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Rendimento e rédito

Reconhecimento do Rédito de Venda

CIRC
Artigo 18.º n.º 3 a) - Os proveitos relativos a vendas consideram-se em geral realizados, e os
correspondentes custos suportados, na data da entrega ou expedição dos bens correspondentes ou, se
anterior, na data em que se opera a transferência de propriedade

Artigo 18.º n.º 4 - Para verificação da transferência da propriedade não se tomam em


consideração eventuais cláusulas de reserva de propriedade, sendo assimilada a venda com
reserva de propriedade a locação em que exista uma cláusula de transferência de propriedade
vinculativa para ambas as partes.

Artigo 20.º n.º 1 - São tributados os rsultantes de operações de qualquer natureza, em consequência de uma
ação normal ou ocasional, básica ou meramente acessória.

Artigo 20.º n.º 1 - Rendimento de vendas ou prestações de serviços, descontos, bónus e abatimentos,
comissões e corretagens

IVA

Artigo 3.º n.º 1 do CIVA - Considera-se, em geral, transmissão de bens a transferência onerosa
de bens corpóreos por forma correspondente ao exercício do direito de propriedade.

Artigo 7.º n.º 1 a) - Nas transmissões de bens a exigibilidade do imposto verifica-se no


momento em que os bens são postos à disposição do adquirente.

Artigo 7.º n.º 2 do CIVA - Se a transmissão de bens implicar obrigação de instalação ou


montagem por parte do fornecedor, considera-se que os bens são postos à disposição do
adquirente no momento em que essa instalação ou montagem estiver concluída

Artigo 7.º n.º 3 do CIVA - Nas transmissões de bens resultantes de contratos que dêem lugar a
pagamentos sucessivos, considera-se que os bens são postos à disposição no termo do período a
que se refere cada pagamento, sendo o imposto devido e exigível pelo respetivo montante.

NCRF 20 § 3 - O termo bens inclui bens produzidos pela entidade com a finalidade de serem
vendidos e bens comprados para revenda, tais como mercadorias compradas por um retalhista ou
terrenos e outras propriedades detidos para revenda.

Estrutura conceptual § 90 - Um rendimento é reconhecido na demonstraçaõ de resultados


quando tenha surgido um aumento de benefícios ecomómicos futuros relacionados com um
aumento de ativo ou com uma diminuição de passivo e que possa ser quantificado com
fiabilidade. Isto significa, com efeito, que o reconhecimento dos rendimentos ocoore
simultâneamente com o reconhecimento do aumentos do ativo ou com a diminuição do passivo.

Contabilidade
NCRF 20 § 14 a 18 - Rédito das vendas
NCRF 20 § 20 a 28 - Rédito das prestações de serviços

O rédito proveniente da venda de bens deve ser reconhecido quando tiverem sido satisfeitas todas as
condições seguintes:
(a) A entidade tenha transferido para o comprador os riscos e vantagens significativos da propriedade dos
bens;
(b) A entidade não mantenha envolvimento continuado de gestão com grau geralmente associado com a
posse, nem o controlo efectivo dos bens vendidos;
(c) A quantia do rédito possa ser fiavelmente mensurada;
(d) Seja provável que os benefícios económicos associados com a transacção fluam para a entidade; e
(e) Os custos incorridos ou a serem incorridos referentes à transacão possam ser fiavelmente mensurados.
(NCRF 20 § 14); ver ainda NCRF 20 § 15 a 19

Reconhecimento do Rédito de Prestações de Serviços

• Os proveitos relativos a prestações de serviços consideram-se em geral realizados, e os


correspondentes custos suportados, na data em que o serviço é terminado, exceto tratando-se de
serviços que consistam na prestação de mais de um ato ou numa prestação continuada ou sucessiva,
em que devem ser levados a resultados numa medida proporcional à da sua execução (Artigo 18.º n.º
3, b), de acordo com o regime do acréscimo (accrual basis)

• São consideradas como prestações de serviços as operações efetuadas a título oneroso que não
constituem transmissões, aquisições intracomunitárias ou importações de bens (Artigo 4.º n.º 1 do
CIVA)

• Nas prestações de serviços a exigibilidade do imposto verifica-se no momento qm que as


prestações são realizadas (Artigo 7.º n.º 1 b) do CIVA), de acordo com o regime do
acréscimo

• Nas prestações de serviços de caráter continuado, resultantes de contratos que dêem


lugar a pagamentos sucessivos, considera-se que as prestações de serviços são realizadas
no termo do período a que se refere cada pagamento, sendo o imposto devido e exigível
pelo respetivo montante (Artigo 7.º n.º 3 do CIVA), de acordo com o regime de caixa,
diferindo, neste caso, do tratamento dado em IRC

• 20 — Quando o desfecho de uma transacção que envolva a prestação de serviços possa ser
fiavelmente estimado, o rédito associado com a transacção deve ser reconhecido com referência à
fase de acabamento da transacção à data do balanço. O desfecho de uma transacção pode ser
fiavelmente estimado quando todas as condições seguintes forem satisfeitas:

(a) A quantia de rédito possa ser fiavelmente mensurada;


(b) Seja provável que os benefícios económicos associados à transacção fluam para a entidade;
(c) A fase de acabamento da transacção à data do balanço possa ser fiavelmente mensurada; e
(d) Os custos incorridos com a transacção e os custos para concluir a transacção possam ser fiavelmente
mensurados.
(NCRF 20 § 20); ver ainda os § 21 a 28

Mensuração do Rédito
IRC

• Os réditos relativos a vendas e a prestações de serviços são imputáveis ao período de


tributação a que respeitam pela quantia nominal da contraprestação. (Artigo 18.º n.º 5, do
CIRC)

IVA

• O valor tributável das transmissões de bens e das prestações de serviços sujeitas a


imposto é o valor da contraprestação obtida ou a obter do adquirente, do destinatário ou
de um terceiro (Artigo 16.º n.º 1 do CIVA)

• Nos casos em que a contraprestação não seja definida, no todo ou em parte, em dinheiro,
o valor tributável é o montante recebido ou a receber, acrescido do valor normal dos bens
ou serviços dados em troca. (Artigo 16.º n.º 3 do CIVA)
• A não devolução, no prazo de 1 ano a contar da data da entrega ao destinatário, das
mercadorias enviadas à consignação, é assimilada a uma transmissão onerosa de bens,
sendo o valor tributável o valor constante da fatura a emitir (Artigo 16.º n.º 2 a) do
CIVA);
• A afetação permanente de bens da empresa, a uso próprio do seu titular, do pessoal, ou
em geral a fins alheios à mesma, bem como a sua transmissão gratuita, quando,
relativamente a esses bens ou aos elementos que os constituem, tenha havido dedução
total ou parcial do imposto, , é assimilada a uma transmissão onerosa de bens, sendo o
valor tributável da operação o preço de aquisição dos bens ou de bens similares, ou, na
sua falta, o preço de custo, reportados ao momento da realização das operações. (Artigo
16.º n.º 2 b) do CIVA);
• A afetação de bens por um sujeito passivo a um setor de atividade isento e, bem
assim, a afetação ao uso da empresa de bens referidos no nº 1 do artigo 21º, quando,
relativamente a esses bens ou aos elementos que os constituem, tenha havido dedução
total ou parcial do imposto, , é assimilada a uma transmissão onerosa de bens, sendo o
valor tributável da operação o preço de aquisição dos bens ou de bens similares, ou, na
sua falta, o preço de custo, reportados ao momento da realização das operações (Artigo
16.º n.º 2 b) do CIVA);
• A utilização de bens da empresa para uso próprio do seu titular, do pessoal ou, em
geral, para fins alheios à mesma e ainda em setores de atividade isentos, quando,
relativamente a esses bens ou aos elementos que os constituem, tenha havido dedução,
total ou parcial, do imposto, é assimilada a uma prestação de serviços para efeitos de IVa
sendo o valor tributável o valor normal do serviço (Artigo 16.º n.º 2 c,) do CIVA)
• A prestação de serviços a título gratuito efetuadas pela própria empresa com vista às
necessidades particulares do seu titular, do pessoal ou em geral a fins alheios à mesma, é
assimilada a uma prestação de serviços para efeitos de IVa sendo o valor tributável o
valor normal do serviço (Artigo 16.º n.º 2, c) do CIVA)

• As transmissões de bens e prestações de serviços resultantes de atos de autoridades


públicas, , são assimiladas a operações onerosas de IVA, sendo o valor tributável igual
à indemnização ou qualquer outra forma de compensação (Artigo 16.º n.º 2, d) do CIVA)
• As transmissões de bens entre o comitente e o comissário ou entre o comissário e o
comitente, são assimiladas a operações onerosas de IVA, sendo o valor tributável
respetivamente igaul ao preço de venda acordado pelo comissário, diminuído da
comissão, e ao preço de compra acordado pelo comissário, aumentado da comissão.
(Artigo 16.º n.º 2, e) do CIVA)
• Na transmissões de bens em segunda mão, de objetos de arte, de coleção ou
antiguidades, efetuadas de acordo com o disposto em legislação especial, o valor
tributável é diferença, devidamente justificada, entre o preço de venda e o preço de
compra (Artigo 16.º n.º 2, f) do CIVA)
• Nas transmissões de bens resultantes de atos de arrematação ou venda judicial ou
administrativa, de conciliação ou de contratos de transação, o valor tributável é o valor
por que as arrematações ou vendas tiverem sido efetuadas ou, se for caso disso, o valor
normal dos bens transmitidos. (Artigo 16.º n.º 2, g) do CIVA)
• Nas operações resultantes de um contrato de locação financeira, o valor tributável é o
valor da renda recebida ou a receber do locatário. (Artigo 16.º n.º 2, h) do CIVA)

Normas contabilísticas

• O rédito deve ser mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou a receber. (NCRF 20 § 9)
• A quantia de rédito proveniente de uma transacção é geralmente determinada por acordo entre a
entidade e o comprador ou utente do activo. É mensurado pelo justo valor da retribuição recebida ou
a receber tomando em consideração a quantia de quaisquer descontos comerciais e de quantidades
concedidos pela entidade. (NCRF 20 § 10)
• Na maior parte dos casos, a retribuição é sob a forma de dinheiro ou seus equivalentes e a quantia
do rédito é a quantia em dinheiro ou seus equivalentes recebidos ou a receber. Porém, quando o
influxo de dinheiro ou equivalentes de dinheiro for diferido, o justo valor da retribuição pode ser
menor do que a quantia nominal de dinheiro recebido ou a receber. Por exemplo, uma entidade pode
conceder crédito isento de juros ao comprador ou aceitar do comprador uma livrança com taxa de
juro inferior à do mercado como retribuição pela venda dos bens. Quando o acordo constitua
efectivamente uma transacção de financiamento, o justo valor da retribuição é determinado
descontando todos os recebimentos futuros usando uma taxa de juro imputada. A taxa de juro
imputada é a mais claramente determinável de entre:

(a) A taxa prevalecente de um instrumento similar de um emitente com uma notação (rating) de
crédito similar; ou
(b) A taxa de juro que desconte a quantia nominal do instrumento para o preço de venda
corrente a dinheiro dos bens ou serviços
Justo valor. Valor atual (Present Value) (NCRF 20 § 11)
• Quando os bens ou serviços sejam trocados ou objecto de swap por bens ou serviços que sejam de
natureza e valor semelhante, a troca não é vista como uma transacção que gera réditos. É muitas
vezes o caso de mercadorias como petróleo ou leite em que os fornecedores trocam ou entram em
swap de inventários em vários locais para satisfazer a procura numa base tempestiva num dado local.
Quando os bens sejam vendidos ou os serviços sejam prestados em troca de bens ou serviços
dissemelhantes, a troca é vista como uma transacção que gera rédito. O rédito é mensurado pelo justo
valor dos bens ou serviços recebidos ajustado pela quantia transferida de dinheiro ou seus
equivalentes. Quando o justo valor dos bens ou serviços recebidos não possa ser fiavelmente
mensurado, o rédito é mensurado pelo justo valor dos bens ou serviços entregues, ajustado pela
quantia transferida de dinheiro ou seus equivalentes. (NCRF 20 § 12)

Relativamente ao momento de reconhecimento do rédito, ele poderá ser diferente conforme estejamos a falar de
venda bens, de prestações de serviços ou de juros, royalties e dividendos. No caso da venda de bens e de acordo
com o § 14 da NCRF 20, o rédito só deve ser reconhecido quando a entidade já não possua o controlo dos bens e os
riscos e vantagens inerentes à posse dos mesmos já tenham sido transferidos para o comprador, se possa mensurar
com fiabilidade quer a quantia do rédito quer os custos incorridos ou a incorrer relativos à transação e seja provável
que benefícios económicos fluam para a entidade.
No caso de prestações de serviços e desde que seja possível estimar com fiabilidade o desfecho da transação, o
rédito deve ser reconhecido utilizando o chamado método da percentagem de acabamento, ou seja deve ser
reconhecido nos períodos contabilísticos em que os serviços são prestados. Se o desfecho da transação não
puder ser estimado com fiabilidade, então o rédito só deve ser reconhecido na medida em que os
gastos já reconhecidos sejam recuperáveis, i.e., não deve ser reconhecido qualquer lucro.
Finalmente se o rédito for proveniente de juros, royalties e dividendos, o mesmo só deve ser reconhecido se a sua
quantia puder ser mensurada com fiabilidade e for provável que benefícios económicos fluam para a entidade.
Cumpridos estes dois requisitos, os juros devem ser reconhecidos utilizando o método do juro efetivo,
os royalties devem respeitar o pressuposto do regime de acréscimo e os dividendos só devem ser reconhecidos
quando for garantido que o acionista tem direito ao seu recebimento

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