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Curso de Direito
Rio de Janeiro
2018.1
FRED WILLIAM RODRIGUES RAPOSO
Rio de Janeiro
Campus Campo Grande
2018.1
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RESUMO
A postura Ética e a Moralidade dos servidores não só da Segurança Pública do Estado do Rio
de Janeiro, mas de uma forma geral, está no centro de grandes problemas na nossa atualidade.
A crise que nos assola vem exatamente da não observância de Princípios básicos que estão
nos textos constitucionais, mesmo existindo toda uma estrutura legal referente à conduta e
controle.
Palavras-chave: Ética, Moralidade, Segurança Pública, Princípios.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2. DESENVOLVIMENTO
legal‘ é unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como
objetivo do ato, de ‘forma impessoal‘ “.
Para a garantia deste princípio, o texto constitucional completa que para a entrada em
cargo público é necessário à aprovação em concurso público. A imagem de administrador
público não deve ser identificada quando a Administração Pública estiver atuando. Outro fator
é que o administrador não pode fazer sua própria promoção, tendo em vista seu cargo, pois
esse atua em nome do interesse público. E mais, ao representante público é proibido o
privilégio de pessoas específicas. Todos devem ser tratados de forma igual.
Em princípio, todo o ato administrativo deve ser publicado, porque pública é a
Administração que o realiza, resguardados os casos em que o sigilo é protegido pela
Constituição brasileira. Para que os atos sejam conhecidos externamente, ou seja, na
sociedade, é necessário que eles sejam publicados e divulgados, e assim possam iniciar a ter
seus efeitos, auferindo eficácia ao termo exposto. Além disso, relaciona-se com o Direito da
Informação, que está no rol de Direitos e Garantias Fundamentais.
Di Pietro (1999) demonstra que:
“O inciso XIII estabelece que todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.”
A Eficiência é um princípio que zela pela “boa administração”, aquela que consiga
atender aos anseios na sociedade, consiga de modo legal atingir resultados positivos e
satisfatórios, como o próprio nome já faz referência, ser eficiente. Meirelles (2000)
complementa:
“O Princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com
presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função
administrativa, que já não se contenta em se desempenhar apenas com uma
legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório
atendimento as necessidades da comunidade e de seus membros.”
A eficiência é uma característica que faz com que o agente público consiga atingir
resultados positivos, garantindo à sociedade uma real efetivação dos propósitos necessários,
como por exemplo, saúde, qualidade de vida, educação, etc.
A Razoabilidade é um princípio que é implícito da Constituição Federal Brasileira, mas
que é explícito em algumas outras leis, como na paulista, e que vem ganhando muito força,
como afirma Meirelles (2000). É mais uma tentativa de limitação ao poder púbico, como
afirma Di Pietro (1999): “Trata-se de um princípio aplicado ao direito administrativo como
mais uma das tentativas de impor-se limitações à discricionariedade administrativa,
ampliando-se o âmbito de apreciações do ato administrativo pelo Poder Judiciário.”
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Assim, este princípio é o dispositivo que trata dos interesses da coletividade. Visa
contribuir com a maioria dos indivíduos da sociedade, e o Estado tem papel relevante nisto,
uma vez que foi criado para garantir uma organização e cumprir os interesses gerais da
sociedade com o bem-estar da coletividade.
2.2 Incentivos que são oferecidos pela Administração Pública no Estado de Rio Janeiro
aos servidores da Segurança Pública
A palavra Ética não é utilizada aqui de forma filosófica, teríamos que falar em
Aristóteles, Platão, etc. A palavra é empregada no seu sentido corrente, popular, referindo-se
aos comportamentos ligados aos valores que busquem a realização do ser humano. Mas
também podemos dizer que é “Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios
ideais da conduta humana; conjunto de princípios morais que devem ser respeitados no
exercício de uma profissão”. Devemos atentar para o fato de que a Administração deve pautar
seus atos pelos princípios elencados na Constituição Federal, em seu art. 37. Visando a
assegurar que a Administração Pública atue sempre em consonância com os princípios
normativos que lhe são impostos, faz-se necessário que se sujeite ao controle por parte dos
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Poderes Legislativo e Judiciário, além de, ela própria, exercer controle sobre seus atos. A
Ética Pública está diretamente relacionada aos princípios fundamentais da Administração
Pública.
A Moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo
as exigências da instituição a que serve, e a finalidade de sua ação: o bem comum. A Ética na
administração e a moralidade administrativa não representam senão uma das faces da
moralidade pública que se sujeita ao controle social, pois a moralidade é encontrada nos
julgamentos que as pessoas fazem sobre a conduta e não na própria conduta.
Os órgãos de controle se fazem imprescindíveis, em um papel fiscalizador, preventivo e
repressivo, que de fato tem proporcionado o avanço e a aplicabilidade das ferramentas legais
em face dos parasitas da corrupção, intimidando novas condutas e repelindo gradativamente
os vícios cristalizados. Nesse sentido, há várias classificações de controle, a destacar: externo
e interno; preventivo, concomitante e subsequente. Explica-se:
a) Controle Administrativo e os órgãos de Controladoria:
O controle Administrativo é a materialização do controle interno, ocorre dentro da
própria esfera de orgânica, por meio da autotutela. A maioria das Constituições Estaduais
prevê tal dispositivo de controle, caminhando uníssonas com a CRFB/88, vide art. 70, parte
final. Existem vários mecanismos de controle interno, porém, na estrutura do controle interno
do Executivo, o órgão que mais tem contribuído para a mudança de pensamento da forma de
gestão administrativa, são as Controladorias, em especial a Controladoria-Geral da União
(CGU).
c) Controle Judiciário:
O controle do Judiciário está ligado à solução do conflito, ou seja, à vertente
sancionadora. A competência decorre do art. 5º, XXXV da CRFB, e constitui o sistema da
unidade de jurisdição, adotado no Brasil e que prima pela análise imparcial no julgamento.
Esse modelo se contrapõe ao adotado na França, o sistema de contencioso administrativo,
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onde ao lado da Justiça Cível e Penal, encontra-se a Justiça Administrativa, que trata
exclusivamente de matéria administrativa e suas decisões são irrecorríveis à Justiça Comum.
II – Agente Penitenciário:
Data de regulamentação do cargo: 18 de dezembro de 1985
Tipo de força: Terrestre, civil, armada, uniformizada, pertencente ao quadro funcional do
Departamento de Sistema Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro (DESIPE), órgão da
Secretaria de Estado de Justiça.
Área de atuação: 31 unidades prisionais e hospitalares do DESIPE no Estado do Rio de
Janeiro.
Atribuições legais e funções previstas (Lei estadual nº 944/85):
- vigiar e manter a ordem, segurança e disciplina nos estabelecimentos penais do estado;
- Escoltar presos e internos de uma unidade a outra, quando necessário e determinado por lei;
-Zelar pela segurança dos presos e pela integridade de pessoas e bens nas instituições
prisionais;
- Participar de programas de reabilitação social e assistência aos presos e internos.
Controle interno, código de ética e regime disciplinar.
Em sua função de manter a segurança, e de vigiar e executar as leis de prisão e sentenças
penais, os agentes e inspetores penitenciários estão submetidos a um regime disciplinar e de
responsabilidades previsto na mesma lei (nº 944/85) que regulamenta esses cargos.
3. CONCLUSÃO
Estamos passando pela maior crise da nossa história que não é só de segurança mas de
credibilidade nas nossas instituições e governantes. Foram décadas e décadas de verdadeiro
descaso. Governantes que pensaram em si, nas suas mordomias, em auferir proveito para si.
Hoje estamos pagando a conta de tantos desvios e desmandos, estamos presenciando um
“modus operanti” baseado em corrupção, ‘jeitinho’ e impunidade e não só dos políticos em
geral, mas de uma parcela da sociedade. Vimos nesse trabalho que temos Leis, Normas,
Princípios, formas e instituições de Controle e principalmente pessoas da sociedade e agentes
públicos interessados e comprometidos com o bem comum. Temos sim um sistema de
Segurança Pública que, por mais que esteja sucateada, por mais que falte pessoal , incentivos
e investimentos em maior escala, tem as suas raízes calcadas na Lei e nos Princípios de Ética
e Moral.
Sim, concordo que chega um momento que desanima e ficamos incrédulos acerca de
soluções, principalmente vindas dos governantes, mas não podemos nos esquecer que também
temos nossa parcela de culpa e cabe a nós, sociedade, escolhermos quem irá nos representar,
temos que pegar em nossas mãos essa responsabilidade, a responsabilidade de melhor
escolher os nossos representantes. Faltou vontade política no enfrentamento de todos os
problemas sociais em geral, em todos esses anos, mas temos a possibilidade de mudarmos
esse quadro, talvez tenhamos que começar mudando a nós mesmos para que essa mudança se
reflita em toda a sociedade.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DI PIETRO, Mara Sylvia Zanela. Direito Administrativo. 10. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 25. ed. São Paulo: Malheiros,
2000.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 5. ed. São Paulo,
Malheiros, 1994.
TELLES JR., Goffredo. Ética: do Mundo da Célula ao Mundo da Cultura. Rio de Janeiro:
Forense, 1988 .
Balanço das Políticas de Gestão para Resultado na Segurança Pública, Instituto SoudaPaz
2016. Disponível em: < http://www.soudapaz.org/o-que-fazemos/documento/balanco-de-
gestao-publica >. Acesso em: 08 jun. 2019.
Gabinete de intervenção conclui planejamento estratégico para atuação no RJ, G1 Globo. Disponível em:
< https://g1.globo.com/rj/.../gabinete-de-intervencao-conclui-planejamento-estrategico-p... >.
Acesso em: 08 jun. 2018.