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Modelo Peticao CDC Obrigacao de Fazer C C Danos Morais
Modelo Peticao CDC Obrigacao de Fazer C C Danos Morais
O autor já sofre impactos econô micos negativos, pois o veículo é de colecionador, e quanto
mais demora para realizar sua manutençã o, mais se deteriora. Assim, resta demonstrado o
“fumus boni iuris” e o “periculum in mora”, temos que a tutela se faz estritamente
necessá ria para que o requerido cumpra o que havia sido pactuado.
III - DO DIREITO
A) DA EXISTÊ NCIA DE RELAÇÃ O DE CONSUMO
É indiscutível a caracterizaçã o de relaçã o de consumo entre as partes, apresentando-se a
empresa ré como prestadora de serviços e, portanto, fornecedora nos termos do art. 3º do
CDC, e o autor como consumidor, de acordo com o conceito previsto no art. 2º do mesmo
diploma. Assim descrevem os artigos acima mencionados:
Lei. 8.078/90 - Art. 3º. Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem
como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de produção, montagem, criação, construção,
transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
Lei. 8.078/90 - Art. 2º. Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como
destinatário final.
Importante frisar que a relaçã o jurídica existente foi inteiramente pactuada na localidade
da empresa, inclusive com o automó vel sendo guinchado até o local. Nã o restam dú vidas
que o negó cio jurídico tem respaldo na Lei 8078/90 ( Có digo de Defesa do Consumidor).
B) DA INVERSÃ O DO Ô NUS DA PROVA
No contexto da presente demanda, há possibilidades claras de inversã o do ô nus da prova
ante a verossimilhança das alegaçõ es, conforme disposto no artigo 6º do Có digo de Defesa
do Consumidor.
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII – a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão
do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for
ele hipossuficiente, seguindo as regras ordinárias de expectativas.
Desse modo, cabe ao requerido demonstrar provas em contrá rio ao que foi exposto pelo
autor. Resta informar ainda que algumas provas seguem em anexo. Assim, as demais
provas que se acharem necessá rias para resoluçã o da lide, deverã o ser observadas o
exposto na citaçã o acima, pois se trata de princípios bá sicos do consumidor.
C) DA OBRIGAÇÃ O DE FAZER
Apesar de o autor ter requerido inú meras vezes que se realizasse o que havia sido
pactuado, o mesmo nã o o fez. Dessa forma, se faz imperioso a tutela do estado para que
obrigue a parte ré a realizar o contratado já que, passados longos 19 meses nã o cumpriu o
que foi prometido.
D) DO DANO MORAL
A demora excessiva na manutençã o do veículo impossibilitou o autor de utilizar um bem
que é seu por 19 meses, sendo certo que tal fato não pode ser enquadrado no que a
doutrina classifica como mero aborrecimento, uma vez que ocasionou danos ao Autor
que devem ser reparados.
Sucessivas ligaçõ es, visitas à oficina, promessas sem fim, somado a tudo isso a frustraçã o de
nã o convencer o requerido a arrumar seu veículo configura, certamente, dano moral.
Lamentavelmente o autor da açã o sofreu grande desgosto, humilhaçã o, sentiu-se
desamparado, foi extremamente prejudicado, conforme já demonstrado. Nesse sentido, é
merecedor de indenizaçã o por danos morais. Maria Helena Diniz explica que dano
moral “é a dor, angústia, o desgosto, a aflição espiritual, a humilhação, o complexo
que sofre a vítima de evento danoso, pois estes estados de espírito constituem o
conteú do, ou melhor, a conseqü ência do dano”. Mais adiante: “o direito nã o repara
qualquer padecimento, dor ou afliçã o, mas aqueles que forem decorrentes da privaçã o de
um bem jurídico sobre o qual a vítima teria interesse reconhecido juridicamente” (Curso de
Direito Civil – Reponsabilidade Civil, Ed. Saraiva, 18ª ed., 7ºv., c.3.1, p.92).
Assim, é inegá vel a responsabilidade do fornecedor, pois os danos morais são também
aplicados como forma coercitiva, ou melhor, de modo a reprimir a conduta praticada
pela parte ré, que de fato prejudicou o autor da açã o.
E) DO QUANTUM INDENIZATÓ RIO
Para fixar o valor indenizató rio do dano moral, deve o juiz observar as funçõ es
ressarcitó rias e putativas da indenizaçã o, bem como a repercussã o do dano, a possibilidade
econô mica do ofensor e o princípio de que o dano nã o pode servir de fonte de lucro. Nesse
sentido, esclarece Sérgio Cavalieri Filho que:
“(...) o juiz, ao valor do dano moral, deve arbitrar uma quantia que, de acordo com seu prudente arbítrio, seja
compatível com a reprovabilidade da conduta ilícita, a intensidade e duração do sofrimento experimentado pela
vítima, a capacidade econômica do causador do dano, as condições sociais do ofendido, e outras circunstâncias
mais que se fizerem presentes”.
Assim, o montante de R$ x (x reais) equivale a uma justa indenizaçã o por danos morais no
presente caso. Tendo em vista que, nã o enriquece a parte autora e adverte a parte ré.
IV - DOS PEDIDOS
Diante do exposto acima requer
a) Deferimento do pedido de tutela antecipada nos termos do art. 84 § 3º; e
b) Reconhecimento da relaçã o de consumo e inversã o do ô nus da prova, nos termos do art.
6º, VIII, do CDC; e
c) Condenaçã o da parte ré a pagar os danos morais no montante justo de R$ x (x reais); e
d) Citaçã o da parte ré para que, querendo, apresente contestaçã o no prazo legal, bem como
provas que achar pertinente para presente caso, sob pena de revelia; e
e) Condenaçã o da parte ré ao pagamento das custas e honorá rios; e
f) A fixaçã o dos honorá rios advocatícios;
Nestes termos, dá -se à causa o valor de R$ x (x reais).
Termos em que,
Pede deferimento.
Brasília, x.
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x
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advogada
OAB nº xxx