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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

Curso de Direito

A ÉTICA E A MORALIZAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO E O INCENTIVO


PROFISSIONAL OFERECIDO AO SERVIDOR DA SEGURANÇA PÚBLICA DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO

FRED WILLIAM RODRIGUES RAPOSO

Rio de Janeiro
2018.1
FRED WILLIAM RODRIGUES RAPOSO

A ÉTICA E A MORALIZAÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO E O INCENTIVO


PROFISSIONAL OFERECIDO AO SERVIDOR DA SEGURANÇA PÚBLICA DO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Artigo Científico Jurídico apresentado à Universidade


Estácio de Sá, Curso de Direito, como requisito
parcial para conclusão da disciplina Trabalho de
Conclusão de Curso.

Orientador (a): Prof. (a). Maria de Fátima Alves São


Pedro.

Rio de Janeiro
Campus Campo Grande
2018.1
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RESUMO

A postura Ética e a Moralidade dos servidores não só da Segurança Pública do Estado do Rio
de Janeiro, mas de uma forma geral, está no centro de grandes problemas na nossa atualidade.
A crise que nos assola vem exatamente da não observância de Princípios básicos que estão
nos textos constitucionais, mesmo existindo toda uma estrutura legal referente à conduta e
controle.
Palavras-chave: Ética, Moralidade, Segurança Pública, Princípios.
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SUMÁRIO

1. Introdução; 2. Desenvolvimento; 2.1 Os Princípios que regem a Administração Pública; 2.2


Incentivos que são oferecidos pela Administração Pública no Estado de Rio Janeiro aos
servidores da Segurança Pública; 2.3 A Ética e a Moralização na Administração Pública no
estado do Rio de Janeiro no âmbito da Segurança Pública; 2.4 A satisfação com o serviço
prestado à população como decorrência das medidas de Moralização e Incentivos
Profissionais adotados. 3. Conclusão.
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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho de pesquisa bibliográfica tem por objetivo demonstrar que a


Moralização e a Ética no serviço da Segurança Pública do Estado do Rio de janeiro
conjuntamente com uma maior valorização desses servidores é importante para a sociedade.
Destacamos também que essa valorização, que pode ser remuneratória, produz uma
maior autoestima desses servidores, buscamos também demonstrar as responsabilidades de
um agente de segurança pública. Quando se fala em segurança pública o primeiro agente de
segurança que nós nos remetemos são os policiais militares, daremos ênfase nesse trabalho à
Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Destaco os princípios que regem a Administração delineando cada um deles, tanto os
explícitos quanto os implícitos, bem como suas características e inter-relações e como esses
princípios norteiam todo o sistema administrativo impondo modos de conduta e estrutura de
controle e como esse controle e obtido através das instituições próprias. Mesmo passando por
toda essa crise na Segurança mostro que existem incentivos e projetos para a melhoria da
formação e no trabalho dos agentes de segurança, mesmo sabendo que tudo esbarra na crise
econômica e de confiança, resultado de décadas de abando no e desleixo tanto da segurança
pública quanto da própria sociedade em geral por parte dos nossos governantes.
Termino descrevendo formas de ação, características e formas de controle dos principais
órgãos de segurança e concluindo que temos leis, temos instituições de controle, temos órgãos
de segurança, só falta vontade política para se atacar de forma verdadeira o problema da
segurança pública, não só no Estado do Rio de Janeiro.
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2. DESENVOLVIMENTO

2.1 OS PRINCIPÍOS QUE REGEM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Compreende-se o conceito de Administração Pública como instrumento do Estado


Democrático de Direito, isto é, o Estado juridicamente organizado e obediente às suas
próprias leis. Conforme conceitua Meireles:
“Em sentido formal, Administração Pública é o conjunto de órgãos instituídos
para consecução dos objetivos do Governo; em sentido material, é o conjunto das
funções necessárias aos serviços públicos em geral; em acepção operacional, é o
desempenho perene e sistemático, legal e técnico, dos serviços próprios do Estado
ou por ele assumidos em benefício da coletividade.”

E para atingir seus objetivos de gestão dos bens e interesses da comunidade e


materialização da política governamental, deve seguir a alguns princípios.
Os Princípios que regem a Administração Pública podem ser explícitos ou implícitos, os
primeiros vêm claramente expostos no caput do art. 37 da Constituição Federal do Brasil e
nos remete aos princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade ou finalidade,
publicidade, eficiência, razoabilidade, e os implícitos, em sua maioria, estão dispostos em lei
infraconstitucional. Esses princípios são necessários para nortear o direito, embasando como
deve ser.
Na Administração Pública não é diferente, temos os princípios expressos na
Constituição que são responsáveis por organizar toda a estrutura e, além disso, mostrar
requisitos básicos para uma “boa administração”, não apenas isso, mas também gerar uma
segurança jurídica aos cidadãos, como por exemplo, no princípio da legalidade, que atribui ao
indivíduo à obrigação de realizar algo, apenas em virtude da lei, impedindo assim que haja
abuso de poder.
Para compreender os Princípios da Administração Pública é necessário entender a
definição básica de princípios, que servem de base para nortear e embasar todo o ordenamento
jurídico e é tão bem exposto por Reale (1986), ao afirmar que:
“Princípios são, pois verdades ou juízos fundamentais, que servem de alicerce ou
de garantia de certeza a um conjunto de juízos, ordenados em um sistema de
conceitos relativos à dada porção da realidade. Às vezes também se denominam
princípios certas proposições, que apesar de não serem evidentes ou resultantes de
evidências, são assumidas como fundantes da validez de um sistema particular de
conhecimentos, como seus pressupostos necessários.”

Em relação aos princípios constitucionais, Meirelles (2000) afirma que:


“Os princípios básicos da administração pública estão consubstancialmente em
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doze regras de observância permanente e obrigatória para o bom


administrador: legalidade, moralidade, impessoalidade ou finalidade, publicidade,
eficiência, razoabilidade, proporcionalidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, motivação e supremacia do interesse público. Os cinco
primeiros estão expressamente previstos no art. 37, caput, da CF de 1988; e os
demais, embora não mencionados, decorrem do nosso regime político, tanto que, ao
daqueles, foram textualmente enumerados pelo art. 2º da Lei federal 9.784, de
29/01/1999.”

A seguir serão analisados, respectivamente, cada um dos precitados princípios


constitucionais da Administração Pública.
O princípio da legalidade, que é uma das principais garantias de direitos individuais,
remete ao fato de que a Administração Pública só pode fazer aquilo que a lei permite, ou seja,
só pode ser exercido em conformidade com o que é apontado na lei.
A Legalidade está no alicerce do Estado de Direito, no princípio da autonomia da
vontade. É um dos mais importantes para a Administração Pública. Baseia-se no Art. 5º da
CF, que diz que "ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei",  pressuposto de que tudo o que não é proibido, é permitido por lei. Mas o
administrador público deve fazer as coisas sob a regência da lei imposta. Portanto, só pode
fazer o que a lei lhe autoriza. Ele não pode se distanciar dessa realidade, caso contrário será
julgado de acordo com seus atos. Fica claro que a legalidade é um dos requisitos necessários
na Administração Pública, um princípio que gera segurança jurídica aos cidadãos e limita o
poder dos agentes da Administração Pública.
Tendo por base a “boa administração”, a Moralidade é o princípio que se relaciona com
as decisões legais tomadas pelo agente de administração pública, acompanhado, também, pela
honestidade. Esse princípio tem a junção de Legalidade com Finalidade, resultando em
Moralidade. Ou seja, o administrador deve trabalhar com bases éticas na administração,
lembrando que não pode ser limitada na distinção de bem ou mal. Não se devem visar apenas
esses dois aspectos, adicionando a ideia de que o fim é sempre será o bem comum. A
legalidade e finalidade devem andar juntas na conduta de qualquer servidor público, para o
alcance da moralidade.
A Impessoalidade é o princípio que ainda é um pouco conturbado na doutrina, mas, a
maioria, dos doutrinadores, relaciona este princípio com a finalidade, ou seja, impõe ao
administrador público que só pratique os atos em seu fim legal, Mello sustenta que esse
princípio “se traduz a ideia de que a Administração tem que tratar a todos os administrados
sem discriminações, benéficas ou detrimentosas”, Meirelles ( 2000 ) nos ensina que:
“O princípio da impessoalidade nada mais é que o clássico princípio da ‘finalidade‘, o
qual impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu ‘fim legal‘. E o ‘fim
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legal‘ é unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como
objetivo do ato, de ‘forma impessoal‘ “.
Para a garantia deste princípio, o texto constitucional completa que para a entrada em
cargo público é necessário à aprovação em concurso público. A imagem de administrador
público não deve ser identificada quando a Administração Pública estiver atuando. Outro fator
é que o administrador não pode fazer sua própria promoção, tendo em vista seu cargo, pois
esse atua em nome do interesse público. E mais, ao representante público é proibido o
privilégio de pessoas específicas. Todos devem ser tratados de forma igual.
Em princípio, todo o ato administrativo deve ser publicado, porque pública é a
Administração que o realiza, resguardados os casos em que o sigilo é protegido pela
Constituição brasileira. Para que os atos sejam conhecidos externamente, ou seja, na
sociedade, é necessário que eles sejam publicados e divulgados, e assim possam iniciar a ter
seus efeitos, auferindo eficácia ao termo exposto. Além disso, relaciona-se com o Direito da
Informação, que está no rol de Direitos e Garantias Fundamentais.
Di Pietro (1999) demonstra que:
“O inciso XIII estabelece que todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão
prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo
sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.”

A Eficiência é um princípio que zela pela “boa administração”, aquela que consiga
atender aos anseios na sociedade, consiga de modo legal atingir resultados positivos e
satisfatórios, como o próprio nome já faz referência, ser eficiente. Meirelles (2000)
complementa:
“O Princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja exercida com
presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função
administrativa, que já não se contenta em se desempenhar apenas com uma
legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório
atendimento as necessidades da comunidade e de seus membros.”

A eficiência é uma característica que faz com que o agente público consiga atingir
resultados positivos, garantindo à sociedade uma real efetivação dos propósitos necessários,
como por exemplo, saúde, qualidade de vida, educação, etc.
A Razoabilidade é um princípio que é implícito da Constituição Federal Brasileira, mas
que é explícito em algumas outras leis, como na paulista, e que vem ganhando muito força,
como afirma Meirelles (2000). É mais uma tentativa de limitação ao poder púbico, como
afirma Di Pietro (1999): “Trata-se de um princípio aplicado ao direito administrativo como
mais uma das tentativas de impor-se limitações à discricionariedade administrativa,
ampliando-se o âmbito de apreciações do ato administrativo pelo Poder Judiciário.”
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O princípio da razoabilidade tem o objetivo de proibir o excesso, com a finalidade de


evitar as restrições abusivas  ou desnecessárias realizadas pela Administração Pública. Esse
princípio é acoplado a outro que é o da proporcionalidade, pois, como afirma Di Pietro
(1999), “a proporcionalidade dever ser medida não pelos critérios pessoais do administrador,
mas segundo padrões comuns na sociedade em que vive”.
Impõe-se à Administração Pública o dever de, antes de tomar decisões gravosas a quem
quer que seja, ofereça-lhe oportunidade do Contraditório e Ampla defesa, como também a
possibilidade de recorrer de decisões tomadas, como bem expressa a Constituição brasileira
em seu art. 5º, incisos LIV e LV:
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
Ressalta-se que o direito mencionado recebe proteção especial por estar localizado no
capítulo - Dos Direitos e Deveres Individuais e Coletivos‖ da Constituição Federal; ou seja, o
direito à ampla defesa é uma cláusula pétrea. Por isso, tal direito destaca-se frente a muitos
outros direitos processuais.
A Segurança Jurídica, apesar de não estar expresso na Constituição Brasileira, é um
princípio que é a essência do próprio Estado Democrático de Direito, de tal sorte, como frisa
Mello ( 1994), “faz parte do sistema constitucional como um todo”, ou seja, não é específico
do Direito Administrativo. É um princípio que se conjuga com determinados outros os quais
dão funcionalidade ao ordenamento jurídico brasileiro, tais como, a irretroatividade da lei, o
devido processo legal, o direito adquirido, entre outros.
Para todas as ações dos servidores públicos, deve existir uma explicação, um
fundamento de base e direito. O princípio da Motivação é o que vai fundamentar todas as
decisões que serão tomadas pelo agente público.
Ressalta-se que motivação não se confunde com fundamentação, que é a simples
indicação da norma legal a qual embasou a decisão adotada. Motivação é uma das exigências
do Estado Democrático de Direito, que permite ao administrado, o direito a uma decisão
motivada com a indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinaram tal decisão.
O Princípio da Supremacia do interesse público sobre o interesse privado é
intimamente unido em toda e qualquer sociedade organizada. Segundo a própria CF, “todo o
poder emana do povo”, por isso, o interesse público irá trazer o benefício e bem-estar à
população. Também chamado de Princípio da Finalidade, é o resultado pela busca dos
interesses da sociedade, regulamentado pela Lei 9.784/99, que trata dos processos
administrativos no âmbito da Administração Pública Federal.
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Consoante o assunto, corrobora afirmando que:

“Com o nome de interesse público, a Lei 9.784/99 coloca-o como um dos


princípios de observância obrigatória pela Administração Pública, correspondendo
ao atendimento a fins de interesse gerais vedados a renúncia total ou parcial de
poderes ou competência, salvo autorização em lei”.

Assim, este princípio é o dispositivo que trata dos interesses da coletividade. Visa
contribuir com a maioria dos indivíduos da sociedade, e o Estado tem papel relevante nisto,
uma vez que foi criado para garantir uma organização e cumprir os interesses gerais da
sociedade com o bem-estar da coletividade.

2.2 Incentivos que são oferecidos pela Administração Pública no Estado de Rio Janeiro
aos servidores da Segurança Pública

Foram implementados incentivos para os servidores da Segurança Pública que queiram


trabalhar em seu horário de folga, em sistemas de turnos adicionais, para apoiar programas e
projetos na área de segurança pública, e premiações por metas, além daquele relativos a
aperfeiçoamento. Esperamos que não sejam meros paliativos burocráticos.
Abaixo citaremos alguns:
a) Proeis : O Programa Estadual de Integração na Segurança (Proeis) é uma medida que
permite que os policiais militares possam trabalhar voluntariamente em seu horário de folga
mediante gratificação. O projeto se baseia numa iniciativa já existente em São Paulo desde o
fim de 2009.

b) RAS : Ficou instituído, com base no disposto no art. 6º da Lei nº


6.162, de 09 de fevereiro de 2012, o Regime Adicional de Serviços
(RAS), para que os policiais civis, policiais militares, bombeiros militares e agentes
penitenciários, em sistema de turnos adicionais com escala diferenciada, sem prejuízo da
escala regular de serviço, possam, nos limites das respectivas esferas de competência,
participar de programas de atendimento a necessidades temporárias de recursos humanos das
Secretarias de Estado de Segurança, de Defesa Civil e de Administração Penitenciária a serem
definidos pelos titulares das pastas.
c) FISED : Ficou instituído o Fundo Estadual de Investimentos e ações de Segurança Pública
e Desenvolvimento social – FISED, com o objetivo de apoiar programas e projetos na área de
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segurança pública, de prevenção à violência, e desenvolvimento social que sejam a eles


associados.
O FISED apoiará programas e projetos na área de segurança pública, destinados,
dentre outros:
I - Ao custeio e ao reaparelhamento dos órgãos da Secretaria de Estado de Segurança e das
polícias civil e militar;
II - Ao treinamento e qualificação de polícias civis e militares;
III - À criação e manutenção de sistemas de gestão da informação e estatísticas policiais;
IV - A programas de polícia comunitária e de proximidade;
V - À proteção de bens públicos e das pessoas que circulam pelos respectivos
estabelecimentos;
VI - Ao pagamento de premiação resultante do Sistema de Metas e Acompanhamento de
Resultados - SIM;
VII - Ao pagamento de turnos adicionais e/ou com escala diferenciada, na forma do art. 6º,
parágrafo único, da Lei nº 6.162, de 9 de fevereiro de 2012;
VIII - À estruturação e modernização da polícia técnica e científica.
IX - Aos programas destinados à saúde, saúde do trabalhador e qualidade de vida dos
policiais.

d) SIM : O Sistema de Metas e Acompanhamento de Resultados – SIM é um modelo de


gestão por desempenho, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Segurança (Seseg), por
meio da Subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional (SSPIO). Tem por objetivo
desencadear ações integradas de prevenção e controle qualificado do crime, nas suas
respectivas regiões, por meio do estabelecimento de metas para a redução da incidência dos
Indicadores Estratégicos de Criminalidade.
O sistema permite uma otimização dos recursos disponíveis, o uso compartilhado de
informações e o desenvolvimento de estratégias de integração e cooperação regionais. O
Sistema Integrado de Metas contempla com premiações únicas, semestrais e individuais os
profissionais de segurança pública que alcançam as suas metas. A premiação consiste em
incentivos financeiros do Governo para aqueles agentes de segurança pública que alcançam
suas metas e obtém os melhores resultados.
A seguir é disposto um resumo com os atuais tipos de premiação contemplados pelo
SIM:  
a) Prêmio Produtividade – RISP (Regiões Integradas de Segurança Pública)  Previsão
Legal: Art. 6º, §1º, I, do Decreto nº. 41.931/09 .
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A premiação objetiva: Premiar a RISP que se colocar em primeiro lugar na classificação final


b) Prêmio Produtividade – AISP (Áreas Integradas de Segurança Pública)
Previsão Legal: Art. 6º, §1º, II, do Decreto nº. 41.931/09 .
A premiação objetiva: Premiar as AISP´s que se colocarem nos três primeiros lugares na
classificação final  

c) Prêmio Produtividade – RISP e AISP que atingirem as Metas.


Previsão Legal: Art. 6º, §1º, III, do Decreto nº. 41.931/09 .
A premiação objetiva: Premiar as AISP´s e RISP´s que atingirem todas as metas semestrais. 

d) Prêmio Inovação - Unidades Especializadas PCERJ ou Especiais PMERJ. 


Previsão Legal: Art. 6º, IV, do Decreto nº. 41.931/09 c/c art. 5º da Resolução 305/10.

A premiação objetiva: Premiar as melhores iniciativas e resultados no controle da


criminalidade.
 
e) Prêmio por Produtividade – SARPM / COIMPOL / PCERJ e NUPESP / ISP.
Previsão Legal: Art. 6º, V, do Decreto nº. 41.931/09 .
A premiação objetiva: o Cumprimento de suas atribuições com antecedência mínima de 24hs
antes do prazo limite.

2.3 A ÉTICA E A MORALIZAÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA NO ESTADO


DO RIO DE JANEIRO NO ÂMBITO DA SEGURANÇA PÚBLICA

A palavra Ética não é utilizada aqui de forma filosófica, teríamos que falar em
Aristóteles, Platão, etc. A palavra é empregada no seu sentido corrente, popular, referindo-se
aos comportamentos ligados aos valores que busquem a realização do ser humano. Mas
também podemos dizer que é “Parte da Filosofia que estuda os valores morais e os princípios
ideais da conduta humana; conjunto de princípios morais que devem ser respeitados no
exercício de uma profissão”. Devemos atentar para o fato de que a Administração deve pautar
seus atos pelos princípios elencados na Constituição Federal, em seu art. 37. Visando a
assegurar que a Administração Pública atue sempre em consonância com os princípios
normativos que lhe são impostos, faz-se necessário que se sujeite ao controle por parte dos
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Poderes Legislativo e Judiciário, além de, ela própria, exercer controle sobre seus atos. A
Ética Pública está diretamente relacionada aos princípios fundamentais da Administração
Pública.

A Moral administrativa é imposta ao agente público para sua conduta interna, segundo
as exigências da instituição a que serve, e a finalidade de sua ação: o bem comum. A Ética na
administração e a moralidade administrativa não representam senão uma das faces da
moralidade pública que se sujeita ao controle social, pois a moralidade é encontrada nos
julgamentos que as pessoas fazem sobre a conduta e não na própria conduta.
Os órgãos de controle se fazem imprescindíveis, em um papel fiscalizador, preventivo e
repressivo, que de fato tem proporcionado o avanço e a aplicabilidade das ferramentas legais
em face dos parasitas da corrupção, intimidando novas condutas e repelindo gradativamente
os vícios cristalizados. Nesse sentido, há várias classificações de controle, a destacar: externo
e interno; preventivo, concomitante e subsequente. Explica-se:
a) Controle Administrativo e os órgãos de Controladoria:
O controle Administrativo é a materialização do controle interno, ocorre dentro da
própria esfera de orgânica, por meio da autotutela. A maioria das Constituições Estaduais
prevê tal dispositivo de controle, caminhando uníssonas com a CRFB/88, vide art. 70, parte
final. Existem vários mecanismos de controle interno, porém, na estrutura do controle interno
do Executivo, o órgão que mais tem contribuído para a mudança de pensamento da forma de
gestão administrativa, são as Controladorias, em especial a Controladoria-Geral da União
(CGU).

b) Controle Legislativo e os Tribunais de Contas:


O controle exercido pelo poder legislativo é fruto do sistema político representativo
democrático, onde tem no legislativo a casa da vontade popular, onde concentra a maior parte
de representantes eleitos e com capacidade de voz. Além da elaboração de leis, uma das
funções básicas consiste na fiscalização política e financeira da Administração Pública.

c) Controle Judiciário:
O controle do Judiciário está ligado à solução do conflito, ou seja, à vertente
sancionadora. A competência decorre do art. 5º, XXXV da CRFB, e constitui o sistema da
unidade de jurisdição, adotado no Brasil e que prima pela análise imparcial no julgamento.
Esse modelo se contrapõe ao adotado na França, o sistema de contencioso administrativo,
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onde ao lado da Justiça Cível e Penal, encontra-se a Justiça Administrativa, que trata
exclusivamente de matéria administrativa e suas decisões são irrecorríveis à Justiça Comum.

d) Controle social e o Ministério Público:


O Controle Social é fruto da ideia de que todo o poder emana do povo, é ele o titular
supremo e a razão de existir um estado democrático de direito. Nesse diapasão o controle dos
atos da administração por parte da sociedade mostra-se como um processo natural e salutar ao
desenvolvimento da democracia, é a participação cidadã no exercício do poder.
Segundo o artigo 144 da Constituição, A segurança pública, dever do Estado, direito e
responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade
das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - Polícia Federal;
II - Polícia Rodoviária Federal;
III - Polícia Ferroviária Federal;
IV - Polícias Civis;
V - Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares.

Na Constituição Estadual do Rio de Janeiro no artigo 183 temos que a segurança


pública, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do
patrimônio, pelos seguintes órgãos estaduais:
I - Polícia Civil;
II - Agente Penitenciário;
III - Polícia Militar;
IV - Corpo de Bombeiros Militar
Irei apresentar algumas informações institucionais a respeito dos órgãos de segurança
pública atuantes no estado do Rio de Janeiro tais como: características, formas de atuação e
mecanismos de controle interno.

I - Polícia Civil (PCERJ):


Data oficial de fundação: 10 de maio de 1808.
Tipo de força: Terrestre, civil e armada; auxiliar do Poder Judiciário; subordinada ao governo
estadual.
Área de atuação: Estado do Rio de Janeiro, dividido em quatro áreas de policiamento: Capital,
Niterói e arredores, Baixada e Interior.
Atribuições constitucionais (Constituição Federal de 1988 e Constituição Estadual de 1989).
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Polícia judiciária e apuração de infrações penais, resguardada a competência da União e


excluídos os delitos militares.
Funções previstas: As funções da Polícia Civil são essencialmente repressivas, sem
desconsiderar o efeito preventivo que, indiretamente, decorre de sua atuação. Compete-lhe:
- Investigar delitos e encaminhar resultados da investigação à Justiça Comum Estadual;
- Instaurar inquéritos policiais;
- Autuar em flagrante;
- Efetuar prisão preventiva e temporária;
- Efetuar buscas e apreensões mediante ordem judicial;
- Realizar perícias e exames de corpo delito.
Controle interno e regulamento disciplinar
O Regulamento do Estatuto dos Policiais Civis do Estado do Rio de Janeiro, aprovado pelo
Decreto nº 3.044, de 22 de janeiro de 1980, no capítulo intitulado “Do Código de Ética
Policial”,

II – Agente Penitenciário:
Data de regulamentação do cargo: 18 de dezembro de 1985
Tipo de força: Terrestre, civil, armada, uniformizada, pertencente ao quadro funcional do
Departamento de Sistema Penitenciário do Estado do Rio de Janeiro (DESIPE), órgão da
Secretaria de Estado de Justiça.
Área de atuação: 31 unidades prisionais e hospitalares do DESIPE no Estado do Rio de
Janeiro.
Atribuições legais e funções previstas (Lei estadual nº 944/85):
- vigiar e manter a ordem, segurança e disciplina nos estabelecimentos penais do estado;
- Escoltar presos e internos de uma unidade a outra, quando necessário e determinado por lei;
-Zelar pela segurança dos presos e pela integridade de pessoas e bens nas instituições
prisionais;
- Participar de programas de reabilitação social e assistência aos presos e internos.
Controle interno, código de ética e regime disciplinar.
Em sua função de manter a segurança, e de vigiar e executar as leis de prisão e sentenças
penais, os agentes e inspetores penitenciários estão submetidos a um regime disciplinar e de
responsabilidades previsto na mesma lei (nº 944/85) que regulamenta esses cargos.

III- Polícia Militar (PMERJ):


Data oficial de fundação: 13 de maio de 1809
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Tipo de força: Terrestre, militar, armada, ostensiva e fardada; subordinada ao governo


estadual.
Área de atuação: Estado do Rio de Janeiro, subdividido em quatro Comandos de
Policiamento: Capital, Baixada, Interior e Unidades Especiais (estas últimas sem
circunscrição territorializada, atuando em qualquer parte do estado).
Atribuições constitucionais (Constituição Federal de 1988 e Constituição Estadual de 1989):
Policiamento ostensivo, visando à preservação da ordem pública e da incolumidade das
pessoas e do patrimônio. Força auxiliar, reserva do Exército, convocável pela União para
tarefas de defesa interna.
Funções previstas:
- Diversas modalidades de patrulhamento preventivo, dissuasivo e repressivo
- Atendimento emergencial
- Assistência ao público
- Auxílio e apoio a outras instituições de segurança pública e judiciárias (Polícia Civil, Defesa
Civil, Ministério Público, Guarda Municipal etc.)
Controle interno e regulamento disciplinar
O Regulamento Disciplinar da Polícia Militar (RDPM), instituído pelo Decreto nº 6.579, de 5
de março de 1983.

IV - Corpo de Bombeiros Militar:


Data oficial de fundação: 2 de julho de 1856.
Tipo de força: Terrestre e marítima, militar, fardada, aquartelada e desarmada; subordinada ao
governo estadual.
Área de atuação: Estado do Rio de Janeiro, subdividido em quatro Comandos: Área
Metropolitana, Baixada, Interior e Unidades Especiais (estas últimas sem circunscrições
territorializadas, atuando em qualquer parte do estado).
Atribuições constitucionais (Constituição Federal de 1988 e Constituição Estadual de 1989):
Execução de atividades de defesa civil. Força auxiliar, reserva do Exército, convocável pela
União para tarefas de defesa interna.
Funções previstas:
- Preventivas: verificação do estado de encostas e de outras áreas sujeitas a acidentes; vistoria
de dispositivos de combate ao fogo em prédios comerciais e residenciais; cadastro e controle
de piscinas de uso coletivo em estabelecimentos públicos e privados; formação de guarda-
vidas em municípios litorâneos; treinamento e habilitação de guardiães de piscina;
fiscalização das normas de segurança em embarcações de lazer e esportes náuticos.
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- Assistenciais: extinção de incêndios; operações de busca e salvamento; socorro à população


em incêndios, explosões, catástrofes naturais, afogamentos, e em acidentes automobilísticos,
aéreos e náuticos.
- Técnicas: perícia de incêndios e de acidentes
Controle interno e regulamento disciplinar
O Regulamento Disciplinar do Corpo de Bombeiros é o mesmo da Polícia Militar, aprovado
pelo Decreto No. 6.579 de março de 1983.

Porém, observa-se que a crise na segurança pública assola a sociedade brasileira, em


particular o Rio de Janeiro, alcançando, inclusive, os nossos direitos fundamentais. Quando
se tem um país que perpassa por diversos anos ou décadas, alastrado em fortes crises em
todas as áreas, em especial nos três poderes, fica muito mais difícil a sua recuperação em
curto prazo e, talvez, também em longo prazo. Com efeito, faz-se necessária uma atuação
conjunta entre estado e povo, intentando a solução para os problemas explicitados. Dentre
várias ações propostas em curto prazo podemos destacar o melhora na capacidade de
trabalho das Polícias, melhora na remuneração, destacando os incentivos já vistos
anteriormente, reforçar os mecanismos de controle interno e externo das forças policiais,
maior controle das armas que entram no estado e no país e um trabalho de conscientização da
população para valorizar a atividade do policial, para que este se sinta reconhecido e aumente
a sua autoestima.

2.4. A SATISFAÇÃO COM O SERVIÇO PRESTADO À POPULAÇÃO COMO


DECORRÊNCIA DAS MEDIDAS DE MORALIZAÇÃO E DOS INCENTIVOS
PROFISSIONAIS ADOTADOS.

Os programas PROEIS e RAS foram maneiras encontradas pelo governo para aplicar


mais policiamento, o que é feito através da venda de folgas, nas ruas , nas escolas(através de
convênio com a SEEDUC) e em vários eventos em que sejam necessário uma quantidade a
mais de policiamento. Tivemos também a criação do Fundo Estadual de Investimentos e
Ações de Segurança Pública e Desenvolvimento Social (Fised) que além do treinamento e
qualificação de policiais civis e militares; custeio, reaparelhamento e modernização dos
órgãos da Secretaria estadual de Segurança; criação e manutenção de sistemas de gestão de
informação e estatísticas policiais; programas de polícia comunitária e de proximidade;
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proteção de bens públicos, também enviará recursos para o pagamento de premiação


resultante do Sistema de Metas e Acompanhamento de Resultados(SIM), que permite uma
otimização dos recursos disponíveis, o uso compartilhado de informações e o
desenvolvimento de estratégias de integração e cooperação regionais.
Isso, por sua vez, gera na população uma sensação de segurança e de credibilidade nas
instituições e nos governantes, e tem reflexo em tudo na sociedade como no lazer, viagem,
negócios, educação, dentre outros. Nós experimentamos essa sensação durante a Copa e as
Olimpíadas. Uma política pública de segurança deve ter a capacidade de articular a
repressão e prevenção ao crime, tem que trabalhar com a participação e envolvimento dos
demais atores da sociedade e a própria sociedade.
O processo de Moralização, ou tentativa de Moralização, dos agentes públicos e
daqueles que, diretamente ou indiretamente, com eles se relacionam, que observamos
atualmente também servem de esperança para tenhamos uma sociedade mais justa e
igualitária. Por mais que exista a reação de setores que queiram manter um sistema de
privilégios, os órgãos de controle se fazem imprescindíveis, em um papel fiscalizador,
preventivo e repressivo, que de fato tem proporcionado o avanço e a aplicabilidade das
ferramentas legais.
A população apóia todas essas medidas e acredita que poderemos ter melhores dias.
Infelizmente o dinheiro acabou ou “acabaram com ele” e desde junho de 2016, o Rio de
Janeiro vive sob estado de calamidade financeira, atrasou salários de servidores e o RAS aos
policiais. Além dos servidores, o governo não conseguiu honrar compromissos com
fornecedores. Atualmente estamos sob Intervenção Federal na Segurança Pública, bem pelo
menos no papel estamos sob Intervenção Federal.
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3. CONCLUSÃO

Estamos passando pela maior crise da nossa história que não é só de segurança mas de
credibilidade nas nossas instituições e governantes. Foram décadas e décadas de verdadeiro
descaso. Governantes que pensaram em si, nas suas mordomias, em auferir proveito para si.
Hoje estamos pagando a conta de tantos desvios e desmandos, estamos presenciando um
“modus operanti” baseado em corrupção, ‘jeitinho’ e impunidade e não só dos políticos em
geral, mas de uma parcela da sociedade. Vimos nesse trabalho que temos Leis, Normas,
Princípios, formas e instituições de Controle e principalmente pessoas da sociedade e agentes
públicos interessados e comprometidos com o bem comum. Temos sim um sistema de
Segurança Pública que, por mais que esteja sucateada, por mais que falte pessoal , incentivos
e investimentos em maior escala, tem as suas raízes calcadas na Lei e nos Princípios de Ética
e Moral.
Sim, concordo que chega um momento que desanima e ficamos incrédulos acerca de
soluções, principalmente vindas dos governantes, mas não podemos nos esquecer que também
temos nossa parcela de culpa e cabe a nós, sociedade, escolhermos quem irá nos representar,
temos que pegar em nossas mãos essa responsabilidade, a responsabilidade de melhor
escolher os nossos representantes. Faltou vontade política no enfrentamento de todos os
problemas sociais em geral, em todos esses anos, mas temos a possibilidade de mudarmos
esse quadro, talvez tenhamos que começar mudando a nós mesmos para que essa mudança se
reflita em toda a sociedade.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. República Federativa do. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,


Senado, 1998.

DI PIETRO, Mara Sylvia Zanela. Direito Administrativo. 10. ed. São Paulo: Atlas, 1999.

MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 25. ed. São Paulo: Malheiros,
2000.

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 5. ed. São Paulo,
Malheiros, 1994.

REALE, Miguel. Filosofia do Direito. 11. ed. São Paulo: Saraiva, 1986.

TELLES JR., Goffredo. Ética: do Mundo da Célula ao Mundo da Cultura. Rio de Janeiro:
Forense, 1988 .

Balanço das Políticas de Gestão para Resultado na Segurança Pública, Instituto SoudaPaz
2016. Disponível em: < http://www.soudapaz.org/o-que-fazemos/documento/balanco-de-
gestao-publica >. Acesso em: 08 jun. 2019.

Gabinete de intervenção conclui planejamento estratégico para atuação no RJ, G1 Globo. Disponível em:
< https://g1.globo.com/rj/.../gabinete-de-intervencao-conclui-planejamento-estrategico-p... >.
Acesso em: 08 jun. 2018.

Sistema de Metas e Acompanhamento de Resultados. Disponível em:


< www.sistemademetas.seguranca.rj.gov.br/ >. Acesso em: 08 jun. 2018.

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