Você está na página 1de 6

METABOLISMO DE ÁGUA E ELETRÓLITOS NA SAÚDE E NA DOENÇA

*Pouco cobrada – focar sobre o metabolismo hídrico


Água e eletrólitos – 75% das células musculares e 5% das células adiposas
*Gradiente de eletrólitos (eletroquímico) – pré-requisito para excitabilidade
celular, condução de sinais e processo de transporte e movimento celular.
Eletrólitos também servem como mensageiros celulares, coenzimas ou
possuem funções estruturais.
Água corporal total (ACT) – corresponde a 60% do peso corporal – maiores em
crianças e neonatos e em menores quantidades em obesos.
Distribuidas em dois compartimentos:
AIC (água intracelular) – 40% peso corporal total
AEC (água extracelular) – 20% do peso corporal total
*Com o envelhecimento nos temos uma redução da celularidade,
principalmente da massa muscular, o que diminui também o percentual de
água corpórea total.
*O homem tem mais água corporal do que a mulher.
Separados funcionalmente pela membrana celular, que com sua bomba de
sódio-potássio:
Na no ambiente AEC
K no ambiente AIC
*Ptns ficam impossibilitadas de saírem deste ambiente, exceto como AAs após
a proteólise.
Em estados catabólicos:
- Em estados catabólicos, o K deixa o ambiente intracelular na mesma
proporção da degradação proteica. O inverso, no anabolismo, também ocorre.
*Por isso deve ser sempre monitorado o K no processo de realimentação.
Em doentes extremamente graves – funcionamento da bomba de sódio e K
pode ficar prejudicado – concentração de Na acima do normal – “síndrome da
célula doente” – estimulo ao catabolismo proteico – hipercalemia –
hiponatremia
*Aumento das concentrações intracelular de Na e uma diminuição do conteúdo
sérico de Na.
Espaço extracelular:
- Intravasculares
- Extravasculares
*Separados pelas membranas capilares
Lado poroso dos capilares limita a saída de PTNs plasmáticas – assegurando
maior pressão oncótica no plasma do que em todo ambiente extracelular,
mantendo a integridade do volume plasmática.
*Citocinas inflamatórias – aumenta a porosidade capilar – aumenta o
extravasamento – edema local.
*Em condições como íleo paralítico ou obstruções intestinais:
- Quantidades excessivas de líquido extracelular podem ficar retidas no
intestino, constituindo efetivamente perdas funcionais.
Funções da água:
- solvente;
- componente estrutural celular (citoplasma é aquoso)
- essencial para os processos de digestão, absorção e excreção.
*Absorção de Na e água aumentada no intestino delgado superior – devido a
concentração de Na e CHO.
*Absorção no cólon – AGCC
Funções dos Rins no Equilíbrio Hídrico
Filtram ptns plasmáticas a uma taxa – 125mL/min.
Sendo:
124mL/min – reabsorvida em túbulos proximais – de modo que o volume
“obrigatório” excretado na urina é suficiente para eliminar produtos indesejáveis
de metabolismo (uréia e creatinina)
*Individuo adulto saudável pode manter a concentração de ureia plasmática até
100x a concentração urinária, sendo assim: volume urinário mínimo de 500mL
para manter a homeostasia.
Doentes e idosos – mínimo de 1000mL de diurese
Lembrando que doenças agudas, perda de volume sanguíneo ou débito
cardíaco diminuído – rins – ativam os sistemas renina angiotensina-
aldosterona, vasopressina e peptídeo natriurético – maior retenção de sódio e
água.
Balanço externo de líquidos
Melhor método para estimar o balanço hídrico médio seria o peso e as
variações de peso corporal.
*O único inconveniente é que esta medida incluirá líquidos armazenados no
intestino e em outras cavidades, e, portanto, ficam perdidos para a função
renal.
Esquema – Balanço hídrico
Entradas Perdas
Ingestão – 2.100 ml Pele – 350 ml
Metabolismo – 200 ml Pulmão – 350 ml
Suor – 100 ml
Fezes – 100 ml
Urina – 1.400 ml
TOTAL – 2.300 ml TOTAL – 2.300 ml

*Pacientes críticos – manter débito urinário entre 50 a 100mL/h


Necessidades de Água
*Circunstancias normais:
1 ml/Kcal consumida – adultos
1,5 ml/Kcal – lactentes
Isso se traduz por:
Adultos: 35 ml/Kg
Crianças: 50-60 ml/Kg
Lactentes (0 a 12 meses): 150 ml/Kg/dia
Nutriz: acréscimo de 600 – 700 ml/d na necessidade
Idoso: 30 ml/Kg
*Lactentes possuem maior necessidade em razão da capacidade limitada dos
seus rins para manejar a carga de soluto renal.
*Excreção de 1g de N2 – requer 40 a 60ml de água.
Mais ptn – aumenta a necessidade de água
ELETRÓLITOS
SÓDIO
Principal cátion e agente osmótico do líquido extracelular.
Método prático: utilização do peso corporal para cálculo do balanço hídrico e
conteúdo de sódio do plasma.
Avaliação do sódio urinário em 24 horas – bom parâmetro de excesso ou falta
em pessoas normais, porém em situações patológicas não é um bom método
de avaliação.
Deficiência e toxicidade
Hiponatremia – concentração de Na inferior a 135mEq/L – pode ser aguda ou
não, Na hiponatremia aguda - letargia, fraqueza, convulsões e até morte.
Hiponatremia hipotônica (dilucional) – perdas excessivas (diarreia, fistulas do
TGI), síndrome de secreção inapropriada de ADH e síndrome nefrótica.
Hipernatremia – concentrações de Na superiores a 145mEq/L – pacientes
neurológicos e na presença de entubação orotraqueal.
*Concentração adequada de Na entre 135-145 mEq/L
POTÁSSIO
Principal cátion intracelular.
Baixa concetração de K plasmática – hipocalemia (se acompanhada de
alcalose).
Acidose metabólica está associada a perda intracelular de K, de maneira
oposta, um aumento no PH vem acompanhada de um aumento da captação de
K.
Diminuição do volume circulatório – aumento excreção de K – diminuição das
reservas de K – aumenta excreção de ion H+ - promove alcalose e acidifica a
urina.
A administração de glicose quando associada a insulina promove captação de
K para o meio intracelular.
Início do suporte nutricional, as concentrações de K devem ser verificadas
diariamente.
Deficiencia e Toxicidade
Hipocalemia – valores de K sérico abaixo de 3,6mEq/L (abaixo de 3 é
sintomática) – associada a perdas excessivas na urina e fezes.
Sintomas – valores inferiores a 3 mEq/L – dor de cabeça, fraqueza,
constipação, paralisia, parestesias, confusão mental, arritmia cardíaca e morte.
Pode ser desencadeada por:
- Hipoaldsteronismo
- Sindrome de Cushing
- Ácidose diabética
- Desnutrição
- Hipomagnesemia
Hipercalemia – valores de K superior a 5 mEq/L
Sintomas – valores atingem 5,5 mEq/L – parestesias, paralisa, dores
musculares, confusão mental, arritmia, elevação da onda T ao ECG e parada
cardíaca.
DRI para homens e mulheres adultas/idosas – 4,7g

EQUILIBRIO ÁCIDO-BASE
Ácido – qualquer substancia que tende a liberar ions hidrogênio em uma
solução
Base – qualquer substancia que tende a receber ions hidrogênio em uma
solução
A concentração de H+ determina a acidez
O equilíbrio ácido-base é o estado dinâmico da concentração de hidrogênio.
A manutenção do ph sanguíneo na faixa de 7,35 – 7,45 é crucial para muitas
funções fisiológicas e reações bioquímicas.
Mecanismos regulatórios dos rins, pulmões e sistema tampão capacitam o
corpo para manter o nível de ph.
Valores de referencia gasometria arterial
Teste Clínico Valor de gases no sangue arterial
ph 7,35 – 7,45
PCO2 35 – 45 mmHg
PO2 80 – 100mmHg
H2CO3 22 – 26 mEq/L
Saturação de O2 >95%

Desequilíbrio respiratório
Acidose respiratória – Aumento H2CO3 por retenção de CO2
Ex: paciente com doenças pulmorares obstrutivas/restritivas
Alcalose respiratória – Diminuição de bicarbonato por expiração excessiva de
CO2
Ex: exercício extenso, ansiedade, sepse inicial
Desequilibrio metabólico
Ácidose metabólica – diminuição de bicarbonato por excreção de grandes
quantidades de bases no fluido extracelular
Ou
Aumento na concentração de H+ por produção, ingestão ou retenção
aumentada.
Ex: diarreia, uremia, cetoacidose diabético descompensado, inanição, dieta de
alto teor de gordura e pobre em CHO (dieta cetogenica)
Alcalose metabollica
Diminuição da concentração de H+ por perdas aumentadas
Ou
Aumento de bicarbonato (H2CO3) por retenção anormal de bases de fluido
extracelular
Ex: uso de diuréticos, ingestão aumentada de álcali, perda de cloreto e
vômitos.

Você também pode gostar