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Plano de marketing no varejo: um estudo de caso

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Claudia De Souza Libanio


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Plano de marketing no varejo:
um estudo de caso
Everton Silva Mallmann
Cláudia de Souza Libânio

resumo
Cada vez mais, organizações constroem estratégias de marketing em busca
de maior vantagem competitiva no mercado. Sendo assim, este trabalho tem
por objetivo desenvolver estratégias de marketing, propondo um plano de
marketing para uma microempresa inserida no comércio varejista. Foi utilizada
a metodologia exploratória, por meio de pesquisa qualitativa e de entrevistas
em profundidade. Ao final do trabalho, são propostas estratégias de marketing,
bem como um plano de marketing para a empresa em questão.

Palavras-chave
Plano de marketing; estratégias de marketing; microempresa; varejo.

Abstract
Increasingly, organizationsmake marketing strategiestoachievegreatercompeti-
tiveadvantage. Thus, thisstudyaimstodevelop marketing strategiesandpropose
a marketing plan for a microenterpriseinsertedintotheretail trade. Exploratory-
methodologywasused, throughqualitativeresearchandin-depth interviews. At
theendofthework, marketing strategiesand a marketing plan are proposed for
thecompany in question.

Key words
Marketing plan; marketing strategies; microenterprise; retail.

1 Introdução

O ambiente empresarial está cada vez mais dinâmico, assim, as


organizações enfrentam a necessidade de monitorar constantemente
o mercado e de construir estratégias capazes de proporcionar uma
maior vantagem competitiva. As empresas que pretendem se manter
competitivas necessitam adaptar-se rapidamente às novas mudanças do
ambiente. Diante disso, os gestores constituem papel determinante na
construção e no redimensionamento de novas técnicas e de estratégias
Plano de marketing no varejo: um estudo de caso

de marketing frente à relação estabelecida entre empresa, mercado e


parceiros. Para tanto, os gestores necessitam estar permanentemente
atentos às mudanças de mercado. Em face disso, compreender o que
a empresa exige para se adaptar aos novos rumos do ambiente empre-
sarial torna-se um desafio constante, razão pela qual a constituição de
um plano de marketing adequado auxiliará a organização a alcançar
os seus objetivos.
Por meio dos processos e das estratégias de marketing de uma em-
presa é possível desenvolver produtos e serviços que atinjam, de forma
satisfatória, o público-alvo das organizações. De acordo com Kotler e
Keller (2006, p.24), o processo de planejamento mercadológico consiste
em “analisar oportunidades de marketing, selecionar mercados-alvo,
projetar estratégias de marketing, desenvolver programas de marketing
e gerenciar o esforço de marketing”.
Atualmente, as empresas estão atuando em mercados que as obrigam
constantemente a desenvolver novas formas de satisfazer os clientes.
MacCarthy e Perreault (1997) enfatizam que o marketing é relevante
para os consumidores, pois afeta a totalidade dos bens e serviços dos
quais esses se utilizam diariamente. A partir dessa visão, os autores
acrescentam que além de ser responsável por uma grande parcela do
desenvolvimento econômico, o marketing encoraja no desenvolvimento
de pesquisa relacionada a novas ideias, buscando proporcionar novos
bens e serviços e uma maior variedade de produtos. Em complemento
a essa posição, Kotler e Keller (2006) alertam que os profissionais de
marketing devem estar sempre atentos à questão do envolvimento de
bens, serviços, de eventos, de experiências, pessoas, lugares, proprie-
dades, organizações, informações e de ideias.

1.1 Planejamento Estratégico e Plano de Marketing

O planejamento estratégico, de acordo com Kotler e Armstrong (2007,


p.30), é o “processo para desenvolver e para manter um alinhamen-

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to estratégico dos objetivos e habilidades de uma organização com


as oportunidades de marketing em um mercado em mutação”. Para
Chiavenato (2000, p.148), “planejamento estratégico é um conjunto
de tomada deliberada e sistemática de decisões envolvendo empreen-
dimentos que afetam ou deveriam afetar a globalidade da empresa por
longos períodos de tempo”. Com esse pressuposto, o autor acrescenta
que as novas empresas se utilizam do planejamento estratégico para
alcançar a melhoria do seu posicionamento no mercado, ao passo que
uma organização estabelecida visa, com a utilização desta ferramenta,
a uma melhor preparação.
O plano de marketing, de acordo com o que afirmam Churchill e
Peter (2003, p.19), “é um documento criado por uma organização para
registrar os resultados e as conclusões da análise ambiental e para de-
talhar a estratégia de marketing planejada e os resultados pretendidos
por ela”. Ao tratar-se de plano de marketing, não se pode esquecer dos
benefícios trazidos para a organização, assim, nesse sentido, Churchill
e Peter (2003, p.101) comentam que “um plano de marketing bem fei-
to, ajuda os membros do departamento de marketing a reconhecer no
que devem estar concentrados e a observar e a tirar melhor proveito
das oportunidades do mercado”. Além de medir o desempenho do
departamento de marketing, com o plano também é possível medir os
resultados da área de marketing em relação aos objetivos. Além disso,
segundo Las Casas (2006), o plano de marketing apresenta ainda um
aspecto motivacional, a partir do envolvimento e da participação dos
funcionários, aspecto que apontando a possibilidade de cada um deles
vir a ser responsável pela implantação desse plano.
Nesse sentido, o autor Las Casas (2006, p.20) acrescenta que “os
resultados positivos do envolvimento dos funcionários podem ser
percebidos em vários setores de diferentes empresas”. Mediante isso,
visa-se à elaboração de etapas que possam auxiliar na criação e no
desenvolvimento do plano de marketing.

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Plano de marketing no varejo: um estudo de caso

1.2 Implementação e Controle

De acordo com Kotler e Keller (2006), após a elaboração das estratégias


devem ser construídos programas de apoio, pois por melhor que seja a
estratégia, se essa for implantada de forma ineficaz, poderá arruinar-se.
Para os autores, uma vez elaborados esses programas, o profissional de
marketing, além de estimar os custos também deverá implementá-los,
sem deixar de lado o seu público-alvo e as suas necessidades. Westwood
(1996) se refere a essa etapa como plano de ação, reiterando que esse
plano deve ser elaborado após a definição das estratégias, a fim de serem
desenvolvidas ações a partir dos objetivos da empresa, entre os quais
incluem-se: posição, metas, ação, pessoa responsável, datas de início e
término, bem como o custo de cada uma dessas ações.
Para Kotler e Keller (2006, p.57), “à medida que implementa sua
estratégia, a empresa necessita acompanhar os resultados e monitorar
os novos acontecimentos nos ambientes interno e externo”. Nesse
sentido, os autores salientam que os ambientes e também o mercado
modificam-se com o passar dos anos, alguns mais rapidamente do
que outros. Devido a essa circunstância, torna-se necessário analisar e
revisar a implementação, os programas, as estratégias, ou até mesmo
os objetivos, utilizando o feedback e o controle, conjunto de etapas
também importantes no processo do planejamento estratégico segundo
Kotler e Keller (2006).

2 Procedimentos Metodológicos

Este trabalho empregou a pesquisa exploratória, de natureza quali-


tativa. Gil (1999) destaca que a finalidade da pesquisa exploratória é
desenvolver, modificar, esclarecer ideias e conceitos, visando à eficácia
na formulação de problemas mais precisos. Já Malhotra et al. (2005,
p.113) ressaltam que a pesquisa qualitativa “proporciona melhor visão
e compreensão do problema”.

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Um estudo de caso, ao ser proposto, visa constituir pesquisa sobre


determinado contexto organizacional. De acordo com Yin (2001, p.32),
define-se um estudo de caso como a investigação de “um fenômeno
contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especialmente
quando os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente
definidos”. Para realizar a coleta de dados desta pesquisa foi adotada a
técnica de entrevista em profundidade. Segundo Malhotra et al. (2005,
p.113), as entrevistas em profundidade são constituídas por meio de
“conversas levemente estruturadas com indivíduos escolhidos do
público-alvo.” As entrevistas foram realizadas empregando-se roteiros
semiestruturados, com a participação de dois sócios-proprietários, seis
clientes e dois fornecedores da empresa que sediou a pesquisa.
Posteriormente à coleta e à transcrição dos dados, a análise foi realiza-
da, sendo processada através da técnica de análise de conteúdo, técnica
que consiste, de acordo com Bardin (2004, p.33), em “um conjunto de
técnicas de análise das comunicações, que utiliza procedimentos sis-
temáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens”. Neste
estudo, a empresa pesquisada será chamada de Empresa A, visando
manter o sigilo requerido.
A Empresa A possui como negócio a comercialização e a instalação
de materiais de ferragens e de produtos metalúrgicos, estando localizada
na cidade de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul. A estrutura
organizacional da Empresa A é constituída por dois sócios-proprietários,
ambos responsáveis pelas funções/tarefas financeiras, administrativas
e pelo atendimento ao público, sendo um deles o encarregado do
serviço de instalação e de manutenção dos produtos. A organização é
de pequeno porte e não há um funcionário responsável pelas funções
de marketing para a empresa. Os principais clientes da empresa são
moradores da zona sul da cidade de Porto Alegre, RS, devido a sua
proximidade física com a loja. Também podem ser elencados como
clientes da Empresa A: arquitetos, decoradores, engenheiros, constru-
tores, marceneiros, síndicos de prédios e funcionários de imobiliárias.

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Plano de marketing no varejo: um estudo de caso

3 Resultados e discussão

Os aspectos analisados foram organizados e classificados em sete


grandes grupos: análise do macroambiente, análise dos clientes, concor-
rentes e fornecedores, análise SWOT, objetivos de marketing, mercado
alvo e posicionamento, estratégias de marketing, de implementação e de
controle. Esses grupos foram subdivididos em itens julgados relevantes
para análise, conforme segue.

3.1 Análise do Macroambiente

Com relação ao ambiente tecnológico, destaca-se o acelerado avanço


nesse âmbito e a frequente criação de novas modalidades de automação
comercial, tais como: sistemas e programas atuais, aumento no uso de
computadores de última geração, entre outros equipamentos modernos,
que possibilitam as ações de marketing, de logística e também de inte-
gração com fornecedores serem cada vez mais eficazes e obterem maior
qualidade.Outra importante mudança provocada pelo avanço tecnoló-
gico é o aumento no uso da internet no tocante à venda e à pesquisa
de produtos. Atualmente, as principais formas de a empresa utilizar a
internet como ferramenta de marketing, são: sites, banners, blogs, correio
eletrônico, comunidades em sites de relacionamento, vídeos e, também,
o comércio eletrônico (e-commerce). Em relação ao comércio eletrônico,
em dados publicados na Revista Exame (2011) encontra-se a informação
de que nos primeiros seis meses de 2011 o comércio eletrônico faturou
no Brasil 8,4 bilhões de reais, constituindo um salto de 24% sobre o
que auferido em igual período do ano anterior.
Um ponto de destaque relacionado ao ambiente demográfico é a
localização da Empresa A. Na região em que essa está situada, há um
potencial de crescimento vinculado à questão da valorização de empre-
endimentos imobiliários da zona sul da capital, devido à construção de
um grande shopping center, e também em face da reforma de um estádio

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de futebol. Com a proximidade da Copa do Mundo em 2014, o local


está cotado para sediar partidas do referido campeonato.
Já no ambiente econômico, pode-se destacar, segundo a Fundação de
Economia e Estatística (2011), que a economia do Estado do Rio Grande
do Sul cresceu 5,8% no segundo trimestre de 2010, em comparação
com o mesmo período do ano anterior. De acordo com informações do
IBGE (2010), o volume de vendas do comércio varejista do Estado do
Rio Grande do Sul cresceu, em 2010, 10,7% em relação ao ano anterior.
Em relação à análise do ambiente social e cultural, constata-se que
há, na cidade de Porto Alegre, uma preocupação crescente das pessoas
com relação à segurança e à proteção de suas residências. Em relação
a esse aspecto, informações do IBGE (2010) dão conta de que em 2009,
dos domicílios particulares permanentes no Brasil (58,6 milhões), 89,2%
eram casas e 10,4% apartamentos. A pesquisa sobre esse cenário tam-
bém retrata que 47,2% das pessoas não se sentem seguras na cidade
em que moram, e assim, “cerca de 60% dos domicílios possuem algum
tipo de dispositivo de segurança”.

3.2 Análise dos Clientes, Concorrentes e Fornecedores

Outra análise realizada direcionou-se ao monitoramento da con-


corrência. Na cidade considerada pela pesquisa há três empresas de
pequeno porte que exercem uma concorrência direta à Empresa A, além
de duas grandes companhias que, por sua vez, exercem concorrência
indireta. Essas organizações, apesar de possuírem a mesma linha de
produtos, encontram-se relativamente distantes do local em que está
situada a Empresa A, encontrando-se localizadas em outra região,
entretanto, é relevante salientar que a Empresa A não realiza monito-
ramento dos seus concorrentes.
Já na análise dos clientes revelou que se identificaram como clien-
tes em potencial da Empresa A pessoas que trabalham e/ou residem
em regiões próximas à sua sede. Esses clientes, em grande parte, são

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pessoas de classe “D” e “E”, considerando-se os parâmetros da escala


disponibilizada pelo IBGE (2010). Percebe-se que o público da Empresa
“A” é muito diversificado quanto à faixa etária e quanto às intenções de
compra. Também de acordo com os dados levantados nas pesquisas, se
nota que os clientes sentem-se satisfeitos com a estrutura física e com
o atendimento prestado pela empresa, fatores que constituem alguns
dos principais motivos que os levariam a indicar a loja aos seus amigos.
Ao analisar os fornecedores da Empresa A, é possível saber que es-
ses atendem a empresa pesquisada há mais de cinco anos, oferecendo
produtos como fechaduras e cadeados, além de diferentes soluções
para portas. Em relação à receptividade de produtos inovadores ou em
fase de lançamento, um dos entrevistados afirmou que a Empresa A
“não é muito aberta a novidades e inovações” e que os lançamentos
não constituem o seu foco, porque essa prioriza os produtos de maior
fluxo de venda.

3.3 Análise SWOT

Para Kotler e Keller (2006, p 50), “a avaliação global das forças, fra-
quezas, oportunidades e ameaças é denominada análise SWOT (sigla
composta pelos termos em inglês: strengths, weaknesses, opportunities,
threats)”. De acordo com o quadro 1, por meio da proposta da análise
SWOT, buscou-se salientar os pontos fortes, pontos fracos, oportunida-
des e as ameaças do ambiente em que se encontra inserida a Empresa A.

Positivos Negativos
 

Boa especialização no ramo e na Estoque baixo e pouca variedade de


região produtos
Fatores Internos

Bom atendimento Falta de estratégias de marketing


Boa localização Falta de planejamento de marketing
Preço competitivo Baixo capital de giro
Ampla estrutura física e Problemas de relacionamento entre
estacionamento sócios-proprietários
Disponibilização de serviço Não utilização de ferramentas de
especializado marketing

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Oportunidades Ameaças
Avanço tecnológico Provável entrada de novos concorrentes
Fatores Externos

Valorização dos imóveis localizados


Instabilidade da economia
na zona sul de Porto Alegre
Crescimento nas vendas do mercado
Surgimento de novas tecnologias
varejista
Aumento na procura de
equipamentos de segurança nos  
domicílios
Quadro 1: Análise SWOT. Fonte: os autores.

Ao analisar o ambiente externo e interno da Empresa A, pôde-se


concluir, que além de procurar manter os seus pontos fortes, a em-
presa deve procurar corrigir os seus pontos fracos, visando ao melhor
aproveitamento das oportunidades detectadas e, consequentemente,
ao crescimento e a sua sobrevivência no mercado. No que se refere às
ameaças verificadas, essas devem ser monitoradas com o objetivo de
fornecer informações que permitam minimizá-las.

3.4 Objetivos de Marketing

A partir da análise SWOT e dos resultados das pesquisas realizadas,


foram elaborados os objetivos de marketing adequados à realidade da
Empresa A:
• Aumentar em 40% o número de clientes até o final do ano
seguinte;
• Alavancar em 60% as vendas até o final do ano seguinte;
• Monitorar semestralmente os concorrentes diretos e indiretos.

3.5 Mercado-alvo e posicionamento

O mercado-alvo, conforme ressaltam Kotler e Armstrong (2007), é


constituído por um grupo de consumidores com necessidades ou carac-
terísticas em comum, para os quais a empresa decide prestar o serviço.
Com base nesse pressuposto, o mercado-alvo proposto deve compor-
-se pelos clientes atuais e pelos clientes em potencial da Empresa A,

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Plano de marketing no varejo: um estudo de caso

sendo esses homens e mulheres de classe “D” e “E” (conforme critério


do IBGE, 2010), que residam e/ou trabalhem na região onde está esta-
belecida a empresa. A proposta de posicionamento desenvolvida para
a Empresa A, considerando-se a sua localização e o seu mercado-alvo,
aponta para a diversificação e para a oferta de produtos e de serviços
que são basicamente os mais procurados, sendo priorizado, da mesma
forma, o melhor custo/benefício.

3.6 Estratégias de Marketing

A partir dos dados até então levantados e analisados, foram propostas


as seguintes estratégias de marketing:
a. Desenvolvimento de campanhas de divulgação: produção de dois
mil panfletos para distribuição em pontos próximos ao estabeleci-
mento, e, também, nas caixas de correio de residências localizadas
em quarteirões próximos à Empresa A. Tal procedimento deve
colaborar para que assim sejam atingidos clientes em potencial
que trabalhem ou que residam nas proximidades da Empresa A,
tornando a loja mais conhecida na região, devido à divulgação
dos serviços e dos produtos disponibilizados.
A inserção e a manutenção das propagandas mensais em jor-
nais de bairro, e também a inclusão de divulgação em jornais
populares da cidade poderão trazer grandes benefícios para a
Empresa A, no que tange à captação de novos clientes assim
como na divulgação e/ou fixação da marca. A produção dos
panfletos será realizada por meio de uma empresa de serigrafia,
já a respectiva distribuição deverá será feita por uma empresa
especializada;
b. Criação de um banco de dados de clientes: a constituição desse
banco de dados deve configurar-se como uma ferramenta de
fácil acesso às buscas, assim como deve ser constantemente
atualizado, mediante alimentação contendo as informações de

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clientes, como: nome completo, endereço, e-mail, telefone e um


histórico de suas compras. Com esses dados, os gestores poderão
realizar um contato mais direto e efetivo com seus clientes e,
possivelmente, assim dessa forma buscarão a fidelização desses.
c. Confecção de uniformes: a confecção de uniformes personali-
zados possibilita à Empresa A ter um padrão de vestuário para
a equipe, aspecto que tem como principal objetivo colaborar na
composição, divulgação e na transmissão de uma boa imagem.
Serão elaborados 14 uniformes, contendo estampa, produzida
através de serigrafia, com o logotipo e o telefone da empresa;
d. Manutenção das instalações: a transmissão de uma boa imagem
aos clientes, através de ambiente agradável, é fator que colabora
para a atratividade da empresa. Para isso, serão realizadas ma-
nutenções nos pontos elétricos e hidráulicos bem como pintura
nas paredes internas da estrutura física da empresa;
e. Elaboração e manutenção de um site: a conexão diária, através
do site a empresa, com os clientes atuais e com os considerados
em potencial, deve gerar uma oferta de informações atualizadas
e permanentes, apresentando a Empresa A de forma dinâmica,
moderna e profissional. Serão inseridos no site os dados da
empresa, seu diferencial em relação ao mercado, missão e valo-
res, além de informações para contato, como: telefone, e-mail,
mapa com o seu endereço, portfolio com imagens de produtos
e de serviços oferecidos, juntamente com os respectivos preços,
sendo oferecido também um link de acesso na modalidade: “Fale
conosco”. Os clientes terão a opção de buscar o produto ou ser-
viço pretendido, mediante o preenchimento de uma solicitação/
mensagem automática, que poderá ser encaminhada à empresa,
de imediato, via e-mail. Nesse caso, caberá aos gestores, após o
recebimento do pedido, entrar em contato com os clientes para
fornecer mais informações relacionadas aos produtos ou aos
serviços, agendar o atendimento e/ou combinar a data da entrega

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Plano de marketing no varejo: um estudo de caso

do produto. Nesse procedimento, a forma de pagamento utilizada


será a do depósito em conta corrente. Já o sistema de entrega, no
caso dos produtos, será feito por via de correio ou por serviços
de motoboy, cujas despesas que serão acrescidas ao valor final
da mercadoria. Para criação e manutenção do site será contratada
uma empresa especializada neste tipo de desenvolvimento;
f. Sorteio de Prêmios: a distribuição de prêmios ocorrerá mediante
sorteio de cupons numerados; os clientes que tenham realizado
compras, acima de determinado valor, terão direito aos concorrer
depositando o cupom em uma urna localizada em ponto estratégi-
co na loja, preferencialmente próxima a produtos de maior valor.
O sorteio será realizado na própria empresa duas vezes ao ano;
g. Foco em produtos básicos e/ou de baixo custo: a Empresa A de-
verá posicionar-se, de forma a investir em produtos que ofereçam
preço baixo aos seus clientes. Nesse sentido, é priorizado o foco
na compra de materiais que possuam grande fluxo, sem deixar
de lado uma maior diferenciação de produtos no segmento, pois
devido à concorrência a empresa deve oferecer maior quantidade
de marcas. Orienta-se a empresa a entrar em contato por telefone
com diferentes indústrias e/ou fornecedores para proporcionar
uma maior diferenciação de estoque de produtos voltados aos
clientes em potencial;
h. Monitoramento da concorrência: A Empresa A deverá acompa-
nhar semestralmente os novos produtos e serviços, através da
averiguação de preços, promoções e de novos canais de distri-
buição dos seus concorrentes diretos ou dos indiretos. Sugere-se
que essas ações sejam realizadas através da busca/consulta em
sites da concorrência e através da utilização do cliente oculto.
Quanto a essa possibilidade, a Empresa A deverá contratar uma
companhia que disponha de oferta desse tipo de serviço.

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3.7 Implementação e Controle

De acordo com Kotler e Keller (2006), após a elaboração das estraté-


gias, deve-se implementá-las. Westwood (1996) reitera que posterior-
mente à definição das estratégias deve ser elaborado um plano de ação,
a fim de se desenvolver ações a partir dos objetivos da empresa. Nesse
plano deve constar a pessoa responsável, assim como as datas e os cus-
tos relacionados a produtos que estejam vinculados a cada uma delas.
Em face disso, foi elaborado um plano de ação, estipulando ativida-
des necessárias à estipulação das estratégias relacionadas aos objetivos
da Empresa A. O plano de marketing proposto tornou-se viável para
a empresa, visto que os valores financeiros das ações, e, também,
as respectivas manutenções encontravam-se dentro do investimento
estipulado. Para Kotler (1998), após a implementação das estratégias
deve ser criado um controle para monitorá-las. Dessa maneira, se faz
necessário verificar como serão realizados esses monitoramentos. Em
decorrência dessa ótica, após a efetivação das ações, foi proposto um
monitoramento relacionado ao cumprimento das estratégias estabe-
lecidas. Para isso, os gestores devem agendar reuniões mensais, com
intuito de avaliar, por meio de indicadores de desempenho, aspectos
como: volume de vendas, lucratividade e informações sobre novos
clientes. Com base nessas reuniões, a Empresa A poderá realizar even-
tuais ajustes, de tal forma que venha a garantir a eficácia do plano de
marketing, bem como sua flexibilidade e adaptação com o sentido de
atingir os objetivos propostos. Espera-se que, ao alcançar esses objeti-
vos, o faturamento da empresa aumente e, além de cobrir as despesas
realizadas com o desenvolvimento do plano de marketing alavancando
as suas vendas, para que assim a empresa também possa corroborar no
sentido de corrigir aspectos críticos do processo, como baixo estoque
e falta de capital de giro.

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Plano de marketing no varejo: um estudo de caso

4 Considerações Finais

Este trabalho teve como objetivo a elaboração de estratégias de marke-


ting, bem como a proposição de um Plano de Marketing para a Empresa
A. Entende-se que o espaço de mercado em que a empresa estudada
encontra-se inserida é competitivo, mostra-se amplamente favorável à
rentabilidade, embora necessite de suporte com um planejamento de
marketing adequadamente estruturado, implementado e controlado.
É relevante ressaltar que devido às constantes mudanças, tanto no
ambiente interno quanto no externo, é de suma importância que o
plano de marketing seja monitorado, a fim de se identificar se as ações
sugeridas encontram-se devidamente alinhadas aos seus objetivos,
colaborando assim para o alcance dos mesmos.
Como sugestão para trabalhos futuros, elenca-se, entre as possibilidades
de proposta envolvendo planos de marketing, que esses sejam oferecidos a
empresas de diferentes setores e portes, inclusive para aquelas localizadas
em outras regiões do país, para fins de possíveis comparações de caso.

Referências

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Everton Silva Mallmann


Graduado em Administração (UniRitter), atualmente trabalha como
trainee de gerente de banco de investimentos em Porto Alegre.
E-mail: adm-everton@hotmail.com

Cláudia de Souza Libânio


Graduada em Administração de Empresas (UFRGS) e Arquitetura e
Urbanismo (UniRitter), especialista em Design (UniRitter), mestre em
Engenharia (PPGEP/UFRGS) e doutoranda em Engenharia (PPGEP/
UFRGS). Atualmente, é Coordenadora da Faculdade de Administração
do UniRitter e ministra disciplinas nos Cursos de Graduação em Admi-
nistração, Engenharia e Design do UniRitter.
E-mail: claudia_libanio@uniritter.edu.br

Mallmann, Everton Silva; Libânio, Cláudia de Souza. Plano de


marketing no varejo: um estudo de caso. Revista Negócios e Talentos,
Porto Alegre, ano 8, n. 8, p. 69-83, 2011.

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