, e, na ausência deles, atribui significado ao mundo e às
ações. Portanto, a capacidade de definir a si mesmo e aos outros próximos a
um é o que define um ser humano. Devido a essa característica que é estranha
ao homem, quando se aproxima da natureza, não é a natureza em si que é
percebida, mas sim o significado que a natureza tem para ele, que é como a
realidade aparece para ele.
Tal abordagem de Cassirer é ampla no sentido de que não limita o homem ao
racionalismo. O ser humano, que dá sentido aos objetos da experiência e é
significativo em si mesmo, cria um espaço de autorreflexão sobre sua própria
sensibilidade. O ser humano é um sujeito sensível ao mundo que dá sentido às
coisas e às suas próprias representações.
A habilidade de se expressar simbolicamente é o que diferencia os humanos
de outros animais. A criação de símbolos é a atividade humana primária, e sem
eles, a vida seria impossível. Uma vez lá dentro, ele é incapaz de rejeitar este
mundo perfeito que lhe oferece uma unidade fundamental na qual todas as
funções são complementares e interdependentes. O ser humano é um animal
simbólico que baseia sua existência na união de "sensível" e "intelectual",
expressa em manifestações culturais, a fim de alcançar sua ilusória liberdade.

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