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FACULDADE MUNICIPAL DE PALHOÇA

JÉSSICA KAROLAYNE FLORIANO DOS SANTOS

ANÁLISE DO FILME: INDÚSTRIA AMERICANA

PALHOÇA-SC

2022
FACULDADE MUNICIPAL DE PALHOÇA

JÉSSICA KAROLAYNE FLORIANO DOS SANTOS

ANÁLISE DO FILME: INDÚSTRIA AMERICANA

Atividade avaliativa do Curso de


Administração, Adm. Cadeia de Suprimentos
- Faculdade Municipal de Palhoça
Proposto pelo Professor Antonio José Bicca

PALHOÇA-SC

2022
O documentário Indústria Americana, trata sobre um tema muito polêmico que
é o choque cultural entre duas culturas extremamente diferentes. Em 2008, a crise
econômica afetou a todos, o que fez com que muitas empresas ao redor do mundo
falissem. A GM (General Motors) situada em Ohio, EUA, foi uma dessas empresas
que “fecharam suas portas” e deixaram várias pessoas desempregadas, muitas
dessas pessoas que moravam, senão a maioria dependiam do emprego nessa
empresa e tiveram que se adaptar à dura realidade. Tempos depois a GM foi
comprada pelo bilionário chinês Cho Tak Wong com o intuito de abrir suas fronteiras
e assim poder comercializar sua produção de vidros automotivos. Wong viu em Ohio
uma grande oportunidade para poder expandir seu negócio em outro local além da
China, investindo assim na Fuyao America.

Mas as relações entre os chineses e os norte americanos mostrada no filme


não é tão amigável, pois a cultura dos chineses é completamente oposta. No filme é
fácil identificar as críticas hostis de ambos. Enquanto os chineses são disciplinados,
focados os norte americanos são “preguiçosos, lentos e gordos” e essas
características para os chineses são completamente repulsivas, pois atrapalha na
produção, torna a produção menos proveitosa e “lucrativo”, pois eles viam a Fuyao
America como uma nova Fuyao chinesa, mas na verdade não era assim, os
americanos não tinham uma estrutura biológica, sequer tinham a estrutura social dos
chineses. A visão chinesa do trabalho é muito mais rígida, como um dos
trabalhadores chineses dizem no filme “Para nó chineses, você tem que merecer o
seu salário”. Assim eles veem o trabalho como a suas próprias vidas, como parte
deles mesmos, vê-se claramente esse fator em relação ao modo como trabalham, os
chineses costumam trabalhar 12 horas por dia, diferentemente dos norte americanos
que trabalham 8 horas e ainda folgam 2 dias na semana, há uma trabalhadora na
Fuyao chinesa que comenta com o “entrevistador” que vê os filhos apenas duas
vezes por ano. Os chineses também não trabalham com equipamentos de proteção
que realmente lhes assegure a sua proteção, o horário de almoço deles é diferente
dos norte americanos, que por sua vez tem até um lugar bem espaçoso para esse
horário. O filme mostra mais tarde que isso irá mudar, pois Wong fica preocupado
com a questão da produtividade e lucratividade da Fuyao America. A todo vapor a
empresa vai estabelecendo-se com os esforços tanto dos chineses, quanto dos
norte americanos, mas cada um critica o outro por seu modo de visão dentro da
empresa, os norte americanos diziam que ganhavam praticamente o dobro na GM
do que passaram a ganhar na Fuyao, além de trabalharem com pouca ou quase
nenhuma segurança, diziam que os chineses eram muito rigorosos com eles,
gritavam com eles. Já os chineses diziam que os americanos tinham muitas regalias,
e ainda faziam corpo mole, não trabalhavam como tinha que ser (o modo chinês), os
chineses colocavam uma pessoa para fazer o serviço que na verdade duas pessoas
deveriam fazer, os norte americanos enfrentavam perseguições, demissões e
assédio, pois estavam organizando um possível sindicato dentro da empresa.

Assim a Fuyao leva um treinador chinês para Fuyao America com o intuito de
treinar os chineses a fim de não perderem o foco na produção e mostrar-lhes como
os norte americanos são e como os chineses deveriam lidar. Muitos desses
chineses eram parte do setor administrativo e executivo e não da produção, apenas
falavam e davam ordens aos norte americanos sobre o que e como eles deveriam
fazer seu trabalho, isso aos poucos acabou gerando uma insatisfação para eles que
eram importunados pelas ordens e a visão dos chineses, o que corroborou para os
norte americanos desejarem um sindicato na Fuyao America, situação que Wong
era totalmente contrário, pois um sindicato significava uma improdutividade na sua
empresa. A administração chinesa resolveu levar alguns funcionários da Fuyao
America para a empresa da China, certamente com o objetivo de mostrar como tudo
funcionava por lá, o que se vê no filme é que os chineses veem a força de trabalho a
primor como suas vidas, eles têm um patriotismo enraizado, e trazem consigo as
culturas de seus superiores políticos para dentro da empresa. Os funcionários norte
americanos enxergam tudo com espanto e admiração na Fuyao chinesa, como o
filme mostra nitidamente sobre a disciplina, foco e devoção dos chineses dentro da
empresa, e há pontos negativos, como por exemplo o local onde são depositados os
vidros quebrados, os “separadores” de vidro trabalham quase que sem proteção
alguma, nem luvas ou roupas especiais para o tipo do trabalho, nem óculos, nenhum
EPI necessário, há um chinês na que trabalha na Fuyao America que opera na
fornalha e ele tem várias cicatrizes de queimadura, isso justifica as queixas dos
norte americanos sobre as péssimas condições de trabalho, no filme aparece a
grande festa de final de ano onde é importante salientar que os chineses fazem tudo
no coletivo e o vínculo com a empresa é muito intenso, o filme mostra meninas
chinesas fazendo homenagens à empresa, e também outras apresentações sobre a
empresa, transparecendo certa devoção à empresa no sentido de veneração, hinos
da empresa, os chineses também se casam em conjunto na própria festa de final de
ano na empresa, são homenageados e prestigiados por “darem seu sangue” à
empresa. Com isso os norte americanos puderam ter uma noção mais clara do
Wong tinha como visão para a Fuyao Americana.

Wong no filme se mostra totalmente contrário à criação de um sindicato, pois


como já dito antes ele acredita que é um atraso na produção, algo como “não há
produtividade lucrativa no trabalho se existem muitos direitos trabalhistas
envolvidos”. Ele via com maus olhos esse desejo de criação de um sindicato interno
dos norte americanos e teve duas estratégias para repressão de um possível
sindicato: Uma consultoria contra o sindicato, que incentivava os trabalhadores dos
EUA a não quererem o sindicato e aceitarem as condições propostas e, com o
passar do tempo receberam um aumento, sem exceção a cargos, todos passaram a
ganhar um pouco mais. Mas isso não foi suficiente, haviam muitos ainda na empresa
que queriam a criação do sindicato, e acabaram por ser demitidos. Na Fuyao
chinesa, o conceito de sindicato é bem diferente do conceito norte americano, como
na China o Estado e as empresas parecem ser uma coisa só, lá a ideia é única e,
tem como base em sua maioria territorial uma República Socialista, então o valor de
trabalho é rigidamente vinculado ao Estado e que por assim dizer resulta nos
costumes, culturas e modo de pensar na China, destarte para eles o sindicato faria o
que seria “benéfico para todos”, portanto o sindicato “existia por existir”, apenas a
título de fazer o que seria bom de um modo coletivo.

Essa fábrica de vidros automotivos queria implementar o modelo chinês de


trabalho em uma empresa com norte américa, e enfrentou diversos problemas até
começar a realizar as metas traçadas. Com o passar do tempo Wong foi
estabelecendo novos planos para a Fuyao America, novos layouts dentro da
empresa, implementando novas máquinas na produção, tornando assim a produção
mais eficiente e automatizada, sem ter a “dor de cabeça” que tinha com os norte
americanos, demitindo aqueles que não eram mais interessantes para a empresa,
que foram substituídos pelas máquinas, em relação ao layout, Wong foi otimizando
os espações vazios e preenchendo-os com maquinários e aparelhos da produção e
aproveitando outros espaços, como exemplo no filme mostra o refeitório, que está
sendo todo modificado para este fim citado. As filmagens do filme na fábrica deixam
certo desconforto no “ar”, pois denunciam como eram o dia a dia dos trabalhadores
na Fuyao America, mostrando os aspectos gerais já citados aqui antes (condições
de trabalho, queixas dos trabalhadores etc..), com o passar do tempo alguns
funcionários deixaram de ser interessantes para a empresa, principalmente aqueles
que eram “adeptos” à criação de um sindicato, foram sendo demitidos e substituídos
pelas máquinas, o surgimento de um novo tempo: a automação.

Mesmo com todas essas diferenças a Fuyao America desenvolveu-se bem,


segundo o filme a empresa passou a gerar lucros em 2018, muitos clientes foram
visitar a fábrica desde sua inauguração, para verificar as condições da empresa e a
qualidade do vidro fornecido pela Fuyao. A Fuyao tem investido seu capital em
novos equipamentos para a automação da produção, a empresa causou um impacto
muito positivo na região de Ohio, principalmente com a criação dos novos empregos,
e isso tudo é visto com bons olhos pelos clientes e investidores, atualmente Wong já
tem mais cinco fábricas nos EUA e uma de suas fábricas em Dayton tem cerca de
2300 funcionários. A Fuyao está entre uma das maiores empresas fornecedoras de
vidros automotivos do mundo.

A pandemia acelerou o processo de automatização das coisas, hoje em dia


pode-se fazer compras on-line com um simples clique, pode-se comunicar com
pessoas do outro lado do mundo. Nas empresas esse processo de automação é
ainda mais forte, pois as máquinas no processo produtivo estão substituindo a força
de trabalho que antes era braçal, antes um processo que demandava horas e duas
ou três pessoas em uma atividade, uma máquina os substitui e o processo produtivo
é bem mais otimizado e eficiente, esse era um cenário já previsto “máquinas
substituindo homens em algumas áreas”, mas não tão aceleradamente como se vê
nos últimos tempos, muitos estudiosos dizem que em algum tempo haverá um fator
de desemprego estrutural senão já está acontecendo, devido a esse fator de
automação nas empresas e em todos os lugares já vemos. Urge-se a necessidade
de que essas pessoas que estão ficando desempregadas, reinventem-se de algum
modo para não ficarem para trás nessa “corrida”, aprimorando seus conhecimentos,
aprimorando suas habilidades e criar e desenvolver novas competências tornando-
se assim mais atrativos para o mercado.

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