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DISCENTE: MARIÂNGELA DE FREITAS

DOCENTE: MAURÍCIO COELHO

ENSAIO ACADÊMICO

SALVADOR/BA
2022
ATRIBUIÇÃO DA PSICOLOGIA NA PERDA SOCIAL DO IDOSO
AUTORA: MARIÂNGELA DE FREITAS

RESUMO:
O presente ensaio retrata sobre o tema atribuição da psicologia na perda social do
idoso. No decorrer do ensaio vão ser buscados argumentos onde é apontada a
importância do idoso para a sociedade. Bem como, qual o papel das instituições
para lidar com este processo bem como salientar a importância da psicologia em si
inserir ativamente.

1. INTRODUÇÃO

A pessoa passa por vários processos de desenvolvimento na vida dentro de


uma sociedade, porém é quando chega à fase adulta que ela deixa sua contribuição,
pois é através do trabalho que executa que ela deixa sua contribuição para os
demais, mas quando se torna idosa ou chega à terceira idade passam a ser
marginalizado.
Esse tema foi escolhido com o intuito de mostrar que os idosos apesar das
dificuldades que apresenta em consequência da idade, ainda tem muito a contribuir
para a sociedade, pelos seus conhecimentos e experiências adquiridas no decorrer
da sua vida, da sua trajetória no trabalho onde criou pontos relevantes que fez
diferença no desenvolvimento da instituição onde trabalhou.
Mesmo com a sociedade dinâmica que hoje nós vivemos, onde os jovens e
adultos não tem tempo e nem paciência para esperar o resultado do que estar sendo
desenvolvido ou trabalhado, o idoso pode fazer parte disso, mesmo que seja em
outro patamar, sem ser marginalizado.
O ensaio vai ser estruturado em vários tópicos sendo o primeiro deles será
abordado sobre a importância do idoso para a sociedade e a importância do idoso
estar inserido nessa sociedade, tendo sua vida ativa, mesmo com as suas
dificuldades por consequência do processo de envelhecimento.
No outro ponto temos a importância da atuação do psicólogo em mostra ao
idoso que ele pode ter uma vida social e ser produtivo, porém de uma maneira
diferente da qual ele estava habituado. Ele pode ter uma vida social sem precisar
trabalhar participando de atividades sociais além de contar com suporte de vários
profissionais no ramo da saúde.
O trabalho também aborda sobre a quantidade muito pequena de trabalhos
que são realizados sobre o tema da inserção do idoso na sociedade, apesar de ser
um tema que não é recente, esse tipo de problema já ocorre há muito tempo na
sociedade, da inclusão do idoso na sociedade para que eles tenham uma vida mais
ativa e produtiva.
Por outro as tarefas nas comunidades são distribuídas de acordo com a
idade, sexo escolaridade, ocupação, moradia, naturalidade e estado civil, pois isso é
relevante para especificar os recursos financeiros obtidos no envelhecimento, que as
pessoas que tiveram uma boa escolaridade consequentemente tiveram uma boa
ocupação e uma boa remuneração e isso traz uma aposentadoria confortável.

2. DESENVOLVIMENTO

A melhoria na saúde e da qualidade de vida da população fez com que as


pessoas passassem a ter uma estimativa de vida maior do que há alguns anos atrás,
porém hoje o grande desafio é como inserir essas pessoas novamente na
sociedade, de maneira ativa depois que elas passam dos 65 anos de idade. Mesmo
que seja um processo normal do ciclo da vida, mas ainda é um desafio.
O grande problema da sociedade hoje é que está voltada para o capitalismo,
ou seja, que as instituições tenham grande margem de lucros, com redução de
custos isso faz com que as pessoas que trabalham sejam forçadas a fazer mais de
uma atividade pelo mesmo salário, além de fazer as atividades de maneira mais
rápidas para serem produtivas. Isso faz com que as pessoas que não acompanham
esse ritmo sejam descartadas para darem lugar a outras que tem mais capacidade e
nesse descarte está incluído o idoso.
A pessoa quando chegar o momento de se aposentar para muitas é o fim de
tudo, pois passam a ter a sensação de que se tornaram pessoas inúteis, e essa
sensação abala a sua autoestima, além de ver a mudança no próprio corpo, à perda
da jovialidade que antes tinha e hoje não tem mais. Esse processo pesa mais para
mulher que dar muita importância a aparência. (TRAPP, FIGUEREDO,
GEORGETTE, 2016)
A socialização da pessoa passa por várias etapas que vai desde a sua
infância até a fase adulta, porém quando chega o envelhecimento, onde o idoso já
contribuiu para a sociedade em forma de trabalho, esse idoso em vez de ter uma
vida tranquila tem que enfrentar outras dificuldades imposta pela sociedade que
passa a marginalizar essa faixa etária. (SCORTEGAGNA, OLIVEIRA, 2015)
Mesmo que esse idoso tenha uma condição financeira confortável ele é
isolado pela própria família e da sociedade. Isso porque as pessoas vivem em uma
sociedade muito dinâmica, e se for dada oportunidade para uma pessoa fazer uma
atividade e ela de uma forma for lenta, isso é considerado perca de tempo, pois tem
muitos jovens e adultos que podem fazer a mesma atividade de maneira mais
rápida.
Hoje as pessoas não têm mais tempo para se socializar através de um bate
papo em uma praça, de ir para a casa de amigos para prosear, principalmente os
jovens. As pessoas passaram a se socializar através das redes sociais, onde não se
tem aquele contato físico que é tão importante para o ser humano, aquela forma de
carinho, o calor humano se perdeu no meio de uma vida que só está voltada ao
interesse de ter e quem não consegue chegar a esse patamar fica deprimido e
ansioso.
Nessa vida dinâmica e globalizada muitos idosos não conseguiram se
adequar e por isso vivem as margens da sociedade, sendo esquecido na casa da
família, dentro de um quarto na solidão ou em uma casa de repouso onde os filhos
não têm nem tempo para visita-los, com isso eles passam a desenvolver as doenças
mentais ocasionadas dessa solidão e distanciamento dos familiares e da vida social.
É nesse perfil que entra o trabalho de um psicólogo para o tratamento dessas
doenças mentais, que geralmente são ansiedade ou depressão. Essas doenças
precisam de acompanhamento médico, porém muitos os idosos não tem condições
de arcar com as despesas e os órgãos governamentais não oferecem instituições de
saúde de qualidade, portanto alguns correm o risco de ficar sem essa assistência tão
importante.
Por outro lado, tem idosos que passar a ficar no isolamento, pois já não em a
companhia dos colegas de trabalho, pois essas pessoas normalmente já estão
aposentadas, os filhos já cresceram e saíram de casa. Nesse contexto o idoso passa
a ficar sozinho e tem a necessidade de ter uma nova vida social, seja participando
de algum curso, atividade física, entre outros. Tem a necessidade de estar em
contato com outras pessoas. (TRAPP, FIGUEREDO, GEORGETTE, 2016).
Hoje já existem instituições particulares ou não que oferecem essas
atividades com o suporte de multiprofissionais onde o idoso é avaliado sobre que
atividade pode fazer e a partir dai tem acompanhamento médico e psicológico. O
psicólogo nesse momento auxilia a inserção desse idoso nessa instituição. Esse
profissional também trabalha com o sentimento que normalmente o idoso apresenta,
além de solidão, o de não ter mais a capacidade psico e motora que tinha antes.
Essas instituições traz para a vida do idoso uma rotina diferente da qual ele
estava acostumado de quando ainda trabalhava e passa a mostrar que apesar da
idade avançada e do envelhecimento eles ainda tem muito que ensinar e também
muito com que aprender, pois a sociedade é muito dinâmica e estar sempre em
desenvolvimento, criando coisas novas e não tem por que o idoso não participar
dessa transformação, pois não é só no momento de velhice que o ser humano tem
suas limitações, pessoas de qualquer idade tem as suas limitações, basta apenas
aprender a conviver com elas.
No decorrer dos anos os idosos tiveram suas conquistas de seus direitos
adquiridos na Constituição, porém a realidade é um pouco diferente, apesar de que
muita coisa mudou como também as próprias leis que deram mais direitos aos
idosos, mas a lutar ainda não terminou ainda se tem muito a ser conquistado e para
isso os idosos tem que reivindicar os seus direitos que muitas vezes não fazem por
falta de conhecimento. (SCORTEGAGNA, OLIVEIRA, 2015)
A inclusão do idoso na vida social depende na maior parte da família, que tem
o papel de cuidar e protege-lo, em relação a sua saúde ou em situação de doenças
e decidindo sobre a sua rotina diária a fim de que não se torne uma pessoa
debilitada. Já foi comprovados que idosos que vivem com as famílias tem menos
problemas de saúde porque eles se mantem mais ocupados, diferentes daqueles
que ficam a maior parte do tempo ocioso.
Há muito tempo essa função de cuidar dos idosos foram destinadas aos
filhos, porém hoje já existem inúmeras alternativas que podem auxiliar nessa
atividade que são: os cuidadores são profissionais especializados e treinados para
cuidar exclusivamente dos idosos enquanto os seus familiares trabalham, eles
recebem uma espécie de salário pelas atividades a ele atribuídas.
Tem também os grupos de convivência onde os idosos tem uma convivência
social e ainda praticam vários tipos de atividades, além de ter informações sobre
envelhecimento, qualidade de vida e valorização da vida. Alguns idosos quando
chegam nessa fase da vida e não recebem suporte adequado ficam debilitados e
chegam a tentar contra a própria vida.
A solidão pela falta de convivência social na vida do idoso desencadeia nele
doenças advindas dessas condições, o que interfere na qualidade de vida. O idoso
passou a maior parte da vida tendo vários tipos de atividades produtiva, participando
em vários tipos de eventos, sejam eles familiares ou não e de repente chega à
aposentadoria e tudo isso acaba. Essa situação mexe muito com o emocional do
idoso, quando não fica debilitado e acamado. (TEIXEIRA, 2010)
Na realidade a solidão, depressão e qualidade de vida do idoso são temas
que estão intrinsicamente ligados, pois um interfere no outro. Um idoso que vive na
solidão tem uma grande probabilidade de desencadear a depressão, que ocorrendo
interfere na qualidade de vida, pois uma pessoa com depressão fica propicia a vários
tipos de enfermidades.
No Brasil, em 1994 foi criada a Lei n.º 8.8425, voltada para a Politica Nacional
do Idoso, o que contribuiu para a criação do Conselho Nacional do Idoso. Pela Lei o
idoso, ou seja, a pessoa com 60 anos ou mais passar a ser amparado pelo Estatuto
do Idoso (Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003), que garante ao idoso o direito a
cuidados básicos em função de suas necessidades. Fica garantido que todo o idoso
deve ter independência e inserção social, independentemente de raça ou padrão
socioeconômico. (TRAPP, FIGUEREDO, GEORGETTE, 2016).
A melhoria da qualidade de vida, as benfeitorias sanitárias e acesso à saúde
e educação fez com que o idoso tivesse melhores condições de vida e toda a
população com isso aumenta a expectativa de vida das pessoas, com isso esses
idosos precisam ser inseridos novamente na vida social.
Esse problema de inclusão social dos idosos não é recente, porém se tem
poucos estudos que estão relacionados a esse assunto, isso faz com que esse tipo
de problema fique no anonimato, não chegando ao conhecimento da sociedade,
deixando mais uma vez essas pessoas no esquecimento. Pessoas que trabalharam
a vida inteira e quando chegam nessa idade estão em busca de tranquilidade, porém
tem que ainda continuar lutando para que esses direitos sejam mesmo obtidos. Isso
quando essas pessoas tem conhecimento desses direitos enquanto que outras ficam
a mercê das ações governamentais. (DURAN, MAGALHÃES, 2012)
Em uma pesquisa realizada em um assentamento onde se verificou os papeis
sociais das pessoas ali inseridas e viu-se que os papeis sociais realizados pelas
pessoas daquela localidade era de acordo com a sua idade, sexo, escolaridade,
ocupação, naturalidade, estado civil e pela moradia e que para envelhecer com
qualidade é relevante que a pessoa tenha suporte social e escolaridade. (SILVA,
GÜNTHER, 2000)
A escolaridade nesse ponto é relevante porque, quanto maior a sua
escolaridade, maior a capacidade de se desenvolver no trabalho e
consequentemente ter um emprego melhor, com uma remuneração melhor, gerando
uma aposentadoria com melhores recursos financeiros, já que a contribuição para a
previdência foi maior. O suporte social também influencia muito para que o idoso não
se sinta desamparado, principalmente quando chegam às enfermidades
ocasionadas pelo processo do envelhecimento.
O ser humano leva certo tempo para compreender o processo da velhice,
principalmente quando o processo está ocorrendo nele mesmo e não nos outros.
Ver-nos outros é mais fácil do que se ver naquela situação, e mesmo depois de ter
levado uma vida independente e depois se ver dependendo das pessoas para tudo
ou quase tudo, por isso é que às vezes essa situação se torna deprimente e termina
adoecendo.

3. CONCLUSÃO

O levantamento feito com as pesquisas em trabalhos acadêmicos resultou


que a falta de inclusão social dos idosos não é um tema recente, mas que é pouco
estudado, pois não existem muitos dados sobre o assunto, apesar de ser um tema
muito relevante para a sociedade como um todo.
As pessoas expressam um papel relevante para a sociedade de acordo com o
seu desenvolvimento, pois independente de sua faixa etária, cada um de nós tem a
sua importância de acordo como o seu desenvolvimento, porém o caso do idoso
também está no mesmo perfil, porém não e reconhecido por consequência da
mudança ocorrida no modo de viver das pessoas.
Hoje as pessoas vivem numa vida muito agitada e dinâmica, não tem muito
tempo para esperar, por isso que a maioria das vezes trabalhar com o idoso é uma
perca de tempo, pois causa das limitações que essas pessoas têm por
consequência da idade. Dando oportunidades apenas aos adultos e jovens que são
mais dinâmicos, porém esquecem que os idosos apesar das dificuldades imposta
pela velhice tem muito que ensinar como também a aprender.
Eles carregam uma experiência de vida que tem um valor imensurável que a
sociedade não está sabendo aproveitar, pois deixam essas pessoas isoladas da
sociedade, apesar de que os órgãos governamentais já criaram leis para garantir a
essas pessoas os seus direitos ainda tem muito a ser feito.
Os idosos mesmo com as suas limitações podem realizar vários tipos de
atividades de âmbito social que possa até mesmo trazer melhoria para uma
organização, pois foram pessoas que trabalharam a vida inteira independente da
atividade.
Hoje já existem instituições que oferecem atividades sociais para os idosos,
seja particular ou financiada pelos órgãos governamentais, que oferecem atividades
sociais, cursos e suporte relacionado à saúde oferecido por vários profissionais.

4. BIBLIOGRAFIA

DURAN, Juliano Ramos; MAGALHÃES, Josiane. Percepção e Construção de


Identidade entre Idosos no Brasil. V SEREX – Seminário de Extensão Universitária
da Região Centro – Oeste. Universidade Federal de Goiás, 2012.

SCORTEGAGNA, Paola Andressa; OLIVEIRA, Rita de Cássia da Silva. Contexto


Social e Participação: Limites e Possibilidades na Terceira Idade. Seminário de
Pesquisa do PPE. Universidade Estadual de Maringá, 02 a 04 de Dezembro de
2015.

SILVA, Iolete Ribeiro da; GÜNTHER Isolda de Araújo. Papéis Sociais e


Envelhecimento em uma Perspectiva de Curso de Vida. Psicologia: Teoria e
Pesquisa, Vol. 16 n. 1, pp. 031-040, Jan-Abr 2000.

TEIXEIRA, Liliana Márcia Fernandes. Solidão, Depressão e Qualidade de Vida em


Idosos: Um Estudo Avaliativo Exploratório e Implementação - Piloto de um Programa
de Intervenção. 2010. 101fls. Dissertação de Mestrado – Universidade de Lisboa,
Faculdade de Psicologia, 2010.

TRAPP, Edgar Henrique Hein; FIGUEREDO, Joice de Oliveira, GEORGETTE,


Roberta da Silva. Inclusão social do idoso: fatores relevantes e a atuação do
psicólogo. Revista Kairós Gerontologia, 19 (Número Especial 22, “Envelhecimento e
Velhice”), pp. 295- 310, 2016.

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