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INTRODUÇÃO
Para se alfabetizar uma criança surda, é necessário lembrar que a sua escuta
e consequente internalização de significados se dá na língua se Sinais, para então
somente aí, associar os sinais a sua equivalente escrita.
Para que um aluno surdo seja considerado alfabetizado e para que ele possa
ter independência comunicativa num mundo de ouvintes é necessário que ele saiba
o português escrito, mas o ato de escrever, sem que haja a compreensão do que é
escrito se torna sem sentido.
Sem a língua se sinais, para orientar a criança surdo no seu caminho pela
alfabetização, ela dificilmente fara associação entre o significado e a palavra escrita,
através da Libras é que o sujeito surdo compreende o significado o enunciado e o
associa a palavra escrita.
FINALIDADE DO PROJETO
OBJETIVOS
A autora em seu livro nos alerta para as práticas pedagógica que aplicadas de
forma inadequada ou impensada podem ser uma acentuadora da deficiência do
aluno, ela reforça ainda como a compreensão dos significantes os associando aos
seus significados permite que o aluno faça a relação entre as duas línguas.
Diante disso, Silva (2001) afirma que a língua escrita não pode esta
desvinculada da linguagem ao ser ensinada ao aluno surdo, permitindo assim que
este construa momentos de significação e aproprie-se do “fenômeno social da
interação” (p. 41).
Como as línguas gestuais, diferentemente das línguas orais, não tem forma
própria de expressão por escrita, os usuários destas línguas utilizam a língua escrita
do seu país que no caso do Brasil é o Português. Ao trazer esse ponto a autora
ainda nos diz que ainda mais limitante é a situação do sujeito surdo que usuário de
uma língua visuogestual ainda tem restrições para a aquisição da língua oral e como
isso impacta nas produções escritas desses sujeitos.
Silva (2001) nos diz ainda que há uma ideia recorrente na psicologia que haja
um retardo que impossibilite o sujeito surdo a alcançar o pensamento abstrato,
diante de tal ideia ela afirma que a surdez é sim um motivo indireto de retardo da
linguagem ou do desenvolvimento geral, mas que de forma alguma o sujeito surdo
está privado do pensamento abstrato ou da construção de conhecimento pela
ausência de audição.
A autora ainda afirma que a real dificuldade imposta a esse sujeito é devido
ao fato de que as línguas orais são as únicas utilizadas pela grande maioria das
comunidades e o surdo, devido a sua condição não a adquire de forma espontânea,
daí o tal retardo de linguagem citado pela autora. E que a surdez não se constitui por
si só limitadora do sujeito surdo, mas as consequenciais dela sim “a mudez e a falta
de linguagem que é um grande entrave” (SILVA, 2001, p.43) no processo de
educação e é nela, a linguagem, “que se encontra todas as particularidades do
desenvolvimento da criança surda.” (p.43).
A autora nos traz ainda que as dificuldades escolares do aluno surdo esta
muitas vezes relacionadas com seu desenvolvimento na estrutura linguística, a
dificuldade de entender a língua escrita repercute em todo seu processo
educacional.
Assim a autora afirma que o aluno surdo que tem que já se apropriou da
LIBRAS, tem que ser visto e entendido como uma minoria cultural e linguística que
utiliza outra modalidade de linguagem.
Muitas vezes o aluno surdo é afastado das atividades de leitura e escrita por
serem julgados como incapazes ou até mesmo devido a super proteção dos pais e
irmão que correm a fazer pro eles a atividade de leitura, assim esses alunos não
conseguem construir, através das hipóteses e comparações, a compreensão da
função social da escrita e não conseguem entender que a construção de texto com
sentido não se resume apenas a um amontoar de palavras soltas, mas que há uma
complexidade de conexões que cria o sentido e coerência dos textos. (SILVA, 2001).
A autora salienta ainda que a identidade cultural dada ao surdo pela língua de
sinais os torna mais bem preparados, psicológica, social, emocional e culturalmente,
até porque a língua escrita como afirma Silva (2001) “é um objeto linguístico
construído a partir de seu lugar social. Assim, tanto o surdo quanto o ouvinte terão
como pressuposto a língua que já dominam para ter acesso a linguagem escrita.”
(p.48).
E por ter uma língua própria é que as produções dos surdos se diferencial das
produções do ouvinte, suas produções apresentam na maioria das vezes uma
mescla entre o português e a Libras, muitas vezes composta por um amontoado de
palavra sem conectores que permitam a coesão textual.
Os surdos, conforme Silva (2001) deve trabalhar essa realidade, já que sem a
língua escrita este não consegue competir e nem se comunicar num mundo de
ouvintes.
DESCRIÇÃO DO PRODUTO
1) Nome do Jogo.
Tapete alfabético.
• Cobertor rustico, EVA, Papel com letras e sinais em LIBRAS impresso, cola
quente, velcro, papel contact.
3) Público – alvo:
RESULTADO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
SILVA, Marilia da Piedade Marinho. Lingua(gem) escrita da pessoa surda: o seu uso
como lugar de construção dos recursos linguísticos. In: SILVA, Marilia da Piedade Marinho. A
construção de Sentidos na escrita do Aluno Surdo. 5. ed. São Paulo: Plexus, 2001. cap. 2, p.
39-61.