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REPOSIÇÃO VOLÊMICA
Repor volemia é controlar a pré-carga.
O objetivo final dessa reposição é manter a homeostasia celular, o equilíbrio entre oferta e demanda, evitando o
choque por não disponibilidade de oxigênio e nutrientes para a célula, ou seja, manter adequada perfusão tissular.
Quando realizada de maneira ineficaz, pode levar a edema tissular, sobrecarga volêmica, disfunções orgânicas e
alterações da coagulação, entre outros danos.
CRISTALOIDES E COLOIDES
OBJETIVOS
- Manter o volume intravascular = EUVOLEMIA (expandir o volume intravascular de maneira previsível e
sustentada);
- Manter pré-carga;
- Capacidade de carrear O2;
- Não apresentar interferência no equilíbrio ácido-base e hidroeletrolítico;
- Não apresentar extravasamento tissular, com pouco risco de infecções ou efeitos imunossupressivos;
- Não aumentar a morbimortalidade;
- Apresentar custo-benefício e estar amplamente disponível.
PARÂMETROS GUIA
- SvO2: atrial < 70%
- Lactato arterial: > 4
- Base excess (BE): < -4
- Variação de CO2
- Outros: variação da pressão de pulso, PVD, pressão de perfusão na artéria pulmonar, etc.
- SvO2
- Variação CO2
- VVS ou VPP
- Lactato
A reposição volêmica deve ser bem-feita principalmente nas 2ª horas de choque do paciente (Golden Hours): é
importantíssima a euvolemia nessa situação, e, caso ocorra a hipervolemia, ela não é tão prejudicial nesses primeiros
momentos.
LÍQUIDO CORPORAL
A água corporal total é em torno de 60% do peso do paciente.
- Criança: 70% de água
- Idoso: 50-55% de água.
Distribuição da água corporal:
- 2/3 intracelular
- 1/3 extracelular:
- ¾ está intersticial
- ¼ está intravascular
1/12 da água dentro do vaso (divide 1/3 por ¼).
VOLUME SANGUÍNEO
Volume sanguíneo = 60-65 mL/kg
Volume plasmático = volume sanguíneo (plasma + volume celular) – hematócrito (volume celular) = 30-35 mL/kg.
Distribuição vascular = 15% arterial e 85% venoso (leito venoso é o que mais influencia no retorno venoso, portanto,
uma venodilatação aprisiona mais ainda o sangue no interstício).
CONTROLE INTRA-EXTRACELULAR
O sangue e o interstício estão em equilíbrio.
Esse equilíbrio é mantido, principalmente, pela pressão oncótica (força motriz exercida pelas proteínas do sangue,
principalmente a albumina, que mantém a água dentro dos vasos sanguíneos) Ponc = 20 mmHg.
Os eletrólitos circulam livremente pelos espaços intravascular e intersticial, portanto, eles não exercem grande
influencia no controle do líquido dentro dos vasos sanguíneos, sendo mais, essa função, das macromoléculas.
K+:
- Intracelular pela bomba sódio/potássio ATPase
Na+:
- Extracelular pela bomba sódio/potássio ATPase
- Osmoticamente ativo
- Porém o sódio não repõe a célula, mas repõe o espaço extracelular (intravascular e extravascular)
- Hipotônico (< 0,9%): água de distribuição livre segundo a distribuição do volume de água pelo corpo
- Isotônico (0,9%): reposição extracelular
- Hipertônico (20%): retira água do meio intracelular
– Não há tempo hábil para repor a volemia do paciente (choque hemorrágico muito grave)
– Edema celular intenso (HIC)
Albumina:
- Principal proteína intravascular de controle osmótico
- Reposição intravascular
NECESSIDADES DIÁRIAS
1,5-2,5 L de água
CÁLCULO DE REPOSIÇÃO
Necessidade diária proporcional ao número de horas de jejum
+
Perdas insensíveis
+
Perdas urinárias e sanguíneas
+
Fezes
+
Diálise?
Entradas:
- HV (hidratação venosa): 2000 mL
- NE (nutrição enteral): 2000 mL
- Volume de aminas: 480 mL
Saídas:
- Diurese nas últimas 24 horas: 1500 mL
- Sonda gástrica para drenar secreção gástrica: 800 mL
- Dreno abdominal: 300 mL
- Perdas insensíveis: 440 mL (gira em torno de 800 mL/dia)
- Evacuações: 2x100 mL=200 mL
Quando o paciente é grave, no mínimo a cada 12 horas tem que calcular para ajustar se ele está fazendo o balanço
hídrico positivo ou negativo.
Dar volume demais é um problema, pois distancia o vaso da célula que precisa receber o nutriente e isso acaba
agravando uma situação de choque.
Um modo alternativo de ter certeza da variação de volume do paciente, principalmente na UTI, é o peso dele.
1. CRISTALOIDES
As soluções cristaloides são fluidos intravenosos compostos de eletrólitos e ânions orgânicos ou açúcares,
disponíveis em várias composições.
Mesmo se caracterizando como uma solução segura, atóxica e barata, os cristaloides devem ser considerados uma
terapia que, como qualquer outra, deve ser utilizada com um objetivo específico, nesse caso, a manutenção e
restauração da perfusão tissular.
A rotina indiscriminada de se prescrever e administrar cristaloides sem objetivos claros e em quantidades empíricas
deve, portanto, ser combatida, a fim de se evitar a ocorrência de efeitos colaterais relacionados a sua utilização
excessiva.
b) PLASMA-LYTE
- Pode ser considerada a solução cristaloide com composição e osmolaridade mais próximas às do plasma;
- Embora possa ser considerado o mais fisiológico entre os cristaloides, a maioria dos estudos atuais diverge sobre
seu papel na redução da morbidade perioperatória relacionada à reposição volêmica, quando comparado com o
ringer lactato ou o NaCl 0,9%;
- Não está relacionado a complicações associadas aos outros cristaloides isotônicos, como acidose metabólica
hiperclorêmica e aumento da lactatemia sérica.
c) NORMOSOL
- É uma solução isotônica estéril, não pirogênica, de eletrólitos equilibrados em água para injeção.
- A solução é administrada por infusão intravenosa para a reposição parenteral
de perdas agudas de fluido extracelular.
- Composição: sódio, potássio, magnésio, cloreto, acetato e gluconato.
o SOLUÇÕES HIPERTÔNICAS
Como o sódio está mais concentrado nessas soluções, haverá a tendência de expansão do espaço intravascular e
intersticial às custas de água intracelular.
Em função da sua hipertonicidade, elas promovem uma restauração mais rápida de pressão arterial média, perfusão
tecidual e oferta de oxigênio aos tecidos com um menor volume infundido do que as soluções cristaloides isotônicas.
Usos:
- Ressuscitação volêmica: choque hemorrágico grave;
- Controle da PIC temporariamente (HIC);
- Hiponatremia grave.
o SOLUÇÕES HIPOTÔNICAS
Cristaloide hipotônico em relação ao plasma utilizado para fornecer água livre em casos de hipernatremia grave e/ou
desidratação hipertônica.
É bem menos efetivo que os cristaloides isotônicos e hipertônicos na restauração do volume vascular efetivo, não
devendo, portanto, ser utilizado com esse objetivo.
Algumas complicações descritas em sua utilização são hiperosmolaridade hiperglicêmica, diurese osmótica e acidose
cerebral.
Usos:
- Correção de jejum;
- Correção de hipernatremia;
- Nutrição parenteral total (NPT).
2. COLOIDES
Soluções coloides, naturais ou sintéticas são expansores plasmáticos com capacidade de restauração do volume
circulante efetivo superior aos cristaloides, por causa de sua maior pressão oncótica.
Enquanto a meia-vida média intravascular dos cristaloides é de 20 a 30 minutos, a dos coloides variam entre 3 e 6
horas.
Utilização:
- Hemorragia aguda;
- Grandes queimados;
- Sepse;
- Perioperatório de cirurgias de grande porte, etc.
o PROTEÍNAS
Mais utilizada: Albumina.
a) ALBUMINA
Isotônica 5% promove pressão oncótica 20 mmHg por 16h.
Sua principal função é manter a homeostase do balanço hídrico entre os compartimentos corporais e restabelecer a
pressão oncótica do plasma.
Possui capacidade de se ligar a cátions, ânions e toxinas, o que a torna importante na manutenção do equilíbrio
hidroeletrolítico e acidobásico, além da capacidade tampão de radicais livres e transporte de proteínas e drogas.
Usos:
- Hemorragia aguda: restauração do volume circulante efetivo;
- Manejo de queimaduras graves;
- Hipoproteinemia.
Em razão de seu alto custo e aparente ausência de superioridade em relação aos outros expansores plasmáticos ou
soluções cristaloides, ela só deve ser utilizada em situações específicas.
A albumina humana possui menor risco de reação alérgica que a gelatina e risco semelhante ao dos amidos
sintéticos.
o GELATINAS
Gelatinas são coloides sintéticos produzidos com base na degradação do colágeno bovino.
Apresentam a maior associação com reações alérgicas mediadas por histamina entre os coloides.
As gelatinas são rapidamente excretadas do plasma por filtração glomerular e apresentam algum grau de
metabolismo plasmático, o que limita sua meia-vida intravascular e faz com que doses repetidas sejam
necessárias para a manutenção da expansão plasmática.
Embora classicamente não apresentem interferência na coagulação, estudos recentes questionam essa
característica.
a) DEXTRAN
Dextran 70 6% é aproximadamente igual a albumina 5%.
o AMIDO
São coloides sintéticos.
a) HIDROXIETILAMIDOS (HEA)
Os hidroxietilamidos (HEA) são coloides sintéticos derivados da batata ou do milho e preparados por hidroxilação
enzimática dos amidos.
CRISTALOIDES COLOIDES
Vantagens: Vantagens:
Barato Ressuscita volume intravascular
Fácil acesso Reduz a perda para o 3º espaço
Ressuscita volume intracelular
Desvantagens:
Desvantagens: Caro
Perda para o 3º espaço (interstício) Acesso mais difícil
Pode passar membrana inflamada
Aumenta a mortalidade no TCE
Pode dar discrasia sanguínea
Alergia
Prurido
REGRA 4-2-1 DE MANUTENÇÃO HORÁRIA
- Se a criança opera em jejum de 10h, ela chega num déficit de 50 mL/kg/hora x 10 horas= 500 mL.
- Então vai ter que repor 500 mL de déficit além dos 50 mL/hora, só que não pode repor 500 mL na primeira hora,
pois sobrecarregaria a criança de volume, tem que fracionar o déficit dá metade do déficit na 1º hora e a outra
metade nas próximas 2 horas. Assim:
– 1º hora: 250 mL (meio déficit) + 50 mL/hora = 300 mL na 1º hora
– 2º hora: 125 mL (250/2) + 50= 175 mL/hora
– 3º hora: 125 mL (250/2) + 50= 175 mL/hora
– A partir daí: 50 mL/hora
REPOSIÇÃO LIBERAL
Sob efeito de droga vasodilatadora há um aumento do continente (vasodilatação) repor o conteúdo antigamente:
toda raque e peridural fazia um volume de ataque para compensar a vasodilatação hoje não é mais recomendado.
RESTRITIVA x LIBERAL
LIBERAL RESTRITIVA
Apropriada para eletivas Edema = risco
Pacientes saudáveis Emergências
Cirurgias menores Mais graves, inflamados
Cirurgias maiores (tórax e abdome)
CONCLUSÕES
- Manter a euvolemia
- DU durante a anestesia não necessariamente indica hipovolemia (marcadores inflamatórios e NGAL)
- Monitorar a Hb seriada
- PA invasiva delta PP
- Outras monitorizações
- Reposição volêmica
TRANSFUSÃO SANGUÍNEA
Não é reposição volêmica!!!!!
SANGUE
Sangue é um órgão.
É um fluido com uma fase líquida (plasma) e outra particulada (células) que corre através de tubos de diâmetros
variáveis e necessita de volume circulante e composição adequada para cumprir suas funções de transporte de
oxigênio e nutrientes, hemostasia e manutenção da pressão oncótica.
Função do sangue importantes na transfusão sanguínea: transportar oxigênio e nutrientes; realizar coagulação.
HEMOTERAPIA
A transfusão sanguínea tem função de repor elementos sanguíneos ou plasma: problemas no transporte de oxigênio
e/ou coagulação.
1. TIPAGEM ABO
A determinação do tipo sanguíneo do paciente é extremamente importante, pois a transfusão de tipos incompatíveis
pode causar reações graves, resultantes de anticorpos naturais (anti-A e anti-B) que levam a ativação de
complemento e hemólise.
Anticorpos anti-A ou anti-B, ou ambos, são formados quando o indivíduo não possui antígeno A, B ou ambos.
2. GRUPO RH
O antígeno D é muito comum na população e um dos mais propensos ao desenvolvimento de imunização.
Cerca de 60% a 70% dos indivíduos Rh- produzem anticorpos anti-D se entrarem em contato com sangue Rh+.
A compatibilidade é determinada por meio de harmonização de diferentes sistemas de grupo sanguíneo, o mais
importante dos quais são o sistema ABO e Rh.
Consiste essencialmente em realizar uma transfusão teste em um tubo de ensaio, no qual o sangue do doador e do
receptor é misturado para a detecção de reações.
Pode ser feita em 45 a 60 minutos e é dividida em três fases: fase imediata, fase de incubação e fase antiglobulina.
- Pacientes de transfusão eletiva e agendada (anemia falciforme, renal crônico grave, etc): a fenotipagem do sangue
é extremamente necessária, pois, por receber tantas transfusões, pode ocorrer reação com o enxerto.
- Cirurgia eletiva: não necessariamente fazem a fenotipagem, mas sempre fazem a prova cruzada; se houver tempo
hábil, é bom esperar a tipagem.
- Quando não há tempo para realizar fenotipagem e prova cruzada: em situações extremas em que o paciente está
em hemorragia grave O negativo e torce para dar certo.
o OBJETIVOS
- Distúrbios da capacidade de transporte de O2
- Correção de distúrbios de coagulação
1. CONCENTRADO DE HEMÁCIAS
Possui a mesma quantidade de hemoglobina do sangue total, mas muito menos plasma.
Quanto mais velha a bolsa menor 2,3-DPG no sangue menos a Hb vai liberar o O2.
Quando não faz diferença: choque hemorrágico (os benefícios são maiores que os riscos).
o DECISÃO DE TRANSFUNDIR
- Perdas sanguíneas > 30% (1,5-2L)
- Distúrbios de perfusão e oxigenação
- Hemoglobina
Como fazer?
- Otimizar no pré-operatório: ferro e eritropoietina
- Cirúrgicos: Hb = 8 mg/dL
- Isquêmicos: Hb = 10 mg/dL
1 bolsa:
- Aumenta 1 g/dL Hb aumenta 3% hematócrito
- = 300-350 mL
Transfusão autóloga:
- Paciente faz uma transfusão para si mesmo;
- É melhor do que receber sangue de outra pessoa;
- Não é completamente isento de riscos: troca de bolsa, contaminação da bolsa, etc.
Cell saver:
- Todo sangue é aspirado do próprio paciente, vai para um aparelho e depois volta para ele mesmo;
- Recicla o sangue autóloga;
- Muito utilizado nas cirurgias cardíacas.
POLITRAUMA
Perda sanguínea aguda e mal tolerada.
PLAQUETAS
Função de agregação plaquetária tampão plaquetário estancar lesões nos vasos sanguíneos.
O concentrado de plaquetas pode ser obtido por meio de quatro a seis doadores de sangue total ou por aférese de
um doador.
Quando estocados em temperatura ambiente, eles podem ser utilizados até cinco dias após sua coleta.
Principal complicação: contaminação bacteriana (terceira maior causa de morte relacionada a transfusão) o risco
aumenta quando o crescimento bacteriano fica entre 20 e 24°C (se a pessoa recebeu um concentrado de plaquetas e
desenvolva febre em até 6 horas pode estar iniciando um processo de sepse ocasionado por ele).
Plaquetoférese: o sangue é retirado do baço do doador passa em um kit estéril e descartável em um separador de
células por centrifugação sangue não entra em contato com a máquina as plaquetas são separadas e coletadas e o
sangue do doador retorna para ele.
Conteúdo:
- Todos os fatores de coagulação;
- Albumina;
- Fibrinogênio.
Possui cerca de 200 mL.
o INDICAÇÕES
- Correção de excessivo sangramento microvascular (exemplo: coagulopatia) na presença de RNI > 2 na
ausência de heparina.
- Correção de excessivo sangramento microvascular secundário à deficiência de fator de coagulação nos
pacientes transfundidos com mais que uma bolsa de sangue (aproximadamente 70 mL.kg-1) e quando TP,
RNI ou TTPa não puderem ser obtidos em tempo hábil;
- Reversão urgente de terapia com warfarin, quando o concentrado de complexo protrombínico não
estiver disponível;
- Correção de conhecida deficiência de fatores de coagulação quando os concentrados específicos não
estão disponíveis.
10-15 mL/kg quando TAP e PTT estão 1,5 acima do controle (alargados).
o CONTRAINDICAÇÕES
- Se TP, RNI e TTP estiverem normais.
- Unicamente para aumentar o volume plasmático ou a concentração de albumina.
o COMPLICAÇÕES
- Sensibilização: por conter muitas proteínas exógenas pode ocorrer cascatas de reações alérgicas simples até
choque anafilático;
- Lesão pulmonar aguda relacionada a transfusão (Transfusion-Related Acute lung Injury, TRALI);
- Sobrecarga circulatória associada a transfusão;
- Outros problemas menos frequentes.
CRIOPRECIPITADO
É uma centrifugação na qual ocorre a retirada de água do plasma.
Conteúdo:
- Fator VIII:C;
- Fator VIII:vW;
- Fibrinogênio;
- Fator XIII;
- Fibronectina.
o INDICAÇÕES
- Pacientes que não podem receber muito volume (IC grave);
- Reposição específica de fibrinogênio (< 100 mg/dL) na presença de sangramento excessivo;
- Teste de atividade do fibrinogênio indicar fibrinólise.
- Adjuvante na transfusão maciça: quando as concentrações de fibrinogênio não podem ser mensuradas
em tempo hábil;
- Pacientes com deficiência congênita de fibrinogênio.
Deve ser empregado com cuidado, respeitando o tipo ABO sanguíneo do paciente: apesar de possuir baixas
concentrações de anticorpos, o crioprecipitado pode sensibilizar especialmente os pacientes O negativo.
Muito caro.
É preciso ter indicação de uso.
Contaminação bacteriana:
- A incidência de contaminação por bactérias depende de cada produto hemoderivado;
- Diferença na temperatura de estocagem, em torno de 20-24°C na de plaquetas, é o principal fator proposto;
- A duração da estocagem é outro fator importante e possui relação direta com a probabilidade de infecção;
- Sinais clínicos costumam estar presentes no momento da transfusão e devem levar à interrupção do processo para
pesquisa de contaminação na bolsa.
Infecções virais:
- Vários tipos de vírus podem ser transmitidos: HIV-1, HIV-2, HTLV 1 e 2, HVB, HVC, CMV, vírus da febre do Nilo e Zika
vírus;
- A chance de transmissão diminuiu bastante com o advento de novos testes de detecção dos agentes.
Imunossupressão: toda transfusão sanguínea gera uma imunossupressão (principalmente nos pacientes oncológicos)
diminui com leucorredução induzida pelo CHM.
Risco metabólico:
- Acúmulo de H+ e K+
- Redução de 2,3-DPG: menor liberação do O2 para os tecidos.
- Citrato: metabolizado para bicarbonato
- Hipocalcemia
- Hipotermia:
– Sangue estocado a 4 ºC pode provocar queda importante na temperatura;
– Temperatura corporal a 30ºC o ventrículo irritável favorece sua fibrilação;
– Sangue deve ser aquecido até a temperatura corporal antes de ser infundido (serpentinas com água morna).
- Distúrbios da coagulação:
– Transfusões múltiplas podem ocasionar coagulopatias ou piorá-las, se previamente existentes;
– Paciente recebendo transfusões múltiplas em estado de má perfusão e hipotensos diluição dos fatores de
coagulação coagulopatia intravascular disseminada like (acidose hipóxica tissular, com estagnação do fluxo
sanguíneo libera tromboplastina tissular de forma direta ou através da liberação de algumas toxinas
moduladas pela proteína C depósitos disseminados de fibrina na microcirculação necrose de vários tecidos
e órgãos).
AMINAS VASOATIVAS
Envolvem o coração e a pós-carga.
Os fármacos vasopressores e inotrópicos são agentes, frequentemente, utilizados nos pacientes críticos para
otimizar a pressão arterial, o débito cardíaco e a perfusão tecidual.
VASOCONSTRITORES
Quando a reposição volêmica adequada não é suficiente para normalizar a pressão arterial e a perfusão tecidual no
paciente com choque circulatório, o uso de agentes vasopressores deve ser iniciado.
Eles basicamente são agentes simpaticomiméticos que elevam a pressão arterial através do aumento a resistência
vascular periférica.
Incluem agentes como as catecolaminas (adrenalina, noradrenalina, dopamina), fenilefrina e vasopressina, entre
outros.
ADRENALINA
A adrenalina é considerada o protótipo das drogas simpaticomiméticas.
A ação da adrenalina nos receptores beta da musculatura lisa dos brônquios produz broncodilatação.
Outros efeitos da adrenalina são o aumento da concentração plasmática de glicose, ácidos graxos e lactato e
diminuição do potássio.
É sempre feita infusão venosa, pois, por via oral, é metabolizada no fígado pelas enzimas MAO e COMT.
Indicações:
- PCR: efeito α, aumentando a pressão diastólica da aorta melhora o fluxo sanguíneo coronariano;
- Choque anafilático: aumenta a pressão arterial e combate o laringoespasmo e o broncoespasmo (efeito
broncodilatador beta-2)
- Choque séptico
- Choque neurogênico tem como objetivo aumentar a pressão arterial mediante seu efeito α-adrenérgico nos
vasos e β-adrenérgico no coração.
- Broncoespasmo: utilizada nas crises de broncoespasmo associada à asma (geralmente por via subcutânea), embora
agentes simpaticomiméticos beta-2 seletivos (salbutamol, fenoterol), tenham preferência por apresentam menor
incidência de efeitos adversos.
Efeitos adversos:
- Taquicardia com consequente aumento de consumo de oxigênio pelo miocárdio;
- Arritmias cardíacas;
- Cefaleia;
- Ansiedade;
- Hiperglicemia;
- Hipopotassemia;
- Elevação dos níveis plasmáticos de ácido láctico por aumento da velocidade da via glicolítica.
NORADRENALINA
É o principal neurotransmissor do sistema nervoso autônomo e tem importante atividade agonista α-adrenérgica.
Droga mais interessante e de escolha, pois tem efeito mais predominante alfa-1, desse modo não afeta tanto a FC,
sendo isso melhor para titular a PA.
Possui maior efeito na arteríola eferente renal aumenta a fração de filtração, diurese e função renal em pacientes
em choque, desde que ressuscitados volemicamente.
A administração via oral não é eficaz, pois a noradrenalina é inativada no fígado pelas enzimas MAO e COMT.
Efeitos adversos:
- Ansiedade;
- Arritmias cardíacas;
- Isquemia com necrose das extremidades.
Ao contrário da adrenalina, ela não aumenta a produção de lactato, pois não estimula a via glicolítica.
DOPAMINA
Neutotransmissor monoaminérgico, pela descarbonização de DOPA.
Possui a capacidade de estimular receptores dopaminérgicos (DA) e adrenérgicos, dependendo da dose em que ela é
empregada.
Dose dopaminérgica/dose renal vasodilatação renal e mesentérica: doses baixas de 0,5 a 2 mcg/kg/min.
Também produz vasoconstrição das veias pulmonares, o que pode provocar aumento da pressão capilar pulmonar
quando aferida por monitoração hemodinâmica com um cateter de artéria pulmonar.
Dependendo da dose utilizada, a dopamina pode ser empregada com o objetivo de aumentar a contratilidade
miocárdica (doses intermediárias) e a resistência vascular sistêmica (doses elevadas).
Sua utilização em doses α ou β só está indicada nos estados de choque, após reposição volêmica adequada.
Como Diluir:
Ampola 5mg/ml 10ml:
- (Padrão) 5 Amp(=50ml)+200ml SF ou SG5% BI (250ml de 1mg/ml) (60kg10ml/h a 1mg/ml 3mcg/kg/min)
- (Concentrada) 2mg/ml=10 amp (=100ml)+ 150ml SF ou SG 5% IV BI (60kg a 10,8ml/h= 6mcg/kg/min)
Efeitos adversos:
- Taquicardia;
- Arritmias cardíacas;
- Náuseas;
- Vômitos;
- Cefaleia;
- Isquemia tecidual.
- Redução da concentração plasmática de todos os hormônios produzidos pela hipófise anterior, exceto o ACTH
redução da produção de prolactina reduz a imunidade enquanto a diminuição de hormônio do crescimento diminui
a velocidade de cicatrização das feridas.
VASOPRESSINA (ADH)
É o ADH: descobriram primeiro um depois o outro, e depois chegaram à conclusão de que se tratava da mesma
substância.
Arginina vasopressina (AVP) ou argipressina ou hormônio antidiurético (HAD) é um nanopeptídeo produzido no
hipotálamo e secretada neurohipófise:
- Osmolaridade e barorreceptores são os principais fatores que controlam a liberação e ação da vasopressina.
- Estímulo da angiotensina II, do estimulo simpático e da hiperosmalidade vasopressina é liberada pela
neurohipófise com o aumento da reabsorção da água aumenta a volemia aumenta a pressão arterial, o que pode
ser considerado também um mecanismo anti-choque.
Desempenha importante papel no metabolismo da água e do sódio e, em doses elevadas, produz vasoconstrição,
com consequente elevação da PA.
Indicação: para aumento da PA, RVP e diurese em pacientes portadores de choque séptico refratário a
catecolaminas.
Efeitos adversos: pode produzir isquemia miocárdica (deve ser utilizada com cuidado em pacientes portadores de
cardiopatia isquêmicas).
INOTROPISMO
Drogas utilizadas para melhorar a contratilidade cardíaca.
São utilizadas quando a reposição volêmica e as drogas vasoconstritoras não são mais capazes de ressuscitar o
choque.
Essas drogas visam melhorar o débito cardíaco, preferencialmente aumentando o volume sistólico e atingindo
menos a frequência cardíaca (o aumento inverso aumenta o consumo de O2 pelo miocárdio, podendo precipitar
uma isquemia cardíaca ou reduzir o tempo de enchimento ventricular, piorando o DC).
Mecanismos de ação:
- Beta-1 agonistas cardíacos;
- Sensibilizadores de canais de cálcio;
- Inibidores da fosfodiesterase III.
DOBUTAMINA
Inotrópico mais utilizado.
Catecolamina sintética.
Estimula adenilatociclase aumenta AMPc proteínas kinases aumenta cálcio estimula o miocárdio.
Efeitos:
- Aumenta o débito cardíaco (por meio de seu efeito agonista β1);
- Pode reduzir a resistência vascular periférica e a pressão arterial (efeito agonista β2);
- Melhora a perfusão capilar por ação direta na microcirculação;
- Inibição da ativação do fator nuclear kappa B;
- Aumento do clearance de água pulmonar.
Sua eficácia diminui após administração prolongada, possivelmente pela down-regulation dos receptores
adrenérgicos.
A dobutamina produz menos taquicardia e arritmia que a dopamina, porque não estimula a liberação de
noradrenalina pelo coração.
Ao contrário da dopamina, a dobutamina reduz a resistência vascular pulmonar e sistêmica e não altera o fluxo
plasmático renal.
Doses: 5-20mcg/kg/min.
Hipotensão arterial em pacientes hipovolêmicos e taquicardia podem ocorrer por aumentar a FC.
ISOPROTEREROL/ISOPRELINA
Simpatomimético que atua nos receptores beta-adrenérgicos.
Pouco usado.
LEVOSIMENDAN
Moderadamente lipofílica.
2 mecanismos de ação:
- Liga na Tropo C (Maior sensibilidade ao cálcio) = Inotrópico + Vasodilatação coronariana e periférica + abertura
Canais K+ sensíveis ao ATP;
- Efeito menos significativo: Inibidor da PDE2.
Sem efetivo aumento do consumo miocárdico de O2: aumenta a contratilidade cardíaca do coração sem aumentar o
consumo de O2 pelo miocárdio evita descompensar o paciente já descompensado (vantagem).
Indicações:
- Principal indicação é a insuficiência cardíaca grave, especialmente na insuficiência ventricular direita (superior à
dobutamina);
- Reversão da disfunção microcirculatória em pacientes com choque séptico (efeitos superiores à dobutamina e
milrinona).
Inicial 12mcg/kg/min por 10’+ 0,1- 0,4 mcg/ kg/min por 24h.
Como Diluir: 1 Ampola= 250mg em 20 ml
1 Ampola 20 ml
230ml de SF
250ml de solução 1mg/ml começar 20ml/h
(60kg: 2 ml/h= 5,55 mcg/kg/min)
AMRINONA E MILRINONA
Inibidores da Fosfodiesterase III (PDE3) no miocárdio e na musculatura lisa vascular aumenta AMPc aumento da
contratilidade do miocárdio e vasodilatação.
Inotrópico e lusitrópico principalmente quando há downregulation de receptor beta por uso crônico de
simpatomiméticos (IC crônica).
Podem utilizados na insuficiência cardíaca refratária e nos pacientes críticos nos quais está indicado um aumento do
índice cardíaco.
Efeitos adversos:
- Hipotensão arterial (devem ser utilizados com cuidado em pacientes hipotensos);
- Trombocitopenia;
- Arritmias;
- Hepatotoxicidade.
VASODILATADORES
Atuam em leito arterial e venoso 85% do sangue está nas veias atuam principalmente no leito venoso.
NITRATOS
Atravessam o endotélio liberam NO aumentam AMPc vasodilatação.
Muito utilizados nas emergências hipertensivas graves: pico hipertensivo (> 200 mmHg) pela lesão de órgão alvo,
como cérebro, coração, rins ou fígado.
Efeitos:
- Diminui CMO2;
- Aumenta perfusão coronariana;
- Efeito antiagregante plaquetário.
o NITROGLICERINA
Venoso (Robin Hood rouba do rico para dar por pobre): vasodilatação faz com o que o sangue flua das áreas com
melhor irrigação (desobstruídas) para as áreas com baixo fluxo sanguíneo melhora a isquemia.
Pode ser diluída tanto em SF 0,9% quanto em SG 5%.
o NITROPRUSSIATO
Arterial (toxicidade cianeto, hidroxicobalamina).
Efeito Robin Hood reverso/roubo coronariano (rouba do pobre para dar mais para o rico): vasodilatação das
arteríolas coronarianas o sangue, ao invés de irrigar uma área que possui uma vasodilatação concêntrica, ou seja,
que possui luz menor flui para o caminho mais fácil piorando a situação do tecido mal irrigado.
NTG.
VASODILATADORES PULMONARES