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TEMA

Alfabeto Português/Libras (significado e sinal)

INTRODUÇÃO

A criança surda para se tornar alfabetizada necessita adquirir duas línguas. A


primeira sendo sua língua natural a língua de sinais e a segunda o português na
modalidade escrita.

No entanto muitas vezes a criança surda, principalmente quando oriundas de


familiar ouvintes, tem acesso tardio a língua de sinais. A escola precisa ser o espaço
que proporciona a estas crianças as vivencias necessárias com seus pares,
permitindo um desenvolvimento linguístico adequado e propício a aprendizagem.

Para se alfabetizar uma criança surda, é necessário lembrar que a sua escuta
e consequente internalização de significados se dá na língua se Sinais, para então
somente aí, associar os sinais a sua equivalente escrita.

JUSTIFICATIVA DO PROJETO DE PESQUISA

A alfabetização do aluno surdo enfrenta um grande desafio, a construção de


significados, como alfabetizar um aluno em uma língua que pra ele não é a natural?

Percebemos hoje um grande numero de crianças surdas inseridas no ensino


regular sem que haja uma pratica pedagógica voltada a atender as necessidades
desses sujeitos, sem que se atente para a diferença surda, sem que se observe que
a sua língua de comunicação e diferente da língua escrita.

Para que um aluno surdo seja considerado alfabetizado e para que ele possa
ter independência comunicativa num mundo de ouvintes é necessário que ele saiba
o português escrito, mas o ato de escrever, sem que haja a compreensão do que é
escrito se torna sem sentido.

Sem a língua se sinais, para orientar a criança surdo no seu caminho pela
alfabetização, ela dificilmente fara associação entre o significado e a palavra escrita,
através da Libras é que o sujeito surdo compreende o significado o enunciado e o
associa a palavra escrita.
FINALIDADE DO PROJETO

Auxiliar a criança surda, em processo de alfabetização, no seu caminho de


construção de significado diante da língua escrita, permitindo assim que ela consiga
relacionar o sinal representativo na Libras com o signo linguístico no português
escrito.

OBJETIVOS

Ensinar a criança surda, de forma lúdica, o alfabeto escrito e seu


correspondente sinal em LIBRAS, para que assim ela adquira as duas línguas e
alcance a alfabetização de forma satisfatória, e assim ela possa romper as barreiras
comunicativas impostas pela sociedade ouvinte.

EMBASAMENTO OU FUNDAMENTAÇÃO TEORICA

Silva (2001), através de suas pesquisas nos traz a compreensão e o


entendimento que o sujeito surdo em domínio da língua de sinais consegue
vantagens na aquisição do português escrito diante do aluno que não adquire tal
habilidade e até mesmo sobre o surdo na condição de oralizado.

Tendo em vista que a língua de sinais é a língua natural do sujeito surdo, a


apropriação desta permite o acesso e a compreensão das demais matérias
essenciais a formação dos alunos.

A autora em seu livro nos alerta para as práticas pedagógica que aplicadas de
forma inadequada ou impensada podem ser uma acentuadora da deficiência do
aluno, ela reforça ainda como a compreensão dos significantes os associando aos
seus significados permite que o aluno faça a relação entre as duas línguas.

Diante disso, Silva (2001) afirma que a língua escrita não pode esta
desvinculada da linguagem ao ser ensinada ao aluno surdo, permitindo assim que
este construa momentos de significação e aproprie-se do “fenômeno social da
interação” (p. 41).

Como as línguas gestuais, diferentemente das línguas orais, não tem forma
própria de expressão por escrita, os usuários destas línguas utilizam a língua escrita
do seu país que no caso do Brasil é o Português. Ao trazer esse ponto a autora
ainda nos diz que ainda mais limitante é a situação do sujeito surdo que usuário de
uma língua visuogestual ainda tem restrições para a aquisição da língua oral e como
isso impacta nas produções escritas desses sujeitos.

Silva (2001) nos diz ainda que há uma ideia recorrente na psicologia que haja
um retardo que impossibilite o sujeito surdo a alcançar o pensamento abstrato,
diante de tal ideia ela afirma que a surdez é sim um motivo indireto de retardo da
linguagem ou do desenvolvimento geral, mas que de forma alguma o sujeito surdo
está privado do pensamento abstrato ou da construção de conhecimento pela
ausência de audição.

A autora ainda afirma que a real dificuldade imposta a esse sujeito é devido
ao fato de que as línguas orais são as únicas utilizadas pela grande maioria das
comunidades e o surdo, devido a sua condição não a adquire de forma espontânea,
daí o tal retardo de linguagem citado pela autora. E que a surdez não se constitui por
si só limitadora do sujeito surdo, mas as consequenciais dela sim “a mudez e a falta
de linguagem que é um grande entrave” (SILVA, 2001, p.43) no processo de
educação e é nela, a linguagem, “que se encontra todas as particularidades do
desenvolvimento da criança surda.” (p.43).

A autora nos traz ainda que as dificuldades escolares do aluno surdo esta
muitas vezes relacionadas com seu desenvolvimento na estrutura linguística, a
dificuldade de entender a língua escrita repercute em todo seu processo
educacional.

A falta de comunicação entre surdos e ouvintes e a incompreensão do papel


da língua se sinais na vida do sujeito surdo agrava ainda mais os problemas
enfrentados pelo sujeito surdo na educação.

Como muitas vezes a aquisição da língua escrita é relegada a segundo plano


nos discursos institucionais e na vida familiar na espera da aquisição a língua oral,
acaba que o aluno surdo além de não conseguir aprender a falar ainda tem um
ensino precário aprendendo apenas a ler pequenos textos e frases simples. (SILVA,
2001).
Segundo Silva (2001) a grande dificuldade da educação dos surdos é em
como o professor concebe a linguagem e em como as atividades de leitura e escrita
são apresentadas para o aluno.

Assim a autora afirma que o aluno surdo que tem que já se apropriou da
LIBRAS, tem que ser visto e entendido como uma minoria cultural e linguística que
utiliza outra modalidade de linguagem.

Muitas vezes o aluno surdo é afastado das atividades de leitura e escrita por
serem julgados como incapazes ou até mesmo devido a super proteção dos pais e
irmão que correm a fazer pro eles a atividade de leitura, assim esses alunos não
conseguem construir, através das hipóteses e comparações, a compreensão da
função social da escrita e não conseguem entender que a construção de texto com
sentido não se resume apenas a um amontoar de palavras soltas, mas que há uma
complexidade de conexões que cria o sentido e coerência dos textos. (SILVA, 2001).

A autora salienta ainda que a identidade cultural dada ao surdo pela língua de
sinais os torna mais bem preparados, psicológica, social, emocional e culturalmente,
até porque a língua escrita como afirma Silva (2001) “é um objeto linguístico
construído a partir de seu lugar social. Assim, tanto o surdo quanto o ouvinte terão
como pressuposto a língua que já dominam para ter acesso a linguagem escrita.”
(p.48).

Conforme afirma Silva (2001) o desenvolvimento de uma língua efetiva


permite ao sujeito surdo compreender as diferenças de sua própria língua para as
demais.

E por ter uma língua própria é que as produções dos surdos se diferencial das
produções do ouvinte, suas produções apresentam na maioria das vezes uma
mescla entre o português e a Libras, muitas vezes composta por um amontoado de
palavra sem conectores que permitam a coesão textual.

Os surdos, conforme Silva (2001) deve trabalhar essa realidade, já que sem a
língua escrita este não consegue competir e nem se comunicar num mundo de
ouvintes.

DESCRIÇÃO DO PRODUTO
1) Nome do Jogo.

Tapete alfabético.

2) Material a ser utilizado para a construção do material didático.

• Cobertor rustico, EVA, Papel com letras e sinais em LIBRAS impresso, cola
quente, velcro, papel contact.

3) Público – alvo:

• Educação infantil (agrupamento IV)

4) Para os trabalhos com peças ou cartas: quantidade de cartas:

• Serão utilizadas vinte e seis cartas com as letras do alfabeto de A à Z, estas


estarão coladas ao cobertor e mais vinte e seis carta com os sinais em LIBRAS que
estarão dentro de uma caixa

5) Definir a proposta metodológica para aplicação do jogo com a


construção de uma ficha técnica de instruções que inclua propostas de
atividades e adaptações constando objetivos a serem alcançados.

Esse jogo traz como proposta o desenvolvimento da aprendizagem tendo


como instrumento um tapete que permitirá aos alunos a construção das habilidades
fundamentais, tais como: o reconhecimento das letras do alfabeto português escrito,
o reconhecimento dos sinais das letras do alfabeto em LIBRAS e a associação da
letra do alfabeto no português escrito a seu sinal em LIBRAS.

Na área sócia afetiva, permite às crianças viverem situações que valorizem a


sua língua natural, permite um desenvolvimento cognitivo adequado, permite a
vivencia de sua cultura e interação com seus pares, com o objetivo de promover a
troca de experiências, a comunicação e o desenvolvimento cognitivo que lhes
permitam associar os sinais em LIBRAS a seus respectivos símbolos gráficos do
português na modalidade escrita de forma lúdica.

O material consta de um grande tapete onde todas as letras do alfabeto está


distribuída. Construído a partir de um cobertor rustico, onde as letras do alfabeto
impressas e depois coladas em EVA e para que ganhassem mais resistência,
revestidas com papel contacte, foram coladas, compondo assim o Tapete Alfabético.
Além do tapete o material contem uma caixa grande onde há em seu interior,
impresso em papel e colado em EVA, os sinais em LIBRAS correspondente a cada
letra do alfabeto, atrás de cada uma das cartas foi colada uma parte de fita de velcro
onde seu par está ao lado da letra do alfabeto no tapete.

Ele funcionará da seguinte forma: o professor estenderá o tapete no chão


para que os alunos possam alcançar todas as letras, e estes, os alunos, retirarão da
caixa um sinal em LIBRAS que assim que identificarem a letra correspondente,
colarão ao lado no tapete.

O objetivo é que ao final os alunos tenham alcançado um bom conhecimento


tanto nos sinais em LIBRAS como nas letras do alfabeto escrito, além de promover a
interação e o diálogo entre os alunos.

O jogo é adequado tanto para alunos surdo quanto para ouvintes.

RESULTADO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

SILVA, Marilia da Piedade Marinho. Lingua(gem) escrita da pessoa surda: o seu uso

como lugar de construção dos recursos linguísticos. In: SILVA, Marilia da Piedade Marinho. A
construção de Sentidos na escrita do Aluno Surdo. 5. ed. São Paulo: Plexus, 2001. cap. 2, p.

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